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Introdução ao Direito Processual Penal

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IUS RESUMOS 
 
 
 
 
Introdução ao Direito Processual Penal 
 
 
 
 
 
 Organizado por: Max Danizio Santos Cavalcante 
 
 
IUS RESUMOS 
 
 
 
I INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL ..................................................................... 3 
1.Conceito e finalidades ........................................................................................................................ 3 
2. Fontes do Direito Processual Penal .............................................................................................. 4 
3. Lei Processual Penal: analogia, interpretação e aplicação no tempo e no espaço ..... 5 
3.1 Analogia ........................................................................................................................................... 5 
3.2 Interpretação da Lei Processual ............................................................................................... 6 
3.3 Lei Processual Penal no Tempo ............................................................................................... 7 
3.4 Lei Processual Penal no Espaço ............................................................................................... 8 
4. Sistemas Processuais .......................................................................................................................... 9 
5. Princípios Constitucionais do Processo Penal .......................................................................... 9 
5.1 Princípio da Presunção de Inocência ou da não culpabilidade ................................... 9 
5.2 Princípio da igualdade processual ou da paridade de armas ................................... 10 
5.3 Princípio da ampla defesa ...................................................................................................... 10 
5.4 Princípio da prevalência do interesse do réu, do in dubio pro reo ou do favor rei
 ................................................................................................................................................................. 11 
5.5 Princípio da publicidade ......................................................................................................... 11 
5.6 Princípio da vedação das provas ilícitas ............................................................................ 12 
5.7 Princípio constitucional do devido processo legal – devido processo legal ou 
due process of law ............................................................................................................................ 12 
5.8 Princípio do contraditório ...................................................................................................... 13 
5.9 Princípio de que ninguém está obrigado a produzir a prova contra si mesmo ou 
da não autoincriminação (nemo tenetur se detergere) ...................................................... 13 
5.10 Princípio da busca da verdade real ou material .......................................................... 13 
5.11Princípio da oralidade ............................................................................................................. 14 
6. Referências .......................................................................................................................................... 15 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
[3] 
 
 
Nestor Távora e Rosmar Alencar (2014, p. 86) afirmam que o processo penal 
deve conferir efetividade ao direito penal, fornecendo os meios e o caminho para 
materializar a aplicação da pena ao caso concreto. 
Bem mais que um simples instrumento de aplicação do direito material, o 
direito processual penal constitui-se em um acervo de garantias processuais 
constitucionais que, conforme lição do mestre Aury Lopes Jr (2014, p. 107), são 
verdadeiros escudos protetores contra o abuso do poder estatal. 
Assim, o Direito Processual Penal, inserido no Direito Público, tem o papel de 
estabelecer garantias mínimas e condições necessárias para que haja legitimidade no 
exercício da jurisdição criminal. 
A seguir, inserimos dentro deste material denominado “Introdução ao Direito 
Processual Penal”, diversos assuntos indispensáveis à compreensão da disciplina 
como um todo: conceito, finalidades, fontes, interpretação e aplicação da lei 
processual penal, sistemas processuais e princípios constitucionais do Processo 
Penal; todos de suma importância no exame da OAB e em concursos públicos 
Espero que sua leitura seja proveitosa. 
Max Danizio Santos Cavalcante 
Equipe Ius Resumos 
--- ♠ --- 
 
I INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
1.Conceito e finalidades 
Cabe exclusivamente ao Estado a árdua tarefa de promover a persecução 
penal (que compreende a investigação preliminar e o processo), pois mesmo nas 
ações privadas, o ofendido atua como mero substituto processual, pleiteando em 
nome próprio, direito que pertence ao Estado (ius puniendi). 
Sabendo disso faz-se necessário compreendermos o conceito e a finalidade 
deste ramo do direito1: 
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
IUS RESUMOS 
 
Conceito
Finalidade
Define o processo penal como instrumento destinado à 
realização do poder punitivo do Estado e cujo desenvolvimento 
é regido por um conjunto de normas, preceitos e princípios, que 
por sua vez compõem o direito processual penal
Pacificação social 
obtida com a solução 
do conflito
Ligada ao fato de que o direito 
processual penal viabiliza a aplicação 
do direito penal, concretizando-o
Mediata Imediata
 
2. Fontes do Direito Processual Penal 
Sobre as fontes do direito é importante destacar: 
Fontes do Direito
Refere-se a origem primária do direito, são os fatores determinam 
o surgimento da norma ou também o fundamento de validade da 
ordem jurídica. São, ainda, instâncias de manifestação normativa
Conceito
Fonte formal
Forma de manifestação 
ou exteriorização da 
norma jurídica – é o 
direito objetivo vigente
Fonte direta, primária ou imediata
A fonte primacial para composição da 
norma jurídica
Fonte indireta, secundária ou mediata
Contribuem de forma suplementar para 
a formação da norma
Fonte material
A matéria-prima para 
formação da norma, 
advinda da sociedade, 
da natureza
Fonte histórica
Documentos jurídicos 
produzidos no passado e 
que ainda influenciam as 
normas jurídicas da 
atualidade
Costume jurídico no direito 
consuetudinário e a lei em sentido 
amplo no sistema civil law
Analogia, princípios gerais do direito, 
jurisprudência, doutrina, equidade
Fatos sociais, históricos, 
políticos, ambientais, a 
religião, a moral
Direito romano, Código 
de Napoleão, Corpus Juris 
Civilis, Lei das XII Tábuas, 
Magna Carta Inglesa
Leis, jurisprudência, 
tratados internacionais, 
costume jurídico, a 
doutrina
 
Noberto Avena2 lembra que os também os Estados, excepcionalmente, 
poderão criar leis que tratem de questões específicas de processo penal, desde que 
haja autorização da União por meio de Lei Complementar, conforme dispõe o art. 22, 
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
[5] 
parágrafo único, da CF. Isto ocorre porque a competência privativa pode ser 
delegada, o que não ocorre com a competência exclusiva. 
As fontes formais referem-se à maneira como os preceitos jurídicos são 
exteriorizados e subdividem-se em: 
Produzido nas 
instâncias do 
poder 
institucionalizado
Legislativa: leis, 
decretos, regulamentos
Jurisprudencial: 
sentenças, precedentes 
judiciais, súmulas
Convencional: tratados e convenções 
internacionais
Fonte 
estatal
Produzido pela sociedade, 
juristas, doutrinadores e 
estudiosos do direito
Costumejurídico
Doutrina
Negócios 
jurídicos
Fonte 
não 
estatal
Fonte formal
 
3. Lei Processual Penal: analogia, interpretação e aplicação no tempo e 
no espaço 
3.1 Analogia 
De acordo com Nestor Távora e Rosmar Alencar, a analogia é forma de 
autointegração da lei, caracterizando-se por3: 
Analogia
Requisitos 
para a 
utilização da 
analogia
Aplica-se um dispositivo legal relativo a caso semelhante à hipótese não prevista 
em lei
Semelhança entre a ação não contemplada e a outra regulada 
na lei
Inexistência de dispositivo legal prevendo e disciplinando a 
hipótese do caso concreto
Identidade de fundamentos lógicos e jurídicos no ponto 
comum às duas situações
 
São tipos de analogia: 
IUS RESUMOS 
 
Tipos de analogia
Analogia legal 
ou legis
Consiste na aplicação de uma norma 
existente, destinada a reger caso 
semelhante ao previsto
Tem como fonte a 
norma jurídica 
isolada
Analogia 
jurídica ou 
iuris
Baseia-se em um conjunto de normas, para obter elementos 
que permitam a aplicação ao caso sub judice não previsto, mas 
que é similar
Busca a solução numa pluralidade de normas, institutos ou 
acervos legais, transpondo o pensamento para o caso
 
3.2 Interpretação da Lei Processual 
Para Noberto Avena4, interpretação consiste na atividade mental realizada 
com o objetivo de extrair da norma legal o seu conteúdo, estabelecendo-se seu 
âmbito de incidência e exato sentido. 
A doutrina tradicional classifica as técnicas de interpretação conforme os 
seguintes critérios: 
Quanto às fontes ou origem
Quanto aos meios
Autêntica ou literal
Métodos de hermenêutica das normas jurídicas
O legislador procede a 
interpretação de uma lei 
através de outro ato 
normativo
Jurisprudencial Doutrinário
Interpretação feita 
pela jurisprudência 
dos Tribunais
Interpretação que provém 
dos doutrinadores, 
estudiosos e comentaristas 
do direito
1
2
Gramatical
Baseia-se nas regras da 
linguística e da gramática, 
busca o sentido filológico da 
norma
Sistemático
Promove a 
harmonização do texto 
em exame com outras 
leis do sistema jurídico
Histórico
Estuda o momento 
em que a lei foi 
editada, buscando a 
ratio legis
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
[7] 
Declarativa Extensiva
Amplia o sentido do 
texto, para abranger 
hipóteses semelhantes
Quanto à extensão ou os resultados
Proclama que o texto 
legal corresponde ao 
pensamento do legislador
Sociológico ou Teleológico
Adapta o sentido ou a finalidade 
da norma às novas exigências 
sociais
Lógico ou Racional
Busca reconstruir o pensamento do legislador 
por meio de um raciocínio lógico, avaliando 
motivações históricas, políticas e ideológicas
3
Restritiva
O intérprete procura 
conter o texto, limitando-
se o campo de aplicação 
da lei
 
Távora e Alencar (2014, p. 52) advertem que não podem ser 
confundidos norma jurídica e enunciado normativo
O enunciado é o texto a partir do qual o aplicador/intérprete 
construirá a norma jurídica, diante de um caso concreto
Atenção
 
3.3 Lei Processual Penal no Tempo 
O art. 2º do CPP dispõe que a lei processual penal será aplicada desde logo, 
sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei anterior: é a regra do tempus 
regit actum. 
Aplicação da 
lei processual 
penal no 
tempo
A lei processual aplica-se imediatamente
Atinge processos que já 
estão em curso
Independente de trazer ou não uma 
situação mais gravosa ao imputado
Em virtude do princípio do efeito imediato ou da aplicação 
imediata
 
Em caso de norma híbrida ou mista, aquelas que ostentam conteúdo material 
e processual, o aspecto material deve prevalecer. Isso significa que nesse caso a 
aplicabilidade vai depender do conteúdo do enunciado, como podemos ver a seguir: 
IUS RESUMOS 
 Se benéfico... Se maléfico...
A lei tem aplicação imediata e 
ainda retroage atingindo os atos 
posteriores
A lei sequer será aplicada, devendo 
o processo ser regido pela lei 
processual vigente à prática do 
delito
 
3.4 Lei Processual Penal no Espaço 
A aplicação da lei processual no tempo é regida, como regra geral, pelo 
princípio do locus regit actum, que significa: 
Lei processual penal no espaço
Princípio do locus 
regit actum
Art. 1º do 
CPP
Aplica-se a lei processual penal a todo crime 
ocorrido em território brasileiro, da mesma forma 
que ocorre com o Direito Penal (art. 5º, CP/40)
No caso da lei processual penal, não há, em regra, extraterritorialidade – a aplicação 
da lei fora do território nacional
 
No entanto, Nestor Távora e Rosmar Alencar (2014, p. 60) listam algumas 
exceções: 
Casos de aplicação da extraterritorialidade
Aplicação da lei processual 
brasileira em território 
nullius
Autorização do país 
onde a lei será 
aplicada
Nos casos de território 
ocupado em tempo de 
guerra
 
O art. 1º do CPP também estabelece exceções especiais, nas quais não 
haverá aplicação da lei processual mesmo dentro do território brasileiro, pois nessas 
hipóteses outros diplomas normativos deverão ser aplicados: 
Tratados, convenções e regras de 
direito internacional (Inciso I)
As prerrogativas constitucionais do 
Presidente da República, dos ministros de 
Estado, nos crimes conexos com os do 
Presidente da República, e dos ministros do 
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de 
responsabilidade (Inciso II)
Processos da competência da 
Justiça Militar (Inciso III)
Processos da competência do 
tribunal especial (Inciso IV) Processos por crimes de imprensa (Inciso V)
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
[9] 
4. Sistemas Processuais 
No direito comparado, são encontradas três espécies de sistemas 
processuais: sistema inquisitivo, sistema acusatório e sistema misto. O sistema 
processual determina quais os princípios aplicáveis e o papel de cada sujeito no 
processo penal. Vejamos: 
Sistemas Processuais
Inquisitivo Acusatório
Misto ou acusatório formal
O juiz concentra as 
funções de acusar, 
defender e julgar
Fase de instrução 
preliminar
Não há contraditório ou 
ampla defesa e o 
procedimento é escrito e 
sigiloso
Instrução secreta, escrita
O Magistrado produz a 
prova e prolata a decisão
O juiz é quem colhe as provas e 
tem poderes inquisitivos
Nítida separação entre as 
funções de acusar, 
defender e julgar
Presença de contraditório, 
ampla defesa e 
publicidade
Órgão julgador imparcial
Apreciação de provas pelo 
sistema do livre 
convencimento motivado
É o sistema adotado no Brasil (com algumas mitigações)
Fase contraditória ou 
judicial
É quando ocorre o 
julgamento
Admite-se o exercício da ampla 
defesa e de todos os direitos 
dela decorrentes
 
5. Princípios Constitucionais do Processo Penal 
Princípios são valores fundamentais que permeiam toda a legislação 
processual penal e muitos deles estão expressamente consignados na Constituição 
Federal. Compreendê-los é essencial para entender o funcionamento do processo 
penal e dos seus institutos. 
 
5.1 Princípio da Presunção de Inocência ou da não culpabilidade 
 
IUS RESUMOS 
 
Princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade
Tem origem da 
Constituição
Ninguém será considerado culpado 
até o trânsito em julgado da 
sentença
O réu DEVE ser 
tratado como 
inocente
Art. 5º, 
LVII
 
O ilustríssimo Professor Aury Lopes Jr5 adverte que essa compreensão tem 
consequências muito importantes, afirmando que a presunção de inocência afeta, 
diretamente, a carga da prova (inteiramente do acusador, diante da imposição do in 
dubio pro reo); a limitação à publicidade abusiva(para redução dos danos 
decorrentes da estigmatização prematura do réu), e, principalmente, a vedação ao 
uso abusivo das prisões cautelares. 
 
5.2 Princípio da igualdade processual ou da paridade de armas Princípio da igualdade processual ou da paridade de armas
Tem origem 
da 
Constituição
Todos são 
iguais 
perante a lei
Perfeitamente aplicável ao processo 
penal, onde os bens e a liberdade dos 
réus encontram-se em jogo
art. 5º, 
caput
 
Leonardo Barreto6 explica que, por força do princípio em comento, as partes 
devem ter, em juízo, as mesmas oportunidades de fazerem valer suas razões e serem 
tratadas igualitariamente, na medida de suas desigualdades, e desigualmente, na 
proporção de suas desigualdades. 
 
5.3 Princípio da ampla defesa 
Tem origem 
da 
Constituição
O réu dispõe de 
amplos mecanismos 
de defesa dentro do 
processo penal
Visa compensar a hipossuficiência 
do réu diante dos órgãos estatais 
de persecução criminal
Processo ampla defesa
art. 5º, 
LV
 
Este princípio subdivide-se em autodefesa, defesa técnica e promovida pelo 
procurador do réu. A autodefesa se caracteriza ainda: 
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
[11] 
O próprio réu se defende, 
sem assistência de 
procurador
Geralmente durante o interrogatório judicial. É 
disponível, podendo o réu se calar ou até mentir 
(direito ao siêncio – art. 5º, LXIII, CF)
Divide-se 
em...
Direito de audiência: direito de o réu ser ouvido no preocesso
Direito de presença: direito de o réu estar presente nos atos 
processuais, caso queira
Autodefesa
 
5.4 Princípio da prevalência do interesse do réu, do in dubio pro reo ou do 
favor rei 
Princípio da prevalência do interesse (in dubio pro reo – favor rei)
Havendo 
dúvida entre
Admitir-se o direito de punir do 
Estado
Reconhecer-se o direito de 
liberdade do réu
Deve-se privilegiar a 
situação do réu, visto 
que é a parte 
hipossuficiente do 
processo penal
 
Em outras palavras, significa dizer que nosso ordenamento optou, em caso 
de dúvida ou de multiplicidade de interpretações possíveis acerca de um preceito 
jurídico, por dar aplicabilidade ao entendimento que beneficia o réu, por entender 
ser menos prejudicial um criminoso solto do que um inocente preso. 
 
5.5 Princípio da publicidade 
Princípio da publicidade
Previsto na 
CF e no CPP
Dever que assiste ao 
Estado de atribuir 
transparência aos seus atos
Reforço às garantias de 
independência, imparcialidade e 
responsabilidade do juiz
Exceções ao 
princípio da 
publicidade
nos termos do art.5º, inciso LX, da Constituição Federal, a lei 
poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem
 
Leonardo Barreto (2013, p.31) leciona que, em face da existência de tais 
exceções, a doutrina apresenta as seguintes espécies de publicidade: 
IUS RESUMOS 
 
Publicidade geral
Publicidade 
específica
É aquela que não comporta exceções, sendo o ato processual 
e os autos do feito acessíveis a todos
é aquela que excepcionalmente permite que o acesso seja 
restrito ao defensor, Ministérios Público e assistentes, nas 
hipóteses constitucionais
 
5.6 Princípio da vedação das provas ilícitas 
Princípio da vedação de provas ilícitas
Previsto da CF 
e no CPP
As provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis no processo
Tendo precluído a decisão de 
desentranhamento da prova não 
admitida...
Tal prova será 
inutilizada por 
decisão judicial 
Às partes é facultado 
acompanhar o incidente
Caso o juiz venha a se utilizar de alguma prova ilícita para proferir a sentença, esta 
padecerá do vício de nulidade absoluta
 
O Código de Processo Penal, também no art.157, define o que se entende 
por provas ilícitas: são aquelas que violam tanto normas constitucionais quanto 
legais. 
 
5.7 Princípio constitucional do devido processo legal – devido processo legal 
ou due process of law 
Princípio do devido processo legal
Tem origem da 
Constituição
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal
Art. 5º, 
LIV
 
Leonardo Barreto7 esclarece que esse princípio tem dois aspectos muito 
importantes: 
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
[13] 
Aspecto material ou substancial Aspecto processual ou procedimental
Liga-se ao Direito Penal, fazendo valer 
os princípios penais, a exemplo da 
máxima de que ninguém deve ser 
processado senão por crime previsto e 
definido em lei
Liga-se ao procedimento e à ampla 
possibilidade de o réu produzir provas, 
apresentar alegações, demonstrar, 
enfim, ao juiz, a sua inocência
 
5.8 Princípio do contraditório 
Tal princípio está expressamente previsto na Constituição Federal: 
Princípio do contraditório
Tem origem da 
Constituição
Assegura-se às partes serem cientificadas de todos 
os atos e fatos no curso do processo
Também podem manifestar-se a respeito e 
produzir provas necessárias antes de proferida a 
decisão judicial
É um dos mais importantes 
postulados no sistema 
acusatório
Art. 5º, 
LV
 
5.9 Princípio de que ninguém está obrigado a produzir a prova contra si 
mesmo ou da não autoincriminação (nemo tenetur se detergere) 
Princípio da não autoincriminação
Princípio 
constitucional 
implícito
Decorre dos seguintes princípios expressos:
Presunção de 
inocência
Ampla defesa Direito ao silêncio
 
Conforme o magistério de Leonardo Barreto8, considera-se que o Estado é 
infinitamente superior ao réu no processo penal, não necessitando, portanto, de sua 
ajuda na atividade persecutória, sob pena de se decretar a falência de seus órgãos. 
 
5.10 Princípio da busca da verdade real ou material 
Aqui observamos o contrário do que, em regra, ocorre no processo civil: 
IUS RESUMOS 
 
Princípio da busca da verdade real ou material
No processo 
penal estão em 
jogo direitos 
indisponíveis
Por isso a necessidade da busca da verdade real ou material 
dos fatos
Visa-se reconstruir os fatos o mais 
próximo da realidade
Para que seja possível 
proferir uma decisão
 
Nestor Távora e Rosmar Alencar9 afirmam que esse princípio, ao determinar 
que o magistrado paute seu trabalho na reconstrução dos fatos, pode permitir que 
ele supere eventual desídia das partes durante a colheita probatória, respeitados os 
limites que lhe impõe o sistema acusatório. 
 
5.11Princípio da oralidade 
Princípio da oralidade
Assegura a produção dos atos 
processuais de forma verbal
Não há impedimento de que se reduza 
a termo os atos mais relevantes
 
Do princípio da oralidade decorrem os princípios da imediatidade, da 
concentração e da identidade física do julgador. 
Imediatidade
Concentração
Identidade física 
do juiz
A instrução probatória deve ocorrer perante o magistrado, 
sem intermediários, para que eles possa ter acesso ao máximo 
de detalhes para a formação do seu convencimento
O magistrado que conduziu a instrução deve 
obrigatoriamente julgar a causa
Os atos da instrução devem ser reunidos todos em uma única 
audiência, ou no menor número possível, proporcionando 
celeridade ao procedimento
Características da lei
 
--- ♠ --- 
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
[15] 
6. Referências 
 
ALVES, Leonardo Barreto Moreira. Processo Penal Para os Concursos de 
Técnico e Analista. Salvador: JusPodivm, 2014. 
AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. 3ª ed. São Paulo: 
Método. 2011. 
LOPES JR, Aury. Direito Processual Penal. 11.ed. São Paulo: Saraiva, 2014. 
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito processual 
penal. Salvador: JusPodivm, 2014.NOTAS: 
 
1 Avena (2011, p.2), Tavora e Alencar (2014, p. 40). 
2 Avena (2011, p. 3). 
3 Távora e Alencar (2014, p. 51). 
4 Avena (2011, p. 92). 
5 Lopes Jr (2014, p. 145). 
6 Barreto (2013, p. 28). 
7 Barreto (2013, p. 34). 
8 Barreto (2013, p. 35). 
9 Távora e Alencar (2014, p. 67).

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