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DIREITO PENA: INTRODUÇÃO 
Prof.Esp.: Raphael Perdigão Costa Araújo
CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Crimes monossubjetivos e crimes plurissubjetivos:
Denominam-se monossubjetivos ou unissubjetivos os crimes cuja conduta núcleo pode ser praticada por uma única pessoa, a exemplo do que ocorre com o homicídio, furto, lesão corporal etc. São também reconhecidos como crimes de concurso eventual.
Plurissubjetivos, ao contrário, são aqueles nos quais o tipo penal exige a presença de duas ou mais pessoas, sem as quais o crime não se configura, como é o caso da associação criminosa, da rixa etc. São também reconhecidos como crimes de concurso necessário.
Crimes acidentalmente coletivos (ou eventualmente plurissubjetivos): podem ser praticados por uma só pessoa, mas, quando praticados em pluralidade de agentes, geram uma modalidade mais grave do delito (qualificadora ou causa de aumento, ex: roubo majorado). 
CONCEITO  Fala-se em concurso de pessoas, portanto, quando duas ou mais pessoas concorrem para a prática de uma mesma infração penal. Essa colaboração recíproca pode ocorrer tanto nos casos em que são vários os autores quanto naqueles onde existam autores e partícipes.
PARA NOSSO ESTUDO, VAI INTERESSAR O TIPO DE CONCURSO EVENTUAL
CONCURSO DE PESSOAS
COAUTORIA:
A coautoria é autoria; sua particularidade consiste em que o domínio do fato unitário é comum a várias pessoas
Se autor é aquele que possui o domínio do fato, é o senhor de suas decisões, coautores serão aqueles que têm o domínio funcional dos fatos, ou seja, dentro do conceito de divisão de tarefas, serão coautores todos os que tiverem uma participação importante e necessária ao cometimento da infração, não se exigindo que todos sejam executores, isto é, que todos pratiquem a conduta descrita no núcleo do tipo.
Coautoria se baseia no princípio da divisão de trabalho.
Essa divisão de trabalho reforça a ideia de domínio funcional do fato. Isso porque cada agente terá o domínio no que diz respeito à função que lhe fora confiada pelo grupo. Com relação a essa função, que deverá ter importância na realização da infração penal, o agente é o senhor de suas decisões, e a parte que lhe toca terá importância no todo.
Em última palavra, podemos falar em coautoria quando houver a reunião de vários autores, cada qual com o domínio das funções que lhe foram atribuídas para a consecução final do fato, de acordo com o critério de divisão de tarefas.
CONCURSO DE PESSOAS
PARTICIPAÇÃO:
Consiste em atribuir na conduta criminosa do autor ou coautores, praticando atos que não se amoldam diretamente à figura típica e que não tenham o domínio final do fato. Assim, o partícipe não realiza diretamente a figura típica, mas concorre induzindo, instigando ou auxiliando o autor. 
A participação pode ser de dois tipos: 
MORAL  INSTIGANDO OU INDUZINDO
MATERIAL  AUXILIANDO MATERIAMENTE
O Código Penal adota a TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA OU MÉDIA, pela qual o partícipe será punido se o autor praticar um fato típico e ilícito, independentemente da culpa e punibilidade do agente. 
Ex.: Rogério induz Luciana a matar Alan em legítima defesa. Nesse caso, Rogério não será punido, pois Luciana agiu em legítima defesa (sua conduta é típica, porém lícita). 
Ex.: Daniel (maior) empresta arma de fogo para Rodrigo (menor que conta com 16 anos) roubar um ônibus. Nesse caso, Daniel será partícipe do ato infracional praticado por Rodrigo, podendo ser punido, em razão da Teoria da Acessoriedade Limitada – a qual exige que o fato seja típico e ilícito (ainda que não culpável, em razão da inimputabilidade de Rodrigo). 
Outras teorias da acessoriedade: 
Teoria da Acessoriedade Mínima - A punição do partícipe depende apenas de fato típico praticado por autor principal. Então, a conduta principal deve ser típica. 
Teoria da Acessoriedade Máxima - Para se punir o partícipe, a conduta principal deve ser típica, ilícita e culpável. 
Teoria da Hiperacessoriedade - Para se punir o partícipe, a conduta principal deve ser típica, ilícita, culpável e punível. 
CONCURSO DE PESSOAS
PARTICIPAÇÃO:
Participação em cadeia 
Ocorre quando alguém induz outrem a induzir, instigar ou auxiliar terceira pessoa a praticar um crime. Exemplo: “A” convence “B” a convencer “C” a matar “D”. Nesse ínterim, “A” e “B” participação em cadeia; “C” é o autor imediato do crime. 
Participação sucessiva 
O mesmo agente é instigado, induzido ou auxiliado por duas ou mais pessoas, sem que estas conheçam a participação uma da outra. Exemplo: “A” induzido por “B” (sem o conhecimento de C) e “C” (sem conhecimento de B) a matar “D”. 
CONCURSO DE PESSOAS
TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS PARA DEFINIR AUTORES E PARTÍCIPES:
Teoria subjetiva ou unitária: Não existe distinção entre autor e partícipe (conceito amplo). Para essa teoria não existe partícipe, se concorreu para o crime então é autor 
Teoria objetiva ou restritiva: Estabelece distinção entre autor e partícipe (conceito restrito)
Teoria objetiva formal:
Autor: realiza o núcleo do tipo
Partícipe: concorre sem realizar o núcleo do tipo, contribuindo de forma acessória
Teoria objetiva material:
Autor: contribui de forma mais efetiva para a ocorrência do resultado (sem necessariamente praticar o núcleo do tipo)
Partícipe: concorre de forma menos relevante
Teoria do domínio do fato (objetivo-subjetivo): autor é quem controla finalisticamente o fato (PODER DE DECISÃO sobre a realização do tipo); partícipe colabora, mas não exerce domínio sobre a ação (amplia o conceito de autor). Tal teoria é importante em casos de divisões de tarefas.
Quando nos referimos ao domínio do fato, não estamos querendo dizer que o agente deve ter o poder de evitar a prática da infração penal a qualquer custo, mas, sim, que, com relação à parte do plano criminoso que lhe foi atribuída, sobre esta deverá ter o domínio funcional. O domínio será, portanto, sobre as funções que lhe foram confiadas e que têm uma importância fundamental no cometimento da infração penal.
A teoria do domínio do fato tem aplicação nos delitos dolosos, não sendo cabível, contudo, quando a infração penal tiver a natureza culposa
Qual teoria foi acolhida pelo Código Penal? De acordo com a maioria da doutrina, o CP adotou a teoria objetivo formal (teoria que é mais restritiva). Assim, Autor é quem executa o núcleo do tipo. Todos os demais que concorrem para o crime sem executá-los são partícipes
RESUMINHO autoria:
a) Teoria subjetiva ou unitária: NÃO impõe distinção entre autor e partícipe
b) Teoria restritiva ou objetiva ou dualista: clara distinção
Objetivo-formal (regra): autor realiza ação nuclear típica; partícipe concorre
Objetivo-material: autor contribui objetivamente de forma mais efetiva; partícipe é concorrente menos relevante
c) Teoria do domínio do fato (objetivo-subjetivo) - Hans Welzel: autor é quem controla finalisticamente o fato; partícipe colabora, mas não exerce domínio sobre a ação (amplia o conceito de autor)
CONCURSO DE PESSOAS
TIPOS DE AUTORIA:
Autoria imediata: O próprio agente executa o fato, ou seja, realiza pessoalmente os elementos do tipo penal, sem a necessidade de se servir de outra pessoa para a execução. Ocorre ainda quando o agente utiliza um animal ou instrumento na realização do crime. 
Autoria mediata: É aquele que utiliza uma pessoa, que atua sem dolo ou de forma não culpável, como instrumento para a execução do fato. 
✓ O autor mediato domina a vontade alheia para cometer o delito. 
✓ Só cabe em crimes dolosos! A autoria mediata é incompatível com crimes culposos! 
✓ Hipóteses de autoria mediata: 
Inimputabilidade do executor; 
Coação moral irresistível; 
Obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal; 
Erro de tipo provocado por terceiro;
Autor imediato como mero instrumento/objeto de autor mediato, não havendo conduta. 
✓ Na autoria mediata, NÃO há concurso de pessoas, pois falta o vínculo subjetivo. O autor imediatoé um mero instrumento. 
✓ ATENÇÃO: NA AUTORIA MEDIATA, QUEM RESPONDE É O AUTOR MEDIATO E NÃO O AUTOR IMEDIATO.
CONCURSO DE PESSOAS
EXEMPLOS DE AUTORIA MEDIATA:
Como exemplo de erro determinado por terceiro poderíamos citar o caso da enfermeira que aplica em um paciente, a pedido do médico, injeção contendo veneno letal, sem saber o seu conteúdo. O médico, que havia preparado a injeção e determinado que fosse aplicada no paciente, porque queria a sua morte, é autor mediato do crime de homicídio. A enfermeira que executou a ação não agiu com dolo ou culpa, respondendo pelo crime, portanto, tão somente o terceiro que determinou o erro.
Se um pai, sabendo que seu filho poderá ser morto porque tem contra ele uma arma apontada para sua cabeça, é coagido a subtrair determinados valores de uma agência bancária, somente será responsabilizado pelo furto (ou pelo roubo, se houver violência ou grave ameaça) o autor da coação, que será reconhecido como autor mediato. 
Da mesma forma, se um delegado de polícia determina a um detetive, seu subordinado, que efetue a prisão de alguém, dizendo-lhe já estar de posse de um mandado, quando, na verdade, a ordem não tinha sido expedida, e, caso o detetive, cumprindo a determinação de seu superior hierárquico, que aparentava ser legal, levar a efeito a prisão, somente o autor da ordem é que será responsabilizado criminalmente pela privação da liberdade daquela pessoa, sendo, portanto, seu autor mediato.
Existe a possibilidade, ainda, de o agente se valer de inimputáveis (doentes mentais ou menores) para o cometimento de infrações penais. Se, por exemplo, o agente, entregando uma arma a um doente mental, faz com que este atire em direção à vítima, causando-lhe a morte, será responsabilizado a título de autor mediato.
Como exemplos de utilização de instrumento cujo comportamento não pode ser atribuído a título de dolo ou culpa, podemos mencionar os casos em que o agente empurra terceira pessoa, a fim de que esta caia sobre a vítima, produzindo-lhe lesões corporais. Como se percebe, aquele que é empurrado não atua dolosa ou culposamente, sendo que a responsabilidade será atribuída ao “homem de trás”, ao autor mediato. Tal raciocínio também é aplicável nos casos de hipnose, em que o hipnotizado cumpre as ordens que lhe foram determinadas, em decorrência do seu estado de inconsciência.
CONCURSO DE PESSOAS
TIPOS DE AUTORIA:
Autoria colateral ou paralela ou IMPRÓPRIA: Ocorre na hipótese em que duas ou mais pessoas, desconhecendo a intenção da outra, praticam determinada conduta visando ao mesmo resultado. 
✓ NÃO há um concurso de pessoa pela ausência do vínculo subjetivo. 
✓ Cada um responde por sua conduta: CRIMES AUTÔNOMOS. 
Autoria incerta - Surge no campo da autoria colateral, quando não se sabe qual dos autores causou o resultado. Ex: A e B, um desconhecendo a conduta do outro, atiram ao mesmo tempo em C para matá-lo, vindo este a óbito e não sendo possível identificar qual foi o disparo fatal. Há aplicação do in dubio pro reo: ambos respondem por tentativa. 
Obs.: Ainda no bojo da autoria incerta, caso um dos agentes pratique crime impossível, ambos devem se beneficiar pela atipicidade da conduta! Ex.: Diego, casado com Ana, é amante de Vitória há anos. Ambas decidem matá-lo colocando veneno em sua comida. Elas agem sem saber uma da outra e, consequentemente, sem liame subjetivo. Diego vem a óbito o laudo conclui pela existência de duas substâncias em seu organismo: talco e veneno de rato. Ocorre que não é possível saber quem ministrou talco (cuja aplicação ensejaria crime impossível por absoluta impropriedade do objetivo, conduzindo, assim, à atipicidade do delito). Por esse motivo, tanto Ana quanto Vitória devem ser beneficiadas pelo crime impossível, em razão da aplicação do in dubio pro reo. 
Autoria Ignorada ou desconhecida: Quando se desconhece o autor do crime. Instituto de direito processual penal. Consequência: arquivamento do inquérito policial. 
Esta forma de autoria difere da incerta, visto que nesta última sabe-se quem praticou as condutas, sendo que somente não se conhece, com precisão, o produtor do resultado. Na autoria desconhecida, os autores é que não são conhecidos, não se podendo imputar os fatos a qualquer pessoa.
CONCURSO DE PESSOAS
TIPOS DE AUTORIA:
Autor intelectual:
Fala-se em autoria intelectual quando queremos nos referir ao “homem inteligente” do grupo, aquele que traça o plano criminoso, com todos os seus detalhes. Segundo as lições de Damásio, “na autoria intelectual o sujeito planeja a ação delituosa, constituindo o crime produto de sua criatividade. ”
Pode acontecer, até mesmo, que ao autor intelectual não seja atribuída qualquer função executiva do plano criminoso por ele pensado, o que não afasta, contudo, o seu status de autor. Pelo contrário. Pela teoria do domínio do fato percebe-se, com clareza, a sua importância para o sucesso da infração.
O art. 62, I, do Código Penal diz que a pena será ainda agravada em relação ao agente que promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes.
Autoria por convicção:
Ocorre naquelas hipóteses em que o agente conhece efetivamente a norma, mas a descumpre por razões de consciência, que pode ser política, religiosa, filosófica etc.
No que diz respeito ao delinquente por convicção, o autor não desconhece o “desvalor de sua ação para o direito vigente e as concepções ético-sociais, mas que devido às suas convicções morais, religiosas ou políticas se sente obrigado ao fato. Esse autor atuou corretamente segundo as leis de sua ética individual, da norma obrigacional reclamada para si.”.
Veja-se o exemplo de um pai, seguidor das testemunhas de Jeová, que, na qualidade de garantidor, não permite que seja realizada a necessária transfusão de sangue para salvar a vida de seu filho, ou do médico que, por motivos de convicções religiosas, não pratica o aborto na gestante cuja vida corre risco, agravando-lhe a situação.
Coautoria sucessiva:
Embora saibamos o conceito de coautor, até quando poderá alguém ingressar no grupo e passar, a partir de então, a gozar desse status?
A regra é de que todos os coautores iniciem, juntos, a empreitada criminosa. Mas pode acontecer que alguém, ou mesmo o grupo, já tenha começado a percorrer o iter criminis, ingressando na fase dos atos de execução, quando outra pessoa adere à conduta criminosa daquele, e agora, unidos pelo vínculo psicológico, passam, juntos, a praticar a infração penal. Em casos como este, quando o acordo de vontade vier a ocorrer após o início da execução, fala-se em coautoria sucessiva.
Nesses casos, quando o coautor sucessivo adere à conduta dos demais, responderá pela infração penal que estiver em andamento, desde que todos os fatos anteriores tenham ingressado na sua esfera de conhecimento, e desde que eles não importem fatos que, por si sós, consistam em infrações mais graves já consumadas. ATENÇÃOOOO
Por exemplo, se o agente, depois de iniciado um crime de roubo, cujos elementos integrantes do seu tipo penal são a violência ou a grave ameaça, ingressa na execução desse delito como coautor sucessivo, não deixará de ser responsabilizado até mesmo com a causa especial de aumento de pena do emprego de arma, prevista no inciso I do art. 157 do Código Penal, se tal tiver ingressado na sua esfera de conhecimento. Contudo, pode acontecer que o agente, na qualidade de coautor sucessivo, ingresse na empreitada criminosa quando, por exemplo, durante um crime de roubo, uma das vítimas já tenha sido morta, estando as demais sob a mira das armas dos outros coautores. O agente, em nossa opinião, não poderá responder pelo latrocínio (§ 3º do art. 157 do CP), mas tão somente pelo roubo com a causa de aumento de pena do emprego de arma. Caso tivesse que responder pela morte, pelo simples fato de ter ingressado no grupo que realizava o roubo, sua responsabilidade seria considerada objetiva.
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CONCURSO DE PESSOAS
REQUISITOS PARA O CONCURSO DE PESSOAS:
A regra trazida pelo art. 29 aplica-se,mormente, aos chamados crimes de concurso eventual (unissubjetivos), que são aqueles que podem ser cometidos por um único agente, mas que, eventualmente, são praticados por duas ou mais pessoas. Quando duas ou mais pessoas se reúnem a fim de cometer tais infrações penais (homicídio, furto, dano etc.), ou, na expressão do código, se concorrerem para o crime, incidirão nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Para que se possa concluir pelo concurso de pessoas, será preciso verificar a presença dos seguintes requisitos:
a) pluralidade de agentes e de condutas;
b) relevância causal de cada conduta;
c) liame subjetivo entre os agentes;
d) identidade de infração penal.
CONCURSO DE PESSOAS
REQUISITOS PARA O CONCURSO DE PESSOAS:
A pluralidade de agentes (e de condutas) é requisito indispensável à caracterização do concurso de pessoas. O próprio nome induz sobre a necessidade de, no mínimo, duas pessoas que, envidando esforços conjuntos, almejam praticar determinada infração penal.
A atuação desses agentes pode se dar de duas maneiras:
Conduta principal: autor ou coautores 
Conduta acessória: partícipe. 
Ex.: dois coautores; um autor e dois partícipes etc.
CONCURSO DE PESSOAS
REQUISITOS PARA O CONCURSO DE PESSOAS:
O segundo requisito diz respeito à relevância causal das condutas praticadas por aqueles que, de alguma forma, concorreram para o crime. Se a conduta levada a efeito por um dos agentes não possuir relevância para o cometimento da infração penal, devemos desconsiderá-la e concluir que o agente não concorreu para a sua prática. Imaginemos o seguinte: A, com o firme propósito de causar a morte de B, pelo fato de não ter encontrado a sua arma, vai até a residência de C e, explicando-lhe o fato, pede-lhe o revólver emprestado. C, mesmo sabendo da intenção de A, empresta-lhe a arma. Antes de ir ao encontro de B, A resolve, mais uma vez, procurar a sua pistola, calibre 380, e, para sua surpresa, consegue achá-la. Assim, deixa de lado a arma que havia solicitado a C e, agora, com a sua pistola vai à procura de B e causa-lhe a morte.
A pergunta que devemos nos fazer é a seguinte: Será que a conduta de C foi relevante a ponto de podermos atribuir-lhe o delito de homicídio praticado por A, ou, em razão de não ter o agente utilizado a arma tomada de empréstimo de C, a conduta deste último deixou de ser relevante na cadeia causal? Como o agente já estava decidido a cometer o crime, entendemos que, pelo fato de não ter utilizado a arma emprestada por C, a conduta deste passou a ser irrelevante, uma vez que não estimulou ou, de qualquer modo, influenciou o agente no cometimento de sua infração penal. Dessa forma, embora tenha querido contribuir, a ausência de relevância de sua conduta fará com que não seja responsabilizado penalmente pelo resultado. É o que a doutrina chama de participação inócua, inútil ou ineficaz.
CONCURSO DE PESSOAS
REQUISITOS PARA O CONCURSO DE PESSOAS:
O terceiro requisito indispensável à caracterização do concurso de pessoas diz respeito ao chamado liame subjetivo, isto é, o vínculo psicológico que une os agentes para a prática da mesma infração penal. Se não se conseguir vislumbrar o liame subjetivo entre os agentes, cada qual responderá, isoladamente, por sua conduta. 
No caso clássico em que A e B atiram contra C, sendo que um deles acerta mortalmente o alvo e o outro erra, não se sabendo qual deles conseguiu alcançar o resultado morte, dependendo da conclusão que se chegue com relação ao vínculo psicológico entre os agentes, as imputações serão completamente diferentes. Se dissermos que A e B agiram unidos pelo liame subjetivo, não importará saber, a fim de condená-los pelo crime de homicídio, qual deles, efetivamente, conseguiu acertar a vítima, causando-lhe a morte. Aqui, o liame subjetivo fará com que ambos respondam pelo homicídio consumado. Agora, se chegarmos à conclusão de que os agentes não atuaram unidos pelo vínculo subjetivo, cada qual deverá responder pela sua conduta. No caso em exame, não sabemos quem foi o autor do resultado morte. A dúvida, portanto, deverá beneficiar os agentes, uma vez que um deles não conseguiu alcançar esse resultado, praticando, assim, uma tentativa de homicídio. Dessa forma, ambos deverão responder pelo crime de homicídio tentado.
Quanto ao terceiro requisito, o liame subjetivo, os agentes devem estar cientes de que estão participando do mesmo evento, daí a necessidade de ser imputável, de ter discernimento.
ATENÇÃO: A empregada que, percebendo que o ladrão vai subtrair a casa do patrão, deixa a janela aberta. Em havendo o furto, a emprega também será responsabilizada? A empregada responde por furto qualificado pelo concurso de pessoas, já o ladrão por furto simples pois não sabia que estava sendo ajudado, isso se justifica, pois, O LIAME SUBJETIVO NÃO ADMITE PRÉVIO AJUSTE, BASTA QUE UM SAIBA QUE ESTÁ ADERINDO A CONDUTA DO OUTRO. MUITO IMPORTANTEEEEE
LIAME SUBJETIVO NÃO PRESSUPÕE NECESSARIAMENTE BILATERIALIDADE E NEM PRÉVIO AJUSTE. MUITO IMPORTANTEEEEE
Obs.1: Não se exige liame subjetivo bilateral para caracterização do concurso de agentes. Ou seja, não é necessário que haja reciprocidade no liame subjetivo. Ex.: empregada doméstica, com raiva de seu patrão, deixa a porta da cozinha aberta para que o furtador (que todos sabem que há no prédio), furte os bens. Nesse caso, mesmo que o furtador não saiba da colaboração da empregada, há concurso de agentes, pois a vontade de ambos está direcionada ao mesmo resultado. A empregada, então, será partícipe do furto. 
Obs.2: Vínculo subjetivo não se confunde com o ajuste ou ajuste prévio! Dessa forma, para configurar concurso de agentes, é desnecessária a prévia combinação, bastando que concorrente tenha consciência e vontade de aderir ao crime de terceiro. Ex.: pessoa caminhando no condomínio e vê o agente furtando pertences de dentro de um carro, e resolve furtar junto. Nesse caso, há concurso de pessoas, ainda que o liame subjetivo tenha ocorrido durante a execução do crime.
Conceito de AUTORIA COLATERAL: Duas ou mais pessoas praticam a conduta ao mesmo tempo, buscando o mesmo resultado, sem que uma tenha conhecimento da conduta do outro. ATENÇÃOOOOOOOO
Não há concurso de pessoas pela ausência do vínculo subjetivo
Na autoria colateral, não existe o concurso de pessoas.
CONCURSO DE PESSOAS
REQUISITOS PARA O CONCURSO DE PESSOAS:
O quarto e último requisito necessário à caracterização do concurso de pessoas é a identidade de infração penal. Isso quer dizer que os agentes, unidos pelo liame subjetivo, devem querer praticar a mesma infração penal. Seus esforços devem convergir ao cometimento de determinada e escolhida infração penal.
Todos aqueles que concorrem para fato criminosa devem ser responsabilizados pelo mesmo crime
MAS CUIDADO, embora haja unidade de crimes, não haverá unidade de penas. A pena de cada um será fixada de acordo com sua culpabilidade, seguindo individualmente os critérios da dosimetria.
CONCURSO DE PESSOAS
TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS PARA DEFINIR QUAL A INFRAÇÃO PRATICADA PELOS AUTORES E PARTÍCIPES:
a) teoria pluralista: Os vários concorrentes respondem por delitos autônomos (cada um reponde por seu crime)
b) teoria dualista: Tem-se um crime para os executores e outros para os partícipes 
c) teoria monista: O crime é único para todos os concorrentes
Para a teoria pluralista, haveria tantas infrações penais quanto fosse o número de autores e partícipes. Na precisa lição de Cezar Bitencourt, “a cada participante corresponde uma conduta própria, um elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular. À pluralidade de agentes corresponde a pluralidade de crimes. Existem tantos crimes quantos forem os participantes do fato delituoso.”. Seria como se cada autor ou partícipe tivesse praticado a sua própria infração penal, independentemente da sua colaboração para com os demais agentes.
Assim, se alguém tivesse induzido duas outras pessoas a praticar um delito de furto, teríamos três infraçõespenais distintas. Uma para cada um dos agentes. Ou seja, uma para o partícipe e uma para cada um dos coautores, isto é, para aqueles que realizaram a subtração da coisa alheia móvel.
Já a teoria dualista distingue o crime praticado pelos autores daquele cometido pelos partícipes. Tomando emprestado o exemplo acima, teríamos uma infração para aquele que induziu os agentes à prática do crime de furto e outra para os coautores, isto é, para aqueles que subtraíram a coisa alheia.
A teoria monista, também conhecida como unitária, adotada pelo nosso Código Penal, aduz que todos aqueles que concorrem para o crime incidem nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Para a teoria monista existe um crime único, atribuído a todos aqueles que para ele concorreram, autores ou partícipes. Embora o crime seja praticado por diversas pessoas, permanece único e indivisível. Ainda nos valendo do exemplo acima, haveria um único crime de furto, atribuído ao partícipe e aos coautores.
Embora o CP tenha adotado como regra a teoria monista ou unitária, na verdade, como bem salientou Cezar Bitencourt, “os parágrafos do art. 29 aproximaram a teoria monística da teoria dualística ao determinar a punibilidade diferenciada da participação”, razão pela qual Luiz Regis Prado aduz que o CP adotou a teoria monista de forma “matizada ou temperada.”.
Excepcionalmente, o Código Penal abre espaço para a teoria pluralista. Exemplos: Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante (ao terceiro executor imputa-se o crime do art. 126); Bigamia; Corrupção passiva e ativa; falso testemunho ou falsa perícia.
CONCURSO DE PESSOAS
COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA:
Na cooperação dolosamente distinta os comparsas devem responder apenas pelos crimes pelos quais pretendiam participar. Teoria Pluralista
Na cooperação dolosamente distinta há um desvio subjetivo da conduta
Porém, se o resultado era previsível, então terão suas penas aumentadas
Art. 29, § 2º. Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
CONCURSO DE PESSOAS
COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA:
Ex.: Caio e Tício combinam furtar objetos da residência de Mévio. Enquanto Caio vigiava, do lado de fora, a aproximação de estranhos, Tício entrou no imóvel para subtrair os pertences. Contudo, Mévio estava em casa. Tício, surpreso, depara-se com Mévio empregando violência para subtrair os objetos desejados. O crime combinado foi o de furto, mas se transformou em roubo, a partir do momento em que Tício empregou violência. 
Tício praticou roubo. Mas, qual crime pratica Caio? Com relação a Caio, devem ser divididas 3 situações: 
1ª Situação: Desdobramento imprevisível: Se o desdobramento “violência” era imprevisível, Caio não pode responder por roubo, sob pena de responsabilidade penal objetiva. Então, Caio responde por furto, em razão da cooperação dolosamente distinta (aplicação do art. 29, §2º, do CP). 
2ª Situação: Desdobramento previsível: Se o desdobramento “violência” era previsível, Caio responderá por furto, com a pena aumentada de ½. 
3ª Situação: Desdobramento previsto e aceito: Caio responde por roubo, a título de dolo eventual. 
Latrocínio e cooperação dolosamente distinta: Em regra, o coautor que participa de roubo armado responde pelo latrocínio ainda que o disparo tenha sido efetuado só pelo comparsa. Essa é a jurisprudência do STJ e do STF. Entretanto, se um dos agentes quis participar de crime menos grave, ser- lhe-á aplicada a pena deste. Logo, se o coautor que não atirou não queria participar do latrocínio, não responderá por esse crime mais grave. STF. 1ª Turma. HC 109151/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/6/2012 (Info 670). 
Agente que participou do roubo pode responder por latrocínio ainda que o disparo que matou a vítima tenha sido efetuado pelo corréu: Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da vítima, responde pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou que sua participação se revele de menor importância. Ex: João e Pedro combinaram de roubar um carro utilizando arma de fogo. Eles abordaram, então, Ricardo e Maria quando o casal entrava no veículo que estava estacionado. Os assaltantes levaram as vítimas para um barraco no morro. Pedro ficou responsável por vigiar o casal no cativeiro enquanto João realizaria outros crimes utilizando o carro subtraído. Depois de João ter saído, Ricardo e Maria tentaram fugir e Pedro atirou nas vítimas, que acabaram morrendo. João pretendia responder apenas por roubo majorado (art. 157, § 2º, I e II) alegando que não participou nem queria a morte das vítimas, devendo, portanto, ser aplicado o art. 29, § 2º do CP. O STF, contudo, não acatou a tese. Isso porque João assumiu o risco de produzir resultado mais grave, ciente de que atuava em crime de roubo, no qual as vítimas foram mantidas em cárcere sob a mira de arma de fogo. STF. 1ª Turma. RHC 133575/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/2/2017 (Info 855). Atenção: vide STF. 1ª Turma. HC 109151/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/6/2012 (Info 670). 
CONCURSO DE PESSOAS
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
Participação for de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3 para o partícipe. 
Não existe coautoria de menor importância. A minorante só tem aplicação para o partícipe. 
Trata-se de direito subjetivo do réu 
O critério a ser adotado para saber se a participação é ou não de menor importância reside na fungibilidade da contribuição. Ou seja: se for uma contribuição que “qualquer pessoa” possa fazer, será participação de menor importância. 
Cumplicidade necessária:
Doutrinariamente, tem-se levado a efeito a distinção entre CUMPLICIDADE NECESSÁRIA e CUMPLICIDADE DESNECESSÁRIA, entendendo-se aquela nas hipóteses em que o bem ou o auxílio material são vistos como escassos, ou seja, não poderiam ser fornecidos normalmente por qualquer pessoa, como ocorreria na segunda situação. Nilo Batista, discorrendo sobre o tema, esclarece que “são bens ESCASSOS, ou seja, cuja obtenção, por qualquer motivo, apresenta sérias dificuldades: R$ 30.000,00, uma substância medicamentosa de venda controlada, explosivos, máquinas de falsificar notas, um revólver etc. São bens ABUNDANTES: R$ 0,20, uma caneta esferográfica para falsificar uma assinatura, uma faca de cozinha, um pedaço de corda.”. Quando o auxílio diz respeito a uma prestação de serviços, entendemos que gozará do status de escasso somente aquele que não puder ser praticado por um número considerável de pessoas, a exemplo de uma cópia de um quadro de um renomado pintor, que será utilizada por um estelionatário, que a venderá como original. Ao contrário, não poderá ser considerada como escassa a prestação do auxílio quando o sujeito, utilizando-se de seu veículo, transporta, até o local do crime, o autor da infração penal. Tal critério é passível de críticas, pois, em muitas situações, poderá gerar dúvida sobre se o bem ou o auxílio prestado podem ser considerados como escassos. No entanto, quando à toda evidência se puder afirmar pela escassez, a consequência dessa afirmação será a completa impossibilidade de se aplicar a causa geral de redução de pena relativa à participação de menor importância, prevista no § 1º do art. 29 do CP.
CRIME COMUM, PRÓPRIO, MÃO PRÓPRIA
Crime comum é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, não exigindo o tipo penal nenhuma qualidade especial para que se possa apontar o sujeito ativo.
Crime próprio, a seu turno, é aquele cujo tipo penal exige uma qualidade ou condição especial dos sujeitos ativos ou passivos.
Puros  a ausência da condição especial do Sujeito Ativo levaà atipicidade do fato (art. 319 – prevaricação)
Impuros  a ausência da condição especial do Sujeito Ativo leva à desclassificação do crime (art. 312 – peculato furto)
Crime de mão própria, como sugere sua própria denominação, é aquele cuja execução é intransferível, indelegável, devendo ser levado a efeito pelo próprio agente, isto é, “com as próprias mãos”. São infrações penais consideradas personalíssimas, as quais somente determinada pessoa, e mais ninguém, pode praticá-las. Ex: falso testemunho.
CONCURSO DE PESSOAS
CONCURSO DE PESSOAS EM CRIMES PRÓPRIOS E CRIMES DE MÃO PRÓPRIA:
CRIME COMUM: O tipo penal não exige qualidade ou condição especial do agente
Admite coautoria e participação 	
CRIME PRÓPRIO: O tipo penal exige qualidade ou condição especial do agente
Admite coautoria e participação 	
CRIME DE MÃO PRÓPRIA: O tipo penal também exige qualidade ou condição especial do agente. 
DOUTRINA MAJORITÁRIA ENTENDE QUE só admite participação. Não admite coautoria (por isso, é chamado de delito de conduta infungível), pois somente a pessoa pode praticar o delito, ainda que auxiliada por alguém (regra). 
CONTUDO O STF POSSUI UMA SITUAÇÃO EXCEPCIONAL ENVOLVENDO O CRIME DE FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA  PRÓXIMO SLIDE	
CONCURSO DE PESSOAS
CONCURSO DE PESSOAS EM CRIMES PRÓPRIOS E CRIMES DE MÃO PRÓPRIA:
Concurso de pessoas no crime de falso testemunho
Doutrinariamente, tem-se afirmado que o falso testemunho é um delito de mão própria, isto é, de atuação personalíssima, de execução intransferível, indelegável. Em virtude dessa natureza jurídica, ou seja, sendo o falso testemunho um crime de mão própria, seria possível o concurso de pessoas? A resposta, na verdade, deverá ser desdobrada, fazendo-se, de um lado, o raciocínio relativo à coautoria e, do outro, o correspondente à participação. 
Assim, podemos afirmar que não é admissível a coautoria em crimes de mão própria. Nilo Batista, com precisão, esclarece: “Se duas pessoas, no mesmo processo – e até na mesma assentada – praticam falso testemunho (art. 342 CP), há dois delitos e dois autores, sendo irrelevante que se houvessem posto de acordo sobre o procedimento adotado. Os crimes de mão própria não admitem coautoria nem autoria mediata na medida em que o seu conteúdo de injusto reside precisamente na pessoal e indeclinável realização da atividade proibida.”. 
No entanto, será perfeitamente possível o reconhecimento da participação, na hipótese em que a testemunha, por exemplo, é induzida ou instigada por alguém a prestar um depoimento falso. 
Não podemos, tecnicamente, confundir as duas situações, vale dizer, a coautoria com a participação, razão pela qual entendemos como equivocada, permissa venia, a decisão proferida pela 6a Turma do Superior Tribunal de Justiça, quando concluiu: “Penal. Processual penal. Habeas corpus. Advogado. Crime de falso testemunho. Participação por induzimento. Potencialidade lesiva. Extinção da punibilidade do crime principal. Irrelevância. Questões controvertidas. Impropriedade do writ. A jurisprudência e a doutrina autorizadas proclamam o entendimento de que no crime de falso testemunho é admissível a coautoria do advogado que induz o depoente a proclamar a falsa afirmação. Precedente (REsp nº 200.785/SP, Rel. Min. Felix Fischer, DJ 21/8/2000, p. 159). 
Verifica-se, portanto, a confusão havida na ementa entre coautoria e participação. No caso, em razão da natureza jurídica do crime de falso testemunho, vale frisar, pelo fato de ser um crime de mão própria, não podemos cogitar de coautoria, mas tão somente de participação. Posteriormente, decidiu corretamente o STJ: “Mostra-se firme nesta Corte Superior, assim como no STF, o entendimento quanto à possibilidade de participação do advogado que ilicitamente instrui a testemunha no crime de falso testemunho”. (STJ, HC 45.733/SP, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, 6ª T., RDR, v. 39, p. 416). 
Porém, mais recentemente, o STF adotando a teoria do domínio do fato, admitiu coautoria do advogado que instrui testemunha. Assim, segundo o STJ e STF, o advogado que instrui a testemunha a mentir atua como coautor do delito, sob a teoria do domínio do fato. (STF RHC 81327 e HC 75037 e STJ REsp 402.783/SP). 
PERCEBA QUE O TEMA É CONTROVERTIDO quanto ao falso testemunho. Já quanto a falsa perícia, se admite ambos (coautoria e participação), já que mais de um perito pode realizar a perícia, por exemplo nos casos de perícias complexas. 
CONCURSO DE PESSOAS
CONCURSO DE PESSOAS EM CRIMES PRÓPRIOS E CRIMES DE MÃO PRÓPRIA: RESUMO
	CRIME PRÓPRIOS	CRIMES DE MÃO PROPRIA
	Admitem Coautora	Doutrina majoritária  Não admitem coautoria
STF  já admitiu coautoria no crime de falso testemunho
	Admitem participação	Admitem participação
CONCURSO DE PESSOAS
AUTORIA MEDIATA EM CRIMES DE MÃO PRÓPRIA:
É possível falar em autoria mediata nos chamados crimes de mão própria? 
Crime próprio é aquele que só pode ser praticado por um grupo determinado de pessoas que gozem de condição especial exigida pelo tipo penal. Assim, inicialmente, somente poderá ser responsabilizado pelo peculato (art. 312 do CP) o funcionário público, porque tal qualidade é exigida expressamente pelo tipo; somente a mãe, sob a influência do estado puerperal, é que poderá ser sujeito ativo do crime de infanticídio se, durante o parto ou logo após, vier a causar a morte do próprio filho. Contudo, há outros tipos penais que, embora também exigindo certas qualidades ou condições especiais, vão mais adiante. Para a sua caracterização é preciso que o sujeito ativo, expresso no tipo penal, pratique a conduta pessoalmente. Em razão desse fato é que tais infrações penais são conhecidas como de mão própria ou de atuação pessoal, visto possuírem essa natureza personalíssima. Somente a testemunha poderá fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade e, em virtude disso, praticar o crime de falso testemunho (art. 342 do CP); somente o militar é que poderá desertar (art. 187 do CPM), pois, como se percebe, ninguém poderá fazê-lo em seu lugar; somente determinado funcionário público é que poderá retardar ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal (art. 319, CP).
Há, portanto, distinção entre crime próprio e crime de mão própria. Antes de respondermos à indagação se é possível falar em autoria mediata em crimes de mão própria, é preciso saber se há essa possibilidade sendo tão somente próprio o delito.
Entendemos ser perfeitamente possível a autoria mediata em crimes próprios, desde que o autor mediato possua as qualidades ou condições especiais exigidas pelo tipo penal. Zaffaroni e Pierangeli, esclarecendo o tema, afirmam: “O autor mediato deve reunir todos os caracteres que o tipo exige com relação ao autor, ou o intraneus (o funcionário, por exemplo), que se vale do extraneus (não funcionário) para praticar uma corrupção, é autor do crime de corrupção, mas o extraneus que se vale do intraneus não é autor mediato, por não possuir as condições típicas.”.
Embora seja possível falar em autoria mediata nos crimes próprios, haverá essa possibilidade, também, naqueles considerados de mão própria? Tem-se entendido que NÃO. O STJ, inclusive, já decidiu:
“Os crimes de mão própria estão descritos em figuras típicas necessariamente formuladas de tal forma que só pode ser autor quem esteja em situação de realizar pessoalmente e de forma direta o fato punível. Não sendo delito de execução pessoal, como é a hipótese dos autos, a própria autoria mediata é plausível”.
“Os crimes de mão própria não admitem autoria mediata. A participação, via induzimento ou instigação, no entanto, é ressalvadas exceções, plenamente admissível”. 
ATENÇÃO: OS CRIMES DE MÃO PRÓPRIA NÃO ADMITEM A AUTORIA MEDIATA. A PARTICIPAÇÃO, VIA INDUZIMENTO OU INSTIGAÇÃO, NO ENTANTO, É PLENAMENTE ADMISSÍVEL.
Isso porque, é o argumento, por serem crimes de atuação pessoal, autor será somente aquele que vier a praticar a conduta prevista no núcleodo tipo penal. Não se cogita de autoria mediata porque a execução dos crimes de mão própria não pode ser transferida a ninguém. Não se pode, por exemplo, pedir a alguém que preste um testemunho falso no seu lugar. Aquele que “em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral” vier a fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade como testemunha será responsabilizado pelo delito do art. 342. Não há possibilidade de transferir a execução dessa infração penal, o que inviabiliza a autoria mediata.
No entanto, embora a posição doutrinária majoritária não admita a autoria mediata nos crimes de mão própria, no exemplo do crime de falso testemunho, pode haver uma quebra da regra geral. Assim, imagine-se a hipótese em que a testemunha seja coagida, irresistivelmente, a prestar um depoimento falso para beneficiar o autor da coação. Nesse caso, de acordo com a norma constante do art. 22 do CP, somente será punido o autor da coação, sendo este, portanto, um caso de autoria mediata.
Assim, podemos dizer que, como regra, não se admite autoria mediata nos crimes de mão própria. No entanto, como toda regra, poderá sofrer exceções, como a do caso acima, em que será possível a autoria mediata em um crime de falso testemunho praticado mediante coação irresistível.
CONCURSO DE PESSOAS
CONCURSO DE PESSOAS EM CRIMES CULPOSOS:
É possível haver coautoria em crimes culposos? Sim! 
A doutrina majoritária entende que cabe coautoria em crimes culposos, quando a situação de perigo tenha criada em conjunto, pois o resultado é obra comum imputado a todos os concorrentes. 
Obs.: Existe forte corrente doutrinária, mesmo que minoritária, que entende no sentido de que não seria possível coautoria em crimes culposos, tendo em vista que o dever objetivo de cuidado é indecomponível. Nesse sentido: Nilo Batista, Juarez Cirino, Juarez Tavares. 
É possível haver participação em crimes culposos? Não! 
A doutrina majoritária entende que não cabe participação dolosa em crime culposo. Isso porque, além de não haver liame subjetivo, tendo em vista que não é possível participar de um crime cujo resultado é produzido de forma involuntária, os crimes culposos são tipos penais abertos, de modo que toda conduta que colaborar para o crime culposo, configurará violação do dever objetivo de cuidado. Ou seja: todo serão coautores! 
Obs.: Rogério Grecco entende que cabe participação em crimes culposos quando o agente induz outrem a violar o dever objetivo de cuidado. Trata-se de posição minoritária no ordenamento jurídico brasileiro. 
Conclusão: Nos crimes culposos, cabe coautoria, mas não cabe participação! 
CONCURSO DE PESSOAS
CONCURSO DE PESSOAS EM CRIMES OMISSIVOS:
É possível haver coautoria em crimes omissivos? Trata-se de tema muito controvertido! 
1ª posição – Nilo Batista: Não é cabível coautoria, pois se as pessoas possuírem o dever de agir (seja genérico, seja específico) elas cometerão isoladamente o crime. Cada um será o autor do seu próprio crime omissivo. 
2ª posição – Rogério Greco e Bittencourt: É cabível a coautoria desde que haja unidade de desígnios, ou seja, desde que as pessoas tenham o dever de agir e, de comum acordo, deixem de praticar a conduta devida. Ex.: duas pessoas estão vendo outra que acabou de sofrer um acidente de carro gravemente ferida e não fazem nada – ambos serão considerados coautores no crime de omissão de socorro. (Prevalece!) 
É possível haver participação em crimes omissivos? Sim! 
Apesar de também haver divergência doutrinária, prevalece que cabe participação “por ação” em crimes omissivos, através da participação moral (instigação ou induzimento). Ex.: a pessoa poderia instigar o garante a não impedir o resultado, por exemplo. Nesse caso, o garantidor seria autor do crime, enquanto aquele que o induziu seria partícipe do crime. 
 
CONCURSO DE PESSOAS
CASOS ESPECIAIS 
Participação punível – desistência voluntária e arrependimento eficaz do autor:
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Suponhamos que A tenha sido induzido por B a causar a morte de C. Durante os atos de execução, depois de efetuar dois disparos que acertaram a vítima no ombro e na perna, A, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução e, com isso, evita a produção do resultado morte. Pergunta-se: Nos termos do art. 15 do Código Penal, A deverá ser responsabilizado por tentativa de homicídio? Absolutamente não, uma vez que a finalidade desse artigo é justamente evitar que o agente que desiste voluntariamente de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza responda pela tentativa de cometimento da infração penal por ele pretendida inicialmente. De acordo com a parte final do art. 15 do Código Penal, ele somente responderá pelos atos já praticados. No caso em exame, o autor causou lesões corporais na vítima e, segundo o citado artigo, deverá por elas ser responsabilizado.
Agora, como fica a situação do partícipe que induziu, estimulou ou auxiliou materialmente o autor ao cometimento da infração penal? Ou, melhor dizendo, os efeitos da desistência voluntária do autor ou do seu arrependimento eficaz também alcançam o partícipe? Para Nilo Batista, a “impunidade do partícipe é decorrência da acessoriedade da participação”, ou seja, se a desistência ou o arrependimento do autor o levará à atipicidade da conduta inicial por ele praticada, tal fato deverá ser estendido ao partícipe. 
“Se o executor desiste voluntariamente da consumação do crime ou impede que o resultado se produza, responderá apenas pelos atos já praticados (art. 13), beneficiando-se dessa circunstância inteiramente alheia às respectivas vontades os vários partícipes, uma vez que a isso conduz a doutrina unitária do concurso acolhida pelo art. 15.”. 
Arrependimento do partícipe:
Vimos, no tópico anterior, as consequências para o partícipe da desistência voluntária e do arrependimento eficaz do autor. Pode acontecer, contudo, que a desistência ou o arrependimento sejam do próprio partícipe.
Na verdade, em caso de participação, dificilmente se vislumbraria uma hipótese de desistência voluntária. Normalmente, ocorre que o partícipe já incutiu a ideia criminosa na mente do autor ou a estimulou, e se volta atrás, tentando dissuadi-lo da prática da infração penal, poderíamos falar em arrependimento, e não em desistência, visto que já havia esgotado tudo aquilo que estava ao seu alcance para fazer com que o autor levasse a efeito a infração penal. Talvez pudéssemos pensar em desistência quando o partícipe tivesse se comprometido a emprestar a arma que seria usada no cometimento da infração penal, auxiliando-o materialmente, e antes que isso efetivamente acontecesse, ou seja, antes da entrega da arma ao autor, o partícipe desistisse da sua colaboração. Se a arma já havia sido entregue ao autor, e o partícipe, arrependendo-se do seu ato, a toma de volta antes da prática do crime, aqui poderíamos cogitar, mais propriamente, de arrependimento.
Embora haja essa pequena discussão quanto à possibilidade de desistência voluntária do partícipe, sendo mais comum a ocorrência do arrependimento, o que nos interessa mais de perto são os efeitos que podem acarretar a desistência ou o arrependimento do partícipe quanto a ele próprio.
“O instigador que passa a opor-se à execução, e o cúmplice que não implementa o auxílio prometido, ou tendo-o implementado o retira, só responderão pelos atos já praticados (art. 13), ou seja, impune a tentativa de participação.”.
Entendemos que se o partícipe houver induzido ou instigado o autor, incutindo-lhe a ideia criminosa ou reforçando-a a ponto de este sentir-se decidido pelo cometimento do delito, e vier a se arrepender, somente não será responsabilizado penalmente se conseguir fazer com que o autor não pratique a conduta criminosa. Caso contrário, ou seja, se não tiver sucesso na sua missão de evitar que o delito seja cometido, depois de ter induzido ou instigadoinicialmente o autor, o seu arrependimento não será eficaz e, portanto, não afastará a sua responsabilidade penal como ato acessório ao praticado pelo autor. 
“Se o partícipe se esforçou em vão para fazer com que o autor desistisse, a sua desistência foi fracassada. A desistência pode, ao contrário, ter êxito, quando o partícipe impede voluntariamente a consumação do fato para o qual havia cooperado.”.
No que diz respeito à cumplicidade (prestação de auxílios materiais), a solução para o partícipe nos parece mais tranquila. Se houve, de sua parte, a promessa de que emprestaria a arma a ser utilizada pelo autor e, antes que ela seja entregue, desiste de participar, e se o autor comete o delito valendo-se de outro instrumento que não aquele prometido pelo partícipe, este último não poderá ser penalmente responsabilizado. Aplica-se o mesmo raciocínio se já havia emprestado a arma e, antes da prática da infração penal, consegue reavê-la, impedindo o autor de usar.
Tentativa de participação:
Em razão do disposto no art. 31 do Código Penal, que diz: Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
Não podemos falar em tentativa de participação. Se o partícipe estimula alguém a cometer uma determinada infração penal, mas aquele que foi estimulado não vem a praticar qualquer ato de execução tendente a consumá-la, a conduta do partícipe é considerada um indiferente penal.
CONCURSO DE PESSOAS
DA (IN)COMUNICAILIDADE DAS ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS:
Art. 30, CP: NÃO se comunicam as circunstâncias e condições de caráter pessoal, SALVO quando elementares do crime. 
a) Elementares (dados que formam o tipo fundamental): Sempre comunicáveis, desde que sejam de conhecimento do outro agente. 
b) Circunstâncias (integram o tipo derivado – qualificadoras, privilégio, causas de aumento ou diminuição): 
Objetivas: Dizem respeito ao crime – ex: emprego de arma de fogo. Sempre comunicáveis, desde que de conhecimento do outro agente. 
Subjetivas: Dizem respeito ao agente – ex: motivo do crime. Incomunicáveis, SALVO quando elementares do crime e de conhecimento do outro agente. 
c) Condições: são situações que existem independentemente da prática do crime 
Condições pessoais ou subjetivas: dizem respeito ao agente (reincidência) – Nunca se comunicam 
Condições reais ou objetivas: dizem respeito ao fato (à noite). Sempre comunicáveis, desde que de conhecimento do outro agente. 
	Circunstância subjetiva/pessoal	Não se comunica
	Circunstância objetiva/real	Se comunica (desde que ingresse na esfera de conhecimento do comparsa)
	Elementar 	Se comunica (desde que ingresse na esfera de conhecimento do comparsa)
CONCURSO DE PESSOAS
DA (IN)COMUNICAILIDADE DAS ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS:
Exemplo I: A e B praticam um crime de roubo contra a vítima C, irmã do primeiro agente. No caso em tela, somente a pena de A será aumentada em virtude da circunstância agravante prevista no art. 61, II, e, terceira figura, ou seja, ter cometido o crime contra sua irmã. Tal agravante, por gravitar ao redor da infração penal, em nada influencia na sua definição típica, pois, ainda que praticada a subtração violenta contra qualquer outra pessoa que não a sua irmã, seria classificada como delito de roubo. Considerada como uma circunstância de caráter pessoal, não se comunica, portanto, com o outro agente.
Suponhamos, agora, que A, funcionário público, e B, pessoa estranha à Administração Pública, resolvam subtrair um computador na repartição na qual A exerce suas funções. B tem conhecimento de que A é funcionário público. A, num domingo, valendo-se da facilidade que o seu cargo lhe proporciona, identifica-se na recepção e diz ao porteiro que havia esquecido sua carteira de identidade, e que ali voltara para buscá-la, uma vez que dela necessitava fazer uso, tendo, assim, o seu acesso liberado naquele prédio público. Rapidamente, dirige-se para o local onde o computador se encontrava guardado e, abrindo uma janela que dava acesso para a rua, A o entrega a B, que o aguardava do lado de fora do mencionado prédio. A despede-se do porteiro e vai ao encontro de B, para que, juntos, transportassem o bem subtraído. A conduta de A subsume-se ao § 1º do art. 312 do Código Penal, que, cuidando do delito de peculato-furto, aduz que aplicasse a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. A será responsabilizado, portanto, pelo delito de peculato-furto; e B, que com ele concorreu para o cometimento da subtração? Para que se responda corretamente à indagação, é preciso saber se a condição de funcionário público, que fez com que A respondesse pelo delito de peculato-furto, é considerada uma circunstância ou um elementar do crime. Para tanto, teremos de perquirir o seguinte: a qualidade de funcionário público, no caso em tela, é um dado que gravita ao redor da figura típica, em nada repercutindo sobre ela, ou é um dado a ela essencial, sem o qual poderá haver, no exemplo apontado, uma desclassificação? Se retirarmos a qualidade de funcionário público de A, bem como a facilidade que essa qualidade lhe proporcionou para o sucesso da empreitada criminosa, haveria, aqui, uma desclassificação para o delito de furto, razão pela qual concluiremos que a qualidade de funcionário é uma elementar do tipo do § 1º do art. 312 do Código Penal, e não somente uma circunstância.
Sendo uma elementar, de acordo com a parte final do art. 30 do Código Penal, será estendida ao coparticipante que, dela tendo conhecimento, responderá, mesmo sendo um extraneus (pessoa estranha à Administração Pública), pelo mesmo crime cometido pelo intraneus (funcionário público). Dessa forma, ambos serão penalmente responsabilizados pelo delito de peculato-furto, mesmo não sendo B funcionário público.
Nesse sentido, decidiu o STJ, tendo como relator o Ministro Cernicchiaro: “O peculato é crime próprio, no tocante ao sujeito ativo; indispensável a qualificação – Funcionário público. Admissível, contudo, o concurso de pessoas, inclusive quanto ao estranho ao serviço público. Não se comunicam as circunstâncias e condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.”.
No caso de crime cometido mediante o emprego de arma de fogo, por se tratar de circunstancia objetiva (veja que apenas as circunstancias subjetivas/pessoais não se comunicam), a majorante se estende a todos os agentes envolvidos no delito. Assim, no crime de roubo praticado com pluralidade de agentes, se apenas um deles usar arma de fogo e os demais tiverem ciência desse fato, todos responderão, em regra, pelo resultado morte, caso este ocorra, pois este se acha dentro do desdobramento normal da conduta.
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