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DEFORMIDADES ESTRUTURAIS DO ARCO PLANTAR Prof. Me. Cíntia A. Garcia PATOLOGIAS DO TORNOZELO PÉ PLANO Caracteriza-se pela diminuição do arco longitudinal. Pode ser congênito ou adquirido. Hereditário ◦ Apresenta uma acentuada frouxidão de ligamentos, as articulações apresentam grande mobilidade e o tendão calcâneo é curto. Adquirido ◦ Consequência de desequilíbrios musculares, postural, peso excessivo, fadiga muscular, uso de calçados inadequados e maus hábitos da marcha. PÉ CAVO Caracteriza-se pelo aumento do arco longitudinal. Sua origem ainda não é definida, pode ser proveniente de uma doença paralítica, desequilíbrios posturais e musculares durante o período de crescimento, doenças neurológicas ou deformidades da coluna. PÉ SUPINADO Apresenta a queda lateral do arco transversal, o tendão calcâneo se direciona para lateral devido a uma sobrecarga desigual do peso nesta região do pé. Pode estar associado ao pé cavo e/ou a um joelho desalinhado. . PÉ PRONADO Apresenta queda medial do arco transversal, o tendão calcâneo se direciona para a medial. Pode estar associado ao pé plano e/ou a um joelho desalinhado ETIOLOGIA Formação do arco longitudinal medial do pé: primeira década de vida da criança e tem uma relação muito grande com a hereditariedade, mas alguns fatores podem ser decisivos para modificar a altura desse arco, como: ◦ A obesidade durante a formação do arco sobrecarrega o pé e atrasa esse desenvolvimento, aumentando a chance da criança ter pé chato. ◦ Algumas deformidades, como o pé torto congênito, podem alterar a anatomia normal do pé e, consequentemente, alterar a formação do arco. ◦ O nível de atividade da criança. Quanto menos ativa for a criança, menor a atividade muscular e a chance de formação do arco. ◦ Lesões e traumas sofridos durante a formação do arco podem causar alterações futuras. ◦ Conforme o avançar da idade (do adulto ao idoso), muitas vezes o pé vai se tornando progressivamente plano, devido ao desuso da musculatura e degeneração dos tecidos (como ligamentos e tendões). TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Palmilhas; Bandagens; Mobilizações articulares; Alongamentos; Fortalecimentos; FASCEÍTE PLANTAR DEFINIÇÃO Estabilidade do pé e sustentação do arco longitudinal do pé. Afecção degenerativa da aponeurose plantar proximal, cujo local mais frequente de envolvimento é junto à tuberosidade medial do calcâneo. Achados patológicos: mudanças degenerativas teciduais caracterizadas pela proliferação fibroblástica e presença de tecido inflamatório. DEFINIÇÃO Acredita-se que a maior tensão da fáscia plantar causa hemorragia perióstea e reação inflamatória, o que resulta na projeção de novo osso e na formação do esporão de calcâneo. ETIOLOGIA Microtraumas de repetição na origem da tuberosidade medial do calcâneo, onde durante o apoio as forças de tração levam ao processo inflamatório resultando em fibrose e degeneração. Fatores predisponentes ◦ Pé cavo e pé plano; ◦ Traumatismos de repetição associados à intensidade duração e frequência de atividade esportiva; ◦ Sapatos gastos; ◦ Pronação excessiva; Desequilíbrio da força muscular; ◦ Rigidez do tendão de Aquiles; Mulheres: faixa etária do climatério e na obesidade; Homens: esportistas, principalmente os que praticam corrida. QUADRO CLÍNICO Dor; Sensibilidade sobre a região medial plantar do calcanhar, em especial durante a sustentação de peso no início da manhã; Dor que se irradia até a panturrilha e em direção aos dedos do pé; Dor localizada na palpação junto à borda medial da fáscia ou em sua origem na borda anterior do calcâneo; Leve edema. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Uso de palmilhas, calcanheiras, talas e órteses noturnas; Bandagens funcionais; Eletrotermofoterapia (Ondas de choque; ultrassom; crioterapia); Mobilizações articulares; Alongamento (gastrocêmio e sóleo; fáscia plantar); Fortalecimento (enrugar a toalha; pegar bolinha de gude); Massagem por fricção profunda; Modificações do calçado. LESÕES LIGAMENTARES ESTABILIDADE DO TORNOZELO MECANISMOS DE LESÃO Lesão ligamentar lateral mais comum; Inversão excessiva acompanhado de flexão plantar ou rotação; Acometem os três principais ligamentos laterais: Talofibular anterior, calcaneofibular e talofibular posterior. MECANISMOS DE LESÃO Lesão ligamentar medial; Eversão excessiva, acompanhada a flexão plantar ou rotação; Acometem o ligamento deltóide e apesar do fato de as entorses em eversão serem menos comuns, a gravidade destas entorses pode fazer com que demorem mais para recuperar do que as entorses por inversão. ETIOLOGIA Saltos, quedas sobre o pé de outro jogador; Mudanças de direção, sobrecargas, terrenos irregulares; Fatores predisponentes: ◦ Encurtamento do tendão de Aquiles; ◦ Lesões prévias do tornozelo; ◦ Calçados; ◦ Frouxidão ligamentar; ◦ Musculatura fraca. QUADRO CLÍNICO Dor; Edema; Hematomas; Limitação da ADM; Fraqueza muscular; Instabilidade articular. Testes ligamentares positivos ◦ Teste da Gaveta Anterior do Tornozelo ◦ Teste de Kleiger ◦ Tilt Talar (Inclinação talar) TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Gelo; ◦ Constrição do fluxo sanguíneo superficial para deter a hemorragia, diminuindo o metabolismo celular local. Compressão; ◦ Bandagem elástica deve ser aplicada de forma firme e homogênea, de baixo para cima. Elevação; ◦ Permite que a gravidade atue junto com o Sistema Linfático, reduz a pressão hidrostática. Primeiras 24 a 48h. Repouso; ◦ Esperar 24 a 48h, antes de incorporar técnicas agressivas de exercícios. Exercícios com o membro não afetado; Exercícios isométricos podem ser realizados em dorsiflexão e flexão plantar. Exercícios ativos de dorsiflexão e plantiflexão podem ser realizados com o gelo e o pé em elevação. Devem ser evitados os movimentos de inversão e eversão. Proteção; ◦ Órteses que possibilitam a plantiflexão e dorsiflexão, limitam a inversão- eversão do pé e, também, promovem o controle do edema. ◦ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Fase 1 – inicial, inflamatória Recomendação PRICE; Eletrotermofoterapia; ◦ TENS; crioterapia; Posturas de drenagem/Meias/bandas de contenção elástica; Limitação da carga do MI afetado (muletas 4-10 dias); Suporte articular (ortótese estabilizadora, bota walker ou banda de contenção) nos graus II e III; Mobilizações articulares (grau I – desde o início) TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Fase II, de cicatrização Eletrotermofoterapia; ◦ (Ultrassom, microondas, laser) Alongamentos; Fortalecimentos isométricos e isocinéticos; Bandagens funcionais. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Fase III, de reeducação funcional Alongamentos (tríceps sural, fibulares e tibiais); Fortalecimento muscular; Treino proprioceptivo. Trauma em inversão: ◦ Estabilizadores primários: fibulares; ◦ Estabilizadores secundários: tibial anterior, extensor comum dos dedos, extensor do hálux. Trauma em eversão: ◦ Estabilizadores primários: tibial posterior; ◦ Estabilizadores secundários: tríceps sural e flexores dos dedos. TENDÃO DE AQUILES TENDINITEDO TENDÃO DE AQUILES Distúbio inflamatório que envolve o tendão de Aquiles e/ou sua bainha, o paratendão. Excesso repetido de força de tensão imposta sobre o tendão, como ocorre na corrida ou atividades de salto, que sobrecarregam o tendão especialmente em sua região medial. ◦ Paratendinite ou peritendinite do tendão de Aquiles ◦ Inflamatação do paratendão ◦ Tendinose – ruptura do tendão. ETIOLOGIA Pronação compensatória excessiva da articulação subtalar com a concomitante rotação interna da parte distal da perna secundária a antepé varo, tíbia vara ou anteversão do fêmur aumenta a carga de tensão perto da região medial do tendão de Aquiles. QUADRO CLÍNICO Dor generalizada; Rigidez ao redor da região do tendão; Corrida ascendente ou exercícios físicos na subida geralmente o agravam; Redução da flexibilidade muscular do complexo gastrocnêmio-sóleo; Temperatura aumentada e espessamento do tendão; Crepitação; TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Calçados adequados (ligeira elevação do calcanhar); Órteses; Eletrotermofoterapia; ◦ (Ultrassom; Interferencial; TENS) Alongamentos; Fortalecimentos (CCA – CCF). RUPTURA DO TENDÃO DE AQUILES Geralmente ocorre em uma área de 2 a 6 cm proximal à inserção do calcâneo (local avascular propenso a alterações degenerativas). Lesão se apresenta após súbita flexão plantar do tornozelo (salto ou aceleração para corrida de velocidade) QUADRO CLÍNICO Dor súbita na área da panturrilha; Estalido audível; Dificuldade em firmar-se sobre o pé; Edema na panturilha; Equimose à volta dos maléolos; Claudicação; Teste de Thompson positivo. IMAGEAMENTO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Imobilização com gesso curto ou longo na posição equina de gravidade (10 a 20o de flexão plantar); 8 semanas; Intervenção cirúrgica: reparo do tendão. Eletrotermofoterapia; ◦ (Laser; ultrassom; crioterapia) Exercícios de ADM; Mobilizações articulares; Alongamentos; Fortalecimentos isométricos e isotônicos (gastrocnêmio e sóleo precocemente); Propriocepção; Resistência Cardiorrespiratória. OBRIGADA!
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