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Direito EMPRESARIAL Vitor Manoel Chaves Sampaio Origem Comércio vem do Latim commutatio mercium → troca de mercadoria Na Idade ANTIGA e na maior parte da Idade Média NÃO se podia falar na existência de um Direito Empresarial mas se falava em Comércio. Assim, em civilizações como a do Egito, Hebreus, Grécia e Roma NÃO existia um corpo sistematizado de normas sobre a atividade comercial. Professor Menezes https://pt.slideshare.net/luiz-menezes/linha-do-tempo-histria-geral-professor-menezes-54611990 O surgimento do Direito Empresarial, portanto, é um acontecimento histórico que começa a ser verificado da metade ↦ para ao final da Idade MÉDIA, período em que o modo de produção feudal ⇣ entrou em declínio e passou a ser substituído pelo Mercantilismo - “Renascimento Mercantil”. Nessa primeira fase do Direito Empresarial, podemos citar o surgimento de normas e institutos jurídicos específicos que até hoje integram esse regime jurídico: Títulos de Crédito Letra de Câmbio e Nota Promissória Sociedades Podem ser destacadas as comendas medievais, consideradas o embrião das sociedades em Comandita. Contratos Algumas espécies pioneiras, como o Contrato de Seguro, por exemplo. Instrumentos de Escrituração Proteção Jurídica de Sinais Distintivos Marcas, por exemplo Direito MERCANTIL Fase SUBJETIVA Consuetudinário Descentralização Política Corporações de Ofício Estatutos - direito essencialmente de classe Jurisdição PRIVADA Juízos ou Tribunais Consulares Corporativismo Particularismo Só se aplicava a quem estava devidamente matriculado nas respectivas associações. Critério SUBJETIVO Intensificação do Comércio feiras e navegadores O marco político foi a fragmentação da Europa em feudos, o que constituía um obstáculo ao comércio, pois as fronteiras, desde aquele tempo, impediam o desenvolvimento da mercancia. Isso porque a referida fragmentação em feudos dividia a autoridade, porquanto cada feudo era governado por um senhor feudal, bem como a legislação, os costumes, a jurisprudência, a moeda etc. Os mercadores, então, passaram a financiar o monarca para unificar os feudos, de modo a formar o que hoje se denomina Estado Moderno, e unificar as leis e os regulamentos das corporações de ofício. Direito COMERCIAL Fase OBJETIVA Formação dos Estados Nacionais Monárquicos Legislação ESTATAL Codificada Códigos Jurisdição ESTATAL Aplicada a TODOS os Cidadãos Codificação Napoleônica França Código Civil 1803-1804 CÓDIGO COMERCIAL 1807 - Primeiro O Direito Comercial se consolidava como um regime jurídico especial de Direito PRIVADO, regime que era autônomo, independente e separado do Direito Civil. Como fatos históricos temos a Revolução Francesa e o Império Napoleônico - o Direito Comercial até então vigente, que visava proteger apenas os matriculados nas corporações de ofício, revelava-se demasiadamente classista, opondo-se ao ideal de igualdade da Revolução Francesa. “Teoria dos ATOS DE COMÉRCIO” França Como agora exista um regime jurídico especial ao Direito Comercial, por meio do Código Comercial Napoleônico 1807-1808, criou-se a necessidade de estabelecimento de um critério que delimitasse a incidência desse regramento próprio. Divisão ➗ do Direito Privado Formulou-se, então, a Teoria dos Atos de Comércio, que atribuía a quem praticasse esses atos, com habitualidade, a qualidade de comerciante, o que era pressuposto para a aplicação das normas do Código Comercial. Assim, o Direito Comercial para a ser aplicável sempre que uma determinada relação envolver a prática de um ato de comércio - critério OBJETIVO (o objeto deixou de ser uma classe e passou a envolver atos relevantes prescritos na lei). Historicamente, a prestação de serviços, atividades rurais, profissões intelectuais e especulação imobiliária, por exemplo, não foram consideradas como atos de comércio, o que a carretava uma disciplina não isonômica do mercado - certos agentes eram considerados comerciantes, submetendo-se às normas do Código Comercial, enquanto outros ficavam excluídos desse regime jurídico. Direito EMPRESARIAL Fase SUBJETIVA MODERNA Descodificação base no código civil + leis esparsas Código CIVIL ITALIANO - Codice Civile Itália - 1942 Tentativa de unificação que se deu de forma meramente Formal do Direito Privado, disciplinando as relações civis e empresariais num único diploma legislativo. A proteção do Direito Comercial deixa de recair sobre os atos de comércio e passa a recair sobre a Empresa. Essa fase possui conteúdo SUBJETIVO, pois a legislação regula a atividade (a empresa), mas incide sobre o sujeito (empresário). “Teoria da EMPRESA” Itália Recai, agora, sobre Empresa/Empresário Passa a disciplinar toda e qualquer atividade econômica, desde que organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços e exercida com profissionalismo, alcançando, assim, uma maior gama de relações jurídicas. Supera-se o conceito de mercantilidade para definir as relações sob a disciplina do Direito Empresarial e se adota o critério da “empresariabilidade”. 🛳 Obs.: No BRASIL, a instalação da corte portuguesa e a abertura dos portos ao comércio estrangeiro, decretada pela Carta Régia de 28 de janeiro de 1808, marcam o início da história do Direito Comercial. A legislação mercantil brasileira era formada, fundamentalmente, pela junção da legislação PORTUGUESA, ESPANHOLA e FRANCESA (Código Comercial Francês de 1807), e, ainda, complementada pelo Direito ROMANO, recepcionado em caso de lacuna da legislação (Lei da BOA RAZÃO). Código COMERCIAL de 1850 Regulamento nº 737 de 1850 “Teoria dos ATOS de COMÉRCIO” Código CIVIL de 2002 Antes dessa data, contudo, a Doutrina e a Jurisprudência já se referiam à “Teoria da EMPRESA”, de há muito influente. “Teoria da EMPRESA” “O Código Comercial de 1850 marcou a história do Direito Comercial brasileiro por ter sido o primeiro código próprio do país a dispor, em um único documento, sobre o comércio. Acolheu a teoria dos atos de comércio, embora não tenha enumerado, em um primeiro momento, quais seriam esses atos que só vieram com o Regulamento 737, no mesmo ano. Não era necessário o registro para se incluir no conceito de comerciante, bastava a realização de atos de comércio. (...) Nesse passo, o Código Comercial de 1850 atribuía natureza meramente Declaratória ao registro, ainda que, a partir da formalização da matrícula, a lei presumisse o efetivo exercício da atividade comercial.” Chagas, Edilson Enedino das. Direito empresarial esquematizado. – 6. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. Obs.: O Código CIVIL de 2002 NÃO revogou totalmente (só parte) o Código COMERCIAL de 1850. Ainda está em vigor na sua parte II, que disciplina o Comércio MARÍTIMO Alexandre, Ricardo. Direito administrativo esquematizado. 1. ed. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL PERÍODO PRIMITIVO SUBJETIVO OBJETIVO SUBJETIVO-OBJETIVO TEMPO Antiguidade Idade Média Idade Moderna Idade Contemporânea CARACTERÍSTICAS Comércio Troca Com a criação da moeda, vieram a compra e venda Comércio Objetivos: Garantir o Oligopólio e Assegurar privilégios à Burguesia Os Sujeitos do Direito Comercial eram os matriculados nas Corporações de Ofício Objeto: Definido pela qualidade do Sujeito que o pratica Comércio e Atividades Afins Objetivo: Proteger a relevante atividade comercial, sem favorecer uma classe Sujeitos eram todos aqueles que praticavam com habitualidade e profissionalismo Atos de Comércio Objeto: Definido pela natureza do Objeto que é prestado Comércio e Atividades Afins Objetivo:Preservação da Empresa Empresa como sinônimo de atividade econômica organizada Perfil Subjetivo Perfil Objetivo Perfil Corporativo Fato Jurídico DOUTRINA Pareceres dos Jurisconsultos Estatutos das Corporações de Ofício Teoria dos ATOS de COMÉRCIO Teoria da EMPRESA LEGISLAÇÃO Código Legal instituído por Ur-Nammu Séculos XXII a XXI a.C. Código de Hamurabi Séculos XX a XIX a.C. Corpus Juris Civilis Século VI d.C. Estatutos das Corporações de Ofício Código COMERCIAL Francês de 1807 Código CIVIL Italiano de 1942 Alexandre, Ricardo. Direito administrativo esquematizado. 1. ed. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015. CRUZ, André Santa. Direito Empresarial. 2. ed. Salvador - BA: Juspodivm, 2019 Princípios Constituição Federal Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - Soberania Nacional; II - Propriedade Privada; III - Função Social da Propriedade; IV - Livre Concorrência; V - Defesa do Consumidor; VI - Defesa do Meio Ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - Redução das desigualdades Regionais e Sociais; VIII - Busca do pleno Emprego; IX - Tratamento Favorecido para as EMPRESAS DE PEQUENO PORTE EPPs constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Princípio da FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA Propriedade Privada + Função Social O Interesse PÚBLICO limita o exercício do Direito PRIVADO. Interesses Difusos e Coletivos Responsabilidade Social Preservação da Atividade Empresarial Poder Público Correta utilização dos bens de produção Empresário Princípio da Solidariedade Quando se fala em Função Social da empresa faz-se referência à atividade empresarial em si, que decorre do uso, pelos empresários, dos bens que compõem o estabelecimento empresarial. Como a propriedade desses bens está sujeita ao cumprimento de uma função social, nos termos da Constituição Federal, o exercício da empresa (atividade econômica organizada) também deve cumprir uma função social específica. A empresa não deve apenas atender os interesses individuais do empresário, mas também aos interesses DIFUSOS e COLETIVOS de todos aqueles que são afetados pelo exercício dela (trabalhadores, contribuintes, vizinhos, concorrentes, consumidores etc.). Assim, a Função Social da Empresa não protege somente a pessoa jurídica contra atos ruinosos de seus sócios (impondo-se como poder-dever uma condução dos objetivos sociais compatível com o interesse da coletividade), senão também impondo ao Poder Público a preservação da atividade empresarial, tão necessária ao desenvolvimento econômico. Do mesmo modo, busca assegurar ainda a utilização dos bens de produção segundo sua função social, de modo que deverá haver, sobe pena de violação a esse princípio, RESPONSABILIDADE SOCIAL na atividade empresarial. Não se trata apenas da proteção do empresário, nem exclusivamente da sociedade empresária, mas proteção da comunidade e do Estado que se beneficiam - no mínimo, indiretamente - com a produção de riquezas. Aliás, não apenas o empreendedor, empresário, mas também os terceiros que mantenham relações negociais com a empresa, os quais detêm direitos e interesses que merecem igual proteção, portanto, ampla proteção, característica da função social da empresa. Obs.: A empresa só atuará conforme o Princípio da Solidariedade quando gerar empregos, experimentar resultados positivos (o que possibilitará aos empregadores o giro de capital, o circular da riqueza e desenvolvimento de novas tecnologias), respeitar o meio ambiente e a integridade física e moral do trabalhador, bem assim assegurar uma existência digna às pessoas (atuando em busca do bem-estar social), ainda que em detrimento de uma maior rentabilidade. Princípio da LIVRE - INICIATIVA Princípio Fundamental Fundamento da República Federativa do Brasil Confere à iniciativa privada o papel de protagonista na produção ou circulação de bens e serviços. A livre-iniciativa, expressão da liberdade de exercício de qualquer atividade econômica, encontra limites na necessária realização da Função Social. É um princípio plenamente assegurado no Brasil, desde que não haja potencial lesivo na atividade nem risco de dano para a sociedade. Constituição Federal Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; . Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; . Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios. (...) Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Obs.: Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal STF, a imposição de restrições, como a exigência de diploma ou de filiação compulsória a um órgão regulamentador, só é legítima quando há potencial lesivo no exercício de certa atividade, ou seja, quando houver a possibilidade de ocorrer algum dano à sociedade. Nesse sentido, o STF dispensou a exigência de diploma universitário para o exercício da profissão de Jornalista; afastou a obrigatoriedade de os Músicos se filiarem à Ordem dos Músicos para poderem exercer a sua atividade; e reconheceu a constitucionalidade do Exame de Ordem e da consequente necessidade de filiação obrigatória à OAB para o exercício da profissão de Advogado. O Poder Executivo Federal, por sua vez, considerando uma violação à livre-iniciativa, vetou a lei que regulamentava a profissão de Designer, porque previa que somente os titulares de curso superior ou pessoas com experiência mínima de três anos até a data de sua publicação poderiam exercer a profissão. Princípio da LIVRE CONCORRÊNCIA Estabelece que todos podem livremente concorrer, com lealdade, no mercado, visando à produção, à circulação e ao consumo de bens e serviços. Possui caráter instrumental, assegurando que a fixação dos preços das mercadorias e serviços não deve resultar de atos cogentes da autoridade administrativa, mas sim do livre jogo das forças na disputa de clientela, conforme o oscilar da economia de mercado. Esse princípio termina por exigir do Estado uma atitude proativa no mercado para coibir excessos por meio de tratamento desigual aos desiguais, na medida em que se desigualam, porquanto um tratamento uniforme, por exemplo, a empresas de grande e de pequeno porte, ocasionará concorrência desleal. Coibição de práticas de Concorrência Desleal Crime - dano in concreto Repressão ao Abuso de Poder Econômico Infração contra a ordem econômica - dano in abstratoConstituição Federal Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. (...) §4º. A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência está estruturado com os seguintes órgãos: ⬝ CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica Autarquia Federal com status de Agência Reguladora responsável pela prevenção e repressão das infrações contra a ordem econômica. Prevenção Controle prévio de atos de concentração empresarial Repressão Investigação e Punição das infrações contra a Ordem Econômica ⬝ SEAE - Secretaria de Acompanhamento Econômico Órgão do Ministério da Fazenda responsável por exercer a advocacia da concorrência. Legislação sobre o tema: Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 Capítulo VI Dos Crimes de Concorrência Desleal Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem: I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o fim de obter vantagem; II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter vantagem; III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem; IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos; V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências; VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de outrem, o nome ou razão social deste, sem o seu consentimento; VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve; VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produto adulterado ou falsificado, ou dele se utiliza para negociar com produto da mesma espécie, embora não adulterado ou falsificado, se o fato não constitui crime mais grave; IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que o empregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem; X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou recompensa, para, faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a concorrente do empregador; XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos, informações ou dados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços, excluídos aqueles que sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para um técnico no assunto, a que teve acesso mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato; XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos ou informações a que se refere o inciso anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que teve acesso mediante fraude; XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto, declarando ser objeto de patente depositada, ou concedida, ou de desenho industrial registrado, que não o seja, ou menciona-o, em anúncio ou papel comercial, como depositado ou patenteado, ou registrado, sem o ser; XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de resultados de testes ou outros dados não divulgados, cuja elaboração envolva esforço considerável e que tenham sido apresentados a entidades governamentais como condição para aprovar a comercialização de produtos. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. §1º. Inclui-se nas hipóteses a que se referem os incisos XI e XII o empregador, sócio ou administrador da empresa, que incorrer nas tipificações estabelecidas nos mencionados dispositivos. §2º. O disposto no inciso XIV não se aplica quanto à divulgação por órgão governamental competente para autorizar a comercialização de produto, quando necessário para proteger o público. . Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011 Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; III - aumentar arbitrariamente os lucros; e IV - exercer de forma abusiva posição dominante. §1º. A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II do caput deste artigo. §2º. Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo CADE para setores específicos da economia. §3º. As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica: I - acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma: a) os preços de bens ou serviços ofertados individualmente; b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens ou a prestação de um número, volume ou frequência restrita ou limitada de serviços; c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens ou serviços, mediante, dentre outros, a distribuição de clientes, fornecedores, regiões ou períodos; d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública; II - promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou concertada entre concorrentes; III - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado; IV - criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços; V - impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-primas, equipamentos ou tecnologia, bem como aos canais de distribuição; VI - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa; VII - utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de preços de terceiros; VIII - regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a produção de bens ou prestação de serviços, ou para dificultar investimentos destinados à produção de bens ou serviços ou à sua distribuição; IX - impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuidores, varejistas e representantes preços de revenda, descontos, condições de pagamento, quantidades mínimas ou máximas, margem de lucro ou quaisquer outras condições de comercialização relativos a negócios destes com terceiros; X - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por meio da fixação diferenciada de preços, ou de condições operacionais de venda ou prestação de serviços; XI - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dentro das condições de pagamento normais aos usos e costumes comerciais; XII - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de relações comerciais de prazo indeterminado em razão de recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais; XIII - destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-primas, produtos intermediários ou acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operação de equipamentos destinados a produzi- los, distribuí-los ou transportá-los; XIV - açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedadeindustrial ou intelectual ou de tecnologia; XV - vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do preço de custo; XVI - reter bens de produção ou de consumo, exceto para garantir a cobertura dos custos de produção; XVII - cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa causa comprovada; XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à aquisição de um bem; e XIX - exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial, intelectual, tecnologia ou marca. Princípio da PRESERVAÇÃO DA EMPRESA Continuidade Proteção da Empresa, e não do Empresário! Recuperação e Falência A extinção da empresa deve ser vista como última alternativa. “A conservação da empresa embasa-se na importância da continuidade das atividades de produção de riquezas pela circulação de bens ou prestação de serviços como um valor a ser protegido, e reconhece os efeitos negativos da extinção de uma atividade empresarial, que acarreta prejuízos não só aos investidores, como a toda a sociedade. Não se pode esquecer a relevância da empresa para o desenvolvimento da sociedade. Quer no campo da geração de empregos, quer no campo do desenvolvimento tecnológico, ou ainda na área do desenvolvimento econômico do Estado, a empresa desempenha papel ímpar. Sobressaem-se os efeitos negativos da extinção das atividades empresariais que, mais do que prejudicar isoladamente o empresário ou a sociedade empresária, bem como seus parceiros negociais direitos (trabalhadores, fornecedores, clientes), prejudica a sociedade em geral.” Chagas, Edilson Enedino das. Direito empresarial esquematizado. – 6. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. Princípio da BOA-FÉ OBJETIVA Dever de Probidade e Cooperação Orienta a interpretação e execução dos contratos empresariais A BOA-FÉ impõe ao empresário e à sociedade empresária o dever de buscar a realização de seus interesses na exploração da atividade empresarial cumprindo rigorosamente a lei e adotando constante postura proba, leal, conciliatória e colaborativa. Há, por assim dizer, legítima expectativa de que os empresários (em sentido amplo), entre si e em relação a seus consumidores, construam um padrão de conduta a permitir a conclusão dos objetivos dos negócios que realizarem cotidianamente. Deverá haver probidade e cooperação na fase pré-contratual (da oferta), durante a execução do contrato, fase contratual propriamente dita, bem como na fase pós-contratual. Tratamento FAVORECIDO das MEs e EPPs Constituição Federal Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) IX - Tratamento Favorecido para as EMPRESAS DE PEQUENO PORTE EPPs constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. . Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às MICROEMPRESAS MEs e às EMPRESAS DE PEQUENO PORTE EPPs, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. . Art. 146. Cabe à Lei COMPLEMENTAR: (...) III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: (...) d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um Regime ÚNICO de Arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: I - será opcional para o contribuinte; II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; III - o recolhimento será UNIFICADO e CENTRALIZADO e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. . Lei Complementar 123/2016 * Art. 1o . Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere: I - à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante Regime ÚNICO de Arrecadação, inclusive obrigações acessórias; SIMPLES NACIONAL Regime Tributário Simplificado Art. 12 e seguintes II - ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; Arts. 51 e 55 III - ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão. Arts. 44 e 58 IV - ao Cadastro Nacional Único de contribuintes a que se refere o inciso IV do parágrafo único do art. 146, in fine, da Constituição Federal. . Art. 3º. Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se MICROEMPRESA ou EMPRESAS DE PEQUENO PORTE, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da MICROEMPRESA, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso de EMPRESAS DE PEQUENO PORTE, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). MICROEMPRESA ≤ a R$ 360.000,00 EMPRESAS DE PEQUENO PORTE R$ 360.000,00 a R$ 4.800.000,00 Código Civil Art. 966. Considera-se Empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. NÃO se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, AINDA COM o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. (...) §4º. Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica: I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10 % (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outrapessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; VI - constituída sob a forma de COOPERATIVAS✗, salvo as de CONSUMO; VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; X - constituída sob a forma de sociedade por ações. XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade. . Art. 51. As microempresas e as empresas de pequeno porte são DISPENSADAS: I - da afixação de Quadro de Trabalho em suas dependências; II - da anotação das férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de registro; III - de empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem; IV - da posse do livro intitulado “Inspeção do Trabalho”; e V - de comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias coletivas. . Art. 52. O disposto no art. 51 desta Lei Complementar NÃO dispensa as microempresas e as empresas de pequeno porte dos seguintes procedimentos: I - anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS; II - arquivamento dos documentos comprobatórios de cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias, enquanto não prescreverem essas obrigações; III - apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social - GFIP; IV - apresentação das Relações Anuais de Empregados e da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED. . Art. 53. (REVOGADO) Art. 54. É facultado ao empregador de MICROEMPRESA ou de EMPRESA DE PEQUENO PORTE fazer-se substituir ou representar perante a Justiça do Trabalho por terceiros que conheçam dos fatos, AINDA QUE não possuam vínculo trabalhista ou societário. . Art. 55. A fiscalização, no que se refere aos aspectos trabalhistas, metrológico, sanitário, ambiental, de segurança, de relações de consumo e de uso e ocupação do solo das MICROEMPRESAS e das EMPRESAS DE PEQUENO PORTE, deverá ser PRIORITAriamente ORIENTADORA quando a atividade ou situação, por sua natureza, comportar grau de risco compatível com esse procedimento. §1o. Será observado o critério de DUPLA 2x visita para lavratura de autos de infração, salvo quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização. . Lei nº 8.666/93 Art. 5o-A. As normas de Licitações e Contratos DEVEM PRIVILEGIAR o tratamento diferenciado e favorecido às MICROEMPRESAS e EMPRESAS DE PEQUENO PORTE na forma da lei. Empresário Lato Sensu Código Civil Art. 966. Considera-se Empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. NÃO se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, AINDA COM o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Empresa é uma atividade fenômeno econômico que compreende os chamados fatores de produção: natureza, capital, trabalho e tecnologia), e Empresário é quem exerce essa atividade de modo profissional. Empresa é uma ATIVIDADE econômica (realizada com intuito de lucro) organizada (realizada com articulação dos diversos fatores de produção: capital, mão de obra, insumos e tecnologia), voltada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Empresário é quem exerce empresa (isto é, quem exerce uma atividade econômica organizada) e o faz de modo PROFISSIONAL, ou seja, com habitualidade (o exercício da atividade econômica de forma esporádica não caracteriza ninguém como empresário) e pessoalidade (assumindo os riscos do negócio). Empresa Atividade econômica organizada Empresário Pessoa Física ou Jurídica que exerce Empresa profissionalmente Elementos 4 Caracterizadores do empresário · Profissionalismo É a atividade exercida reiteradamente/habitualmente e em nome próprio Obs.: A prática de atos isolados, como por exemplo a venda de um automóvel, por um advogado, NÃO constitui atividade empresarial. Obs.: Sócio ou Acionista NÃO são sinônimos de Empresário, pois NÃO praticam atividade em nome próprio. Obs.: A Habitualidade NÃO deve ser tomada em sentido Absoluto - Um estabelecimento hoteleiro pode ficar fechado boa parte do ano, abrindo apenas na temporada própria. Nesse caso, o que caracteriza a habitualidade é o fato de que a atividade ali exercida ocorra em períodos regulares de tempo, dentro dos quais ocorra um suficiente grau de estabilidade. · Finalidade Econômica TODA Atividade Empresarial deve visar o LUCRO $$$ animus lucrandi · Atividade Empresarial Atividade empresarial é toda aquela que visar a produção ou circulação de bens ou de serviços. Produção Bens ou ou Circulação Serviços Obs.: O Jurista Italiano Alberto Asquini conceituou o termo Empresa como POLIÉDRICO, ou seja, comportando vários significados: a) Perfil Subjetivo A Empresa é entendida como sinônimo de Sociedade Empresária Lei 8934/94 - Lei de Registro de Empresas. É uma Pessoa, Física ou Jurídica, ou seja, o Empresário; b) Perfil Objetivo ou Patrimonial A Empresa pode ser entendida como sinônimo de Estabelecimento Empresarial - Conjunto de Bens art. 1142 CC; c) Perfil FUNCIONAL* Empresa é sinônimo de Atividade Empresarial (Produção ou Circulação de Bens ou Serviços); e d) Perfil Corporativo Empresa seria um núcleo social (comunidade laboral) organizada em função de um fim econômico comum. · Organização A atividade é considerada organizada quando reunir 4 elementos: * Mão de Obra Trabalho 💪👷 * Capital 💲 * Tecnologia 🔬📡💻 * Insumos Natureza 🌱 Obs.: O Registro na Junta Comercial é OBRIGATÓRIO art. 967 do CC, mas NÃO é elemento caracterizador do Empresário. É Empresário quem pratica Atividade Empresarial art. 966 do CC - natureza meramente DECLARATÓRIA (ou seja, não é o registro que caracteriza alguém como empresário, e sim o efetivo exercício de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços). Exceção No caso de atividade RURAL, no entanto, a inscrição na Junta Comercial possui natureza CONSTITUTIVA! Art. 967. É OBRIGATÓRIA a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, ANTES← do início de sua atividade. Assim, se alguém exerce empresa sem o prévio registro na Junta Comercial, isso não significa que ele não é empresário, mas apenas que está IRREGULAR. No entanto, o Empresário SEM inscrição ficará privado de obter os privilégios que a legislação concede para o empresário inscrito, como, por exemplo - não possui direito à RECUPERAÇÃO Judicial art. 48 da Lei 11.101/05 - exige que o empresário esteja exercendo atividade empresarial regularmente por mais de 2 anos para que possa requerer a Recuperação Judicial; não possui direito de LIMITAÇÃO à RESPONSABILIDADE dos sócios; não possui Direito de proteção ao NOME; etc. ≠ Art. 45 do CC, que trata das Pessoas Jurídicas de Direito Privado Art. 45. Começa a existêncialegal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Obs.: O Empresário RURAL e o PEQUENO Empresário possuem art. 970 CC Tratamento FAVORECIDO quanto à Inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Art. 970. A lei assegurará tratamento FAVORECIDO, DIFERENCIADO e SIMPLIFICADO ao Empresário RURAL e ao PEQUENO Empresário, quanto à Inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Obs.: O ato constitutivo do empresário ou da sociedade empresária deverá ser apresentado a arquivamento na Junta Comercial, dentro de 30 dias contados de sua assinatura, a cuja data RETROAGIRÃO os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder art. 36 da Lei 8934. NÃO são Atividades Empresariais: ✗ Atividades Intelectuais de natureza Científica, Artística ou Literária, AINDA QUE haja Colaboradores, Salvo se o exercício da profissão for um ELEMENTO de Empresa art. 966, p.u., do CC. Ou seja, a exploração de suas respectivas profissões intelectuais adquire uma forma empresarial. ( Art. 966. (...) Parágrafo único. NÃO se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, AINDA COM o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 199. A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua REGULARIDADE, e NÃO de sua Caracterização. III Jornada de Direito Civil do CJF ex.: dois médicos👤👤 que montam um consultório - atividade NÃO Empresarial - Sociedade SIMPLES - Registro no Cartório de Registro de PESSOA JURÍDICA (e NÃO na Junta Comercial). Obs.: Hospital 🏥 é considerado uma Atividade Empresarial, haja vista que o exercício da profissão dos médicos (atividade intelectual) se configura num mero Elemento da Empresa. Obs.: As atividades Intelectuais NÃO são Empresariais - por exemplo um consultório médico. No entanto, quando a atividade intelectual for oferecida juntamente com outros serviços (estes empresariais) prevalecerá a tutela do Direito Empresarial. A atividade-FIM há de ser empresarial para que haja a absorção da atividade intelectual, pois, se a atividade intelectual for área fim, não haverá tal absorção. Jornadas de Direito Civil 54. É caracterizador do elemento empresa a declaração da atividade-fim, assim como a prática de atos empresarias. 195. A expressão “elemento de empresa” demanda interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores da organização empresarial. ✗ Atividade RURAL, Salvo se o indivíduo se inscrever na JUNTA COMERCIAL arts. 971 e 984 do CC. Obs.: No caso da Atividade RURAL, a inscrição em Junta Comercial possui natureza CONSTITUTIVA (ou seja, o registro é condição indispensável para sua caracterização como empresário e consequente submissão ao regime jurídico empresarial), sendo FACULTATIVA! Art. 971 do CC. O empresário, cuja atividade RURAL constitua sua principal profissão, PODE Faculdade, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará EQUIPARADO ≅, para todos os efeitos, ao Empresário sujeito a registro. Assim, se aquele que exerce atividade econômica rural não se registrar na Junta Comercial, não ficará irregular, mas também não será considerado empresário para os efeitos legais (e, desse modo, não se submeterá, por exemplo, ao regime jurídico da Lei 11.101/05, que trata da Falência e da Recuperação Judicial e Extrajudicial). Obs.: Essa regra também vale para a SOCIEDADE que tenha por objeto social a exploração de atividade econômica rural: Art. 984. A SOCIEDADE que tenha por objeto social a exploração de atividade econômica rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de Sociedade Empresária, PODE Faculdade, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará EQUIPARADA ≅, para todos os efeitos, à Sociedade Empresária. Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se subordinará, no que for aplicável, às normas que regem a transformação. Registro na Junta Comercial Empresários em Geral OBRIGAÇÃO Natureza meramente DECLARATÓRIA Atividade Econômica RURAL Inclusive Sociedades ✓ FACULDADE Natureza CONSTITUTIVA ✗ Sociedade SIMPLES A Sociedade Simples é uma espécie societária que abriga as atividades Intelectuais. ✗ Cooperativa art. 1093 do CC A Cooperativa, por força de LEI, NÃO é considerada atividade empresarial, embora os seus atos constitutivos devam ser registrados na JUNTA COMERCIAL art. 32 da Lei 8934/94. ✗ Entidades que NÃO visam Lucro Fundações, Associações, Partidos Políticos, Organizações Religiosas... Espécies de Empresários Lato Sensu a) Empresário propriamente dito - art. 972 e ss do CC Pessoa FÍSICA ≠ Sócio É a Pessoa FÍSICA que exercerá uma atividade econômica organizada e em nome próprio. O empresário responderá com TODO o seu patrimônio pelas dívidas que vier a contrair, sejam estas dívidas de natureza empresarial ou não. Caso venha a ter sua falência decretada, o juízo concursal arrecadará TODO o seu patrimônio para compor a chamada Massa Falida OBJETIVA. RESPONSABILIDADE Empresário INDIVIDUAL Pessoa FÍSICA NÃO Separação Patrimonial DIRETA e I LIMITADA Inclusive seus bens pessoais Pessoa JURÍDICA EIRELI ou Sociedade Empresária Personalidade e Patrimônio PRÓPRIOS Separação Patrimonial SUBSIDIÁRIA e LIMITADA AINDA QUE os bens não sejam suficientes para o pagamento das dívidas Atenção! Algumas sociedades empresárias, a despeito de assegurarem a Responsabilidade SUBSIDIÁRIA ✓ aos seus sócios art. 1.024 do CC, NÃO asseguram a prerrogativa extra da LIMITAÇÃO de Responsabilidade ✗. É o que ocorre, por exemplo, com todos os sócios de uma Sociedade em NOME COLETIVO art. 1.039 do CC e com sócios ComanditaDOS de uma Sociedade em COMANDITA SIMPLES art. 1.045 do CC. Regras que disciplinam a atividade de Empresário: · Para ser empresário, a pessoa deve estar em pleno gozo da CAPACIDADE CIVIL, NÃO podendo haver impedimento legal art. 972 Capacidade Civil A capacidade de Fato é aquela que permite o exercício PESSOAL dos atos da vida civil. A Proteção do Incapaz difere se a incapacidade for absoluta ou relativa. Sendo ABSOLUTA, o incapaz é REPRESENTADO, ou seja, sua vontade é substituída pela do representante - se o incapaz praticar o ato, este é NULO art. 166, I, do CC; já os RELATIVAMENTE incapazes são ASSISTIDOS, auxiliados, ou seja, praticam o ato junto com seus representantes - caso não haja a assistência, o negócio jurídico é ANULÁVEL art. 171, I, do CC. São três os representantes legais: a) Pais, quanto aos filhos menores; b) Tutor, quando o menor não possuir pai e mãe ou estes perderam o poder familiar; e c) Curador, que representa ou assiste aquele que tem doença ou vícios. Código Civil Art. 3o. São ABSOLUTAMENTE incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Art. 4o. São incapazes, RELATIVAMENTE a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de 16 e menores de 18 anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; ex.: Pessoa emComa, pessoa com doença degenerativa. IV - os pródigos. Pródigo é aquele que gasta colocando em risco sua subsistência e a de sua família. Obs.: O Incapaz NUNCA pode INICIAR atividade como Empresário (NEM mesmo por meio da Representação - visando a proteção ao patrimônio do menor, já que os bens do empresário respondem pelas dívidas que vier a contrair), mas poderá, entretanto, dar CONTINUIDADE a atividade Empresarial mediante AUTORIZAÇÃO JUDICIAL 🤵 art. 974! Obs.: O art. 972 do CC se encontra em antagonismo com o Estatuto do Incapaz, pois aquele artigo é uma norma que visa proteger aqueles que não possuem discernimento mental completo dos riscos da atividade empresarial norma protetiva. O Estatuto do Incapaz, que preceitua a inexistência de incapacidade por discernimento mental incompleto, NÃO poderá afastar a incidência do art. 972. Logo, a pessoa que NÃO possui discernimento mental completo NÃO poderá iniciar atividade como Empresário. Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. Assim, a pessoa que queria exercer atividade econômica na qualidade de Empresário Individual precisa preencher dois requisitos: Capacidade Civil + Ausência de Impedimento Legal Capacidade Qualificada! Atenção! O analfabeto pode SIM registrar-se como Empresário, já que ele NÃO é considerado incapaz nem possui impedimento legal. Obs.: O legislador poderá permitir que o Incapaz CONTINUE com o exercício individual da atividade Empresarial por meio de um Representante em duas situações art. 974 do CC: Incapacidade SUPERVENIENTE ou Morte✝ do Empresário que deixa Herdeiros ou Sucessores INcapazes Para que isso seja possível haverá a necessidade do preenchimento de três requisitos: 1º O Representante deverá solicitar uma AUTORIZAÇÃO Judicial 🤵; Registrada na Junta Comercial Essa Autorização poderá ser REVOGADA pelo próprio Juiz! 2º O Juiz irá avaliar os riscos da atividade para o Incapaz (verificar o passivo trabalhista e tributário) e a conveniência da Continuidade art. 974. §1º; 3º Se o Juiz autorizar, ele deverá SEPARAR os BENS que o Incapaz NÃO irá utilizar para o exercício da Atividade Empresarial - estes Bens deverão constar da Autorização, que deverá ser Registrada na Junta Comercial art. 974, §2º. Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, CONTINUAR a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. §1o - Nos casos deste artigo, precederá AUTORIZAÇÃO JUDICIAL 🤵, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a Autorização ser REVOGADA pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, SEM prejuízo dos Direitos Adquiridos por terceiros. §2o. NÃO ficam sujeitos ao resultado da empresa os Bens que o incapaz JÁ possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, DESDE QUE estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. §3o. O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva Sócio INcapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: I - o Sócio Incapaz NÃO pode exercer a Administração da Sociedade; II - o Capital Social deve ser TOTALMENTE integralizado; III - o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. Atenção! Pelo §3º verifica-se a possibilidade de o INcapaz ser SÓCIO✓ em uma sociedade empresária, pois o sócio não é empresário. Empresário INDIVIDUAL INcapaz Apenas SÓ para CONTIUAR atividade empresarial Incapacidade Superveniente ou Sucessão causa mortis Necessidade de AUTORIZAÇÃO JUDICIAL 🤵 SÓCIO INcapaz Pode CONSTITUIR Sociedade ou INGRESSAR em Sociedade já existente QUALQUER Situação NÃO necessita de AUTORIZAÇÃO JUDICIAL 🤵 Obs.: Se o Representante Legal for pessoa legalmente impedida ex.: Juiz de Direito, o REPRESENTANTE deverá escolher um¹ ou mais+ Gerentes para exercer a atividade da qual estava impedida. O Juiz apenas nomeia o Gerente escolhido pelo Representante (se o Gerente causar danos para o Representado/Incapaz, o Representante que escolheu mal o Gerente terá o dever de indenizar o Incapaz (Culpa “In Eligendo”) art. 975. Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz 🤵, um¹ ou mais+ Gerentes. §1o. Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser conveniente. §2o. A aprovação do Juiz NÃO exime o Representante ou Assistente do menor ou do interdito da Responsabilidade pelos atos dos Gerentes nomeados. Obs.: Os impedimentos legais podem ser de duas naturezas: Em razão do Cargo Juiz de Direito, Ministério Público, Servidor Público Federal, Militar, Parlamentares... Em razão de Sentença Os Falidos, enquanto não reabilitados Atenção! As obrigações contraídas por um empresário impedido NÃO são nulas, ou seja, terão plena VALIDADE✓ em relação a terceiros de boa-fé que com ele contratem. Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, RESPONDERÁ ✓ pelas obrigações contraídas. Atenção! Existe a possibilidade de esses “impedidos” se associem aos empreendimentos como acionistas, sócios cotistas, investidores, sem poderes de administração ou gerência. ex.: Lei 8.112/90 Art. 117. Ao servidor é proibido: (...) X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; Constituição Federal Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: (...) II - desde a posse: a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com Pessoa Jurídica de Direito PÚBLICO, ou nela exercer função remunerada $; Obs.: O art. 978 do CC permite que o Empresário Individual, Pessoa Física, Casado, sob QUALQUER regime matrimonial, possa alienar imóveis do patrimônio dos cônjuges, DESDE QUE este imóvel esteja sendo utilizado para o EXERCÍCIO da Atividade Empresarial, SEM a necessidade do CONSENTIMENTO do Cônjuge. Esta regra visa implementar o Tráfico Mercantil Celeridade Art. 978. O Empresário Casado pode, SEM necessidade de Outorga Conjugal, QUALQUER que seja o Regime de Bens, alienar os Imóveis🏘 que integrem o patrimônio da Empresa 🏭 ou gravá-los de Ônus Real. “O empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa, DESDE QUE exista prévia AVERBAÇÃO de AUTORIZAÇÃO CONJUGAL à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no Cartório de Registro de Imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis.” Enunciado 58 da Jornada de Direito Comercial do CJF Art. 977. Faculta-se aos Cônjuges contratar SOCIEDADE, entre SI ou com TERCEIROS, DESDE QUE NÃO tenham casado no Regime da Comunhão UNIVERSAL de Bens, ou no da Separação OBRIGATÓRIA. Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. Art. 980. A Sentença que decretar ou homologar a Separação Judicial do empresário e o Ato de REConciliação NÃO podem ser opostos a Terceiros, antes de Arquivadose Averbados no Registro Público de Empresas Mercantis. Jornada de Direito Comercial da Justiça Federal. 6. O empresário individual regularmente inscrito é o destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, DESDE QUE exista, se for o caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de Imóveis, devendo tais requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis. 58. O empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa, DESDE QUE exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público de empresas mercantis. Obs.: O fato de o empresário individual possuir CNPJ Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas NÃO significa que ele é uma Pessoa Jurídica. Trata-se apenas de um Cadastro Fiscal, que equipara o empresário individual a pessoas jurídicas para fins TRIBUTÁRIOS (as Pessoas Jurídicas de Direito Privado estão listadas no art. 44 do Código Civil, e nesse rol não se encontra o empresário individual). Atenção! O Empresário INDIVIDUAL atua sob a forma de Pessoa FÍSICA (mesmo com CNPJ), e NÃO Pessoa JURÍDICA. Preposto Art. 1.169. O Preposto NÃO pode, SEM Autorização ESCRITA✍, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder PESSOALMENTE pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. Art. 1.170. O Preposto, salvo Autorização EXPRESSA, NÃO pode negociar por conta própria ou de terceiro, NEM participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação. Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos Prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. Parágrafo único. No exercício de suas funções, os Prepostos são PESSOALMENTE responsáveis, perante os Preponentes, pelos atos CULPOSOS; e, perante Terceiros, SOLIDARIAMENTE com o Preponente, pelos atos DOLOSOS. Apesar de os empresários preponentes responderem perante terceiros pelos atos praticados pelos seus prepostos, podem se voltar contra estes, caso tenham agido com culpa. Art. 1.178. Os Preponentes são responsáveis pelos atos de QUAISQUER Prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, AINDA QUE não autorizados por escrito. Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, SOMENTE obrigarão o Preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito✍, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. “Teoria da Aparência” Gerente Considera-se Gerente o Preposto PERMANENTE no exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência. Art. 1.172 Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera- se o Gerente AUTORIZADO a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados. Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se SOLIDÁRIOS os poderes conferidos a dois2 ou mais+ Gerentes. Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique em seu próprio nome, mas à conta daquele. O gerente pode estar em juízo em nome do preponente, pelas obrigações resultantes do exercício da sua função, ou seja, nas ações que versem sobre obrigações assumidas em virtude do exercício da função gerencial. Art. 1.176 De maneira geral, os poderes conferidos à Gerência são AMPLOS, mas o empresário pode limitá-los. Para que essa limitação de poderes do Gerente produza efeitos perante terceiros, deverá o empresário: Registrá-la na Junta Comercial, por meio de averbação junto ao ato constitutivo lá arquivado ou Provar que a limitação de poderes era conhecida por aquele que contratou com o Gerente. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI O Código Civil Art. 970 assegura um tratamento FAVORECIDO, DIFERENCIADO e SIMPLIFICADO ao Empresário Rural e ao Pequeno Empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Lei Complementar 123/2006 Art. 18-A. O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo SIMPLES NACIONAL em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo. §1o. Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o EMPRESÁRIO INDIVIDUAL que se enquadre na definição do art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, ou o empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. §2o. No caso de início de atividades, o limite de que trata o §1º será de R$ 6.750,00 (seis mil, setecentos e cinquenta reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. Portaria 16/2009 do CGSIM Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios Art. 2º. Considera-se MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que atenda cumulativamente às seguintes condições: I - tenha auferido RECEITA BRUTA conforme estabelecido nos §§ 1º ou 2º do art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 2006; II - seja optante pelo SIMPLES NACIONAL; III - exerça tão SOMENTE atividades permitidas para o Microempreendedor Individual conforme Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional; IV - NÃO possua mais+ de um1 estabelecimento; V - NÃO participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; VI - possua até UM1 EMPREGADO que receba EXCLUSIVAMENTE UM1 SALÁRIO MÍNIMO ou o PISO SALARIAL da categoria profissional. <, Obs.: O DOMICÍLIO EMPRESARIAL (ou local do estabelecimento) PODE✓ COINCIDIR com a RESIDÊNCIA do MICROEMPREENDEDOR, salvo se for necessária e indispensável a existência de local próprio para o exercício da atividade. LC nº 154/2016 b) EIRELI art. 980-A do CC A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada EIRELI será constituída por uma¹ ÚNICA Pessoa, titular da TOTALIDADE do Capital Social, devidamente INTEGRALIZADO, que NÃO será inferior a ≥ 100 X (cem vezes) o maior SALÁRIO MÍNIMO vigente no País. Com a criação da EIRELI, possibilitou-se a constituição de uma Pessoa Jurídica (empresa) INDIVIDUAL sem a necessidade de sócios e que assumisse uma responsabilidade SUBSIDIÁRIA e LIMITADA pelas obrigações empresariais contraídas. Antes da lei nº 12.441/2011, a doutrina explicava que a "empresa" não era sujeito de direitos sendo apenas uma atividade econômica organizada. O sujeito de direitos era o empresário, ou seja, a pessoa que exercia a atividade econômica organizada. Com a nova previsão, o legislador transformou a EIRELI em pessoa jurídica, ou seja, titular de direitos. A empresa individual é Pessoa Jurídica de Direito Privado, prevista no art. 44 do Código Civil. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: (...) VI - as empresas individuaisde responsabilidade limitada EIRELI. É permitido que o titular da EIRELI seja uma Pessoa Física ou Jurídica! Pessoa FÍSICA SÓ UMA ¹ EIRELI Titular ou Pessoa JURÍDICA inclusive uma Sociedade Estrangeira ✓ e pode ser titular de + de uma¹ EIRELI Atenção! O Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (DREI) Instrução Normativa definiu que o INCAPAZ✗ NÃO pode constituir EIRELI, mesmo representado ou assistido. Atenção! O Produtor RURAL✓ pode constituir uma EIRELI. II Jornada de Direito Comercial. 62. O produtor rural, nas condições mencionadas do art. 971 do CCB, pode constituir EIRELI. Capital mínimo A exigência de, no mínimo NÃO será inferior, 100 X (cem vezes) o maior SALÁRIO MÍNIMO vigente no País é feita APENAS SÓ no ato de CONSTITUIÇÃO da EIRELI. Caso o salário mínimo aumente posteriormente, fazendo com que o capital integralizado se torne inferior a cem vezes o seu valor, NÃO será necessária nenhuma nova providência. Jornadas de Direito Comercial do CJF 4. Uma vez SUBSCRITO e efetivamente INTEGRALIZADO, o CAPITAL da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada EIRELI NÃO sofrerá nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações no Salário Mínimo. Atenção! O DNRC permite que sejam utilizados para integralização de capital DINHEIRO e QUAISQUER bens (móveis 🚗 ou imóveis 🏠), DESDE QUE suscetíveis de avaliação em dinheiro. Código Civil Art. 1.055. (...) §2º. É VEDADA contribuição que consista em prestação de serviços. Imagine que João resolva constituir uma EIRELI. Como forma de integralização o capital, decide usar um terreno registrado em seu nome (pessoa física). Nota-se que João irá transferir o seu imóvel para a PJ. Neste caso, haverá a incidência de ITBI? A indagação pode ser respondida com base na CF art. 156, §2º, I, a qual afirma que não haverá a incidência de ITBI quando houver transmissão de bens para integralizar o capital, salvo se a atividade preponderante for compra/venda, locação de bens imóveis. NOME Empresarial A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada pode usar tanto FIRMA Empresário Individual quando DENOMINAÇÃO SOCIAL Sociedade Empresária, e a expressão EIRELI deve constar obrigatoriamente do nome empresarial, ao FINAL dele. Firma ou + EIRELI Denominação Social Art. 980-A. §1º. O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" APÓS ⃗ a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. Natureza Jurídica Duas correntes (cada TRT adota uma diferente) procuram decifrar a natureza jurídica da EIRELI: 1ª corrente: A EIRELI nada mais é do que um Empresário Individual que hoje pode limitar a sua responsabilidade, constituindo uma Pessoa Jurídica, desde que integralize, no mínimo, 100 Salário Mínimos. Adotando esta corrente, as regras que disciplinam o empresário também irão disciplinar o titular da EIRELI. O Fundamento desta corrente se baseia na localização topográfica do Dispositivo, que se encontra dentre as regras que disciplinam o Empresário Individual. Para esta primeira corrente, Pessoa Jurídica NÃO poderá ser titular da EIRELI (Rubens Requião/USP/Juntas Comerciais). 2ª corrente: A EIRELI é a possibilidade, hoje em dia, da criação da Sociedade UNIPessoal Originária no Direito Brasileiro. O titular da EIRELI seguirá as regras que disciplinam os Sócios nas Sociedades. O fundamento desta corrente se baseia numa interpretação gramatical do dispositivo, que menciona institutos próprios do Direito Societário, tais como Sócio, Capital Social, Integralização. De acordo com essa corrente, Pessoa Jurídica poderá SIM ser titular da EIRELI Fábio Ulhoa Coelho. Contudo, segundo o entendimento majoritário da Doutrina, NÃO é um Empresário Individual (UNIPessoal) NEM uma Sociedade Empresária - trata- se de uma NOVA ESPÉCIE Novo ENTE de Pessoa Jurídica de Direito Privado, que se junta às outras já existentes (Sociedades, Associações, Fundações, Partidos Políticos e Organizações Religiosas). Jornadas de Direito Comercial do CJF 3. A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI não é uma sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária. Jornadas de Direito Civil 469. A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) não é sociedade, mas NOVO ENTE JURÍDICO PERSONIFICADO. Registro EIRELI Registro Atividades EMPRESARIAIS Junta Comercial Atividades CIVIS Registro CIVIL de Pessoas Jurídicas - RCPJ V Jornada de Direito Civil do CJF 470. Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no registro competente, para fins de aquisição de personalidade jurídica. A falta de arquivamento ou de registro de alterações dos atos constitutivos configura irregularidade superveniente. TÍTULO I-A (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA Art. 980-A. A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada será constituída por uma ÚNICA Pessoa, titular da TOTALIDADE do Capital Social, devidamente INTEGRALIZADO, que NÃO será inferior a ≥ 100 X (cem) vezes o maior Salário-Mínimo vigente no País. §1º. O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" APÓS ⃗ a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. §2º. A Pessoa NATURAL 👤 que constituir Empresa Individual de Responsabilidade Limitada SOMENTE poderá figurar em uma¹ ÚNICA Empresa dessa modalidade. Essa vedação não se aplica quando o titular da EIRELI é uma Pessoa JURÍDICA, que pode ser titular de mais+ de uma1 EIRELI! Pessoa NATURAL 👤 SOMENTE poderá figurar em UMA ¹ ÚNICA Empresa Pessoa JURÍDICA PJ Pode ser titular de MAIS + de uma1 EIRELI §3º. A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada também poderá resultar✓ da concentração das Quotas de outra modalidade societária num Único Sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. §4º - ( VETADO). §5º. Poderá ser atribuída✓ à Empresa Individual de Responsabilidade Limitada constituída para a Prestação de Serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da Cessão de Direitos Patrimoniais de Autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da Pessoa Jurídica, VINCULADOS à atividade profissional. §6º. Aplicam-se✓ à Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, no que couber, as regras previstas para as Sociedades LIMITADAS LTDA. . Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: (...) IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 180 (cento e oitenta) dias; (...) Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. . Art. 1.055. (...) §2º. É VEDADA contribuição que consista em prestação de serviços. c) Sociedade Empresária art. 981 e ss do CC Sociedade Empresária é a Pessoa JURÍDICA de Direito PRIVADO art. 44, II, do CC, constituída sob a forma de SOCIEDADE art. 981 do CC, cujo objeto social é a exploração de uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços art. 982 CC. Código Civil Art. 44. São Pessoas Jurídicas de Direito Privado: (...) II - as Sociedades; Art. 981. Celebram Contrato de Sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigama contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade pode✓ restringir-se à realização de um1 ou mais+ negócios determinados. Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se EMPRESÁRIA a Sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de EMPRESÁRIO sujeito a REGISTRO art. 967; e, Simples, as demais. Parágrafo único. INdependentemente de seu objeto, considera-se EMPRESÁRIA a Sociedade por AÇÕES; e, Simples, a Cooperativa. Obs.: Quando se está diante de uma Sociedade Empresária, é importante relembrar que os seus Sócios NÃO são Empresários - o empresário, nesse caso, é a própria sociedade, ente ao qual o ordenamento jurídico confere personalidade jurídica própria e, consequentemente, capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. Empresário INDIVIDUAL EIRELI SOCIEDADE Empresária Pessoa FÍSICA Natural Pessoa Jurídica Pessoa Jurídica Responsabilidade ILIMITADA Responsabilidade LIMITADA A Responsabilidade vai depender do tipo societário - pode ser LIMITADA ou ILIMITADA NÃO precisa de capital mínimo Capital mínimo ≥ 100 X maior Salário- Mínimo vigente no País NÃO precisa de capital mínimo Lei Complementar 123/2016 Art. 3º. Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se MICROEMPRESA ou EMPRESAS DE PEQUENO PORTE, a SOCIEDADE EMPRESÁRIA, a SOCIEDADE SIMPLES, a EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA e o EMPRESÁRIO a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da MICROEMPRESA, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso de EMPRESAS DE PEQUENO PORTE, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). A lei NÃO fala em quantidade de estabelecimentos ou outro requisito como quantidade de empregados, APENASSÓ se baseia no critério da RECEITA BRUTA no ano-calendário! Empresário Pessoa Jurídica Sociedade Empresária EIRELI Pessoa Física Empresário Individual MEI . Art. 18-A. O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo SIMPLES NACIONAL em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo. §1o. Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o EMPRESÁRIO INDIVIDUAL que se enquadre na definição do art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, ou o empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural, que tenha auferido receita bruta, no ano- calendário anterior, de até R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. §2o. No caso de início de atividades, o limite de que trata o §1º será de R$ 6.750,00 (seis mil, setecentos e cinquenta reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. “O empresário caracteriza-se como empreendedor que, individualmente, predispõe-se a exercer a atividade empresarial. O risco de tal escolha se apresentará patente em caso de insucesso do empreendimento, hipótese em que o patrimônio particular do empreendedor também responderá pelo passivo descoberto da atividade empresarial. Em outras palavras, em relação aos credores do empreendimento, o empresário não poderá invocar o princípio da separação patrimonial. Para relativizar referido risco, a Lei nº 12.441/2011 criou a EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) em que é possível ao empreendedor beneficiar-se do Princípio da Separação Patrimonial, ainda que a exercer a atividade individualmente, cumprindo-se os requisitos legais, entre os quais a integralização prévia de capital igual ou superior a 100 (cem) vezes o Salário Mínimo. Anteriormente, a Lei Complementar 128/2008 disciplinou o regime jurídico do MEI (Microempreendedor Individual), inovação legislativa que pretendeu afastar da informalidade pequenos empreendimentos, facilitando-se o cadastramento dos microempreendedores (...). Assim, o empreendedor que se predisponha a exercer a atividade empresarial, individualmente, poderá fazê-lo como Empresário Individual, como MEI ou por meio de uma EIRELI." Chagas, Edilson Enedino das. Direito empresarial esquematizado. – 6. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-as-diferencas-entre-microempresa-pequena-empresa-e- mei,03f5438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD
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