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Sumário teórico
ESCRITA DE SINAIS
(PALAVRAS)
 
 
A relação entre a educação de surdos e a escrita da língua majoritária
do País é algo controverso. Temos, de um lado, um sujeito que
apreende o mundo de forma visual e que usa uma língua também
visual-espacial inserido em uma sociedade cuja modalidade da língua
é oral-auditiva e sua escrita é fonético-linear.
De acordo com Quadros (2008), cerca de 95% das crianças surdas
nascem em lares ouvintes, e isso possivelmente acarreta atrasos na
aquisição da língua de sinais, uma vez que esses pais podem não
conhecer a Libras. Essas crianças, ao chegarem à escola, terão os
primeiros contatos com sua primeira língua (L1) e, concomitantemente,
com a segunda língua (L2) – língua portuguesa na modalidade escrita.
As escolas inclusivas, em sua grande maioria, não compreendem as
especificidades das crianças surdas em relação aos processos de
aquisição de L1 e de aprendizado de L2, e isso faz com que, ao
ingressarem nas instituições de ensino, os discentes surdos “entrem”
no fluxo e sejam expostos ao ensino de sua L2 anteriormente à
aquisição de sua L1, acarretando prejuízos linguísticos, culturais e
acadêmicos.
O domínio da escrita de uma língua proporciona maior participação e
tomada de decisões nas relações sociais, trazendo maior autonomia
ao cidadão. Analisando o contexto apresentado, há uma barreira entre
o uso comunicativo da Libras e a escrita da língua majoritária do País
(português brasileiro).
Com o intuito de registar as línguas de sinais, um grupo de
pesquisadores da Universidade de Copenhagen, em parceria com
Valerie Sutton, iniciou o processo de transição dos “sinais da dança”
para a “escrita de sinais” (GESSER, 2009).
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É importante destacar que, durante muito tempo, as língua de sinais
foram consideradas línguas ágrafas, ou seja, línguas sem escrita, mas
as pesquisas linguísticas têm comprovado a capacidade de expressão
escrita das línguas de sinais (STUMPF, 2005; BARROS, 2008;
CAPOVILLA et al., 2006; BARRETO e BARRETO, 2012).
No Brasil, existem quatro sistemas de escrita de sinais: o SignWriting
(SW); o Elis (Escrita das Línguas de Sinais), o SEL (Sistema de Escrita
da Libras) e a Escrita Visogramada das Línguas de Sinais (VisoGrafia).
Neste estudo, iremos nos atentar apenas ao primeiro.
O SW é um sistema de escrita gráfico-esquemático-visual secundário
das línguas de sinais (SILVA et al., 2018), e Stumpf (2008) referencia
que a sua estrutura é composta por informações referentes a
configuração de mão (CM), movimento (Mov.) e expressões não
manuais (ENM). Stumpf (2008) destaca que o SW abrange os
parâmetros propostos por Stokoe, o que não se encontra em outros
sistemas de escrita.
Por meio desse sistema, é possível publicar livros, revistas, aprender
sobre a gramática das línguas de sinais, entre outras utilizações. Silva
et al. (2018) destacam que o SW vem sendo modificado e
aperfeiçoado a partir de estudos, pesquisas e percepções de surdos
falantes nativos de línguas de sinais.
Silva et al. (2018) afirmam que o “SignWriting tem características
gráficas e esquemáticas analógicas que o configuram como um
sistema transparente e de rápida aprendizagem e manipulação”.
“O SignWriting pode registrar qualquer língua de sinais do mundo sem
passar pela tradução da língua falada. Cada língua de sinais vai
adaptá-lo a sua própria ortografia. Para escrever em SignWriting é
preciso saber uma língua de sinais” (STUMPF, 2008).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BARRETO, M.; BARRETO, R. Escrita de sinais sem mistérios. Belo
Horizonte: Editora do Autor, 2012.
BARROS, M. E. EliS – Escrita das Línguas de Sinais: proposta
teórica e verificação prática. 2008. Tese (Doutorado em Linguística) –
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
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CAPOVILLA, F. et al. A escrita visual direta de sinais SignWriting e seu
lugar na educação da criança surda. In: CAPOVILLA, F.; WALKIRIA,
D.; LUIZ, R. D. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da
Língua de Sinais Brasileira. v. II: Sinais de M a Z. 3. ed. São Paulo:
Edusp, 2006.
GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em
torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola
Editorial, 2009.
SILVA, A. D. S. et al. Os sistemas de escrita de sinais no Brasil.
Revista Virtual de Cultura Surda,23. ed., maio 2018. Disponível em:
https://editora-arara-
azul.com.br/site/admin/ckfinder/userfiles/files/2%C2%BA%20Artigo%20
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df Acesso em: 12 set. 2020.
STUMPF, M. R. Aprendizagem de escrita de língua de sinais pelo
SignWriting: linguas de sinais no papel e no computador. 2005. Tese
(Doutorado em Informática na Educação) – Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
STUMPF, M. R. Escrita de Sinais III. Licenciatura em Letras Libras,
Florianópolis: UFSC, 2008.
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