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AULA 1 GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÃO Profª Lúcia Young A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 2 TEMA 1 – CONTABILIDADE FINANCEIRA, DE CUSTOS E GERENCIAL 1.1 Contabilidade financeira De acordo com Viceconti e Neves (2013, p. 7), [...] [a] contabilidade financeira tem por objetivo controlar o patrimônio das empresas e apurar o resultado (variação do patrimônio). Ele deve também prestar informações a usuários externos que tenham interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras que irão lhe conceder empréstimos, debenturistas e quaisquer pessoas que desejem adquirir ações da empresa (se ela for uma companhia aberta). Atualmente, serve também para startups que precisam de financiamento. Essas empresas demonstram, por meio da contabilidade e com suas peças contábeis, em especial o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e a Demonstração de Fluxo de Caixa, como está a sua saúde financeira e quanto elas poderão render, de acordo com as projeções feitas. 1.2 Contabilidade de custos A contabilidade de custos surge com a Revolução Industrial e de uma necessidade de se obter maiores informações e controle sobre estoques e sobre produção, para determinação de preços de produtos. É por meio dela que se extrai a fórmula básica para se encontrar o custo da mercadoria vendida (CMV): CMV = EI + C – EF, em que EI é o estoque inicial; C, as compras; e EF, o estoque final. Com base nesse passo básico, mas fundamental, lançamos na Demonstração do Resultado do Exercício os custos das mercadorias produzidas e podemos comparar as despesas da empresa de âmbito administrativo, comercial ou financeiro. A grosso modo, segue um breve modelo simplificado para ilustração. Demonstração do Resultado do Exercício: • vendas brutas • (-) tributos sobre vendas • (-) CMV • = lucro bruto • (-) despesas • administrativas • comerciais A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 3 • financeiras • = resultado antes da incidência do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) Dessa forma, o gestor consegue analisar de que fonte surgem as receitas da empresa, mensurar os seus custos e despesas de forma a classificá-los e, com isso, gerenciar a empresa e tomar decisões de gestão mais prudentes e assertivas, pois é necessário que ele saiba o custo para a sua empresa produzir, ou seja, a viabilidade da sua produção, assim como quanto comprar de matéria- prima, qual o gasto da sua empresa com mão de obra, máquinas e equipamentos, energia elétrica, horas de produção, entre outros elementos. Isso, claro, se refletirá no aumento da margem de lucro da empresa e, consequentemente, em uma maior arrecadação por parte do Fisco. 1.3 Contabilidade gerencial A contabilidade gerencial veio para auxiliar o processo de gestão das empresas e dar suporte à tomada de decisões, segundo Leitão (2012, p. 9). As diferenças que podem ser apontadas entre a contabilidade financeira e a gerencial resumem-se no Quadro 1. Quadro 1 – Contabilidade financeira e contabilidade gerencial: diferenças Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial Relatórios voltados para investidores, funcionários, credores, fornecedores, clientes, governos e usuários externos em geral. Relatórios voltados para planejamento, direção e motivação, controle e avaliação de desempenho. Ênfase em relatórios sobre consequências financeiras de atividades e decisões passadas. Ênfase em decisões e atividades que afetam o futuro. Ênfase na objetividade e verificabilidade dos dados. Ênfase na relevância dos dados. Necessidade de precisão da informação. Necessidade de tempestividade da informação. Dados sumarizados preparados para toda a organização. Relatórios detalhados e segmentados sobre departamentos, produtos, clientes e funcionários. Necessidade de aderência aos princípios e normas contábeis. Sem necessidade de aderência aos princípios e normas contábeis. Obrigatoriedade de relatórios. Não obrigatoriedade de relatórios. Fonte: Garrison; Noreen, 2001. A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 4 Entendemos que as diferenças entre esses tipos de contabilidade se deem por uma construção de ordem cronológica na história da contabilidade, mas que ambas convergem para um ponto comum que é orientar, auxiliar na tomada de decisões de gestão. A contabilidade como um todo é uma grande fonte de informações, pois dela podemos extrair dados de fatos ocorridos nas empresas e até mesmo fazer projeções sobre seu futuro. A contabilidade financeira nasce na era mercantilista e hoje é mais utilizada para atender ao Fisco; já a contabilidade de custos surge na era industrial para fins de planejamento, controle e decisão organizacional; e a contabilidade gerencial aparece, nessa sequência histórica, objetivando o alcance de eficiência na gestão e desempenho da empresa. Dessa forma, todas as formas de contabilidade citadas se inter-relacionam. Para Griffin (2012, p. 108-109), tem-se como atividades que estão sob a égide da contabilidade gerencial: • análise de variância; • análise de volume e lucro; • desenvolvimento de métricas de negócio; • modelo de precificação; • relatório de rentabilidade de produto; • custo de produto e serviço; • análise de rentabilidade de cliente; • análise de custo; • análise de custo-benefício; • orçamento de capital; • análise de compra versus arrendamento; • planejamento estratégico; • projeções de vendas e finanças; • elaboração de orçamento; • alocação de custo. Costumam lograr êxito os empresários que conseguem ter essa visão de se manter atentos à contabilidade de suas empresas; ou que são assessorados por bons profissionais da contabilidade, que lhes orientam corretamente sobre a importância da contabilidade para o futuro das suas empresas. Infelizmente, nem sempre isso ocorre. Muitos empreendedores veem o contador como um mal A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 5 necessário; como um profissional que só faz guias para pagamento de tributos. E a realidade é que grande parte dos profissionais de contabilidade ainda age assim, não atribuindo o devido valor a seus conhecimentos, vivências para auxiliar seus clientes e ofertar-lhes outros serviços de assessoria, consultoria e não apenas manterem o estereótipo de guarda-livros. Quantas empresas abrem e fecham as portas em prazo bem reduzido? Basta ver as estatísticas que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) divulga. Claro que vários são os fatores que levam uma empresa a fechar, mas muito disso se deve ao fato de ela não ter uma contabilidade atualizada, completa, que permita fazer um acompanhamento mais intenso da sua viabilidade e desempenho. Mais recentemente, podemos citar ainda a importância da controladoria, que é um ramo que pode servir à contabilidade como à administração, visto que mantém um sistema integrado que permite agir no processo de planejamento e controle, subsidiada com dados advindos das formas citadas de contabilidade. Saiba mais Para saber mais sobre as diferenças entre a contabilidade de custos, a financeira e a gerencial, sugerimos que você assista ao vídeo disponível em: (00.Aula, 2020). Uma informação contábil, seja de qual ramo for, precisa inspirar confiança a seus usuários. A informação precisa ser útil, idônea, confiável e compreensível. Griffin (2012, p. 7) assim o traduz: “A confiabilidade é encontrada em informação isenta e livre de erros ou vieses. Não deve ser confundida comprecisão absoluta. Ao contrário da crença popular, as informações contábeis confiáveis baseiam-se em estimativas e previsões; portanto, não podem ser precisas.”. Por isso, os princípios contábeis são relevantes e precisam ser funcionais para nortear os procedimentos de gestão. TEMA 2 – INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS Conforme mencionado anteriormente, a contabilidade de custos surgiu da necessidade de se obter um controle maior de estoques e se apurar com mais precisão os resultados das indústrias, visto que nasceu no auge da Revolução Industrial. Hoje, não podemos ficar com um pensamento limitado de que a contabilidade de custos é útil apenas para as indústrias. Ela é relevante para A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 6 qualquer empresa, independentemente do seu porte e ramo de atividade. Com ela é possível se avaliar os custos para produzir e vender uma mercadoria ou prestar um serviço e, com isso, determinar o preço dessa mercadoria ou serviço com maior precisão e segurança. Ela permite também melhor se avaliar os estoques, a sua mensuração, a sua baixa, o seu controle, o seu custo, a sua necessidade de giro. Com os custos de sua produção definidos, a empresa pode passar para a etapa de orçamento, planejamento e controle. Pode projetar valores, inclusive de resultados, pode avaliar onde se encontram os seus pontos de desvantagem, qual a viabilidade de produzir ela própria suas mercadorias ou serviços ou terceirizar essa produção, pode comparar com empresas concorrentes, obter mais informações quanto à rentabilidade de sua produção, entre outros pontos que permitem a tomada de decisão com dados de suporte mais robustos. Para Silva (2014, p. 23), “a prosperidade de uma empresa é alcançada pela rentabilidade e esta só seria possível se os custos fossem bem controlados dentro do conhecimento da contabilidade, e dos padrões científicos”. Ainda na visão daquele autor, se os custos de uma produção não forem controlados, não há como a empresa obter lucros adequados ou capitalização suficiente (Silva, 2014). E o que as empresas buscam, realmente? O rédito! O rédito nada mais é que o resultado, ou seja, o saldo entre receitas e custos/despesas. Muitos empresários entendem que dinheiro ingressando no caixa de sua empresa é lucro e sentem-se decepcionados quando lhes são relatados os verdadeiros resultados apurados. Possuem, outrossim, uma falsa visão da administração da empresa e, com isso, não concedem o devido valor à ciência contábil que pode auxiliar e muito a alavancar uma empresa, a impedir atos arrojados e a regular a forma de a empresa gastar, investir e até mesmo vender seus produtos e serviços. Conforme os ensinamentos de Griffin (2012, p. 111), a contabilidade de custos serve para, entre outras coisas: • calcular o custo de fabricação de produtos, serviços, de funcionamento de departamentos, divisões e de conquista, manutenção e atendimento a clientes; • usar os dados de custos de produção para preparar ofertas e propostas; • obter informações para planejamento e controle de gestão (incluindo orçamento) e para avaliação de desempenho da empresa; A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 7 • analisar dados de custo de produção relevantes para uma variedade de decisões diferentes, incluindo a realização de despesas de capital. Saiba mais Considerando que os custos fixos manutenção de um navio não variam ou variam muito pouco, de acordo com o número de passageiros, grandes descontos são ofertados, de última hora, pelas empresas de navegação (Mason, 2014, p. 85). TEMA 3 – PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE APLICADOS A CUSTOS DE PRODUÇÃO Princípios de contabilidade são um norte que a contabilidade deve tomar, uma direção. 3.1 Princípio da continuidade O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do seu patrimônio levam em conta essa circunstância. Por esse princípio, temos a independência entre os sócios/acionistas e a empresa. Ele estabelece que, quando a empresa pretender fechar, deverá informá-lo em notas explicativas tornadas públicas, pois isso irá se refletir na sua valuation. 3.2 Princípio da competência Outro princípio importante da contabilidade é o da competência. Esse princípio determina que os efeitos das transações e outros eventos organizacionais sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do seu recebimento ou pagamento. O princípio da competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. Finalmente, por esse princípio nota-se que devemos registrar os fatos no momento de sua ocorrência, independentemente de pagamentos ou recebimentos. A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 8 3.3 Princípio do registro contábil pelo custo histórico O princípio do registro contábil pelo custo histórico determina que os componentes do patrimônio de uma organização devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Mas perceba que você compra para seu estoque um produto em um período e irá variar. A contabilidade precisa acompanhar essas mudanças, sejam elas para mais, sejam para menos. Então, o princípio do registro contábil pelo custo histórico estabelece que o registro deve ser feito em virtude das variações de custo histórico, que podem ser de custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo e atualização monetária. Veja o que estabelece a Lei n. 6.404/1976, em seu art. 183: No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: [...] II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; [...]. § 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; [...] (Brasil, 1976) Em consonância com a citada lei, encontramos o Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1): estoques, em seu item 32: Os materiais e os outros bens de consumo mantidos para uso na produção de estoques ou na prestação de serviços não serão reduzidos abaixo do custo se for previsível que os produtos acabados em que eles devem ser incorporados ou os serviços em que serão utilizados sejam vendidos pelo custo ou acima do custo. Porém, quando a diminuição no preço dos produtos acabados ou no preço dos serviços prestados indicar que o custo de elaboração desses produtos ou serviços excederá seu valor realizável líquido, os materiais e os outros bens de consumo devem ser reduzidos ao valor realizável líquido. Em tais circunstâncias, o custo de reposição dos materiais pode ser a melhor medida disponível do seu valor realizável líquido. (CPC, 2009) O mesmo pronunciamento técnico, no item 9, assim estabelece, em relação aos produtos acabados e mercadorias: “Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor” (CPC, 2009). A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 9 3.4 Princípio da prudência Outro princípio relevante é o da prudência, que determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido de uma empresa. Isso acontece pelofato de a contabilidade atual estar baseada em estimativas, em previsões, muitas vezes, necessitando atualizar seus registros de acordo com valores de mercado para deixar bens, direitos e obrigações em valores atualizados para o caso de, se alguém tiver intenção de comprar a empresa, ou a ela se associar, ou nela investir, esse alguém saber exatamente quanto ela vale ou quanto poderá render. O princípio da prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas diante de certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. Por esse princípio, portanto, evita-se uma superavaliação de bens, direitos e receitas e uma subestimação de obrigações e despesas e se mostra valores contábeis mais próximos da realidade da empresa em dado momento. 3.5 Princípio da uniformidade Pelo princípio da uniformidade, uma empresa deve escolher, adotar e manter um único critério para fazer seu registro contábil, não podendo mudá-lo, por exemplo, a cada período. Essa mudança de critério somente é cabível quando houver um fato relevante que a justifique. Isso ocorre para que tenhamos parâmetros semelhantes de comparação de um período com outro e, assim, possamos ter uma visão melhor para a tomada de decisão quanto ao comportamento da empresa. Existem outros princípios contábeis que são aplicados a registros gerais feitos pelas empresas, mas os aqui citados são essenciais para a contabilidade de custos. Não podemos, ainda, deixar de mencionar que não existe mais apenas uma norma legal que discrimine todos os princípios da contabilidade. Como regra, eles estão estabelecidos em vários pronunciamentos técnicos, em especial no A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 10 Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2): estrutura conceitual para relatório financeiro (CPC, 2019). Saiba mais Para saber mais sobre os princípios contábeis aplicáveis a custos, sugerimos que você assista ao vídeo disponível neste link: (Princípios, 2020). TEMA 4 – ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Para que seja feito um processo de custeamento, existe um esquema básico, extraído da obra de Martins (2018, p. 47), que é tratado em três passos. O primeiro passo é efetuar a segregação de custos e despesas. Faz-se extremamente necessário saber a diferença entre esses dois conceitos. E o mais interessante da contabilidade de custos é que não podemos afirmar que o que é custo para a empresa A será custo também para a empresa B – nesta, o que seria custo para a empresa A pode ser interpretado pela empresa B como despesa. Mas, não se preocupe, pois teremos uma aula específica para estudarmos essa diferença de conceitos! Então, nesse primeiro passo, além de feita a separação entre custos e despesas, estas, por sua vez, são classificadas em despesas administrativas, despesas com vendas e despesas financeiras. Novamente, nesse ponto precisamos salientar a importância da Demonstração do Resultado do Exercício, peça contábil que auxilia na visualização dessa separação, que irá influenciar no resultado da empresa. O segundo passo é efetuar a apropriação dos custos diretos pelos produtos. Os custos possuem uma classificação, com um desmembramento em custos diretos e indiretos. Um exemplo seria o caso da matéria-prima ou da mão de obra utilizadas para produzir dois produtos distintos. Quanto será utilizado de matéria-prima em cada produto? Quantas pessoas, ou horas de trabalho de uma mesma pessoa, serão necessários para produzir cada um dos produtos? Munido dessas informações, o gestor já tem uma noção do custo para produzir o produto 1 e o produto 2. Caso ele queira, pode decidir produzir apenas um deles ou incentivar mais a produção de um em relação à do outro. Enfim, ele terá mais foco no resultado que obterá na fabricação de cada um de seus produtos e de sua conveniência. Pode avaliar se produz ou se compra pronto um produto apenas para revendê-lo, enfim, consegue ter muitas possibilidades de tomada de decisão. A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 11 E o terceiro passo é a alocação dos custos indiretos nos produtos. Um exemplo disso é o caso de uma indústria e sua linha de produção, cujos empregados trabalham em máquinas (custo direto) em um setor em que é necessária a atuação de um supervisor (custo indireto). Não temos como mensurar com precisão quanto tempo esse supervisor fica olhando e conferindo o serviço dos empregados A, B ou C. Contudo, ele faz esse serviço de vigilância. Há necessidade de fazer um rateio desse custo para termos um valor estimado de custo de mão de obra a ser aplicado aos três empregados. Figura 1 – Relações de custos e despesas Fonte: Martins, 2018, p. 47. Custos Custos Indiretos Indiretos Diretos Rateio Diretos Produto A Produto B Produto C Estoque Custo dos Produtos Vendidos Resultado Despesas Vendas A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 12 TEMA 5 – ESTRUTURA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A área da contabilidade de custos tem a seguinte estrutura: a. Métodos de custeio do produto: • Custeio direto ou variável; • Custeio por absorção; • Custeio ABC; • Custeio RKW. b. Sistemas de mensuração do custo: • Custo real; • Custo padrão; • Custo orçado. c. Sistemas de acumulação de custos: • Por encomenda; • Por produção em série ou contínua; • Por operação; • Misto. De acordo com essa divisão estrutural da contabilidade de custos, seguiremos, de forma didática, nosso estudo da aplicação prática da contabilidade de custos. Saiba mais Caso prático: enumere os gastos necessários para abrir uma lavanderia. A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com 13 REFERÊNCIAS 00.AULA de contabilidade de custos, financeira e gerencial (contabilidade de custos). TecConcursos, 14 ago. 2020. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. Garrison, Ray h.; Noreen, Eric W. Contabilidade gerencial. 9ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Brasília, 17 dez. 2021. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2): estrutura conceitual para relatório financeiro. Brasília, 10 dez. 2019. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. _____. Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1): estoques. Brasília, 8 set. 2009. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. GRIFFIN, M. P. Contabilidade e finanças. São Paulo: Saraiva, 2012. LEITÃO, C. R. S. Contabilidade gerencial para o exame de suficiência do CFC para bacharel em Ciências Contábeis. 1. ed. São Paulo: Edipro, 2012. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: GEN; Atlas, 2018. MASON, R. Finanças para gestores não financeiros: aprenda em uma semana, lembre por toda vida. São Paulo: Saraiva, 2014. PRINCÍPIOS aplicados à contabilidade de custos. 1 Preparatório para Concursos Públicos, 18 jun. 2020. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2021. SILVA, R. A. C. da. Controle gerencial dos custos. Curitiba: Juruá Editora, 2014. VICECONTI, P.; NEVES, S. das.Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2013. A luno: P A T R IC IA O LIV E IR A D A S ILV A E m ail: patriciaods@ outlook.com