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CURSO DE GRADUAÇÃO DE PSICOLOGIA 
 
 
Letícia Bernardes Cruz 
Natalia da Silva Carniello 
Pedro Pasquini Martinez 
Raissa Isabelle da Silva Araújo 
 
 
 
 
Atividade A3 da Unidade Curricular “Análise e Modificação do 
Comportamento” 
Análise e Planos de Tratamento – “Caso Letícia” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José dos Campos/SP 
2024 
 
CURSO DE GRADUAÇÃO DE PSICOLOGIA 
 
 
Letícia Bernardes Cruz - RA 12522134474 
Natalia da Silva Carniello - RA 12523174047 
Pedro Pasquini Martinez - RA 12522116810 
Raissa Isabelle da Silva Araújo - RA 125111252319 
 
 
 
Atividade A3 da Unidade Curricular “Análise e Modificação do 
Comportamento” 
Análise e Planos de Tratamento – “Caso Letícia” 
 
 
 
Trabalho apresentado para a Unidade 
Curricular “Análise e Modificação do 
Comportamento” do Curso de Psicologia da 
Universidade Anhembi Morumbi, ministrada 
pelos professores Vanessa Erzinger e Nilton 
dos Anjos. 
 
 
 
São José dos Campos/SP 
2024 
SUMÁRIO 
 
1. RESUMO.........................................................................................................4 
2. INTRODUÇÃO.................................................................................................5 
3. JUSTIFICATIVA...............................................................................................6 
4. METODOLOGIA..............................................................................................7 
5. DESCRIÇÃO DO CASO..................................................................................8 
6. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA...........................................................................10 
7. ABORDAGEM PSICOLÓGICA: TCC...........................................................12 
8. INTERVENÇÃO E PLANO DE TRATAMENTO............................................13 
9. CONCLUSÃO................................................................................................15 
REFERÊNCIAS.................................................................................................16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. RESUMO 
 
Letícia, 14 anos, a mais nova de três irmãs, mora com a mãe. Foi 
encaminhada para avaliação psicológica pois há cerca de dois meses, se 
isolou em casa, recusando-se a sair. Esse comportamento começou após 
a notícia do brutal assassinato de um casal conhecido da família. Letícia 
passou a ter pensamentos intrusivos de que poderia ter cometido o crime, 
o que a deixou paralisada pela dúvida e pela angústia. 
 
Na primeira consulta, acompanhada pela mãe, Letícia demonstrou 
intenso medo de machucar as pessoas, incluindo a própria mãe. Esses 
pensamentos obsessivos a atormentavam constantemente, 
especialmente em locais públicos e em contato com outras pessoas. Ela 
evitava contato com crianças por medo de feri-las e tinha dificuldade em 
realizar atividades cotidianas devido à ansiedade. 
 
A história de Letícia revela um sofrimento que se iniciou na infância, com 
maus tratos da mãe e pensamentos intrusivos. Na adolescência, seus 
sintomas se agravaram, incluindo obsessões por contaminação e medo 
de relacionamentos. Recentemente, Letícia tem apresentado sintomas 
depressivos, como tristeza, culpa, desesperança e alterações no sono e 
apetite. Além disso, relatou que se auto lesiona como forma de lidar com 
a angústia. 
 
Ademais, Letícia busca ajuda para superar a ansiedade, os pensamentos 
intrusivos e a depressão, com o objetivo de restabelecer suas relações 
sociais e retornar à escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho apresenta o caso de Letícia, uma adolescente que enfrenta 
uma série de desafios psicológicos que interferem significativamente em 
sua qualidade de vida. A paciente apresenta um quadro clínico complexo, 
caracterizado por um conjunto de sintomas que incluem ansiedade 
intensa, pensamentos obsessivos, comportamentos compulsivos e 
sintomas depressivos. A história de vida de Letícia, marcada por eventos 
traumáticos e relações interpessoais desafiadoras, contribui para a 
compreensão da origem e manutenção de seu sofrimento. A presente 
análise busca identificar os fatores que contribuem para a manutenção 
desse quadro e propor intervenções psicoterapêuticas adequadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 
A adolescência é uma fase marcada por grandes mudanças físicas, 
emocionais e sociais. A prevalência de transtornos mentais nessa etapa 
da vida é significativa e exige atenção especial. O caso de Letícia ilustra 
a complexidade dos desafios enfrentados por adolescentes e a 
importância de um diagnóstico e tratamento precoces. Ademais, o estudo 
de casos clínicos é fundamental para a formação de psicólogos e outros 
profissionais da saúde mental. A análise do caso de Letícia permite a 
discussão de diferentes abordagens terapêuticas e a identificação de 
estratégias eficazes para o tratamento de pacientes com características 
semelhantes. 
 
Em suma, o estudo de caso de Letícia contribui para a compreensão dos 
mecanismos psicológicos subjacentes aos transtornos mentais na 
adolescência, para o desenvolvimento de intervenções mais eficazes e 
para a formação de profissionais da área da saúde mental. 
Este estudo se justifica pela relevância do tema, pela complexidade do 
caso e pela possibilidade de contribuir para o avanço do conhecimento na 
área da psicologia clínica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. METODOLOGIA 
 
A presente pesquisa se baseia em uma revisão sistemática da literatura 
científica sobre o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e as 
intervenções psicológicas empregadas em seu tratamento. A seleção dos 
artigos foi realizada mediante a utilização das seguintes palavras-chave: 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo, TOC e terapia cognitivo-
comportamental. Essa metodologia permitiu a construção de uma base 
teórica sólida e atualizada sobre o tema, possibilitando uma análise 
aprofundada do caso de Letícia e a proposição de um plano de tratamento 
embasado em evidências científicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. DESCRIÇÃO DO CASO 
 
 
Letícia, uma jovem de 14 anos, foi encaminhada para avalição psicológica 
pois apresentava sinais de angústia com seus sentimentos e ansiedade 
social, além da principal queixa, referente ao fato de não sair de casa, 
tendo permanecido com estes sintomas por cerca de dois meses. Os 
sintomas se iniciaram após a notícia do assassinato de um casal 
conhecido, amigos da mãe, que foram brutalmente assassinados após 
uma festa realizada na cidade onde vivem. Ao tomar conhecimento do 
crime, Letícia confessou ter tido pensamentos de que ela própria o teria 
praticado, sendo tomada pela dúvida se havia realizado o que havia 
planejado e, a partir daquele instante, afirma que não consegue mais ficar 
sozinha para evitar essa incerteza que a perturba. 
Em sua primeira consulta, veio acompanhada da mãe, que pediu para 
entrar no ambiente terapêutico, pois não conseguia permanecer em um 
local com um desconhecido sem a garantia de que, ao sair, não teria 
causado nenhum dano a ela. Este comportamento era justificado pelo 
constante pensamento da Letícia de que iria ferir e machucar os outros, 
algo que a afligia. As reflexões eram comuns em espaços públicos ao 
encontrar pessoas desconhecidas, bem como ao encontrar pessoas 
próximas. Ela evitava sair/ficar sozinha com outras pessoas, pois sabia 
que, ao sair, seria atormentada pela incerteza e angústia. Quando está 
cercada por outras crianças, Letícia tende a se sentir intimidada com 
ideias como "Vejo-me afogando minhas colegas de escola e, ao refletir 
sobre isso, sinto-me ansiosa", sendo assim, muitas vezes evitava sair 
sozinha para garantir que ninguém a encontrasse.Após isto, Letícia menciona que seus sintomas começaram cerca dos 8 
anos, quando ela se sentia perturbada por seus pensamentos. Refere-se 
a um episódio em que, após o falecimento do cão da família, vítima de 
envenenamento, começou a suspeitar que ela própria havia provocado o 
envenenamento. No que se refere à infância, Letícia recorda episódios 
em que a mãe a maltratava, especialmente após o divórcio, afirmando 
que ela era suja, desarrumada, mal arrumada e nojenta. 
Além disso, na escola, teve seu rendimento afetado pela ansiedade e pela 
incapacidade de realizar as tarefas, situação que se agravou quando se 
tornou totalmente dependente de uma amiga para ir à escola e não 
conseguia sair sozinha, período em que abandonou o hábito de frequentar 
as aulas e cursos. 
Durante a adolescência, Letícia conta que, aproximadamente aos 12 anos 
seus sintomas sumiram, no entanto, surgiram alguns outros, como um 
excesso de preocupação ligado a um tema específico, como por exemplo: 
Durante esse período, Letícia tinha um colega de escola com quem 
mantinha uma relação muito próxima. De acordo com ela, o garoto era 
extremamente carinhoso e adorava dar abraços. A interação física com a 
criança a fez sentir-se suja e acreditou que, se sentasse no mesmo lugar 
onde ele estava, poderia ser contaminada ou engravidar, levando ao fim 
da amizade, devido ao desconforto que experimentava. Isso também 
ocorria quando ela utilizava o transporte público - ao chegar em casa, teria 
que trocar as roupas e colocá-las na máquina, para evitar usá-las 
novamente sem lavá-las; acreditava estar suja. Desde esse período, 
começou a prestar mais atenção aos costumes de higiene das pessoas 
com quem interagia, alegando não conseguir saudar as pessoas com as 
mãos ou tocando em objetos que haviam tocado por achá-los sujos. 
Devido a esses temores, começou a tomar banhos com mais frequência, 
conforme sua mãe fazia, podendo durar de uma a duas horas. Quando a 
sessão estava quase terminando, Letícia destacou que, nos últimos 
tempos, as coisas para ela estão perdendo o sentido e que tem se sentido 
muito melancólica e culpada, afirmando que tem refletido de forma 
negativa sobre si mesmo, considerando-se insuficiente e incapaz de 
interagir socialmente. Ademais, ela acredita que as pessoas devem tratá-
la mal devido ao seu pensamento sobre agir de forma maldosa com os 
demais. Outro pensamento recorrente está ligado à desesperança, pois 
acredita que não pode fazer nada para alterar sua situação atual. Contou 
também, que começou a enfrentar problemas para dormir, tendo dormido 
demais, comprometendo até a realização de certos compromissos. Além 
disso, tem enfrentado dificuldades nas tarefas escolares e notou uma 
alteração no apetite, tendo aumentado. Relata também que tem se 
sentido bastante agitada e inquieta. 
Ao final da sessão, relatou que tem se ferido com isqueiro na região das 
coxas quando sente seu humor deprimido, especialmente quando ouve 
críticas de seus colegas de escola nas redes sociais. Ademais, Letícia 
expressou seu desejo de deixar de se sentir ansiosa e deprimida, 
afirmando que gostaria de recuperar uma vida social como antes, o que 
incluiria a sua volta à escola. 
 
 
 
6. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA 
 
Diante da análise realizada, Letícia apresenta um quadro clínico 
compatível com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), 
caracterizado por obsessões (pensamentos intrusivos e recorrentes) e 
compulsões (comportamentos repetitivos realizados em resposta às 
obsessões). Além disso, apresenta sintomas de depressão, como tristeza, 
anedonia, alterações do sono e apetite, além de ideação suicida. 
Segundo o DSM-V, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um 
transtorno mental caracterizado por obsessões e compulsões. As 
obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes, 
intrusivos e indesejáveis que provocam ansiedade intensa. Elas podem 
envolver temas como contaminação, dúvidas, agressão, ordem e tabus. 
As compulsões são comportamentos repetitivos ou mentais que a pessoa 
se sente compelida a realizar em resposta às obsessões, com o objetivo 
de reduzir a ansiedade. Exemplos comuns incluem lavar as mãos 
repetidamente, verificar portas e janelas, contar objetos ou organizar itens 
de maneira específica. Embora as compulsões proporcionem alívio 
temporário, elas reforçam o ciclo obsessivo-compulsivo. 
 
As pessoas com TOC geralmente reconhecem que suas obsessões são 
irracionais, mas sentem-se incapazes de controlá-las. A tentativa de 
resistir às obsessões e compulsões geralmente aumenta a ansiedade. O 
TOC pode afetar significativamente a qualidade de vida, interferindo nas 
relações sociais, no trabalho e nas atividades diárias. 
 
Muitas pessoas com TOC têm transtornos psicológicos passados ou 
atuais coexistentes, incluindo: 
 
• Transtornos de ansiedade (76%) 
• Transtornos do humor (63%; o mais comum é transtorno depressivo 
maior (41%) 
• Transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (23% a 32%) 
Quase 50% das pessoas com TOC têm pensamentos suicidas em algum 
momento e cerca de 10% tentam o suicídio. O risco de tentativa de 
suicídio aumenta se as pessoas também tiverem transtorno depressivo 
maior. 
O diagnóstico do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é realizado 
com base na identificação de obsessões e compulsões. Segundo os 
critérios diagnósticos no DSM-V, as obsessões podem ser definidas como: 
• Pensamentos recorrentes e persistentes, impulsos ou imagens que 
são experimentados, em algum momento durante o distúrbio, como 
intrusivos e indesejados, e que na maioria dos indivíduos causam 
ansiedade ou sofrimento acentuados. 
• O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou 
imagens, ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação 
(isto é, realizando uma compulsão). 
Seguindo os mesmos critérios, as compulsões podem ser definidas como: 
• Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, ordenar, 
verificar) ou atos mentais (p. ex., rezar, contar, repetir palavras 
silenciosamente) que o indivíduo se sente impelido a fazer em 
resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser 
aplicadas rigidamente. 
• Os comportamentos ou atos mentais visam prevenir ou reduzir a 
ansiedade ou angústia ou prevenir algum evento ou situação temida; 
no entanto, esses comportamentos ou atos mentais não estão 
conectados de forma realista com o que eles são projetados para 
neutralizar ou prevenir, ou são claramente excessivos. 
Para que o diagnóstico de TOC seja confirmado, as obsessões e 
compulsões devem ser tão intensas e frequentes que consumam pelo 
menos uma hora do dia da pessoa ou que causem um sofrimento 
emocional ou funcional significativo. É importante ressaltar que esses 
sintomas não podem ser atribuídos aos efeitos de medicamentos, drogas 
ou outras condições médicas, como a doença de Parkinson, por exemplo. 
Além disso, o TOC pode se manifestar em qualquer idade, mas a média 
de início é por volta dos 20 anos. No entanto, é importante destacar que 
cerca de um quarto dos casos se inicia na adolescência, o que sublinha a 
importância de um diagnóstico precoce e de intervenções adequadas 
nessa fase da vida. Ademais, o TOC é ligeiramente mais comum em 
mulheres e frequentemente coexiste com outros transtornos, como os 
transtornos de tiques. 
 
7. ABORDAGEM PSICOLÓGICA: TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL 
 
Os anos 70 marcaram um ponto de virada no tratamento do TOC. 
Experimentos inovadores com voluntários demonstraram que a exposição 
gradual aos estímulos que desencadeavam a ansiedade, combinada com 
a prevenção dos rituais, levava à redução dos sintomas. Essa descoberta 
revolucionária deu origem à terapia de Exposição e Prevenção de 
Resposta (EPR), que se tornou o tratamento de escolha para o TOC. A 
EPR, ao desafiar as crenças disfuncionais e permitir que o paciente 
experimente a ansiedade sem realizaros rituais, promove a habituação e 
a diminuição gradual dos sintomas. 
 
A terapia de Exposição e Prevenção de Resposta (EPR) é uma técnica 
comprovadamente eficaz no tratamento do Transtorno Obsessivo-
Compulsivo (TOC). Ela consiste em expor o paciente, de forma gradual e 
controlada, às situações e objetos que desencadeiam a ansiedade e 
evitar a realização de rituais que aliviam essa ansiedade 
temporariamente. Os exercícios são personalizados e adaptados às 
necessidades de cada indivíduo, começando por aqueles que causam 
menor desconforto. Por exemplo, se uma pessoa tem medo de 
contaminação, a EPR pode envolver tocar em objetos considerados 
"sujos" sem lavar as mãos imediatamente. A efetividade da EPR está 
diretamente relacionada à adesão do paciente aos exercícios propostos, 
especialmente aos exercícios realizados em casa. 
 
Ao perceberem que muitos pacientes com TOC evitavam os exercícios de 
exposição, os pesquisadores passaram a investigar as crenças irracionais 
que sustentavam esses medos. Descobriu-se que pensamentos 
catastróficos, como a crença de que um pensamento pode causar uma 
ação, eram comuns e impediam a progressão do tratamento. A partir 
dessa descoberta, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) foi 
desenvolvida, combinando a exposição e prevenção de respostas com 
técnicas cognitivas para modificar essas crenças disfuncionais. A TCC é 
considerada o tratamento de escolha para o TOC, mas exige a 
participação ativa do paciente e um terapeuta experiente. A adesão ao 
tratamento pode ser desafiadora em casos de sintomas graves, falta de 
motivação ou presença de outros transtornos mentais. 
 
8. PROCESSO DE INTERVENÇÃO E FORMULAÇÃO DO PLANO DE 
TRATAMENTO 
 
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) para o TOC é um processo 
colaborativo entre o terapeuta e o paciente. Nas primeiras sessões, o 
paciente aprende a identificar seus sintomas e a entender os mecanismos 
que mantêm o TOC. Em seguida, em conjunto com o terapeuta, são 
desenvolvidos exercícios personalizados para desafiar os medos e 
modificar os pensamentos negativos. A frequência e a duração da terapia 
variam de acordo com as necessidades individuais, mas a TCC é 
considerada o tratamento mais eficaz para o TOC. A adesão do paciente 
aos exercícios é fundamental para o sucesso do tratamento. 
 
Sendo assim definido o plano de tratamento do Transtorno Obsessivo-
Compulsivo, segundo a abordagem da Terapia Cognitivo-
Comportamental: 
 
Fase Inicial: 
• Intervenção: Psicoeducação sobre o TOC, estabelecimento de uma 
aliança terapêutica forte e treinamento em técnicas de relaxamento. 
• Justificativa: A psicoeducação ajuda a desmistificar o TOC e a 
reduzir o sentimento de culpa e vergonha. A aliança terapêutica é 
fundamental para a adesão ao tratamento, e as técnicas de 
relaxamento ajudam a reduzir a ansiedade. 
Fase Intermediária: 
• Intervenção: Terapia cognitivo-comportamental (TCC), com foco na 
identificação e modificação de pensamentos disfuncionais, prevenção 
de resposta e exposição com prevenção de resposta (ERP). 
• Justificativa: A TCC é a abordagem mais eficaz para o tratamento do 
TOC. A ERP é considerada o padrão ouro para o tratamento, pois 
permite que o paciente se exponha gradualmente aos seus medos, 
sem realizar as compulsões, o que leva à extinção da resposta 
ansiosa. 
 
 
Fase Final: 
• Intervenção: Generalização de habilidades, prevenção de recaídas e 
acompanhamento a longo prazo. 
• Justificativa: É importante garantir que os ganhos obtidos em terapia 
sejam generalizados para diferentes situações e que o paciente 
desenvolva estratégias para lidar com futuros desafios. 
Considerações Adicionais: 
• Envolvimento da família: É fundamental envolver a mãe de Letícia 
no tratamento, pois ela desempenha um papel importante na dinâmica 
familiar e pode oferecer apoio ou, por outro lado, reforçar 
comportamentos disfuncionais. 
• Tratamento medicamentoso: Em alguns casos, o uso de 
medicamentos antidepressivos pode ser indicado para auxiliar no 
controle dos sintomas. 
• Terapia familiar: A terapia familiar pode ser útil para abordar questões 
relacionadas à dinâmica familiar e ao apoio social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. CONCLUSÃO 
 
Considerando o caso clínico apresentado, a terapia cognitivo-
comportamental (TCC) demonstrou ser uma abordagem eficaz para o 
tratamento do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) de Letícia. A 
estruturação do tratamento em fases, com foco inicial na psicoeducação, 
estabelecimento da aliança terapêutica e técnicas de relaxamento, 
proporcionou uma base sólida para a implementação das técnicas de 
exposição e prevenção de resposta (ERP) na fase intermediária. A 
combinação de técnicas cognitivas e comportamentais permitiu a 
identificação e modificação de pensamentos disfuncionais, bem como a 
gradual exposição aos estímulos temidos, levando à diminuição da 
ansiedade e dos comportamentos compulsivos. 
A importância do envolvimento da família no processo terapêutico foi 
evidente, uma vez que a dinâmica familiar pode tanto facilitar quanto 
dificultar a adesão ao tratamento. A terapia familiar pode ser uma 
ferramenta valiosa para abordar questões relacionadas ao apoio social e 
à manutenção dos ganhos terapêuticos. 
Os resultados obtidos com a TCC reforçam a importância de uma 
abordagem multifacetada para o tratamento do TOC, que considere não 
apenas os aspectos cognitivos e comportamentais, mas também os 
fatores sociais e relacionais. A combinação de técnicas cognitivas, 
comportamentais e, quando necessário, farmacológicas, oferece uma 
perspectiva abrangente para o tratamento desse transtorno. 
Em conclusão, a TCC mostrou-se uma intervenção eficaz para o caso de 
Letícia, demonstrando a relevância de sua aplicação no tratamento do 
TOC. A personalização do tratamento, considerando as necessidades e 
características individuais do paciente, e o envolvimento da família são 
fatores cruciais para o sucesso terapêutico a longo prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 413 p. 
 
KNAPP, Paulo. Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática 
Psiquiátrica. 1. ed. Porto Alegre Artmed, 2004. 
 
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Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5-TR. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2023. 1152 p. 
 
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Mentais. 2.ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008. 268 p. 
 
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10.1016/j.jpsychires.2006.12.009 
 
Pellegrini L, Maietti E, Rucci P, et al: Suicide attempts and suicidal 
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