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Conceitos, Teorias e Empresário (aula 1)

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Prof. Waléria Medeiros Lima
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Conceito: conjunto de normas que regulam os atos considerados empresariais e as atividades dos empresários, como pessoas que exercitam em caráter profissional tais atos.
Objeto: estudo dos meios socialmente estruturados de superação dos conflitos de interesses envolvendo empresários ou relacionados às empresas que exploram.
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2.1 Teoria dos Atos de Comércio
Surgiu em 1808, na França, com o Código Comercial Napoleônico.
Era aplicada sempre que alguém (comerciante) explorava atividade econômica que o direito considerava ato de comércio (mercancia).
O comerciante tinha direito à prorrogação dos prazos de vencimento das obrigações em caso de necessidade (concordata).
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Atos de comércio – não se encontravam as prestações de serviço, nem as atividades ligadas à terra, como, por exemplo, a negociação de imóveis, agricultura ou extrativismo (vegetal, animal ou mineral). Revelou insuficiente por delimitar o objeto do Direito Comercial.
Quem era comerciante nessa época?
Quem comprava e/ou vendia bens móveis ou semoventes;
Construções e incorporações;
Sociedade Anônima (S/A);
Bancos;
Indústria;
Seguros;
Logística;
Espetáculo público.
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2.2 Teoria da Empresa
Surgiu na Itália em 1942.
É tido como novo sistema de regulação das atividades econômicas dos particulares.
Ampliou o objeto do Direito Comercial, acrescentando as atividades de prestação de serviço e as ligadas à terra.
O Brasil adotou expressamente a Teoria da Empresa, em 2002, com o Novo Código Civil.
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Conceito: “aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens e serviços” (art. 966, caput, CC).
Características:
Profissionalismo – o empresário realiza a atividade com habitualidade, pessoalidade e detenção do monopólio das informações;
Atividade é o ramo, objeto da empresa;
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Econômica – é a atividade que objetiva o lucro;
Atividade organizada – é aquela em que se detém os quatro fatores de produção: capital, mão de obra, insumos e tecnologia;
Produção de bens e serviços - é fabricação de produtos ou mercadorias e a prestação de serviços;
Circulação de bens e serviços – é a atividade de intermediação na cadeia de escoamento de mercadorias e serviços.
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São excluídas do Direito Empresarial e, portanto, não são empresários:
Quem não se enquadra no conceito legal de empresário;
Profissionais intelectuais;
Empresários rurais não registrados na Junta Comercial;
Cooperativas.
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Profissional Intelectual 
Regulado pelo Art. 966, parágrafo único, CC.
São todos aqueles profissionais de natureza científica, literária ou artística, mesmo que contratem empregados. Exemplos: profissionais liberais (médico, dentista, administrador, economista, contador, arquiteto, etc); escritores; artistas de qualquer profissão (plásticos, músicos, atores, etc).
Todavia, quando o exercício dessa profissão constitua elemento de empresa (organizar os fatores de produção; quando administra o negócio), o profissional passa a ser considerado empresário.
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Atividade Rural
Art. 971, CC.
Quanto aos profissionais que exercem atividade rural, eles só serão empresários se optarem pelo registro na Junta Comercial; há uma faculdade em ser ou não empresário. Exemplos: criação de animais, agricultura, reflorestamento, extrativismo, etc.
Cooperativas
Será sempre civil, por disposição legal (Lei n. 5.764/71; arts. 1093 a 1096, CC).
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Consequências de não ser empresário:
Estão dispensados de manter escrituração especial (arts. 1179 a 1195, CC);
Não estão sujeitos ao regime falimentar;
Não terão seus contratos registrados na Junta Comercial, mas sim no cartório civil.
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Empresário poderá ser pessoa física ou jurídica. A pessoa física será empresário individual. Já a pessoa jurídica será sociedade empresária.
Os sócios da sociedade empresária não são empresários; a sociedade é que empresária.
Os sócios da sociedade empresária são considerados empreendedores ou investidores.
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As regras aplicadas ao empresário individual não se aplicam aos sócios da sociedade empresária.
Não há separação patrimonial: todos os bens do empresário individual respondem por todas as dívidas, exceto os bens considerados impenhoráveis pelo direito comum (Lei n. 8.009/90 e art. 649, CPC).
Não há patrimônio de afetação (separação de parcela do seu patrimônio para que não seja afetado por dívidas contraídas na atividade empresarial). Esta situação só acontece para os incapazes que foram autorizados a dar continuidade à empresa anteriormente constituída.
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Veda-se o exercício de atividade empresarial por duas razões:
Incapacidade civil (arts. 972, 974 a 976, CC);
Proibições ao exercício da empresa (art. 973, CC).
5.1 Capacidade Civil
Para ser empresário individual, deverá estar em pleno gozo de sua capacidade civil:
Maior de 18 anos e capaz; ou 
Emancipado. 
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Exceção: o incapaz autorizado pelo juiz (alvará), poderá dar continuidade a empresa que ele mesmo constituiu ou que foi constituída por seus pais ou por pessoa de quem o incapaz é sucessor. Nesse caso, é necessário representação ou assistência.
Se o representante ou assistente for impedido para exercer a empresa, o juiz poderá nomear um gerente.
Ademais, haverá patrimônio de afetação, ou seja, os bens que o incapaz possuía antes da autorização, ao tempo da sucessão ou da interdição, não responderão pelas obrigações decorrentes da atividade empresarial exercida durante a autorização.
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5.1.1 Incapacidade Absoluta
Está disciplinado no art. 3º, do CC.
São casos de incapacidade absoluta:
Menor de 16 anos.
Os que por deficiência ou doença mental não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil;
Aqueles que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Serão representados.
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5.1.2 Incapacidade relativa
Está disciplinado no art. 4º, do CC.
São casos de incapacidade relativa:
Maior de 16 e menor de 18 anos.
Pródigo.
Ébrio habitual.
Viciado em tóxico.
Os que por deficiência mental tiverem o discernimento reduzido.
Excepcionais sem desenvolvimento mental completo.
Eles serão assistidos.
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5.1.2 Emancipação
É antecipar os efeitos da maioridade civil.
Haverá emancipação nas seguintes situações:
Por concessão dos pais ou de um deles na falta do outro (cartório civil).
Por sentença, ouvido o tutor, ou os pais, ou os pais e o menor, conforme o caso (emancipação judicial).
Por determinação legal:
Casamento;
Colação de grau em curso de ensino superior;
Exercício de emprego público efetivo;
Estabelecimento civil ou comercial com economia própria;
Relação de emprego com economia própria.
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5.2 Proibição ao Exercício da Empresa
Estas pessoas são plenamente capazes. A questão é que a lei é determina que as mesmas estão proibida de exercer a empresa.
São elas:
Magistrado (art. 95, parágrafo único, I, CF) e membro do Ministério Público (art. 128, §5º, II, ‘c’, CF);
Militares (art. 29, Lei 6.880/80);
Funcionários Públicos;
Falidos não Reabilitados;
Condenados pela prática de crime cuja pena vede o acesso à atividade empresarial (exemplo: art. 35, II, LRE – vedação ao exercício do comércio);
Devedores do INSS (art. 95, §2º, ‘d’, Lei 8.212/91).
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Para o falido ser reabilitado, deverá ser decretada a sua reabilitação pelo juiz.
Se a falência não for fraudulenta (crime falimentar), basta a declaração de extinção das obrigações, que ocorrerá ou com a quitação das obrigações ou com o decurso de 5 anos após a decretação da falência.
Caso seja condenado por crime falimentar, só após o decurso de 10 anos, após obter declaração de extinção das obrigações, deverá obter sua reabilitação penal.
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Empresa: é a atividade econômica organizada para fins de produção ou circulação de bens ou serviços (art. 966, caput, CC).
Empresário: é a pessoa física
ou jurídica que exerce a empresa.
Estabelecimento empresarial: conjunto de bens corpóreos e incorpóreos organizados necessários ao exercício da atividade empresarial (art. 1.142, CC). 
Ponto empresarial: é a estrutura física.

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