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1 5ª SEMANA DIREITO PENAL 2ª FASE 2 Sumário DIREITO PENAL .............................................................................................................................................. 3 Teoria da Pena ............................................................................................................................................. 3 Sursis ........................................................................................................................................................... 40 Modalidades de sursis .............................................................................................................................. 40 Revogação obrigatória do sursis ............................................................................................................. 41 Revogação facultativa do sursis .............................................................................................................. 42 Extinção da pena ....................................................................................................................................... 42 Livramento Condicional ............................................................................................................................ 42 Condições do livramento condicional ..................................................................................................... 43 Revogação do livramento condicional .................................................................................................... 44 Extinção da pena ....................................................................................................................................... 45 Medida de segurança ................................................................................................................................ 45 Espécies de Medida de Segurança .......................................................................................................... 45 Cabimento .................................................................................................................................................. 45 Duração da medida de segurança ........................................................................................................... 46 PROCESSO PENAL ....................................................................................................................................... 46 Ação Penal ................................................................................................................................................. 46 Jurisdição .................................................................................................................................................... 69 Competência .............................................................................................................................................. 73 Provas ......................................................................................................................................................... 74 PROVAS ............................................................................................................................................................ 79 JECRIM ........................................................................................................................................................... 101 PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL ....................................................................................................................... 106 Memoriais ................................................................................................................................................. 106 AGRAVO EM EXECUÇÃO ............................................................................................................................ 119 CARTA TESTEMUNHÁVEL .......................................................................................................................... 129 HABEAS CORPUS ........................................................................................................................................ 131 RECLAMAÇÃO NOS TRIBUNAIS SUPERIORES ............................................................................................. 142 3 DIREITO PENAL Teoria da Pena O Artigo 5º, XLVII, da CRFB/88 dispõe que não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX, CRFB/88; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento (O banimento recai sobre os nacionais. Já a extradição, a deportação e a expulsão recaem sobre os estrangeiros); e) cruéis; Teoria mista ou eclética ou unificadora (reprovação + prevenção) Temos duas teorias conciliadas no caput do artigo 59 do Código Penal: Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada por outra espécie de pena se cabível. TEORIA ABSOLUTA: - Reprovação! - Surgiu primeiro... TEORIA RELATIVA: - Prevenção! - Surgiu depois... Estas teorias sempre foram antagônicas! O Código Penal misturou as duas! (Teoria Mista ou Eclética ou Unificadora) A) TEORIA ABSOLUTA (REPROVAÇÃO): A pena é uma compensação/castigo/retribuição pela infração penal cometida. 4 Os fundamentos da Teoria Absoluta são: Necessidade Moral (Existe uma necessidade sob o ponto de vista moral de retribuir aquele mal.) e Satisfação da Justiça (É necessário satisfazer a justiça no caso concreto através daquela retribuição). A finalidade da Teoria Absoluta é completamente desvinculada de qualquer efeito social. Ela pressupõe uma duração/gravidade/intensidade proporcionais ao delito. B) TEORIA RELATIVA (PREVENÇÃO): A pena deve ser aplicada com algum fim utilitário... A pena possui a finalidade de prevenir a prática de novos delitos... A prevenção se divide em Prevenção Geral e Prevenção Especial: NEGATIVA Intimidação GERAL (Sociedade) POSITIVA Conscientização PREVENÇÃO NEGATIVA Neutralização ESPECIAL (Condenado) POSITIVA Ressocialização PREVENÇÃO GERAL: Voltada para a Sociedade! PREVENÇÃO ESPECIAL: Voltada para o Condenado! Prevenção Geral Negativa: INTIMIDAÇÃO Fazer com que as pessoas pensem duas vezes antes de delinquir... Pois existe a ameaça da pena... Prevenção Geral Positiva: CONSCIENTIZAÇÃO Fazem com que as pessoas percebam que o direito existe e deve ser respeitado... As pessoas deverão se conscientizar de que o direito ainda está vigente... Prevenção Especial Negativa: NEUTRALIZAÇÃO Neutralizar aquele delinquente e impedir que ele reitere a atividade criminosa... Ele será retirado de circulação por algum tempo... Prevenção Especial Positiva: RESSOCIALIZAÇÃO Utilizar mecanismos ressocializadores... O condenado será devolvido ao convívio social após o cumprimento da pena. Podemos citar os artigos 10 e 22 da Lei n.º 7.210/84 (LEP): 5 Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. Pena de multa A multa consiste na realizaçãode um pagamento ao Fundo Penitenciário. Porém, a lei não exige que o pagamento ocorra para o Fundo Penitenciário Nacional. Logo, é possível que os Estados criem os seus próprios Fundos Penitenciários Estaduais com vistas ao recebimento dos valores oriundos de pena de multa criminal. Temos como exemplo o FUNPESP (Fundo Penitenciário do Estado de São Paulo – Lei 9.171/95). A pena de multa pode ser Originária ou Substitutiva/Vicariante: - Conceito da pena de multa originária: É aquela descrita no preceito secundário do próprio tipo penal incriminador - Pode ser isolada (apenas nas contravenções penais). - Pode ser cumulativa com a pena privativa de liberdade. - Pode ser alternativa com a pena privativa de liberdade. - Conceito da pena de multa substitutiva/vicariante: É aquela que decorre da substituição da pena privativa de liberdade (art. 44, §2º, CP), desde que a pena privativa de liberdade seja menor ou igual a 01 (um) ano, o réu não seja reincidente em crime doloso, as circunstâncias do artigo 59, CP sejam favoráveis e que o crime seja cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa. Artigo 60, §2º, do Código Penal (Revogação Tácita x Vigência): Permite a substituição da pena privativa de liberdade pela pena de multa, desde que a pena privativa de liberdade seja menor ou igual a 06 (seis) meses; o réu não seja reincidente em crime doloso; e que as circunstâncias do artigo 59 do Código Penal sejam favoráveis. - Revogação Tácita: Há corrente doutrinária no sentido de que o Artigo 60, §2º, do Código Penal foi revogado tacitamente pelo Artigo 44, §2º, do Código Penal, na forma da redação dada pela Lei 9.714/98, tendo em vista que a referida lei passou a permitir a substituição da pena privativa de liberdade pela pena de multa sempre que a pena privativa de liberdade fosse menor ou igual a 01 ano. - Vigência: Há corrente doutrinária no sentido de que o Artigo 60, §2º, do Código Penal não foi revogado tacitamente pelo Artigo 44, §2º, do Código 6 Penal, na forma da redação dada pela Lei 9.714/98, tendo em vista que os requisitos são diferentes... Artigo 44, §2, do Código Penal: - Desde que a pena privativa de liberdade seja menor ou igual a 01 (um) ano... - Desde que o réu não seja reincidente em crime doloso... - Desde que as circunstâncias do artigo 59 do Código Penal sejam favoráveis... - Desde que o crime seja cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa... Artigo 60, §2º, do Código Penal: - Desde que a pena privativa de liberdade seja menor ou igual a 06 (seis) meses... - Desde que o réu não seja reincidente em crime doloso... - Desde que as circunstâncias do artigo 59 do Código Penal sejam favoráveis... Como arbitrar o valor da multa originária? - Primeira Fase: Fixar o número de dias-multa (Mínimo: 10 dias; Máximo: 360 dias) - Segunda Fase: Fixar o valor de cada dia-multa (Mínimo: 1/30 do salário mínimo mensal; Máximo: 5 vezes o salário mínimo mensal) OBS: O valor máximo pode ser aumentado até o triplo (15 salários mínimos) Como arbitrar o valor da multa substitutiva/vicariante? Não existe um critério expresso na legislação. Sendo assim, os juízes costumam se prender ao montante mínimo previsto em lei no tocante aos 10 (dez) dias-multa, observando apenas a condição econômica do réu na fixação do valor de cada um destes dias-multa... É possível a Cumulação de Multas? Podemos ter multa originária e multa substitutiva/vicariante no mesmo caso concreto? - Podemos Cumular as Multas (Corrente Majoritária): A corrente majoritária entende que é possível cumular as multas... - Não Podemos Cumular as Multas (Corrente Minoritária): A corrente majoritária entende que não é possível cumular as multas, pois a pena de multa substitutiva/vicariante absorve a pena de multa originária... Súmula 171 do STJ: “Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.” Não é possível efetuar a substituição da pena privativa de liberdade por pena de multa quando estivermos diante de crimes previstos na legislação especial. Porém, vamos considerar esta Súmula inconstitucional quando na defesa do réu. 7 Súmula 43 do STJ: “Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.” O valor da multa deve ser atualizado pelos índices de correção monetária por ocasião da execução da pena de multa. A referida correção deve incidir da data do efetivo prejuízo, o que significa que a mesma deve correr a partir do dia em que foi cometido o delito... Como ocorre o pagamento da pena de multa? A multa deverá ser paga em até 10 (dez) dias após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. O juiz pode permitir o pagamento em parcelas mensais mediante requerimento do condenado. O juiz poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do condenado antes de tomar a sua decisão de parcelamento. Se não for feito o pagamento nem o pedido de parcelamento no prazo de 10 (dez) dias, deverá ser extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como título executivo judicial para fins de execução. Como ocorre a execução da pena de multa? A pena de multa não poderá ser convertida em pena privativa de liberdade, tendo em vista que apesar de possuir natureza penal, a multa é considerada uma dívida de valor. Sendo assim, a multa não paga deverá sofrer execução. O STJ entende que a referida execução deve ser efetuada pela Procuradoria da Fazenda. Suspensão da Execução da Multa: A execução da pena de multa será suspensa se sobrevier ao condenado doença mental. Contudo, o curso do prazo prescricional não será suspenso, por ausência de previsão legal... Morte do Condenado e Execução Contra os Herdeiros: De acordo com o Princípio da Intranscendência (Artigo 5º, XLV, da CRFB/88), a pena não pode passar da pessoa do condenado. Sendo assim, a pena morre com o agente, causando a extinção da punibilidade, na forma do artigo 107, I, do Código Penal Logo, não é possível a execução da pena de multa em face dos herdeiros... Habeas Corpus e Pena de Multa: De acordo com a Súmula 693 do STF, “não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.” Desconto Direto do Contracheque do Condenado: 8 De acordo com o Artigo 50, §1º, do Código Penal, a cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário; quando aplicada isoladamente; quando aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; e quando concedida a suspensão condicional da pena. Porém, o desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. Prazo Prescricional e Interrupção da Prescrição e Suspensão da Prescrição: A prescrição da pena de multa ocorre em 05 (cinco) anos, na forma do artigo 174 do Código Tributário Nacional. Trata-se do mesmo prazo de prescrição da cobrança do crédito tributário. A interrupção ocorre a partir do despacho do juiz que ordena a citação em execução fiscal. A suspensão ocorre a partir do momento em que o devedor não é encontrado ou que não são encontrados bens penhoráveis, na forma da Súmula 314 do STJ. Súmula 314, STJ Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente. Penas Restritivas de Direitos As penas restritivas de direito têm a finalidade de evitar a prisão do condenado através de restrições (Perda de bens ou valores; Interdição temporária de direitos; Limitação de fim de semana); e obrigações (prestação pecuniária; prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas). O Artigo 43 do Código Penal aponta 05 (cinco)penas restritivas de direitos: - Prestação pecuniária - Perda de bens ou valores - Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas - Interdição temporária de direitos - Limitação de fim de semana As penas restritivas de direitos possuem 03 (três) características principais: • Autônomas: As penas restritivas de direitos não podem ser cumuladas com as penas privativas de liberdade. 9 • Substitutivas: As penas restritivas de direitos não podem ser aplicadas diretamente pelo juiz. Sendo assim, é necessário que o juiz condene o indivíduo às penas privativas de liberdade e, posteriormente, substitua as mesmas pelas referidas penas restritivas. • Precárias: As penas restritivas de direitos podem ser reconvertidas em penas privativas de liberdade, caso o sentenciado cometa alguma das transgressões previstas em lei. O Artigo 44 do Código Penal elenca os requisitos das penas restritivas de direito: I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; Crimes Culposos: - Sempre será possível a substituição da pena. Crimes Dolosos: - Somente será possível a substituição da pena, Se a pena privativa de liberdade aplicada for menor ou igual a 04 (quatro) anos... + Se o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa... II - o réu não for reincidente em crime doloso; Não teremos qualquer impedimento à substituição se uma das infrações for culposa. Porém, a reincidência em crime doloso impedirá a substituição da pena. Excepcionalmente, o Artigo 44, §3º, do Código Penal admite a substituição da pena, mesmo nas hipóteses em que o réu for reincidente em crime doloso, desde que sejam preenchidos dois requisitos cumulativos: Desde que a medida seja socialmente recomendável no caso concreto; e Desde que a reincidência não tenha se operado em virtude da prática do mesmo crime... III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. - Trata-se de discricionariedade vinculado do juiz, que deverá analisar tais fatores: Culpabilidade Antecedentes Conduta Social Personalidade 10 Motivos Circunstâncias § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. Tráfico de Drogas e Substituição da Pena Privativa de Liberdade O Artigo 33, §4º, da Lei 11.343/2006 afirma expressamente que “Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa” Porém, a vedação da conversão das penas privativas de liberdade em restritivas de direito foi considerada inconstitucional nos autos do HC 97.256/RS, tendo em vista que o juiz deve analisar a possibilidade de conversão no caso concreto. Portanto, foi editada a Resolução nº 05 do Senado Federal (15/02/2012): É suspensa a execução da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos do §4º do Artigo 33 da Lei 11.343/2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus 97.256/RS.” Crimes Hediondos Em regra, os crimes hediondos são cometidos com o emprego de violência ou grave ameaça. Os crimes hediondos têm a pena fixada acima de 04 (quatro) anos, o que por si só afasta a possibilidade de substituição da pena. Excepcionalmente, é possível que a pena fique abaixo deste limite. Podemos citar uma tentativa de estupro de vulnerável. Pena de 08 (oito) anos reduzida em 2/3. Nesses casos o STF tem admitido a substituição da pena 11 privativa de liberdade pela restritiva de direitos, desde que os demais requisitos estejam presentes. Infrações de Menor Potencial Ofensivo As infrações de menor potencial ofensivo são de competência do JECRIM, portanto, admitem a aplicação antecipada de pena restritiva de direitos ou multa, na forma da transação penal (Artigo 76 da Lei 9.099/95). Sendo assim, se o agente pode receber a pena restritiva de direitos antes mesmo da ação penal, não é razoável que o agente já condenado seja proibido de ter acesso à substituição. Motivo pelo qual a substituição deve ser admitida, desde que os demais requisitos estejam presentes. Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher O artigo 17 da Lei 11.340/2006 estabelece que é vedada a aplicação nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique no pagamento isolado de multa. Contudo, trata-se de vedação meramente parcial, tendo em vista que as demais espécies de penas restritivas de direito não serão vedadas, e desde que os demais requisitos estejam presentes... Violência Imprópria A violência imprópria ocorre nos casos em que o agente não emprega violência física/grave ameaça, porém, reduz de alguma forma a capacidade de resistência da vítima. O STJ entende que a violência imprópria não é violência, motivo pelo qual permite a substituição da pena. Duração das Penas Restritivas de Direito: As penas restritivas de direito terão o mesmo prazo de duração das penas privativas de liberdade nas seguintes hipóteses: Exemplo: Prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas; Interdição temporária de Direitos; Limitação de final de semana... Porém, algumas penas restritivas de direito não vão ter prazo, por total impossibilidade fática. Exemplo: Prestação pecuniária; Perda de bens ou valores... 12 Devemos prestar atenção especial no artigo 28 da Lei n.º 11.343/2006 (Lei de Drogas), pois não há qualquer pena privativa de liberdade para o crime do usuário. Sendo assim, a duração das penas restritivas de direito será diferente. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. § 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisosII e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. § 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. Conversão em Pena Privativa de Liberdade: O CP e a Lei de Execuções Penais preveem hipóteses em que a pena restritiva de direitos, vai ser revogada pelo juiz, retornando para a pena privativa de liberdade. Descumprimento injustificado da restrição imposta: Prestação Pecuniária: a) Quando o sentenciado deixa de prestá-la injustificadamente. Perda de Bens ou Valores: a) Quando o sentenciado se desfaz do bem/valor declarado perdido pelo juiz. Prestação de Serviços à Comunidade: 13 a) Quando o sentenciado não comparece ao estabelecimento designado para prestar o serviço; b) Quando o sentenciado se recusar a prestar o serviço; c) Quando o sentenciado não é encontrado para dar início ao cumprimento da pena. Interdição Temporária de Direitos: a) Quando o sentenciado exerce injustificadamente o direito interditado; b) Quando o sentenciado não é encontrado para dar início ao cumprimento da pena. Limitação de Final de Semana: a) Quando o sentenciado não comparecer ao estabelecimento designado para cumprir a pena; b) Quando o sentenciado se recusar a exercer alguma atividade designada pelo juiz; c) Quando o sentenciado não é encontrado para dar início ao cumprimento da pena. Superveniência de condenação a pena privativa de liberdade por outro crime: A superveniência de condenação a pena privativa de liberdade por outro crime pode gerar a conversão da pena restritiva de direito em pena privativa de liberdade quando o cumprimento da pena restritiva de direito se tornar inviável. Podemos citar o exemplo do agente que é preso e, portanto não vai poder prestar serviços à comunidade. Contudo, podemos manter a pena restritiva de direitos se ambas forem compatíveis. É irrelevante que a nova condenação se refira a crime cometido antes ou depois daquele que gerou a pena restritiva de direitos. O que a lei exige são apenas 03 (três) requisitos: a) Que a nova condenação seja a pena privativa de liberdade; b) Que a nova condenação torne impossível o cumprimento da pena restritiva de direitos; e c) Que a nova condenação seja em razão da prática de crime (não pode ser contravenção). - Prática de Falta Grave (Artigo 51 da LEP): a) Descumprimento ou retardo injustificado da obrigação imposta... b) Não execução do trabalho, das tarefas ou das ordens recebidas... c) Desobedecer servidor público durante o cumprimento da pena... d) Desrespeitar qualquer pessoa com que deva relacionar-se... 14 Cumprimento da pena privativa de liberdade em caso de conversão: No cálculo da pena privativa de liberdade a ser executada, Deverá ser descontado o tempo já cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o cumprimento mínimo de 30 (trinta) dias de reclusão ou detenção. Detração Penal e Penas Restritivas de Direito: A detração penal é cabível nas penas restritivas de direito que substituem as penas privativas de liberdade por período equivalente. Exemplo: Prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas; Interdição temporária de Direitos; Limitação de final de semana... Porém, algumas penas restritivas de direito não vão admitir a detração penal pelo simples fato de não possuírem prazo equivalente às penas privativas de liberdade. Exemplo: Prestação pecuniária; Perda de bens ou valores... Prestação Pecuniária Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: I – prestação pecuniária. Artigo 45 – Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos artigos 46, 47 e 48. §1º – A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. §2º – No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. §3º – A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em 15 favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. O juiz determina que o condenado efetue pagamento de dinheiro: 01ª Opção: Para a vítima; 02ª Opção: Para os seus dependentes; ou 03ª Opção: Para uma entidade pública ou privada com destinação social. Mínimo: 01 salário mínimo/Máximo: 360 salários mínimos. Quando o valor for pago à vítima ou seus dependentes, o valor pago deverá ser deduzido de eventual condenação em ação de reparação civil. A regra geral é no sentido de que a prestação pecuniária seja paga em dinheiro, independente de aceitação do beneficiário... A exceção é no sentido de que a prestação pecuniária seja paga por outros meios, se houver aceitação do beneficiário. Podemos citar a entrega de cestas básicas a entidades assistenciais. A Lei Maria da Penha proíbe a aplicação de pena de prestação pecuniária ou cestas básicas à pessoa condenada por crime que envolva violência doméstica ou familiar contra a mulher. Prestação Pecuniária Multa Destinada à vítima (01ª Opção) Destinada aos dependentes (02ª Opção) Destinada à entidade pública/privada (com destinação social) (03ª Opção) Destinada ao Fundo Penitenciário (Nacional ou Estadual) O valor é descontado de eventual indenização cível O valor não é descontado de eventual indenização cível O descumprimento leva à reconversão em pena de prisão O descumprimento não leva à reconversão em pena de prisão 16 Perda de Bens e Valores Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: II – perda de bens e valores. Artigo 45 – Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos artigos 46, 47 e 48. §3º – A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do proveito obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. A perda dos bens e valores do condenado dar-se-á ao Fundo Penitenciário Nacional. Será possível a perda dos bens e valores para outros órgãos (excepcionalmente). Podemos citar o Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD), previsto no Art. 62, § 9º, da Lei n.º 11.343/2006... O juiz vai declarar os bens/valores perdidos até o teto (que for maior): O montante do prejuízo causado ou O provento obtido pelo agente ou por terceiro em consequência da prática do crime Os bens/valores devem ser delimitados pelo juiz na sentença, para evitar discussões em torno da possibilidade de serem esses bens/valores cobrados futuramente de herdeiros na hipótese de falecimento posterior do condenado. Sendo assim, com o trânsito em julgado da sentença, os bens já se consideram perdidos, não podendo ser exigidos como parte da herança se o réu morrer depois disso. Caso o magistrado não estabeleça na sentença os bens perdidos, caberá ao juiz da execução fazê-lo. O problema é que se o acusado morrer antes disso, vai surgir uma discussão acerca de tais bens fazerem parte da herança. BENS: Podem sermóveis ou imóveis VALORES: Podem ser a moeda corrente depositada em instituições financeiras 17 Podem ser papéis negociáveis na bolsa de valores (exemplo: ações) Perda de Bens e Valores ≠ Confisco: CONFISCO: Só cabe o confisco dos instrumentos do crime (instrumenta sceleris); dos produtos do crime (producta sceleris); e do proveito obtido com o crime PERDA DE BENS E VALORES: O condenado vai perder seus bens e valores legítimos Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: IV – prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas. Artigo 46 – A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. §1º – A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. §2º – A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. O condenado deverá prestar tarefas gratuitas em estabelecimentos assistenciais, hospitais, etc. O juiz só pode optar pela prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas se a pena aplicada na sentença foi superior a 06 (seis) meses... Os serviços devem ser prestados por 01 (uma) hora de trabalho por dia de condenação, para não prejudicar a jornada normal de trabalho do condenado. Se a pena aplicada na sentença foi superior a 01 (um) ano, é facultado ao condenado cumpri-la em tempo menor, Através de um número mais elevado de horas-tarefa por dia, porém, nunca inferior à metade da pena originariamente imposta. As tarefas devem ser atribuídas de acordo com a aptidão do sentenciado. O juiz pode a todo tempo promover alterações na forma de prestação de serviços à comunidade. 18 Interdição Temporária de Direitos Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: V – interdição temporária de direitos. As interdições de direitos podem ser genéricas ou específicas: Interdições Genéricas: a) Proibição de frequentar determinados lugares: Bares, boates, casas de jogos,... - Interdições Específicas: a) Proibição do exercício de cargo, função pública ou mandato eletivo: Arbitrada para os casos de condenados por crimes praticados no exercício de cargo, função pública ou mandato eletivo, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. b) Proibição de exercício de atividade, profissão ou ofício que dependa de licença: Dentista, médico, advogado, corretor,... c) Suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo: Vale apenas para ciclomotores, que são os veículos de duas ou três rodas com no máximo 50 cilindradas e com velocidade máxima de 50 km/h. Isto ocorre, uma vez que a suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículos automotores já é uma pena cumulativa para os casos dos Arts. 302, 303, 306, 307, 308 do Código de Trânsito. d) Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos: Arbitrada para os casos de condenados por fraudes em certames públicos (Art. 311-A). Limitação de Final de Semana Artigo 43 – As penas restritivas de direitos são: VI – limitação de fim de semana. Artigo 48 – A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Parágrafo Único – Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. O condenado terá que passar 05 (cinco) horas diárias em casa de albergado durante o sábado e domingo. 19 Poderão ser ministradas ao condenado palestras e cursos ao longo destes períodos. Parte da doutrina chama esta pena de “prisão descontínua”. Penas Privativas de Liberdade Reclusão x Detenção: São as modalidades de penas privativas de liberdade arbitradas para os crimes. RECLUSÃO DETENÇÃO Infrações penais de > gravidade Infrações penais de < gravidade Pode iniciar no regime aberto Pode iniciar no regime aberto Pode iniciar no regime semiaberto Pode iniciar no regime semiaberto Pode iniciar no regime fechado Não pode iniciar no regime fechado (O regime fechado só é possível na regressão) (Através do juiz das execuções) Concurso Material Com Cumulação de Reclusão + Detenção Executa Primeiro: Reclusão Executa Segundo: Detenção Concurso Material Com Cumulação de Reclusão + Detenção Executa Primeiro: Reclusão Executa Segundo: Detenção Medida de Segurança Internação Medida de Segurança Internação ou Tratamento Ambulatorial Prisão Simples: É a modalidade de pena privativa de liberdade, arbitrada para as contravenções penais. Só é admita a prisão simples para o caso de reincidência, tendo em vista que existem inúmeras medidas despenalizadoras para evitá-la, tais como a transação penal e a suspensão condicional do processo. 20 Além disso temos a possibilidade de substituição pela pena restritiva de direitos PRISÃO SIMPLES A pena pode ser cumprida no regime aberto A pena pode ser cumprida no regime semiaberto A pena não pode ser cumprida no regime fechado (Nem mesmo na hipótese de regressão) A pena deve ser cumprida sem rigor penitenciário O sentenciado deve cumprir a pena separado (daqueles condenados por crimes) O trabalho é facultativo (quando a pena aplicada não superar 15 dias) Sistemas Prisionais: Os principais sistemas penitenciários são: - Pensilvânico ou Filadélfia ou Solitary System - Auburniano ou Silent System - Progressivo Inglês A) PENSILVÂNICO OU FILADÉLFIA OU SOLITARY SYSTEM: O preso era recolhido à sua cela e ficava completamente isolado; não podia trabalhar; no podia receber visitas. O preso era estimulado ao arrependimento pela leitura da bíblia... - PALAVRA CHAVE: Isolamento. - CRÍTICA: Impossibilitava a readaptação social do condenado. B) AUBURNIANO OU SILENT SYSTEM: O isolamento era apenas no período noturno; podia trabalhar durante o dia; não podia receber visitas; era imposto um silêncio absoluto ente os presos... - PALAVRA CHAVE: Silêncio. - CRÍTICA: Indiferença quanto à instrução e o aprendizado dos presos. C) PROGRESSIVO INGLÊS: Era um sistema pautado em três estágios: - 1º Etapa (Período de Prova): O preso ficava completamente isolado (pensilvânico ou filadélfia ou solitary system). - 2º Etapa: O preso deveria permanecer em silêncio absoluto (auburniano ou silent system). O preso passava a ter direito de realizar o trabalho comum, mas deveria permanecer isolado no período noturno. 21 - 3º Etapa: O preso passaria a ter direito ao livramento condicional. O sistema progressivo consagrou-se no Brasil, na forma do Artigo 33, §2º, do Código Penal. Regime Inicial de Cumprimento de Pena: O juiz deve analisar 04 (quatro) fatores ao arbitrar o regime inicial de cumprimento de pena: - Se o crime é apenado com reclusão ou detenção; - O montante da pena aplicada na sentença; - Se o réu é primário ou reincidente; e - Se as circunstâncias do Artigo 59 do CP são favoráveis ou desfavoráveis. CRIMES APENADOS COM RECLUSÃO - > 8 ANOS > 04 ANOS ≤ 08 ANOS ≤ 04 ANOS REINCIDENTE Fechado Fechado Fechado ou Semiaberto PRIMÁRIO Fechado Semiaberto Aberto Súmula 269 do STJ: “É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 04 (quatro) anos, se favoráveis as circunstâncias judiciais.” Súmula 718 do STF: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada”. Súmula 719 do STF: “A imposição do regimede cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.” Súmula 440 do STJ: “Fixada a pena base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta com base apenas na gravidade abstrata do delito.” CRIMES APENADOS COM DETENÇÃO - > 8 ANOS > 04 ANOS ≤ 08 ANOS ≤ 04 ANOS REINCIDENTE Semiaberto Semiaberto Semiaberto PRIMÁRIO Semiaberto Semiaberto Aberto Regime Inicial de Cumprimento de Pena: Mesmo que discorde dos argumentos lançados pelo juiz sentenciante para a fixação do regime inicial, não pode o juiz das execuções alterá-lo. 22 O regime só poderá ser mudado na Vara de Execuções Penais por razões supervenientes (progressão ou regressão). Omissão do Juiz Sentenciante em Fixar o Regime Inicial: Se a sentença transitar em julgado sem que o juiz tenha estabelecido o regime inicial de cumprimento da pena e sem que as partes tenham interposto embargos de declaração para sanar a omissão, a solução é o juiz da Vara de Execuções estabelecer o regime inicial. Crimes Hediondos ou Equiparados: De acordo com o Artigo 2º, §1º, da Lei 8.072/90, os condenados por crimes hediondos, por tráfico, terrorismo e tortura devem começar o cumprimento da pena privativa de liberdade pelo regime fechado, ainda que a pena fixada na sentença seja inferior a 08 (oito) anos e ainda que o condenado seja primário. No entanto, em 27/06/2012, o Plenário do STF declarou (08 votos x 03 votos) que o referido dispositivo era inconstitucional, por entender que a mesma violava o Princípio da Individualização da Pena. Sendo assim, mesmo nas hipóteses de crimes hediondos ou equiparados, o regime inicial de cumprimento da pena só poderá ser fechado, nas hipóteses em que a pena não for superior a 08 (oito) anos, se o condenado for reincidente ou se as circunstâncias do caso concreto indicarem uma gravidade diferenciada daquele crime. Cumprimento da pena em regime fechado - Estabelecimento de segurança máxima ou média... - Cela individual (dormitório + aparelho sanitário + lavatório)... - Ambiente saudável (insolação + aeração + condições térmicas adequadas)... - Área mínima de 6 metros quadrados... Se for penitenciária feminina: deve haver ala para gestantes e parturientes e creche para abrigar crianças maiores de 6 meses e menores de 7 anos. Se for penitenciária masculina: deve ser construída afastada dos centros urbanos, porém a uma distância que não restrinja o direito de visita. No início do cumprimento da pena, o acusado deve ser submetido a um exame criminológico para a obtenção de elementos necessários a uma adequada classificação, com vistas à individualização da pena. O preso fica sujeito a trabalho interno no período diurno e a isolamento no período noturno. 23 O trabalho externo é admissível desde que em serviços ou obras públicas. São admitidas permissões de saída (mediante escolta): a) Quando ocorrer falecimento ou doença grave do CADI b) Quando for necessário tratamento médico As permissões de saída são fornecidas pelo Diretor e não possuem prazo determinado. Se o Diretor negar, pode ser feito novo pedido ao Juiz da Execução. Regime Disciplinar Diferenciado A Lei 10.792/2003 criou o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que consiste na adoção temporária de tratamento mais gravoso para aquele preso que tiver infringido as regras. Há 03 (três) hipóteses alternativas de decretação: A) PRIMEIRA HIPÓTESE: Prática de crime doloso durante o cumprimento da pena que implique subversão da ordem ou disciplina internas. B) SEGUNDA HIPÓTESE: Existência de provas de que o preso apresenta alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. C) TERCEIRA HIPÓTESE: Fundadas suspeitas de envolvimento ou participação do preso a qualquer título em organizações criminosas, quadrilha ou bando. Há 03 (três) consequências cumulativas para o preso do RDD: A) PRIMEIRA CONSEQUÊNCIA: Recolhimento em cela individual. B) SEGUNDA CONSEQUÊNCIA: Visitas semanais por apenas 02 (duas) pessoas (sem contar as crianças), e por apenas 02 (duas) horas. C) TERCEIRA CONSEQUÊNCIA: Limite de 02 (duas) horas diárias de sol... Duração do RDD: A duração máxima do RDD é de 360 (trezentos e sessenta) dias, sem prejuízo da repetição da sanção por nova falta grave da mesma espécie, até atingir o limite de 1/6 (um sexto) da pena aplicada. Destinatários do RDD: Os destinatários do RDD são os presos (condenados ou provisórios) que se enquadrem em alguma das 03 (três) hipóteses legais de cabimento. Competência para Decretar a Medida: Só pode ser decretado pelo Juiz das Execuções, mediante oitiva do MP e da DEFESA antes de decidir, no prazo de 15 dias. 24 Constitucionalidade de Medida: O STJ já decidiu que o RDD é constitucional, pois atende ao Princípio da Proporcionalidade. Cumprimento da pena em regime semiaberto - Colônia Penal Agrícola ou Industrial (ou estabelecimento similar). - O exame criminológico é facultativo. - O condenado fica sujeito a trabalho interno durante o período diurno. - O condenado pode trabalhar externamente. - O condenado pode frequentar cursos profissionalizantes ou 2º grau ou superior... São admitidas saídas temporárias (sem escolta e com autorização judicial), para: a) Visitar a família b) Frequentar cursos profissionalizantes ou de 2º grau ou superior c) Participar em atividades que concorram para o retorno ao convívio social O benefício será concedido por prazo de até 7 (sete) dias, e pode ser renovado 4 (quatro) vezes por ano, com distanciamento mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias entre cada saída temporária, exceto no caso de frequência a cursos em que o prazo será necessário para as atividades. O Juiz deverá impor algumas condições: a) Fornecimento do endereço da família visita ou local em que pode ser encontrado b) Recolhimento à residência visitada durante o período noturno c) Proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres A saída temporária será concedida pelo Juiz após o preenchimento de requisitos: a) Comportamento adequado b) Cumprimento de 1/6 da pena (primário) ou 1/4 da pena (reincidente) c) Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena O benefício será automaticamente revogado quando: a) O condenado praticar fato definido como crime doloso b) O condenado for punido com falta grave c) O condenado desatender às condições impostas na autorização de saída temporária d) O condenado apresentar baixo rendimento no curso Se o beneficiado com a saída temporária não retornar para o Sistema Carcerário, ele será considerado fugitivo, devendo ser determinada a sua regressão para o regime fechado. 25 É possível exigir o monitoramento eletrônico, do condenado beneficiado com a saída temporária. Aplicação da Pena Privativa de Liberdade A pena privativa de liberdade será aplicada em 03 etapas. Estas etapas ainda não são o “critério trifásico”. 1º ETAPA (Artigo 59, incisos I e II, Código Penal): Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; • Artigo 59, inciso I, Código Penal: - Encontrar a ESPÉCIE de pena a ser aplicada (Reclusão ou Detenção): RECLUSÃO PRIVATIVAS DE LIBERDADE DETENÇÃO PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS MULTA 26 • Artigo 59, inciso II, Código Penal: - Encontrar a QUANTIDADE de pena a ser aplicada! - Seguiremos o critériotrifásico previsto no artigo 68 do Código Penal! Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. PENA BASE: Análise das circunstâncias judiciais previstas no artigo 59, caput, do Código Penal. As circunstâncias são judiciais porque seguem a discricionariedade do juiz. Porém, a discricionariedade não é absoluta, uma vez que o juiz fica preso ao artigo 59. Dessa forma, Nucci afirma que estamos diante de uma discricionariedade vinculada. Temos três grupos de circunstâncias judiciais (PESSOAIS + FATO + VÍTIMA): A) CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS DE CARÁTER PESSOAL: CULPABILIDADE: Nesse momento a culpabilidade não é um dos elementos da infração penal. Trata-se do grau de reprovabilidade da conduta do agente. Estamos diante da censurabilidade do ato praticado pelo agente. se o agente ocupa uma determinada posição social ou ocupa determinado cargo público, a sua conduta possui um maior grau de reprovabilidade. Essa reprovação não pode estar prevista no tipo penal. Exemplo: um policial envolvido em um furto ou roubo: Posso aumentar a pena dele com base na culpabilidade pelo fato de ser policial. Há uma maior reprovação pelo fato de ser policial, e o fato de ser policial não consta no próprio tipo penal como requisito. Exemplo: crime de peculato: Não posso aumentar a pena dele com base na culpabilidade pelo fato de ser funcionário. Há uma maior reprovação pelo fato de ser funcionário 27 público, porém o fato de ser funcionário público já consta no próprio tipo penal como requisito. ANTECEDENTES: São condenações anteriores transitadas em julgado que não caracterizem a reincidência. O que é reincidência? A reincidência é uma agravante prevista nos artigos 63 e 64 do Código Penal: Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Art. 64 - Para efeito de reincidência: I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. CRIME + CRIME REINCIDENTE CRIME + CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE CONTRAVENÇÃO + CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE CONTRAVENÇÃO + CRIME NÃO É REINCIDENTE Não se consideram os crimes militares próprios, que são aquelas infrações que só estão previstas no Código Penal Militar. Exemplo: crime de pederastia (artigo 235 do CPM). Não se consideram os crimes políticos, que são aquelas infrações que afetam a ordem social e a ordem democrática. O STF entende que os crimes políticos são aqueles previstos na Lei n.º 7170/83. Não se considera o crime anterior se a nova infração for praticada após 05 (cinco) anos. Este período de 05 (cinco) anos é chamado de “período de depuração”. Sendo assim, após o período de 05 (cinco) anos o agente se torna primário novamente. O período de prova do SURSIS e o período de livramento condicional vão ser contados. LOGO: Os antecedentes são condenações anteriores transitadas em julgado que não caracterizem a reincidência. Os antecedentes jamais desaparecerão... 28 Súmula 444 do STJ (2010): “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”. Essa súmula tem por base a presunção de inocência. Súmula 241 do STJ (2000): “A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial”. CONDUTA SOCIAL: Não há qualquer relação com inquéritos policiais ou ações em andamento. A conduta social é o comportamento do indivíduo no meio em que ele vive, é a história social do sujeito. É o seu comportamento no dia-a-dia. É o temperamento do sujeito; o seu jeito de agir perante a sociedade... PERSONALIDADE: A personalidade é auferida durante o interrogatório do réu. Rogério Greco entende que o juiz não tem condições de fazer essa análise. Ele afirma que somente psicólogos, psiquiatras ou terapeutas poderiam fazê-lo. Ele alega que a consideração da personalidade é ofensiva ao “direito penal do fato”. Trata-se de hipótese de “direito penal do autor”. B) CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS RELACIONADAS AO FATO: MOTIVOS DO CRIME: São as circunstâncias que levaram o agente a cometer a infração penal... CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME: Podemos citar o lugar do crime, o tempo de sua duração, a relação com a vítima. CONSEQUÊNCIAS DO CRIME: São os resultados indiretamente ocorridos através do crime. Podemos citar o exemplo do sujeito que pratica um homicídio. Temos como consequência do crime a dificuldade financeira dos filhos desta vítima. C) CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS RELACIONADAS À VÍTIMA: COMPORTAMENTO DA VÍTIMA: Trata-se da análise dos atos da vítima. Há casos em que a vítima provoca o agente e acaba contribuindo para a infração... PENA INTERMEDIÁRIA: Análise das circunstâncias legais (agravantes e atenuantes): Previstas nos artigos 61 e 62 do Código Penal (agravantes). Previstas nos artigos 65 e 66 do Código Penal (atenuantes). O seu quantum não vem fixado em lei (o juiz vai decidir de acordo com o caso concreto). 29 A Súmula 231 do STJ não permite a redução da pena abaixo do mínimo legal: “A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal”. A doutrina tem entendido que o razoável é agravar ou atenuar até 1/6 (um sexto), pelo fato de não existir um quantum pré-determinado em lei para o juiz no concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes. Teremos circunstâncias preponderantes no artigo 67 do Código Penal. A menoridade do réu prevalecerá sobre todas as outras (STJ e STF). PENA DEFINITIVA: Análise das causas de aumento e causas de diminuição (majorantes e minorantes): Podem vir na parte geral ou na parte especial do Código Penal. O seu quantum vem fixado na lei através de um intervalo fracionário. Exemplo: tentativa (artigo 14, parágrafo único, do Código Penal). Quando houver concurso entre causas de aumento e de diminuição na parte especial, o juiz poderá se limitar a uma única causa de aumento e uma única causa de diminuição, mas deverá prevalecer a causa que mais aumentar ou a causa que mais diminuir. 2º ETAPA (Artigo 59, inciso III, Código Penal): Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 30 • Artigo 59, inciso III, Código Penal: Momento de Definir o REGIME INICIAL de cumprimento da pena! Há 03 (três) regimes de cumprimento de pena (artigo 33, parágrafo primeiro, CP): Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. § 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. FECHADO: Execução da pena em estabelecimentode segurança máxima ou média. SEMIABERTO: Execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. ABERTO: Execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. FIXAÇÃO LEGAL DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA - O artigo 33, parágrafo segundo, do CP, dispõe acerca da fixação do regime inicial: Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso. a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; 31 b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. O CP determina a execução progressiva das penas privativas de liberdade, contudo, há a fixação do regime inicial do cumprimento da pena. O julgador deve observar dois critérios em conjunto para definir o regime inicial: QUANTIDADE DE PENA APLICADA + CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ARTIGO 59 DO CP QUANTIDADE DE PENA APLICADA: CONDENADO PENA DE RECLUSÃO REGIME FECHADO > 08 ANOS CONDENADO NÃO REINCIDENTE REGIME SEMIABERTO > 04 ANOS E ≤ 08 ANOS CONDENADO NÃO REINCIDENTE REGIME ABERTO ≤ 04 ANOS 32 CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ARTIGO 59 DO CP: Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: Culpabilidade Antecedentes VOLTADOS PARA O CONDENADO Conduta Social Personalidade Motivos Circunstâncias VOLTADOS PARA O CRIME Consequências Comportamento VOLTADO PARA A VÍTIMA Vejamos as Súmulas abaixo: SÚMULA 718 DO STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. SÚMULA 719 DO STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. SÚMULA 440 DO STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito. Se houver omissão no tocante ao regime inicial de cumprimento de pena, o condenado deverá ser submetido ao regime estabelecido pela quantidade da pena, tendo em vista que o juiz da vara de execução penal não pode analisar as circunstâncias. O artigo 66 da Lei n.º 7.210/84 (LEP) não faz menção à fixação do regime inicial... 33 Lei dos Crimes Hediondos (Lei n.º 8.072/90): O condenado por crime hediondo deverá cumprir a sua pena INICIALMENTE no regime fechado. Porém, é possível a progressão de regime, após o cumprimento de (artigo 2º, parágrafo segundo, da Lei n.º 8.072/90): - 2/5 da pena (condenado primário) - 3/5 da pena (condenado reincidente) Crime de Tortura (Lei n.º 9.455/97): O condenado pelo crime de tortura deverá cumprir a sua pena INICIALMENTE no regime fechado. Porém, é possível a progressão de regime: - Após a entrada em vigor da lei n.º 11.464/2007: - 2/5 da pena (condenado primário) - 3/5 da pena (condenado reincidente) - Antes da entrada em vigor da lei n.º 11.464/2007: - Aplicar a Súmula Vinculante N.º 26: “Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico”. - Requisito Subjetivo + 1/6 da pena Impossibilidade de cumprimento de pena em regime pior do que o da sentença: O STJ tem entendido que o condenado tem direito subjetivo ao cumprimento da pena na forma do regime estabelecido na sentença penal condenatória transitada em julgado. Sendo assim, o condenado não poderá ser submetido a regime mais gravoso em virtude da falta de vagas nos estabelecimentos relacionados ao seu regime. REGRAS DO REGIME FECHADO O condenado será submetido a um exame criminológico para orientar a individualização da execução. O condenado deverá trabalhar durante o dia. O trabalho deverá ser realizado internamente. O trabalho poderá ser realizado externamente em serviços ou obras públicas. Porém, no trabalho externo, é necessário um cumprimento mínimo de 1/6 da pena. 34 O condenado deverá ficar isolado no período da noite. PRESÍDIOS DE SEGURANÇA MÁXIMA Os presídios de segurança máxima (Lei n.º 11.671/2008) têm regras próprias. - Prazo máximo de 360 dias... - O prazo poderá ser prorrogado em caráter excepcional... A fundamentação da medida terá como base o “interesse da segurança pública”. O juiz federal da seção judiciária em que estiver o presídio de segurança máxima deverá decidir pela aceitação ou recusa do preso. Este juiz passará a ser responsável pela execução penal. REGRAS DO REGIME SEMIABERTO O condenado poderá ser submetido a um exame criminológico para orientar a individualização da execução (Súmula 439 do STJ): Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. Vejamos a Súmula 269 do STJ: “É admissível a adoção do regime prisional semi- aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.” REGRAS DO REGIME ABERTO O condenado poderá exercer atividades durante o dia (estudo, trabalho,...) O condenado deverá permanecer recolhido durante a noite e durante os dias de folga... O trabalho do condenado não gera remição, pelo fato de ser pré-requisito para a concessão do regime. Só há 04 exceções que permitem ao condenado deixar de trabalhar (artigo 116 da LEP): I – Condenado maior de 70 anos II – Condenado acometido de doença grave III – Condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental IV – Condenada gestante Cabe ressaltar, que a LEP fala em trabalho e não em emprego. 35 O juiz deverá estabelecer condições obrigatórias (artigo 115 da LEP): I – Permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga II – Sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados III – Não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial IV – Comparecer a juízo, para informar e justificar suas atividades, quando determinado O juiz poderá estabelecer condições adicionais de forma discricionária. PROGRESSÃO DE REGIME A LEP exige o cumprimento de dois critérios (artigo 112, caput, da lei n.º 7.210/84): Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. - CRITÉRIO OBJETIVO: Cumprimento de (pelo menos) 1/6 da pena - CRITÉRIO SUBJETIVO: Bom comportamento carcerário comprovadopelo diretor do estabelecimento. É o mérito do condenado A decisão será fundamentada (artigo 112, parágrafo único, da lei n.º 7.210/84): Deverá ser ouvido o MP (artigo 112, parágrafo único, da lei n.º 7.210/84): Deverá ser ouvido o Defensor (artigo 112, parágrafo único, da lei n.º 7.210/84): § 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. Como deve ser feito o cálculo da segunda progressão de regime? Há uma divergência doutrinária: 1/6 do total da pena x 1/6 da pena remanescente. A doutrina majoritária tem entendido que deverá ser calculado 1/6 da pena remanescente. Não é possível a progressão por saltos. O condenado precisa atravessar um regime de cada vez. A progressão deve obedecer ao regime legal imediatamente seguinte ao que o condenado vem cumprindo a pena. 36 O STF possui algumas Súmulas relativas à progressão de regime: - Súmula 716 do STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. - Súmula 717 do STF: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial. A prisão especial consiste no recolhimento em um local distinto da prisão comum. Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: I - os ministros de Estado; II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados; IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; VI - os magistrados; VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; VIII - os ministros de confissão religiosa; IX - os ministros do Tribunal de Contas; X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. § 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. § 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana. § 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. § 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. 37 - Súmula Vinculante n.º 26: “Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.” O condenado por crime hediondo deverá cumprir a sua pena INICIALMENTE no regime fechado... - Porém, é possível a progressão de regime: - Após o cumprimento de (artigo 2º, parágrafo segundo, da Lei n.º 8.072/90): 2/5 da pena (condenado primário) 3/5 da pena (condenado reincidente) O STJ possui uma Súmula relativa à progressão de regime: - Súmula 439 do STJ: “Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada”. Cabe ressaltar, que a realização do exame criminológico não é mais obrigatória para fins de concessão da progressão de regime. Porém, caso o juiz entenda necessário, ele poderá determinar a sua realização, mas deverá fundamentar os motivos relativos à realização do exame criminológico. O artigo 33, parágrafo quarto, do Código Penal dispõe que: “O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais”. REGRESSÃO DE REGIME A LEP disciplinou a regressão de regime no artigo 118: Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 38 “praticar fato definido como crime doloso (...)” GARANTISTAS: A parte inicial do inciso I não foi recepcionada pela CRFB/88. Isto ocorre, uma vez que o legislador falou em “prática de fato definido como crime”. Tal atitude violaria o princípio da presunção de inocência. Sendo assim, é necessário o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Para que possa haver a regressão de regime... X STJ: O STJ tem entendido no sentido de que não é necessário o trânsito em julgado para que seja efetuada a regressão de regime. Basta um quantum de certeza suficiente quanto ao crime e sua autoria, o que já será possível a partir do recebimento da denúncia... “(...) ou falta grave” A parte final do inciso I consiste na prática de falta grave por parte do condenado: Art. 50 da Lei n.º 7.210/84 (LEP) – Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; II - fugir; III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; IV - provocar acidente de trabalho; V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. Art. 39 da Lei n.º 7.210/84 (LEP) – Constituem deveres do condenado: II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; Cabe ressaltar, que o artigo 52 da LEP também dispõe acerca da falta grave... Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime 39 disciplinar diferenciado, com as seguintes características: I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; II - recolhimento em cela individual; III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. O condenado terá que ser ouvido antes de o juiz determinar a regressão... § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizaçõescriminosas, quadrilha ou bando. II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado. 3º ETAPA (Artigo 59, inciso IV, Código Penal): Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. • Artigo 59, inciso IV, Código Penal: 40 Verificar a POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO da pena privativa de liberdade por uma Pena Restritiva de Direitos! OU Por uma Pena de Multa! Se não for possível a substituição: Deverá verificar a possibilidade do SURSIS... Sursis A suspensão condicional da pena – ou sursis processual – é um instituto de política criminal, que permite a suspensão da execução da pena privativa de liberdade, mediante o cumprimento de determinadas conduções sob um determinado período de tempo. Modalidades de sursis O Código Penal prevê 4 modalidades de sursis; o sursis simples (art. 77 c/c art. 78, § 1º), o sursis especial (art. 77 c/c art. 78, § 2º), o sursis etário (art. 77 c/c art. 78, § 2º, 1ª parte) e o sursis humanitário (art. 77 c/c art. 78, § 2º, 2ª parte). Os requisitos para a concessão do sursis podem ser de ordem objetiva ou subjetiva. Os requisitos objetivos são aqueles relacionados com a quantidade de pena imposta. Vejamos: Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; Importa aqui destacar que a condenação por crime culposo ou contravenção penal não impede a aplicação do sursis. Vale lembrar que o § 1º do art. 77 autoriza ainda a concessão do benefício se o réu for reincidente em crime doloso cuja única condenação tenha sido a pena de multa (ver Súmula 499, STF). II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; A análise de requisitos subjetivos também é necessária para analisar o cabimento da suspensão condicional. III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. O sursis somente poderá ser aplicado quando não for cabível a substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos. 41 Ou seja, primeiro, verifica-se a possiblidade de aplicar penas restritivas de direito. Não sendo possível, verificar se o réu preenche os requisitos do sursis. Vejamos o quadro exemplificativo: Sursis simples Sursis especial Sursis etário Sursis humanitário Previsão Legal art. 77 c/c 78, §1º, CP art. 77 c/c 78, §2º, CP art. 77, §2º, 1ª parte, CP art. 77, §2º, 2ª parte, CP Pressupostos Pena imposta não superior a 2 anos (considerando o concurso de crimes) Pena imposta não superior a 4 anos (considerando o concurso de crimes) Período de prova entre 2 e 4 anos Período de prova entre 4 e 6 anos - Reparação do dano ou comprovada impossibilidade de fazê-lo Maior de 70 anos - - Condições favoráveis (art. 59) Condenado doente Condições no 1º ano Sujeitar-se às condições do art. 78, §1º, CP Sujeitar-se às condições do art. 78, §2º, CP Sujeitar-se às condições do art. 78, §1º ou §2º, CP, dependendo se reparou ou comprovou a ser impossível fazê-lo. Requisitos Condenado não reincidente em crime doloso Circunstâncias judiciais favoráveis Não indicada ou cabível pena restritiva de direitos. Revogação obrigatória do sursis As hipóteses de revogação obrigatória do sursis estão listadas no art. 81, CP: Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; É necessário haver o trânsito em julgado da sentença penal condenatória para que se tenha a revogação. Durante o julgamento do novo crime, o período de prova será prorrogado até a decisão definitiva, conforme art. 81, § 2º, CP. A doutrina majoritária entende que a condenação exclusiva em pena de multa não deve resultar em revogação da suspensão, pois a mesma não seria óbice à concessão do benefício, no caso de reincidência. II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código 42 Revogação facultativa do sursis O artigo 81 prevê, em seu § 1º, que: “§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.” Neste caso, o juiz, ao invés de revogar a suspensão condicional da pena, poderá prorrogar o período de prova até o máximo, conforme disposto no art. 81, § 3º, CP. Extinção da pena De acordo com o art. 82, “Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade”. Antes de declarar a extinção da pena, o juízo deverá ouvir o Ministério Público e a defesa, a fim de verificar a inexistência de outros processos criminais que envolvam o beneficiado, circunstância que prorrogaria o prazo. Livramento Condicional O Livramento condicional consiste em uma modalidade de liberdade antecipada e se dá com a proximidade do fim do cumprimento da pena privativa de liberdade. Tal benefício decorre do sistema progressivo de cumprimento de pena previsto no Código Penal. Os requisitos para sua concessão estão elencados no art. 83 do Código Penal. Requisitos do livramento condicional Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; A reincidência em contravenções e crimes culposos não impedem a concessão com 1/3 da pena cumprida. II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; Este requisito não se aplica aos primários de maus antecedentes; que deverão cumprir um quantum intermediário entre 1/3 e metade da pena. 43 Se tratando de reincidência dolosa, exige-se o cumprimento mínimo de metade da pena. III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; O “comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído” será averiguado pela autoridade penitenciária. Já a “aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto” não depende de garantia ou promessa de trabalho ou emprego, apenas a aptidão para o trabalho. IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. Inciso acrescido ao CP pela Lei de Crimes Hediondos (L. 8.072/90), veda a
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