Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Engenharia das Reações II Teoria da Distribuição dos Tempos de Residência Ano Letivo: 2019/20 Luis Miguel Madeira 2 Prefácio A estrutura e conteúdo destes apontamentos é baseada na apresentada pelo Prof. Alírio Rodrigues em [1,6], embora sejam também incluídos elementos considerados relevantes que foram adaptados de várias obras no âmbito da teoria da distribuição dos tempos de residência (DTR), nomeadamente do livro de Villermaux [5] e do clássico Fogler [2], entre outros. 3 Conteúdo 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade 2. Metodologia de Tracers 3. Análise de Experiências de Tracer – Diagnóstico de Reatores e Previsão de Conversão 4. Modelização de Reatores Reais – Métodos para Determinação dos Parâmetros de Modelos 5. Campos de Aplicação da Teoria da DTR 4 Conteúdo 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade 1.1. Introdução 1.2. Teoria da DTR – Definições 1.3. Relações entre as Funções de Densidade 1.4. Funções de Densidade para Reatores Ideais Abertos – RP e RPA 2. Metodologia de Tracers 2.1. Introdução 2.2. Curva F de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.3. Curva C de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.4. Alguns exemplos - Curvas C e F de Danckwerts para reatores ideais 2.5. Função de Transferência, G(s), e sua Relação com E(t) 3. Análise de Experiências de Tracer – Diagnóstico de Reatores e Previsão de Conversão 3.1. Objetivos das experiências de tracers (aula 1) …/… 5 Conteúdo 3.2. Diagnóstico de fluxo em reatores reais 3.3. Determinação da DTR em Grandes Reservatórios – Exemplo de Aplicação 3.4 Previsão de Conversão em Reatores Reais (Não Ideais) 4. Modelização de Reatores Reais – Métodos para Determinação dos Parâmetros de Modelos 4.1. A partir da associação de reatores ideais abertos e elementos nucleares 4.2. Modelos clássicos 4.3. Modelo Pistão Difusional (MPD) 4.4. Modelo dos Tanques em Cascata (MTC) 4.5. Determinação dos Parâmetros dos Modelos 4.6. Outros exemplos de Modelos “Clássicos” 5. Campos de Aplicação da Teoria da DTR …/… 6 Alguns Exemplos de Reatores Industriais* Reactor System Used at Amoco * Adaptado de [2], disponível em http://www.engin.umich.edu/~cre/01chap/html/reactors/photos.htm. Sasol Advanced Synthol (SAS) Reactor 7 Spherical Reactor Three Spherical Reactors 8 Hydrotreating Unit Cutaway View of CSTR Fixed Bed Reactor (BP) 9 Reactor Batch de Polimerização de Resinas de Formaldeído (Euroresinas, Sines) 10 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* * Adaptado de [1, 6]. Como prever a conversão nestes sistemas/reatores reais (não ideais)? Ensaios em reator fechado (batch) DTR (Experiências de tracers) Condições de Operação Reator Desempenho de um Reator Químico (Saída - Output) = f (Entrada - Input, Cinética Verdadeira, Tipo de Escoamento, Grau/Estado de Mistura) Cs, XCo 11 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* * Adaptado de [1] e https://www.comsol.pt/release/5.5/postprocessing-and-visualization. 1.1. Introdução Nos reatores industriais contínuos, o “padrão de escoamento” afasta-se dos casos ideais estudados anteriormente em Engenharia das Reações I (RPA e RP). Como o desempenho de um reator depende da hidrodinâmica, como prever a conversão nestes sistemas/reatores reais? Note-se que os elementos de fluido terão tempos de residência diferentes (que podem ir de 0 a , consoante o trajeto, o tipo de mistura, a geometria do reator, etc…) Distribuição de Tempos de Residência (DTR). Esta DTR vai afetar a conversão… 12 * Adaptado de [1]. 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* 1.2. Teoria da DTR – Definições Elementos usados para caracterizar os elementos de fluido (população): - t (idade interna) - Dentro do reator - t (esperança de vida) Populações de elementos de fluido - À saída do reator - tr (tempo de residência) t (idade interna) – tempo que passou desde que o elemento de fluido entrou no reator (até ao momento da “observação”); t (esperança de vida) – tempo que o elemento de fluido ainda passará dentro do reator antes de sair; tr (tempo de residência) – tempo que um elemento de fluido passou no reator, desde que entrou até sair. 13 * Adaptado de [1, 10]. 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* tttr Num RP, o tempo de residência é o mesmo para todos os elementos de fluido: tr = V / Q = Num RPA existe uma distribuição de tempos de residência Funções de densidade (ou funções de distribuição) associadas a cada propriedade/característica: - Distribuição das Idades Internas: I(t) - Distribuição de Esperanças de Vida (ou Função Intensidade): (t) - Distribuição dos Tempos de Residência (DTR): E(tr) (1.1) Das definições anteriores, torna-se óbvio que para cada elemento de fluido o tempo de residência terá que ser igual à soma da idade interna e esperança de vida (ou idade residual): NOTA: 14 I(t) t t t+dtt1 1.2.1 Distribuição das Idades Internas, I(t) Função monótona decrescente * Adaptado de [1]. 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* - I(t)dt - Fração de elementos de fluido da população dentro do reator com idades entre t e t+dt - Fração de elementos de fluido dentro do reator (ou fração do fluido no interior do reator), com idades inferiores a t1 (área a cinzento): (ver analogia na p. 3 [1] com população de países desenvolvidos, com epidemias, etc.) - Dentro do reator existem elementos de fluido de várias idades, sendo que quando entram têm idade nula. Função densidade de idades internas Idade interna média (momento de ordem 1 da função de densidade/distribuição), 1: (1.2) Momentos da Distribuição das Idades Internas, I(t) 15 * Adaptado de [1]. 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* (1.3) Em termos de variáveis adimensionais (introduzindo a variável tempo reduzido): Como: e, (1.4) Vem que: Condição de normalização (momento de ordem zero, 0) – todo o fluido terá uma idade entre 0 e ; logo: onde: – tempo de passagem 16 * Adaptado de [1, 10]. 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* 1.2.2 Distribuição dos Tempos de Residência, E(tr) - E(tr) – função de densidade (de probabilidade) de tempos de residência; - E(tr)dtr – probabilidade de um tempo de residência estar compreendido entre tr e tr+dtr OU - E(tr)dtr - Fração de elementos de fluido, à saída do reator (ou a fração do fluido na corrente de saída), que permaneceu neste um tempo entre tr e tr+dtr - Fração de elementos de fluido, à saída do reator, que permaneceu neste um tempo superior a t1 (área a cinzento): න 𝑡1 ∞ 𝐸 𝑡𝑟 𝑑𝑡𝑟 E(tr) tr tr tr+dtr t1 …𝑡𝑟 Função densidade de tempos de residência tr (tempo de residência) – tempo que um elemento de fluido passou no reator, desde que entrou até sair (é a idade do elemento de fluido à saída). 17 * Adaptado de [1, 10]. 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* Momentos da Distribuição dos Tempos de Residência, E(tr) Condição de normalização (momento de ordem zero) – todo o fluido terá um tempo de residência entre 0 e ; logo: (1.5)𝜇0 = න 0 ∞ 𝐸 𝑡𝑟 𝑑𝑡𝑟 = 1 Momento de ordem dois: 𝜇2 = න 0 ∞ 𝑡𝑟 2𝐸 𝑡𝑟 𝑑𝑡𝑟 Do qual se pode obter a variância: 𝜎2 = 𝜇2 − 𝜇1 2 Que dá informação útil sobre a dispersão da distribuição em torno da média Tempo de residência médio (momento de ordem 1 da função de densidade – corresponde à média populacional, ou seja, à média dos valores das idades dos elementos de fluido que deixam o reator – ver figura anterior): 𝑡𝑟 = 𝜇1 = න 0 ∞ 𝑡𝑟 𝐸 𝑡𝑟 𝑑𝑡𝑟 (1.6) 18 * Adaptado de [1]. 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* (1.7)𝐸 𝜃 = 𝜏𝐸 𝑡𝑟 𝐸 𝑡 = 1 𝜏 𝑒− 𝑡 𝜏 NOTA: esta DTR normalizada permite comparar reatores de diferentes dimensões, ou para o mesmo reator com operação a diferentes caudais. Ex: Para um RPA: Assim, para diferentes tempos de passagem obtenho diferentes DTRs. Contudo,em variáveis adimensionais obtenho uma só curva (ver slide seguinte): 𝐸 𝜃 = 𝜏𝐸 𝑡 = 𝑒−𝜃 Em termos de variáveis adimensionais (introduzindo novamente a variável tempo reduzido): Como, e, 𝜃 = 𝑡 𝜏 𝐸 𝑡𝑟 𝑑𝑡𝑟 = 𝐸 𝜃 𝑑𝜃 𝐸 𝑡𝑟 𝑑𝑡𝑟 = 𝐸 𝜃 1 𝜏 𝑑𝑡𝑟𝑑𝜃 = 1 𝜏 𝑑𝑡𝑟 Distribuição dos Tempos de Residência Normalizada Vem que: 19 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 2 4 6 8 10 t / h E(t) tau=5 h tau=1 h tau=0,1 h 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 1 2 3 4 5 q E(q) 𝐸 𝑡 = 1 𝜏 𝑒− 𝑡 𝜏 𝐸 𝜃 = 𝑒−𝜃 Para um RPA: / h-1 20 1.2.3. Função Intensidade ou Distribuição de Esperanças de Vida, (t) ** (t) t 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* t (esperança de vida) – tempo que o elemento de fluido ainda passará dentro do reator antes de sair (desde o momento da “observação”). - (t)dt - Fração de elementos de fluido, dentro do reator, que, em cada classe de idades (pois a população dentro do reator é constituída por várias classes de idades), tem uma esperança de vida nula (t = tr). ou - (t)dt - Fração da população com idade t que sairá do reator no intervalo de tempo imediato dt. ou - (t)dt - Probabilidade de um elemento que ainda está no reator no tempo t sair entre t e t+dt. * Adaptado de [1, 6]. ** Também designada de probabilidade de escape. Função intensidade Função monótona crescente (caso não existam anomalias no reator). 21 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* * Adaptado de [1]. Em termos de variáveis adimensionais (introduzindo novamente a variável tempo reduzido): Como, e, (1.9) 𝜃 = ൗ𝑡 𝜏 Λ 𝑡𝜆 𝑑𝑡𝜆 = Λ 𝜃 𝑑𝜃 Λ 𝑡𝜆 𝑑𝑡𝜆 = Λ 𝜃 1 𝜏 𝑑𝑡𝜆𝑑𝜃 = 1 𝜏 𝑑𝑡𝜆 Λ 𝜃 = 𝜏Λ 𝑡𝜆 NOTA: Esta função de distribuição é particularmente útil na deteção de anomalias (zonas mortas e curto-circuitos) no diagnóstico de reatores reais, como se verá posteriormente. Esperança média de vida: 𝑡𝜆 = 𝜇1 = න 0 ∞ 𝑡𝜆Λ 𝑡𝜆 𝑑𝑡𝜆 (1.8) 22 Conteúdo 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade 1.1. Introdução 1.2. Teoria da DTR – Definições 1.3. Relações entre as Funções de Densidade 1.4. Funções de Densidade para Reatores Ideais Abertos – RP e RPA 2. Metodologia de Tracers 2.1. Introdução 2.2. Curva F de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.3. Curva C de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.4. Alguns exemplos - Curvas C e F de Danckwerts para reatores ideais 2.5. Função de Transferência, G(s), e sua Relação com E(t) 3. Análise de Experiências de Tracer – Diagnóstico de Reatores e Previsão de Conversão 3.1. Objetivos das experiências de tracers (aula 1) …/… (aula 2) 23 1.3. Relações entre as Funções de Densidade 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* 1.3.1 E(t) vs. I(t) e (t) – Distribuição dos Tempos de Residência vs. Distribuição das Idades Internas e Distribuição de Esperanças de Vida Balanço, num intervalo de tempo dt (usando t de forma indistinta para representar tr, t ou t): 𝑄𝐸 𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 = 𝑉𝐼 𝑡 𝑑𝑡 × Λ 𝑡 𝑑𝑡 Λ 𝑡 = 𝑄𝐸 𝑡 𝑉𝐼 𝑡 Λ 𝑡 = 1 𝜏 𝐸 𝑡 𝐼 𝑡 (1.10) NOTA: E(t)dt (s-1.s) - Fração de elementos de fluido, à saída do reator, com tempo de residência entre tr e tr+dtr; Q.E(t)dt (m3s-1.s-1.s= m3s-1) - Fração do caudal total constituído por elementos de fluido com tempo de residência entre tr e tr+dtr; Q.E(t)dt.dt (m3s-1.s-1.s.s=m3) – Quantidade (volume) de elementos de fluido com tempo de residência entre tr e tr+dtr. * Adaptado de [1]. Quantidade de fluido que sai de um reator num intervalo de tempo dt que teve neste um tempo de residência entre t e t+dt = Quantidade de fluido no interior do reator que não saiu antes de t (i.e., com idade entre t e t+dt) Fração de fluido (com idade entre t e t+dt) que irá sair no intervalo imediato (i.e., com esperança de vida nula) 24 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* 𝐸 𝑡 𝑑𝑡 = 1 − 𝐹 𝑡 Λ 𝑡 𝑑𝑡 Λ 𝑡 = 𝐸 𝑡 1 − 𝐹 𝑡 Λ 𝑡 = 1 𝜏 𝐸 𝑡 𝐼 𝑡 (1.10) * Adaptado de [10]. Probabilidade de um elemento de fluido permanecer no sistema (reator) um tempo entre t e t+dt = Probabilidade do elemento de fluido ter tempo de residência superior a t Probabilidade desse elemento de fluido deixar o sistema no intervalo de tempo entre t e t+dt …/… Ou, de outra forma (fazendo uso da função F(t), definida na seção 2): Donde: E fazendo uso da eq. 2.2a: 25 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* 1.3.2 E(t) vs. I(t) – Distribuição dos Tempos de Residência vs. Distribuição das Idades Internas t o t dttEdtQ ' )(' (quantidade de fluido incolor que saiu do reator durante todos os instantes de 0 a t) * Adaptado de [1, 6]. Vamos supor que, sem afetar a hidrodinâmica do escoamento, se muda no instante t = 0 a alimentação de fluido incolor para fluido corado, efetuando por exemplo uma entrada em degrau de um corante. Para t > 0 temos: Quantidade de fluido corado existente no reator = Quantidade de fluido incolor saído do reator após t = 0 t o dttIV )( = …/… 26 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* * Adaptado de [1]. …/… Ou, de outra forma: Para t > 0 temos: Quantidade de fluido existente dentro de um reator com idade menor que t Substituiu o fluido que estava no reator antes de t = 0 e que saiu entre o tempo 0 e t t o t dttEdtQ ' )(' t o dttIV )( = Quantidade de fluido que saiu do reator no intervalo 0 - t - Para cada t’, esta é a fração que tem t > t’ (entrou antes de t=0). NOTA: t=tr (t=0) Fração de fluido com idade maior que t´ e que sai do reator Derivando em ordem a t: 𝑉𝐼 𝑡 = 𝑄න 𝑡 𝐸 𝑡 𝑑𝑡 Dividindo por Q: 𝜏𝐼 𝑡 = න 𝑡 𝐸 𝑡 𝑑𝑡 = න 0 𝐸 𝑡 𝑑𝑡 − න 0 𝑡 𝐸 𝑡 𝑑𝑡 =1 − න 0 𝑡 𝐸 𝑡 𝑑𝑡 27 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* Logo: 𝐼 𝑡 = 1 𝜏 1 − න 0 𝑡 𝐸 𝑡 𝑑𝑡 Derivando novamente em ordem a t a equação do slide anterior: 𝜏 𝑑𝐼 𝑡 𝑑𝑡 = −𝐸 𝑡 𝐸 𝑡 = −𝜏 𝑑𝐼 𝑡 𝑑𝑡 (1.11) NOTA: I(t) tem que ser uma função monótona decrescente , pois E(t) > 0. 𝑑𝐼 𝑡 𝑑𝑡 < 0 1.3.3. Tempo médio de residência (𝒕𝒓) 𝒗𝒔. 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐚𝐠𝐞𝐦 (𝝉) o Sistemas/reatores em “estado estacionário” o Não existem by-passes o Não existem zonas estagnantes/volumes-mortos o Sistemas fechados à difusão (condições fronteira de Danckwerts) – uma molécula que sai do sistema/reator não volta a entrar (ver slides seguintes) ** A demonstração desta igualdade pode ser encontrada, por exemplo, em [1, 2 ou 10]. 𝑡𝑟 = 𝜏 (1.12) * Adaptado de [1]. ** 28 Representação esquemática de algumas condições fronteira para reatores contínuos * Adaptado de [10 e M. Sebastian Escotet-Espinoza et al., Powder Technology, Vol. 344, 2019, Pages 525-544]. 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* Reator Infinito (aberto à difusão) Reator fechado à Difusão (condições fronteira de Danckwerts) o Há casos em que junto à entrada do reator (ou da saída) se podem verificar variações locais na velocidade do fluido, movimentos difusivos de retorno, turbilhões, etc. que podem levar a que elementos de fluido já no interior do reator saiam, podendo voltar a entrar novamente. 29 rccz , lccz , z c Ducuc z )0()0()0( 0 0, z c Lz )(,0 tccz E 0, z c Lz z c Ducuc z )0()0()0( 0 lccz , Condições fronteira para reatores contínuos limitada limitada Tipo Entrada Saída Reator Infinito (aberto à difusão) Reator fechado à Difusão (condições fronteira de Danckwerts) não há descontinuidade da concentração à saída Reator Semi-Infinito (aberto à difusão à entrada) Reator Semi-Infinito (aberto à difusão à saída) * Adaptado de [1]. 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade* 1.4. Funções de Densidade para Reatores Ideais Abertos – RP e RPA 1. Reator com fluxo tipo Pistão:perfil de velocidades plano em toda a secção reta do reator tubular, pelo que todos os elementos de fluido permanecerão o mesmo tempo dentro do reator, = V / Q Q Cs(t) 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade V - A DTR, E(t), é uma função delta de Dirac, centrada em : ttE )( t E(t) ou (t)onde (t) é a função e Dirac: 0 , 0 ,0 )( t t t NOTA: 0 1)( dtt e 0 )()()( oo tfdttftt - Os elementos de fluido que entram no reator num dado instante não interferem com quaisquer outros que entraram ou venham a entrar em instantes diferentes. 30 31…/… 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade …/… 0 ( ) 1I t dt 1( ) paraI t t - Não há elementos de fluido, dentro do reator, com idade superior a . Além disso, a fração de elementos de fluido dentro do reator (I(t)dt) com diferentes idades é constante (os elementos de fluido estão simplesmente em diferentes posições dentro do reator). Note-se ainda que da condição de normalização: se tira que: t I(t) 1/ - A esperança de vida é nula para elementos de fluido de idades diferentes de , para a qual toma um valor infinito (sairão imediatamente). Por outro lado, tt tI tE t )( )( )(1 )( (ver figura de E(t)) 𝐼 𝑡 = ቐ 1 𝜏 , 𝑡 ≤ 𝜏 0, 𝑡 > 𝜏 Área do retângulo abaixo 32 2. Reator Perfeitamente Agitado: as variáveis referidas não dependem da posição dentro do reator. Os elementos de fluido à saída têm as mesmas características que os que se encontram dentro do reator E(t) e I(t) deverão ser iguais. Q Cs(t) V /1)()( tetItE …/… 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade - Além disso, os elementos de fluido não passam todos o mesmo tempo dentro do reator, existindo por isso uma DTR, estando o tempo de residência dos elementos de fluido compreendido entre 0 (elementos que saem imediatamente após entrarem) e . - Como se mostrará posteriormente (ver secção 2.4)**: t 1/ E(t) ou I(t) ** Uma demonstração alternativa pode ser encontrada em [1]. 33 t (t) 1/ …/… - Todos os elementos de fluido, dentro do reator, têm igual probabilidade de sair, independentemente das suas idades. Ou seja, (t) é constante. Como: )( )(1 )( tI tE t e: 1 )()()( ttItE 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade 34 2. Metodologia de Tracers* 2.1. Introdução Tracer (ou marcador ou traçador): substância que não afeta o tipo de escoamento (hidrodinâmica) – por forma a dar informação fidedigna da DTR de quaisquer elementos de fluido que atravessem o sistema; * Adaptado de [1] e de [V. Sans et al., RSC Adv., 2012, 2, 8721-8728]. Características dos tracers: propriedades semelhantes às do fluido que circula no reator, ser facilmente detetado (colorimetria ou espectrofotometria, condutividade, pH, radioatividade, etc.), barato, inerte (não é adsorvido nem reage), etc. Exemplos de tracers: HCl, KCl, NaCl, H2SO4 (deteção por condutividade elétrica ou pH), corantes (deteção por colorimetria ou espectrofotometria), etc. [1]. 35 2. Metodologia de Tracers* Pretende-se, com esta metodologia dos tracers: o Determinar as funções E(t), I(t) e (t) (geralmente a partir de outras, que estão com elas relacionadas, e que se obtêm experimentalmente – tais relações são válidas para sistemas fechados à difusão**) caracterizar o tipo de escoamento; o Fazer o diagnóstico de operação de reatores (identificar presença de curto- circuitos, zonas estagnantes, etc.), para se poder aumentar a sua eficiência; o Prever a conversão (reator não-ideal). * Adaptado de [1]. ** Considera-se que o um elemento de fluido que entra no reator não pode sair e volta a entrar, e que uma molécula que sai do reator não pode voltar a entrar; …/… Introduz-se uma perturbação à entrada e mede-se a resposta, à saída do reator (técnicas tipo estímulo-resposta). 36 2. Metodologia de Tracers Tipos de perturbações: Fig. 2.1 – Perturbação de um reator com concentração em degrau e respetiva resposta.* * Adaptado de [2]. )(tHCC oE o Perturbação: onde H(t) é a Função de Heaviside: 𝐻 𝑡 = ቊ 0, 𝑡 < 0 1, 𝑡 ≥ 0 o Degrau (Heaviside) – geralmente mais fácil de implementar experimentalmente (do que em impulso, por exemplo) mas é necessário muito tracer (e pode-se prolongar no tempo)! 37 2. Metodologia de Tracers * Adaptado de [2]. o Impulso (Dirac) – requer cuidados para que o tempo de injeção seja << tr, mas gasta-se muito menos tracer. Fig. 2.2 – Perturbação de um reator com concentração em impulso e respetiva resposta.* o Outras (degrau negativo ou purga em degrau, sinusoidal, estocástica). …/… (t) é a função de Dirac: 𝛿 𝑡 = ቊ 0, 𝑡 ≠ 0 ∞, 𝑡 = 0 38 2. Metodologia de Tracers 2.2. Curva F de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) )(tHCC oE t / min 1 40 0,8 Perturbação/Estímulo: onde H(t) é a Função de Heaviside: Resposta Curva F de Danckwerts (resposta normalizada do reator a entrada em degrau de tracer): * Adaptado de [1]. 𝐹 𝑡 = 𝐶𝑠 𝑡 𝐶𝑜 Perturbação em Degrau: 𝐻 𝑡 = ቊ 0, 𝑡 < 0 1, 𝑡 ≥ 0 39 2. Metodologia de Tracers* …/… NOTA: se no instante t = 0 se muda a concentração de tracer que antes era Ci para Cf, a amplitude do degrau será Co = Cf – Ci * Adaptado de [1]. Neste caso a curva F de Danckwerts define-se como: 𝐹 𝑡 = 𝐶𝑠 𝐶𝑜 = 𝐶𝑠 𝑡 − 𝐶𝑖 𝐶𝑓 − 𝐶𝑖 F(t) é uma função cumulativa (Função de Distribuição de Tempos de Residência Cumulativa): pois indica a fração de moléculas, à saída do reator, que estiveram neste um tempo menor ou igual a t.* Logo: t dttEtF 0 )()( (2.1a) No exemplo da figura anterior: 80% das moléculas [F(t)] estiveram 40 min ou menos no reator. * Ou de outra forma: à saída, no instante t, todos os elementos de fluido com idade inferior a t são moléculas de tracer. 40 2. Metodologia de Tracers dt tdF tE )( )( Da eq. (2.1a): Da mesma forma, a fração de moléculas, à saída do reator, que estiveram neste um tempo superior ou igual a t é dada por: )(1)( tFdttE t No exemplo da figura anterior: 20% das moléculas [1-F(t)] estiveram mais que 40 min no reator. (2.1b) F(t) é portanto uma função de distribuição de tempos de residência cumulativa, dando informação sobre a probabilidade de um elemento de fluido ter um tempo de residência inferior a t (probabilidade acumulada). …/… t dttEtF 0 )()( Tira-se que: 41 2. Metodologia de Tracers Informações adicionais sobre a curva F(t) t / min 1 É uma função monótona crescente * Adaptado de [10]. 𝐹 𝑡 Deve verificar as seguintes condições, de acordo com a descrição probabilística feita: 0 ≤ 𝐹 𝑡 ≤ 1 lim 𝑡→0 𝐹 𝑡 = 0 lim 𝑡→∞ 𝐹 𝑡 = 1 NOTA: desvios a estas condições, nomeadamente a existência de descontinuidades para t = 0 são associadas a anomalias que podem ocorrer em reatores reais e que se verão posteriormente (curto-circuitos e volumes mortos). 42 2. Metodologia de Tracers )()(1 tItF Balanço material ao tracer, num instante qualquer t: Entra - Sai = Acumula (não há reação) reactordodentroestáquefluidodequantidade dt d tQCQC so )( 0 ( ) ( ) / , , , / . t o s o o d QC QC t VC I t dt dt mol s pois os elementos de fluido que estão dentro do reator no tempo t têm todos idade menor que t tendo entrado c conc C Donde: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 ( )so s o o s o o C t QC QC t VC I t C C t C I t I t C Ou seja: (2.2a) As equações (2.1b) e (2.2a) permitem relacionar a resposta experimental do sistema a uma perturbação em degrau (F(t)) com as funções de densidade teóricas. i.e., de tracer 43 2. Metodologia de Tracers Ou, de outra forma: Como: (2.2b) Como se viu: tt dttEtFdttEtF 00 )(1)(1)()( Mas como: )()(1)()(1)(1 1 )( 0 tItFtItFdttEtI t Ou em termos de variáveis normalizadas (q = t/): )()(qFtF E (eq. 1.4): )()( q ItI 1 = 𝐹 𝜃 + 𝐼 𝜃 )()(1 tItF Da eq. (2.2a): Vem que: 44 Conteúdo 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade 1.1. Introdução 1.2. Teoria da DTR – Definições 1.3. Relações entre as Funções de Densidade 1.4. Funções de Densidade para Reatores Ideais Abertos – RP e RPA 2. Metodologia de Tracers 2.1. Introdução 2.2. Curva F de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.3. Curva C de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.4. Alguns exemplos - Curvas C e F de Danckwerts para reatores ideais 2.5. Função de Transferência, G(s), e sua Relação com E(t) 3. Análise de Experiências de Tracer – Diagnóstico de Reatores e Previsão de Conversão 3.1. Objetivos das experiências de tracers (aula 1) …/… (aula 2) (aula 3) 45 2.3. Curva C de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2. Metodologia de Tracers * Este intervalo de tempo deverá ser muito curto (tão curto quanto possível) relativamente ao tempo de passagem do fluido no reator. Assim, a concentração na corrente de entrada do reator vem dada por: t C t V Q V n tQ n C O E 1 Perturbação em Impulso: Seja: n – quantidade (moles) de tracer injetado, num intervalo de tempo infinitamente pequeno, t* V n C O : concentração de tracer que existiria no reator se as n moles injetadas se distribuíssem instantânea e uniformemente por todo o reator, de volume V. donde, para t muito pequeno 1 0, ( ) :t t t – Perturbação/Estímulo𝐶𝐸 = 𝐶 𝑜 𝜏 𝛿 𝑡 46 2. Metodologia de Tracers * Para esta função temos ainda que: 0 1)( dtte, – área da dose do impulso. Resposta Curva C de Danckwerts (resposta normalizada do reator a entrada em impulso de tracer): t O s C tC tC )( )( න 0 ∞ 𝛿 𝑡 − 𝑡0 𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑓 𝑡0 …/… onde (t) é a função de Dirac*: área = 1 0 , 0 ,0 )( t t t 47 2. Metodologia de Tracers Lei de conservação de massa, tracer : Entra = Sai 0 )( dttQCn s Donde: 00 )( 1 )( dttCCdttC V Q V n C s O s O Ou seja: 00 )( )( dttCdt C tC o s (2.3a) E por conseguinte, é a área da curva C de Danckwerts. Ou em termos de variáveis normalizadas (q = t/): Como: e: q ddt )()( qCtC 0 )(1 qq dC (2.3b) Área sob a curva C(q) é unitária 48 Relação entre a curva C de Danckwerts e E(t) 2. Metodologia de Tracers Injetaram-se n moles de tracer. Até ao tempo t, todo o tracer que saiu do reator tinha tempos de residência inferiores a t: tt s dttEndttCQ 00 )()( m3/s mol/m3 s = mol = mol fração das n moles injetadas com tr < t Derivando a eq. anterior em ordem ao tempo: )()()()( tE V n tC V Q tnEtQC ss Mas como: VCn O )()( 1 tECtC Os vem: Donde, (2.4a) 𝐶 𝑡 = 𝐶𝑠 𝑡 𝐶𝑂 = 𝜏𝐸 𝑡 49 0 )( )( )( dttC tC tE s s 2. Metodologia de Tracers Ou ainda, em coordenadas reduzidas: )()( qq EC (2.4b)* qq dEdttE )()( q t q ddt Como se viu anteriormente: )()()()( tEEdEdtE qqqq )()( qCtC Pelo que com a eq. (2.4a) eq. (2.4b) De (2.4a) posso tirar a seguinte relação, bastante útil e válida para Q constante: 0 )( )()()(1)(1 )( 1 )( dttQC tC Q n tC Q V n tC Q VC tC tCtE s sss o s Por outro lado, como: * Demonstração: 50 Quadros resumo das relações entre as funções de densidade teóricas e as curvas/funções experimentais 1)()( tItF dt tdF tEtC )( )()( 1 t dttEtF 0 )()( )(1 )(1 )( )(1 )( tF tC tI tE t dt tdI tE )( )( 1)()( qq IF q q qq d dF EC )( )()( q qqq 0 )()( dEF )(1 )( )( )( )( q q q q q F C I E )()( tFF q )()( tCC q )()( tII q )()( tEE q )()( t q 2. Metodologia de Tracers 51 …/… 2.4. Alguns exemplos - Curvas C e F de Danckwerts para reatores ideais a) RP 2. Metodologia de Tracers Curva C (entrada em impulso): Balanço material ao tracer (em mol/s), para um elemento de volume dV = A dz: V Q Cs(t) dz )(0 tCCE Adz dt dC AA zdzzz onde, , é o fluxo molar (mol / (m2.s)) zz uC Donde (e porque a área da seção reta A é constante): dz dt dC uCuC zdzzz Aplicando a definição de limite (dz 0): 0 t C z C u EDP Aplicando transformadas de Laplace, obtém-se a seguinte EDO, de 1ª ordem, homogénea: dz u s C Cd szCs dz szCd uCszCs dz szCd u 0, , 0)0(, , 52 …/… 2. Metodologia de Tracers …/… Condições limite 1. À entrada do reator: 2. À saída do reator: 00 )(;0 CCtCCCz E 0CA sCL u s CsCCCLz ss exp.exp.; 00 * * NOTA: Invertendo: )( )( )()()( t C tC tCtCtC O sO s Ou em termos de variáveis reduzidas (c/ ): )()( tq )1()( qqC 0),exp( ccsctL Donde: z u s AszC exp, 53 …/… 2. Metodologia de Tracers …/… s cs ctHL exp * NOTA: Curva F (entrada em degrau): Do mesmo balanço material ao tracer, chega-se à mesma EDP, que no domínio de Laplace resulta em: )(tHCC oE dz u s C Cd Cs dz Cd u 0 Donde: z u s AszC exp, Condições limite 1. À entrada do reator: 2. À saída do reator: *),(;0 A s C CttHCCCz ooE s C A o s s C u sL s C sCCCLz ooss exp.exp.; Invertendo: )( )( )()()( tH C tC tFtHCtC o s os Ou em termos de variáveis reduzidas: )1()( qq HF 54 2. Metodologia de Tracers …/… )( )( )( t C tC tC O s )( )( )( tH C tC tF o s 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 1 2 3 4 5 t/s C(t) tau=3 s tau=1 s tau=0,5 s 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 t/s F(t) tau=1 s tau=3 s tau=0,5 s Resposta “retardada” por uma grandeza – tempo de passagem do fluido no reator. Q V u L Resposta de um RP a uma perturbação na entrada a) entrada em impulso: b) entrada em degrau: 55 …/… )1()( qqC )1()( qq HF 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 1 2 3 4 q C(q) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 1 2 3 4 q F(q) 2. Metodologia de Tracers Em termos de variáveis reduzidas 56 …/… 2.4. Alguns exemplos - Curvas C e F de Danckwerts para reatores ideais b) RPA Q Cs(t) V 2. Metodologia de Tracers Curva C (entrada em impulso): Balanço material ao tracer, em estado transiente, para t > 0: dt tdC VtQC ss )( )(0 (2.4.1) Donde: dt tdC tC ss )( )(0 Q V onde: Por separação de variáveis: ttC C s s dt tC tdCs O 0 )( 1 )( )( onde: Logo, t O s t O s e C tC tCeCtC )( )()( Ou em termos de variáveis reduzidas: qq q e C tC tCC t O s )()()(, 𝐶𝑜 = 𝑛 𝑉 = 𝐶𝑑𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑅𝑃𝐴 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡=0 57 …/… 2. Metodologia de Tracers …/… Curva F (entrada em degrau): Balanço material ao tracer, para t > 0: Donde: Q V onde: Por separação de variáveis: Donde, Ou em termos de variáveis reduzidas: dt tdC VtQCQC dt tdn tQCQC ssoso )( )( )( )( dt tdC tCC sso )( )( t C tCC dt tCC tdC o so ttC so s s )( ln 1 )( )( 0 )( 0 )1( )( )()1()( t o s t os e C tC tFeCtC qq e C tC tFF o s 1 )( )()( Donde, 𝐶𝑜−𝐶𝑠(𝑡) = 𝐶𝑜 𝑒 − 𝑡 𝜏 (2.4.2) 58 …/… t O s e C tC tC )( )( )1( )( )( t o s e C tC tF 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 0 1 2 3 4 5 t/s C(t) tau=5 s tau=1 s tau=0,1 s 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 0 1 2 3 4 5 t/s F(t) tau=0,1 s tau=1 s tau=5 s 2. Metodologia de Tracers …/… Resposta de um RPA a uma perturbaçãona entrada a) entrada em impulso: b) entrada em degrau: Q V 59 …/… (q) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 1 2 3 4 5 q C(q) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 F(q) qq e C tC tCC O s )()()( qq e C tC tFF o s 1 )( )()( 1 )(1 )( )( q q q F C 0 1 2 0 1 2 3 4 5 q Ou seja, todos os elementos de fluido num RPA têm a mesma esperança de vida, i.e., a mesma probabilidade de saírem do reator, independentemente da sua idade. 2. Metodologia de Tracers Nota 1: Como se viu anteriormente, a função intensidade virá: entrada em impulso: entrada em degrau: 60 …/… 2. Metodologia de Tracers NOTA 2: Da curva F (ou C) de Danckwerts posso deduzir a E(t) para um RPA, apresentada na secção 1.4: tt o s e dt tdF tEe C tC tF 1)( )()1( )( )( tt O s etCtEe C tC tC 1 )( 1 )( )( )( NOTA 3: Da DTR posso deduzir o tempo médio de residência para um RPA, o qual, tal como se viu na secção 1.3.3, é igual ao tempo de passagem: 00 1 )( dtettdtttEt t rr * Após integração por partes, pois: * 00 1 ttt r etedttet já que: 0 limlim t t et te t 61 …/… 2. Metodologia de Tracers NOTA 4: Resolução da Eq. (2.4.1 – balanço material; entrada em impulso) por T.L. : dt tdC tC ss )( )(0 Aplicando TL: Osssss CtCstCoCtCstC )()()()()(0 Como: 1, 1 a as eL at Vem que: t O s e C tC tC )( )( 111 s C s C s C C OOO s NOTA 5: Obtenção da curva C de Danckwerts num RPA usando a relação Balanço material ao tracer, para t: dt tdC tCtC dt tdC VtQCQC ss Os sE )( )()( )( )( Aplicando TL, e sabendo que: 0, cectL cs Vem que: stCtCstCoCtCstCC ssssssO 1)()()()()()( 𝐶𝐸 = 𝐶 𝑜 𝜏 𝛿 𝑡 ഥ𝐶𝑠 = 𝜏 𝐶𝑜 1+𝜏 𝑠 = 𝜏 𝐶𝑜 𝜏 𝑠+ 1 𝜏 = 𝐶𝑜 𝑠+ 1 𝜏 62 …/… onde, 2. Metodologia de Tracers Como: 1, 1 a as eL at Vem que: t O s e C tC tC )( )( NOTA 6: Resolução da Eq. (2.4.2 – balanço material; entrada em degrau) por T.L.: dt tdC tCC ssE )( )( )(tHCC oE Aplicando TL: stCtCstCoCtCstCC ssssssE 1)()()()()()( Como: Donde, 11 ss C ss C C oos Vem que: t o s e C tC tF 1 )( )( s C Cc s cs ctHL oE 0, )exp( ).( t o t o s eC eC tC 1 1 1 )( Como: 1,, 1 boa bsasba ee L btat 63 Conteúdo 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade 1.1. Introdução 1.2. Teoria da DTR – Definições 1.3. Relações entre as Funções de Densidade 1.4. Funções de Densidade para Reatores Ideais Abertos – RP e RPA 2. Metodologia de Tracers 2.1. Introdução 2.2. Curva F de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.3. Curva C de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.4. Alguns exemplos - Curvas C e F de Danckwerts para reatores ideais 2.5. Função de Transferência, G(s), e sua Relação com E(t) 3. Análise de Experiências de Tracer – Diagnóstico de Reatores e Previsão de Conversão 3.1. Objetivos das experiências de tracers (aula 1) …/… (aula 2) (aula 3) (aula 4) 64 2.5. Função de Transferência, G(s), e sua Relação com E(t) Sistema x(t) y(t) )( )( )( )( )( sX sY txL tyL sG )( )( )( sC sC sG E s reactor 2. Metodologia de Tracers Função de Transferência, G(s) – razão entre os sinais de saída e entrada, de um qualquer sistema (físico-químico, elétrico, etc.), no domínio de Laplace. Ou seja, é um operador linear que transforma a entrada na saída, naquele domínio. (2.5a) E s E s C C tCL tCL sG )( )( )( (2.5b) * * NOTA: Transformada de Laplace de uma função f(t): 0 )()()( dttfesFtfL st Num reator: 65 2. Metodologia de Tracers A função de transferência é uma característica do sistema, independente do tipo de sinais de entrada e saída. De facto, como se viu no exemplo anterior para o RP, independentemente da entrada ser em degrau (Heaviside) ou em impulso (Dirac): u sz constszC exp., Donde: .,00 constsCCz E sconstsLCCLz s exp., Logo, s E s RP e C C sG )( – função característica de sistemas com “atraso puro”. Para um RPA, o balanço material origina: dt dC CC dt dC VQCQC sSE s SE Aplicando TLP: SSE CsCC Donde, sC C sG E s RPA 1 1 )( – função característica de sistema de 1ª ordem. Funções de Transferência para Reatores Ideais 66 • Relação entre G(s) e E(t) 2. Metodologia de Tracers Retomando a definição de função de transferência, se x(t) for uma entrada em impulso (Dirac), então, e como se viu anteriormente (secção 2.3): OO CsXtCtx )()()( * * NOTA: csectL )( OE O E CsCtCtC )()()( Donde: OCsGsXsGsY )()()()( OEs CsGsCsGsC )()()()( e: O O C ty sGLsGLCsYLty )( )()()()( 111 O sO ss C tC sGLsGLCsCLtC )( )()()()( 111 Por outro lado, da equação (2.4a): OO s C ty tE C tCtC tE )( )( )()( )( pelo que, (2.6a) Esta relação entre G(s) e a DTR, E(t), permitirá estimar parâmetros de modelos considerados relevantes para descrever o escoamento num dado sistema. Sistema (fig. slide 64) Reator * 𝑬 𝒕 = 𝑳−𝟏 𝑮 𝒔 67 • Relação entre G(s) e F(t) s sG LtF )( )( 1 2. Metodologia de Tracers Ainda a partir da definição de função de transferência, mas se x(t) for uma entrada em degrau (Heaviside), então, e como se viu anteriormente: * * NOTA: s e ctHL cs )( Donde: s C sGsXsGsY o)()()()( s C sGsCsGsC oEs )()()()( e: o o C ty s sG L s sG LCsYLty )()()( )()( 111 )()()()()()( 111 tF C tC s sG L s sG LCsCLtC o s oss Ou seja, (2.6b) Esta relação entre G(s) e a F(t), permitirá também estimar parâmetros de modelos considerados relevantes para descrever o escoamento num dado sistema. Sistema (fig. slide 64) Reator * 𝐶𝐸 = 𝐶𝑜𝐻 𝑡 𝐶𝐸 = 𝐶𝑜 𝑠𝑥 𝑡 = 𝐶𝑜𝐻 𝑡 𝑋 𝑠 = 𝐶𝑜 𝑠 68 • Obtenção de E(t) e F(t) para reatores ideais abertos a partir da G(s) 2. Metodologia de Tracers + NOTA: , a = -1/ Para o RPA, e como se mostrou, temos: s sG RPA 1 1 )( Daqui pode-se tirar a E(t) e a F(t): t RPA e s LtE 1 1 1 )( 1 + t t RPA e e ss LtF 1 1 11 1 1 )( 1 ++ Como aliás se viu anteriormente (ver secção 2.4). as eL at 1 ++ NOTA: , a = 0; b = -1/ bsasba ee L btat 1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 0 1 2 3 4 5 t/s F(t) tau=0,1 s tau=1 s tau=5 s 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 2 4 6 8 10 t / h E(t) tau=5 h tau=1 h tau=0,1 h (h-1) 69 • Obtenção de E(t) e F(t) para reatores ideais abertos a partir da G(s) 2. Metodologia de Tracers + NOTA: , c = Para o RP, e como se mostrou, temos: s RP esG )( Daqui pode-se tirar a E(t) e a F(t): teLtE sRP 1)( tH s e LtF s RP 1)( Como aliás se viu anteriormente (ver secção 2.4). ++ NOTA: , c = 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 t/s F(t) tau=1 s tau=3 s tau=0,5 s s e ctHL cs )( csectL )( + ++ t / hE(t) / h-1 70 • Teorema de Van der Laan: 00 )1()( s n n nn n s G dttEt 2. Metodologia de Tracers (2.7) Ou seja, a função de transferência, G(s), é a função geradora dos momentos da E(t), permitindo assim obter os momentos da DTR, sem se ter uma expressão analítica para a mesma, a partir de um modelo matemático, e sem termos que passar para o domínio de t. Como os 1ºs momentos da DTR são facilmente obtidos a partir de experiências, este método permite ainda a obtenção dos parâmetros dos modelos, comparando os momentos (em particular a variância , com ) da distribuição teórica e da curva experimental. 2 12 2 Demonstração [6]: Da definição de Transformada de Laplace de uma função e da relação entre E(t) e G(s): 00 )()()()()()()( dttEesGsGtELedttgesGtgL stst Operador de TL 71 2. Metodologia de Tracers Ou seja: 0 2 2 0 2 2 00 1 0 0 )(;)();0(1)( ss r s G dttEt s G tdtttEGdttE 00 )1()( s n n nn n s G dttEt Por outro lado, a partir do desenvolvimento de G(s) em série de Taylor em torno de s=0: ... ! ... !2 )0()( 00 2 22 0 s n nn ss s G n s s Gs s G sGsG pode-se ver que: ... ! )1(... !2 )( 2 2 10 n n n n ss ssG Donde: 0 2 0 2 2 0 2 2 2 000 0 )()( ;)()( ;)()0( dttEt s G dttEet s G dtttE s G dttEet s G dttEG s st s st 72 * Para analisar a demonstração desta igualdade sugere-se a consulta de, por exemplo, [6]. • Relação entre G(s) com e sem reação química )()(' ksGsG Onde: G(s) – função de transferência de um dado reator, na ausência de reação química; G´(s) – função de transferência de um dado reator, na presença de reação química de 1ª ordem, com constante cinética k. 2. Metodologia de Tracers (2.8) * Particularizando, para o caso de um RPA: 1. Como se viu, sem reação química: sC C sG E s RPA 1 1 )( 2. Com reação química, o BM origina: s s SEs s SE kC dt dC CCVkC dt dC VQCQC ' ' '' ' ' Aplicando TLP: SSSE CkCsCC ''' Donde, ksC C sG E s ordemreacçãocomRPA 1 1' )(' ª1 Ou seja, )()(' ksGsG Resultado este que tem sido usado na determinação de constantes cinéticas de reações químicas. 73 2. Metodologia de Tracers Exemplo de Aplicação (problema 2): Obter a resposta de um RPA, com reação química de 1ª ordem sem dilatação, a uma variação em degrau na concentração à entrada. Como se viu, sem reação química: sC C sG E s RPA 1 1 )( Donde, usando a relação anterior: skks ksGsG 1 1 1 1 )()(' Para uma perturbação em degrau: s C CtHCC oEoE )( + + NOTA: c = 0 s e ctHL cs )( ++ NOTA: bsasba ee L btat 1 Pelo que: ) 1 ( 1 1 )( kss C sks C C C C sG oos E s ++ Fazendo a transformada inversa, onde: k kba 1 ) 1 (;0 t k o t k o s e k C k e C tC 1 1 1 11 1 )( 74 2. Metodologia de Tracers NOTA: Se qq eFDa 1)(0 que é, como se viu, a resposta de um RPA a uma perturbação em degrau na ausência de reação química. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 1 2 3 4 5 q F(q) Da=0 Da=0,1 Da=1 Da=10 Usando variáveis normalizadas, com o s C C FtkDa ;; q t k o t k o s e k C k e C tC 1 1 1 11 1 )( Da eq. anterior: 𝐹 𝜃 = 1 − 𝑒− 1+𝐷𝑎 𝜃 1 + 𝐷𝑎 75 2. Metodologia de Tracers • Função de transferência para sistemas em série: Reactor 1 Q, CE(t) Cs(t) Reactor 2 C1(t) )()()( 21 1 1 sGsG C C C C C C sG s EE s Generalizando: i i sGsG )()( (2.9) 76 2. Metodologia de Tracers Exemplo de Aplicação (problema 7): Obter a DTR para a seguinte associação em série (RPA RP). Fazendo um balanço material ao tracer: + NOTA: + Q, CE VRPA VRP Cs Q V tCC dt dC VQCQC RP s RPAE 1 1 1 RPs RPAE tCC dt dC CC 1 1 1 sCC sCCsCC RPs RPARPAE exp 1 1 111 s s C C s C C RP RPA E s RPA E exp 1 1 1 ;)( csectL gLfLgfL Donde, s sC C sG RP RPAE s exp 1 1 )( Note-se que se poderia ter chegado logo a este resultado, pois: RPRPA sGsGsG )()()( Para obter a DTR, tenho que inverter G(s) pois: )()( 1 sGLtE C1 77 2. Metodologia de Tracers t / h E(t) RP 1/RPA NOTA 1: A DTR para a associação inversa (RPRPA) é a mesma. NOTA 2: Para o caso do Problema 7, no qual os reatores têm iguais volumes, obtém-se: tH t tE exp 1 )( onde: RPRPA Tendo em atenção que: )()()( sFectfctHL cs com, RPA RP RPA t RPA t RPA RPA RPA RP ectfetf s sFc 1 )( 1 )(; 1 1 )(; Vem que: RP RPA RP RPA tH t tE exp 1 )( s sC C sG RP RPAE s exp 1 1 )(Como se viu: 78 2. Metodologia de Tracers Donde: dz dt dC uCuC zdzzz Aplicando a definição de limite (dz 0): 0 t C z C u Aplicando transformadas de Laplace, obtém-se a seguinte equação diferencial: dz u s C Cd szCs dz szCd uCszCs dz szCd u 0, , 0)0(, , Donde: z u s AszC exp, Condições limite: 1. À entrada do reator: ACCCCz 11;0 2. À saída do reator: sAsCCCLz RPss exp.; Dividindo as 2 eqs. obtenho, tal como se viu: RPsRP s tCCs C C 1 1 exp NOTA 3: A eq. do BM ao RP: Q V tCC RPs 1 vem, como se viu anteriormente, do BM a um elemento de volume dV = A dz: Adz dt dC AA zdzzz onde: zz uC Conteúdo 1. Conceitos – DTR e outras funções de densidade 1.1. Introdução 1.2. Teoria da DTR – Definições 1.3. Relações entre as Funções de Densidade 1.4. Funções de Densidade para Reatores Ideais Abertos – RP e RPA 2. Metodologia de Tracers 2.1. Introdução 2.2. Curva F de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.3. Curva C de Danckwerts e sua relação com as funções E(t), I(t) e (t) 2.4. Alguns exemplos - Curvas C e F de Danckwerts para reatores ideais 2.5. Função de Transferência, G(s), e sua Relação com E(t) 3. Análise de Experiências de Tracer – Diagnóstico de Reatores e Previsão de Conversão 3.1. Objetivos das experiências de tracers (aula 1) (aula 2) (aula 3) (aula 4) (aula 5) 80 Conteúdo 3.2. Diagnóstico de fluxo em reatores reais 3.3. Determinação da DTR em Grandes Reservatórios – Exemplo de Aplicação 3.4 Previsão de Conversão em Reatores Reais (Não Ideais) 4. Modelização de Reatores Reais – Métodos para Determinação dos Parâmetros de Modelos 4.1. A partir da associação de reatores ideais abertos e elementos nucleares 4.2. Modelos clássicos 4.3. Modelo Pistão Difusional (MPD) 4.4. Modelo dos Tanques em Cascata (MTC) 4.5. Determinação dos Parâmetros dos Modelos 4.6. Outros exemplos de Modelos “Clássicos” 5. Campos de Aplicação da Teoria da DTR …/… (aula 5) 81 3. Análise de Experiências de Tracer Reator com enchimento (packed bed reactor) com volumes mortos e caminhos preferenciais (chanelling) (c) e respetiva DTR (d); Tanque agitado com curto-circuito (by-pass) e volumes mortos (e) erespetiva DTR (f). * + Adaptado de [2]. 3.1. Objetivos das experiências de tracers: 1. Diagnóstico de reatores – permitir identificar problemas de fluxo (curto-circuito, volume morto, etc.) para se poder aumentar a eficiência dos reatores; 2. Modelização de reatores – com vista à descrição matemática de sistemas (reatores) reais, permitindo, por exemplo através de estudos de simulação computacional, analisar os efeitos das variáveis, otimizar processos com nº reduzido de ensaios, etc.; 3. Previsão da conversão em reatores reais (não ideais) 82 3.2. Diagnóstico de fluxo em reatores reais*: A partir de uma experiência de tracer, por exemplo em impulso, obtém-se Cs(t). A partir da relação entre E(t) e Cs(t) (slide 49): 0 0 0 )( )( )( dttC dttCt dttEtt s s r Por comparação do tempo médio de residência (tr) com o tempo de passagem (𝜏 = 𝑉 𝑄 ; o que pressupõem conhecimento de V e Q), podemos ter distintas situações: …/… 3. Análise de Experiências de Tracer (3.1) * Adaptado de [1]. 1. tr = : não existem volumes-mortos nem curto-circuitos. 0 )( )( )( dttC tC tE s s 83 * Adaptado de [1]. …/… 3. Análise de Experiências de Tracer 2. tr < : presença de volume-morto (ou de zona estagnada, onde o fluido interage pouco com as restantes regiões do reator) – zona onde a transferência de matéria se dá de um modo lento, pois as velocidades são baixas. O tracer que “entrar” nestas zonas vai residir bastante tempo. - A longa “cauda” não é medida (por estar abaixo do limite de deteção experimental), terminando-se a experiência/integração a tf. Desta forma, tr < ; note-se que: f f t s t s r dttC dttCt t 0 0 )( )( Resposta de um reator com volume morto a um impulso.* 84 Q Vútil Vm V = Vútil + Vm r r m rmmr mútil r t V Q t V V QtVVVVQt Q VV Q V t 11 rm t V V 1Fração de volume-morto: Q V t útilr Q VV Q V mútil Como: tr < .; ; …/… 3. Análise de Experiências de Tracer Vútil: Volume acessível ao fluido Vm: volume das zonas mortas 85 3. tr > : presença de curto-circuito – by-pass (ou de caminhos preferenciais) Qby-pass Q V O pico inicial, muito estreito, não é medido (por limitações experimentais), e portanto não é contabilizado nos cálculos. Desta forma, tr > . r passby tQ Q 1 passbyefectivo r QQ V Q V t Q V Como: tr > .; ; rr passby r r passbypassbyrr passby r ttQ V Q Q t VQt QVQtQt QQ V t 11 Fração de caudal de by-pass: 3. Análise de Experiências de Tracer Resposta de um reator com by-pass a um impulso.* * Adaptado de [1]. 86 Uso da função intensidade ou esperança de vida ((q)) na deteção de zonas mortas e curto-circuitos (q) q 1 2 1 Anomalias: 1. Existência de zonas mortas (curva 1) – A maior parte do fluido tem uma curva (q) semelhante ao caso normal. Contudo, o fluido estagnante tem uma probabilidade de saída fraca, o que implica a diminuição de (q) para tempo próximo de tr (q1). Esse fluido estagnante sairá para tempos mais elevados, fazendo com que a curva volte a aumentar. 2. Existência de curtos-circuitos (curva 2) – O fluido que sai para tempos muito curtos é responsável pela subida abrupta da curva (q) para tempos baixos. Trata-se de uma função monótona crescente quanto maior a idade de uma molécula, maior é a probabilidade dela sair, se o escoamento ocorrer de modo regular (linha não marcada ___ na figura abaixo). 3. Análise de Experiências de Tracer * Adaptado de [6]. 87 Uso de experiências de tracer para determinar variáveis de processo – aplicação à determinação do volume útil: Volume útil do reator (aquele a que a mistura tem realmente acesso) A partir de uma experiência de tracer, por exemplo em impulso, e conhecida a quantidade de tracer injetado (n), pode-se determinar o volume útil do reator 0 0 0 )( )( )( dttC dttCt QdttEtQQtV s s rútil mas como (ver slide 47): 𝑛 = 𝑄 න 0 ∞ 𝐶𝑠(𝑡)𝑑𝑡 𝑄 = 𝑛 0 ∞ 𝐶𝑠(𝑡)𝑑𝑡 ⇒ 𝑉ú𝑡𝑖𝑙 = 𝑛 0 ∞ 𝑡 ⋅ 𝐶𝑠(𝑡)𝑑𝑡 0 ∞ 𝐶𝑠(𝑡)𝑑𝑡 2 3. Análise de Experiências de Tracer 88 3.3. Determinação da DTR em Grandes Reservatórios – Exemplo de Aplicação + O Problema Como o tr tem um efeito importante no desempenho de tais sistemas (afeta a conversão biológica de matéria biodegradável) e a geometria dos tanques parece afetar a DTR (e logo tr), é fundamental realizar experiências de tracer para se poderem projetar melhor tais sistemas de tratamento de águas. Sistemas biológicos (lagoas) com elevados tr (desde um dia até vários meses) Experiências com tracers poderão ser impraticáveis + Adaptado de [3,4]. 1. Realizar experiências em instalações piloto, com diferentes geometrias, e depois fazer scale-up; 2. Derivar a DTR, resolvendo as eqs. de fluxo e transporte – resolução numérica complexa (por exemplo, por diferenças finitas [3]). 3. Calcular a DTR, resolvendo as eqs. de fluxo e transporte com ferramentas de CFD (Computational Fluid Dynamics) [4]; ver: http://paginas.fe.up.pt/~mmalves/cfd/reactor/index.htm. Como determinar a DTR em tais sistemas …/… 3. Análise de Experiências de Tracer 89 3. Análise de Experiências de Tracer Exemplo de aplicação Reservatório 2D (LH), com escoamento laminar em regime isotérmico Reservatório 2D (H = 0,01m) Regime laminar L / H = 0,5 – 20 Re entrada = 1 – 100 Fluido/tracer: água Difusivid. mol. = 510-10 m2s-1 L H ux (y) 0.2 H 0.7 H 0.1 H y x …/… …/… 90 …/… 2. Eq. de convecção-difusão que descreve o transporte de tracer no reservatório (regime transiente), para injeção em impulso, da qual se pode obter a E(t): Resolução numérica indicada em [3]. 𝜕𝐶 𝜕𝑡 + 𝜕 𝑢𝐶 𝜕𝑥 + 𝜕 𝜐𝐶 𝜕𝑦 = 𝐷 𝜕2𝐶 𝜕𝑥2 + 𝜕2𝐶 𝜕𝑦2 C – concentração de tracer; D – difusividade molecular do tracer no fluido - 1210105 smD 𝐶(𝑡 = 0) = 0, ∀𝑥, ∀𝑦 Método 2 - resolução numérica complexa 1. EDP (não-linear) relativa ao transporte de quantidade de movimento, em estado estacionário: 𝜕 𝑢𝛺 𝜕𝑥 + 𝜕 𝜐𝛺 𝜕𝑦 = 𝜈 𝜕2𝛺 𝜕𝑥2 + 𝜕2𝛺 𝜕𝑦2 y u x 2 2 2 2 yx – viscosidade cinemática do fluido ( – vorticidade; – função de corrente 12610 sm - água) ; – componentes da velocidade do fluido; vorticidade: Resolução numérica (por diferenças finitas) e condições fronteira indicadas em [3]. 3. Análise de Experiências de Tracer …/… 91 …/… Dados s 1200 141033,8 sm ( ) L= H = 0,1 m 3. Análise de Experiências de Tracer Método 3 - Resolução com o Fluent Resolução em estado estacionário: Linhas de corrente – características de regime laminar / mostram a existência de uma zona de recirculação acima da entrada do reservatório. Valores de velocidade – acima da entrada do reservatório temos velocidades praticamente nulas – zonas estagnadas. …/… 92 …/… Resolução em estado transiente: )(tHCC oE Definição de outro composto – tracer – com propriedades muito semelhantes às da água; Introdução de tracer em degrau: t = 0 s t = 30 s t = 120 s t = 480 s t = 1920 s t = 3840 s Obtenção de concentração de tracer, dentro do reservatório, ao longo do tempo: 3. Análise de Experiências de Tracer Ver animações aqui e “versão acelerada” aqui Mais informações ver site …/… 93 Obtenção de Cs(t): registrar a fração/concentração na corrente de saída, ao longo do tempo: 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 1000 2000 3000 4000 5000 time (s) F (t ) = ( C tr a c e r) s / (C tr a c e r) o …/… 3. Análise de Experiências de Tracer Cálculo da curva F de Danckwerts: …/… 𝐹 𝑡 = 𝐶𝑠 𝑡 𝐶𝑜 94 Cálculo da DTR: dt tdF tE )( )( tEE q)( q t ou: 0 0.001 0.002 0.003 0 1000 2000 3000 4000 5000 time (s) E (t ) (s -1 ) 0 0.6 1.2 1.8 2.4 3 0 12 3 4 q E ( q ) 3. Análise de Experiências de Tracer …/… …/… 95 Cálculo do tempo médio de residência: 0 )( dttEttr s1200 s tr 8,919 ou volume morto: Fração de volume-morto: 23,4% 0,234 t V V rm 1 NOTA: para outras geometrias, por exemplo, . ,5 menoréV H L m 3. Análise de Experiências de Tracer …/… Da DTR (slide anterior): 𝜃𝑟 < 1 t = 3840 sRecordar que …: 96 Conteúdo 3.2. Diagnóstico de fluxo em reatores reais 3.3. Determinação da DTR em Grandes Reservatórios – Exemplo de Aplicação 3.4 Previsão de Conversão em Reatores Reais (Não Ideais) 4. Modelização de Reatores Reais – Métodos para Determinação dos Parâmetros de Modelos 4.1. A partir da associação de reatores ideais abertos e elementos nucleares 4.2. Modelos clássicos 4.3. Modelo Pistão Difusional (MPD) 4.4. Modelo dos Tanques em Cascata (MTC) 4.5. Determinação dos Parâmetros dos Modelos 4.6. Outros exemplos de Modelos “Clássicos” 5. Campos de Aplicação da Teoria da DTR …/… (aula 5) (aula 6) 97 3.4 Previsão de Conversão em Reatores Reais (Não Ideais) Para reatores em que o escoamento não é do tipo pistão nem do tipo RPA Necessário fazer uso da DTR para prever o seu desempenho. Como? NOTA: Na realidade a DTR dá-nos informação acerca do tempo que cada elemento de fluido passou no reator, embora não diga nada sobre a troca de matéria entre os elementos fluido (grau de mistura). 3. Análise de Experiências de Tracer 98 3.4.1. Modelo da Segregação Total …/… Considera o reator como uma associação de pequenos reatores batch, cada um passando um tempo diferente dentro do reator. As moléculas que passam o mesmo tempo no reator, ou seja, têm a mesma idade, permanecem juntas no mesmo glóbulo (reator batch). Os elementos de fluido com diferentes idades não se misturam enquanto estiverem dentro do reator, i.e., não há troca de matéria entre eles (fluido completamente segregado). A mistura dos diferentes grupos de idades ocorre o mais tarde possível – à saída do reator: Pequenos reatores batch (glóbulos) num reator agitado.+ Mistura dos glóbulos de diferentes idades. 0 )()( dttEtXX batch + Adaptado de [2]. 3. Análise de Experiências de Tracer (3.2a) 99 …/… E(t) Outra forma de analisar o modelo da segregação total olhando para um RP Representação esquemática do modelo da segregação total.+ + Adaptado de [2]. Mistura dos diferentes grupos de idades ocorre o mais tarde possível – i.e., à saída do reator …/… Q Q 3. Análise de Experiências de Tracer Cada corrente de saída corresponde a um tempo de residência específico; Uma vez que não há troca de matéria entre os vários glóbulos, cada um comporta-se como um reator batch (analogia RF - RP); Cada pequeno reator batch que sai do reator a diferentes tempos apresentará diferentes níveis de conversão (X1, X2, X3, …). 100…/… dt)t(E)t(XXd 0 )()( dttEtXX batch Conversão média à saída = média da conversão dos vários glóbulos à saída Conversão média dos glóbulos que estiveram no reator um tempo entre t e t+dt = Conversão alcançada após um tempo t num dado reator/glóbulo Fração de glóbulos que estiveram no reator um tempo entre t e t+dt Nas expressões do modelo da segregação total, a substituição do limite superior de integração () por t, permite obter a evolução, em estado transiente (regime dinâmico), do desempenho do reator real. Considerando todos os glóbulos: 3. Análise de Experiências de Tracer …/… (3.2a) 101…/… * Adaptado de [1,5]. Q, CE Q, Cs Ainda outra abordagem …:* Considerando o reator real como uma associação de pequenos reatores pistão em paralelo (filets en parallèle), cada um com um tempo de passagem diferente, tr, e através dos quais passa uma fração do caudal total, Qi; O modelo assume que não há troca de matéria entre cada pequeno reator pistão (fluxo segregado); Q, CE Q, Cs(t) N Ci(t)… … 3. Análise de Experiências de Tracer …/… Representação esquemática do modelo da segregação total. 102 * Adaptado de [1,5]. 0 )()( dttEtCCs Balanço ao nó N: Tendo em atenção que: 0 )()( dttEtCC batchs fração do caudal de saída constituído por elementos de fluido com tempo de residência entre t e t+dt Vem que, integrando para todos os elementos: ou: Para macrofluidos (seg. total), a concentração/conversão à saída do reator é determinada pela cinética da reação (Cbatch(t)) – obtida em reator batch, por exemplo) e pela hidrodinâmica (E(t)). 3. Análise de Experiências de Tracer …/… (3.2b) i i i s )t(C Q Q C A concentração média do reagente à saída pode ser vista como o somatório, estendido a todos os elementos da população à saída, dos produtos da concentração da espécie (reagente) contidos num elemento de idade entre t e t+dt pela fração da população de saída cuja idade está entre t e t+dt. ∆𝑄𝑖 𝑄 = 𝐸 𝑡 𝑑𝑡 103 NOTA 1: Esta última equação, em termos de concentrações, é equivalente à anterior, escrita em termos de conversão: 0 000 000 )()( )()(11)()()(1 )(11)( )( )()( dttEtXX dttEtXXdttEtXdttEX dttEXXdttE C tC C C dttEtCC batch batchbatch batch o batch o s batchs 3. Análise de Experiências de Tracer …/… …/… 104 Exemplo de Aplicação Deduzir a expressão da conversão, em estado estacionário, para reação de 1ª ordem em reatores ideais. 1. RP: ttE RP)( kt RF etX 1)( o kt oo kt o RF dttedttdttedttEtXX )()()(1)()( Por BM Das propriedades da função Delta de Dirac: 0 1)( dtt 0 )()()( oo tfdttftte keX 1 Que é precisamente a equação que se obtém a partir do BM (recordar ERI…)! …/… 3. Análise de Experiências de Tracer Logo: 105 2. RPA: 1 0 1 1 ( ) ( ) 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 t t t kt kt RF o o o o t k t X X t E t dt e e dt e dt e e dt e e k k k k k )exp( 1 )( t tE RPA kt RF etX 1)( Que é precisamente a equação que se obtém a partir do BM (recordar ERI…)! Para reação de 1ª ordem, a conversão obtida é a mesma para micro-mistura (mistura máxima) ou segregação total. 3. Análise de Experiências de Tracer …/… 106…/… Resposta de um RPA a uma perturbação em degrau na concentração à entrada, quando sujeito a uma reação de 1ª ordem (Problema 2). 1ª Abordagem: A partir da relação entre a função de transferência com e sem reação química de 1ª ordem. Como se viu (slides 73-74), obtém-se: t k o s e k C tC 1 1 1 )( Usando variáveis normalizadas: Da e tFF Da 1 1 )()( 1 q q 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 1 2 3 4 5 q F(q) Da=0 Da=0,1 Da=1 Da=10 𝐷𝑎 = 𝑘𝜏; 𝜃 = ൗ𝑡 𝜏 ; 𝐹 = ൗ 𝐶𝑠 𝐶𝑜 3. Análise de Experiências de Tracer Exemplo de Aplicação Vem que: 107 2ª Abordagem: A partir do balanço material, em estado transiente: kCrondeVr dt dC VQCQC s s sE )(,)( Dividindo por Q: , s E s s dC C C k C dt Vonde Q dt dC CkC ssE 1 Aplicando T.L.: ⇔ ( ) oE o E C C C H t C s Mas: ( ) ; cse L H t c s Donde: Fazendo a transformada inversa: 1 ; 0 k a b bsasba ee L btat 1 ** * ** t k o t k o s e k C e k C tC 11 1 1 1 1 1 )( …/… 3. Análise de Experiências de Tracer …/… * 𝐶𝐸 = 1 + 𝑘𝜏 𝐶𝑠 + 𝜏 𝑠𝐶𝑠 − 0 = 1 + 𝑘𝜏 + 𝜏𝑠 𝐶𝑠 𝐶𝑠 = 𝐶𝑜 1 + 𝑘𝜏 + 𝜏𝑠 𝑠 = 𝐶𝑜 𝜏 1 + 𝑘𝜏 𝜏 + 𝑠 𝑠 108 3ª Abordagem: Usando o modelo da segregação total,substituindo o limite superior de integração por t: 0 )()()( dttEtCtC batchs 1 ( ) t RPAE t e kt batch oC C e t tk o t t kt os dte C dteeCtC 0 ) 1 ( 0 1 )( 1 11 1 )( ) 1 ( 0 ) 1 ( tk o t tk o s e k C e k C tC t k o s e k C tC 1 1 1 )( 3. Análise de Experiências de Tracer …/… Donde: Ou seja: Que é naturalmente a mesma equação a que se chegou nas abordagens 1 e 2 ! 109 Conteúdo 3.2. Diagnóstico de fluxo em reatores reais 3.3. Determinação da DTR em Grandes Reservatórios – Exemplo de Aplicação 3.4 Previsão de Conversão em Reatores Reais (Não Ideais) 4. Modelização de Reatores Reais – Métodos para Determinação dos Parâmetros de Modelos 4.1. A partir da associação de reatores ideais abertos e elementos nucleares 4.2. Modelos clássicos 4.3. Modelo Pistão Difusional (MPD) 4.4. Modelo dos Tanques em Cascata (MTC) 4.5. Determinação dos Parâmetros dos Modelos 4.6. Outros exemplos de Modelos “Clássicos” 5. Campos de Aplicação da Teoria da DTR …/… (aula 5) (aula 6-7) 110 Mistura Máxima (ou Segregação Mínima) Segregação Total (ou Mistura Mínima) Micro-mistura (mistura a nível microscópico ou molecular) Macro-mistura (mistura a nível macroscópico – agregados de moléculas que não são destruídos ao longo do reator) Micro-fluido Macro-fluido Xreal (conversão num reator real) estará entre o previsto por uma ou outra hipótese. Estados Limites de Mistura * Fluido real apresenta um estado de mistura entre estes dois limites (segregação parcial) NOTA: A E(t), obtida com experiências de tracer, só nos dá acesso à macromistura (informação grosseira, a nível macroscópico, sobre o tipo de escoamento, que explica porque é que os elementos de fluido têm diferentes tempos de residência), mas não dá informação sobre o grau de mistura (para isso é necessário fazer ensaios com reações de ordens diferentes). 3. Análise de Experiências de Tracer * Adaptado de [6]. 111 Estados Limites de Mistura * Visualização da noção de mistura para um sistema de 2 líquidos imiscíveis, A e B: o líquido A é disperso em B sob a forma de gotas. 3. Análise de Experiências de Tracer * Adaptado de [6]. Mistura Máxima para o líquido A Segregação Total para o líquido A As gotas chocam entre elas sofrendo coalescência e redispersão sucessivas, perdendo rapidamente a sua identidade Os choques entre as gotas são elásticos de modo que as gotas guardam a sua identidade Grau de interação bastante elevado Grau de interação nulo Casos extremos: 112 Resultados importantes em reatores reais: O tipo de mistura não afeta a conversão para reações de 1ª ordem (sistemas lineares – velocidade da reação é função linear da concentração, pelo que a velocidade de variação da conversão não depende da concentração das moléculas reagentes: Ordem da reação, n > 1: Conversão aumenta com o grau de segregação (e com a mistura mais tarde, para micro-fluidos); Ordem da reação, n < 1 (mas n > 0): Conversão diminui com o grau de segregação. )1( Xk dt dX ) Mistura “mais cedo” vs. Mistura “mais tarde”: * Sistemas diferentes, com graus de mistura em posições diferentes, podem originar a mesma DTR; Contudo, o desempenho do reator (conversão) depende da localização da mistura. 3. Análise de Experiências de Tracer * Adaptado de [6]. 113 A DTR para qualquer das associações abaixo indicadas é dada por (ver problema 7, slides 76-78): RP RPA RP RPA tH t tE exp 1 )( Prever a conversão para os estados limite de mistura. I. Mistura mais cedo II. Mistura mais tarde Modelo usado para previsão de conversão Ordem da reação, n XST * XMM – mistura mais cedo XMM – mistura mais tarde 0,5 0,750 0,986 0,957 1 0,816 0,816 0,816 2 0,639 0,618 0,634 k = 1; RP = 1; RPA = 1; Co = 1 (em unidades coerentes). Exemplo de Aplicação – Associação em série RPA + RP (ou RP + RPA) Pode-se concluir, tal como se viu anteriormente, que o tipo de mistura não afeta a conversão para reações de 1ª ordem. Para ordem da reação n > 1, a conversão aumenta com o grau de segregação e mistura mais tarde Xmacrofluido > Xmicrofluido, e para microfluido Xmistura mais tarde > Xmistura mais cedo. Para n < 1, a ordem é a inversa. …/… 3. Análise de Experiências de Tracer Q, Co Q, Co VRPA VRPA VRP VRP Cs Cs 114 *Segregação Total : dt t tXdttEtXX RPA RP RPA batchbatchST RP exp 1 )()()( 0 onde, como se viu em ERI: Ordem da reacção, n Cbatch(t) Xbatch(t) 0,5 2 2 kt Co o o C kt C 2 2 1 1 ktCo exp ktexp1 2 tkC C o o 1 tkC tkC o o 1 sendo estas expressões obtidas a partir da integração do BM em RF (sugere-se que seja feita a dedução): nkCr dt dC )( , com C(t=0)=Co. …/… 3. Análise de Experiências de Tracer …/… 115 Ilustremos, a título de exemplo, o cálculo pelo modelo da segregação total para reação de 1ª ordem (sugere-se que sejam feitos os cálculos / dedução para outras ordens): …/… 3. Análise de Experiências de Tracer …/… Balanço material em reator fechado: kC)r( dt dC tC C kdt C dC o 0 kt oo e C C kt C C ln Da definição de conversão: kt oo o e C C C CC X 11 Donde, e fazendo uso dos dados do problema (k = 1; RP = 1; RPA = 1; Co = 1 (em unidades coerentes)): 816011 1 1 0 ,dteedtetXdttEtXX tt t RPA batchbatchST RP RPA RP 116 Conversão em mistura máxima – obtidas a partir do BM Associação I. Mistura mais cedo: BM RPA: RPAO VrQCQC 11 )( 618,0 2 411 1 2 11 RPA ORPA RPAO k Ck CCkCC 382,0 1 1 1 RP s kC C C BM RP (equivalente a RF com RP em vez de t – ver slide 114): Finalmente: 618,01, o s cedomaismisturaMMglobal C C XX. …/… para n=2: 3. Análise de Experiências de Tracer …/… Q, Co VRPA VRP CsC1 para n=2 RPAo VkCQCQC 2 11 Dividindo por Q: 117 para n=2 5,0 1 1 RPo o kC C C BM RP (equivalente a RF com RP em vez de t – ver slide 114): RPAss VrQCQC )(1 366,0 2 411 12 1 RPA RPA ssRPAs k Ck CCkCC BM RPA: Finalmente: …/… 3. Análise de Experiências de Tracer …/… Associação II. Mistura mais tarde: Q, Co VRPA VRP CsC1 633,01, o s tardemaismisturaMMglobal C C XX 0,634 para n=2 118 Conversão em mistura máxima – obtidas a partir do BM Associação I. Mistura mais cedo: BM RPA: RPAO VrQCQC 11 )( BM RP (equivalente a RF com RP em vez de t): Finalmente: . …/… para n=1: 3. Análise de Experiências de Tracer …/… Q, Co VRPA VRP CsC1 para n=1 𝐶𝑜 = 𝐶1 + 𝑘𝜏𝑅𝑃𝐴𝐶1 𝐶1 = 𝐶0 1 + 𝑘𝜏𝑅𝑃𝐴 𝐶𝑠 = 𝐶1𝑒 −𝑘𝜏𝑅𝑃 = 𝐶0 1 + 𝑘𝜏𝑅𝑃𝐴 𝑒−𝑘𝜏𝑅𝑃 = 0,184 𝑋𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 = 𝑋𝑀𝑀,𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑐𝑒𝑑𝑜 = 1 − 𝐶𝑠 𝐶𝑜 = 0,816 119 para n=1 BM RP: RPAss VrQCQC )(1 BM RPA: Finalmente: …/… 3. Análise de Experiências de Tracer …/… Associação II. Mistura mais tarde: Q, Co VRPA VRP CsC1 para n=1 𝐶1 = 𝐶0𝑒 −𝑘𝜏𝑅𝑃 = 0,368 𝐶1 = 𝐶𝑠 + 𝑘𝜏𝑅𝑃𝐴𝐶𝑠 𝐶𝑠 = 𝐶1 1 + 𝑘𝜏𝑅𝑃𝐴 = 𝐶0 1 + 𝑘𝜏𝑅𝑃𝐴 𝑒−𝑘𝜏𝑅𝑃 𝑋𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 = 𝑋𝑀𝑀,𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑡𝑎𝑟𝑑𝑒 = 1 − 𝐶𝑠 𝐶𝑜 = 0,816 120. Para n=1, e como se mostrou, para qualquer das associações obtém-se: 816,0184,0exp 1 globalsRP RPA o s XCk k C C …/… Associação I. Mistura mais cedo BM RPA: BM RP (equivalente a RF com RP em vez de t): RPAO VkCQCQC 2 1 11 382,0111 CCkCC RPAO 2 2 1 10394,1 2 RPs k CC Finalmente, 986,01, o s cedomaismisturaMMglobal C C XX 3. Análise de Experiências de Tracer …/… para n=1/2 121.. Associação II. Misturamais tarde BM RPA: RPAss VkCQCQC 2 1 1 25,0 2 2 01 RP k CC 957,01, o s tardemaismisturaMMglobal C C XX Finalmente, Quando se analisam reatores reais, a DTR só por si não é suficiente para se determinar o seu desempenho, sendo igualmente necessário ter conhecimento, para além do modelo/padrão de escoamento, do tipo de mistura/grau de segregação. Conclusão: 3. Análise de Experiências de Tracer …/… BM RP (equivalente a RF com RP em vez de t): 2 1 10289,4 ssRPAs CCkCC 122 Conteúdo 3.2. Diagnóstico de fluxo em reatores reais 3.3. Determinação da DTR em Grandes Reservatórios – Exemplo de Aplicação 3.4 Previsão de Conversão em Reatores Reais (Não Ideais) 4. Modelização de Reatores Reais – Métodos para Determinação dos Parâmetros de Modelos 4.1. A partir da associação de reatores ideais abertos e elementos nucleares 4.2. Modelos clássicos 4.3. Modelo Pistão Difusional (MPD) 4.4. Modelo dos Tanques em Cascata (MTC) 4.5. Determinação dos Parâmetros dos Modelos 4.6. Outros exemplos de Modelos “Clássicos” 5. Campos de Aplicação da Teoria da DTR …/… (aula 5) (aulas 6-8) 123 3.4.2. Modelo da Mistura Máxima – Equação de Zwietering Mistura entre elementos de fluido, de diferentes idades, ocorre o mais cedo possível. Considera o reator real como um RP com entradas laterais (note-se a inversão do sentido das correntes face ao esquema da segregação total): Representação esquemática do modelo da mistura máxima.+ + Adaptado de [2]. Q Q Mistura máxima porque as moléculas cujo tempo de residência está compreendido entre t e t-dt (E(t)dt) encontram-se misturadas, entre os instantes t e t-dt, com aquelas cujo tempo de residência é maior que t. As moléculas que entram junto da saída do reator têm tempo de residência nulo. E(t) t 3. Análise de Experiências de Tracer 124…/… Balanço ao elemento de volume: dttQEdQ )( oC dtt dttFQdttEQ )(1)( )(tC t tFQdttEQ )(1)( )( dttC dttCrtFQdttCrtVI )()(1)()( Caudal Concentração Entradas Saída Consumo – Reação Química V=VV=0 t t-dt Q, Co Q t=0t= [QE(t)dt]Co C(t) C(t-dt) pois VI(t)dt é o volume ocupado pelas moléculas entre t e t-dt. 3. Análise de Experiências de Tracer …/… Balanço ao elemento de volume, dividindo por Q: ( ) 1 ( ) 1 ( ) 1 ( )oE t C dt F t C t F t dt C t dt F t r C t dt t dttEtF 0 )()(pois, pois, Q V )t(F )t(I)t(I)t(F 1 1 125 …/… Dividindo por dt e fazendo limite dt0: )(1)( )( 1)()( )(1)( )(1 tCrtFCtE dt tdC tFtCtE tCrtFCtE dt tCtFd o o Dividindo por )(1 tF Eq. de Zwietering: oCtCttCr dt tdC )()()( )( )(1 )( )( tF tE t A integração da eq. de Zwietering é feita no sentido dos tempos decrescentes, pois pretende-se saber C (ou X), à saída do reator, para t = 0 (recorde-se que as moléculas que entram junto da saída do reator têm tempo de residência nulo). Condição inicial: que na prática é substituída por ou, . Ou seja, o valor de C para t = 0 (concentração à saída do reator) deverá ser insensível ao valor de to (tempo inicial de integração) usado. Importante: ;0 tdt dC 0 43 )(tdt dC ot CC )43( A conversão num reator real encontra-se entre os dois limites referidos: segregação total e mistura máxima. 3. Análise de Experiências de Tracer (3.3) onde: dt )t(dF )t(E pois, ( ) 1 ( ) 1 ( ) 1 ( )oE t C dt F t C t F t dt C t dt F t r C t dt Como se viu o balanço origina: é a função Intensidade 126…/… Exemplo de Aplicação 1 – No problema anterior (slides 113-120), os resultados para a Associação I (RPA RP) correspondem à hipótese de microfluido com mistura mais cedo, que equivale à eq. de Zwietering. Calcular a conversão com este modelo, para ordem da reação, n, de 0,5, 1 e 2. 3. Análise de Experiências de Tracer Associação I. Mistura mais cedo: Q, Co VRPA VRP CsC1 RP RPA RP RPA tH t tE exp 1 )( k = 1; RP = 1; RPA = 1; Co = 1 (em unidades coerentes). )1()1( 1 1 exp)( 1 tHetH t tE tLogo: tt tt etdtttEtF 1 1 10 1)1exp(1exp)()(Por outro lado: Eq. Zwietering: 1,1,)(,)( )(1 )( )( )( o n o CkkCtCrCtC tF tE tCr dt tdC onde: 11 1 tse, tF tE 100 1 tse, tF tE Dados: 127…/… …/… 3. Análise de Experiências de Tracer Ou seja, Xs = 0,618, que é o valor indicado na tabela de resultados daquele exercício para XMM – mistura mais cedo (slide 113). A resolução da equação anterior pode ser feita em calculadoras com potencialidade para tal, ou usando em alternativa a t = um valor de t suficientemente elevado de forma a que C1 não dependa do valor de t usado. Obtém-se então: C1 = 0,618 0 1618,0 2 2 382,01 618,0 11 )( )( )( )( 0)( Cs C dt tC tdC tC dt tdC tE s CS t 1: Calculemos a conversão para n=2 t 1 1 1 2 2 1 1)()( )( 1)()( )( dt tCtC tdC tCtC dt tdC C 128…/… …/… Calculemos a conversão para n=1 3. Análise de Experiências de Tracer t 1: 01212ln 2 1 1)(2 )( 1)()( )( 11 1 1 1 CCdt tC tdC tCtC dt tdC C Ou seja: C1 = 0,5 Da mesma forma, também se chegaria a este resultado assegurando-nos de que na integração usámos um valor de t suficientemente elevado de forma a que C1 não dependa do valor de t usado. t 1: 0 15,0 184,01 5,0 ln )( )( )( )( 0)( Cs C dt tC tdC tC dt tdC tE s CS Ou seja, Xs = 0,816, que é o valor indicado na tabela de resultados daquele exercício qualquer que seja o modelo usado, pois a reação é de 1ª ordem (slide 113). 129 …/… Calculemos a conversão para n=0,5 t 1: Resolvendo assegurando-nos de que usámos um valor de t suficientemente elevado de forma a que C1 não dependa do valor usado: C1 = 0,382 t 1: Ou seja, Xs = 0,986, que é o valor indicado na tabela de resultados daquele exercício para XMM – mistura mais cedo (slide 113). 1 1 5,0 5,0 1 1)()( )( 1)()( )( dt tCtC tdC tCtC dt tdC C 0 1382,0 5,0 5,0 0139,0 )( )( )( )( 0)( Csdt tC tdC tC dt tdC tE SC 3. Análise de Experiências de Tracer 130 Exemplo de Aplicação 2* A reação de dimerização: 2A B, de 2ª ordem e em fase líquida, tem uma constante cinética k = 0,01 dm3/mol.min, e é levada a cabo a uma temperatura de 320 K num reator real, no qual a alimentação é constituída por A puro (CAo = 8 mol/dm 3). O reator tem um volume de 1000 dm3 e o caudal de alimentação usado para se efetuar a dimerização será de 25 dm3/min. Efetuou-se uma experiência com injeção de tracer neste reator, cujos resultados são os indicados na tabela abaixo. t (min) Cs (mg/dm 3) 0 112 5 95,8 10 82,2 15 70,6 20 60,9 30 45,6 40 34,5 50 26,3 70 15,7 100 7,67 150 2,55 200 0,9 Pretende-se conhecer quais os valores limite de conversão, para os diferentes graus possíveis de micromistura para a DTR deste reator. …/… * Problemas 13.7 e 13. 8 de [2]. 3. Análise de Experiências de Tracer Experiência de tracer no reator: No = 100 g, Q = 25 dm3/min. 131…/… …/… Resolução: Para qualquer dos modelos, é necessário conhecer a E(t). Como se trata de uma experiência em impulso, a DTR é obtida da seguinte relação: )( )()()( )( tC n Q Q V V n tC C tCtC tE s s o s 3. Análise de Experiências de Tracer - ver tabela abaixo (c/ n = 100103 mg, Q = 25 dm3/min). t (min) Cs (mg/dm 3) E(t) (min-1) 0 112 0,02800 5 95,8 0,02395 10 82,2 0,02055 15 70,6 0,01765 20 60,9 0,01523 30 45,6 0,01140 40 34,5 0,00863 50 26,3 0,00658 70 15,7 0,00393 100 7,67 0,00192 150 2,55 0,00064 200 0,9 0,00023 132…/… …/… Limite
Compartilhar