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IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 1 GENERALIDADES DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL, DA FORMAÇÃO DO PROCESSO E SUAS FASES: RETOMADA DOS PRINCIPAIS ASPECTOS: Primitivamente, o Estado era fraco e limitava-se a definir os direitos, era a chamada justiça privada. Com o fortalecimento do Estado, a justiça privada, já desacreditada por sua impotência, foi substituída pela Justiça Pública ou Justiça Oficial. O Estado Moderno, então, assumiu para si o encargo e o monopólio de definir o direito concretamente aplicável diante das situações litigiosas, bem como o de exigir e resguardar o exercício deste direito (ex. de casos emergenciais: legitima defesa e desforço imediato no esbulho possessório). PARA O DESEMPENHO DESTA NOVA FUNÇÃO ESTATAL... Estabelecimento da jurisdição: CONCEITO DE JURISDIÇÃO: o “poder” que toca ao Estado, entre as suas atividades soberanas, de formular e fazer com que a regra jurídica que, por força do direito vigente disciplina determinada situação jurídica, seja observada em concreto. A função jurisdicional só atua diante de casos concretos de conflitos de interesses e sempre na dependência da invocação dos interessados (princípio da inércia do judiciário). Não são todos os conflitos de interesses que se compõem por meio da jurisdição, mas apenas aqueles que configuram a lide ou litígio. lide e litígio São vocábulos sinônimos e correspondem a um evento anterior ao processo. Mas sua existência constitui conditio sine qua non do processo: “inexistindo litígio não há sequer interesse em instaurar-se a relação processual” e sem legitimidade e interesse, diz expressamente a lei, não se pode propor ou contestar a ação (art. 3º, CPC). Para que haja a lide ou litígio é necessário que ocorra “um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida”(Carnelutti). A missão do juiz consiste precisamente em compor o impasse criado com a pretensão de alguém em relação a um bem da vida e a resistência de outrem a lhe propiciar dito bem. CONCLUSÃO: Como o Estado de Direito não tolera a justiça feita pelas próprias mãos dos interessados, caberá à parte deduzir em juízo a lide existente e requerer ao juiz que a solucione na forma da lei, fazendo, de tal maneira, a composição dos interesses conflitantes, uma vez que os respectivos titulares não encontraram um meio voluntário ou amistoso para harmonizá-los. TRÊS ESPÉCIES DE TUTELA JURISDICIONAL: IESI/FENORD Disciplina: Estágio Profissional Supervisionado I Prof.: Carolina Lins de Castro Pires 2 COGNIÇÃO - lide de pretensão contestada; há necessidade de definir a vontade concreta da lei para solucioná-la. PROVIMENTO: conteúdo decisório contido na sentença. EXECUÇÃO - lide de pretensão apenas insatisfeita (por já estar o direito do autor previamente definido pela própria lei, como líquido, certo e exigível); a efetiva satisfação do direito do credor é o provimento nessa modalidade de processo. PROVIMENTO: efetiva satisfação do direito da parte. CAUTELA - A tutela cautelar incide quando, antes da solução definitiva da lide haja o risco de alteração no equilíbrio das partes diante da lide. Sua função é de conservar o estado de fato e de direito, em caráter provisório e preventivo, para que a prestação jurisdicional não venha a se tornar inútil quando prestada em caráter definitivo. PROVIMENTO: medidas práticas para afastar o perigo de dano, antes da solução do processo. TRÊS ESPÉCIES DE PROCESSO: PROCESSO DE CONHECIMENTO (LIVRO I, CPC); PROCESSO DE EXECUÇÃO (LIVRO II, CPC); PROCESSO CAUTELAR (LIVRO III, CPC); PROCEDIMENTOS ESPECIAIS (LIVRO IV, CPC). O PROCEDIMENTO ORDINÁRIO DESDOBRA-SE EM QUATRO FASES: POSTULATÓRIA - a fase postulatória é a que dura da propositura da ação à resposta do réu. DE SANEAMENTO - a fase em que o juiz saneia o processo e aprecia os requerimentos de provas formulados pelas partes. Trata-se da fase destinada à verificação de nulidades. Compreende esta fase as diligências de emenda ou complementação da inicial (art. 284, CPC), as “providências preliminares” (art. 323 a 328, CPC) e o “saneamento do processo” (art. 331, CPC). INSTRUTÓRIA -a fase em que são produzidas as provas necessárias ao convencimento do juiz. É a fase de contornos menos definidos. Nos casos de revelia, bem como nos de suficiência de prova documental e de questões meramente de direito (art. 330,CPC), tal fase é eliminada e o julgamento antecipado da lide ocorre logo após a fase postulatória. DECISÓRIA - a fase que se destina à prolação da sentença de mérito. CONCLUSÃO: As fases processuais, na prática, NEM SEMPRE SE MOSTRAM NITIDAMENTE SEPARADAS; ÀS VEZES SE INTERPENETRAM; O que de fato as caracteriza é a PREDOMINÂNCIA DE UM TIPO ESPECÍFICO DE ATIVIDADE PROCESSUAL desenvolvida pelas partes e pelo juiz.
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