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CURSO INTENSIVO OAB II COMPLETO - COMPLEXO DE ESTUDOS LFG

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1 
 
 
 
 
 
CURSO INTENSIVO II 
 
LFG 
 
1º SEMESTRE DE 2010 
 
 
TODAS AS MATÉRIAS 
2 
 
 
Conteúdo 
ADMINISTRATIVO .......................................................................................................................... 7 
Aula 01....................................................................................................................................... 7 
Aula 02..................................................................................................................................... 21 
Aula 04..................................................................................................................................... 33 
Aula 06..................................................................................................................................... 44 
Aula 07..................................................................................................................................... 57 
Aula 08..................................................................................................................................... 74 
Aula 03..................................................................................................................................... 88 
Aula 05................................................................................................................................... 101 
Aula 09................................................................................................................................... 112 
Aula 10................................................................................................................................... 128 
CIVIL ........................................................................................................................................... 141 
Aula 01................................................................................................................................... 141 
Aula 02................................................................................................................................... 156 
Aula 03................................................................................................................................... 171 
Aula 04................................................................................................................................... 185 
Aula 05................................................................................................................................... 199 
Aula 06................................................................................................................................... 210 
Aula 07................................................................................................................................... 225 
Aula 08................................................................................................................................... 239 
Aula 09................................................................................................................................... 254 
Aula 10................................................................................................................................... 271 
Aula 11................................................................................................................................... 285 
Aula 12................................................................................................................................... 299 
Aula 13................................................................................................................................... 315 
Aula 14................................................................................................................................... 332 
Aula 15................................................................................................................................... 346 
Aula 16................................................................................................................................... 361 
Aula 17................................................................................................................................... 376 
Aula 18................................................................................................................................... 398 
3 
 
CONSTITUCIONAL ...................................................................................................................... 418 
Aula 01................................................................................................................................... 418 
Aula 02................................................................................................................................... 435 
Aula 03................................................................................................................................... 450 
Aula 05................................................................................................................................... 466 
Aula 06................................................................................................................................... 480 
Aula 07................................................................................................................................... 496 
Aula 08................................................................................................................................... 512 
Aula 09................................................................................................................................... 526 
Aula 04................................................................................................................................... 542 
EMPRESARIAL ............................................................................................................................ 558 
Aula 01................................................................................................................................... 558 
Aula 02................................................................................................................................... 568 
Aula 03................................................................................................................................... 581 
Aula 04................................................................................................................................... 594 
Aula 05................................................................................................................................... 606 
Aula 06................................................................................................................................... 620 
Aula 07................................................................................................................................... 632 
Aula 08................................................................................................................................... 645 
Aula 09................................................................................................................................... 661 
Aula 10................................................................................................................................... 676 
Aula 11................................................................................................................................... 692 
INTERNACIONAL ........................................................................................................................ 708 
Aula Única .............................................................................................................................708 
PENAL II ..................................................................................................................................... 715 
Aula 01................................................................................................................................... 715 
Aula 02................................................................................................................................... 742 
Aula 03................................................................................................................................... 756 
Aula 04................................................................................................................................... 771 
Aula 05................................................................................................................................... 785 
Aula 06................................................................................................................................... 800 
PENAL ESPECIAL ........................................................................................................................ 817 
Aula 01................................................................................................................................... 817 
Aula 02................................................................................................................................... 829 
4 
 
Aula 03................................................................................................................................... 842 
Aula 04................................................................................................................................... 855 
Aula 05................................................................................................................................... 867 
Aula 06................................................................................................................................... 882 
Aula 07................................................................................................................................... 896 
Aula 08................................................................................................................................... 910 
Aula 09................................................................................................................................... 922 
Aula 10................................................................................................................................... 935 
Aula 11................................................................................................................................... 948 
Aula 12................................................................................................................................... 961 
Aula 13................................................................................................................................... 977 
TRIBUTÁRIO ............................................................................................................................. 1025 
Aula 01................................................................................................................................. 1025 
Aula 02................................................................................................................................. 1036 
Aula 03................................................................................................................................. 1045 
Aula 04................................................................................................................................. 1053 
Aula 05................................................................................................................................. 1068 
Aula 06................................................................................................................................. 1081 
Aula 07................................................................................................................................. 1095 
Aula 08................................................................................................................................. 1110 
Aula 09................................................................................................................................. 1123 
Aula 10................................................................................................................................. 1135 
Aula 11................................................................................................................................. 1149 
Aula 12................................................................................................................................. 1162 
Aula 13................................................................................................................................. 1173 
Aula 14................................................................................................................................. 1186 
DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS ............................................................. 1200 
Aula 01................................................................................................................................. 1200 
Aula 02................................................................................................................................. 1211 
Aula 03................................................................................................................................. 1223 
Aula 04................................................................................................................................. 1236 
Aula 05................................................................................................................................. 1247 
Aula 06................................................................................................................................. 1263 
Aula 07................................................................................................................................. 1279 
5 
 
Aula 08................................................................................................................................. 1293 
Aula 09................................................................................................................................. 1307 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL ................................................................................................. 1323 
Aula 03................................................................................................................................. 1323 
Aula 06................................................................................................................................. 1342 
Aula 08................................................................................................................................. 1358 
Aula 09................................................................................................................................. 1374 
Aula 12................................................................................................................................. 1392 
Aula 24................................................................................................................................. 1407 
Aula 25................................................................................................................................. 1425 
Aula 01................................................................................................................................. 1445 
Aula02................................................................................................................................. 1459 
Aula 04................................................................................................................................. 1474 
Aula 07................................................................................................................................. 1492 
Aula 11................................................................................................................................. 1507 
Aula 14................................................................................................................................. 1527 
Aula 15................................................................................................................................. 1544 
Aula 05................................................................................................................................. 1561 
Aula 10................................................................................................................................. 1580 
Aula 13................................................................................................................................. 1602 
Aula 16................................................................................................................................. 1619 
Aula 17................................................................................................................................. 1640 
Aula 18................................................................................................................................. 1660 
Aula 19................................................................................................................................. 1679 
Aula 20................................................................................................................................. 1699 
Aula 21................................................................................................................................. 1723 
Aula 22................................................................................................................................. 1747 
Aula 23................................................................................................................................. 1772 
Aula 26................................................................................................................................. 1796 
PROCESSO CIVIL ...................................................................................................................... 1808 
Aula 03................................................................................................................................. 1808 
Aula 04................................................................................................................................. 1819 
Aula 05................................................................................................................................. 1838 
Aula 06................................................................................................................................. 1855 
6 
 
Aula 07................................................................................................................................. 1869 
Aula 08................................................................................................................................. 1885 
Aula 10................................................................................................................................. 1900 
Aula 09................................................................................................................................. 1911 
Aula 11................................................................................................................................. 1927 
Aula 12................................................................................................................................. 1940 
Aula 13................................................................................................................................. 1957 
Aula 15................................................................................................................................. 1971 
Aula 17................................................................................................................................. 1996 
Aula 01................................................................................................................................. 2012 
Aula 02................................................................................................................................. 2026 
Aula 14................................................................................................................................. 2040 
PROCESSO PENAL .................................................................................................................... 2049 
Aula 13................................................................................................................................. 2049 
Aula 01................................................................................................................................. 2058 
Aula 02................................................................................................................................. 2072 
Aula 03................................................................................................................................. 2089 
Aula 04................................................................................................................................. 2098 
Aula 05................................................................................................................................. 2111 
Aula 06................................................................................................................................. 2125 
Aula 07................................................................................................................................. 2136 
Aula 08................................................................................................................................. 2149 
Aula 09................................................................................................................................. 2166 
Aula 10................................................................................................................................. 2182 
Aula 11................................................................................................................................. 2197 
Aula 12................................................................................................................................. 2214 
Aula 14................................................................................................................................. 2227 
Aula 15................................................................................................................................. 2239 
Aula 16................................................................................................................................. 2250 
Aula 17................................................................................................................................. 2270 
 
 
7 
 
 
ADMINISTRATIVO 
 
 
Aula 01 
Goiânia, 15/03/2010 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Professor Fabrício Bolzan 
 
Nesta primeira aula, nós vamos estudar a Lei 8112/90. 
Agentes Públicos (estudamos no Intensivo I a parte constitucional)>>gênero. 
Dentro deste nós temosespécies, como, v.g., os agentes políticos, os agentes 
administrativos, os particulares em colaboração com o Estado. 
Dentro dos agentes administrativos, nós vamos falar dos servidores estatutários 
(ocupantes de cargo público – Lei 8112/90), dos empregados públicos 
(ocupantes de empregos, regidos pela CLT) e temos também os servidores 
temporários (detentores de função pública). 
Vamos falar dos servidores estatutários. 
 
Lei 8112/90 (Estatuto do Servidor Civil Federal) 
� Conceitos preliminares 
1º) Servidor público: é a pessoa legalmente investida em cargo público. Veja 
o art. 37, § 2º (sobre o cargo em comissão): 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de 
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas 
e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo 
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
8 
 
2º) Cargo público: consiste no conjunto de atribuições e responsabilidades 
cometidas (entregues) a um servidor. 
3º) Provimento: é o ato administrativo pelo qual a pessoa se vincula à 
Administração ou a um novo cargo. 
Provimento é a mesma coisa que investidura? A resposta vem daqui a 
pouco. 
4º) Vacância: é o ato administrativo que põe fim ao vínculo da pessoa com a 
Administração ou com o cargo anteriormente ocupado. 
Formas de provimento 
1ª) Nomeação: é o ato que materializa o provimento originário da pessoa a um 
cargo público 
Nomeou, tem direito a posse: a posse é o ato pelo qual são cometidas 
(entregues) ao servidor as atribuições, direitos, deveres e responsabilidades do 
cargo público. 
A partir deste momento, ele está investido no cargo público. Com a posse, 
ocorre a investidura do servidor no cargo público. 
Então, provimento é a mesma coisa que investidura? Não, porque enquanto o 
provimento é um ato unilateral da Adm, a investidura depende da participação 
da outra parte. No caso, o servidor nomeado. Se ele não toma posse, ele não é 
investido no cargo. 
Quando eu falo em investidura, eu falo em ato complexo: Adm manifesta 
vontade e o particular nomeado manifesta vontade. 
Para começar a trabalhar, o sujeito tem que entrar em exercício. Este é o efetivo 
desempenho das atribuições do cargo. 
Da nomeação, a lei fala em 30 dias para tomar posse, e o empossado, segundo a 
lei, tem 15 dias para entrar em exercício. 
Uma primeira questão polêmica e aí a gente entra em jurisprudência: o 
aprovado dentro do numero de vagas tem direito à nomeação? 
Pacífica a posição do STJ, o aprovado dentro do número de vagas tem direito 
subjetivo à nomeação. RMS 27.508, j. 16/04/2009. 
9 
 
O STJ tem tanta jurisprudência nesse tema que ele já chegou a conceder 
segurança a uma candidata que comprovou ter vaga no emprego. O número de 
vagas eram 10, os 10 assumiram, mas ela comprovou que o Município firmou 
um convênio com uma clínica particular, significa que tem vaga lá dentro da 
Adm. Portanto, já nomeou até quem estava fora. 
E o STF? O que pensa sobre esse tema? O STF sempre teve uma posição clássica 
a esse respeito: aprovado em concurso público não tem direito à nomeação, 
tem mera expectativa de direito. 
Mas o STF, graças a Deus e graças a essa excelente posição do STJ, evoluiu nessa 
jurisprudência. O penúltimo julgado diz que o aprovado dentro do número de 
vagas tem direito à nomeação, mas a Adm pode recusar essa nomeação, desde 
que ela fundamente e essa fundamentação poderá ser controlada pelo Poder 
Judiciário (STF, RE 227.480/RJ, j. 16/09/2008. Informativo 577 de março de 
2010). 
Uma segunda questão polêmica é com relação ao estágio probatório. Na lei 
8112/90, art. 20, o estágio probatório que está lá é de 24 meses. É possível 
estágio probatório de 24 meses, enquanto a CF fala em 3 anos? 
A redação original do art. 41 da CF falava que são estáveis, após 2 anos de 
efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de concurso público. 
O quê que os estatutos de servidores públicos começaram a fazer quanto ao 
estágio probatório? 
Começaram a falar em 24 meses de estágio probatório, compatível com a 
redação original do art. 41. 
Mas sabe-se que a EC 19/98 alterou essa redação, dispondo que a estabilidade é 
de 3 anos agora. 
O STJ entendeu que são institutos distintos, logo o estágio probatório pode ser 
de 24 meses e a estabilidade pode ser de 3 anos. O STJ sempre entendeu assim. 
O Governo não ficou contente com isso, porque dentro da AGU tem o parecer 
normativo 17 de 2004, falando que no âmbito federal o estágio probatório tem 
que ser equivalente à estabilidade. Então o estágio probatório tem que ter 36 
meses. 
10 
 
Então, alguns servidores quando já haviam completado 24 meses, requereram 
dos procuradores federais a promoção, pois esta ocorre com o estágio 
probatório. 
O Governo Federal, através da MP 431, alterou o período do estágio probatório 
de 24 para 36 meses. 
Medida provisória tem que ser convertida em lei, e a lei que converteu essa MP 
voltou o estágio probatório para 24 meses (Lei 11784/2008). Então, hoje, o 
prazo do estágio probatório se manteve em 24 meses. 
O STJ mudou seu pensamento sobre o tema (em 22 de abril de 2009) para 
entender que em que pese o estágio probatório ser instituto distinto da 
estabilidade, eles estão interligados, não podem ser vistos de forma estanque, 
separados, e o período do estágio probatório tem que ser compatível com o 
período da estabilidade (RMS 12.523). 
Processo 
MS 12523 / DF 
MANDADO DE SEGURANÇA 
2006/0284250-6 
Relator(a) 
Ministro FELIX FISCHER (1109) 
Órgão Julgador 
S3 - TERCEIRA SEÇÃO 
Data do Julgamento 
22/04/2009 
Ementa 
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. ESTABILIDADE. ART. 41 
DA CF. EC Nº 19/98. PRAZO. ALTERAÇÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. 
OBSERVÂNCIA. 
I - Estágio probatório é o período compreendido entre a nomeação e a 
aquisição de estabilidade no serviço público, no qual são avaliadas 
a aptidão, a eficiência e a capacidade do servidor para o efetivo 
exercício do cargo respectivo. 
II – Com efeito, o prazo do estágio probatório dos servidores 
públicos deve observar a alteração promovida pela Emenda 
Constitucional nº 19/98 no art. 41 da Constituição Federal, no 
tocante ao aumento do lapso temporal para a aquisição da 
estabilidade no serviço público para 3 (três) anos, visto que, 
apesar de institutos jurídicos distintos, encontram-se 
pragmaticamente ligados. 
III - Destaque para a redação do artigo 28 da Emenda Constitucional 
nº 19/98, que vem a confirmar o raciocínio de que a alteração do 
prazo para a aquisição da estabilidade repercutiu no prazo do 
estágio probatório, senão seria de todo desnecessária a menção aos 
11 
 
atuais servidores em estágio probatório; bastaria, então, que se 
determinasse a aplicação do prazo de 3 (três) anos aos novos 
servidores, sem qualquer explicitação, caso não houvesse conexão 
entre os institutos da estabilidade e do estágio probatório. 
PROCURADOR FEDERAL. PROMOÇÃO E PROGRESSÃO NA CARREIRA. PORTARIA PGF 
468/2005. REQUISITO. CONCLUSÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. DIREITO LÍQUIDO 
E CERTO. INEXISTÊNCIA. 
IV – Desatendido o requisito temporal de conclusão do estágio 
probatório, eis que não verificado o interstício de 3 (três) anos de 
efetivo exercício da impetrante no cargo de Procurador Federal, 
inexiste direito líquido e certo de figurar nas listas de promoção e 
progressão funcional, regulamentadas pela Portaria PGF nº 468/2005. 
Ordem denegada. 
 
Então se a estabilidade é em 3 anos, o estágio probatório é em 36 meses. 
Posição recente: não é possível prazos diferentes. 
Sobre a inconstitucionalidade,várias suspensões de tutela antecipada 
concedidas pelo ainda presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes no ano 
passado, no sentido de que é inconstitucional essa diferença do prazo 
probatório para a estabilidade. 
São decisões monocráticas que o examinador pode explorar na prova. 
2ª) Readaptação: nesta, nós temos a investidura do servidor em cargo de 
atribuições e responsabilidades compatíveis com a sua limitação física ou 
mental comprovada em inspeção médica. 
Ex.: cidadão é digitador, é muito comum quem digita muito ter LER, se o sujeito 
enxerga bem, a Adm vai dizer que ele vai ser leitor de Diário Oficial. 
Significa que a readaptação tem que ser em cargo com atribuições afins, 
respeitada a habilitação exigida, o nível de escolaridade, equivalência nos 
vencimentos, e se não existir um cargo com essas características, o servidor 
atuará como excedente. 
Nesse caso, ele continua a atuar e a trabalhar, mas não existe um cargo para 
ele, o primeiro que aposenta ou (?), o cargo vai para ele. 
3ª) Reversão: consiste no retorno à atividade do servidor aposentado. Nós 
temos 2 modalidades de reversão: 
a) De ofício pela Adm: quando a Adm descobre que as causas que levaram à 
aposentadoria por invalidez não mais subsistem. 
12 
 
b) A pedido do servidor: para que haja apreciação desse pedido, têm que 
ser preenchidos requisitos de admissibilidade: 
� Solicitação do servidor; 
� A aposentadoria, quando pedida e deferida, deve ser na modalidade 
voluntária; 
� Quando ele pediu a aposentadoria, ele deveria ser estável no serviço; 
� Pedido de reversão tem que ser feito dentro de 5 anos da aposentadoria; 
� Tem que ter cargo vago, para conseguir ver o seu pedido admitido. 
Ele preencheu todos esses requisitos, ele tem o direito subjetivo de 
voltar para a Adm ou não? 
Mesmo preenchendo todos esses requisitos, o servidor não tem o direito 
subjetivo de retornar, porque estamos diante dessa segunda modalidade 
de um ato discricionário da Adm. 
E a reversão de ofício? A Adm descobre que o servidor não está mais 
doente: ela tem obrigação ou faculdade de trazer de volta? É uma 
obrigação, porque o ato aqui é um ato vinculado. 
4ª) Reintegração: nesta nós temos a reinvestidura de servidor estável no cargo 
anteriormente ocupado em razão da invalidação da sua demissão no âmbito 
judicial ou administrativo, com o ressarcimento de todas as vantagens. Art. 28 
da Lei 8112/90. 
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no 
cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua 
transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão 
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as 
vantagens. 
A reintegração pressupõe reinvestidura de servidor estável. E se o servidor não 
é estável, ele tem direito à reintegração? O servidor, mesmo que não estável, se 
ele conseguir invalidar o ato que o demite, ele tem direito ao retorno ao cargo 
anterior, só que é um retorno inominado, não vai se chamar reintegração. 
Quais são os seus efeitos? Os efeitos são ex tunc, retroativos da anulação do ato 
de demissão. 
13 
 
A lei, quando fala em reintegração, pressupõe estável; o não estável pode 
retornar, isso não se chama reintegração, e os efeitos são retroativos. Esse o 
resumo. 
5ª) Recondução: é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente 
ocupado por inabilitação no estágio probatório relativo a novo cargo, ou em 
razão da reintegração do antigo ocupante. 
Essa recondução pressupõe não a exoneração do cargo anterior, mas o pedido 
de vacância em razão de posse em outro cargo inacumulável. Art. 33, VIII da Lei 
8112/90. Com isso, apenas sobrestá-se o vínculo. Pois se o sujeito for reprovado 
em estágio probatório no novo cargo, tem direito ao retorno ao cargo anterior. 
Pergunta: a lei fala o quê: inabilitado em estágio probatório em outro cargo. O 
sujeito está indo bem no estágio probatório, mas ele não está feliz no novo 
cargo, ele tem direito à recondução? 
(intervalo para café) 
 
É possível um servidor desistir do novo cargo e pedir a recondução para o cargo 
anterior, desde que esse pedido seja feito dentro do período do estágio 
probatório (tanto o STJ quanto o STF). STJ, MS 8.339, j. 11/09/2002. STF, MS 
24.543, j. 21/08/2003. Súmula 16 da AGU. 
Processo 
MS 8339 / DF 
MANDADO DE SEGURANÇA 
2002/0051853-4 
Relator(a) 
Ministro HAMILTON CARVALHIDO (1112) 
Órgão Julgador 
S3 - TERCEIRA SEÇÃO 
Ementa 
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL. ESTÁGIO 
PROBATÓRIO 
EM OUTRO CARGO PÚBLICO. RECONDUÇÃO AO CARGO ANTERIORMENTE 
OCUPADO. 
POSSIBILIDADE. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 
1. O servidor público estável que desiste do estágio probatório a 
que foi submetido em razão de ingresso em novo cargo público tem 
direito a ser reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. 
2. Inteligência do parágrafo 2º do artigo 20 da Lei nº 8.112/90. 
Precedentes do STF. 
3. "O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança" 
(Súmula do STF, Enunciado nº 269). "Concessão do mandado de 
14 
 
segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período 
pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela 
via judicial própria." (Súmula do STF, Enunciado nº 271). 
4. Ordem parcialmente concedida. 
 
MS 24543 / DF - DISTRITO FEDERAL 
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MANDADO DE SEGURANÇA 
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO 
Julgamento: 21/08/2003 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Ementa 
 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. Lei 
8.112/90, art. 20, § 2º. C.F., art 41. I.- O direito de o servidor, aprovado em concurso público, 
estável, que presta novo concurso e, aprovado, é nomeado para cargo outro, retornar ao cargo 
anterior ocorre enquanto estiver sendo submetido ao estágio probatório no novo cargo: Lei 
8.112/90, art. 20, § 2º. É que, enquanto não confirmado no estágio do novo cargo, não estará 
extinta a situação anterior. II.- No caso, o servidor somente requereu a sua recondução ao cargo 
antigo cerca de três anos e cinco meses após a sua posse e exercício neste, quando, inclusive, já 
estável: C.F., art. 41. III.- M.S. indeferido. 
6ª) Aproveitamento: retorno à atividade do servidor em disponibilidade, a cargo 
com atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. 
A disponibilidade nada mais é do que uma inatividade remunerada. Um outro 
instituto que consiste em inatividade remunerada é a aposentadoria. 
Quais as principais diferenças entre disponibilidade e aposentadoria? 
Há 2 características marcantes na disponibilidade: nesta essa inatividade 
remunerada é provisória, enquanto na aposentadoria em regra é permanente 
(porque vimos as hipóteses de reversão hoje); outra diferença é que a 
remuneração na disponibilidade é proporcional ao tempo de serviço, enquanto 
que para a aposentadoria o que vale é o tempo de contribuição (os proventos 
são calculados com base no tempo de contribuição). 
7ª) Promoção: o servidor investido em cargo com maior grau de 
responsabilidade e complexidade nas suas atribuições, porém dentro da mesma 
carreira. 
Se o examinador falar em transferência ou em ascensão, são 2 formas de 
provimento que foram banidas da Lei 8112/90, porque violam o princípio do 
concurso público. 
A transferência era uma forma de provimento em que, por exemplo, o servidor 
era analista de um Tribunal estadual e era transferido para analista do TRF. 
15 
 
Na ascensão, o cidadão era técnico nível I, passou para o II, o III e o IV, e então 
ascendia para analista... 
Portanto, na transferência o servidor passava de um cargo para outro de igual 
denominação, porém situado em quadro funcional diverso.É diferente de 
cessão de servidor. 
Na ascensão, nós temos que o servidor passa de um cargo situado na classe 
mais elevada de uma carreira para a classe inicial de carreira diversa. Isso não 
mais é válido. Viola o princípio constitucional do concurso público. 
Súmula 685 do STF. 
SÚMULA Nº 685 
 
É INCONSTITUCIONAL TODA MODALIDADE DE PROVIMENTO QUE PROPICIE AO SERVIDOR INVESTIR-SE, SEM 
PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO SEU PROVIMENTO, EM CARGO QUE NÃO 
INTEGRA A CARREIRA NA QUAL ANTERIORMENTE INVESTIDO. 
16 
 
 
Formas de vacância 
1ª) Exoneração: consiste numa forma de desligamento do servidor sem 
conotação de penalidade. Isso, no âmbito federal. Por isso, cuidado se o 
concurso for municipal ou estadual. Pode ser que se fale em exoneração com 
conotação de penalidade. 
� Cargo efetivo: a exoneração ocorre: 
a) A pedido do servidor 
b) De ofício pela Adm: ocorre quando o servidor não passa no estágio 
probatório ou quando o servidor toma posse e não entra em exercício 
naquele prazo de 15 de anos que estudamos hoje. 
A exoneração de ofício da Adm no caso de inabilitação no estágio 
probatório é a mesma coisa que a exoneração ad nutum do servidor 
de cargo em comissão? Tem que ter processo administrativo com 
ampla defesa e contraditório? E para quem acha que é processo adm 
com contraditório e ampla defesa é processo adm disciplinar (PAD)? 
Não é a mesma coisa: quando a Adm exonera de ofício por 
inabilitação no estágio, ela tem que dar direito a contraditório e a 
ampla defesa e ainda tem que motivar. 
Tem que ter processo adm, mas este pode ser simplificado, não tem 
natureza de PAD. 
RE 223.904, j. 14/12/2004 e Súmula 21 do STF, RE 594.040 e também 
uma decisão recentíssima do STJ nesse mesmo sentido: RMS 20.934, 
j. 19/02/2010. 
� Cargo em comissão ou função de confiança: cargo em comissão pode ser 
ocupado ou não por quem prestou concurso público; já função de 
confiança, só por aquele que é detentor de cargo efetivo (art. 37, V da 
CF). 
Tanto para o cargo em comissão quanto para a função de confiança, a 
exoneração pode ser: 
a) A pedido do servidor: 
17 
 
b) A critério da autoridade competente: 
A própria Constituição no art. 37, II é muito clara ao falar em livre 
nomeação e livre exoneração, significa que não precisa motivar para 
contratar, nem para exoneração (exoneração ad nutum). 
2ª) Demissão: desligamento do servidor com conotação de penalidade. Para 
falar em demissão, o servidor tem que praticar falta grave (art. 132 da Lei 
8112/90), apurada por PAD. 
3ª) Aposentadoria: é uma inatividade remunerada. 
4ª) Falecimento. 
5ª) Promoção 
6ª) Readaptação 
7ª) Posse em outro cargo inacumulável 
 
As 3 últimas são aos mesmo tempo forma de provimento e de vacância. 
(FIM) 
18 
 
 
Remoção 
Envolve o deslocamento do servidor para desempenhar suas atividades em 
outra unidade, no âmbito do mesmo quadro funcional, com ou sem mudança 
de sede. 
Quais as modalidades de remoção na lei 8112/90? 
1ª) Remoção de ofício pela Adm: ocorrerá no interesse da Adm e independe de 
requerimento do servidor. A gente tem que tomar cuidado com o chamado 
desvio de poder (desvio de finalidade), ou seja, quando a remoção for utilizada 
como forma de penalidade do servidor, tem-se clássico exemplo de desvio de 
poder. 
Ex: policiais federais investigando família de político famoso, um pouquinho 
antes de prender, eles foram removidos para a fronteira do País. O desvio de 
poder tem que ser comprovado diante do caso concreto, diante de 
circunstâncias externas, e não internas, do tipo: quantos passaram no concurso 
depois desses policiais, há quanto tempo tem o interesse de me remover para a 
fronteira, do tipo me pegaram só agora que eu cheguei perto da família. O 
Judiciário pode afirmar que aqui não tem discricionariedade da Adm, aqui tem 
desvio de finalidade. 
2ª) Remoção a pedido do servidor, porém a critério da Adm deferir ou não: é 
um ato discricionário da Adm: ela vai fazer um juízo de valor, de oportunidade e 
conveniência e decidir se defere ou não o pedido do servidor. 
3ª) Remoção a pedido do servidor, independentemente de interesse da Adm: 
veja art. 36, p. único, III da Lei 8112/90: 
a) Para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado no 
interesse da Adm. Se o servidor pede, a Adm tem que deferir. Ex: 
suponha-se um casal de amigos, Omar e Elisângela, vamos supor que o 
primeiro foi removido por interesse da Adm para outro estado, se a 
Elisângela pede, ela tem o direito de ser removida para acompanhar o 
seu marido. 
Um segundo caso é que o Omar, não satisfeito como procurador federal, 
continuou a estudar e passou no concurso do MPT, só que ele foi lotado 
em Aracaju, a Elisângela tem direito à remoção? Prevalece na 
19 
 
jurisprudência que não tem direito nesse caso, porque ao prestar o 
concurso federal, sabia de antemão que poderia ser lotado em qualquer 
localidade do País. 
STJ, MS 12.887, j. 24/09/2008. 
Todas essas hipóteses envolvem ato vinculado da Adm (pediu, a Adm 
tem a obrigação de deferir) 
b) Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente 
que viva às suas expensas... Então, a mulher que por motivo de saúde 
tem que se mudar para Campos de Jordão, porque precisa respirar um ar 
melhor... 
c) Concurso de remoção, processo seletivo em que há mais pessoas 
interessadas do que o número de vagas. 
 
Redistribuição 
Temos o deslocamento do cargo público, de provimento efetivo, ocupado ou 
vago para outro órgão ou entidade do mesmo poder. 
Se o servidor não for deslocado junto com o cargo público, o que eu faço com 
esse servidor? 
Se o servidor não for deslocado junto com o cargo, ou ele ficará em 
disponibilidade, ou ele desempenhará as suas atividades provisoriamente em 
outro órgão ou entidade até o adequado aproveitamento. 
 
Direitos e vantagens do servidor na Lei 8112/90 
 
� Sistema remuneratório do servidor 
O servidor poderá receber: 
1º) por vencimento. A definição de vencimento da lei está no art. 40 da Lei 
8112/90: é o valor-base fixado em lei. 
Mas nós temos servidores que recebem por: 
20 
 
2º) por remuneração: art. 41 da Lei 8112/90: vencimento+vantagens 
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei (ex: abono, gratificação). 
Tem servidores que recebem por subsídio: nos termos do art. 39, § 4º da CF; 
art. 144, § 9º, art. 39, § 8º da CF. Aqui o servidor recebe parcela única. É a 
transformação de toda a remuneração em um só valor. 
É possível vencimento inferior a 1 salário mínimo? Art. 40, p. único (revogado, 
virou § 5º do art. 41) da Lei 8112/90. Sim, é possível vencimento inferior a 1 
salário mínimo, desde que a remuneração atinja esse piso salarial (seja no 
mínimo 1 salário). Isso nos termos da lei. 
O Supremo implicitamente já falou que isso é constitucional, em duas Súmulas 
vinculantes: 15 e 16. 
A Lei 8112/90 é muito clara em falar o seguinte: salvo por imposição de lei ou 
mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento 
do consumidor. 
Então, o servidor mantinha em seu poder 187 talões de vales-refeições, apurou-
se em processo adm a responsabilidade dele, é possível descontar esse valor da 
sua remuneração ou provento? 
Segunda situação: Adm paga alguma verba a maior do servidor: posso descontar 
em folha de pagamento independentemente de concordância do servidor? 
Prevalece no STF que no caso da indenização, não é possível desconto direto: se 
a Adm quiser, ela que entre com uma ação de reparação de danos (STF, MS 
24.182). 
No caso envolvendo pagamento a maior de verbas salariais indevidamente, é 
possível o desconto emfolha de pagamento de servidor independentemente de 
concordância do servidor. STF, MS 28.416, j. 10/11/2009. Nessa segunda 
situação, é possível porque a lei admite (art. 46 da Lei 8112/90). 
21 
 
 
Aula 02 
Goiânia, 29/03/2010 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Professor Fabrício Bolzan 
 
Lei 8112/90 
� Direitos e vantangens 
1º Sistema remuneratório 
2º Vantagens pecuniárias 
1) Indenizações: visam ressarcir o gasto do servidor. Não se incorporam ao 
vencimento e provento. 
a) Ajuda de custo: ressarcir os gastos do servidor com sua mudança em 
caráter permanente. Indenizar um servidor em razão de mudança em 
caráter permanente. 
Somente para remoção a pedido da Administração, independe de 
requerimento do servidor (STJ). 
Em caso de falecimento do servidor, é possível voltar a sua sede de 
origem, desde que esse requerimento seja feito dentro de 1 ano da 
data do óbito. 
b) Diárias: visam ressarcir os gastos com pousada, alimentação e 
locomoção urbana em razão de deslocamentos transitórios do 
servidor. Não precisa pagar diárias quando o deslocamento for 
permanente. Também não se pagam diárias se o deslocamento 
ocorrer dentro de uma mesma região metropolitana. E também em 
deslocamentos envolvendo países limítrofes. Nessas 3 situações, em 
regra não se pagam diárias. Se for pernoitar fora da sede, aí se pagam 
as diárias. 
Se o servidor não se afasta da sua sede, ele terá 5 dias para devolver 
as diárias, caso as receba e não se afaste da sede. 
22 
 
Se ele recebeu em excesso, tem que devolver também no prazo de 5 
dias. 
c) Indenização de transporte: visa ressarcir os gastos do servidor que 
usa meio de transporte próprio para desempenhar serviço externo. 
Ex: Procurador Federal que atua no INSS (tem que tomar ciência dos 
processos no Forum). 
d) Auxílio-moradia: visa ressarcir os gastos do servidor com aluguel de 
moradia ou hospedagem em hotel. Paga-se para quem desempenha 
cargo em comissão ou função de confiança do grupo de direção e 
assessoramento superior (DAS: níveis 4, 5 e 6), também cargos de 
natureza especial de Ministros de Estado ou equivalentes. Ex. de 
cargo equivalente a Ministro de Estado: AGU. Art. 60-B da Lei 
8112/90: fala dos requisitos que tem que ter para preencher para 
receber esse auxílio-moradia. 
Ele será pago por 8 anos dentro de cada período de 12 anos. 
Antes da Lei 11784/2008: falava-se que pagava auxílio moradia de 5 
anos no período de 8 anos. 
O valor do auxílio-moradia ficará limitado a 25% do valor do cargo em 
comissão, função comissionada ou de Ministro de Estado. 
Mas a lei também fala que para não ficar uma situação irrisória, 
poderia existir cargo em comissão de 2000 reais, então o auxílio-
moradia será de 500 reais. 
Independentemente do cargo em comissão ou função comissionada, 
fica garantido a todos um auxílio-moradia de até 1800 reais. 
2) Gratificações 
a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e 
assessoramento. 
Essa gratificação é do detentor de cargo efetivo. 
b) Gratificação natalina: para a CLT, nada mais é do que o 13º salário: 
nós temos o servidor recebendo 1/12 da remuneração que fizer jus 
no mês de dezembro. 
23 
 
Na lei 8112, período igual ou superior a 15 dias trabalhados, será 
considerado como mês integral. 
No caso de exoneração, ele terá direito à gratificação natalina 
proporcional ao tempo trabalhado, mas ela será calculada com base 
no mês da exoneração do servidor. 
c) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é paga ao servidor 
que primeiro atuar como instrutor em curso de formação ou 
participar de banca examinadora de concurso público ou de 
vestibular. 
3) Adicionais 
a) Insalubridade, periculosidade e de atividade penosa: insalubridade: 
prejudicial à saúde. Periculosidade: condições de risco ao servidor. 
Atividade penosa: quando atuar em zonas de fronteira ou em 
localidade cujas condições de vida justifiquem o adicional. 
A lei não fala sobre atividade penosa. Para o direito adm, só pode 
fazer o que o direito determinou... 
A atividade penosa está prevista na Lei 8270/91 e Dec. 493/92 no art. 
4º. 
Decreto 493, de 10 de abril de 1992, art. 4º Também veda a 
percepção a gratificação de que trata este decreto não poderá ser 
percebida cumulativamente com outras vantagens semelhantes. 
Lei 8270/91 no art. 12 temos o percentual de insalubridade e 
periculosidade: COPIAR. 
Insalubridade: percentual de 5, 10 ou 20%. 
Periculosidade: percentual de 10%. 
§ 1º é igual à regra. 
§ 2º: raio X e substâncias radioativas tem o percentual de 10%. 
Atividades penosas: art. 17 da Lei 8270/91: 15% no caso em exercício 
em capitais e 30% em outras localidades. 
24 
 
b) Adicional por serviço extraordinário: na iniciativa privada, é a hora 
extra. Fala-se de acréscimo de 50% em relação ao valor pago à hora 
normal. Como é a Adm Publica, o raciocínio é um pouco diferente, 
porque só é possível: 
� Situações excepcionais e temporárias; 
� Máximo de 2 hs por jornada de trabalho. 
c) Adicional noturno: é pago ao servidor que trabalha das 22hs de um 
dia às 5hs da manhã do dia seguinte. O percentual desse adicional é 
de 25% em relação à hora normal. 1 hora noturna equivale a 52 min e 
30 seg. 
Vamos supor que o horário do servidor é trabalhar até as 22 hs. 
Excepcionalmente ele vem fazendo um trabalho extraordinário até as 
24 hs. É possível acumular o serviço extraordinário com serviço 
noturno? Sim, é possível acumular adicional de serviço extraordinário 
com adicional noturno (art. 75, p. único da Lei 8112/90). 
d) Adicional de férias: corresponde a 1/3 da remuneração do servidor 
pago até 2 dias antes do início das férias. Quando as férias forem 
parceladas, o adicional será pago quando do gozo do 1º período. 
Vamos supor que o servidor passe a ocupar uma função de direção, 
chefia e assessoramento (chefe geralmente ganha mais). Esse 
adicional de 1/3 eu calculo com base no vencimento básico dele ou 
calculo sobre a remuneração oriunda do exercício de função de 
direção, chefia ou assessoramento? Será levado em consideração 
para o cálculo aquilo que recebe em razão do exercício de funções de 
direção, chefia e assessoramento. 
25 
 
 
3º Férias 
Temos uma regra, que envolve 30 dias por período trabalhado. É possível 
acumular até 2 períodos, e é possível parcelar as férias em até 3 etapas. 
 O primeiro período aquisitivo tem que ter 12 meses de período trabalhado. 
Os demais não precisam ser 12 meses. Ex: Começa a trabalhar em abril de 
2010, vai tirar férias 12 meses depois, ou seja, em abril de 2011, a partir desse 
mês, vai poder tirar férias no período que quiser. Ex: junho de 2011. 
Essa é a regra. Exceção: servidores que atuam com raios X ou substâncias 
radioativas: vão gozar 20 dias consecutivos por semestre e é proibida a 
acumulação de períodos. 
20 dias consecutivos por semestre vão dar 40 dias por ano, diferentemente da 
regra, pois, que são 30 dias por ano. 
Interrupção das férias 
Art. 80 da Lei 8112/90 
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por 
motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação 
para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do 
serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou 
entidade.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Férias 
de Ministro - Vide) 
 Parágrafo único. O restante do período interrompido será 
gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. 
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
(intervalo para café) 
 
4º Licenças 
1) Por motivo de doença em pessoa da família 
O que é família para conseguir essa licença? Família envolve cônjuge oucompanheiro, pais, filhos, madrasta, padrasto, enteados ou dependentes 
26 
 
que vivam às expensas do servidor e constem do assentamento 
funcional. 
Para conseguir essa licença, o servidor tem que comprovar que a ajuda 
dele é indispensável para o doente e não pode ser prestada 
concomitantemente com o trabalho nem em regime de compensação de 
horas. 
Art. 83, § 2º da Lei 8112/90: essa licença será concedida no período de 
cada 12 meses. De quando eu conto esse período: do começo da licença 
ou do seu final? O período de 12 meses será contado a partir do 
deferimento da licença concedida (§ 3º). 
O período máximo da licença é de 150 dias. Como se conta, analisando se 
é remunerada ou não a licença? Os 60 dias iniciais, consecutivos ou não, 
com remuneração. Os 90 dias finais, consecutivos ou não, sem 
remuneração. 
Art. 103, II da Lei 8112/90. 
Art. 81, I e § 3º. 
2) Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro 
Qual o fundamento desse afastamento? Deslocamento do cônjuge ou 
companheiro para outro ponto do território nacional, para o exterior, 
para o exercício de mandato nos Poderes Executivo ou Legislativo. Essa 
licença será sem remuneração e por prazo indeterminado. Art. 84, § 2º 
da Lei 8112/90. Pode ser que o servidor seja estadual, o cônjuge vai para 
outro ponto do País, pode pedir ou o afastamento ou o exercício 
provisório naquela autarquia. 
3) Licença para o Serviço Militar: 
O fundamento é o serviço militar. Concluído o serviço militar, o servidor 
terá o prazo de 30 dias para reassumir o seu cargo. Esse período de 30 
dias será remunerado ou sem remuneração? Será sem remuneração. 
4) Licença para a atividade política 
Será sem ou com remuneração? Será sem remuneração no período que 
vai da convenção partidária até a véspera do registro da candidatura. 
27 
 
Será com remuneração do período que vai do registro da candidatura até 
o 10º dia subseqüente ao pleito (eleição). 
Vamos supor que o registro da candidatura foi em abril, a eleição é em 
outubro: o período máximo com remuneração segundo a lei será de 3 
meses. Portanto, não serão 6 meses de remuneração, mas somente 3 
meses. 
5) Licença-capacitação 
Tem direito à licença-capacitação o servidor a cada 5 anos de efetivo 
exercício. Será deferida ou não essa licença no interesse da Adm, por um 
período de até 3 meses para participar de curso de capacitação 
profissional. 
É remunerada ou sem remuneração? É com remuneração. 
Se já está há 10 anos, pode retirar 6 meses? É proibida a acumulação de 
períodos. 
A licença-capacitação é diferente do afastamento para cursar pós stricto 
sensu. Ou seja, para fazer mestrado, doutorado e pós-doutorado. Está no 
art. 96-A da Lei 8112/90. 
É um afastamento recente na Lei 8112/90. 
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e 
desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente 
com o exercício do cargo ou mediante compensação de 
horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a 
respectiva remuneração, para participar em programa de pós-
graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no 
País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) 
 § 2o Os afastamentos para realização de programas de 
mestrado e doutorado somente serão concedidos aos 
servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou 
entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 
(quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio 
probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar 
de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou 
com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à 
data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº 
11.907, de 2009) 
28 
 
Então são 3 os afastamentos que impedem a licença para doutorado e 
mestrado: lincença-capacitação, licença para tratar de assuntos particulares e 
que não tenha ocorrido nos 2 anos anteriores. 
§ 3o Os afastamentos para realização de programas de pós-
doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares 
de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo 
menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e 
que não tenham se afastado por licença para tratar de 
assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos 
quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. 
(Redação dada pela Medida Provisória nº 479, de 2009) 
Mesmo participando de licença-capacitação, consegue afastamento para pós-
doutorado. 
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos 
previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer 
no exercício de suas funções após o seu retorno por um 
período igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela Lei 
nº 11.907, de 2009) 
É uma forma de compensar o investimento feito pela Adm. Vai ter que trabalhar 
pelo menos o tempo que ficou afastado. 
Se não quer mais trabalhar na Adm: 
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo 
ou aposentadoria, antes de cumprido o período de 
permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o 
órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 
de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. 
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) 
Tem uma outra situação que o legislador pensou: ele fica 3 anos fora, mas não 
consegue o título. Caso o servidor não obtenha o título, aplica-se o § 5º, ou seja, 
deverá ressarcir a Adm dos gastos com seu investimento 
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que 
justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o 
disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de 
força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo 
do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) 
29 
 
Veja que no título da Seção IV, fala-se em afastamento para programa de pós-
graduação em instituição de ensino superior no País. Entretanto, o § 7º do art. 
96-A admite a pós-graduação no Exterior. Veja: 
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação 
no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o 
disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 
11.907, de 2009) 
6) Licença para tratar de interesses particulares 
Quais os requisitos para pedir a licença? É único: não esteja em estágio 
probatório. A Adm pode deferir essa licença ou não (ato discricionário). 
É remunerada ou sem remuneração? Só pode ser sem remuneração e 
será por um prazo de até 3 anos consecutivos. 
Essa licença pode ser interrompida no meio desses 3 anos? Sim, tanto 
pela Adm no interesse do serviço público, como pelo próprio servidor 
mediante seu pedido. 
7) Licença para o desempenho de mandato classista 
O objetivo dessa licença é ocupar cargo de direção em sindicato, 
federação, confederação, além das associações de classe de âmbito 
nacional ou até cooperativas de servidores para prestar serviços aos seus 
membros. 
É com remuneração ou sem remuneração? É sem remuneração e por um 
período correspondente ao mandato (ex: mandato de sindicalista por 1 
ano; mas ele foi reeleito; a licença vale por mais 1 ano, pois é prorrogável 
por uma única vez em caso de reeleição). 
No art. 81 da Lei, vamos encontrar as licenças na Lei 8112/90. 
Embora nesse artigo tenhamos 7 licenças arroladas, existem outras. 
8) Tratamento de saúde 
Arts. 202 a 206 da Lei 8112/90. 
Será deferida a pedido ou de ofício pela Adm, com remuneração e por 
um prazo máximo de 24 meses. 
Tem que comprovar a situação por meio de perícia médica. 
30 
 
O quê que acontece se o servidor ficar doente por mais de 24 meses? 
Essa licença será concedida como aposentadoria por invalidez 
permanente. 
Issoestá no art. 188 da Lei 8112/90, § 1º. 
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará 
a partir da data da publicação do respectivo ato. 
 § 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de 
licença para tratamento de saúde, por período não excedente 
a 24 (vinte e quatro) meses. 
9) Licença por acidente em serviço (arts. 211 a 214 da 
Lei 8112/90) 
Também será uma licença com remuneração e pelo prazo máximo de 24 
meses. 
Se superar esse prazo, ocorrerá aposentadoria por invalidez permanente 
(art. 188, § 4º). 
10) Licença à gestante, à adotante e à paternidade. 
Na Lei 8112/90, gestante tem direito a 120 dias+60 dias que foram dados 
pelo Decreto federal 6690/2008. 
Adotante de criança até 1 ano (a Lei fala em 90 dias, e o decreto prorroga 
por mais 45 dias). Acima de 1 ano, a Lei fala em 30 dias, e o decreto 
prorroga por mais 15 dias. Obs: tem uma lei recente que é a Lei 
12010/2009, que trouxe uma série de benefícios para a adotante, para o 
adotado, e no âmbito da CLT, exige que não haja mais nenhuma 
diferença entre a adotante e a gestante. No âmbito do servidor, 
desconhecem-se disposições/decisões nesse sentido, mas existe a 
possibilidade de discutir o caso. 
Licença à paternidade: a lei fala em 5 dias consecutivos. 
 
Os afastamentos estão nos arts. 93 a 96-A. O professor sugere que se leia 
os arts. 102 e 103 (importante quando a licença representa efetivo 
exercício...). 
 
31 
 
Regime disciplinar do servidor 
É importante saber inicialmente que os deveres dos servidores estão no art. 116 
da Lei 8112/90. 
No art. 117 nós temos as chamadas proibições do servidor no âmbito da Lei 
8112/90. Dependendo do inciso, vai ser suspensão, advertência e até demissão. 
Quanto às responsabilidades do servidor no âmbito da Lei 8112/90: 
O servidor poderá responder no âmbito civil, no âmbito criminal e 
independentemente de sua responsabilidade, no âmbito administrativo. 
Em regra, existe uma independência entre as esferas. 
Responde independentemente da improbidade adm (Lei 8429/92). 
Quando que a decisão no crime interfere no âmbito adm? Quando que a 
absolvição no crime vai atingir a esfera adm e a cível? 
A esfera criminal subdivide-se em crimes funcionais (o ilícito penal tem relação 
com os deveres adm) – nesse caso sentença condenatória no crime implica 
condenação na esfera adm. Ex: corrupção passiva (art. 317 do CP). Está-se 
diante de um crime funcional, que tem relação com os deveres do servidor. Se a 
sentença for absolutória, tem que analisar o fundamento da sentença de 
absolvição. Se o fundamento desta for negativa da autoria ou negativa da 
existência do fato, tem que absolver na esfera adm. Por outro lado, se o 
fundamento da absolvição for insuficiência de provas, quanto à autoria ou para 
a condenação (art. 386, incisos V e VII do CPP), não influirá na decisão adm. 
Súmula 18 do STF. 
E se o crime for um crime não-funcional? Ou seja não tem conexão com os 
deveres do servidor... No caso de condenação a pena privativa de liberdade, se 
for por período inferior a 4 anos, o servidor ficará afastado e a família terá 
direito ao auxílio-reclusão, nos termos do art. 229 da Lei 8112/90. 
Se for condenação a pena privativa de liberdade superior a 4 anos, temos que 
ver o art. 92, I, b, do CP: impõe perda do cargo, função pública ou mandato 
eletivo. 
Se a pena não for de privação de liberdade, não tem repercussão na esfera adm. 
32 
 
A absolvição de crime não funcional também não gera nenhum efeito na esfera 
adm. 
33 
 
 
Aula 04 
Goiânia, 06/05/2010 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Professor Fabrício Bolzan 
 Sindicância 
 Procedimentos específicos 
Processo Administrativo (ex: Lei 8.112/90) PAD 
 Procedimento geral (Lei 9784/99, Lei do Proc. Adm. 
Federal) 
*Penas Administrativas (Lei 8.112/90) 
1ª Advertência escrita 
-Deveres (art. 116) 
-Proibições Art. 117, incisos I a VIII e XIX 
2ª Suspensão 
-Reincidência de falta punível com advertência 
-Proibições do art. 117 (incisos XVII e XVIII) quando não for o caso de demissão 
3ª Demissão 
-Art. 117, IX a XVI 
Para a advertência, se praticar a infração dentro do prazo de 3 anos, será 
reincidente. 
Na suspensão, se praticar a infração dentro de 5 anos, também será reincidente. 
Qual o prazo máximo da suspensão? 
Na Lei 8.112/90 é de 90 dias. 
34 
 
Quando o servidor se recusar injustificadamente a fazer exame médico 
determinado por autoridade competente, a suspensão será no máximo de 15 
dias. 
Imagine uma situação em que só existam 2 servidores em determinado 
departamento: um toma uma suspensão durante 12 dias... A bem do serviço 
público, será possível converter a pena de suspensão em multa. Isso é feito na 
base de 50% por dias de vencimento ou remuneração, ficando o servidor 
obrigado a permanecer em serviço. 
 
3ª Demissão (art. 132 da Lei 8.112/90) 
Inciso II: abandono de cargo>>ocorre quando o servidor falta intencionalmente 
por mais de 30 dias consecutivos 
Inciso III: inassiduidade habitual>> quando faltar por 60 dias ou mais 
intercaladamente no período de 12 meses. Essas faltas na inassiduidade 
habitual ocorrerão injustificadamente. 
 
4ª Cassação de aposentadoria ou disponibilidade 
Quando a Adm descobre que o inativo quando em atividade praticou falta 
punível com demissão. 
 
5ª Destituição de cargo em comissão 
Quando o servidor comissionado praticou infração punível com suspensão ou 
demissão. 
Comissionado é o não detentor de cargo efetivo (não prestou concurso público), 
comissionado puro, porque o detentor de cargo efetivo vai ser punido com 
demissão. 
Com base nisso, é possível discutir uma 1ª questão interessante: 
Quem tem competência para impor essas penalidades (art. 141 da Lei 
8.112/90)? 
35 
 
Não é qualquer autoridade que vai impor a pena de demissão. Presidente da 
República, v.g., tem competência para impor demissão. 
STF, MS 25.518. Ministro de Estado demitiu um servidor público – Executivo 
Federal. É possível isso ou não? Se for olhar o art. 141, I, não é possível, pois 
cabe ao Presidente impor demissão. 
O art. 84, p. único da CF fala da possibilidade do Presidente delegar suas 
funções a Ministro de Estado. Se a competência do Ministro de Estado é 
delegada, é possível ao Ministro de Estado demitir servidor público (prover 
cargos públicos, desprover cargos públicos). 
 
Prescrição (art. 142 da Lei 8.112/90) 
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: 
 I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com 
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e 
destituição de cargo em comissão; 
 II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; 
 III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. 
 § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em 
que o fato se tornou conhecido. 
 § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal 
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como 
crime. 
 § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de 
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final 
proferida por autoridade competente. 
 § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo 
começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. 
MS 23.436 e MS 23.299 do STF: cassação de aposentadoria... 
Tudo bem, vc Adm não precisa cumprir 140 dias (prazo máximo do PAD), mas se 
vc passar desse prazo pode ocorrer a prescrição,porque recomeça do zero a 
fluir o prazo prescricional. 
Vamos entrar hoje nos procedimentos específicos: sindicância e PAD. 
36 
 
 
Procedimentos específicos 
É possível utilizar a lei geral nos procedimentos específicos da Lei 8112/90 (lei 
9784/99). 
Poderei aplicar regra da lei geral na sindicância e no PAD apenas... 
É possível para a autoridade competente impor a penalidade diretamente ao 
ver a infração? 
Não existe mais no nosso ordenamento a chamada verdade sabida: é a 
imposição da penalidade pela autoridade competente diretamente sem direito 
ao contraditório nem à ampla defesa. 
STF, RE 444.518/RS, Min. Dias Toffoli. 
Até hoje isso ocorre e aos montes por aí. 
Ainda numa posição intermediária: denúncia anônima>>Lei 8.112/90 (art. 144) 
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de 
apuração, desde que contenham a identificação e o endereço 
do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a 
autenticidade. 
 Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar 
evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será 
arquivada, por falta de objeto. 
Denúncia anônima pode ou não pode fundamentar PAD ou sindicância? 
STJ, MS 13.348/DF, j. em setembro de 2009. Ela é recebida com reservas e 
desde que contenha elementos informativos idôneos e suficientes. 
E a denúncia inconsistente, do tipo: Fabrício, procurador do Município, acabou 
de trocar de carro...? STJ, decisão de abril de 2010: aqui, tem que ter elementos 
idôneos, notícia consistente. 
Nos termos da Lei, art. 144, denúncia anônima não serve para nada. Para o 
Supremo, serve, sim, desde que recebida com reservas e desde que contenha 
elementos informativos idôneos e suficientes. 
 
37 
 
Procedimentos administrativos da Lei 8.112/90 
1º) Sindicância: 
Pode ser: 
i. Meramente investigativa: meio sumário de apuração de infração 
disciplinar sem imposição de penalidade. Se eu não for impor 
penalidade, eu não tenho aqui acusação. Se eu não tenho acusação, 
tem que ter contraditório e ampla defesa? 
Não há necessidade de contraditório nem de ampla defesa na 
sindicância meramente investigativa. STF, MS 22.888. Não tem que 
ter contraditório nem ampla defesa porque não há acusação (é o 
mesmo raciocínio do IP no Processo Penal). 
ii. Sindicância investigativa e punitiva: nós temos um meio sumário de 
apuração de infração adm e imposição de penalidades leves aos 
servidores. As penas leves são: advertência e suspensão até 30 dias. 
Se tem penas leves, tem que dar direito ao contraditório e a ampla 
defesa desde o início. 
Consequências da sindicância: 
a) Serve tanto para a meramente investigativa quanto para a investigativa 
e punitiva: arquivamento: se dará em razão da não identificação do 
elemento objetivo (não configuração de infração adm disciplinar); se 
dará em razão da não identificação do elemento subjetivo (não 
identificação do autor da infração) 
b) Exclusiva da sindicância investigativa e punitiva: penas leves: 
advertência e suspensão até 30 dias 
c) Vale tanto para a i quanto para a ii, é justamente a sugestão de 
instauração de PAD: ocorre quando a sindicância constata que é o caso 
de impor penas médias (suspensão acima de 30) ou graves (instauração 
do PAD). 
2º) Processo Administrativo Disciplinar (PAD) 
Quando a sindicância constata que é caso de aplicação de penas médias ou 
graves, instaura-se o PAD? Não é necessária a sindicância prévia obrigatória à 
38 
 
instauração do PAD (é o mesmo raciocínio do Processo Penal: o MP não precisa 
do IP para a instauração de denúncia, desde que tenha elementos suficientes). 
PAD: meio de apuração de infração disciplinar e obrigatório para a imposição 
das penalidades médias e graves. Por penas médias nós temos suspensão 
superior a 30 dias; por penas graves nós temos demissão, cassação de 
aposentadoria/disponibilidade, destituição de cargo em comissão. 
E para as penas leves? É possível impor o PAD? Se é obrigatório para pena 
grave, é claro que eu posso utilizar para penas leves. 
O processamento do PAD: 60 dias+60 dias (+20 dias para julgamento)=140 dias 
no total. 
Na sindicância o meio é sumário (prazo de 30 d+ 30 dias). 
O PAD demora mais que os 140 dias no total. É caso de nulidade do processo? 
Não é: 
Primeiro, porque nos termos da Lei (art. 169, § 1º da Lei 8.112/90): 
§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do 
processo. 
STJ, MS, 10.128, Edcl no MS, j. em 08/04/2010. Quanto ao excesso de prazo 
para conclusão do PAD, se não gera prejuízo para o servidor, não é causa de 
nulidade: apenas a prescrição contra a Adm vai começar a correr... 
Na aplicação da penalidade leve deve ser instaurado PAD para imposição de 
suspensão por mais de 120 dias. É correta??? Não, porque para as penas leves o 
PAD tem o prazo máximo de 90 dias de suspensão na lei 8.112. Pode ter PAD 
em infração leve, através de análise. 
A suspensão na Lei 8112/90 vai até 90 dias. 
(intervalo para café) 
 
Fases do PAD 
1. Instauração: o PAD é instaurado com publicação da Portaria que constitui 
a comissão processante. 
39 
 
Comissão processante: é composta por 3 servidores estáveis. O 
presidente dessa comissão deve ter cargo efetivo igual ou superior 
ao do investigado ou nível de escolaridade igual ou superior ao do 
investigado. 
Comissão pode ser: 
Comissão permanente: se na lei ou no estatuto da carreira determinar que o 
servidor só deve ser processado por comissão permanente e no caso concreto 
foi o servidor processado por comissão especial, há ou não violação do princípio 
do Juiz Natural??? 
Sim, viola a Lei 4878/65 (Estatuto do Servidor Policial Federal). Tem uma 
disposição específica que diz que servidor policial federal só pode ser 
processado por comissão permanente. Se existir lei mandando o julgamento por 
comissão permanente, a criação de comissão especial viola o princípio do Juiz 
Natural e o princípio da Legalidade. 
A comissão processante composta por 3 servidores estáveis, todos devem 
integrar o órgão onde ocorre a investigação? 
RMS 25.105/DF, no STF, decisão de 20/10/2006. Quem decide quem vai integrar 
a comissão é a autoridade competente para a instauração do processo. Pode 
integrar a comissão servidor pertencente a órgão diverso ao daquele da 
comissão. 
Imagine o seguinte contexto: o servidor começou a ser investigado por meio de 
PAD. É possível o afastamento preventivo desse servidor? Sim, quando a Adm 
demonstrar que ele está obstruindo o bom andamento das investigações. 
Ele foi afastado porque está obstruindo o bom andamento das investigações. 
Nesse afastamento preventivo ele continua a receber remuneração. O prazo do 
afastamento preventivo é de 60 dias, prorrogável uma única vez por igual 
período. 
Se expirou o prazo de 120 dias, ele não pode ficar fora da Adm, ele volta a 
trabalhar de qualquer jeito. 
Fundamente por quê que nesse caso o servidor continua a receber. 
Na suspensão ele não recebe, aqui no afastamento preventivo continua a 
receber porque é medida cautelar, e se é medida cautelar, que visa assegurar o 
40 
 
bom andamento das investigações, não é pena, e se não é pena, não é possível 
afastar o recebimento pelo servidor. 
2. Inquérito administrativo: envolve: 
a) Instrução 
b) Defesa 
c) Relatório da Comissão Processante 
Instrução do Inquérito adm 
Temos a apuração das provas e a especificação dos fatos imputados ao servidor. 
É possível ou não a prova emprestada no âmbito do processo adm? Sim, é 
possível. 
Edcl no MS 10.128/DF, j. em 08/04/2010. 
Sobre instrução, essa a repercussão. 
Defesa 
O servidor será citado para apresentar defesa

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