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AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO ESTRATÉGICA DE 
CUSTOS PARA TOMADA DE 
DECISÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Lúcia Young 
 
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TEMA 1 – CONTABILIDADE FINANCEIRA, DE CUSTOS E GERENCIAL 
1.1 Contabilidade financeira 
De acordo com Viceconti e Neves (2013, p. 7), 
[...] [a] contabilidade financeira tem por objetivo controlar o patrimônio 
das empresas e apurar o resultado (variação do patrimônio). Ele deve 
também prestar informações a usuários externos que tenham interesse 
em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras 
que irão lhe conceder empréstimos, debenturistas e quaisquer pessoas 
que desejem adquirir ações da empresa (se ela for uma companhia 
aberta). 
Atualmente, serve também para startups que precisam de financiamento. 
Essas empresas demonstram, por meio da contabilidade e com suas peças 
contábeis, em especial o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do 
Exercício e a Demonstração de Fluxo de Caixa, como está a sua saúde financeira 
e quanto elas poderão render, de acordo com as projeções feitas. 
1.2 Contabilidade de custos 
A contabilidade de custos surge com a Revolução Industrial e de uma 
necessidade de se obter maiores informações e controle sobre estoques e sobre 
produção, para determinação de preços de produtos. É por meio dela que se extrai 
a fórmula básica para se encontrar o custo da mercadoria vendida (CMV): CMV = 
EI + C – EF, em que EI é o estoque inicial; C, as compras; e EF, o estoque final. 
Com base nesse passo básico, mas fundamental, lançamos na 
Demonstração do Resultado do Exercício os custos das mercadorias produzidas 
e podemos comparar as despesas da empresa de âmbito administrativo, 
comercial ou financeiro. A grosso modo, segue um breve modelo simplificado para 
ilustração. 
Demonstração do Resultado do Exercício: 
• vendas brutas 
• (-) tributos sobre vendas 
• (-) CMV 
• = lucro bruto 
• (-) despesas 
• administrativas 
• comerciais 
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• financeiras 
• = resultado antes da incidência do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica 
(IRPJ) 
Dessa forma, o gestor consegue analisar de que fonte surgem as receitas 
da empresa, mensurar os seus custos e despesas de forma a classificá-los e, com 
isso, gerenciar a empresa e tomar decisões de gestão mais prudentes e 
assertivas, pois é necessário que ele saiba o custo para a sua empresa produzir, 
ou seja, a viabilidade da sua produção, assim como quanto comprar de matéria-
prima, qual o gasto da sua empresa com mão de obra, máquinas e equipamentos, 
energia elétrica, horas de produção, entre outros elementos. Isso, claro, se 
refletirá no aumento da margem de lucro da empresa e, consequentemente, em 
uma maior arrecadação por parte do Fisco. 
1.3 Contabilidade gerencial 
A contabilidade gerencial veio para auxiliar o processo de gestão das 
empresas e dar suporte à tomada de decisões, segundo Leitão (2012, p. 9). As 
diferenças que podem ser apontadas entre a contabilidade financeira e a gerencial 
resumem-se no Quadro 1. 
Quadro 1 – Contabilidade financeira e contabilidade gerencial: diferenças 
Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial 
Relatórios voltados para investidores, 
funcionários, credores, fornecedores, clientes, 
governos e usuários externos em geral. 
Relatórios voltados para planejamento, 
direção e motivação, controle e avaliação de 
desempenho. 
Ênfase em relatórios sobre consequências 
financeiras de atividades e decisões 
passadas. 
Ênfase em decisões e atividades que afetam o 
futuro. 
Ênfase na objetividade e verificabilidade dos 
dados. 
Ênfase na relevância dos dados. 
Necessidade de precisão da informação. Necessidade de tempestividade da 
informação. 
Dados sumarizados preparados para toda a 
organização. 
Relatórios detalhados e segmentados sobre 
departamentos, produtos, clientes e 
funcionários. 
Necessidade de aderência aos princípios e 
normas contábeis. 
Sem necessidade de aderência aos princípios 
e normas contábeis. 
Obrigatoriedade de relatórios. Não obrigatoriedade de relatórios. 
Fonte: Garrison; Noreen, 2001. 
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Entendemos que as diferenças entre esses tipos de contabilidade se deem 
por uma construção de ordem cronológica na história da contabilidade, mas que 
ambas convergem para um ponto comum que é orientar, auxiliar na tomada de 
decisões de gestão. A contabilidade como um todo é uma grande fonte de 
informações, pois dela podemos extrair dados de fatos ocorridos nas empresas e 
até mesmo fazer projeções sobre seu futuro. 
A contabilidade financeira nasce na era mercantilista e hoje é mais utilizada 
para atender ao Fisco; já a contabilidade de custos surge na era industrial para 
fins de planejamento, controle e decisão organizacional; e a contabilidade 
gerencial aparece, nessa sequência histórica, objetivando o alcance de eficiência 
na gestão e desempenho da empresa. Dessa forma, todas as formas de 
contabilidade citadas se inter-relacionam. 
Para Griffin (2012, p. 108-109), tem-se como atividades que estão sob a 
égide da contabilidade gerencial: 
• análise de variância; 
• análise de volume e lucro; 
• desenvolvimento de métricas de negócio; 
• modelo de precificação; 
• relatório de rentabilidade de produto; 
• custo de produto e serviço; 
• análise de rentabilidade de cliente; 
• análise de custo; 
• análise de custo-benefício; 
• orçamento de capital; 
• análise de compra versus arrendamento; 
• planejamento estratégico; 
• projeções de vendas e finanças; 
• elaboração de orçamento; 
• alocação de custo. 
Costumam lograr êxito os empresários que conseguem ter essa visão de 
se manter atentos à contabilidade de suas empresas; ou que são assessorados 
por bons profissionais da contabilidade, que lhes orientam corretamente sobre a 
importância da contabilidade para o futuro das suas empresas. Infelizmente, nem 
sempre isso ocorre. Muitos empreendedores veem o contador como um mal 
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necessário; como um profissional que só faz guias para pagamento de tributos. E 
a realidade é que grande parte dos profissionais de contabilidade ainda age assim, 
não atribuindo o devido valor a seus conhecimentos, vivências para auxiliar seus 
clientes e ofertar-lhes outros serviços de assessoria, consultoria e não apenas 
manterem o estereótipo de guarda-livros. 
Quantas empresas abrem e fecham as portas em prazo bem reduzido? 
Basta ver as estatísticas que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas (Sebrae) divulga. Claro que vários são os fatores que levam uma 
empresa a fechar, mas muito disso se deve ao fato de ela não ter uma 
contabilidade atualizada, completa, que permita fazer um acompanhamento mais 
intenso da sua viabilidade e desempenho. 
Mais recentemente, podemos citar ainda a importância da controladoria, 
que é um ramo que pode servir à contabilidade como à administração, visto que 
mantém um sistema integrado que permite agir no processo de planejamento e 
controle, subsidiada com dados advindos das formas citadas de contabilidade. 
Saiba mais 
Para saber mais sobre as diferenças entre a contabilidade de custos, a 
financeira e a gerencial, sugerimos que você assista ao vídeo disponível em: 
 (00.Aula, 2020). 
Uma informação contábil, seja de qual ramo for, precisa inspirar confiança 
a seus usuários. A informação precisa ser útil, idônea, confiável e compreensível. 
Griffin (2012, p. 7) assim o traduz: “A confiabilidade é encontrada em informação 
isenta e livre de erros ou vieses. Não deve ser confundida comprecisão absoluta. 
Ao contrário da crença popular, as informações contábeis confiáveis baseiam-se 
em estimativas e previsões; portanto, não podem ser precisas.”. Por isso, os 
princípios contábeis são relevantes e precisam ser funcionais para nortear os 
procedimentos de gestão. 
TEMA 2 – INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS 
Conforme mencionado anteriormente, a contabilidade de custos surgiu da 
necessidade de se obter um controle maior de estoques e se apurar com mais 
precisão os resultados das indústrias, visto que nasceu no auge da Revolução 
Industrial. Hoje, não podemos ficar com um pensamento limitado de que a 
contabilidade de custos é útil apenas para as indústrias. Ela é relevante para 
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qualquer empresa, independentemente do seu porte e ramo de atividade. Com 
ela é possível se avaliar os custos para produzir e vender uma mercadoria ou 
prestar um serviço e, com isso, determinar o preço dessa mercadoria ou serviço 
com maior precisão e segurança. Ela permite também melhor se avaliar os 
estoques, a sua mensuração, a sua baixa, o seu controle, o seu custo, a sua 
necessidade de giro. 
Com os custos de sua produção definidos, a empresa pode passar para a 
etapa de orçamento, planejamento e controle. Pode projetar valores, inclusive de 
resultados, pode avaliar onde se encontram os seus pontos de desvantagem, qual 
a viabilidade de produzir ela própria suas mercadorias ou serviços ou terceirizar 
essa produção, pode comparar com empresas concorrentes, obter mais 
informações quanto à rentabilidade de sua produção, entre outros pontos que 
permitem a tomada de decisão com dados de suporte mais robustos. 
Para Silva (2014, p. 23), “a prosperidade de uma empresa é alcançada pela 
rentabilidade e esta só seria possível se os custos fossem bem controlados dentro 
do conhecimento da contabilidade, e dos padrões científicos”. Ainda na visão 
daquele autor, se os custos de uma produção não forem controlados, não há como 
a empresa obter lucros adequados ou capitalização suficiente (Silva, 2014). 
E o que as empresas buscam, realmente? O rédito! O rédito nada mais é 
que o resultado, ou seja, o saldo entre receitas e custos/despesas. Muitos 
empresários entendem que dinheiro ingressando no caixa de sua empresa é lucro 
e sentem-se decepcionados quando lhes são relatados os verdadeiros resultados 
apurados. Possuem, outrossim, uma falsa visão da administração da empresa e, 
com isso, não concedem o devido valor à ciência contábil que pode auxiliar e muito 
a alavancar uma empresa, a impedir atos arrojados e a regular a forma de a 
empresa gastar, investir e até mesmo vender seus produtos e serviços. 
Conforme os ensinamentos de Griffin (2012, p. 111), a contabilidade de 
custos serve para, entre outras coisas: 
• calcular o custo de fabricação de produtos, serviços, de funcionamento de 
departamentos, divisões e de conquista, manutenção e atendimento a 
clientes; 
• usar os dados de custos de produção para preparar ofertas e propostas; 
• obter informações para planejamento e controle de gestão (incluindo 
orçamento) e para avaliação de desempenho da empresa; 
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• analisar dados de custo de produção relevantes para uma variedade de 
decisões diferentes, incluindo a realização de despesas de capital. 
Saiba mais 
Considerando que os custos fixos manutenção de um navio não variam ou 
variam muito pouco, de acordo com o número de passageiros, grandes descontos 
são ofertados, de última hora, pelas empresas de navegação (Mason, 2014, p. 
85). 
TEMA 3 – PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE APLICADOS A CUSTOS DE 
PRODUÇÃO 
Princípios de contabilidade são um norte que a contabilidade deve tomar, 
uma direção. 
3.1 Princípio da continuidade 
O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes 
do seu patrimônio levam em conta essa circunstância. Por esse princípio, temos 
a independência entre os sócios/acionistas e a empresa. Ele estabelece que, 
quando a empresa pretender fechar, deverá informá-lo em notas explicativas 
tornadas públicas, pois isso irá se refletir na sua valuation. 
3.2 Princípio da competência 
Outro princípio importante da contabilidade é o da competência. Esse 
princípio determina que os efeitos das transações e outros eventos 
organizacionais sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, 
independentemente do seu recebimento ou pagamento. O princípio da 
competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de 
despesas correlatas. Finalmente, por esse princípio nota-se que devemos 
registrar os fatos no momento de sua ocorrência, independentemente de 
pagamentos ou recebimentos. 
 
 
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3.3 Princípio do registro contábil pelo custo histórico 
O princípio do registro contábil pelo custo histórico determina que os 
componentes do patrimônio de uma organização devem ser inicialmente 
registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 
Mas perceba que você compra para seu estoque um produto em um período e irá 
variar. A contabilidade precisa acompanhar essas mudanças, sejam elas para 
mais, sejam para menos. Então, o princípio do registro contábil pelo custo histórico 
estabelece que o registro deve ser feito em virtude das variações de custo 
histórico, que podem ser de custo corrente, valor realizável, valor presente, valor 
justo e atualização monetária. 
Veja o que estabelece a Lei n. 6.404/1976, em seu art. 183: 
No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios: 
[...] 
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do 
comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em 
fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou 
produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, 
quando este for inferior; 
[...]. 
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: 
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo 
qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; 
[...] (Brasil, 1976) 
Em consonância com a citada lei, encontramos o Pronunciamento Técnico 
CPC 16 (R1): estoques, em seu item 32: 
Os materiais e os outros bens de consumo mantidos para uso na 
produção de estoques ou na prestação de serviços não serão reduzidos 
abaixo do custo se for previsível que os produtos acabados em que eles 
devem ser incorporados ou os serviços em que serão utilizados sejam 
vendidos pelo custo ou acima do custo. Porém, quando a diminuição no 
preço dos produtos acabados ou no preço dos serviços prestados indicar 
que o custo de elaboração desses produtos ou serviços excederá seu 
valor realizável líquido, os materiais e os outros bens de consumo devem 
ser reduzidos ao valor realizável líquido. Em tais circunstâncias, o custo 
de reposição dos materiais pode ser a melhor medida disponível do seu 
valor realizável líquido. (CPC, 2009) 
O mesmo pronunciamento técnico, no item 9, assim estabelece, em relação 
aos produtos acabados e mercadorias: “Os estoques objeto deste 
Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor 
realizável líquido, dos dois o menor” (CPC, 2009). 
 
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3.4 Princípio da prudência 
Outro princípio relevante é o da prudência, que determina a adoção do 
menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre 
que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das 
mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido de uma empresa. Isso 
acontece pelofato de a contabilidade atual estar baseada em estimativas, em 
previsões, muitas vezes, necessitando atualizar seus registros de acordo com 
valores de mercado para deixar bens, direitos e obrigações em valores 
atualizados para o caso de, se alguém tiver intenção de comprar a empresa, ou a 
ela se associar, ou nela investir, esse alguém saber exatamente quanto ela vale 
ou quanto poderá render. 
O princípio da prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução 
no exercício dos julgamentos necessários às estimativas diante de certas 
condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam 
superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo 
maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos 
componentes patrimoniais. Por esse princípio, portanto, evita-se uma 
superavaliação de bens, direitos e receitas e uma subestimação de obrigações e 
despesas e se mostra valores contábeis mais próximos da realidade da empresa 
em dado momento. 
3.5 Princípio da uniformidade 
Pelo princípio da uniformidade, uma empresa deve escolher, adotar e 
manter um único critério para fazer seu registro contábil, não podendo mudá-lo, 
por exemplo, a cada período. Essa mudança de critério somente é cabível quando 
houver um fato relevante que a justifique. Isso ocorre para que tenhamos 
parâmetros semelhantes de comparação de um período com outro e, assim, 
possamos ter uma visão melhor para a tomada de decisão quanto ao 
comportamento da empresa. 
Existem outros princípios contábeis que são aplicados a registros gerais 
feitos pelas empresas, mas os aqui citados são essenciais para a contabilidade 
de custos. Não podemos, ainda, deixar de mencionar que não existe mais apenas 
uma norma legal que discrimine todos os princípios da contabilidade. Como regra, 
eles estão estabelecidos em vários pronunciamentos técnicos, em especial no 
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Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2): estrutura conceitual para relatório 
financeiro (CPC, 2019). 
Saiba mais 
Para saber mais sobre os princípios contábeis aplicáveis a custos, 
sugerimos que você assista ao vídeo disponível neste link: 
 (Princípios, 2020). 
TEMA 4 – ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
Para que seja feito um processo de custeamento, existe um esquema 
básico, extraído da obra de Martins (2018, p. 47), que é tratado em três passos. 
O primeiro passo é efetuar a segregação de custos e despesas. Faz-se 
extremamente necessário saber a diferença entre esses dois conceitos. E o mais 
interessante da contabilidade de custos é que não podemos afirmar que o que é 
custo para a empresa A será custo também para a empresa B – nesta, o que seria 
custo para a empresa A pode ser interpretado pela empresa B como despesa. 
Mas, não se preocupe, pois teremos uma aula específica para estudarmos essa 
diferença de conceitos! Então, nesse primeiro passo, além de feita a separação 
entre custos e despesas, estas, por sua vez, são classificadas em despesas 
administrativas, despesas com vendas e despesas financeiras. Novamente, nesse 
ponto precisamos salientar a importância da Demonstração do Resultado do 
Exercício, peça contábil que auxilia na visualização dessa separação, que irá 
influenciar no resultado da empresa. 
O segundo passo é efetuar a apropriação dos custos diretos pelos 
produtos. Os custos possuem uma classificação, com um desmembramento em 
custos diretos e indiretos. Um exemplo seria o caso da matéria-prima ou da mão 
de obra utilizadas para produzir dois produtos distintos. Quanto será utilizado de 
matéria-prima em cada produto? Quantas pessoas, ou horas de trabalho de uma 
mesma pessoa, serão necessários para produzir cada um dos produtos? Munido 
dessas informações, o gestor já tem uma noção do custo para produzir o produto 
1 e o produto 2. Caso ele queira, pode decidir produzir apenas um deles ou 
incentivar mais a produção de um em relação à do outro. Enfim, ele terá mais foco 
no resultado que obterá na fabricação de cada um de seus produtos e de sua 
conveniência. Pode avaliar se produz ou se compra pronto um produto apenas 
para revendê-lo, enfim, consegue ter muitas possibilidades de tomada de decisão. 
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E o terceiro passo é a alocação dos custos indiretos nos produtos. Um 
exemplo disso é o caso de uma indústria e sua linha de produção, cujos 
empregados trabalham em máquinas (custo direto) em um setor em que é 
necessária a atuação de um supervisor (custo indireto). Não temos como 
mensurar com precisão quanto tempo esse supervisor fica olhando e conferindo 
o serviço dos empregados A, B ou C. Contudo, ele faz esse serviço de vigilância. 
Há necessidade de fazer um rateio desse custo para termos um valor estimado 
de custo de mão de obra a ser aplicado aos três empregados. 
Figura 1 – Relações de custos e despesas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Martins, 2018, p. 47. 
 
Custos Custos 
Indiretos Indiretos Diretos 
Rateio 
Diretos 
Produto A 
Produto B 
Produto C 
Estoque 
Custo dos 
Produtos 
Vendidos 
Resultado 
Despesas 
Vendas 
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TEMA 5 – ESTRUTURA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
A área da contabilidade de custos tem a seguinte estrutura: 
a. Métodos de custeio do produto: 
• Custeio direto ou variável; 
• Custeio por absorção; 
• Custeio ABC; 
• Custeio RKW. 
b. Sistemas de mensuração do custo: 
• Custo real; 
• Custo padrão; 
• Custo orçado. 
c. Sistemas de acumulação de custos: 
• Por encomenda; 
• Por produção em série ou contínua; 
• Por operação; 
• Misto. 
De acordo com essa divisão estrutural da contabilidade de custos, 
seguiremos, de forma didática, nosso estudo da aplicação prática da contabilidade 
de custos. 
Saiba mais 
Caso prático: enumere os gastos necessários para abrir uma lavanderia. 
 
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REFERÊNCIAS 
00.AULA de contabilidade de custos, financeira e gerencial (contabilidade de 
custos). TecConcursos, 14 ago. 2020. Disponível em: 
. Acesso em: 17 mar. 2021. 
Garrison, Ray h.; Noreen, Eric W. Contabilidade gerencial. 9ª ed. Rio de Janeiro: 
LTC, 2001. 
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, 
Brasília, 17 dez. 2021. Disponível em: 
. Acesso em: 17 mar. 
2021. 
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 
00 (R2): estrutura conceitual para relatório financeiro. Brasília, 10 dez. 2019. 
Disponível em: 
. Acesso em: 
17 mar. 2021. 
_____. Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1): estoques. Brasília, 8 set. 2009. 
Disponível em: 
. 
Acesso em: 17 mar. 2021. 
GRIFFIN, M. P. Contabilidade e finanças. São Paulo: Saraiva, 2012. 
LEITÃO, C. R. S. Contabilidade gerencial para o exame de suficiência do CFC 
para bacharel em Ciências Contábeis. 1. ed. São Paulo: Edipro, 2012. 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: GEN; Atlas, 2018. 
MASON, R. Finanças para gestores não financeiros: aprenda em uma semana, 
lembre por toda vida. São Paulo: Saraiva, 2014. 
PRINCÍPIOS aplicados à contabilidade de custos. 1 Preparatório para 
Concursos Públicos, 18 jun. 2020. Disponível em: 
. Acesso em: 17 mar. 2021. 
SILVA, R. A. C. da. Controle gerencial dos custos. Curitiba: Juruá Editora, 2014. 
VICECONTI, P.; NEVES, S. das.Contabilidade de custos: um enfoque direto e 
objetivo. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2013. 
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