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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Escola Politécnica DISCIPLINA: (ENGD01) Métodos Computacionais para Engenharia Química PROJETO: Modelagem e simulação de reator CSTR Alunos: Carlos Magno S. Ribeiro de Brito; Daniel Silva Brandão; Péricles Lima da Paixão Neto Professor: Otacílio Salvador 2012 Carlos Magno Santos Ribeiro de Brito Daniel Silva Brandão Péricles Lima da Paixão Neto PROJETO: Modelagem e simulação de reator CSTR Trabalho escrito e apresentado junto à disciplina de Métodos Computacionais para Engenharia Química da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Nível: Graduação Salvador 2012 Domínio do problema Os reatores usuais são os bateladas e os contínuos. A tendência natural é utilizar reatores contínuos, já que apresentam como vantagem principal a produção em larga escala, sendo economicamente bastante satisfatório. Há dois casos limites a considerar, que caracterizam os reatores ideais contínuos: Todos os elementos de fluído ou molécula tem o mesmo tempo no reator, caracterizando o reator tubular ideal (PFR), sem mistura. A distribuição dos elementos de fluidos ou das moléculas dos reagentes é de forma exponencial, caracterizando o reator tanque ideal (CSTR), de mistura perfeita. Reator Tanque Ideal (CSTR) O reator tanque ideal (CSTR) é caracterizado por apresentar uma mistura perfeita, favorecida pela agitação de fluidos não muito viscosos, fazendo com que a concentração de saída do reator seja igual à concentração do tanque. O tempo de residência num CSTR obedece a uma forma de distribuição exponencial, e se o tempo de contato entre as moléculas de reagente, ou o tempo de mistura, que depende do tempo de circulação do elemento de fluido no tanque, for inferior ao tempo de residência médio, poderemos considerar o reator de mistura perfeita, ou seja, CSTR ideal. O reator tanque CSTR é ideal quando há mistura perfeita, ou seja, a concentração de saída é igual à concentração uniforme do reator. Frequentemente utiliza-se de vários reatores em serie, obtendo-se uma concentração mais uniforme com uma taxa de reação maior. Os reagentes e produtos de saída entram no próximo reator, repetindo-se o fenômeno. Funcionamento do Reator No primeiro reator, será colocada uma solução de reagente A com concentração CAO e uma solução de reagente B com concentração CBO e um solvente inerte, para que ocorra uma reação. Essa reação entrará em equilíbrio, as concentrações de A e B vão ser constantes, o que indica que a reação “parou”. Então teremos uma nova concentração de reagente A e reagente B, CA1 e CB1, respectivamente. Essa nova concentração passará para um segundo reator junto com o produto C, repetindo-se o mesmo processo que ocorreu no primeiro reator, passando-se para o terceiro e ocorrendo o mesmo processo. Enunciado do problema a ser implementado A reação de fase elementar e irreversível do liquido pode ser realizada em serie de 3 reatores perfeitamente agitados (CSTR) . As espécies A e B são alimentadas em fluxos separados para o primeiro CSTR, com o fluxo volumétrico de cada fluido de 6 dm³/min. O volume de cada CSTR é de 200 dm³, e cada reator está inicialmente preenchido com um solvente inerte. A concentração inicial de cada reagente são CAO = CBO = 8.0 g-mol/dm³, e a taxa do coeficiente de reação é k = 0.5 dm³;g-mol.min. Calcule as concentrações dos estados estacionários de todos os componentes que reagiram ao sair do terceiro reator? Modelagem do sistema Após análise do problema, chegou – se ao seguinte Sistema de Equações para o primeiro reator. OBS: O Algoritmo implantado calcula a concentração final de saída do reator ‘Z’ em um sistema ‘X’’Y’’Z’. A modelagem apresentada aqui, para avaliação, é apenas para um reator CSTR (reator ‘X’), mas, segue as mesmas tendências e padrões do modelo dos outros dois reatores ‘Y’ e ‘Z’, em que a única mudança é que a concentração de reagentes de entrada é igual a concentração de produtos da saída do reator anterior. Para fins estéticos e de melhor representação (menos repetitiva e cansativa), representar-se-á modelagem para o sistema de equações do reator ‘X’. Dados CAO = CBO = 8 g.mol//dm3 concentração inicial dos reagentes V1 = V2 = V3 = 12 dm3/min Fluxo que sai de um reator para o outro VOA = VOB = 6 dm3/min fluxo inicial de A e B CA1 concentração do reagente A no primeiro reator CB1 concentração do reagente A no primeiro reator k = 0.5 Coeficiente da velocidade da reação Ao substituir o valor das constantes é importante observar que a reação está em equilíbrio químico, logo CA1 e CB1 são constantes e a derivada de constante é igual a zero, logo, as equações devidamente substituídas serão: Método Empregado e Modelagem do sistema Como se trata de um sistema de equações não lineares com duas variáveis vamos aplicar o Método Numérico de Newton para solução de sistemas de equações não lineares. O método de Newton consiste em: CA1 = x e CB1 = y Com as funções do Sistema e com os pontos iniciais estabelecidos: x1=y1= 3 OBS: No caso específico dos três reatores CSTR, com sistemas de equações iguais e com valores iguais em suas constantes, os valores de x1 e y1 sendo diferentes acarretará em uma enorme divergência dos resultados e o sistema convergirá de forma errônea, logo, a concentração final e as parciais de cada reator estarão erradas. Aplica-se o método de Taylor para linearizar as duas equações: como e são iguais a zero, então: Portanto, aplicamos a Série de Taylor para sairmos de um sistema não linear para um sistema linear, mais simples de resolver: Para resolver este sistema aplicamos a regra de CRAMER: Como vamos achar e e já temos x1=1.9 e y1=2.1, logo os pontos x2 e y2: Portanto, com esses novos valores substituídos na equação.(2) achará o local onde o sistema convergirá. Solução do sistema vide método passo: Obter as funções do sistema passo: Determinar as derivadas parciais Linearizar a Equação por Taylor Passo: Determinar o Número Jacobiano passo: Estabelecer estimativas iniciais Ponto inicial (x1,y1): pontos testados na função; Condição de parada: erro ou número iterações. passo: Calcular o novo ponto Aplicando a Regra de Cramer: Tendo e , logo, temos os novos pontos que irão convergir à solução do sistema. O ultimo passo é verificar se o erro é aceitável com a equação: Simulação do sistema em Matlab % -------------------------------------------------------------------- % UFBA - Universidade Federal da Bahia % EP - Escola Politécnica - DEQ : Depto Engenharia Química % Disciplina ENG-D01 - Métodos Computacionais na Engenharia % Prof. : Otacílio José Pereira % Data : % Alunos: Carlos Magno de Brito, Daniel Brandão, Péricles Neto. % -------------------------------------------------------------------- % Implementação do Algoritmo % Calcular as concentrações dos estados estacionários de todos os % componentes que reagem e que saem do terceiro reator. VoA = 6; VoB = 6; % volumes iniciais constantes para todos os três reatores Cai= 8; Cbi= 8; % No caso específico, utilizamos concentração de A e B iguais % Sistema do primeiro reator ('X') % 1º Passo - Estabelecer as funções do sistema de equações não lineares f1=inline('VoA*Cai-12*x-100*x*y'); % função 1 f2=inline('VoB*Cbi-12*y-100*x*y'); % função 2 % 2º Passo - Estabelecer as funções das derivadas parciais df1_x=inline('-12-100*y'); % derivada em x de f1 df1_y=inline('-100*x'); % derivada em y de f1 df2_x=inline('-100*y'); % derivada em x de f2 df2_y=inline('-12-100*x'); % derivada em y de f2 % 3º passo - Estabelecer a função do número jacobiano jacob=inline('144+1200*x+1200*y');% Número Jacobiano % Escolha do ponto inicial xi=3; yi=3; % Estabelecer erro aceitável Err=0.001; % Erro aceitável limiter=50; % Número de intereação for i=1:limiter jac=jacob(xi,yi); % Calcular o numero de jacob % Cálculo de deltaX deltax=(-f1(VoA,Cai,xi,yi)*df2_y(xi) + f2(VoB,Cbi,yi,xi)*df1_y(xi))/jac; % Cálculo de deltaY deltay=(-f2(VoB,Cbi,yi,xi)*df1_x(yi) + f1(VoA,Cai,xi,yi)*df2_x(yi))/jac; % Cálculo dos novos pontos xip1=xi+deltax; yip1=yi+deltay; % Cálculo ds erros Errx=abs((xip1-xi)/xi); Erry=abs((yip1-yi)/yi); % Visualização dos resultados da interação fprintf('i = %2.0f x = %-7.4f y = %-7.4f Erro em x = %-7.4f Erro em y = %-7.4f \n', i, xip1, yip1, Errx, Erry) % Verificar se deve parar (erro aceitável) ou continuar if (Errx < Err) && (Erry < Err) break else xi = xip1; yi = yip1; end; end; Ca1 = xip1 Cb1 = yip1 %Sistema do segundo reator ('Y') % 1º Passo - Estabelecer as funções do sistema de equações não lineares f3=inline('Ca1*VoA-12*x-100*x*y'); % função 1 f4=inline('Cb1*VoB-12*y-100*x*y'); % função 2 for i=1:limiter jac=jacob(xi,yi); % Calcular o numero de jacob % Cálculo de deltaX deltax=(-f3(Ca1,VoA,xi,yi)*df2_y(xi) + f4(Cb1,VoB,yi,xi)*df1_y(xi))/jac; % Cálculo de deltaY deltay=(-f4(Cb1,VoB,yi,xi)*df1_x(yi) + f3(Ca1,VoA,xi,yi)*df2_x(yi))/jac; % Cálculo dos novos pontos xip1=xi+deltax; yip1=yi+deltay; % Cálculo ds erros Errx= abs((xip1-xi)/xi); Erry=abs((yip1-yi)/yi); % Visualização dos resultados da interação fprintf('i = %2.0f x = %-7.4f y = %-7.4f Erro em x = %-7.4f Erro em y = %-7.4f \n', i, xip1, yip1, Errx, Erry) % Verificar se deve parar (erro aceitável) ou continuar if (Errx < Err) && (Erry < Err) break else xi = xip1; yi = yip1; end; end; Ca2 = xip1 Cb2 = yip1 % Sistema do terceiro reator ('Z') % 1º Passo - Estabelecer as funções do sistema de equações não lineares f5=inline('Ca2*VoA-12*x-100*x*y'); % função 1 f6=inline('Cb2*VoB-12*y-100*x*y'); % função 2 for i=1:limiter jac=jacob(xi,yi); % Calcular o numero de jacob % Cálculo de deltaX deltax=(-f5(Ca2,VoA,xi,yi)*df2_y(xi) + f6(Cb2,VoB,yi,xi)*df1_y(xi))/jac; % Cálculo de deltaY deltay=(-f6(Cb2,VoB,yi,xi)*df1_x(yi) + f5(Ca2,VoA,xi,yi)*df2_x(yi))/jac; % Cálculo dos novos pontos xip1=xi+deltax; yip1=yi+deltay; % Cálculo ds erros Errx=abs((xip1-xi)/xi); Erry=abs((yip1-yi)/yi); % Visualização dos resultados da interação fprintf('i = %2.0f x = %-7.4f y = %-7.4f Erro em x = %-7.4f Erro em y = %-7.4f \n', i, xip1, yip1, Errx, Erry) % Verificar se deve parar (erro aceitável) ou continuar if (Errx < Err) && (Erry < Err) break else xi = xip1; yi = yip1; end; end; % O valor final das concentrações são os obtidos abaixo Ca3 = xip1 Cb3 = yip1 Conclusão Faz-se de extrema importância a aplicação de projetos na disciplina para que o aluno, iniciante no curso, comesse a se inteirar com o conteúdo e possibilidades que o curso de engenharia química oferece. Ao realizarmos o projeto de modelagem e simulação do sistema de reatores, aplicamos conhecimentos obtidos no decorrer do ensino da disciplina e aprendemos aplicar o mesmo na engenharia química. Conhecimentos de matemática básica à avançada foram utilizados e um método de aplicação em sistemas não lineares para que fosse possível a realização da modelagem e a simulação da mesma no ambiente do Matlab, o método numérico de newton. Bibliografia BUCHER, E., Engenharia das Reações Químicas, vols 1 e 2, São Paulo, 1972. FOGLER, H.S. Elements of Chemical Reaction Engineering, 2nd Ed., Prentice-Hall, New Jersey, 1992. <http://www.mat.ufmg.br/~regi/eqdif/iedo.pdf > Acesso dia 24 de maio às 14:30 SCHMAL, M., Cinética Homogênea Aplicada à Calculo de Reatores; Guanabara Dois, Rio de Janeiro (1982)
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