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Farmacocinética E Farmacodinâmica 📚 Conceitos Básicos Farmacologia: Estudo das substâncias que interagem com sistemas vivos. Farmacocinética (FC): "O que o organismo faz com o fármaco". Farmacodinâmica (FD): "O que o fármaco faz com o organismo". ⚙️ Farmacocinética: Mede e interpreta alterações em função do tempo, concentração do fármaco e dos metabolitos no plasma, na urina. Tem como foco as concentrações do fármaco no plasma sanguíneo. Estratégia concentração-alvo: mede as concentrações drogas no plasma. A estratégia de concentração-alvo é um método que consiste em medir as quantidades do medicamento no sangue para garantir que estejam em uma faixa segura e eficaz. Assim, consegue-se ajustar a dose para melhorar o tratamento e evitar efeitos indesejados, pois a relação entre a concentração no sangue e a resposta do paciente é mais consistente do que simplesmente usar a dose administrada. Biodisponibilidade Bioequivalência Conceitos importantes para a determinação da concentração alvo: Volume de distribuição aparente Meia-vida de eliminação Depuração Principais Etapas (ADME) 1. Absorção Transferência do fármaco da via de administração para a corrente sanguínea. A maioria dos fármacos são bases ou ácidos fracos. Fatores que influenciam: o Lipossolubilidade do fármaco. o pH do meio. o Presença de alimentos. o Fluxo sanguíneo local. o Transporte passivo, ativo ou endocitose. o Glicoproteína P. Via intravenosa: não passa por absorção. Primeira passagem hepática pode reduzir a biodisponibilidade. 2. Distribuição É a transferência do fármaco do seu local de absorção para seu local de ação. Se houve boa biodisponibilidade, aumenta a distribuição Transporte do fármaco pelo sangue ou pela linfa. Somente o fármaco livre é capaz de cruzar membranas celulares ou ligar- se aos sitio receptores e elícita efeitos farmacológicos. Circulação do fármaco no organismo após absorção. Fármacos podem se ligar a proteínas plasmáticas (albumina, glicoproteína α-1). Fases de distribuição: o 1ª fase: rins, fígado, cérebro, pulmões. o 2ª fase: músculos, tecido adiposo, pele. Fatores que influenciam: o Débito cardíaco. o Fluxo sanguíneo regional o Permeabilidade capilar. o Barreira hematoencefálica. o Volume tecidual. 3. Metabolismo (Biotransformação) Conversão química do fármaco, principalmente no fígado. Pode inativar ou ativar fármacos. Fase1: redução, hidrolise ou oxidação (lipossolúvel- hidrossolúvel) - enzima CYP450 Fase 2: conjugação, ácido glicurônico, ácido acético, aminoácidos. 4. Excreção (Eliminação) Filtração glomerular Secreção tubular Reabsorção tubular. Saída do fármaco e seus metabólitos do organismo (urina, fezes, respiração). Clearance (depuração): volume de plasma "limpo" do fármaco por unidade de tempo. Meia-vida (T½): tempo para reduzir 50% da concentração plasmática do fármaco. 🔬 Farmacocinética Clínica Foca nas concentrações plasmáticas dos fármacos. Base do monitoramento terapêutico do fármaco (MTF). Estratégia de concentração-alvo: mais precisa que dose-resposta. Usada na individualização da dose e na previsão de efeitos terapêuticos e adversos. � Conceitos Reguladores Biodisponibilidade: fração do fármaco absorvido que chega à circulação sistêmica. Bioequivalência: comparação entre formulações para garantir efeito semelhante. Fundamentais para o desenvolvimento de genéricos. � Farmacodinâmica: Ação do Fármaco no Corpo 1. Interação com Alvos Moleculares Alvos farmacológicos: o Receptores (proteínas reguladoras). o Enzimas. o Carreadores. o Canais iônicos. 2. Receptores Fundamentais para: o Afinidade: quão bem o fármaco se liga. o Eficácia: quão bem ativa o receptor. o Seletividade: capacidade de agir apenas sobre alvos específicos. 3. Tipos de Ação Agonistas: ativam receptores (ex: morfina). Antagonistas: bloqueiam receptores (ex: propranolol). Podem ser seletivos ou não seletivos. 4. Transdução de Sinal Ligação fármaco-receptor → inicia resposta celular. Tipos de transdução: o Especificidade. o Amplificação. Receptores acoplados à proteína G, canais iônicos, receptores enzimáticos etc. � Natureza dos Fármacos Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. Ligam-se por ligações químicas: o Covalentes. o Eletrostáticas. o Hidrofóbicas. Formato, carga elétrica e tamanho influenciam a interação com o receptor. � Casos Clínicos (Resumo dos Exemplos) 1. Varfarina + Cetoprofeno: risco de hemorragias por interação anticoagulante/anti-inflamatório. 2. AAS + Leite: leite aumenta pH gástrico → interfere na absorção. 3. Rifampicina + anticoncepcionais: indução enzimática → reduz eficácia contraceptiva. 🔍 INFORMAÇÕES ADICIONAIS ÚTEIS � Importância Clínica A farmacocinética permite prever o tempo de ação, intervalo de doses e duração dos efeitos. A farmacodinâmica ajuda a escolher o fármaco certo com base nos receptores e nos efeitos esperados. �⚕️ Exemplos na Prática Insulina (agonista): se liga a receptores e reduz glicemia. Losartana (antagonista): bloqueia receptores da angiotensina II → reduz pressão arterial. 🌐 Fatores Pessoais que Influenciam a FC/FD Idade, peso, função hepática e renal. Interações medicamentosas e genéticas. 📈 Aplicações em Pesquisa e Desenvolvimento Estudos pré-clínicos e clínicos. Testes de segurança e eficácia. Desenvolvimento de medicamentos de liberação controlada. Farmacocinética E Farmacodinâmica 1. Definições Gerais Farmacocinética (T8, T6, T5, T4): Ramo da farmacologia que estuda o destino das substâncias químicas no organismo vivo, incluindo absorção, distribuição, biotransformação (metabolismo) e excreção. Envolve a interpretação das alterações na concentração do fármaco ao longo do tempo, principalmente no plasma e em outros tecidos acessíveis. Farmacodinâmica (T9): Estuda o que o fármaco faz ao organismo, ou seja, seus efeitos farmacológicos e mecanismos de ação. 2. Processo de Farmacocinética Absorção (T1, T2, T3): Processo pelo qual o fármaco passa do local de administração para a circulação sanguínea. Conhecer esse comportamento é crucial para desenvolver medicamentos, determinar doses, e estabelecer regimes de administração. Além disso, a absorção afeta a biodisponibilidade e a bioequivalência de medicamentos, especialmente para versões genéricas (T4). Distribuição (T5, T6): Processo de espalhamento do fármaco pelo corpo. A concentração no plasma reflete sua disponibilidade para alcançar os tecido-alvo, envolvendo estratégia de concentração-alvo. Metabolismo ou Biotransformação: Processo de transformação do fármaco, principalmente no fígado, em metabólitos que podem ser mais facilmente excretados. Excreção: Eliminação do fármaco ou seus metabólitos, principalmente pelos rins na urina. 3. Parâmetros e Modelos de Estudo Concentração plasmática (T5, T6): Indicador principal no estudo farmacocinético. As concentrações no plasma monitoram a evolução do fármaco no corpo ao longo do tempo. Estratégia de concentração-alvo (T5): Aproximação que define as doses para atingir a concentração desejada no plasma ou tecido alvo. Biodisponibilidade e bioequivalência (T4): Importantes para aprovação de medicamentos genéricos e comparações entre diferentes formulas. 4. Importância da Farmacocinética Desenvolvimento de medicamentos: Fundamental para entender como os fármacos se comportam nos animais e humanos (T4). Determinação da dose e regime de administração: Permitindo otimizar o efeito terapêutico e minimizar efeitos colaterais. Apoio ao licenciamento de medicamentos genéricos: Via estudos de bioequivalência(T4). 5. Considerações Clínicas e Farmacocinéticas A compreensão do comportamento do fármaco é vital em estudos pré- clínicos e clínicos. O conhecimento dessas informações orienta na adaptação de doses e regimes, especialmente em populações especiais (idosos, crianças, pacientes com disfunções hepáticas ou renais). 6. Outros Aspectos Importantes A farmacocinética envolve o "caminho" que o medicamento faz no organismo (T7). Envolve técnicas de medição da concentração de fármacos no plasma, urina e outros locais acessíveis (T6). Os estudos de farmacocinética são essenciais para entender o destino dos fármacos e assegurar sua eficácia e segurança. 7. Informações Complementares e Contexto Farmacocinética e Farmacodinâmica Integradas: Ambas disciplinas são essenciais para a terapia medicamentosa; a farmacocinética informa quando e quanto administrar, enquanto a farmacodinâmica explica os efeitos e mecanismos. Dados clínicos: Contribuem para estabelecer estratégias de tratamento individualizado. Modelagem farmacocinética: Cada paciente pode apresentar variabilidade na absorção, distribuição, metabolismo e excreção, sendo importante monitorar e ajustar doses. 8. Informações adicionais relevantes Os avanços tecnológicos e metodológicos, como a farmacometria, aprimoram cada vez mais a compreensão do comportamento do fármaco em diferentes populações. A farmacocinética também é relevante na avaliação de drogas em situações de overdose, intoxicações, ou durante tratamentos prolongados. A compreensão adequada e a aplicação dos conceitos de farmacocinética e farmacodinâmica resultam em melhores resultados terapêuticos e maior segurança para o paciente.