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1 O que desejava este gestor? Conhecer a realidade do sistema educacional ou da instituição que dirigia, para realizar as alterações necessárias ao aperfeiçoamento da ação dos profissionais da educação. Devemos lembrar a influência de outros países, pois através de seus estudos e experiência foi possível ter um referencial teórico que respaldasse os projetos implementados. Precisamos ressaltar a contribuição dos organismos internacionais como o Banco Mundial – BM -, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO -, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – OCDE - que incentivaram a realização dos levantamentos iniciais realizados no Brasil, não só financiando como prestando assistência técnica aos sistemas estaduais ou municipais. Bonamino (2002, p. 21) em seu livro, lembra que “para reconstruir a lógica intrínseca ao campo da avaliação e ao SAEB, foi preciso levar em conta o legado de aspectos teóricos e políticos produzidos em países centrais que, durante a década de 1960 e 1970, implementaram pesquisas educacionais de levantamento”. No seu texto, ela ressalta que nesses países os levantamentos foram realizados no contexto de ampliação pelo acesso à escola e da preocupação com as desigualdades sociais decorrentes de um processo de valorização da escola. No Brasil, durante a gestão (1952 a 1964) do professor Anísio Teixeira no Inep (na época denominado de Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos) através da criação do Centro Brasileiro de Pesquisa Educacional (CBPE) e dos centros regionais em 5 cidades: São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Foram realizadas várias pesquisas que enfatizavam os aspectos socioeconômicos e culturais locais e o funcionamento dos sistemas de ensino. Após o início do Governo Militar (1964) os centros foram paulatinamente desativados e as pesquisas sobre as problemáticas ligadas à educação passaram a ser o resultado dos 2 trabalhos acadêmicos dos alunos e professores, gerados nos cursos de mestrado e doutorado, em universidades públicas ou privadas, estrangeiras ou brasileiras. Bonamino (2002, p. 57) ainda esclarece que o MEC realizou algumas pesquisas de avaliação em parceria com as universidades e as fundações e destaca a sistemática adotada no Nordeste com o EDURURAL que era o Programa de Expansão e Melhoria do Ensino no Meio Rural do Nordeste Brasileiro desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Ceará. Ela valoriza o programa por ter como característica o fator continuidade e por ter considerado alguns aspectos que condicionam o trabalho do professor na escola e interferem na aprendizagem como o ensino multisseriado e as condições familiares dos alunos. Durante a implementação do EDURURAL, nos anos 1981, 1983 e 1985 foram aplicadas provas de Português e Matemática a alunos da 2ª e 4ª séries do ensino fundamental de 603 escolas rurais. Ela diz que: “pode ser considerada como um intento de avaliação conjunta de fatores intra e extraescolares, já que não só levou em conta o peso do ensino multisseriado, das condições das escolas, do perfil dos professores e dos treinamentos, mas também a incidência das condições familiares na aprendizagem escolar de conceitos básicos”. (Bonamino, p. 57)
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