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09 de junho de 2025 Ano 29 - n° 1371 - Palmeira dos Índios - Alagoas EDIÇÃO IMPRESSA E DIGITAL JUSTIÇANAS REDES JUSTIÇA Farda e ambição: Bolsonaro será julgado por tentar rasgar Constituição e se manter no poder à força PÁGINAS 2 e 3 MP investiga Júlio Cezar por suspeita de irregularidade em execução de orçamento www.tribunadosertao.com.br Ueslei Marcelino (REUTERS) Major da PM mata o próprio filho e o cunhado, esfaqueia ex-mulher e é morto pelo Bope Pedro já havia agredido a ex-companheira. Desta vez, a violência terminou em tragédia irreversível PÁGINAS 6 e 7 Renan Filho defende equilíbrio fiscal para manter crescimento econômico R$ 3,00 JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao02 www.tribunadosertao.com.br Bolsonaro no banco dos réus: o julgamento que redefine os limites da democracia Redação Oex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados serão jul- gados por tentativa de golpe de Estado. A acusação? Articular, den- tro e fora do governo, um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após a derrota nas eleições de 2022. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República, sustenta que Bolsonaro liderou uma trama para abalar a ordem democrática. Ele teria elaborado um de- creto de estado de sítio, discutido com generais da ativa a possibili- dade de deslegitimar o resultado das urnas e incentivado apoiadores a promover atos contra o STF e o TSE. Segundo a investigação da Polícia Federal, a trama ficou con- hecida como “Plano do Golpe” e previa, entre outras ações, a prisão de ministros, fechamento das in- stituições e intervenção militar. O nome do plano, revelado por de- lações, era “Punhal Verde e Amarelo” — símbolo de uma ten- tativa de ruptura institucional con- struída dentro do Palácio da Alvorada. Ao lado de Bolsonaro, estão no banco dos réus nomes de peso como os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres. Todos são apontados como mem- bros do “núcleo operacional” da tentativa de ruptura democrática. As penas, em caso de condenação, podem ultrapassar 40 anos de prisão. A democracia em teste O julgamento não é apenas de Bolsonaro. É um teste institu- cional para o Brasil. Pela primeira vez, um ex-presidente será julgado pela mais alta corte do país por ten- tar subverter o próprio sistema que jurou proteger. Trata-se de um mo- mento que pode definir os rumos da democracia brasileira para as próximas décadas. A narrativa construída nos últimos anos, baseada em teorias conspiratórias, ataque às urnas eletrônicas e desinformação, en- contra agora seu limite jurídico e histórico. Bolsonaro ficará diante de Alexandre de Moraes, no STF JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao03 www.tribunadosertao.com.br O julgamento de Bolsonaro: um aviso claro a quem tenta flertar com o autoritarismo REDAÇÃO Nesta segunda-feira, 9 de junho de 2025, o Brasil viverá um momento histórico: o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após sua der- rota nas eleições presidenciais de 2022. Ao lado de pelo menos oito aliados — entre eles ministros, generais e ex-assessores — Bol- sonaro será julgado por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, associação criminosa e incitação às Forças Armadas. O processo que agora chega ao plenário do STF é o des- fecho de uma cadeia de acontec- imentos que teve início no dia 30 de outubro de 2022, data da eleição de Lula para um terceiro mandato. Ainda naquela noite, aliados de Bolsonaro iniciaram bloqueios em rodovias federais, enquanto o então presidente man- tinha silêncio. Nas semanas seguintes, ele se isolou no Palácio da Alvorada, onde reuniões a por- tas fechadas com militares e min- istros passaram a gerar suspeitas sobre a real disposição do presi- dente em respeitar o resultado das urnas. De novembro a dezembro daquele ano, documentos começaram a circular entre ofi- ciais de alta patente com propostas de decretos de intervenção federal, medidas de exceção e planos de estado de sítio. As Forças Armadas não aderiram oficialmente, mas a tentativa de costurar apoio far- dado foi evidente. Em 27 de dezembro de 2022, Bolsonaro em- barcou para os Estados Unidos sem passar a faixa presidencial a Lula — um gesto simbólico que já apontava sua recusa em recon- hecer a derrota. Em 8 de janeiro de 2023, os ataques criminosos às sedes dos Três Poderes em Brasília acen- deram o alerta definitivo. Embora Bolsonaro estivesse fisicamente fora do país, mensagens obtidas posteriormente pela Polícia Fed- eral revelaram que o ex-presidente sabia da mobilização e não a con- denou. O rastro digital do então mandatário se tornou peça central nas investigações que vieram a seguir. A virada decisiva no caso veio com a Operação Tempus Ver- itatis, deflagrada em novembro de 2024. A ação da Polícia Federal reuniu provas, áudios e delações premiadas que escancararam a existência de um plano de ruptura democrática batizado de “Punhal Verde e Amarelo”. O objetivo era impedir a posse de Lula, prender ministros do STF e tomar o poder com respaldo de parte das Forças Armadas. Em março de 2025, com base nesse material, o STF aceitou por unanimidade a denúncia ap- resentada pela Procuradoria-Geral da República e tornou Bolsonaro réu. A partir daí, o ex-presidente passou a acumular outras frentes de investigação: o uso de cartão de vacinação falso para viabilizar viagens internacionais durante a pandemia; a apropriação de joias dadas por autoridades sauditas e o envolvimento com a chamada “milícia digital”, responsável por ataques sistemáticos à democracia e às urnas eletrônicas. Com o julgamento prestes a começar, o Brasil entra numa encruzilhada política e jurídica. Nunca antes um ex-presidente da República havia sido julgado por tentar permanecer no poder à rev- elia da Constituição. A sentença que sair desse processo será, mais do que uma resposta penal, uma mensagem institucional: a de que a democ- racia brasileira tem limites, tem freios, tem leis — e que ninguém, por mais poderoso que seja, está acima delas. GOLPE FRUSTRADO 🔎O que está em jogo no julgamento do ex-presidente 🔹 Quais crimes estão sendo julgados? Bolsonaro e seus aliados respondem por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Di- reito, formação de organização criminosa, incitação pública ao crime e, em ações paralelas, falsidade ideológica e pecu- lato (caso das joias sauditas). 🔹 Qual a pena prevista? Somadas, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão. O crime de tentativa de abolição do Estado de Direito, por si só, prevê reclusão de 4 a 12 anos. 🔹 Ele pode ser preso? Sim. Caso condenado, Bolsonaro poderá ser preso — ainda que a defesa recorra. A execução da pena dependerá do momento do trânsito em julgado, a depender da jurisprudência aplicada pelo STF. 🔹 E quanto à inelegibilidade? Bolsonaro já está inelegível até 2030 por decisão do TSE, mas uma condenação penal pode torná-lo ficha suja de forma permanente, a depender do teor da sentença. 🔹 O julgamento afeta outros políticos? Sim. O desfecho do processo poderá influenciar outros inquéritos que envolvem parlamentares, empresários e mil- itares envolvidos com a tentativa de golpe e com as milícias digitais. 🔹 E a repercussão internacional? Alta. Veículos internacionais, como Le Monde, The Guardian e El País, tratam o julgamento como um marco histórico da justiça latino-americana, comparável ao de Fujimori no Peru. 04 Éda melhor tradição da Academia Bra- sileira de Letras, quando morre um dos seus sócios efetivos, realizar uma sessão de saudade na quinta-feira seguinte. Todos os membros do plenário têm a opor- tunidade de falar a respeito daquele que se foi, confessando a sua saudade. Costuma ser uma sessão muito emocionada. Agora, no Conselho de Notá- veis da ConfederaçãoNacional do Comercio de Bens, Serviços e Turismo, sem esconder as lágrimas que inundaram os meus olhos, propus que o mesmo passasse a acontecer também na sua tradição. Foi uma forma de homenagear o último dos seus membros que faleceu e nos deixou uma saudade imensa. O Embaixador Marcos Azam- buja não passou dos 90 anos. Foi um dos mais brilhantes membros do Itamaraty, que honrou por todos os postos exercidos. Além da imensa cultura, era dono de um bom humor inexcedível. Tive o privilégio de visitá-lo em Paris, quando ele era titular da Embai- xada na França, que exerceu com grande brilho como sempre foi uma característica das suas atuações diplomáticas. Era homem de imensa cultura, de que se valeu também quando exerceu as mesmas funções quando foi Embaixador do Brasil na Argentina. Tra- balhou, no período de 1992-1997, e foi Se- cretário-Geral do Itamaraty de 1990 a 1992. Chefiou a delegação do Brasil para Assuntos de Desarmamento e Direitos Humanos em Genebra, 1989-1990. Foi autor de muitos livros sobre relações internacionais nos campos do desenvolvimento sustentável, desarma- mento, integração regional, Antártica e po- lítica espacial. Trabalhou três anos em Londres e exerceu uma intensa atividade na Fundação Roberto Marinho. Quem não gostaria de contar com um homem de tanta cultura em seus quadros? Sua paixão pelo Brasil era muito grande, como disse ao Conselheiro Paulo Alonso: “Se o Brasil não der certo, as condições para o mundo ficam prejudica- das.” E são suas conclusões: “Não sou pessimista. Nós vamos encontrar, pouco a pouco, maneira de fazer mais e melhor, causando menos danos ao planeta.” Sessão de saudade É membro da Academia Brasileira de Letras Arnaldo NISKIER O Jornal Tribuna do Sertão também circula nas Prefeituras e Câmaras Municipais de Alagoas, Câmaras dos Deputados e Senado, Órgãos de Governo e Entidades de Classe. ATENDIMENTO/ ANÚNCIOS comercial@tribunadosertao.com.br NOTÍCIAS/ INFORMAÇÕES redacao@tribunadosertao.com.br Empresa de Comunicação do Agreste e Sertão Ltda. Sede: Rua Padre Dimas, 32 Centro - Palmeira dos Índios - Alagoas Editor efe: Vladimir Barros Colaboradores: Arnaldo Niskier, Ivan Barros, Carlito Lima, Laurentino Veiga, Pedro Oliveira, Benedito Ramos, Aroldo Marques, Fernando Valões e Cinara Corrêa *Este Jornal é feito por colaboradores e não remunera os mesmos; Tribuna do Sertão não se responsabiliza pelos conceitos emitidos em matérias e colunas assinadas, nem por teor de informes publicitários; A reprodução dos lay-outs e artes finais deste semanário constitui violação de Copyright, com as penas previstas em lei para este tipo de infração. Este jornal tem isenção tribu- tária conforme artigo 150, IV, da Constituição Federal Fundado no verão de 1997 pelo jornalista e escritor IVAN BARROS JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 02 de junho de 2025 Redação Ogovernador Paulo Dan- tas lança nesta segunda- feira (9), às 11h, no Palácio República dos Palmares, o Programa Corações da Paz, uma iniciativa inédita do Governo de Alagoas voltada para a promoção da cidadania, prevenção da vio- lência e redução das desigualdades sociais. A proposta integra diversas áreas — como segurança pública, saúde, educação, assistência social e cultura — em um só espaço, com foco em comunidades vulneráveis. A principal ação do pro- grama será a criação do Complexo Comunitário Corações da Paz, que será construído no entorno do Gi- násio Lauthenay Perdigão, no bairro do Trapiche, em Maceió. O investimento inicial é de R$ 8 mi- lhões. O espaço contará com três blocos: um voltado à formação e cultura, com salas de aula, biblio- teca e auditório; outro destinado a serviços públicos como emissão de documentos, regularização civil e atendimentos sociais; e um ter- ceiro com estrutura administrativa e de apoio. Além disso, o local abri- gará mais uma unidade do projeto Escola do Coração, com 12 salas de aula climatizadas e infraestru- tura completa, já em fase de cons- trução, orçada em R$ 12 milhões. Esta será a segunda unidade do tipo na capital, dentro de um plano maior que prevê 56 novas escolas em todo o estado, somando R$ 500 milhões em investimentos, o maior da história de Alagoas nesse setor. O programa é coordenado pela Secretaria de Estado de Pre- venção à Violência (Seprev) em parceria com a Secretaria de Es- tado da Educação (Seduc), e será um centro de convivência e trans- formação social. A população aten- dida inclui jovens, mulheres, ido- sos, pessoas com deficiência e fa- mílias em situação de vulnerabilidade. O objetivo é ofe- recer oportunidades reais de in- clusão, capacitação e fortaleci- mento da cultura de paz, a partir da mobilização comunitária e da ação integrada de diversas pastas do governo estadual. Paulo Dantas apresenta Programa Corações da Paz, que integrará ações sociais e de segurança jornaltribunadosertao www.tribunadosertao.com.br Escola do Coração fará parte do Complexo Comunitário que será construído do Ginásio Lauthenay Perdigão, no Trapiche JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao05 www.tribunadosertao.com.br Renan Filho defende corte de benefícios fiscais e equilíbrio das contas públicas para garantir crescimento sustentável do Brasil REDAÇÃO Em um longo pronuncia- mento nas redes sociais neste sábado, 7 de junho, o ministro dos Trans- portes, Renan Calheiros Filho, fez um contundente alerta sobre os efeitos danosos dos gastos tributários — os chama- dos incentivos ou renúncias fiscais — para o equilíbrio fis- cal do país. Segundo o min- istro, o Brasil deixa de arrecadar cerca de R$ 800 bil- hões por ano com esse mecan- ismo, valor que dobra os orçamentos combinados da saúde (R$ 233 bi) e da edu- cação (R$ 167 bi). Renan Filho classificou os benefícios fiscais como “um eufemismo para esconder o que de fato são: gastos públicos disfarçados, que beneficiam pequenos grupos empresariais com poder de pressão política, em detrimento do conjunto da população”. Durante o vídeo, o min- istro comparou os valores bil- ionários concedidos a empresas com investimentos diretos em políticas públicas. “O novo PAC, por exemplo, tem R$ 60 bilhões. Já as bolsas da Capes, a Farmácia Popular e o Vale Gás somam pouco mais de R$ 12 bilhões. É uma desproporção brutal se com- parada aos R$ 800 bilhões de renúncias fiscais”, destacou. A experiência de Alagoas Renan relembrou que, quando foi governador de Alagoas, implementou cortes nos benefícios fiscais e criou o Fundo de Equilíbrio Fiscal (FEFAL), para disciplinar a ar- recadação e recuperar a capaci- dade de investimento do Estado, especialmente após os anos de crise pós-impeach- ment. A medida, segundo ele, foi essencial para garantir a re- tomada do crescimento alagoano. Cortes e reformas: “Não dá mais” O ministro afirmou ainda que, além do corte nos gastos tributários, o Brasil pre- cisa rever outros desequi- líbrios, como o pagamento anual de R$ 100 bilhões em precatórios e as emendas par- lamentares que já somam mais de R$ 50 bilhões. Ele defendeu também uma reforma admin- istrativa mais ampla, que atinja “super salários”, privilégios previdenciários e outras dis- torções do serviço público fed- eral. “Não dá mais para sus- tentar esse modelo. O Brasil precisa de equilíbrio fiscal real para manter os juros em queda, atrair investimentos, gerar em- pregos e continuar crescendo de forma duradoura”, disse. Crescimento com responsabilidade Renan Filho comemo- rou os índices econômicos positivos do governo Lula — como o crescimento acumu- lado do PIB, a geração recorde de empregos com carteira assi- nada e o aumento da renda dos trabalhadores —, mas ad- vertiu que esse desempenho só será sustentável com esta- bilidade fiscal e revisão de privilégios. “Não se trata de cortar investimento social. Pelo con- trário, cortar incentivos inefi- cazes é garantir mais recursos para a saúde, educação, in- fraestrutura e ciência. É garan- tir que o Brasil cresça para todos, e não apenaspara poucos”, concluiu o ministro, defendendo a articulação entre o Executivo e o Congresso Na- cional nas medidas que serão debatidas neste fim de semana em reunião com o ministro Fernando Haddad, o presi- dente da Câmara, Hugo Motta, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. ECONOMIA Renan Filho comemorou os índices econômicos positivos do governo Lula — como o crescimento do PIB, a geração recorde de empregos com carteira assinada e o aumento da renda dos trabalhadores Ministro dos Transportes usa redes sociais para criticar renúncias tributárias de R$ 800 bilhões e alerta: país gasta mais com incentivos a grandes grupos do que com saúde e educação somados JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao06 www.tribunadosertao.com.br O horror em casa: major da PM mata o próprio filho e o cunhado e morre ao resistir à prisão Cinara Corrêa Oque leva um homem, pai de família, oficial refor- mado da Polícia Militar, a virar algoz daqueles que deveria proteger? O que vimos neste sábado, 7 de junho, em Maceió, é mais do que um caso policial. É o retrato de um país adoecido pela violência doméstica, pela im- punidade e por uma estrutura de poder que muitas vezes protege quem já deveria ter sido afastado há muito tempo. O major reformado Pedro Silva, de 48 anos, foi morto por policiais do Bope após resistir à prisão no momento em que es- faqueava a ex-companheira, dentro da casa onde, minutos antes, ele havia assassinado o próprio filho de 10 anos e o cunhado, um sar- gento da PM. A tragédia aconteceu na Rua Manaus, no bairro Trapiche da Barra, na capital alagoana. De acordo com a Secre- taria de Segurança Pública, o major estava em surto psicótico. Mas o surto, por si só, não explica o hor- ror. Pedro já havia sido preso por agredir a ex-companheira em Palmeira dos Índios, com base na Lei Maria da Penha. Já havia sinais. Já havia histórico. E mesmo assim, a escalada da violência não foi contida — até que se tornasse ir- reversível. A tropa de elite do Bope conseguiu salvar três vidas: duas mulheres e uma criança de dois anos, resgatadas da cena do crime. Mas as marcas deixadas são pro- fundas e não cicatrizam fácil. Uma criança assassinada pelo próprio pai. Um policial morto por outro policial. Uma mulher à beira da morte por não ter sido protegida antes. Quantos alertas ainda serão ignorados? Quantos “ex-com- panheiros” violentos ainda cam- inharão soltos entre nós, carregando armas, fardas, medal- has e histórico de agressões abafado por estruturas corpora- tivistas? Esse não é um caso isolado. É a ponta de um iceberg formado por machismo, omissão institu- cional, falhas na saúde mental e descaso com as vítimas da violên- cia doméstica. A Tribuna do Sertão lamenta profundamente as mortes ocorridas. Mas, mais do que lamen- tar, denunciamos. Denunciamos o silêncio, a lentidão das medidas protetivas, o sistema que falha com mulheres todos os dias, até que vire notícia em letras garrafais — e tarde de- mais. Que o nome de Pedro Silva não entre para a história como mais um “caso policial”, mas como símbolo de tudo o que o Estado, a Justiça e a sociedade precisam combater com urgência. EM MACEIÓ O major reformado Pedro Silva, de 48 anos, foi morto por policiais do Bope após resistir à prisão; De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o major estava em surto psicótico. O major reformado Pedro Silva (à esquerda), de 48 anos, foi morto por policiais do Bope após resistir à prisão; mo- mentos antes, ele havia assassinado o cunhado, o sargento Galvão (à direita) e o próprio filho de 10 anos JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao07 www.tribunadosertao.com.br Sob a farda, o abismo: os surtos psicóticos que silenciosamente adoecem policiais militares e ameaçam a sociedade REDAÇÃO Atragédia ocorrida em Maceió no último sábado (7), quando o major reformado Pedro Silva assassinou o próprio filho e o cunhado, antes de ser morto pelo Bope após invadir a casa da ex-companheira, expõe uma ferida antiga e negligen- ciada: a saúde mental dos policiais militares. Não é a primeira vez que um agente da lei, treinado para proteger, colapsa e se torna o protago- nista de atos violentos e ir- reparáveis. E, infelizmente, dificilmente será a última. Por trás da rigidez da farda e do discurso de honra, muitos policiais enfrentam rotinas de altíssimo estresse, jor- nadas extensas, exposição constante à violência, acú- mulo de traumas e falta de suporte emocional. Somados à cultura interna da corpo- ração, que ainda resiste a enx- ergar o sofrimento psíquico como algo legítimo, esses fa- tores formam uma bomba- relógio silenciosa. O preço do silêncio Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública já apontaram que a incidência de suicídios e dis- túrbios emocionais entre poli- ciais é alarmante. E ainda mais grave é o silêncio insti- tucional que cerca esses casos. O medo de parecer fraco, de sofrer represálias, de ser afastado da função ou perder o porte de arma im- pede muitos militares de bus- car ajuda. Quando não explode para dentro, em forma de de- pressão profunda ou autode- struição, o colapso pode ex- travasar: em surtos, agressões, rompantes de violência — como o que ceifou a vida de uma criança inocente no úl- timo fim de semana. A urgência de um novo modelo A Polícia Militar pre- cisa urgentemente revisar suas práticas internas. É necessário quebrar o tabu do adoecimento psicológico e oferecer acompanhamento clínico sério, contínuo e in- dependente. Programas de saúde mental não podem ser apenas cartilhas ou iniciati- vas esporádicas. Eles pre- cisam ser estruturais, preventivos e humanizados. Além disso, o Estado, o Ministério Público, o Judi- ciário e a sociedade civil pre- cisam compreender que um policial armado, des- preparado emocionalmente e desamparado psiquicamente, não é apenas um risco para si mesmo. É um risco para todos à sua volta. Não basta lamentar depois A tragédia de Pedro Silva não foi um “caso iso- lado”, como tantas vezes se tenta rotular. Foi mais um sinal — grave e irreversível — de que algo está falhando na formação, no acompan- hamento e no cuidado com aqueles que carregam armas e lidam diariamente com o limite entre a ordem e o caos. A segurança pública só será de fato eficaz quando for tam- bém humana. E para isso, precisamos aprender a olhar além da farda. ALÉM DA FARDA: UM ALERTA NACIONAL JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao08 www.tribunadosertao.com.br ARede e-Tec do Senar está comemorando 10 anos de existência, levando a ex- celência da formação técnica profissionalizante da instituição para todas as regiões do Brasil. Para o segundo semestre de 2025, o Senar Alagoas disponibiliza 260 vagas nos cursos de Agricultura, Agronegócio, Fruticultura e Zootec- nia, em formato híbrido, com aulas presenciais e à distância. Para par- ticipar, é necessário ter concluído o Ensino Médio. “Nossos polos de ensino estão espalhados em todas as regiões do estado, temos vagas neste segundo semestre em cidades como Arapiraca, Lagoa da Canoa, Cacimbinhas, Água Branca, Palmeira dos Índios, Marechal De- odoro e União dos Palmares. A Rede e-Tec já atendeu 40 mil alunos em 25 estados e no Distrito Federal, nos últimos 10 anos, o que demon- stra sua força na aprendizagem rural em todo Brasil”, afirma o presidente do Sistema Faeal/Senar, Álvaro Almeida. O processo seletivo 2025.2 teve início no último dia 13 de maio e segue até 23 de junho. As inscrições são feitas diretamente no site do Senar e-Tec, através do endereço eletrônico: https://www.etec.senar.org.br/proce sso-seletivo, onde também está disponível o edital completo. “O procedimento on-line é intuitivo e totalmente gratuito. Basta o can- didato clicar no botão “inscreva- se”, escolher o curso desejado e também o polo de ensino mais próximo”, informa a gerente téc- nica do Senar Alagoas, GrazielaFreitas. O público prioritário é o produtor rural, pessoas com vín- culo com a produção rural, seja empregado ou familiar. “Os inter- essados também devem anexar a documentação digitalizada. São solicitados o histórico escolar, o certificado de conclusão do Ensino Médio, e comprovante de vínculo com o meio rural, para quem de- seja declarar vínculo e ser inserido no grupo prioritário”, completa a gerente. É importante garantir que toda documentação esteja correta, legível e em formato PDF, antes de clicar em “concluir inscrição”. A classificação dos can- didatos depende da análise da doc- umentação. No dia 16 de julho sai a lista dos que estão aptos a pro- ceder a matrícula, que acontece presencialmente no polo de ensino escolhido, no ato de inscrição. É importante fazer um checklist de todos os documentos obrigatórios para apresentar na hora da ma- trícula, com originais e fotocópias ou autenticados no cartório. A lista com toda documentação necessária está no edital, que pode ser acessado clicando aqui: https://www.etec.senar.org.br/proce sso-seletivo. “A qualificação profis- sional é fundamental para o de- senvolvimento do meio rural. A missão do Senar de oferecer for- mação técnica e profissionalizante contribui para a melhoria da qual- idade de vida no campo e o de- senvolvimento sustentável, já que formação e informação são essen- ciais para o sucesso do setor pro- dutivo agropecuário”, resume a engenheira agrônoma Luana Tor- res, superintendente-adjunta do Senar Alagoas. Senar Alagoas abre 260 vagas para cursos técnicos gratuitos no segmento agropecuário @tribunadosertao09 www.tribunadosertao.com.br Acomunicação no setor público precisa cumprir critérios esta- belecidos na legislação perti- nente e se submeter às diretrizes dos Controles Interno e Externo. Em cum- primento a essas normas a Secretaria de Estado da Comunicação (SECOM), em boa hora, criou uma Instrução Normativa, que disciplina, democraticamente, a po- lítica de comunicação, com critérios téc- nicos e objetivos, depois de uma Consulta Pública, para contratação de espaços pu- blicitários, em veículos de comunicação. Tudo atendendo aos princípios da lega- lidade, moralidade, publicidade e do in- teresse público. (Art. 37 CF). É assim que se faz e foi assim quem fez o secretário Wendel Palhares. Fazendo o certoA briga é deles, mas a vergonha é nossa Que os políticos de Alagoas briguem entre si tudo bem, mas o ruim é que suas rusgas re- flitam em nós alagoanos causando sempre a impressão que todos somos iguais a eles. As contendas entre o senador Renan Calheiros e o deputado Arthur Lira, cada qual com seus balaios de denúncias, versando desde corrupção até crimes eleitorais e familiares, estão sempre em pauta nos Tribunais de Brasília e deixa Alagoas e os alagoanos expostos à ver- gonha nacional. E somos nós que os elegemos, então somos cumplices. Bom para o consumidor Especialista em direito do con- sumidor, com vasta bagagem nas relações complicadas entre planos de saúde e usuários, o advogado José Tenório Gameleira, se situa hoje como uma referência no as- sunto na advocacia alagoana. Estudioso da matéria, com uma prat- ica efetiva de resultados e uma equipe conectada com o tema, já é consider- ado um recordista em demandas exi- tosas no campo especifico do direito. Bom para o consumidor. A defesa de Marx, pelos animais Muito atento a uma grave falha do Ministério da Educação, quando não in- cluiu o curso de Veterinária, entre aqueles proibidos de ser ministrados por EAD, o deputado Marx Beltrão (PP/AL) imediatamente fez constar a sua justa reclamação. Mostra a sua preocupação com o tratamento dado à Pauta Animal, que tem sido relegada em muitos aspectos, na administração pública em todos os níveis. Pílulas do Pedro Trabalhar contra a indicação de Marluce Caldas para o STJ é torcer contra Alagoas. A delegada Bárbara Arraes é a grande revelação da Polícia Civil, por seu engajamento em defesa de pautas de cidadania. Que o exemplo seja seguido. Parece que os políticos de Alagoas, foram formados na mesma escola e com os mesmos professores. Negativamente iguais. Resumo Político PARA REFLETIR Não é a política que transforma homens em corruptos, é votar em bandidos que torna a política suja!Pedro OLIVEIRA JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao Campo minado Oprefeito JHC sabe que sua eleição corre perigo, seja pra onde for. Vai entrar em um “campo minado” e qual- quer erro de cálculo o artefato explode no pé, sem salvação. Ninguém ganha por antecipação e os opositores estão no seu calcanhar. Escola da Magistratura AEscola Superior da Magistratura de Alagoas (ESMAL), tem desenvolvido uma intensa programação de cursos e eventos técnicos não apenas para magistrados, mas também dirigidos aos servidores do Poder Judiciário, como forma de melhorar os serviços prestados à sociedade alagoana e buscar, cada vez mais, o aprimoramento funcional e o aprendizado do corpo administrativo, com a abordagem de temas modernos e impactantes. O desembargador Fernando Tourinho, diretor geral da Escola tem se empenhado em oferecer uma programação de alto nível na instituição, que conta com o apoio do presidente do Poder Judiciário, desembargador Fábio Bittencourt Araújo. A Zambelli fugiu "Eu tenho um passaporte italiano, pode colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália", disse Zambelli. "Sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a Justiça italiana me prenda. E aí não vai ser o Alexandre de Moraes, vai ser a Justiça italiana. Estou pagando para ver um dia desse", respondeu, após ser questionada se tinha medo de ser presa. O seu advogado, surpreendido, deixou sua defesa. JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao10 www.tribunadosertao.com.br Ministério Público investiga ex-prefeito Júlio Cezar por supostas irregularidades na execução orçamentária de 2023 Redação Ocerco jurídico contra o ex-prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, começou a se apertar. O Min- istério Público do Estado de Alagoas (MPAL) instaurou um inquérito civil público para apurar indícios de irregulari- dades na execução da Lei Orça- mentária Anual (LOA) referente ao exercício de 2023, último ano de sua gestão à frente da prefeitura. A investigação, con- duzida pela 2ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios, especializada na tutela do patrimônio público, foi formal- izada por meio de portaria assi- nada pelo promotor Ricardo de Souza Libório e publicada no Diário Oficial do Ministério Público na última quinta-feira (5). O ponto de partida da apuração é uma representação recebida pela Ouvidoria do MPAL, que levanta suspeitas sobre a aplicação de recursos públicos vinculados a emendas impositivas, destinadas a in- stituições sociais e entidades civis da cidade. Tais emendas, por força de lei, devem ser ex- ecutadas obrigatoriamente, a não ser em casos excepcionais devidamente justificados. Contradições entre discurso oficial e realidade orçamentária Embora o Relatório Anual de Gestão (RAG), en- tregue pela gestão Júlio Cezar ao Tribunal de Contas do Es- tado (TCE/AL), aponte a apli- cação integral dos recursos vin- culados às emendas, a Promotoria identificou incon- gruências na fase de liquidação orçamentária. Na prática, isso significa que o governo municipal teria empenhado os recursos — ou seja, reservado a dotação orça- mentária —, mas não os teria efetivamente pago às institu- ições destinatárias. Essa dis- crepância levanta dúvidas sobre a fidedignidade das in- formações prestadas ao TCE e pode configurar, segundo o Ministério Público, infração político-administrativa e até ato de improbidade. Rede de interesses e interferência familiar Outro elemento que chama a atenção no processo é o atual cenário político da cidade. A Prefeitura de Palmeira dos Índios está hoje sob o co- mando da prefeita Luísa Júlia Duarte, tia de Júlio Cezar, o que acende o alerta sobre possíveistentativas de blindagem insti- tucional. O Ministério Público, atento a esse contexto, já req- uisitou à atual gestão infor- mações detalhadas sobre os repasses financeiros, os proces- sos de liquidação e as justifica- tivas para eventuais não execuções. Além disso, foram en- caminhadas requisições à Re- ceita Federal e ao Núcleo de Defesa do Patrimônio Público, com o objetivo de cruzar dados fiscais e orçamentários, am- pliando o escopo da apuração. Regramento legal e fundamentos da apuração A investigação tem como base jurídica a Lei nº 4.320/1964, que disciplina nor- mas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos públi- cos, e a Lei de Responsabili- dade Fiscal (LC nº 101/2000), que estabelece princípios de legalidade, transparência e efi- ciência na gestão das finanças públicas. Se confirmadas as suspeitas, Júlio Cezar poderá responder por violação aos princípios da administração pública, con- forme previsto na Lei de Im- probidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992), além de sofrer sanções políticas e civis — como suspensão de direitos, perda de bens, e até inelegibil- idade. Um inquérito que pode revelar mais do que números O caso vai além da sim- ples análise de contas. Ele rev- ela os mecanismos políticos e administrativos que operam por trás das emendas imposi- tivas e pode expor eventuais relações espúrias entre o poder público e entidades benefici- adas por interesses eleitorais. A Tribuna do Sertão acompan- hará os desdobramentos do in- quérito, pois a transparência na gestão orçamentária não é apenas uma exigência legal — é um compromisso ético com a população, especialmente em um município marcado por profundas carências sociais e dependência de políticas públi- cas sérias. Júlio Cezar, ex-prefeito de Palmeira dos Índios, é alvo de inquérito do Ministério Público por suspeita de irregularidades na execução orçamentária de 2023; investigação apura possível omissão de pagamentos de emendas impositivas. PALMEIRA DOS ÍNDIOS Investigação do MP apura possível maquiagem nos números da execução orçamentária de 2023 e levanta suspeitas sobre omissão de pagamentos vinculados a emendas impositivas JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao11 www.tribunadosertao.com.br Roberto Gonçalves OMinistério Público de Alagoas, por meio da Pro- motoria de Justiça de Feira Grande, recomendou às prefeituras de Lagoa da Canoa e Feira Grande que exonerem servidores contrata- dos e nomeiem os aprovados nos concursos públicos ainda vigentes. O promotor Lucas Schitini também orienta que os municípios evitem novas contratações tem- porárias para cargos com vagas previstas em edital, enquanto hou- ver concursados aguardando nomeação. Exoneração e concurso em Feira Grande e Lagoa da Canoa No atual cenário político de Alagoas, com vários nomes disputando as duas vagas para o Senado, o quadro segue indefinido.Entre os que manifestam intenção de disputar, está o senador Renan Calheiros (MDB), que busca seu quinto mandato. Também estão no jogo os deputados federais Arthur Lira (PP), Alfredo Gaspar (União Brasil) e Paulão (PT), este último em articulação com a direção nacional do Partido dos Trabal- hadores. Davi Davino Filho aparece com condições fa- voráveis na capital, segundo as últimas pesquisas. O governador Paulo Dan- tas (MDB) é apontado como um nome forte do partido para ocu- par a primeira vaga. Caso ele entre na disputa, a definição da segunda vaga permanece in- definida. É importante observar os nomes com maiores índices de rejeição em Maceió, de acordo com levantamentos recentes: Renan Calheiros e o deputado federal Arthur Lira. Há ainda a possibilidade de o prefeito de Maceió, JHC, entrar na corrida pelo Senado. A atual senadora Eudócia Caldas também pode disputar a reeleição. Duas vagas para o Senado em 2026 seguem indefinidas em Alagoas Renan Calheiros disputará o quinto mandato Em solenidade realizada no plenário da Câmara Municipal de Arapiraca, o secretário municipal de Ar- ticulação Política, Josenildo Souza, recebeu o título de Cidadão Honorário de Ara- piraca. A honraria foi proposta ainda em 2015 pelo então vereador Josias Albuquerque. Aprovada no mesmo ano, a en- trega do título aconteceu ape- nas agora, dez anos depois, em uma cerimônia marcada pela emoção e reconhecimento público. A sessão solene, ocor- rida na Casa de Herbene Melo, contou com a presença de au- toridades políticas, membros do Poder Judiciário, da Defen- soria Pública, familiares, ami- gos, servidores públicos das áreas onde Josenildo atuou nos últimos anos, além de des- portistas e comunicadores. A mesa de honra, re- sponsável por conduzir os tra- balhos, foi composta pelo presidente da Casa, Léo Sat- urnino (MDB); pelo prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (MDB); pelo proponente da homenagem, ex-vereador Josias Albuquerque; pelo de- fensor público André Chalub; e pelo juiz aposentado e jor- nalista José Firmino de Oliveira. Josenildo, natural de Caruaru (PE), afirmou sentir- se honrado e, a partir de agora, definitivamente, um arapi- raquense de coração. Ele chegou ao município ainda cri- ança, com apenas um ano de idade, acompanhando os pais. Diversos comuni- cadores estiveram presentes e destacaram a relevância de Josenildo Souza para o desen- volvimento da comunicação local. “Como diretor mais jovem do ASA, como comen- tarista com quem já dividi transmissões em muitas opor- tunidades, Josenildo é um orgulho para a cidade”, afir- mou o radialista Nelson Filho. Secretário de Articulação Política e radialista Josenildo Souza é o mais novo Cidadão Honorário de Arapiraca Oprefeito Luciano Barbosa (MDB) segue aliado dos senadores Renan Cal- heiros Renan Filho e do deputado federal Arthur Lira (PP). No co- mando da cidade mais impor- tante do interior do Estado e segundo colégio eleitoral, Barbosa se empenha com todas as forças para reeleger Daniel Barbosa (PP) para a Câmara dos Deputados e na eleição do outro filho, Lucas Barbosa (ainda sem partido) para a Câmara dos Deputados. Arapiraca fora das decisões majoritárias JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao12 www.tribunadosertao.com.br Roberto Gonçalves Arapiraca na condição da sua importância como ci- dade mais importante do interior de Alagoas teve o privi- légio de desenvolver o sistema de transmissão por meio de ondas elétricas. Pesquisas con- firmam que em 1944, chegou da Paraíba um técnico de cinema, José Gondim, para prestar assis- tência ao cinema Leão como téc- nico. A partir desse momento, Arapiraca passou a se manifestar para a evolução através de ondas artesianas. Seu projeto: inundar a cidade de alto-falantes. Por ser dispendioso, segundo o artista plástico o saudoso, J. Sá, o projeto não foi adiante. Em 1946, na administra- ção do prefeito João Ribeiro Lima (que havia sido interventor), nova fase para o rádio em Arapiraca: a ideia de José Gondim ressurgiu, com a instalação de um serviço de alto-falantes na rua do comér- cio. Era o Serviço de Alto-falantes da Prefeitura Municipal, na voz de Cyra Ribeiro, filha do inter- ventor e a primeira mulher a falar naquele sistema de som. A primeira música tocada foi “pelo telefone”, às 10 horas da manhã do dia 30 de outubro. - Aqui é o serviço de alto- falantes da Prefeitura Municipal de Arapiraca, a voz do povo, dizia a locutora (conhecida como speaker). O povo que ouvia aquela novidade estava extasiado (o ser- viço de alto-falantes da prefeitura funcionou até 1948. A partir de 1948, na gestão Luiz Pereira Lima, a prefeitura instalou diversas “bocas de som”: em postes na Praça Gabino Be- souro (hoje Praça Marques da Silva), na esquina da Praça Ga- bino Besouro com a Rua Aníbal Lima, (ali funcionava o estúdio e o locutor era o jovem Miguel Valeriano da Silva). Com a posse do prefeito Coaracy da Mata Fonseca em 1951 (genro de Luiz Pereira Lima), o “locutor” Miguel Vale- riano foi ser secretário geral da prefeitura,assumindo o cargo de locutor o estudante Ivan Rodri- gues. Surgiu, então, a figura de J. Sá, autor da prece do Ângelus, que era lida diariamente às 18 horas. Com a inauguração do cine Trianon (de propriedade do vereador José Barbosa), em 1952, J. Sá foi convidado para ser o lo- cutor oficial do cinema, que tinha duas cornetas de som, e anunciar os filmes. Com a saída do prefeito Coaracy da Mata Fonseca, o ser- viço de alto-falantes do municí- pio foi desfeito. J. Sá, então, com a ajuda de José Gondim, instala em sua residência o serviço de alto-falantes Tupã (os discos de vinil eram emprestados pelo fu- turo juiz Nelson Rodrigues Cor- reia). Em 1953, J. Sá conseguiu um transmissor e passou à época do rádio, que conseguia levar o som ao centro e bairros próximos ao estúdio (já com licença do De- partamento dos Correios e Telé- grafos, encarregado da fiscalização das rádios). Em 1954, o serviço de alto-falantes passa a ser chamado de rádio Tupã. Pouco tempo de- pois, a convite de José Renato, diretor da Rádio Difusora de Ala- goas (emissora oficial do Estado), J. Sá passou a ser mais um locu- tor daquela emissora, até que, a convite e oferta do gerente do Banco da Lavoura de Minas Ge- rais S. A. em Arapiraca, Sr. Eu- zébio Santos, recebeu um empréstimo bancário para com- pra dos transmissores da rádio Tupã, passando a proprietário. Em 1961, a convite do de- putado estadual Claudenor de Albuquerque Lima, o radialista J. Sá passa a fazer parte do cast da rádio Cultura de Arapiraca, que tinha como diretor adminis- trativo o próprio deputado, como diretor geral, José de Sá, e como diretor artístico o radialista e po- lítico alagoano, Castro Filho (de- pois, vereador em Maceió), com estúdio e transmissor no bairro São Luiz (antiga Fazenda Per- nambucana). Eram radialistas: J. Sá, José Benedito Silva, o JBS, José Barbosa das Neves, o “Bar- bosinha” e Siloé Limeira. Houve, ainda, por poucos períodos algumas emissoras clan- destinas em Arapiraca, a exem- plo de: Rádio Cruzeiro de Arapiraca, de propriedade do Benedito Umbelino; Rádio da Igreja Batista de Arapiraca; Rádio Assembleia de Deus; Rádio Duque de Caxias, da comunidade Rua Duque de Caxias; Rádio Ho- landa Musical, de Propriedade do técnico eletrônico José Ho- landa Ferreira. A rádio Cultura de Ara- piraca funcionou até 1964, sur- gimento da militarização brasileira, quando encerrou suas atividades. Neste mesmo ano, tendo à frente da municipalidade o prefeito Francisco Pereira, e se- cretário geral da prefeitura o ad- vogado Miguel Valeriano, surge a rádio Antena de Publicidade, que passou a funcionar na rua Camilo Collier, por trás da sede da municipalidade (o estúdio e o transmissor foram montados pelo técnico em eletrônica, José Gomes, o Dedé O início e a evolução das emissoras de rádio no município de Arapiraca Especial Em 1948 surgiram os “alto falantes” e em 1976 foi inaugurada a Rádio Novo Nordeste AM JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao13 www.tribunadosertao.com.br Opinião Carlito LIMA O gol da lua Em um jogo contra o Fluminense no Maracanã, Pelé driblou oito jogado- res do grande time tricolor e fez o gol na trave de Castilho. Foi um gol tão es- petacular que parecia haver apenas san- tistas no Maracanã, toda torcida de pé aplaudiu durante 10minutos o gol mais bonito já feto na história do futebol. O jornalista Joelmir Beting, ficou tão impressionado com o gol, que mandou fazer uma placa de bronze para colocar no saguão do estádio, com os dizeres: "Neste estádio, Pelé marcou no dia 5 de março de 1959 o gol mais bonito da histó- ria do Maracanã". Daí quando alguém faz um gol bonito diz que o jogador fez um gol de placa. Enquanto Pelé fazia o Gol de Placa no Maracanã, nós meninos da Avenida da Paz tínhamos nossa organização de futebol de praia. Durante as férias, jogávamos todos os dias e tarde/noites, havia campeonatos. Meninos, adolescen- tes, ficávamos com um olho na bola e outro nas meninas que apareciam a cami- nho do mar, bronzear-se, queimar as per- nas, o corpo, tornar a pele amorenada, como o diabo e nós gostávamos. Nada melhor depois de uma pelada de praia que tirar o suor num mer- gulho junto com a namorada. O mar da Avenida, tranquilo, pequenas ondas, água morna é apropriado para namoro. Quando podíamos jogávamos futebol, iniciando com uma zorra, hoje chamada de linha de passe, pela manhã, logo depois dividíamos os jogadores no par ou ímpar e iniciava a pelada na areia. Só de calção de banho, não havia falta, nem im- pedimento, nem escanteio, o que interes- sava era o gol. A trave, sem goleiros, era marcada por dois cocos verdes com a dis- tância de três palmos, o gol se tornava mais difícil que numa trave normal com um goleiro. Organizamos campeonatos, vinha gente do Poço, de Jaraguá da praça Sinimbu, era animadíssimo, naquela época nem se pensava em racismo ou outro tipo de pre- conceito, o que valia era saber jogar nas peladas de areia da paria da Avenida. Gerson, negro, filho de uma lavadeira era o grande astro, sabia driblar, jogava o fu- tebol com arte e graça, todos queriam jogar com Gerson. O melhor back (defesa), era viado, sabíamos, e daí? Era difícil pas- sar por ele, arrebentava as pernas do ad- versário. A maior diversão da juventude era o fute- bol, e nossos ídolos era quem jogasse me- lhor, independente de qualquer situação social. Comecei essa crônica falando no Gol de Placa que ficou famoso em todo mundo, ainda hoje quem faz um bonito gol, diz que fez um gol de placa. Nós Meninos da Avenida inventamos um gol mais bonito que o de placa, mais romântico, mais sur- real. Porque, quando estávamos jogando à tarde, terminávamos ao escurecer, mas se fosse noite de Lua Cheia continuávamos jogando, até a Lua aparecer, redonda, bri- lhante, iluminando a praia, e o jogo só ter- minava quando houvesse um gol depois da Lua ficar redonda. Era o Gol da Lua. O jogo acabava. Ainda tínhamos fogo, de em casa tomarmos um banho, jantar e sair para tomar uma cervejinha no bairro boê- mio de Jaraguá, discutindo o jogo da tarde e o Gol da Lua. Juventude romântica. Opoeta-escritor Macário Loureiro, natural da Terra do Menestrel das Alagoas, trouxe à tona seu terceiro livro intitulado Coletânea II - Poemas e crônicas iné- ditas - fruto de suas andanças literá- rias e, por isso, consagrou-se no seu tempo como vate à moda antiga. Adquiriu, portanto, estilo próprio no fazer literário abrangendo poesia e crônica como gêneros da literatura distintos. Foi deveras dotado de sensi- bilidade poética e, ao mesmo tempo, carregou a têmpera de um cronista contemporâneo que denunciou a insensatez dos algozes do poder. Por outro lado, exalta a Grécia Antiga que deu a inspiração ao Ocidente em termos de cultura-sabe- doria universais: “ Helena a bela troiana/ Filha de Leda e de Zeus/ Sua beleza imaculada, Tinha a semelhança de Deus ”. Exalta o amor, a beleza da flor, e, principalmente, as rosas que inspiraram o inolvidável Cartola: “ Toda rosa nasce bela/ Toda rosa tem odor/ Toda rosa é mimosa, Toda rosa lembra amor ”. Deixa transparecer sua sen- sibilidade à criança, e, por conseguinte, eleva sua alma dando- lhe a dimensão Cristiana: “ Que criancinha formosa, Junto ao seu jumentinho, Eles são da mesma idade, São como dois irmãozinhos ”. Esnoba na sua cultura universal, como admi- rador do oráculo romano Marco Túlio Cícero: “ Foi o maior orador. Foi o maior pensador, Foi o maior escritor, Foi o maior senador ”. Foi, sem sombra de dúvidas, homem público fascinado pela Grécia, berço de poetas-escritores que encantaram e embelezaram com seus sábios ensinamentos: “ Sócrates, o paladino da sabedoria. Pela corte grega foi condenado. A beber “cicuta” o letal veneno, Por corromper a moci- dade do Estado”. Dedica, pois seu amor à sua queridas-adorada esposa: “ Levo a vida meditar, Sempre a sonhar como você, Como é grande o meu amor, O meu amor por você ”. Aliás, assemelha-se ao “ Rei” Roberto Carlos, maior cancioneiro da música popularbrasi- leira. Influenciou a minha geração cantando músicas encantadoras. Macário Loureiro foi, por excelência, um vate que se inspirou em sua própria vivência de homem sonhador contemporâneo. Mergulhou no passado à procura de remoer suas lembranças. E o fez com tanta propriedade que perenizou na sua produção literária de duas formas: versos e crônicas que retratam o pre- sente sob a égide da estrela radiosa da nossa querida Alagoas. Parabéns! Coletânea Poética II Laurentino VEIGA JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao14 www.tribunadosertao.com.br EDITOR: Benedito RamosTribuna Literária Página coordenada pela Academia Alagoana de Letras Entre tantas obras essenciais, para mim, de forma atemporal, quatro se destacam como pilares do co- nhecimento e sabedoria: “O Príncipe” de Maquiavel, “A Arte da Guerra” de Sun Tzu, “O Pequeno Príncipe” de Saint Exu- pery “O Profeta”, de Kahlil Gibran. Olhados rapidamente parecem conteúdos de naturezas distintas, no en- tanto, compartilham essência comum: procurar pela inteligência existêncial, relação com o poder e a importância da visão estratégica. Maquiavel analisa a política com realismo e pragmatismo, Sun Tzu ensina como a capacidade de antever cenários pode conduzir à vitória sem necessaria- mente recorrer ao confronto direto, Saint- Exupéry fala sobre a importância da empatia e da pureza de espírito, e Gibran oferece uma visão transcendental sobre amor, dor e liberdade. Todos são, de certa forma, guias para navegar pelos desafios da vida. Embora tratados de forma dife- rente, os autores abordam o poder e sua influência sobre a humanidade. Maquia- vel o examina sob uma perspectiva prá- tica, mostrando como conquistá-lo e mantê-lo. Sun Tzu ensina que a verda- deira autoridade reside no conhecimento, paciência e visão a longo prazo. Já em O Pequeno Príncipe, tal faculdade apa- rece de maneira simbólica, como nos personagens que tentam dominá-lo sem compreender sua verdadeira essência. Em O Profeta, a força se revela na capa- cidade de amar, ensinar e desapegar-se. Por incrível que pareça, a clareza de objetivos também unem essas obras. pois Maquiavel retrata que um gover- nante deve ser astuto e adaptar-se às cir- cunstâncias. Sun Tzu aconselha a conhe- cer a si mesmo e o inimigo para garantir a vitória. O Pequeno Príncipe, apesar de sua simplicidade, possui a artimanha de olhar o mundo com lentes da curiosidade e do coração, percebendo verdades ocul- tas. Gibran, por sua vez, mostra que real entendimento vem da introspecção e do equilíbrio interior. Ler é abrir portas para a inteli- gência acumulada por gerações. Quem compreende as instruções desses quatro sábios, não apenas resiste ao enfrentar desafios, mas também aprende a viver com propósito e significado, afinal, a lei- tura é a mais poderosa das armas, porque transforma a mente, que quanto mais preparada muda o mundo. Alberto Rostand LANVERLY Meus livros de cabeceira Quando eu era menina e Maceió uma pequena, tran- quila e quieta cidade, a praia da avenida da Paz se estendia em areial sem fim até o Pontal da Barra, ali onde a lagoa se confunde com o mar. Dunas davam a região relevo de sonho, a praia do Sobral era para mim território distante... Despertava minha imaginação o azul profundo do mar ao entardecer, o horizonte lá longe, me levavam a in- ventar histórias. Castelos de fadas eram as nuvens que se acumulavam na linha imaginária que divide o céu azul do mar. Imaginava -me singrando aquelas águas, atravessando a linha., ingressando em um país muito diferente, fantástico, onde encontrava princesas, gnomos, árvores falantes e sereias de longas e verdes cabeleiras de algas entremeadas com corais e pequenos e brilhantes peixinhos multicolori- dos. O rio Salgadinho ainda corria livre e piscoso, e se lançava no mar decidido a se integrar e assim fazer parte de algo muito maior. Acreditem, não existiam garças na paisagem onírica, no máximo maçaricos, pequenos pássaros das praias e xies, muitos, daqueles pequenos caranguejos anêmicos, patas amareladas e olhos pretos saltados, mas garças, jamais foram vistas por ali. Garças viviam lá nos mangues e lagoas que eram re- pletas de peixe, sururus, camarões, ostras encrustada nos galhos e raízes dos manguezais, caranguejos azuis e peludos uçás. As garças viviam em seus ninhais longe da praia da Avenida, como chamávamos à época. Quantas vezes sob o olhar de adultos, descíamos, em bando para tomar banho salgado, e voltávamos alegres, o sal grudado no corpo, leves e felizes. Em casa tínhamos de deixar o iodo penetrar nossa pele, assim dizimam nossos pais, para depois tomar um bom banho de chuveiro e modorrar o resto do dia entre leituras, visitas e alegres conversas. Mas, deixemos as memórias de um lado e voltemos as garças. Elas sim, testemunho do crescimento, de uma cidade sem projeto de futuro. Crescendo desordenada e ávida de enriquecimento. Provavelmente sem conhecimento sobre o impacto ao meio ambiente, menos ainda, de ecologia. Achávamos que os recursos naturais eram ines- gotáveis, sem entendermos que os mangues são um berçário natural da vida marinha e lagunar. Assim, as garças em bando se aventuraram a vastidão litorânea de nossa cidade, compondo hoje a paisagem ur- bana. Quem não viveu aqui antes, não tem noção que a pre- sença delas, apesar de dar um toque de beleza selvagem é apenas testemunho da degradação do ambiente que viviam. Já não sonho com castelos de fadas, vejo a presença das garças com um aperto no coração. Sim, temos garças na Avenida da Paz Presidente da Academia Alagoana de Letras Yaradir Sarmento É sócia efeitivo da Academia Alagoana de Letras JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao15 www.tribunadosertao.com.br Podemos agrupar o estilo de todas as capas das edições da “Revista da Aca- demia Alagoana de Letras” (1975-pre- sente) em cinco característicos: (a) blasonaria sobre tons sólidos (máxime, paleta do ama- relo) e adornamentos graduais nos dois úl- timos volumes (1-17); (b) superposições, a sobressaírem, nas duas derradeiras amostras seriais, o torso de Camões (c.1524-80) e, en- quanto póstuma homenagem a Valois, um soneto de si e a imagem sua do busto (18- 21); (c) representações artísticas de Rosa Maria Maia Nobre Piatti (1958-) (troncos hu- manos cujas cabeças são pilhas de livros), do acadêmico Juarez Orestes Gomes de Bar- ros (1954-) (“Minutos antes da ceia” e “Pietà”), da acadêmica Yaradir Sarmento (1938-) (“Fla- menco”) e de Enio Lins (1957-) (uma charge do múltiplo acadêmico-fundador Jorge de Lima [1893-1953] num amarelecimento geo- metrizante, negros cabelos lisótricos, terno branco) (22, 24-28); (d) molduragem ama- relo-queimado do retrato oficial alusivo ao centenário acadêmico (os membros ostentam pelerine e medalha) (23); (e) minimalismo em laranja, logotipo oval de molde limão, pontilhação amarelo-creme subposta (24). A partir da edição 26, a revista re- cupera uma referência pretérita: “Livro da Academia Alagoana de Letras” (e, dês ali, há ISBNs próprios). Destarte, resgatou-se o histórico “volume zero” (feito série fílmica, literatura clássica, até HQs): “O livro da Aca- demia Alagoana de Letras” (Maceió: Typ. da Liv. Villas Boas, 1931. 396 p., il.; 2. ed. Maceió: Graciliano Ramos, [2003]. 334 p., il.), a diferir, contudo, vê-se, quanto à nomenclatura, dada a anteposição do artigo definido. Coordenou tal obra pioneira um an- tigo e hoje incógnito intelectual alagoano de basta cabeleira preta e faces porcelânicas de suave rechonchudez: Arthur Accioly (Lopes Ferreira) (1895-1954). Advogado, par- lamentar, secretário governamental, inte- grante do velho Instituto Archeologico, versejador bissexto e jornalista (Astêmio, dele, o pseudônimo), seria um exemplar da- queles “auctores sem livros”, os quais “pre- feriram a donzellice” editorial, no feliz imagismo de Gilberto Freyre (“Artigos de jor- nal”. Recife:Mozart, [1935], p. 36). “Torsinho”, para os íntimos, era, no dizer do seu amigo-irmão Jayme de Altavila (1895-1970), “o mais requintado na endu- mentaria”. Viajara a Anvers. Conservava consigo, transigente sempre, o equilíbrio (Re- cepção [...]. “Revista do Instituto Historico de Alagoas”, Maceió, ano 61, v. XVIII, 1935, p. 39-42). Na historiografia da institucio- nalização das belas-letras na província, ele traduz o nosso Lúcio de Mendonça (1854- 1909), mas ausentes aquelas respeitáveis barbas quase aristocráticas, ou a cegueira ao jeito similar do poeta épico da “Ilíada” e da “Odisseia”. Vale recordar-lhe a fi- gura, porquanto estejamos a inteirar o 110º etário da ve- neta mais consistente com o fito de se fundar a nossa AAL. Sim: visto se chegou mesmo té à confecção e publicização dos seus estatutos. Gorou a ideia, todavia, pois naquele 1915 “foram vencidos pela in- diferença e pelo ridiculo exac- tamente os mesmos sonhadores incorrigiveis que, pela segunda vez, tentavam fundar em Alagôas uma aca- demia de letras”, depõe em 1929 (“O livro da Academia [...]”, cit., p. [13]). Leiamos, portanto, nossas revistas; junto às atas, tais fontes, in- contornáveis delas, constituem “as melhores e mais autênticas fotografias das entidades políticas e culturais”. Por quê? Porque “Ne- nhum documentário mais colorido e mais fiel do que elas, no seu contexto fixo e re- cordativo” (ALTAVILA, Jayme de. “50 anos da Academia Alagoana de Letras: discurso inédito que deveria ser pronunciado [...] na passagem do cincoentenário [sic] da Acade- mia Alagoana de Letras”. Maceió: Secretaria da Educação e Cultura; Biblioteca Pública Estadual, 1971, p. 15). Suma e sumo, nestas encontraremos poesia, contística, crônica, romance, en- saísmo, investigação, recensão, tradução, oratória, relembrança, entrevista e docu- mentário. De Adalberon Cavalcanti Lins (1907-90) a Lêdo Ivo (1924-2012); de Men- donça Júnior (1908-85) a Manuel Diégues Júnior (1912-91); de Arnon de Mello (1911- 83) a Valdemar Cavalcanti (1912-82); de Au- rélio Buarque de Holanda (1910-89) a José Augusto Guerra (1926-82); de Osman Loureiro (1895-1979) a Ricardo Ramos (1929-92); de Paulo Malta Ferraz (1916-89) a Wanderley de Gusmão (1914-93); de Arnoldo Jambo (1922-99) ao padre Pedro Teixeira Cavalcante (1936-); de Guedes de Miranda (1886-1961) a Waldemar Lopes (1911-2006); de Humberto Vilela (1922-95) a Freitas Cavalcanti (1908- 2002); de Romeu de Avellar (1893-1972) a Lily Lages (1907-2003); de Zadir Índio (1880- 1918) a Teotônio Vilela (1917-83); de Paulo Rónai (1907-92) a Heliônia Ceres (1927-99); de Ernani Méro (1925-97) a Gilberto Men- donça Teles (1931-2024); de Heloísa Marinho de Gusmão Medeiros (1943-89) a Ilza Porto (1919-2004); de Humberto Cavalcante (1927- 2005) a Dirceu Lindoso (1932-2019); de Aloy- sio Galvão (1932-2022) a Solange Lages Chalita (1938-); de Luiz Gutemberg (1937-) a Carlos Méro (1949-); de César Leal (1924- 2013) a Moacir Medeiros de Sant’Ana (1932- 2022); de Marcos Bernardes de Mello (1935-) a José Maria Tenório Rocha (1944-); de Hum- berto Gomes de Barros (1938-2012) a Milton Hênio (1937-); de Antonio Sapucaia (1938- 2019) a Diógenes Tenório Júnior (1970-); de Jucá Santos (1933-2022) a Ivan Barros (1942- ); de Temóteo Correia (1952-) a Fernando Collor (1949-); de Cacá Diegues (1940-2025) a José Geraldo W. Marques (1946-); de Ro- siane Rodrigues (1948-) a Eliana Cavalcanti (1950-); “et alii”. Marcos VASCONCELOS FILHO Ensaísta, membro das academias Alagoana e Pernambucana de Letras Para a história de uma revista cinquentenária (II) “O livro da Academia Alagoana de Letras” (1931): “vo- lume zero” da coleção. Fonte da imagem: Biblioteca MVF. Depois de 13 anos longe do eletrônico, Wanessa Camargo está de volta — e voando alto. Ao lado do renomado DJ e produtor Allan Natal, ela lança nesta sexta- feira, dia 6 de junho, "Like a Phoenix", faixa inédita que chega como um hino poderoso de renascimento, orgulho e liberdade para em- balar o Pride 2025. Conhecida por sua versatilidade e entrega nos palcos, Wanessa mergulha novamente no universo das batidas eletrôni- cas com vocais intensos e cheios de emoção — um retorno aguardado há mais de uma década pelos fãs do gênero. A última vez que a artista gravou uma faixa eletrônica foi em 2012, marcando agora um reencontro vibrante com a pista de dança e com o público LGBTQIAPN+ que sempre a abraçou. A produção é assinada por Allan Natal, um dos nomes mais respeitados da cena eletrônica nacional. Com sua assinatura inconfundível, ele entrega uma base energética e envolvente, pronta para incendiar as festas do orgulho ao redor do país. “Persistir nos torna mais fortes. É isso que nos prepara para voar, como uma Phoenix — alto e livre”, afirma Wanessa. Mais do que uma canção, "Like a Phoenix" é um manifesto: um convite à celebração da diversidade, da coragem de recomeçar e da liberdade de ser quem se é. A música também foi escolhida como tema oficial da festa Studio40 Pride, que acontece no dia 19 de junho de 2025. JORNAL TRIBUNA DO SERTÃO Palmeira dos Índios - AL- 09 de junho de 2025 jornaltribunadosertao @tribunadosertao16 www.tribunadosertao.com.br Marques É Colunista Social @haroldnews123 harold_marques@hotmail.com Aroldo Influencer Mirela Janis revela tema e atrações da sua festa de 28 anos, em João Pessoa-PB A influenciadora e empresária Mirela Janis vai comemorar seus 28 anos em grande estilo! Conhecida por suas festas marcantes, ela acaba de revelar o tema e as atrações de sua celebração, que acontece no próximo dia 12 de junho, em João Pessoa (PB). E desta vez, os holofotes vão brilhar ainda mais: o tema da festa será "Uma Noite em Hollywood". Inspirada no glamour do cinema, Mirela pediu que todos os convidados entrem no clima e compareçam caracterizados como personagens icônicos de filmes e séries. “Quero ver todo mundo vivendo seu momento de estrela. Vai ser uma noite de cinema, música e muitas surpresas”, disse a influenciadora. A lista de atrações musicais promete transformar a noite em um verdadeiro espetáculo. O palco da festa receberá nomes como Ávine, a dupla Kaká e Pedrinho, o can- tor Japãozin e ninguém menos que o funkeiro Kevinho, garantindo uma mistura de ritmos e muita animação. A comemoração deve reunir amigos, influenciadores e celebridades em uma noite que promete ser inesquecível e cinematográfica. Com figurinos criativos, shows ao vivo e uma decoração digna de tapete vermelho, a festa tem tudo para entrar para a lista das mais comentadas do ano nas redes sociais. Eric Land prepara shows especiais para o período junino no NE Eric Land está com tudo! Para o mês de São João, o cantor preparou um novo show, com apresentações especiais que prometem entreter o público com seu forró. Para isso, o artista investiu em um verdadeiro espetáculo, incluindo um ballet, performances exclusi- vas e looks selecionados a dedo para cada uma das datas. Em junho, Eric tem uma agenda de shows intensa: serão mais de 30 shows espalhados pelo Nordeste, passando pelas principais festas juninas do país, como Campina Grande, Caru- aru e Petrolina. Com relação à setlist, o cantor não deixará de fora seus hits: “Chorei Na Vaquejada” e “Cidade Inteira”, que acumulam mais 250 milhões de streams cada, seu mais recente sucesso “Pilantra e Meio”, que soma mais 150 milhões de plays nas plataformas. Além disso, o cantor também cantará seus novos singles: “Na Imaginação” e “Vagalume”. Isso tudo naquele forró que promete não deixar ninguém na festa parado. “São João é tempo de alegria, tradição e muita música boa — e eu tô pronto pra viver a melhor época do ano com força total! Junho vai ser especial, preparei uma turnê especial para comemorarmos juntos, e estou ansioso para mostrar para vocês. É uma honra levar minha música pra tanta gente nesse período tão especial. Vamos fazer um São João inesquecível!”, diz Eric. Arapiraca é São João, abertura dos festejos juninos com Festival OSão João já começou em Arapiraca e para abrir os festejos, a Prefeitura de Arapiraca pormeio da Secretaria de Cul- tura, Lazer e Juventude, realizará o tradicional Festival de Quadrilhas Juninas neste sábado (07) e domingo (08), no Ginásio da Uninassau (antigo Colégio São Francisco). “O São João é o momento de exaltar e mostrar ao mundo a força do nordeste, nossas quadrilhas são exemplos de tradição e inovação. É também a demonstração das comunidades que se dedicam para construir esse espetáculo e nós estamos aqui para dat todo apoio”, destaca a secretária de Cultura Mônica Nunes. A entrada do evento é gratuita e conta com o apoio de diversos parceiros, entre eles o deputado federal Daniel Barbosa, Partage Ara- piraca Shopping, Uninassau, Via G, O Boticário, Coringa, Jomart e outros apoiadores culturais da cidade. Wanessa Camargo em parceria com Allan Natal