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algo de divertido", disse Schwab. Sua empresa, em contraste, "tem uma proposta clara para os consumidores - tanto no site quanto na programação da rede". O conceito do site foi estendido à rede, disse Schwab, com os canais a cabo destacando alguns comerciais com o rótulo "muito engraçado", na esperança de convencer os espectadores a não mudarem de canal. "Eu trabalho no setor e ainda assim pulo a maiorias dos comerciais", disse David Droga, presidente de criação da Droga5, de Nova York. "Mas assisto aos comerciais divertidos". 90 "Se você passa a oferecer liberdade de escolha, o jogo todo muda", afirmou Droga, acrescentando que "tudo está sob controle do usuário. Se um comercial interessa, você mantém uma conversa com a marca. Se não, é um desperdício de tempo". Em cerca de um mês, Droga planeja testar sua teoria com o lançamento experimental, pela Droga5 e o grupo ao qual a agência está associada, o Publicis, de um site chamado http://www.honeyshed.com . Droga descreveu a idéia como "o encontro entre MTV e QVC", oferecendo aos consumidores no público-alvo, pessoas de entre 18 e 30 anos, informações sobre produtos na forma de vidoeclipes divertidos e não de comerciais tradicionais. Os clipes têm duração de dois ou três minutos, acrescentou, e serão apresentados por pessoas vistas como autoridades em assuntos como carros, roupas ou computadores. "A única razão para que tenhamos alguma chance de sucesso é a transparência", disse Droga. Ou seja, "se as pessoas sabem que o objetivo do trabalho é vender, a venda pode ser celebrada". A divisão USA Network da NBC Universal, parte da General Electric, também planeja aderir à idéia, celebrando a publicidade como entretenimento, por meio de um esforço online cuja base será o conteúdo de marca. Os planos estipulam um site na web, para o ano que vem, que poderia incluir comerciais e trailers de cinema, bem como recursos como redes sociais e ferramentas que permitiriam que os visitantes produzissem seus próprios comerciais. O nome provisório do site é didja.com. "A questão central é a relevância", disse Chris McCumber, vice-presidente sênior de marketing e estratégia de marca da USA Network. "Os consumidores querem ser entretidos quando assim escolherem e da forma que preferirem". "Se um comercial não for relevante, as pessoas tendem a ignorá-lo", afirma. "Nossa plataforma permitirá que consumidores experimentem seus comerciais favoritos ou encontrem novas informações sobre um produto". A proliferação de portais dedicados à publicidade como entretenimento pode significar que a tendência já esteja chegando à saturação, mais ou menos da mesma maneira que uma série de reportagens de capa em revistas sobre um boom da bolsa é seguida por queda nos índices. Respostas a uma pesquisa veiculada esta semana no site da revista "Advertising Week" ( http://www.adweek.com ) sugerem que a publicidade como entretenimento ainda não se desenvolveu plenamente. Até a tarde da quinta-feira, 13% dos pesquisados concordavam que portais desse tipo eram "ótimos para o clima atual da cultural pop", enquanto 43% os consideravam "limitados demais e fadados ao fracasso". Os outros 44% dos pesquisados acreditam que os portais sejam "completamente imprevisíveis; é preciso esperar para ver". 91 11 – ANUNCIANDO NA INTERNET Os chamados meios de comunicação tradicionais sofreram todo um demorado processo até se consolidarem como tais. De Gutenberg aos jornais e revistas em cores passaram-se séculos. O cinema levou vários anos até ter som e cores. Da descoberta do eletromagnetismo em 1865, até sua aplicação como rádio, passaram-se 40 anos. A televisão, inventada em 1926, só em 1951 – após 25 anos – passou a ter cor, embora com baixa qualidade de definição e restrita às elites. Já a internet levou menos de dez anos, da sua disponibilidade pública em 1980, nos EUA, e ainda chamada de Arpanet, à sua popularização em 1990. A tecnologia foi a causa. Através da progressiva criação de novas máquinas e processos que diminuíram muito o tempo de produção do conteúdo, formato e transmissão dos veículos, possibilitando assim, um barateamento de custo, necessário para que esses meios passassem a atingir milhares de pessoas e se transformassem no que se convencionou chamar de meios de comunicação de massa. E isso atraiu anúncios. E com eles, um grande incremento nas receitas. Com mais faturamento os veículos passaram a fornecer mais e melhores benefícios a seus públicos, na forma de informações e entretenimento, e a concorrência para a conquista de mais leitores e audiências fez com que precisassem ser cada vez mais atrativos, recorrendo à tecnologia. E o ciclo recomeçava. 11.1 - Um novo meio ou a convergência de todos? Talvez a internet não seja um novo meio, e sim, a convergência de todos os meios, porque, na verdade, basta acessá-la para podermos ler jornais e revistas, ouvir rádio, ver TV e assistir a filmes. Tudo isso por menos que o preço de um exemplar de jornal. A partir de qualquer lugar, bastando uma linha telefônica. Nem micro é mais preciso com os celulares WAP. E ela ainda oferece vários benefícios integrados: mala-direta, correio, conversas entre duas ou mais pessoas, transmissão de dados, banco de dados, biblioteca, guia, lista telefônica, arquivo, etc. Por outro lado, a internet pode ser considerada algo totalmente novo por possuir algumas características não encontradas nos outros meios, como instantaneidade, megacapacidade de armazenagem, facilidade na busca de informações e direcionamento individual. 92 11.2 - A profecia de McLuhan Não é novidade pra ninguém que a internet fez do mundo uma aldeia global, ao conciliar, a personalização que cada indivíduo pode fazer com sua @ ou www, dentro da sua tribo, com a capacidade de se comunicar mundialmente. Toda essa realidade atual era parte das teorias do controvertido professor canadense Hebert Marshall McLuhan. Só que ele profetizou tudo isso em 1966! Ele conseguiu antever que a tecnologia iria transformar os meios de comunicação cada vez mais à imagem e semelhança dos homens, à medida que fossem se transformando em extensões mais próximas e parecidas com o nosso cérebro. E quando estivessem usando todo o potencial da velocidade elétrica, passariam então, os próprios meios, a ser as mensagens. Portanto, a internet veio concretizar essa teoria. Nos poucos anos de vida da internet já dá pra confirmar uma das teorias de McLuhan, de que no início de suas vidas, os novos meios de comunicação assumem o conteúdo de um ou mais meios já tradicionais. O cinema mudo começou filmando peças de teatro, e o cinema falado, reproduzindo musicais. No seu início, a televisão também transmitia muito teleteatro, e as primeiras novelas nada mais eram que adaptações das radionovelas. Com o tempo os novos meios encontram suas personalidades e passam a ter seus próprios formatos. Com a internet não está sendo diferente e o processo de encontrar seus próprios formatos e conteúdos ainda está em curso. Mesmo na publicidade, onde os tradicionais banners estão dando lugar a novas formas e maneiras de falar com o público, fazendo-se uso de textos, imagens e sons com características e recursos próprios desse novo meio. Nem McLuhan imaginou que apenas 14 anos após suas profecias, existiria “uma coisa” sobre a qual os receptores (as pessoas), teriam total controle sobre o que, quando, onde e como receberiam suas mensagens, interesse em ver coisas que não sabiam que queriam ver, graças aos criativos emissores (portais e sites), e ainda, usar esse tipo instrumento como meio de correio para enviar suas mensagens pessoais. Mesmo no Brasil a internet já se consolidou como uma