O QUE CAUSA AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

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O QUE CAUSA AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?
PROFª ANA CAROLINA
Como isso aconteceu?
O que deu errado?
Existe cura?
Questões difíceis, muitos fatores podem contribuir.
Investigadores usam técnicas sofisticadas como tomografia (PET) e ressonância para observarem causas.
Pesquisadores realizam autópsias de cérebros de pacientes com DA, buscando diferenças anatômicas.
Geneticistas tem buscado evidências de que algumas espécies de DA são herdadas.
Embora as pesquisas contribuem produzindo informações úteis, nem sempre é simples aplicar tais informações a um indivíduo.
Irregularidade do funcionamento cerebral contam apenas parte da história.
O desenvolvimento da criança é maciçamente influenciado pela família, pela escola e pelo ambiente da comunidade.
Embora a DA sejam supostamente de base biológica, com frequência o ambiente da criança determina a gravidade do impacto da dificuldade.
Isso significa que mesmo a DA sendo considerada condição permanente, pode ser melhorada, fazendo-se mudanças em casa e no programa educacional da criança.
Os fatores biológicos que contribuem para as dificuldades da aprendizagem podem ser divididos em quatro categorias:
LESÃO CEREBRAL;
ERROS NO DESENVOLVIMENTO CEREBRAL;
DESEQUILÍBRIOS NEUROQUÍMICOS;
HEREDITARIEDADE.
Antes todos com DA haviam experienciado alguma espécie de lesão cerebral.
Hoje sabemos que a maioria das crianças com DA não tem uma história de lesão cerebral. 
LESÃO CEREBRAL
Porém, algumas DA realmente surgem a partir de lesões ao cérebro.
Entre tais tipos estão: 
acidentes; 
hemorragias cerebrais;
 tumores; 
doenças como encefalite e meningite;
 transtornos glandulares não tratados na primeira infância;
 hipoglicemia na primeira infância.
A desnutrição e a exposição a substâncias tóxicas (como chumbo e pesticidas) também causam danos cerebrais ocasionando DA;
Crianças que recebem tratamentos de radiação e quimioterapia para câncer;
Eventos que causam privação de oxigênio no cérebro (sufocação, afogamento, inalação de fumaça, envenenamento por monóxido de carbono e algumas complicações no parto)
Também pode ocorrer lesões cerebrais antes do parto, como algumas doenças na gravidez: diabete, doença renal, sarampo.
Exposição pré-natal a drogas (álcool, nicotina, medicamentos, drogas de rua) está associada a uma variedade de DA, incluindo atrasos cognitivos, déficits de atenção, hiperatividade e problemas de memória.
O sistema nervoso de um feto é tão frágil que até mesmo danos menores podem ter efeitos duradouros.
O sistema nervoso de bebês prematuros também é vulnerável a lesões.
Quanto antes as crianças receberem apoio, melhores as chances de recuperação ou aprender estratégias para compensar as habilidades que foram perdidas.
As lesões do cérebro podem causar múltiplos problemas: 
Transtornos convulsivos;
Paralisia cerebral;
Deficiências físicas;
Dificuldades de aprendizagem.
ALTERAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO CEREBRAL
O desenvolvimento cerebral inicia na concepção e continua por toda vida.
Nos 9 meses que antecedem o parto, todas as estruturas básicas do cérebro são formadas.
O sistema nervoso do cérebro cresce em estágios, formando-se em diferentes momentos.
O período de desenvolvimento particularmente crítico é do 5º ao 7º mês de gestação.
Nesse período as células movem-se para suas posições apropriadas no córtex cerebral.
O córtex, uma estrutura de múltiplas camadas que forma a carapaça externa do cérebro, está envolvido em praticamente todos os aspectos da atividade consciente.
O funcionamento apropriado do córtex cerebral é essencial para o pensamento e a aprendizagem.
É responsável pela nossa capacidade de Pensamento, Movimento voluntário, Linguagem, Julgamento e Percepção. Responsável pelas funções de: Movimento, Equilíbrio e Postura.
No período da 1ª e 2ª infância as regiões do cérebro tornam-se cada vez mais especializadas.
Novas conexões entre as partes do cérebro também são formadas, de modo que essas áreas especializadas do cérebro podem cooperar.
O processo contínuo do amadurecimento cerebral explica por que as crianças tornam-se gradualmente mais capazes.
Exemplo:
A tarefa de ler em voz alta envolve a atividade de 14 áreas do córtex cerebral, incluindo aquelas envolvidas na visão, no processamento da linguagem, na audição e na fala.
Se o processo contínuo de ativação neural for perturbado em qualquer ponto, partes do cérebro poderão não desenvolver normalmente.
Alterações dessas espécies podem ser responsáveis por muitas dificuldades de aprendizagem.
O tipo de problemas produzido por alterações no desenvolvimento cerebral depende, em parte, das regiões do cérebro afetada.
Importante entender:
	A aprendizagem e outros comportamentos complexos dependem da ativação de “circuitos” envolvendo diversas áreas do cérebro, o prejuízo em uma região cerebral pode afetar o crescimento e desenvolvimento em outro ponto do sistema.
Por esse motivo é difícil uma criança com DA ter um problema único e isolado; padrões de problemas relacionados são bem mais comuns.
Os cientistas identificaram 3 padrões que ocorrem com frequência em crianças com DA:
Hemisfério esquerdo é hipoativo/hemisfério direito é hiperativo;
Hemisfério direito é hipoativo/hemisfério esquerdo é hiperativo;
Hipoatividade nos lobos frontais.
O hemisfério esquerdo é hipoativo/ o hemisfério direito é hiperativo
O hemisfério cerebral esquerdo geralmente especializa nas funções da linguagem, pessoas com esse padrão apresentam problemas com vários aspectos do processamento da linguagem (leitura, escrita e, ocasionalmente, fala)
Dificuldades da linguagem também estão associadas à fraca compreensão e memória para materiais verbais.
Também apresentam dificuldades com tarefas que envolvem lógica e análise, pois assumem uma abordagem “global” para o problema e não entendem facilmente que sequências específicas de atividades ou eventos são necessárias para chegar-se a uma solução.
A hiperatividade no hemisfério cerebral direito pode produzir atrasos na aprendizagem da leitura, já que o lado direito do cérebro está fracamente adaptado à tarefa de decodificação de palavras por sua decomposição em sons e sílabas individuais.
2. O hemisfério direito é hipoativo/o hemisfério esquerdo é hiperativo
O lado direito geralmente organiza e processa informações não verbais.
Indivíduos com deficiência no córtex cerebral direito podem ter problemas com o senso de tempo, consciência corporal, orientação espacial, percepção e memória.
Um hemisfério esquerdo hiperativo geralmente acarreta uma abordagem excessivamente analítica à solução de problemas.
Crianças com esse problema lidam bem com detalhes, se prendem a detalhes triviais e perdem o ponto mais importante da lição.
Esses alunos apresentam riscos para problemas com muitas tarefas acadêmicas como organização de projetos, redação de textos coerentes e raciocínio matemático.
3. Hipoatividade nos lobos frontais
Os lobos frontais governam o comportamento motor e também incluem regiões envolvidas no planejamento e no julgamento, no foco da atenção, na organização e na avaliação de informações e na moderação das emoções.
Quando as regiões frontais do cérebro não estão funcionando de maneira eficiente, as crianças têm problemas de coordenação motora muscular, articulação, controle dos impulsos, planejamento, organização e manutenção da atenção.
Problemas desse tipo afetam a prontidão da criança para a instrução em sala de aula, demonstrando ser imatura, mesmo quando é capaz de funcionar em alto nível intelectual.
Conclusão
Os indivíduos com erros em sua “ativação” cortical devem desenvolver trajetos neurais alternativos para o processamento de informações.
Precisam de mais tempo tanto para entender as tarefas quanto para completá-las.
Situações de pressão para crianças com atrasos no processamento de informações causam efeitos devastadores.
Nem todos problemas de desenvolvimento implicam uma anatomia irregular.
Alguns indivíduos desenvolvem DAporque partes de seu cérebro simplesmente amadureceram de forma mais lenta que a normal.
Crianças cujo cérebro desenvolveram desigualmente, às vezes, desenvolvem-se qualidades e talentos incomuns.
DESEQUILÍBRIOS QUÍMICOS
As células cerebrais comunicam-se umas com aas outras por meio de “mensageiros” químicos chamados neurotransmissores.
Qualquer mudança no clima químico delicadamente equilibrado do cérebro pode interferir nesses neurotransmissores e prejudicar a capacidade do cérebro para funcionar adequadamente.
Ex: pessoas intoxicadas com álcool experienciam uma alteração temporária da química cerebral.
(perturbações na fala, na coordenação motora e na capacidade de solução de problemas)
Algumas evidências sugerem que os desequilíbrios neuroquímicos contribuem para alguns transtornos de aprendizagem (atenção, distração, impulsividade).
Um caso seria o transtorno de déficit de atenção (não possuem capacidade para planejar com antecedência, focalizar atenção seletivamente e organizar respostas sábias). Também são: impulsivas, inquietas, desorganizadas, excessivamente tagarelas e pouco coordenadas. Não conseguem manterem quietas e concentradas.
Os investigadores descobriram uma variedade de irregularidades nos cérebros de pessoas com o transtorno.
Uma das irregularidades é os indivíduos com o transtorno são deficientes em relação a uma classe de neurotransmissores chamados catecolaminas.
As catecolaminas controlam diversos sistemas neurais no cérebro, incluindo os que governam a atenção, o comportamento motor e a motivação.
Medicamentos em alguns casos funcionam e outros não, também é recomendado o programa de modificação comportamental.
HEREDITARIEDADE
Hoje sabe-se que a hereditariedade exerce um papel bem maior na determinação do desenvolvimento de dificuldades de aprendizagem.
INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS
Embora DA sejam causados por problemas fisiológicos, a extensão em que as crianças são afetadas por elas frequentemente é decidida pelo ambiente no qual vivem.
As condições em casa e na escola podem fazer a diferença podem fazer a diferença.
O ambiente doméstico
O ambiente doméstico exerce um importante papel para determinar se qualquer criança aprende bem ou mal.
Existem muitos aspectos do ambiente familiar que podem prejudicar a capacidade de uma criança para aprender: nutrição, sono, doenças, higiene, falta de cuidados médicos, imigrantes, pobreza, estresse emocional, perigos na vizinhança, perigos nos lares ...
O ambiente na escola
A criança não só deve estar pronta para aprender como também deve ter oportunidades apropriadas para aprendizagem.
Salas de aulas abarrotadas, professores sobrecarregados ou pouco preparados, falta de material didático e metodologia inadequada podem comprometer a aprendizagem dos alunos.
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