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Apostila_Penal_Semana_5

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1 
 
 
 
 
 
5ª SEMANA 
DIREITO PENAL 
2ª FASE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Sumário 
DIREITO PENAL .............................................................................................................................................. 3 
Teoria da Pena ............................................................................................................................................. 3 
Sursis ........................................................................................................................................................... 40 
Modalidades de sursis .............................................................................................................................. 40 
Revogação obrigatória do sursis ............................................................................................................. 41 
Revogação facultativa do sursis .............................................................................................................. 42 
Extinção da pena ....................................................................................................................................... 42 
Livramento Condicional ............................................................................................................................ 42 
Condições do livramento condicional ..................................................................................................... 43 
Revogação do livramento condicional .................................................................................................... 44 
Extinção da pena ....................................................................................................................................... 45 
Medida de segurança ................................................................................................................................ 45 
Espécies de Medida de Segurança .......................................................................................................... 45 
Cabimento .................................................................................................................................................. 45 
Duração da medida de segurança ........................................................................................................... 46 
PROCESSO PENAL ....................................................................................................................................... 46 
Ação Penal ................................................................................................................................................. 46 
Jurisdição .................................................................................................................................................... 69 
Competência .............................................................................................................................................. 73 
Provas ......................................................................................................................................................... 74 
PROVAS ............................................................................................................................................................ 79 
JECRIM ........................................................................................................................................................... 101 
PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL ....................................................................................................................... 106 
Memoriais ................................................................................................................................................. 106 
AGRAVO EM EXECUÇÃO ............................................................................................................................ 119 
CARTA TESTEMUNHÁVEL .......................................................................................................................... 129 
HABEAS CORPUS ........................................................................................................................................ 131 
RECLAMAÇÃO NOS TRIBUNAIS SUPERIORES ............................................................................................. 142 
 
 
 
 
3 
 
DIREITO PENAL 
 
Teoria da Pena 
 
 O Artigo 5º, XLVII, da CRFB/88 dispõe que não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX, 
CRFB/88; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento (O banimento recai sobre os nacionais. Já a extradição, a 
deportação e a expulsão recaem sobre os estrangeiros); 
e) cruéis; 
 
Teoria mista ou eclética ou unificadora (reprovação + 
prevenção) 
 
 Temos duas teorias conciliadas no caput do artigo 59 do Código Penal: 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente 
para reprovação e prevenção do crime: 
 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada por outra espécie de pena se 
cabível. 
 
 TEORIA ABSOLUTA: 
- Reprovação! 
- Surgiu primeiro... 
 
 TEORIA RELATIVA: 
- Prevenção! 
- Surgiu depois... 
 
Estas teorias sempre foram antagônicas! O Código Penal misturou as duas! 
(Teoria Mista ou Eclética ou Unificadora) 
 
A) TEORIA ABSOLUTA (REPROVAÇÃO): 
A pena é uma compensação/castigo/retribuição pela infração penal 
cometida. 
 
 
4 
 
Os fundamentos da Teoria Absoluta são: Necessidade Moral (Existe uma 
necessidade sob o ponto de vista moral de retribuir aquele mal.) e Satisfação da 
Justiça (É necessário satisfazer a justiça no caso concreto através daquela 
retribuição). 
 
A finalidade da Teoria Absoluta é completamente desvinculada de 
qualquer efeito social. Ela pressupõe uma duração/gravidade/intensidade 
proporcionais ao delito. 
B) TEORIA RELATIVA (PREVENÇÃO): 
A pena deve ser aplicada com algum fim utilitário... 
A pena possui a finalidade de prevenir a prática de novos delitos... 
A prevenção se divide em Prevenção Geral e Prevenção Especial: 
 
 
 NEGATIVA Intimidação 
 GERAL 
 (Sociedade) POSITIVA Conscientização 
 
PREVENÇÃO 
 NEGATIVA Neutralização 
 ESPECIAL 
 (Condenado) POSITIVA Ressocialização 
 
 
PREVENÇÃO GERAL: 
Voltada para a Sociedade! 
 
PREVENÇÃO ESPECIAL: 
Voltada para o Condenado! 
 
 Prevenção Geral Negativa: INTIMIDAÇÃO 
Fazer com que as pessoas pensem duas vezes antes de delinquir... 
Pois existe a ameaça da pena... 
 
 Prevenção Geral Positiva: CONSCIENTIZAÇÃO 
Fazem com que as pessoas percebam que o direito existe e deve ser respeitado... 
As pessoas deverão se conscientizar de que o direito ainda está vigente... 
 
 Prevenção Especial Negativa: NEUTRALIZAÇÃO 
Neutralizar aquele delinquente e impedir que ele reitere a atividade criminosa... 
Ele será retirado de circulação por algum tempo... 
 
 Prevenção Especial Positiva: RESSOCIALIZAÇÃO 
Utilizar mecanismos ressocializadores... 
O condenado será devolvido ao convívio social após o cumprimento da pena. 
Podemos citar os artigos 10 e 22 da Lei n.º 7.210/84 (LEP): 
 
 
 
5 
 
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e 
orientar o retorno à convivência em sociedade. 
 
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para 
o retorno à liberdade. 
 
 
 
Pena de multa 
 
 A multa consiste na realizaçãode um pagamento ao Fundo Penitenciário. 
Porém, a lei não exige que o pagamento ocorra para o Fundo Penitenciário 
Nacional. Logo, é possível que os Estados criem os seus próprios Fundos 
Penitenciários Estaduais com vistas ao recebimento dos valores oriundos de 
pena de multa criminal. Temos como exemplo o FUNPESP (Fundo Penitenciário 
do Estado de São Paulo – Lei 9.171/95). 
 
 A pena de multa pode ser Originária ou Substitutiva/Vicariante: 
 
- Conceito da pena de multa originária: É aquela descrita no preceito secundário 
do próprio tipo penal incriminador 
 
- Pode ser isolada (apenas nas contravenções penais). 
- Pode ser cumulativa com a pena privativa de liberdade. 
- Pode ser alternativa com a pena privativa de liberdade. 
 
- Conceito da pena de multa substitutiva/vicariante: É aquela que decorre da 
substituição da pena privativa de liberdade (art. 44, §2º, CP), desde que a pena 
privativa de liberdade seja menor ou igual a 01 (um) ano, o réu não seja 
reincidente em crime doloso, as circunstâncias do artigo 59, CP sejam favoráveis 
e que o crime seja cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa. 
 
 Artigo 60, §2º, do Código Penal (Revogação Tácita x Vigência): Permite a 
substituição da pena privativa de liberdade pela pena de multa, desde que a pena 
privativa de liberdade seja menor ou igual a 06 (seis) meses; o réu não seja 
reincidente em crime doloso; e que as circunstâncias do artigo 59 do Código 
Penal sejam favoráveis. 
 
- Revogação Tácita: Há corrente doutrinária no sentido de que o Artigo 
60, §2º, do Código Penal foi revogado tacitamente pelo Artigo 44, §2º, do 
Código Penal, na forma da redação dada pela Lei 9.714/98, tendo em 
vista que a referida lei passou a permitir a substituição da pena privativa 
de liberdade pela pena de multa sempre que a pena privativa de liberdade 
fosse menor ou igual a 01 ano. 
 
- Vigência: Há corrente doutrinária no sentido de que o Artigo 60, §2º, do 
Código Penal não foi revogado tacitamente pelo Artigo 44, §2º, do Código 
 
6 
 
Penal, na forma da redação dada pela Lei 9.714/98, tendo em vista que os 
requisitos são diferentes... 
 
Artigo 44, §2, do Código Penal: 
- Desde que a pena privativa de liberdade seja menor ou igual a 
01 (um) ano... 
- Desde que o réu não seja reincidente em crime doloso... 
- Desde que as circunstâncias do artigo 59 do Código Penal 
sejam favoráveis... 
- Desde que o crime seja cometido sem violência ou grave 
ameaça à pessoa... 
 
Artigo 60, §2º, do Código Penal: 
- Desde que a pena privativa de liberdade seja menor ou igual a 
06 (seis) meses... 
- Desde que o réu não seja reincidente em crime doloso... 
- Desde que as circunstâncias do artigo 59 do Código Penal 
sejam favoráveis... 
 Como arbitrar o valor da multa originária? 
- Primeira Fase: Fixar o número de dias-multa (Mínimo: 10 dias; Máximo: 360 
dias) 
- Segunda Fase: Fixar o valor de cada dia-multa (Mínimo: 1/30 do salário mínimo 
mensal; Máximo: 5 vezes o salário mínimo mensal) 
OBS: O valor máximo pode ser aumentado até o triplo (15 salários mínimos) 
 
 Como arbitrar o valor da multa substitutiva/vicariante? 
Não existe um critério expresso na legislação. Sendo assim, os juízes 
costumam se prender ao montante mínimo previsto em lei no tocante aos 10 
(dez) dias-multa, observando apenas a condição econômica do réu na fixação do 
valor de cada um destes dias-multa... 
 
 É possível a Cumulação de Multas? 
Podemos ter multa originária e multa substitutiva/vicariante no mesmo 
caso concreto? 
 
- Podemos Cumular as Multas (Corrente Majoritária): A corrente 
majoritária entende que é possível cumular as multas... 
 
- Não Podemos Cumular as Multas (Corrente Minoritária): A corrente 
majoritária entende que não é possível cumular as multas, pois a pena de 
multa substitutiva/vicariante absorve a pena de multa originária... 
 
Súmula 171 do STJ: “Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas 
privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por 
multa.” 
Não é possível efetuar a substituição da pena privativa de liberdade por 
pena de multa quando estivermos diante de crimes previstos na legislação 
especial. Porém, vamos considerar esta Súmula inconstitucional quando 
na defesa do réu. 
 
7 
 
 
Súmula 43 do STJ: “Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a 
partir da data do efetivo prejuízo.” 
 
O valor da multa deve ser atualizado pelos índices de correção monetária 
por ocasião da execução da pena de multa. A referida correção deve 
incidir da data do efetivo prejuízo, o que significa que a mesma deve 
correr a partir do dia em que foi cometido o delito... 
 
 Como ocorre o pagamento da pena de multa? 
A multa deverá ser paga em até 10 (dez) dias após o trânsito em julgado 
da sentença penal condenatória. O juiz pode permitir o pagamento em parcelas 
mensais mediante requerimento do condenado. 
 
O juiz poderá determinar diligências para verificar a real situação 
econômica do condenado antes de tomar a sua decisão de parcelamento. 
 
Se não for feito o pagamento nem o pedido de parcelamento no prazo de 
10 (dez) dias, deverá ser extraída certidão da sentença condenatória com 
trânsito em julgado, que valerá como título executivo judicial para fins de 
execução. 
 Como ocorre a execução da pena de multa? 
A pena de multa não poderá ser convertida em pena privativa de 
liberdade, tendo em vista que apesar de possuir natureza penal, a multa é 
considerada uma dívida de valor. Sendo assim, a multa não paga deverá sofrer 
execução. 
 
O STJ entende que a referida execução deve ser efetuada pela 
Procuradoria da Fazenda. 
 
 Suspensão da Execução da Multa: 
A execução da pena de multa será suspensa se sobrevier ao condenado 
doença mental. Contudo, o curso do prazo prescricional não será suspenso, por 
ausência de previsão legal... 
 
 Morte do Condenado e Execução Contra os Herdeiros: 
De acordo com o Princípio da Intranscendência (Artigo 5º, XLV, da 
CRFB/88), a pena não pode passar da pessoa do condenado. Sendo assim, a 
pena morre com o agente, causando a extinção da punibilidade, na forma do 
artigo 107, I, do Código Penal 
Logo, não é possível a execução da pena de multa em face dos herdeiros... 
 
 Habeas Corpus e Pena de Multa: 
De acordo com a Súmula 693 do STF, “não cabe habeas corpus contra 
decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração 
penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.” 
 
 Desconto Direto do Contracheque do Condenado: 
 
8 
 
De acordo com o Artigo 50, §1º, do Código Penal, a cobrança da multa 
pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário; quando aplicada 
isoladamente; quando aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; 
e quando concedida a suspensão condicional da pena. Porém, o desconto não 
deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua 
família. 
 
 Prazo Prescricional e Interrupção da Prescrição e Suspensão da Prescrição: 
A prescrição da pena de multa ocorre em 05 (cinco) anos, na forma do 
artigo 174 do Código Tributário Nacional. Trata-se do mesmo prazo de 
prescrição da cobrança do crédito tributário. 
A interrupção ocorre a partir do despacho do juiz que ordena a citação em 
execução fiscal. 
A suspensão ocorre a partir do momento em que o devedor não é 
encontrado ou que não são encontrados bens penhoráveis, na forma da Súmula 
314 do STJ. 
 
Súmula 314, STJ Em execução fiscal, não 
localizados bens penhoráveis, suspende-se o 
processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo 
da prescrição qüinqüenal intercorrente. 
 
 
 
 
Penas Restritivas de Direitos 
 
As penas restritivas de direito têm a finalidade de evitar a prisão do 
condenado através de restrições (Perda de bens ou valores; Interdição 
temporária de direitos; Limitação de fim de semana); e obrigações (prestação 
pecuniária; prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas). 
 
O Artigo 43 do Código Penal aponta 05 (cinco)penas restritivas de 
direitos: 
- Prestação pecuniária 
- Perda de bens ou valores 
- Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas 
- Interdição temporária de direitos 
- Limitação de fim de semana 
 
As penas restritivas de direitos possuem 03 (três) características 
principais: 
 
• Autônomas: As penas restritivas de direitos não podem ser cumuladas 
com as penas privativas de liberdade. 
 
 
9 
 
• Substitutivas: As penas restritivas de direitos não podem ser 
aplicadas diretamente pelo juiz. Sendo assim, é necessário que o juiz 
condene o indivíduo às penas privativas de liberdade e, 
posteriormente, substitua as mesmas pelas referidas penas restritivas. 
 
• Precárias: As penas restritivas de direitos podem ser reconvertidas 
em penas privativas de liberdade, caso o sentenciado cometa alguma 
das transgressões previstas em lei. 
 
O Artigo 44 do Código Penal elenca os requisitos das penas restritivas de 
direito: 
 
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o 
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, 
qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; 
 Crimes Culposos: 
- Sempre será possível a substituição da pena. 
 
 Crimes Dolosos: 
- Somente será possível a substituição da pena, 
Se a pena privativa de liberdade aplicada for menor ou igual a 04 (quatro) 
anos... 
+ 
Se o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa... 
 
II - o réu não for reincidente em crime doloso; 
Não teremos qualquer impedimento à substituição se uma das infrações 
for culposa. Porém, a reincidência em crime doloso impedirá a 
substituição da pena. 
Excepcionalmente, o Artigo 44, §3º, do Código Penal admite a 
substituição da pena, mesmo nas hipóteses em que o réu for reincidente 
em crime doloso, desde que sejam preenchidos dois requisitos 
cumulativos: 
Desde que a medida seja socialmente recomendável no caso concreto; 
e 
Desde que a reincidência não tenha se operado em virtude da prática do 
mesmo crime... 
 
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade 
do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que 
essa substituição seja suficiente. 
 
- Trata-se de discricionariedade vinculado do juiz, que deverá analisar tais 
fatores: 
Culpabilidade 
Antecedentes 
Conduta Social 
Personalidade 
 
10 
 
Motivos 
Circunstâncias 
 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser 
feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um 
ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena 
restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 
 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade 
quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No 
cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo 
cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de 
trinta dias de detenção ou reclusão. 
 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro 
crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo 
deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena 
substitutiva anterior. 
 
Tráfico de Drogas e Substituição da Pena Privativa de 
Liberdade 
 
O Artigo 33, §4º, da Lei 11.343/2006 afirma expressamente que “Nos 
delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de 
um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde 
que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades 
criminosas nem integre organização criminosa” 
 
Porém, a vedação da conversão das penas privativas de liberdade em 
restritivas de direito foi considerada inconstitucional nos autos do HC 
97.256/RS, tendo em vista que o juiz deve analisar a possibilidade de conversão 
no caso concreto. 
 
Portanto, foi editada a Resolução nº 05 do Senado Federal (15/02/2012): 
É suspensa a execução da expressão “vedada a conversão em penas 
restritivas de direitos do §4º do Artigo 33 da Lei 11.343/2006, declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos 
do Habeas Corpus 97.256/RS.” 
Crimes Hediondos 
 
Em regra, os crimes hediondos são cometidos com o emprego de violência 
ou grave ameaça. Os crimes hediondos têm a pena fixada acima de 04 (quatro) 
anos, o que por si só afasta a possibilidade de substituição da pena. 
 
Excepcionalmente, é possível que a pena fique abaixo deste limite. 
Podemos citar uma tentativa de estupro de vulnerável. Pena de 08 (oito) anos 
reduzida em 2/3. Nesses casos o STF tem admitido a substituição da pena 
 
11 
 
privativa de liberdade pela restritiva de direitos, desde que os demais requisitos 
estejam presentes. 
 
 
Infrações de Menor Potencial Ofensivo 
 
As infrações de menor potencial ofensivo são de competência do JECRIM, 
portanto, admitem a aplicação antecipada de pena restritiva de direitos ou multa, 
na forma da transação penal (Artigo 76 da Lei 9.099/95). 
 
Sendo assim, se o agente pode receber a pena restritiva de direitos antes 
mesmo da ação penal, não é razoável que o agente já condenado seja proibido 
de ter acesso à substituição. Motivo pelo qual a substituição deve ser admitida, 
desde que os demais requisitos estejam presentes. 
 
Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher 
 
O artigo 17 da Lei 11.340/2006 estabelece que é vedada a aplicação nos 
casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica 
ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que 
implique no pagamento isolado de multa. 
 
Contudo, trata-se de vedação meramente parcial, tendo em vista que as 
demais espécies de penas restritivas de direito não serão vedadas, e desde que 
os demais requisitos estejam presentes... 
 
Violência Imprópria 
 
A violência imprópria ocorre nos casos em que o agente não emprega 
violência física/grave ameaça, porém, reduz de alguma forma a capacidade de 
resistência da vítima. 
 
O STJ entende que a violência imprópria não é violência, motivo pelo qual 
permite a substituição da pena. 
 
 Duração das Penas Restritivas de Direito: 
 
As penas restritivas de direito terão o mesmo prazo de duração das penas 
privativas de liberdade nas seguintes hipóteses: 
Exemplo: Prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas; 
Interdição temporária de Direitos; Limitação de final de semana... 
 
Porém, algumas penas restritivas de direito não vão ter prazo, por total 
impossibilidade fática. 
 
Exemplo: Prestação pecuniária; Perda de bens ou valores... 
 
 
12 
 
Devemos prestar atenção especial no artigo 28 da Lei n.º 11.343/2006 
(Lei de Drogas), pois não há qualquer pena privativa de liberdade para o crime do 
usuário. Sendo assim, a duração das penas restritivas de direito será diferente. 
 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou 
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização 
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será 
submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo 
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação 
de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar 
dependência física ou psíquica. 
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, 
o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância 
apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a 
ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e 
aos antecedentes do agente. 
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo 
serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. 
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisosII e 
III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 
(dez) meses. 
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em 
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, 
hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem 
fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção 
do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de 
drogas. 
 
Conversão em Pena Privativa de Liberdade: 
 
O CP e a Lei de Execuções Penais preveem hipóteses em que a pena 
restritiva de direitos, vai ser revogada pelo juiz, retornando para a pena privativa 
de liberdade. 
 
Descumprimento injustificado da restrição imposta: 
Prestação Pecuniária: 
a) Quando o sentenciado deixa de prestá-la injustificadamente. 
 
Perda de Bens ou Valores: 
a) Quando o sentenciado se desfaz do bem/valor declarado perdido pelo 
juiz. 
Prestação de Serviços à Comunidade: 
 
13 
 
a) Quando o sentenciado não comparece ao estabelecimento designado 
para prestar o serviço; 
b) Quando o sentenciado se recusar a prestar o serviço; 
c) Quando o sentenciado não é encontrado para dar início ao 
cumprimento da pena. 
 
Interdição Temporária de Direitos: 
a) Quando o sentenciado exerce injustificadamente o direito interditado; 
b) Quando o sentenciado não é encontrado para dar início ao 
cumprimento da pena. 
 
Limitação de Final de Semana: 
a) Quando o sentenciado não comparecer ao estabelecimento designado 
para cumprir a pena; 
b) Quando o sentenciado se recusar a exercer alguma atividade designada 
pelo juiz; 
c) Quando o sentenciado não é encontrado para dar início ao 
cumprimento da pena. 
 
 
Superveniência de condenação a pena privativa de liberdade 
por outro crime: 
 
A superveniência de condenação a pena privativa de liberdade por outro 
crime pode gerar a conversão da pena restritiva de direito em pena privativa de 
liberdade quando o cumprimento da pena restritiva de direito se tornar inviável. 
 
Podemos citar o exemplo do agente que é preso e, portanto não vai poder 
prestar serviços à comunidade. Contudo, podemos manter a pena restritiva de 
direitos se ambas forem compatíveis. 
 
É irrelevante que a nova condenação se refira a crime cometido antes ou 
depois daquele que gerou a pena restritiva de direitos. 
 
O que a lei exige são apenas 03 (três) requisitos: 
a) Que a nova condenação seja a pena privativa de liberdade; 
b) Que a nova condenação torne impossível o cumprimento da pena 
restritiva de direitos; e 
c) Que a nova condenação seja em razão da prática de crime (não pode 
ser contravenção). 
 
- Prática de Falta Grave (Artigo 51 da LEP): 
a) Descumprimento ou retardo injustificado da obrigação imposta... 
b) Não execução do trabalho, das tarefas ou das ordens recebidas... 
c) Desobedecer servidor público durante o cumprimento da pena... 
d) Desrespeitar qualquer pessoa com que deva relacionar-se... 
 
 
14 
 
 
 
 
Cumprimento da pena privativa de liberdade em caso de 
conversão: 
 
No cálculo da pena privativa de liberdade a ser executada, Deverá ser 
descontado o tempo já cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o 
cumprimento mínimo de 30 (trinta) dias de reclusão ou detenção. 
 
 
Detração Penal e Penas Restritivas de Direito: 
 
A detração penal é cabível nas penas restritivas de direito que substituem 
as penas privativas de liberdade por período equivalente. 
 
Exemplo: Prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas; 
Interdição temporária de Direitos; Limitação de final de semana... 
 
Porém, algumas penas restritivas de direito não vão admitir a detração 
penal pelo simples fato de não possuírem prazo equivalente às penas privativas 
de liberdade. 
 
Exemplo: Prestação pecuniária; Perda de bens ou valores... 
 
Prestação Pecuniária 
 
Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: 
I – prestação pecuniária. 
Artigo 45 – Na aplicação da substituição prevista no artigo 
anterior, proceder-se-á na forma deste e dos artigos 46, 47 
e 48. 
§1º – A prestação pecuniária consiste no pagamento em 
dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública 
ou privada com destinação social, de importância fixada pelo 
juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 
(trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será 
deduzido do montante de eventual condenação em ação de 
reparação civil, se coincidentes os beneficiários. 
§2º – No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do 
beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em 
prestação de outra natureza. 
§3º – A perda de bens e valores pertencentes aos 
condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em 
 
15 
 
favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá 
como teto - o que for maior - o montante do prejuízo 
causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, 
em consequência da prática do crime. 
 
 O juiz determina que o condenado efetue pagamento de dinheiro: 
01ª Opção: Para a vítima; 
02ª Opção: Para os seus dependentes; ou 
03ª Opção: Para uma entidade pública ou privada com destinação social. 
 
 Mínimo: 01 salário mínimo/Máximo: 360 salários mínimos. 
 
 Quando o valor for pago à vítima ou seus dependentes, o valor pago 
deverá ser deduzido de eventual condenação em ação de reparação civil. 
 
 A regra geral é no sentido de que a prestação pecuniária seja paga em 
dinheiro, independente de aceitação do beneficiário... 
 
 A exceção é no sentido de que a prestação pecuniária seja paga por 
outros meios, se houver aceitação do beneficiário. Podemos citar a 
entrega de cestas básicas a entidades assistenciais. 
 
 A Lei Maria da Penha proíbe a aplicação de pena de prestação 
pecuniária ou cestas básicas à pessoa condenada por crime que envolva 
violência doméstica ou familiar contra a mulher. 
 
Prestação Pecuniária Multa 
Destinada à vítima 
(01ª Opção) 
Destinada aos dependentes 
(02ª Opção) 
Destinada à entidade pública/privada 
(com destinação social) 
(03ª Opção) 
 
 
Destinada ao Fundo Penitenciário 
(Nacional ou Estadual) 
O valor é descontado 
de eventual indenização cível 
O valor não é descontado 
de eventual indenização cível 
O descumprimento leva à reconversão 
em pena de prisão 
O descumprimento não leva à 
reconversão 
em pena de prisão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Perda de Bens e Valores 
 
Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: 
II – perda de bens e valores. 
Artigo 45 – Na aplicação da substituição prevista no artigo 
anterior, proceder-se-á na forma deste e dos artigos 46, 47 
e 48. 
§3º – A perda de bens e valores pertencentes aos 
condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em 
favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá 
como teto - o que for maior - o montante do prejuízo 
causado ou do proveito obtido pelo agente ou por terceiro, 
em consequência da prática do crime. 
 
 A perda dos bens e valores do condenado dar-se-á ao Fundo 
Penitenciário Nacional. 
 
 Será possível a perda dos bens e valores para outros órgãos 
(excepcionalmente). 
Podemos citar o Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD), previsto no Art. 
62, § 9º, da Lei n.º 11.343/2006... 
 
 O juiz vai declarar os bens/valores perdidos até o teto (que for maior): 
O montante do prejuízo causado 
ou 
O provento obtido pelo agente ou por terceiro em consequência da 
prática do crime 
 
 Os bens/valores devem ser delimitados pelo juiz na sentença, para 
evitar discussões em torno da possibilidade de serem esses bens/valores 
cobrados futuramente de herdeiros na hipótese de falecimento posterior 
do condenado. 
 
Sendo assim, com o trânsito em julgado da sentença, os bens já se 
consideram perdidos, não podendo ser exigidos como parte da herança se 
o réu morrer depois disso. 
 
 Caso o magistrado não estabeleça na sentença os bens perdidos, 
caberá ao juiz da execução fazê-lo. O problema é que se o acusado morrer 
antes disso, vai surgir uma discussão acerca de tais bens fazerem parte da 
herança. 
 
 BENS: Podem sermóveis ou imóveis 
 
 VALORES: Podem ser a moeda corrente depositada em instituições 
financeiras 
 
17 
 
Podem ser papéis negociáveis na bolsa de valores (exemplo: ações) 
 
 Perda de Bens e Valores ≠ Confisco: 
 
CONFISCO: Só cabe o confisco dos instrumentos do crime (instrumenta 
sceleris); dos produtos do crime (producta sceleris); e do proveito obtido 
com o crime 
 
PERDA DE BENS E VALORES: O condenado vai perder seus bens e 
valores legítimos 
 
Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas 
 
Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: 
IV – prestação de serviços à comunidade ou a entidades 
públicas. 
Artigo 46 – A prestação de serviços à comunidade ou a 
entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis 
meses de privação da liberdade. 
§1º – A prestação de serviços à comunidade ou a entidades 
públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao 
condenado. 
§2º – A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em 
entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros 
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. 
 
O condenado deverá prestar tarefas gratuitas em estabelecimentos 
assistenciais, hospitais, etc. 
 
O juiz só pode optar pela prestação de serviços à comunidade ou a 
entidades públicas se a pena aplicada na sentença foi superior a 06 (seis) meses... 
 
Os serviços devem ser prestados por 01 (uma) hora de trabalho por dia de 
condenação, para não prejudicar a jornada normal de trabalho do condenado. 
 
Se a pena aplicada na sentença foi superior a 01 (um) ano, é facultado ao 
condenado cumpri-la em tempo menor, Através de um número mais elevado de 
horas-tarefa por dia, porém, nunca inferior à metade da pena originariamente 
imposta. 
 
As tarefas devem ser atribuídas de acordo com a aptidão do sentenciado. 
O juiz pode a todo tempo promover alterações na forma de prestação de 
serviços à comunidade. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Interdição Temporária de Direitos 
 
Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: 
V – interdição temporária de direitos. 
 
As interdições de direitos podem ser genéricas ou específicas: 
 
Interdições Genéricas: 
 
a) Proibição de frequentar determinados lugares: Bares, boates, casas de 
jogos,... 
 
- Interdições Específicas: 
 
a) Proibição do exercício de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
Arbitrada para os casos de condenados por crimes praticados no exercício 
de cargo, função pública ou mandato eletivo, sempre que houver violação 
dos deveres que lhes são inerentes. 
 
b) Proibição de exercício de atividade, profissão ou ofício que dependa 
de licença: Dentista, médico, advogado, corretor,... 
 
c) Suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo: 
Vale apenas para ciclomotores, que são os veículos de duas ou três rodas 
com no máximo 50 cilindradas e com velocidade máxima de 50 km/h. 
 
Isto ocorre, uma vez que a suspensão de autorização ou habilitação para 
dirigir veículos automotores já é uma pena cumulativa para os casos dos 
Arts. 302, 303, 306, 307, 308 do Código de Trânsito. 
 
d) Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos: 
Arbitrada para os casos de condenados por fraudes em certames públicos 
(Art. 311-A). 
Limitação de Final de Semana 
 
Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: 
VI – limitação de fim de semana. 
Artigo 48 – A limitação de fim de semana consiste na 
obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 
5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro 
estabelecimento adequado. 
Parágrafo Único – Durante a permanência poderão ser 
ministrados ao condenado cursos e palestras ou 
atribuídas atividades educativas. 
 
O condenado terá que passar 05 (cinco) horas diárias em casa de 
albergado durante o sábado e domingo. 
 
 
19 
 
Poderão ser ministradas ao condenado palestras e cursos ao longo destes 
períodos. 
 
Parte da doutrina chama esta pena de “prisão descontínua”. 
 
 
Penas Privativas de Liberdade 
 
Reclusão x Detenção: São as modalidades de penas privativas de 
liberdade arbitradas para os crimes. 
 
RECLUSÃO DETENÇÃO 
Infrações penais de > gravidade Infrações penais de < gravidade 
Pode iniciar no regime aberto Pode iniciar no regime aberto 
Pode iniciar no regime semiaberto Pode iniciar no regime semiaberto 
 
Pode iniciar no regime fechado 
 
Não pode iniciar no regime fechado 
(O regime fechado só é possível na 
regressão) 
(Através do juiz das execuções) 
Concurso Material 
Com Cumulação de Reclusão + 
Detenção 
Executa Primeiro: Reclusão 
Executa Segundo: Detenção 
Concurso Material 
Com Cumulação de Reclusão + 
Detenção 
Executa Primeiro: Reclusão 
Executa Segundo: Detenção 
Medida de Segurança 
Internação 
Medida de Segurança 
Internação ou Tratamento Ambulatorial 
 
Prisão Simples: É a modalidade de pena privativa de liberdade, arbitrada 
para as contravenções penais. 
 
Só é admita a prisão simples para o caso de reincidência, tendo em vista 
que existem inúmeras medidas despenalizadoras para evitá-la, tais como a 
transação penal e a suspensão condicional do processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Além disso temos a possibilidade de substituição pela pena restritiva de 
direitos 
 
PRISÃO SIMPLES 
A pena pode ser cumprida no regime 
aberto 
A pena pode ser cumprida no regime 
semiaberto 
A pena não pode ser cumprida no regime 
fechado 
(Nem mesmo na hipótese de regressão) 
A pena deve ser cumprida sem rigor 
penitenciário 
O sentenciado deve cumprir a pena 
separado 
(daqueles condenados por crimes) 
O trabalho é facultativo 
(quando a pena aplicada não superar 15 
dias) 
 
Sistemas Prisionais: Os principais sistemas penitenciários são: 
 
- Pensilvânico ou Filadélfia ou Solitary System 
- Auburniano ou Silent System 
- Progressivo Inglês 
 
A) PENSILVÂNICO OU FILADÉLFIA OU SOLITARY SYSTEM: O preso era 
recolhido à sua cela e ficava completamente isolado; não podia trabalhar; 
no podia receber visitas. O preso era estimulado ao arrependimento pela 
leitura da bíblia... 
 
- PALAVRA CHAVE: Isolamento. 
- CRÍTICA: Impossibilitava a readaptação social do condenado. 
 
B) AUBURNIANO OU SILENT SYSTEM: O isolamento era apenas no 
período noturno; podia trabalhar durante o dia; não podia receber visitas; 
era imposto um silêncio absoluto ente os presos... 
 
- PALAVRA CHAVE: Silêncio. 
- CRÍTICA: Indiferença quanto à instrução e o aprendizado dos presos. 
 
C) PROGRESSIVO INGLÊS: Era um sistema pautado em três estágios: 
- 1º Etapa (Período de Prova): O preso ficava completamente isolado 
(pensilvânico ou filadélfia ou solitary system). 
 
- 2º Etapa: O preso deveria permanecer em silêncio absoluto (auburniano 
ou silent system). O preso passava a ter direito de realizar o trabalho 
comum, mas deveria permanecer isolado no período noturno. 
 
21 
 
 
- 3º Etapa: O preso passaria a ter direito ao livramento condicional. O 
sistema progressivo consagrou-se no Brasil, na forma do Artigo 33, §2º, 
do Código Penal. 
 Regime Inicial de Cumprimento de Pena: O juiz deve analisar 04 
(quatro) fatores ao arbitrar o regime inicial de cumprimento de pena: 
 
- Se o crime é apenado com reclusão ou detenção; 
- O montante da pena aplicada na sentença; 
- Se o réu é primário ou reincidente; e 
- Se as circunstâncias do Artigo 59 do CP são favoráveis ou desfavoráveis. 
 
CRIMES APENADOS COM RECLUSÃO 
 
 
- 
 
> 8 ANOS 
> 04 ANOS 
 
≤ 08 ANOS 
 
≤ 04 ANOS 
REINCIDENTE Fechado Fechado Fechado ou 
Semiaberto 
PRIMÁRIO Fechado Semiaberto Aberto 
 
 
Súmula 269 do STJ: “É admissível a adoção do regime prisional semiaberto 
aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 04 (quatro) anos, se 
favoráveis as circunstâncias judiciais.” 
 
Súmula 718 do STF: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do 
crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo 
do que o permitido segundo a pena aplicada”. 
 
Súmula 719 do STF: “A imposição do regimede cumprimento mais severo do 
que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.” 
 
Súmula 440 do STJ: “Fixada a pena base no mínimo legal, é vedado o 
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão 
da sanção imposta com base apenas na gravidade abstrata do delito.” 
 
CRIMES APENADOS COM DETENÇÃO 
 
 
- 
 
> 8 ANOS 
> 04 ANOS 
 
≤ 08 ANOS 
 
≤ 04 ANOS 
REINCIDENTE Semiaberto Semiaberto Semiaberto 
PRIMÁRIO Semiaberto Semiaberto Aberto 
 
Regime Inicial de Cumprimento de Pena: Mesmo que discorde dos 
argumentos lançados pelo juiz sentenciante para a fixação do regime inicial, não 
pode o juiz das execuções alterá-lo. 
 
22 
 
 
O regime só poderá ser mudado na Vara de Execuções Penais por razões 
supervenientes (progressão ou regressão). 
 
Omissão do Juiz Sentenciante em Fixar o Regime Inicial: Se a sentença 
transitar em julgado sem que o juiz tenha estabelecido o regime inicial de 
cumprimento da pena e sem que as partes tenham interposto embargos de 
declaração para sanar a omissão, a solução é o juiz da Vara de Execuções 
estabelecer o regime inicial. 
 
Crimes Hediondos ou Equiparados: De acordo com o Artigo 2º, §1º, da Lei 
8.072/90, os condenados por crimes hediondos, por tráfico, terrorismo e tortura 
devem começar o cumprimento da pena privativa de liberdade pelo regime 
fechado, ainda que a pena fixada na sentença seja inferior a 08 (oito) anos e 
ainda que o condenado seja primário. 
 
No entanto, em 27/06/2012, o Plenário do STF declarou (08 votos x 03 
votos) que o referido dispositivo era inconstitucional, por entender que a mesma 
violava o Princípio da Individualização da Pena. 
 
Sendo assim, mesmo nas hipóteses de crimes hediondos ou equiparados, 
o regime inicial de cumprimento da pena só poderá ser fechado, nas hipóteses 
em que a pena não for superior a 08 (oito) anos, se o condenado for reincidente 
ou se as circunstâncias do caso concreto indicarem uma gravidade diferenciada 
daquele crime. 
 
 
Cumprimento da pena em regime fechado 
 
- Estabelecimento de segurança máxima ou média... 
- Cela individual (dormitório + aparelho sanitário + lavatório)... 
- Ambiente saudável (insolação + aeração + condições térmicas 
adequadas)... 
- Área mínima de 6 metros quadrados... 
 
Se for penitenciária feminina: deve haver ala para gestantes e parturientes 
e creche para abrigar crianças maiores de 6 meses e menores de 7 anos. 
 
Se for penitenciária masculina: deve ser construída afastada dos centros 
urbanos, porém a uma distância que não restrinja o direito de visita. 
 
No início do cumprimento da pena, o acusado deve ser submetido a um 
exame criminológico para a obtenção de elementos necessários a uma adequada 
classificação, com vistas à individualização da pena. 
 
O preso fica sujeito a trabalho interno no período diurno e a isolamento 
no período noturno. 
 
 
23 
 
O trabalho externo é admissível desde que em serviços ou obras públicas. 
 
São admitidas permissões de saída (mediante escolta): 
a) Quando ocorrer falecimento ou doença grave do CADI 
b) Quando for necessário tratamento médico 
 
As permissões de saída são fornecidas pelo Diretor e não possuem prazo 
determinado. Se o Diretor negar, pode ser feito novo pedido ao Juiz da 
Execução. 
Regime Disciplinar Diferenciado 
 
A Lei 10.792/2003 criou o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que 
consiste na adoção temporária de tratamento mais gravoso para aquele preso 
que tiver infringido as regras. 
 
 Há 03 (três) hipóteses alternativas de decretação: 
 
A) PRIMEIRA HIPÓTESE: Prática de crime doloso durante o cumprimento 
da pena que implique subversão da ordem ou disciplina internas. 
 
B) SEGUNDA HIPÓTESE: Existência de provas de que o preso apresenta 
alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da 
sociedade. 
 
C) TERCEIRA HIPÓTESE: Fundadas suspeitas de envolvimento ou 
participação do preso a qualquer título em organizações criminosas, 
quadrilha ou bando. 
 
 Há 03 (três) consequências cumulativas para o preso do RDD: 
 
A) PRIMEIRA CONSEQUÊNCIA: Recolhimento em cela individual. 
 
B) SEGUNDA CONSEQUÊNCIA: Visitas semanais por apenas 02 (duas) 
pessoas (sem contar as crianças), e por apenas 02 (duas) horas. 
 
C) TERCEIRA CONSEQUÊNCIA: Limite de 02 (duas) horas diárias de sol... 
 
 Duração do RDD: A duração máxima do RDD é de 360 (trezentos e 
sessenta) dias, sem prejuízo da repetição da sanção por nova falta grave da 
mesma espécie, até atingir o limite de 1/6 (um sexto) da pena aplicada. 
 
 Destinatários do RDD: Os destinatários do RDD são os presos 
(condenados ou provisórios) que se enquadrem em alguma das 03 (três) 
hipóteses legais de cabimento. 
 
 Competência para Decretar a Medida: Só pode ser decretado pelo Juiz 
das Execuções, mediante oitiva do MP e da DEFESA antes de decidir, no prazo 
de 15 dias. 
 
24 
 
 
 Constitucionalidade de Medida: O STJ já decidiu que o RDD é 
constitucional, pois atende ao Princípio da Proporcionalidade. 
 
 
Cumprimento da pena em regime semiaberto 
 
- Colônia Penal Agrícola ou Industrial (ou estabelecimento similar). 
- O exame criminológico é facultativo. 
- O condenado fica sujeito a trabalho interno durante o período diurno. 
- O condenado pode trabalhar externamente. 
- O condenado pode frequentar cursos profissionalizantes ou 2º grau ou 
superior... 
São admitidas saídas temporárias (sem escolta e com autorização judicial), 
para: 
a) Visitar a família 
b) Frequentar cursos profissionalizantes ou de 2º grau ou superior 
c) Participar em atividades que concorram para o retorno ao convívio 
social 
 
O benefício será concedido por prazo de até 7 (sete) dias, e pode ser 
renovado 4 (quatro) vezes por ano, com distanciamento mínimo de 45 (quarenta 
e cinco) dias entre cada saída temporária, exceto no caso de frequência a cursos 
em que o prazo será necessário para as atividades. 
 
O Juiz deverá impor algumas condições: 
a) Fornecimento do endereço da família visita ou local em que pode ser 
encontrado 
b) Recolhimento à residência visitada durante o período noturno 
c) Proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos 
congêneres 
 
A saída temporária será concedida pelo Juiz após o preenchimento de 
requisitos: 
a) Comportamento adequado 
b) Cumprimento de 1/6 da pena (primário) ou 1/4 da pena (reincidente) 
c) Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena 
 
O benefício será automaticamente revogado quando: 
a) O condenado praticar fato definido como crime doloso 
b) O condenado for punido com falta grave 
c) O condenado desatender às condições impostas na autorização de 
saída temporária 
d) O condenado apresentar baixo rendimento no curso 
 
Se o beneficiado com a saída temporária não retornar para o Sistema 
Carcerário, ele será considerado fugitivo, devendo ser determinada a sua 
regressão para o regime fechado. 
 
25 
 
 
É possível exigir o monitoramento eletrônico, do condenado beneficiado 
com a saída temporária. 
 
 
Aplicação da Pena Privativa de Liberdade 
A pena privativa de liberdade será aplicada em 03 etapas. Estas etapas 
ainda não são o “critério trifásico”. 
1º ETAPA (Artigo 59, incisos I e II, Código Penal): 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências 
do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime: 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites 
previstos; 
• Artigo 59, inciso I, Código Penal: 
- Encontrar a ESPÉCIE de pena a ser aplicada (Reclusão ou Detenção): 
 RECLUSÃO 
PRIVATIVAS DE LIBERDADE 
 DETENÇÃO 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
 
 MULTA 
 
 
 
 
 
 
26 
 
• Artigo 59, inciso II, Código Penal: 
- Encontrar a QUANTIDADE de pena a ser aplicada! 
- Seguiremos o critériotrifásico previsto no artigo 68 do Código Penal! 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao 
critério do art. 59 deste Código; em seguida serão 
consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; 
por último, as causas de diminuição e de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou 
de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz 
limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, 
prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou 
diminua. 
 PENA BASE: Análise das circunstâncias judiciais previstas no artigo 59, 
caput, do Código Penal. 
As circunstâncias são judiciais porque seguem a discricionariedade do juiz. 
Porém, a discricionariedade não é absoluta, uma vez que o juiz fica preso ao 
artigo 59. Dessa forma, Nucci afirma que estamos diante de uma 
discricionariedade vinculada. 
Temos três grupos de circunstâncias judiciais (PESSOAIS + FATO + 
VÍTIMA): 
A) CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS DE CARÁTER PESSOAL: 
 CULPABILIDADE: Nesse momento a culpabilidade não é um dos 
elementos da infração penal. Trata-se do grau de reprovabilidade da conduta do 
agente. 
Estamos diante da censurabilidade do ato praticado pelo agente. se o 
agente ocupa uma determinada posição social ou ocupa determinado cargo 
público, a sua conduta possui um maior grau de reprovabilidade. Essa reprovação 
não pode estar prevista no tipo penal. 
Exemplo: um policial envolvido em um furto ou roubo: 
Posso aumentar a pena dele com base na culpabilidade pelo fato de ser 
policial. Há uma maior reprovação pelo fato de ser policial, e o fato de ser 
policial não consta no próprio tipo penal como requisito. 
Exemplo: crime de peculato: 
Não posso aumentar a pena dele com base na culpabilidade pelo fato de 
ser funcionário. Há uma maior reprovação pelo fato de ser funcionário 
 
27 
 
público, porém o fato de ser funcionário público já consta no próprio tipo 
penal como requisito. 
 
 ANTECEDENTES: São condenações anteriores transitadas em julgado 
que não caracterizem a reincidência. 
O que é reincidência? A reincidência é uma agravante prevista nos artigos 
63 e 64 do Código Penal: 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete 
novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no 
País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
Art. 64 - Para efeito de reincidência: 
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do 
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver 
decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, 
computado o período de prova da suspensão ou do livramento 
condicional, se não ocorrer revogação; 
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. 
CRIME + CRIME REINCIDENTE 
CRIME + CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE 
CONTRAVENÇÃO + CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE 
CONTRAVENÇÃO + CRIME NÃO É REINCIDENTE 
Não se consideram os crimes militares próprios, que são aquelas infrações 
que só estão previstas no Código Penal Militar. 
Exemplo: crime de pederastia (artigo 235 do CPM). 
Não se consideram os crimes políticos, que são aquelas infrações que 
afetam a ordem social e a ordem democrática. O STF entende que os crimes 
políticos são aqueles previstos na Lei n.º 7170/83. 
Não se considera o crime anterior se a nova infração for praticada após 
05 (cinco) anos. Este período de 05 (cinco) anos é chamado de “período de 
depuração”. Sendo assim, após o período de 05 (cinco) anos o agente se torna 
primário novamente. O período de prova do SURSIS e o período de livramento 
condicional vão ser contados. 
LOGO: Os antecedentes são condenações anteriores transitadas em 
julgado que não caracterizem a reincidência. Os antecedentes jamais 
desaparecerão... 
 
28 
 
Súmula 444 do STJ (2010): “É vedada a utilização de inquéritos 
policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”. 
Essa súmula tem por base a presunção de inocência. 
Súmula 241 do STJ (2000): “A reincidência penal não pode ser 
considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, 
como circunstância judicial”. 
 CONDUTA SOCIAL: Não há qualquer relação com inquéritos policiais 
ou ações em andamento. A conduta social é o comportamento do indivíduo no 
meio em que ele vive, é a história social do sujeito. É o seu comportamento no 
dia-a-dia. É o temperamento do sujeito; o seu jeito de agir perante a sociedade... 
 PERSONALIDADE: A personalidade é auferida durante o 
interrogatório do réu. Rogério Greco entende que o juiz não tem condições de 
fazer essa análise. Ele afirma que somente psicólogos, psiquiatras ou terapeutas 
poderiam fazê-lo. Ele alega que a consideração da personalidade é ofensiva ao 
“direito penal do fato”. Trata-se de hipótese de “direito penal do autor”. 
B) CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS RELACIONADAS AO FATO: 
 MOTIVOS DO CRIME: São as circunstâncias que levaram o agente a 
cometer a infração penal... 
 CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME: Podemos citar o lugar do crime, o 
tempo de sua duração, a relação com a vítima. 
 CONSEQUÊNCIAS DO CRIME: São os resultados indiretamente 
ocorridos através do crime. Podemos citar o exemplo do sujeito que pratica um 
homicídio. Temos como consequência do crime a dificuldade financeira dos 
filhos desta vítima. 
C) CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS RELACIONADAS À VÍTIMA: 
 COMPORTAMENTO DA VÍTIMA: Trata-se da análise dos atos da 
vítima. Há casos em que a vítima provoca o agente e acaba contribuindo para a 
infração... 
 PENA INTERMEDIÁRIA: Análise das circunstâncias legais (agravantes e 
atenuantes): 
Previstas nos artigos 61 e 62 do Código Penal (agravantes). 
Previstas nos artigos 65 e 66 do Código Penal (atenuantes). 
O seu quantum não vem fixado em lei (o juiz vai decidir de acordo com o 
caso concreto). 
 
29 
 
A Súmula 231 do STJ não permite a redução da pena abaixo do mínimo 
legal: “A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena 
abaixo do mínimo legal”. 
A doutrina tem entendido que o razoável é agravar ou atenuar até 1/6 
(um sexto), pelo fato de não existir um quantum pré-determinado em lei para o 
juiz no concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes. 
Teremos circunstâncias preponderantes no artigo 67 do Código Penal. 
A menoridade do réu prevalecerá sobre todas as outras (STJ e STF). 
 
 PENA DEFINITIVA: Análise das causas de aumento e causas de 
diminuição (majorantes e minorantes): Podem vir na parte geral ou na parte 
especial do Código Penal. O seu quantum vem fixado na lei através de um 
intervalo fracionário. 
Exemplo: tentativa (artigo 14, parágrafo único, do Código Penal). 
Quando houver concurso entre causas de aumento e de diminuição na 
parte especial, o juiz poderá se limitar a uma única causa de aumento e uma 
única causa de diminuição, mas deverá prevalecer a causa que mais aumentar ou 
a causa que mais diminuir. 
 
2º ETAPA (Artigo 59, inciso III, Código Penal): 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à 
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de 
liberdade; 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
• Artigo 59, inciso III, Código Penal: 
Momento de Definir o REGIME INICIAL de cumprimento da pena! 
Há 03 (três) regimes de cumprimento de pena (artigo 33, parágrafo primeiro, 
CP): 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime 
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime 
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado. 
§ 1º - Considera-se: 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de 
segurança máxima ou média; 
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, 
industrial ou estabelecimento similar; 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou 
estabelecimento adequado. 
 FECHADO: Execução da pena em estabelecimentode segurança máxima ou 
média. 
 SEMIABERTO: Execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar. 
 ABERTO: Execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento 
adequado. 
 
FIXAÇÃO LEGAL DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA 
- O artigo 33, parágrafo segundo, do CP, dispõe acerca da fixação do regime 
inicial: 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime 
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime 
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado. 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas 
em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, 
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de 
transferência a regime mais rigoroso. 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a 
cumpri-la em regime fechado; 
 
31 
 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, 
cumpri-la em regime semi-aberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 
4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime 
aberto. 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena 
far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste 
Código. 
O CP determina a execução progressiva das penas privativas de liberdade, 
contudo, há a fixação do regime inicial do cumprimento da pena. 
O julgador deve observar dois critérios em conjunto para definir o regime 
inicial: 
QUANTIDADE DE PENA APLICADA 
+ 
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ARTIGO 59 DO CP 
 QUANTIDADE DE PENA APLICADA: 
CONDENADO 
PENA DE RECLUSÃO REGIME FECHADO 
> 08 ANOS 
 
CONDENADO 
NÃO REINCIDENTE REGIME SEMIABERTO 
> 04 ANOS E ≤ 08 ANOS 
 
CONDENADO 
NÃO REINCIDENTE REGIME ABERTO 
≤ 04 ANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ARTIGO 59 DO CP: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à 
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
Culpabilidade 
Antecedentes VOLTADOS PARA O CONDENADO 
Conduta Social 
Personalidade 
Motivos 
Circunstâncias VOLTADOS PARA O CRIME 
Consequências 
Comportamento VOLTADO PARA A VÍTIMA 
 
Vejamos as Súmulas abaixo: 
SÚMULA 718 DO STF: A opinião do julgador sobre a 
gravidade em abstrato do crime não constitui motivação 
idônea para a imposição de regime mais severo do que o 
permitido segundo a pena aplicada. 
SÚMULA 719 DO STF: A imposição do regime de 
cumprimento mais severo do que a pena aplicada 
permitir exige motivação idônea. 
SÚMULA 440 DO STJ: Fixada a pena-base no mínimo 
legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional 
mais gravoso do que o cabível em razão da sanção 
imposta, com base apenas na gravidade abstrata do 
delito. 
Se houver omissão no tocante ao regime inicial de cumprimento de pena, 
o condenado deverá ser submetido ao regime estabelecido pela quantidade da 
pena, tendo em vista que o juiz da vara de execução penal não pode analisar as 
circunstâncias. 
O artigo 66 da Lei n.º 7.210/84 (LEP) não faz menção à fixação do regime 
inicial... 
 
33 
 
 Lei dos Crimes Hediondos (Lei n.º 8.072/90): 
O condenado por crime hediondo deverá cumprir a sua pena 
INICIALMENTE no regime fechado. Porém, é possível a progressão de regime, 
após o cumprimento de (artigo 2º, parágrafo segundo, da Lei n.º 8.072/90): 
- 2/5 da pena (condenado primário) 
- 3/5 da pena (condenado reincidente) 
 Crime de Tortura (Lei n.º 9.455/97): 
O condenado pelo crime de tortura deverá cumprir a sua pena 
INICIALMENTE no regime fechado. Porém, é possível a progressão de regime: 
- Após a entrada em vigor da lei n.º 11.464/2007: 
- 2/5 da pena (condenado primário) 
- 3/5 da pena (condenado reincidente) 
- Antes da entrada em vigor da lei n.º 11.464/2007: 
- Aplicar a Súmula Vinculante N.º 26: “Para efeito de progressão de regime 
no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução 
observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, 
sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e 
subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a 
realização de exame criminológico”. 
- Requisito Subjetivo + 1/6 da pena 
 Impossibilidade de cumprimento de pena em regime pior do que o da 
sentença: O STJ tem entendido que o condenado tem direito subjetivo ao 
cumprimento da pena na forma do regime estabelecido na sentença penal 
condenatória transitada em julgado. Sendo assim, o condenado não poderá ser 
submetido a regime mais gravoso em virtude da falta de vagas nos 
estabelecimentos relacionados ao seu regime. 
REGRAS DO REGIME FECHADO 
 O condenado será submetido a um exame criminológico para orientar a 
individualização da execução. 
 O condenado deverá trabalhar durante o dia. O trabalho deverá ser realizado 
internamente. O trabalho poderá ser realizado externamente em serviços ou 
obras públicas. Porém, no trabalho externo, é necessário um cumprimento 
mínimo de 1/6 da pena. 
 
34 
 
 O condenado deverá ficar isolado no período da noite. 
 
PRESÍDIOS DE SEGURANÇA MÁXIMA 
 Os presídios de segurança máxima (Lei n.º 11.671/2008) têm regras próprias. 
- Prazo máximo de 360 dias... 
- O prazo poderá ser prorrogado em caráter excepcional... 
 A fundamentação da medida terá como base o “interesse da segurança 
pública”. 
 O juiz federal da seção judiciária em que estiver o presídio de segurança 
máxima deverá decidir pela aceitação ou recusa do preso. Este juiz passará a ser 
responsável pela execução penal. 
 
REGRAS DO REGIME SEMIABERTO 
 O condenado poderá ser submetido a um exame criminológico para orientar a 
individualização da execução (Súmula 439 do STJ): 
Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em 
decisão motivada. 
 Vejamos a Súmula 269 do STJ: “É admissível a adoção do regime prisional semi-
aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se 
favoráveis as circunstâncias judiciais.” 
REGRAS DO REGIME ABERTO 
 O condenado poderá exercer atividades durante o dia (estudo, trabalho,...) 
 O condenado deverá permanecer recolhido durante a noite e durante os dias 
de folga... 
 O trabalho do condenado não gera remição, pelo fato de ser pré-requisito 
para a concessão do regime. 
 Só há 04 exceções que permitem ao condenado deixar de trabalhar (artigo 
116 da LEP): 
I – Condenado maior de 70 anos 
II – Condenado acometido de doença grave 
III – Condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental 
IV – Condenada gestante 
Cabe ressaltar, que a LEP fala em trabalho e não em emprego. 
 
35 
 
 O juiz deverá estabelecer condições obrigatórias (artigo 115 da LEP): 
I – Permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de 
folga 
II – Sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados 
III – Não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial 
IV – Comparecer a juízo, para informar e justificar suas atividades, quando 
determinado 
 O juiz poderá estabelecer condições adicionais de forma discricionária. 
 
PROGRESSÃO DE REGIME 
 A LEP exige o cumprimento de dois critérios (artigo 112, caput, da lei n.º 
7.210/84): 
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em 
forma progressiva com a transferência para regime menos 
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver 
cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e 
ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo 
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que 
vedam a progressão. 
- CRITÉRIO OBJETIVO: Cumprimento de (pelo menos) 1/6 da pena 
- CRITÉRIO SUBJETIVO: Bom comportamento carcerário comprovadopelo 
diretor do estabelecimento. É o mérito do condenado 
 A decisão será fundamentada (artigo 112, parágrafo único, da lei n.º 
7.210/84): 
 Deverá ser ouvido o MP (artigo 112, parágrafo único, da lei n.º 7.210/84): 
 Deverá ser ouvido o Defensor (artigo 112, parágrafo único, da lei n.º 
7.210/84): 
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de 
manifestação do Ministério Público e do defensor. 
 Como deve ser feito o cálculo da segunda progressão de regime? 
Há uma divergência doutrinária: 1/6 do total da pena x 1/6 da pena 
remanescente. A doutrina majoritária tem entendido que deverá ser calculado 
1/6 da pena remanescente. 
 Não é possível a progressão por saltos. O condenado precisa atravessar um 
regime de cada vez. A progressão deve obedecer ao regime legal imediatamente 
seguinte ao que o condenado vem cumprindo a pena. 
 
36 
 
 O STF possui algumas Súmulas relativas à progressão de regime: 
- Súmula 716 do STF: Admite-se a progressão de regime 
de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime 
menos severo nela determinada, antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
- Súmula 717 do STF: Não impede a progressão de regime 
de execução da pena, fixada em sentença não transitada 
em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial. 
 
A prisão especial consiste no recolhimento em um local distinto da prisão 
comum. 
 
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à 
disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão 
antes de condenação definitiva: 
I - os ministros de Estado; 
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, 
o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os 
prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; 
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de 
Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados; 
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; 
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Territórios; 
VI - os magistrados; 
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da 
República; 
VIII - os ministros de confissão religiosa; 
IX - os ministros do Tribunal de Contas; 
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função 
de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de 
incapacidade para o exercício daquela função; 
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e 
Territórios, ativos e inativos. 
 
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, 
consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da 
prisão comum. 
 
§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso 
especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo 
estabelecimento. 
 
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, 
atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela 
concorrência dos fatores de aeração, insolação e 
condicionamento térmico adequados à existência humana. 
 
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o 
preso comum. 
 
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os 
mesmos do preso comum. 
 
37 
 
- Súmula Vinculante n.º 26: “Para efeito de progressão de 
regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou 
equiparado, o juízo da execução observará a 
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de 
julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado 
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do 
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo 
fundamentado, a realização de exame criminológico.” 
O condenado por crime hediondo deverá cumprir a sua pena INICIALMENTE no 
regime fechado... 
- Porém, é possível a progressão de regime: 
- Após o cumprimento de (artigo 2º, parágrafo segundo, da Lei n.º 8.072/90): 
2/5 da pena (condenado primário) 
3/5 da pena (condenado reincidente) 
 O STJ possui uma Súmula relativa à progressão de regime: 
- Súmula 439 do STJ: “Admite-se o exame criminológico 
pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão 
motivada”. 
Cabe ressaltar, que a realização do exame criminológico não é mais obrigatória 
para fins de concessão da progressão de regime. Porém, caso o juiz entenda 
necessário, ele poderá determinar a sua realização, mas deverá fundamentar os 
motivos relativos à realização do exame criminológico. 
 O artigo 33, parágrafo quarto, do Código Penal dispõe que: 
“O condenado por crime contra a administração pública 
terá a progressão de regime do cumprimento da pena 
condicionada à reparação do dano que causou, ou à 
devolução do produto do ilícito praticado, com os 
acréscimos legais”. 
REGRESSÃO DE REGIME 
 A LEP disciplinou a regressão de regime no artigo 118: 
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade 
ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência 
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o 
condenado: 
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta 
grave; 
 
38 
 
“praticar fato definido como crime doloso (...)” 
GARANTISTAS: A parte inicial do inciso I não foi recepcionada pela CRFB/88. 
Isto ocorre, uma vez que o legislador falou em “prática de fato definido como 
crime”. Tal atitude violaria o princípio da presunção de inocência. Sendo assim, é 
necessário o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Para que possa 
haver a regressão de regime... 
X 
STJ: O STJ tem entendido no sentido de que não é necessário o trânsito em 
julgado para que seja efetuada a regressão de regime. Basta um quantum de 
certeza suficiente quanto ao crime e sua autoria, o que já será possível a partir 
do recebimento da denúncia... 
“(...) ou falta grave” 
A parte final do inciso I consiste na prática de falta grave por parte do 
condenado: 
Art. 50 da Lei n.º 7.210/84 (LEP) – Comete falta grave o 
condenado à pena privativa de liberdade que: 
I - incitar ou participar de movimento para subverter a 
ordem ou a disciplina; 
II - fugir; 
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de 
ofender a integridade física de outrem; 
IV - provocar acidente de trabalho; 
V - descumprir, no regime aberto, as condições 
impostas; 
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, 
do artigo 39, desta Lei. 
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho 
telefônico, de rádio ou similar, que permita a 
comunicação com outros presos ou com o ambiente 
externo. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no 
que couber, ao preso provisório. 
 
Art. 39 da Lei n.º 7.210/84 (LEP) – Constituem deveres 
do condenado: 
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa 
com quem deva relacionar-se; 
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens 
recebidas; 
 Cabe ressaltar, que o artigo 52 da LEP também dispõe acerca da falta grave... 
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso 
constitui falta grave e, quando ocasione subversão da 
ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, 
ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime 
 
39 
 
disciplinar diferenciado, com as seguintes 
características: 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem 
prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de 
mesma espécie, até o limite de um sexto da pena 
aplicada; 
II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as 
crianças, com duração de duas horas; 
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas 
diárias para banho de sol. 
 O condenado terá que ser ouvido antes de o juiz determinar a regressão... 
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá 
abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou 
estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a 
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. 
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar 
diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o 
qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou 
participação, a qualquer título, em organizaçõescriminosas, quadrilha ou bando. 
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, 
somada ao restante da pena em execução, torne 
incabível o regime (artigo 111). 
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, 
além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, 
frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a 
multa cumulativamente imposta. 
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, 
deverá ser ouvido previamente o condenado. 
 
3º ETAPA (Artigo 59, inciso IV, Código Penal): 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências 
do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime: 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade 
aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
• Artigo 59, inciso IV, Código Penal: 
 
40 
 
Verificar a POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO da pena privativa de liberdade 
por uma Pena Restritiva de Direitos! 
OU 
Por uma Pena de Multa! 
Se não for possível a substituição: Deverá verificar a possibilidade do SURSIS... 
 
Sursis 
A suspensão condicional da pena – ou sursis processual – é um instituto de 
política criminal, que permite a suspensão da execução da pena privativa de 
liberdade, mediante o cumprimento de determinadas conduções sob um 
determinado período de tempo. 
Modalidades de sursis 
O Código Penal prevê 4 modalidades de sursis; o sursis simples (art. 77 c/c art. 
78, § 1º), o sursis especial (art. 77 c/c art. 78, § 2º), o sursis etário (art. 77 c/c art. 
78, § 2º, 1ª parte) e o sursis humanitário (art. 77 c/c art. 78, § 2º, 2ª parte). 
Os requisitos para a concessão do sursis podem ser de ordem objetiva ou 
subjetiva. Os requisitos objetivos são aqueles relacionados com a quantidade de 
pena imposta. Vejamos: 
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) 
anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; 
Importa aqui destacar que a condenação por crime culposo ou 
contravenção penal não impede a aplicação do sursis. Vale lembrar que o 
§ 1º do art. 77 autoriza ainda a concessão do benefício se o réu for 
reincidente em crime doloso cuja única condenação tenha sido a pena de 
multa (ver Súmula 499, STF). 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do 
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do 
benefício; 
A análise de requisitos subjetivos também é necessária para analisar o 
cabimento da suspensão condicional. 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste 
Código. 
O sursis somente poderá ser aplicado quando não for cabível a 
substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos. 
 
41 
 
Ou seja, primeiro, verifica-se a possiblidade de aplicar penas restritivas de 
direito. Não sendo possível, verificar se o réu preenche os requisitos do 
sursis. 
Vejamos o quadro exemplificativo: 
 
Sursis simples Sursis especial Sursis etário 
Sursis 
humanitário 
Previsão 
Legal 
art. 77 c/c 78, 
§1º, CP 
art. 77 c/c 78, §2º, 
CP 
art. 77, §2º, 
1ª parte, CP 
art. 77, §2º, 2ª 
parte, CP 
Pressupostos 
Pena imposta não superior a 2 anos 
(considerando o concurso de crimes) 
Pena imposta não superior a 4 
anos (considerando o concurso 
de crimes) 
Período de prova entre 2 e 4 anos Período de prova entre 4 e 6 
anos 
- Reparação do 
dano ou 
comprovada 
impossibilidade de 
fazê-lo 
Maior de 70 
anos 
- 
- Condições 
favoráveis (art. 59) 
 Condenado 
doente 
Condições no 
1º ano 
Sujeitar-se às 
condições do 
art. 78, §1º, CP 
Sujeitar-se às 
condições do art. 
78, §2º, CP 
Sujeitar-se às condições do art. 
78, §1º ou §2º, CP, dependendo 
se reparou ou comprovou a ser 
impossível fazê-lo. 
Requisitos Condenado não reincidente em crime doloso 
Circunstâncias judiciais favoráveis 
Não indicada ou cabível pena restritiva de direitos. 
Revogação obrigatória do sursis 
As hipóteses de revogação obrigatória do sursis estão listadas no art. 81, CP: 
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
É necessário haver o trânsito em julgado da sentença penal condenatória para 
que se tenha a revogação. Durante o julgamento do novo crime, o período de 
prova será prorrogado até a decisão definitiva, conforme art. 81, § 2º, CP. 
A doutrina majoritária entende que a condenação exclusiva em pena de multa 
não deve resultar em revogação da suspensão, pois a mesma não seria óbice à 
concessão do benefício, no caso de reincidência. 
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo 
justificado, a reparação do dano; 
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código 
 
 
42 
 
Revogação facultativa do sursis 
O artigo 81 prevê, em seu § 1º, que: “§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o 
condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente 
condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou 
restritiva de direitos.” 
Neste caso, o juiz, ao invés de revogar a suspensão condicional da pena, poderá 
prorrogar o período de prova até o máximo, conforme disposto no art. 81, § 3º, 
CP. 
 
Extinção da pena 
De acordo com o art. 82, “Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, 
considera-se extinta a pena privativa de liberdade”. Antes de declarar a extinção da 
pena, o juízo deverá ouvir o Ministério Público e a defesa, a fim de verificar a 
inexistência de outros processos criminais que envolvam o beneficiado, 
circunstância que prorrogaria o prazo. 
 
Livramento Condicional 
O Livramento condicional consiste em uma modalidade de liberdade antecipada 
e se dá com a proximidade do fim do cumprimento da pena privativa de 
liberdade. 
Tal benefício decorre do sistema progressivo de cumprimento de pena previsto 
no Código Penal. Os requisitos para sua concessão estão elencados no art. 83 do 
Código Penal. 
 
 
Requisitos do livramento condicional 
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena 
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: 
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em 
crime doloso e tiver bons antecedentes; 
A reincidência em contravenções e crimes culposos não impedem a 
concessão com 1/3 da pena cumprida. 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; 
Este requisito não se aplica aos primários de maus antecedentes; que 
deverão cumprir um quantum intermediário entre 1/3 e metade da pena. 
 
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Se tratando de reincidência dolosa, exige-se o cumprimento mínimo de 
metade da pena. 
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, 
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à 
própria subsistência mediante trabalho honesto; 
O “comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, 
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído” será averiguado pela 
autoridade penitenciária. 
Já a “aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto” 
não depende de garantia ou promessa de trabalho ou emprego, apenas a 
aptidão para o trabalho. 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado 
pela infração; 
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por 
crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente 
específico em crimes dessa natureza. 
Inciso acrescido ao CP pela Lei de Crimes Hediondos (L. 8.072/90), veda a

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