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Página 1 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br Aula 6 MÉTODO DE EXECUÇÃO E ELABORAÇÃO DE UM LAYOUT Página 2 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br ÍNDICE 1. METÓDOS UTILIZADOS PARA EXECUÇÃO DO LAYOUT.......................................................... 3 2. ELABORAÇÃO DO LAYOUT..................................................................................................... 4 3. VIABILIDADE DE UM NOVO LAYOUT..................................................................................... 5 3.1 Análise dos dados............................................................................................................. 4 Página 3 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br 1. MÉTODOS UTILIZADOS PARA EXECUÇÃO DO LAYOUT Na execução do layout é comum o uso de três métodos: 1 – Através de desenhos convencionais. Na disposição de equipamentos de produção contínua grandes máquinas, onde cada uma ocupa a área total do edifício, o layout é analisado diretamente na prancheta do projetista, pois existem muito detalhes dimensionais que de outra forma, não é possível definir. Neste caso, um fluxograma de produção detalhado será necessário, facilitando a disposição final do arranjo. Utilizado para definição das linhas gerais, no projeto de uma nova fábrica. 2 – Através de modelos bidimensionais (vista de planta) das áreas de produção, das máquinas e dos produtos. Utilizado para análise da disposição de equipamentos leves, em grande quantidade, não ocupando uma área definitiva, podendo ser movimentados como desejarmos. Os modelos bidimensionais, apesar de não representarem o espaço vertical, são práticos e efetivos. Corta-se em cartolina os modelos de tamanhos proporcionais às áreas ocupadas pelos fatores de produção e sobre uma planta, desenhada na mesma proporção dos modelos, tenta-se arrumar os modelos até se conseguir um layout satisfatório. O bom senso e a prática são de grande valia para quem vai desenvolver o arranjo. Especial atenção às passagens e áreas de estoque, em sua grande maioria, as fábricas possuem tipos de passagens principais e departamentais. As principais são utilizadas para o movimento entre seções e para dentro ou para fora da fábrica. As departamentais são utilizadas para o movimento de homens e materiais dentro de uma seção. De início devemos localizar as passagens principais. Estas devem iniciar numa entrada externa e ser o mais linear possível. Curvas não são aconselháveis e a largura deve ser suficiente para permitir o movimento de veículos industriais. Página 4 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br VEÍCULOS VEÍCULOS VEÍCULOS PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS C O R R ED O R LA TER A L ENTRADA SAÍDA Na escolha do caminho a ser seguido pelo produto, devemos lembrar que o fluxo deve ser o mais linear possível. Os tipos mais usados de fluxo são indicados abaixo: 1 2 3 4 LINHA RETA Aplicável quando o processo é simples. Sempre que possível, utilizar este tipo. 1 2 3 4 5 6 7 8 ZIG-ZAG Aplicável quando a linha de produção é maior que a permitida pela área física da fábrica. Página 5 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br Observe que todos satisfazem o principio de linearidade, pois todos seguem uma linha em uma mesma direção, para frente sem retorno. Podemos fazer uma combinação e geralmente se faz dos tipos acima. Como exemplo, damos três formas também usuais: 1 8 7 2 3 6 5 4 Forma de U Aplicável quando se deseja que o produto final termine em local vizinho à entrada. 1 2 3 6 5 4 Aplicável quando se deseja retornar um produto ao lugar de origem. CIRCULAR Matéria Prima Linha de Produção 1 Linha de Produção 2 Linha de Produção 3 Linha de Produção 4 Li n h a d e M o n ta ge m Página 6 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br Estes princípios são igualmente aplicáveis no layout de um escritório ou em qualquer local onde haja movimento de alguma coisa. O layout é no fundo, um estudo de movimentação. 3 – Através de modelos tridimensionais (maquete) Este é o mais efetivo, pois representa o layout em três dimensões, como uma maquete, porém acarreta muita despesa para a aquisição dos modelos tridimensionais de máquinas, produtos e homens. É uma sofisticação. Não é aconselhável, pois demanda muito tempo e dinheiro. Matéria Prima Produto Acabado M o n ta ge m P ri n ci p al M o n ta ge m S ec u n d ár ia M o n tagem Secu n d ária Página 7 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br 2. ELABORAÇÃO DO LAYOUT Até este ponto apenas apresentamos definições, objetivos, classificação, vantagens, desvantagem e o que é necessário conhecer e possuir, a fim de motiva-los a aplicar as regras básicas de um bom layout. A partir de agora, verificaremos como elaborar um arranjo físico. Um bom layout deve basear-se em seis regras básicas: a) Integração – homens, materiais e máquinas devem estar bem integrados. A fábrica deve operar como uma unidade, uma macro- máquina, com todas as suas engrenagens entrosadas. b) Mínima Distância – outros fatores sendo iguais, o layout melhor é aquele em que o produto movimenta-se o menos possível. Deve-se manter apenas os movimentos indispensáveis e reduzir ao mínimo a distância entre operações subsequentes. c) Fluxo – as áreas de trabalho devem ser arranjadas de forma a permitir um fluxo constante de material, sem os inconvenientes de prolongadas esperas ou mesmo estocagens. Os cruzamentos e retornos de materiais devem ser evitados. Sendo todos os outros fatores iguais, o melhor layout é aquele em que o fluxo é o mais racional. d) Uso do Espaço Cúbico – devem ser utilizadas as três dimensões – horizontal, vertical e longitudinal. A utilização do sub-solo ou do espaço superior é de grande valia no transporte através de uma seção, evitando cruzamentos. A superfície de estocagem é reduzida quando se utiliza efetivamente a dimensão vertical. Sendo todos os fatores iguais, o melhor layout é aquele que mais satisfaz a este princípio. e) Satisfação e Segurança – nenhum layout deve negligenciar a razão primeira da produção – o homem. O trabalhador satisfeito produz mais e melhor. Os acidentes de trabalho devem ser evitados e as condições do ambiente melhoradas. Assim, não devemos expor o trabalhador a altas temperaturas, ruído, chuva, pouca ou excessiva ventilação, etc. O ambiente de trabalho deve poder se manter limpo e arrumado. A iluminação deve ser suficiente, permitindo uma visão do trabalho, sem esforço. O uso de cores apropriadas reduz a fadiga ocular e evita acidentes. Na parte da segurança devemos atentar contra: - dimensões inadequadas de corredores, escadas, rampas e saídas; - equipamentos de transporte inadequados;Página 8 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br - pisos escorregadios ou sobrecarregados; - pessoal colocado junto de partes móveis, que oferecem perigo; - extintores e pronto-socorro de difícil acesso. Sendo todos os outros fatores iguais, o melhor layout é aquele que propicia maior satisfação e segurança. f) Flexibilidade – o arranjo deve ser flexível a futuras modificações que sejam necessárias em virtude de variações no processo de produção e na demanda, à aquisição de novas máquinas e futuras expansões. Sendo todos os outros fatores iguais, o melhor layout é aquele mais flexível. Estamos prontos agora para iniciar a elaboração de um layout e nada melhor que um exemplo prático para ser analisado seguindo as etapas a seguir: 1) Determinação dos Objetivos Os objetivos estão definidos a priori: - Necessidade de liberação da área - Construção de um edifício para abrigar o novo layout. Como há necessidade da construção de um novo edifício, vale a pena analisar o layout a fundo, evitando gastos supérfluos e definindo corretamente a área necessária. 2) Levantamento de Dados 1° Passo – Croqui da área sem escala O primeiro passo a ser dado é o levantamento de um croqui da área e dimensões das máquinas existentes, sem escala. O analista de posse de uma prancheta levanta um croqui sem escala da área e máquinas, no local, com a vista de planta das mesmas, suas dimensões e tipos como visualizado no local. 2° Passo – Análise do Fluxo de Produção No próprio croqui do layout são traçados os fluxos de produção das peças. Para que isso seja possível, é necessário levantar a rotina de trabalho de processo. Página 9 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br 3° Passo – Domínio total de todos os detalhes. Neste ponto, o analista deve dominar completamente tudo o que diz respeito ao funcionamento deste setor, com relação a: MATERIAL Devem ser considerados todos os materiais que são processados e manipulados no setor: matéria prima, material em processo, produto final, embalagem, etc. Estudam-se dimensões, pesos, quantidades, características físicas, químicas. O processo de produção deve ser detalhado: tipos, sequencia e tempo padrões das operações. MÁQUINAS Levam-se em conta todos os equipamentos utilizados na produção, manutenção, em medidas e controle e no transporte. Listam-se informações sobre: - Identificação do equipamento: nome, tipo e acessórios. -Dimensão e peso; -Áreas necessárias para operação e manutenção -Operadores necessários -Suprimento de energia elétrica, água, gás, ar comprimido, vapor, lubrificantes, etc. -Possibilidade de desmontagem das máquinas; -Periculosidade, ruído, calor, etc. Características operacionais: tipos de operação e velocidade; -Ocupação prevista para máquina. PESSOAL Devem-se obter todas as informações referentes a: -Condições de trabalho – descreve-se o ambiente de trabalho, tendo em vista principalmente os fatores de segurança e bem estar. -Pessoal necessário – qualificação, quantidade e sexo. Página 10 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br MOVIMENTAÇÃO Este é um dos principais fatores na elaboração do layout. Anotam-se: -Percurso seguido pelo material, máquinas e pessoal, com as distâncias especificadas. -Tipos de transporte usados. -Manuseio (frequência, razão, esforço físico necessário, tempo utilizado). -Espaço existente para movimentação: vãos, espaços no ar, no subsolo, ao longo das paredes ou dos tetos. ARMAZENAMENTO Considera-se o armazenamento de todos os materiais, inclusive aqueles em processo (esperas intermediárias existentes antes de uma dada operação), nos seguintes aspectos: a) Localização – que depende do fluxo e do material b) Dimensões c) Método de armazenagem d) Arrumação e) Tempo de espera f) Cuidados especiais – como segurança g) Utilização, para armazenamento, de dimensões adequadas ao produto. SERVIÇOS AUXILIARES - Pessoal – vestuários, restaurantes, lavatórios e pronto-socorro -Material e equipamento – inspeções, manutenção, limpeza, etc. EDÍFICIO Estudam-se: Área, compartimentos, estruturas, tetos, acessos, rampas, escadas, elevadores e outras características do edifício. Página 11 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br 3. VIABILIDADE DE UM NOVO LAYOUT Uma mudança no layout implica em uma parada no processo de produção? Quais seriam as consequências? Existe facilidade de transportar máquinas de um lugar para o outro? Quanto tempo seria tomado para uma mudança? Quantos homens seriam necessários? Existem facilidades na aquisição de equipamentos especificados no planejamento do layout? 3.1 Análise dos dados Torna-se imprescindível a análise de dados sobre os diversos fatores que influem na elaboração do layout. Podemos dividir esses dados em dois aspectos: dados para o dimensionamento e dados para o arranjo. O primeiro nos informará quais deverão ser os espaçamentos físicos necessários. São, portanto, dados sobre a área ocupada pelos diversos elementos e sobre a área disponível. O segundo são dados referentes ao fluxo de materiais, homens e equipamentos, quantidades e variedade a se produzir, etc. que indicarão qual deverá ser a locação mais efetiva dos diversos setores. A área ocupada por um elemento não é somente aquela que fisicamente ocupa. As máquinas requerem operadores e materiais e a área efetivamente ocupada é aquela utilizada pela máquina, operadores e materiais. Na parte relativa a produto é interessante termos uma ideia de qual deverá ser a demanda para cada material, peça, subproduto e produto. Quanto a movimentação devemos ter em mente quatro princípios: 1° Princípio – Evitar ou reduzir o manuseio 2° Princípio – Manter em movimento 3° Princípio – Mecanizar sempre que possível 4° Princípio – Utilizar os recursos disponíveis Para satisfazer o 1° princípio é importante estudar o melhor meio de se movimentar o material, quer manualmente, quer por caminhos ou correias. Para atingir o 2° princípio devemos: a) Evitar paradas através de um balanceamento, isto significa postos de trabalho com tempos iguais para cada um. b) Operar em movimento. As operações são realizadas enquanto o produto move-se. Essa técnica é muito usada nas linhas de montagem. O 3° princípio requer investimento. Necessário o cálculo de uma viabilidade econômica. Página 12 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br O 4° princípio refere-se à utilização da força de gravidade para movimentação dos produtos (quando há diferença de nível entre duas seções) Relativamente ao armazenamento é importante o estudo das esperas. A espera é causada principalmente pela existência de setores não balanceados. Analisemos os dados levantados relativos aos pontos citados anteriormente: Relativo à Material Com a rotina de trabalho, temos todos os dados necessários relativos ao material em processo. O analista deve ele mesmo compilar a rotina de trabalho no próprio setor, entrando em contato direto com as operações, conhecendo dessa forma toda a peculiaridade de cada fase do processo, suas dificuldades e facilidades. É conveniente, através dos tempos e padrões, saber a quantidade de produção de cada operação, possibilitando se for o caso, um balanceamento da linha. Relativo a Maquinas O croqui levantado da área, das máquinas e sua identificação, deve nos dar uma ideia precisa da necessidade da área, operadores, suprimento de utilidades, dimensões e peso, possibilidade de desmontagem, periculosidade, ruído,calor, tipos de operações e velocidade. Relativo à Pessoal Relaciona-se o pessoal existente e há possibilidade através dos tempos padrões e do programa de produção calcular a carga de mão de obra necessária ao setor e quando da instalação do novo layout utilizar a quantidade de pessoas determinada pela carga de mão de obra. A qualificação e sexo do pessoal é importante. Relativo à Movimentação Analisando-se o fluxo das peças no croqui, a ideia da movimentação fica bem clara e podemos notar no nosso exemplo, que as peças são transportadas manualmente, em caixas em todo o seu trajeto. Em cada máquina existe uma prateleira para colocação das caixas para peças antes e após cada operação. Relativo a Armazenamento No armazenamento, verificar que existia um padrão de prateleiras e caixas para estoques iniciais e intermediários. Não utilizar dimensões diferentes, pois isto acarreta desorganização da área e consequentemente aumento de custo. Página 13 Professor: Leandro Lemos e Lemos e-mail: leandro.lemos@newtonpaiva.edu.br Relativo a Edifício No caso da edificação, será definido após a elaboração do layout. Relativo a Viabilidade do Novo Layout As implicações relativas a paradas no processo de produção devido a mudança, quais seriam as consequências, facilidade de transporte de máquinas, quanto tempo levaria a mudança, quantas e quais pessoas serão necessárias, há necessidade de equipamentos especiais para a mudança? Todas as respostas a essas perguntas nesta fase, já deverão estar respondidas por vocês. Com todos esses detalhes em mãos, estamos prontos a trabalhar no desenvolvimento do layout.
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