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05/03/2013 1 Psicologia: Ciência e Profissão TEXTO 1: A diversidade da ciência psicológica Expectativa... ... a Psicologia como algo único, mencionado no singular, Ciência que já acumulou conhecimento sobre o ser humano, Fornece respostas prontas e acabadas, “verdades” sobre a mente humana. Entretanto, as coisas não são bem assim... Na verdade, o conhecimento psicológico 1) não é uma coisa que está terminada, mas está em constante construção; 2) não tem uma única cara, não fala uma única língua. Existem diferentes perspectivas, pontos de vista e explicações teóricas 05/03/2013 2 A Psicologia não tem um único objeto de estudo e não tem uma forma única de abordá-la. Ela é marcada pela diversidade teórica, metodológica, prática, de crenças, etc. ...“estado fragmentar do conhecimento psicológico” Psicologia = ESPAÇO DE DISPERSÃO Diferentes formas de pensamento ocupam diferentes pontos deste espaço, não têm as mesmas origens e objetivos O conhecimento psicológico não é uno, único, coerente e totalmente integrado. Qual é a origem de toda essa dispersão? Quais são as origens dessas diferentes formas de pensamento em Psicologia? MATRIZES DO CONHECIMENTO PSICOLÓGICO Grandes conjuntos de valores, normas, crenças metafísicas, concepções esptemológicas e metodológicas que subjazem às teorias e às práticas profissionais dos psicólogos • Valores e normas: O que é certo e errado? Como o homem deve se comportar? • Crenças metafísicas: Quem é o homem? Como é a existência humana? • Concepções epistemológicas e metodológicas: Como se obtém conhecimento? Qual a confiança que se pode ter em um conhecimento? Quais os procedimentos mais adequados que o homem pode utilizar para conhecer a si e ao mundo? 05/03/2013 3 Ao longo de cerca de 40 anos, surgem as grandes propostas de apreensão teórica do psicológico ou do comportamental e a consolidação de micro - comunidades relativamente independentes, cada qual com suas crenças, seu métodos, seus objetivos, seus estilos, suas linguagens e suas histórias particulares. No entanto, a independência não é completa. ... a ocupação do espaço psicológico pelas teorias e sistemas não deu lugar à formação de um continente, mas sim de um arquipélago conceitual e tecnológico. Ou seja, não se trata de um território uno e integrado, embora também não sejam ilhas totalmente avulsas e desconectadas... Importância do estudo da história da Psicologia! MATRIZES CIENTÍFICAS As psicologias são concebidas e praticadas como ciência natural São construídas como anexos ou segundo aos modelos de outras ciências da natureza, como, por exemplo, a biologia Estão destinadas a fornecer um conhecimento útil para previsão e controle dos eventos psíquicos e comportamentais MATRIZES ROMÂNTICAS Inspiradas no pensamento romântico de oposição ao racionalismo iluminista e ao império da matemática e do método Para elas o objeto da psicologia não são eventos naturais, mas são formas expressivas, ou seja, ações, produtos e obras de uma subjetividade singular que através deles se dá a conhecer. Têm como meta compreender as formas expressivas para ampliar a capacidade de comunicação entre os homens e de cada um consigo mesmo. 05/03/2013 4 Frente a essa diversidade, resta ao aluno reagir à angústia de duas maneiras Dogmatismo Ele passa a acreditar que só existe uma Psicologia “verdadeira”, rejeitando todas as outras, sem se preocupar em conhecê-las ou até mesmo não aceitando a própria existência de formas de pensar diferentes da sua. Ecletismo Ele ignora que as várias “Psicologias” são diferentes e, em alguns casos, incompatíveis, acreditando que todas elas pretendem as mesmas coisas. As duas atitudes são consideradas inadequadas porque impedem o crescimento e o desenvolvimento da Psicologia e dos psicólogos. Ao ser dogmático ou eclético o psicólogo não entra em contato com a alteridade das teorias e formas de pensar. “Fazer um experiência com o que quer que seja, uma coisa, um ser humano, um deus, isto quer dizer: deixá-la vir sobre nós, para que nos atinja, nos cai em cima, nos transforme e nos faça outro ” Martin Heidegger (um dos maiores pensadores do século XX) Experimentar a alteridade é deixar-se fazer outro no encontro com o outro A verdadeira experiência comporta um momento de encontro, de negação, de transformação Só existe crescimento quando alguma coisa se confronta com o seu diferente,com o “outro”, com aquele ou aquilo que não é você Tanto o dogmático como o eclético procuram se manter fundamentalmente os mesmos, encobrindo esta imobilidade e esta mesmice impermeável com a fantasia da variedade e da liberdade. 05/03/2013 5 A solução proposta é enfrentar a dispersão do espaço psi por meio de movimentos construtivos e reflexivos: 1) Movimento construtivo • Investir na produção de conhecimento a partir dos recursos conceituais disponíveis nas teorias e no encontro destes recursos com os desafios da prática • Elaborar conhecimentos novos, mesmo que estes não se traduzam em textos e sejam incorporados às práticas do profissional na forma de um saber do ofício 2) Movimento reflexivo • Refletir constantemente sobre as várias teorias e sistemas de pensamento existentes • Não se trata de tentar descobrir qual é a melhor teoria, a mas verdadeira, ou a mais “científica” pois todo conhecimento está baseado em alguns pressupostos e crenças a respeito do que conhecer e de como fazer para conhecer. A questão da escolha “... O que percebo é que somos escolhidos: somos como que fisgados, atraídos por uma trama complexa de anzóis e iscas, das quais algumas nunca serão completamente identificadas.” Mas entrar em contato com a diversidade é um primeiro passo indispensável! “... precisamos conservar a diversidade na unidade e a unidade na diversidade ou seja, precisamos reconhecer e respeitar as diferenças em toda complexidade e radicalidade e ao mesmo tempo compreendê-las na sua organização interna, nas suas origens e nas suas implicações colocando-as continuamente em debate e mantendo assim permanentemente em aberto a própria questão.” 05/03/2013 6 Referências bibliográficas BETTOI, W. Psicologia: Ciência e Profissão: coletânea de textos didáticos. Curso de Psicologia, Instituto de Ciências Humanas, Universidade Paulista – UNIP, São Paulo, 2013. Texto 1 – A diversidade da ciência psicológica FIGUEIREDO, L. C. Convergências e divergências: a questão das correntes de pensamento em psicologia. Transinformação, 4 (1-2-3): 15-26, jan/dez, 1992a. Leitura para a próxima aula BETTOI, W. Psicologia: Ciência e Profissão: coletânea de textos didáticos. Curso de Psicologia, Instituto de Ciências Humanas, Universidade Paulista – UNIP, São Paulo, 2013. Texto 2 – A diversidade da atuação do psicólogo
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