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RESUMO – AULA 2 – DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO BIOLOGIA BÁSICA ❖ Crescimento Celular: a multiplicação celular que é controlada pelo ciclo celular é responsável pela formação e reposição celular. O ciclo celular é divido em duas grandes fases a interfase (G1, S e G2) e a mitose (P, PM, M, A, T). Ao final da mitose, ocorre a cariocinese, que representa o fim da divisão celular, é a fase em que o núcleo é divido em dois. Por fim, ocorre a citocinese que é a divisão do citoplasma em duas células filhas. ❖ Diferenciação Celular: é o processo no qual as células vivas se "especializam", gerando uma diversidade celular capaz de realizar determinadas funções. Quanto maior o grau de diferenciação morfofuncional da célula, menor é a sua capacidade mitótica e maior a sua especialização, porque no processo de diferenciação a célula vai perdendo sua capacidade de multiplicação. . • Totipotentes: se diferenciam e formam células que podem formar qualquer tipo de órgão ou tecido (ex: células embrionárias); • Pluripotentes: se diferenciam apenas em células do mesmo folheto embrionário (ectoderma, mesoderma e endoderma); • Multipotentes: se diferenciam apenas em células de mesma origem histológica (ou seja, apenas tecido mesenquimal ou epitelial); • Unipotentes: se diferenciam apenas em células do mesmo tecido (mesmo órgão). Exemplos: trofoblasto é um exemplo de células totipotentes, diferente do neurônio que é uma célula mais especializada (possui núcleo, nucléolo e citoplasma) e por isso não se divide. ❖ Classificação das Células: são classificadas de acordo com seu grau de diferenciação e potencial mitótico, sendo um inversamente proporcional ao outro. 1. Células lábeis: compõe os tecidos que estão em constantes processos de renovação (mitose – reposição celular). As células tronco, que compõem a camada germinativa (ectoderma, mesoderma e endoderma) dos órgãos e tecidos, são as células que promovem essa taxa de renovação nos tecidos. Ao receberem um estímulo as células tronco seguem o processo de maturação e diferenciação para formar um órgão propriamente dito. Ex.: células epiteliais que compõem a pele; a mucosa (na camada íntima de órgãos tubulares) e as hemácias que se renovam a cada 120 dias. 2. Células estáveis ou quiescentes: durante o processo de diferenciação conservam sua capacidade de replicação (capacidade mitótica) mas permanecem em repouso (fase G0). Só entram em mitose se houver necessidade. Ex.: hepatócitos, fibras musculares lisas. 3. Células permanentes ou perenes: são células que se durante o processo de diferenciação celular se especializaram tanto morfologicamente e funcionalmente, que perderam sua capacidade mitótica, elas não estão presentes no ciclo celular. Uma vez perdidas por algum processo patológico, essas células acabam entrando em processo de morte celular, e não podem ser repostas. Ex: neurônios e fibras musculares estriadas (esquelética e cardíaca). OBS: existem alguns estudos que mostram que algumas células permanentes podem se diferenciar e retornar ao ciclo celular. Algumas até chegam a fase M do ciclo, porém não fazem citocinese (clivagem do citoplasma em duas células filhas), essa é uma teoria que explica porque as fibras musculares são multinucleadas. Outras células permanentes, dependendo do tamanho do estímulo de proliferação (sinalização para entrar em mitose) sofrem um processo de cisão citoplasmática, aumentando assim, a função do órgão. ❖ Vias de Sinalização: são elas que vão ativar receptores na superfície das membranas plasmáticas das células alvo (ligação ligante – receptor promoverá uma cascata de sinalização até o núcleo) e vão promover alterações nos genes responsáveis pela multiplicação e diferenciação celular. • Interação célula – célula; • Sinalização parácrina e autócrina; • Sinalização hormonal; • Sinalização neural. Normalmente, são os fatores de crescimento (ligantes) que irão ativar os receptores na superfície celular e essa ativação é que promove a proliferação celular (síntese de fatores de transcrição). OBS: apenas os genes ligados ao processo de diferenciação celular são alterados, os genes de manutenção celular, de modo geral, não são alterados quando na adaptação celular (distúrbios do crescimento e da diferenciação celular). ALTERAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO, CRESCIMENTO E DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR • Alterações do desenvolvimento = Congênitas; • Alterações do crescimento = Adquiridas (processos adaptativos); • Alterações da diferenciação celular = Congênitas e/ou adquiridas. ❖ ALTERAÇÕES CONGÊNITAS São as desordens adquiridas durante a gestação (no período embrionário ou fetal), durante o parto ou logo após o parto. As principais causas destas alterações são fatores genéticos (hereditário) e fatores externos (agentes biológicos, infecciosos, químicos ou físicos). Congênito ≠ Hereditário. Congênito pode ter natureza hereditária, mas não são a mesma coisa. As alterações congênitas de natureza hereditária são mais raras. As desordens/alterações congênitas são: agenesia, aplasia, hipoplasia, atresia, estenose congênita ou construção e fístulas. ➢ AGENESIA: ausência na iniciação do desenvolvimento, ou seja, ausência total de um órgão ou de parte dele. É letal quando o órgão afetado é único e essencial à vida. Ex: anencefalia, agnatia (ausência da mandíbula), mononefrose (um único rim), ciclopia (um único olho), amelia (ausência de um membro). ➢ APLASIA: ausência na formação, o desenvolvimento é iniciado, mas é interrompido precocemente, por isso existe apenas a presença de rudimento do órgão. Pode ser letal quando o órgão afetado é essencial à vida. Ex: microcefalia, aplasia cútis (ausência da derme e anexos cutâneos). ➢ HIPOPLASIA: é uma deficiência na formação (subdesenvolvimento), o órgão existe, mas tem capacidade reduzida ou pode ser não funcional. Ex: hipoplasia renal, cerebelar, ovariana, testicular, de esmalte dos dentes e micrognatia (mandíbula pequena) ➢ ATRESIA: ausência de perfuração/abertura, só ocorre em estruturas que deveriam apresentar luz/lúmen (órgão tubular ou orifício natural) mas não apresentam. Ex: atresia anal, esofágica, aqueduto de Sylvius (na hidrocefalia interna). ➢ ESTENOSE CONGÊNITA OU CONSTRIÇÃO: estenose = fechar em si mesmo, ou seja, é um estreitamento de um orifício natural ou de um órgão tubular, mas ainda há comunicação. É uma forma mais leve de atresia. Ex: constrição retal. ➢ FÍSTULAS: é uma comunicação anômala entre estruturas (que não deveria existir). Ex: reto- vaginal, reto-vesical, reto-uretral na atresia anal e tráqueo-esofágica na atresia esofágica. ❖ ALTERAÇÕES ADQUIRIDAS – ADAPTAÇÕES Distúrbios do crescimento que podem ser de ordem fisiológica ou patológica. As de ordem fisiológicas acontecem em determinadas situações que o indivíduo precisa apresentar para desempenhar determinada função. Os distúrbios do crescimento celular adquiridos são todos reversíveis, ou seja, se retirado o estímulo, a célula volta ao normal. Logo, a hipertrofia, hiperplasia, metaplasia e a atrofia são processos reversíveis. Os principais distúrbios do crescimento são: hiperplasia e hipertrofia (as duas formas pela qual o tecido pode crescer), os outros são: atrofia e metaplasia. ➢ HIPERPLASIA: é o aumento do volume e peso de um órgão por aumento da demanda funcional, devido a proliferação celular (aumento do número de células que o compõem). Pode ser fisiológica (de natureza hormonal ou compensatória) ou patológica. → HIPERPLASIA FISIOLÓGICA: • Origem hormonal: o aumento da capacidade funcional de um órgão ou tecido quando existir necessidade, de acordo com a demanda. O hormônio pode atuar como fator de crescimento e levar a transcrição de vários genes. Ex: a mulher durante a gestação (aumento do útero e dos seios a partir deestímulos hormonais). • Origem compensatória: ocorre geralmente após dano ou ressecção parcial de um órgão, pode ocorrer a partir de células remanescentes ou de células tronco. Existe um estímulo associado a liberação de fatores de crescimento que faz com que as células de determinado órgão ou tecido que tenha sofrido perda da funcionalidade por morte celular ou por retirada de uma parte, entram no ciclo celular e se proliferam, para repor a capacidade perdida. Exemplo de hiperplasia de origem compensatória: fígado se regenerando (uma vez perdida parte do órgão os hepatócitos são estimulados → proliferam e crescem). Outro exemplo, é o indivíduo com hipoplasia ou agenesia renal, o rim saudável sofrerá uma hiperplasia compensatória. (apesar de ter sido o órgão patológico que gerou o estímulo, ela é classificada como fisiológica pois está a aumentando demanda funcional do rim saudável). OBS: A hiperplasia renal com estímulo patológico de uma desordem, pode ser congênita ou adquirida. O indivíduo com IRC (desordem adquirida) pode acabar fazendo com que o rim contralateral (saudável) se torne mais funcional, tornando-se hiperplásico. Logo, para não ter confusão nesses casos, ao invés de citar hiperplasia fisiológica ou patológica, é só citar hiperplasia compensadora. → HIPERPLASIA PATOLÓGICA Ocorre a estimulação excessiva das células alvo, principalmente, através de fatores de crescimento* (moléculas proteicas/citocinas, hormônios e neurotransmissores). *Fatores de crescimento: substâncias produzidas por células do próprio tecido, responsáveis pela comunicação celular. Eles regulam importantes vias de sinalização das células. São moléculas biologicamente ativas, que controlam diretamente o ciclo celular, atuando na divisão, proliferação, migração, diferenciação celular e síntese de proteínas. Além disso, também exercem função em processos de crescimento celular, contribuindo para a manutenção dos tamanhos adequados das células durante a proliferação celular. Exemplos: • Hiperplasia do endométrio: por estímulo hormonal proveniente do aumento de estrogênio causado por uma tumoração ovariana funcional (ex: tumor de células granulosas → produção exacerbada de estradiol). Células alvo = do endométrio. • Hiperplasia nodular da tireoide = Bócio: por estímulo hormonal devido ao aumento do TSH. A patogênese reside na carência de iodo, que leva a diminuição da produção de T3 e T4 e um consequente aumento (feedback negativo) de TSH. Células alvo = da tireoide. • Hiperplasia inflamatória: por liberação de fatores de crescimento (ex: citocinas) no sítio do processo inflamatório onde está se iniciando o processo de reparo tecidual (síntese de colágeno e proliferação de fibroblastos). • Hiperplasia epitelial: por contaminação viral (ex: HPV) que promove a liberação de fatores de crescimento que levam a proliferação de condilomas (verrugas). ➢ HIPERTROFIA: é o aumento do tamanho e volume das células (não do número), com consequente aumento do órgão ou tecido proveniente da síntese de componentes estruturais da célula devido a um aumento da demanda funcional (suprimento sanguíneo e etc.). A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica. A hipertrofia de um órgão e de suas células é uma forma de adaptação frente a maior exigência de trabalho. Na hipertrofia não ocorre o desenvolvimento de novas células, e sim o aumento das já existentes. OBS: tecidos formados por células permanentes (músculos estriados e esqueléticos), ou seja, células que não tem capacidade mitótica devido ao seu grau de diferenciação, somente sofrerão HIPERTROFIA. Os demais órgãos que são compostos por células lábeis ou estáveis, sofrem hiperplasia e hipertrofia, em graus variados, sempre dependendo do tecido. Quando estimulados esses músculos podem sofrer cisão, mas nunca hiperplasia. O aumento do músculo devido a estimulação excessiva ocorre por hipertrofia. Se tratando de músculos, a potência mecânica deles é aumentada na hipertrofia. → HIPERTROFIA FISIOLÓGICA: pode ocorrer em alguns órgãos, por aumento das exigências feitas a eles em determinadas fases da vida, como por exemplo, da musculatura uterina durante a gravidez. Também pode ser causada por estímulo hormonal, como a hipertrofia do endométrio, durante a fase estrogênica do ciclo menstrual, as mamas na puberdade e na lactação. → HIPERTROFIA PATOLÓGICA: proveniente de alguma desordem. Como por exemplo: hipertrofia do miocárdio e da musculatura de órgãos ocos devido a uma obstrução (quando existe uma obstrução para que o conteúdo desses órgãos seja movimentado ocorre a hipertrofia, pois eles demandam mais força para fazer o conteúdo passar pela obstrução). → HIPERTROFIA PATOLÓGICA X COMPESATÓRIA • Cardiomiopatia hipertrófica (hipertrofia concêntrica do VE): é quando o VE precisa aumentar sua força de contratilidade devido a uma obstrução/barreira física que impeça o fluxo sanguíneo normal como por exemplo, devido a uma aterosclerose ou estenose aórtica, ou quando o músculo demanda mais força para vencer um gradiente de pressão, como na hipertensão arterial não tratada, por exemplo. Em todas essas situações, para aumentar sua contratilidade a fibra muscular vai aumentando de tamanho e se colocando de forma concêntrica, isso leva a uma diminuição na luz do VE, e por este motivo, mesmo com o coração estando mais potente ele se torna insuficiente, pois chegará um momento que ele não conseguirá manter um débito cardíaco adequado, pois não haverá espaço no VE para comportar o volume mínimo de ejeção. • Cardiomiopatia dilatada (hipertrofia longitudinal do VD): é quando o AD precisa aumentar de tamanho para comportar o volume de sangue que recebe das veias cavas + o volume recebido por regurgitação do VD, devido a um defeito na válvula tricúspide (insuficiência tricúspide), por exemplo. Outra situação é quando o defeito é na válvula pulmonar (insuficiência pulmonar), e o VD precisa aumentar de tamanho para comportar o volume recebido do AD e regurgitado da artéria pulmonar. Em ambos os casos a dilatação ocorrerá por hipertrofia, onde as fibras aumentarão longitudinalmente ao invés de concentricamente, pois, nestes casos, elas não precisam ter uma maior contratilidade, elas precisam se alongarem (ficarem mais delgadas) para comportar ambos os volumes e compensar o funcionamento cardíaco. • Obesidade hipertrófica: acontece pelo aumento dos constituintes celulares dos adipócitos (aumento da deposição de triglicerídeos dentro dos adipócitos), é a causa mais comum de obesidade, ela está mais relacionada com a má alimentação. Obesidade hiperplásica: ocorre pelo aumento do número de adipócitos, devido a distúrbios metabólicos (aumento exagerado de hormônios tróficos e do crescimento: somatotropina, isso está ligado a desordens patológicas). Por exemplo, uma pessoa com ovário policístico, tende a acarretar um ganho de peso. OBS: em alguns casos o individuo pode ter obesidade conjugada (hipertrófica e hiperplásica). ➢ ATROFIA: é a diminuição do tamanho/volume das células e dos órgãos (dependendo do número de células envolvidas) ou do corpo, por redução quantitativa dos componentes estruturais (organelas) celulares. Se o estímulo for crônico ou muito severo, pode haver diminuição do órgão ou tecido às custas da diminuição do número de células. É um processo reversível, exceto quando células permanentes tenham sido afetadas. Em geral há aumento da degradação das proteínas celulares. Diz-se atrofia quando a redução é acentuada. Pode ser fisiológica ou patológica. – Atrofia numérica ou quantitativa: diminuição do número de células. – Atrofia simples ou qualitativa: diminuição no tamanho das células pela redução dos componentes estruturais celulares. → ATROFIA PATOLÓGICA: • Desuso: atrofia muscular em membro imobilizado, fica evidente pois o membro contraleral sofrerá hipertrofia paracompensar a ausência de funcionalidade ou subfuncionalidade do membro imobilizado. A atividade é um estímulo trófico, a ausência desse estímulo leva a atrofia. • Desnervação: paralisia dos membros por trauma ou por poliomielite, por exemplo. • Redução do fluxo sanguíneo: isquemia por aterosclerose por exemplo, causando atrofia dos órgãos em que as artérias devem irrigar; • Desnutrição; • Compressão prolongada: levando a um déficit de suprimento sanguíneo, como de um garrote ou de uma tumoração, por exemplo. • Hormonal: a diminuição de estrógenos, por exemplo, leva a atrofia do endométrio (este é um evento que pode estar ligado a senilidade, pois mulheres na menopausa tem uma diminuição dos hormônios reprodutivos). → ATROFIA FISIOLÓGICA: • Desenvolvimento embrionário: regressão na embriogênese de estruturas embrionárias como somitos; atrofia da notocorda; do ducto tireoglosso; • Redução uterina no puerpério e da mama na pós lactação; • Senilidade: por redução do metabolismo e da proliferação celulares. OBS: Atrofia uterina é um exemplo fisiológico, mas em algumas condições pode ser patológica, em um indivíduo, por exemplo, que teve os ovários removidos, mesmo na idade reprodutiva, a carência dos hormônios tróficos pode acabar levando a uma atrofia uterina só que de ordem patológica. ➢ METAPLASIA: é uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal), é substituído por outro tipo celular de mesma linhagem. Ex.: uma célula epitelial que tem o estímulo para sofrer metaplasia, ela nunca será uma célula mesenquimal, ela irá se transformar numa célula colunar epitelial ou colunar ciliada, dependendo do estímulo. A célula continuará com a mesma origem histogenética, mas mudará o seu fenótipo. O fenótipo na metaplasia muda para mudar a função. E isso acontece devido a uma readaptação das células tronco que estão na camada germinativa que compõe aquele tecido. O tipo mais comum de metaplasia é a de epitélio colunar para epitélio escamoso (ocorre com frequência no trato respiratório em resposta a irritantes crônicos). A cronicidade constitui uma causa comum, um estímulo comum para que ocorra metaplasia, onde o tecido está constantemente exposto a agentes agressores que causam danos e morte celular, logo, a célula precisa se tornar mais resistente e para isso ela precisa mudar o seu tipo de diferenciação de um fenótipo menos resistente para outro mais resistente. Os estímulos que desencadeiam metaplasia, se persistentes, podem iniciar transformação maligna no epitélio metaplásico. Se a célula epitelial não tiver estímulos necessários para que ocorra sua diferenciação, seja em um epitélio colunar, caliciforme ou ciliado, pela ordem natural da sua diferenciação já programada, a célula epitelial e se transforma num epitélio escamoso e estratificado. A carência de vitamina A gera uma ausência de diferenciação dos epitélios, pois a VA é um cofator enzimático para que ocorra a diferenciação dos epitélios. Exemplos: • Xeroftalmia: ocorre metaplasia escamosa na córnea – substituição do epitélio cúbico simples em monocamada por epitélio estratificado escamoso queratinizado devido a deficiência de vitamina A, que causa dificuldade de enxergar pela formação de estruturas opacas na córneas (pontos de bitot – área queratinizada) que leva a não produção de lágrimas. • Metaplasia escamosa do epitélio renal: a ausência de vitamina A interfere diretamente na diferenciação do epitélio dos túbulos urinários que são colunar alto e ciliado, e passam a ser de transição escamoso, levando ao indivíduo apresentar um certo grau de insuficiência renal. OBS: a deficiência de vitamina é o único caso de metaplasia onde não existe um estímulo agressor propriamente dito. • Metaplasia escamosa da mucosa brônquica: causada por irritação crônica de um agente agressor (a fumaça do cigarro por exemplo, possui partículas muito agressivas para o epitélio respiratório). Neste caso, ocorre a substituição do epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado da mucosa brônquica por epitélio estratificado escamoso; O fumante crônico sofrerá uma metaplasia escamosa do epitélio respiratório, com isso todas as impurezas inspiradas por ele vão parar nos alvéolos, e isso será um estímulo maior para produção de muco, pois ele perdeu a barreira mucociliar do epitélio respiratório devido a metaplasia, desta forma, o conteúdo que ficou preso no interior dos bronquíolos terminais e alvéolos não será expectorado, logo, este individuo sofrerá o estímulo da tosse. Por isso, a tosse de um tabagista crônico é extremamente secretora. • Metaplasia escamosa do epitélio traqueal: ocorre a substituição do epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado por epitélio plano estratificado não corneificado devido a um estímulo inflamatório; • Esôfago de barret: é a substituição do epitélio escamoso esofágico por epitélio glandular de tipo intestinal. Ocorre metaplasia na mucosa do esôfago devido ao refluxo crônico gástrico-esofágico (substituição do epitélio estratificado e pouco queratinizado por epitélio cúbito alto caliciforme na mucosa final do esôfago, esse novo epitélio é produtor de muco e essa é uma forma de adaptação feita para receber o suco gástrico (do refluxo), pois esta parte do esôfago não é preparada para receber essa acidez);