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Finalidades das Penas no Código Penal

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Direito Penal II
Prof. Alexandre Leopoldo.
Finalidades das Penas- Teoria Absolutas e Relativas
 	O nosso Código Penal por intermédio de seu artigo 59, diz que as penas devem ser necessárias e suficientes a reprovação e prevenção do crime. Assim, de acordo com a nossa legislação penal entendemos que a pena deve reprovar o mal produzido pela conduta praticada pelo agente, bem como prevenir futuras infrações penais.
	Assim as teorias tidas como absolutas advogam a tese da retribuição, sendo que as teorias relativas apregoam a tese da prevenção.
As teorias absolutas são todas aquelas doutrinas que concebem a pena como um fim em si própria, ou seja, como castigo, reação, ou ainda retribuição do crime, justificada por seu intrínseco valor axiológico, vale dizer, não um meio, e tampouco um custo, mas sim um dever ser metajurídico que possui em si próprio fundamento.
São ao contrário relativas todas as doutrinas utilitaristas que consideram e justificam a pena enquanto meio para a realização do fim utilitário da prevenção de futuros delitos
A teoria relativa se fundamenta no critério da prevenção, que se biparte em:
Prevenção Geral: Se divide em negativa e positiva. 
Pela prevenção geral negativa, conhecida também pela expressão prevenção por intimidação, a pena aplicada ao autor da infração tende a refletir junto a sociedade’, evitando-se assim, que as demais pessoas , que se encontram com os olhos voltados para a condenação de um de seus pares reflitam antes de praticar qualquer infração penal.
Já a prevenção geral positiva, seu propósito vai infundir na consciência geral, a necessidade de respeito a determinados valores, exercitando a fidelidade ao direito; promovendo em ultima analise, a integração social.
Prevenção Especial: Também pode ser negativa e positiva.
Negativa: Consiste na neutralização daquele que praticou o crime, com sua segregação ao cárcere. A retirada momentâneo do agente do convívio social o impede de praticar novas infrações penais, pelo menos junto a sociedade da qual foi retirado. 
Positiva: a missão penal consiste unicamente em fazer que o autor desista de futuros delitos. Denota-se aqui o caráter ressocializador da pena, fazendo com que o agente medite sobre o crime, sopesando suas conseqüências, inibindo-o ao cometimento de outros. A prevenção Especial visa apenas aquele individuo que já delinqüiu para fazer com que não volte a transgredir as normas penais.
ESPECIES DE PENA
Privativas de Liberdade( Artigo 1º da LICP)
Restritivas de Direitos( Artigo 43 do CP
Multa(Natureza pecuniária) 1/30 do valor do salário mínimo vigente.
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Reclusão e Detenção. Embora a reforma do Código Penal tenha mantido a distinção entre reclusão e detenção a doutrina critica pela desnecessidade já que a distinção não firma nem a natureza dos crimes e nem a sua gravidade.
Diferenças entre reclusão e detenção.
A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi aberto ou aberto. A detenção em regime semi aberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado( Artigo 33 caput).
No Concurso Material, aplicando-se cumulativamente as penas de reclusão e detenção, executa-se primeiro aquela( Artigo 69 caput e 76).
 Como efeito da condenação a incapacidade do Poder familiar( artigo 92 do CP).
No que diz respeito a medida de segurança, se o fato praticado pelo inimputável for punível com detenção, o juiz poderá submetê-lo a tratamento ambulatorial ( artigo 97 CP).
A prisão preventiva somente poderá ser decretada nos crimes punidos com reclusão salvo se o réu for vadio ou havendo duvida sobre sua identidade, não fornecer ou não indicar os elementos para esclarecê-los
A autoridade policial poderá conceder fiança nos casos de infração punida com detenção ( Artigo 322 CPP)
A intimação da sentença de pronuncia dos crimes dolosos contra a vida apenados com reclusão, portanto inafiançáveis, será sempre feita ao réu, pessoalmente.
REGIMES
Artigo 33§1º
Primeiro critério: Artigo 33§2º
Segundo critério: Artigo 33§3º
Continuam sendo três os regimes de cumprimento das penas privativas de liberdade:
Fechado, com a execução em estabelecimento de segurança máxima ou média
Semi-aberto, com execução em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
Aberto, com a execução em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
No regime fechado o cumprimento da pena é feito em penitenciária construída- quando se tratar de condenados homens- em local afastado do centro urbano, a distancia que não restrinja a visitação ( artigos 87 e 90 da LEP)
Já o semi-aberto a pena será cumprida em colônia agrícola, industrial ou similar. Poderá o condenado ser alojado em compartimento coletivo, observados, porem os requisitos de salubridade ambiental, bem como as exigências básicas de dependências coletivas:
a)seleção adequada de presos
limite de capacidade máxima que atenda aos objetivos de individualização da pena( artigos 91 e 92 da LEP)
Por derradeiro, o regime aberto baseia-se na autorização e senso de responsabilidade do condenado(artigo 36). O cumprimento da pena é feito em casa de albergado. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos e caracterizar-se por ausência de obstáculos físicos a fuga, devendo conter além dos aposentos, local adequado para cursos e palestras, bem como para serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
Regime Integralmente fechado: 
HC 82959 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO
23/02/2006   Órgão Julgador:  Tribunal Pleno
Ementa
PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - RAZÃO DE SER. A progressão no regime de cumprimento da pena, nas espécies fechado, semi-aberto e aberto, tem como razão maior a ressocialização do preso que, mais dia ou menos dia, voltará ao convívio social. PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - ÓBICE - ARTIGO 2º, § 1º, DA LEI Nº 8.072/90 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL. Conflita com a garantia da individualização da pena - artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal - a imposição, mediante norma, do cumprimento da pena em regime integralmente fechado. Nova inteligência do princípio da individualização da pena, em evolução jurisprudencial, assentada a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90
 
REGIME ESPECIAL
	 As mulheres são submetidas a regime especial para a execução da pena privativa de liberdade. Assim, determina o artigo 37 do CP que esta sera cumprida em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes a sua condição pessoal e as demais regras concernentes as penas privativas de liberdade. (Artigo 5º XLVIII da CF)
 
Regime Disciplinar Diferenciado
 
	A Lei 10702/2003 introduz no ordenamento juridico o Regime Disciplinar Diferenciado para os presos provisórios e condenados que pode ser aplicada nas seguintes hipóteses:
Quando a pratica de crime doloso ocasione a subversão da ordem ou disciplina internas( artigo 52 LEP)
Presos nacionais e estrangeiros que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade ( artigo 52 §1º)
Para o acusado em que recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação a qualquer titulo, em organizações criminosas, quadrilha ou bando( artigo 52 §2º).
 
O regime apresenta as seguintes características:
duracao máxima de 360 dias, sem prejuízo da repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie ate o limite de 1/6 da pena aplicada;
Recolhimento em cela individual; visitas semanais de duas pessoas, sem contar crianças, com duração de 2 horas; o preso terá direito a sai da cela por 2 horas diárias para o banho de sol( artigos 52 I, II, III e IV LEP)
A inclusão no RDD será feita por ato motivado do diretor do estabelecimento prisional e mediante despacho fundamentado do Juiz competente (artigo 54 da LEP). A decisão judicial sobre a inclusão do preso em RDD será precedida de
manifestação do MP da defesa e prolatada no prazo Maximo de 10 dias. A inclusão do preso no RDD no interesse da disciplina e averiguação do fato dependerá de despacho do Juiz competente.
REMIÇÃO
	Com antecedente no direito espanhol –“ redenção das penas pelo trabalho” foi a remição em principio destinada unicamente a presos políticos.
Artigo 126 §1º da LEP : “Um dia de pena para cada três dias de trabalho.”
Detração Penal: Artigo 42 do CP assinala que são computados na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer estabelecimento referidos no artigo 41.
RemiçãoX Detração Penal: 
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
Critério Trifásico:
1º) Pena Base : Artigo 59. Circunstancias Judiciais
2º Pena Intermediaria: Artigos 61,62 e 65 e 66
3º Pena Definitiva: Causas de Diminuição e Aumento
No concurso de causas de diminuição e aumento leva-se em conta a seguinte ordem;
 
1º Causas especiais de diminuição da pena
2º Causas especiais de aumento da pena
3º Causa geral de diminuição da pena
4º Causa geral de aumento da pena
5º Tentativa ( Reduz –se sobre a pena do crime consumado. 
HC 73070 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS Relator(a):  Min. CARLOS VELLOSO
Relator(a) p/ Acórdão:  Min. MAURÍCIO CORRÊA Julgamento:  05/12/1995            Órgão Julgador:  Segunda Turma
EMENTA: HABEAS-CORPUS. ROUBO. AUMENTO DA PENA EM FACE DAS QUALIFICADORAS: USO DE ARMA E CONCURSO DE PESSOAS. ARTIGO 157, § 2º, I E II, DO CÓDIGO PENAL. 1. O Juiz fixou na sentença a pena-base em seis anos de reclusão em face da reincidência e dos antecedentes e aplicou o aumento máximo por se tratar de duas qualficadoras. 2. O Tribunal coator, em grau de apelação, reduziu o aumento da pena pelas duas qualificadoras para 2/5 quintos, considerando ser a média aproximada entre o mínimo de 1/3 e o máximo da metade; em grau de revisão criminal, ratificou este critério de agravar a pena em 1/3 para uma, de 2/5 para duas e de metade para três ou mais qualificadoras. 3. A jurisprudência deste Tribunal não acolhe critérios como o adotado, de se estabelecer uma tabela, optando por dar ênfase à efetiva fundamentação da causa especial de aumento da pena, dentro dos limites previstos, com base em dados concretos. Precedentes. 4. Habeas-corpus conhecido e deferido, em parte, para que o acréscimo previsto no artigo 157, § 2º, do Código Penal, seja estabelecido em 1/3 da pena-base, à míngua de fundamentação com base em dados concretos para elevá-lo acima deste mínimo legal .
As penas restritivas de direito não se confundem com as penas acessórias, consagradas na legislação anterior. As penas restritivas de direitos previstas no Código Penal atual são autônomas- e não acessórias- sendo, de conseguinte, inadmissível sua cumulação com as penas privativas de liberdade. 
São, de fato, substitutivas destas últimas , de modo que sua aplicação exige uma etapa preliminar., a fixação pelo juiz do quantum correspondente a privação da liberdade, para ao depois proceder-se á sua conversão em pena restritiva de direitos quando for possível
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO 
SUBSTITUICAO
	 A substituição encontra-se condicionada ao preenchimento dos requisitos objetivos e subjetivos do artigo 44 do CP 
Que a pena privativa de liberdade seja igual ou inferior a 4 anos e o crime não tenha sido cometido com violência ou grave ameaça a pessoa; 
que o crime seja culposo, qualquer que seja a pena aplicada.
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
  I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
 II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
       III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)         IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
        V – interdição temporária de direitos; 
        VI – limitação de fim de semana. (
  Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 1o (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.  (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.  (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão,
podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
De acordo com a Lei 9714/98 seria inadmissível a substituição da pena privativa de liberdade pelo delito previsto no artigo 129 caput, não obstante ser delito de menor potencial ofensivo esta submetida as medidas consensuais mais favoráveis previstas na citada lei.
	De inicio é oportuno lembrar que o legislador, desatento não observou a incongruência do disposto no artigo 44 I com o artigo 54 I do CP que prevê a aplicação das penas restritivas de direitos “ em substituição a pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a um ano”.
Na hipótese de pena privativa de liberdade igual ou inferior a um ano, admite-se a substituição por uma pena restritiva de direitos ou multa. Se superior a um ano, a pena privativa pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas penas restritivas de direitos ( artigo 44 §2º quando suscetíveis de execução simultânea

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