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DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL- INFÂNCIA (1-3 ANOS DE VIDA) PSICOLOGIA JURÍDICA PROFESSORA LUCIANA MARQUES Feminina, 33 anos, casada. Motivo do atendimento: Divórcio Casou com 18 e ele com 16 anos.Separados e sem contato há 10 anos. A agredia fisicamente e saiu de casa. Vive com um homem há 7 anos.Passaram a viver juntos pois engravidou.Relacionamento pobre, onde pouco sabem um do outro. Tendência depressiva.Usou fluoxetina. História Passada: Mãe saiu de casa quando os filhos eram pequenos(6 filhos). Pai ficou com eles pouco tempo e deixou-a para ser criada por uma tia. Tia batia nela e dizia que era “filha dos outros”. Sofria bullying por parte dos colegas da escola. ESTUDOS OBSERVACIONAIS DE CRIANÇAS MOSTRAM: IMPORTÂNCIA das PRIMEIRAS INTERAÇÕES entre FILHOS e PROGENITORES para o DESENVOLVIMENTO da PERSONALIDADE. René Spitz em 1945 estudou crianças em uma creche e um lar substituto. Dos primeiros estudos a documentar o papel da privação materna na etiologia dos distúrbios da infância. O quociente de desenvolvimento das crianças do lar substituto havia sofrido uma queda, apresentavam baixa resistência a doença e mortalidade alta. Experimentos de Harlow Harlow (Psicólogo Americano) observou em 1963 que quando os macacos bebês eram separados de suas mães, passam a maior parte do tempo agarrados a um modelo de pano em vez do modelo de fio metálico, de onde obtinham o leite. Estudos de Michael Meaney na McGill University. Associam comportamento materno com efeitos duradouro sobre o comportamento dos filhos, eixo hipotalâmico-hipofisiário-suprarrenal(HPA) e mesmo seu DNA.Quantidade de lambidas e limpeza está correlacionada ao número de receptores de glicocorticoide no hipocampo.Ratos de mães de alto Licking and Grooming(lamber e limpar)apresentam resposta de Corticosterona ao estresse reduzida, ou seja melhor resposta ao estresse quando adultos e assim grande disposição a explorar ambientes novos. DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO: CRESCIMENTO:mensurável.Ex:peso, altura. DESENVOLVIMENTO:fenômeno complexo e ocorre durante todo o ciclo de vida. HERANÇA(GENÉTICA)+EXPERIÊNCIAS AMBIENTAIS(desde as condições físicas intra-útero até as emocionais e socioculturais da família)=DESENVOLVIMENTO= FUTURO COMPORTAMENTO PERÍODO CRÍTICO: PERÍODO CRÍTICO OU SENSÍVEL: período ideal para o desenvolvimento(adquirir) de certa função. Se algumas funções não forem adquiridas em determinado momento, isto nunca mais acontecerá, pelo menos do mesmo jeito. PERÍODO CRÍTICO: PRIMEIRO ANO: APEGO=CONFIANÇA SEGUNDO ANO: IDENTIDADE DE GÊNERO (Nascemos organicamente homens ou mulheres, mas definição sexual se dá até 3 anos de idade) TERCEIRO ANO: LIMITES 3-6 ANOS:INDIVIDUAÇÃO 6 ANOS: APRENDIZAGEM(LEITURA) PRIMEIRO ANO-APEGO: Período crítico para desenvolver o “APEGO”. Relação íntima , de amor do bebê com seus pais (cuidadores). Pai como parceiro protetor e cooperativo com a mãe: realça capacidade dela se dedicar a criança. Fase oral (Freud)=+sensível fonte de prazer região da boca. “Não existe uma tal coisa como um bebê”(Winnicot, 1971), ou seja, ele existe como membro de uma díade mãe-bebê e este relacionamento estabelece a capacidade para “CONFIANÇA BÁSICA”(Erikson,1950) PRIMEIRO ANO Bebê visto como um ser complexo que interage com os adultos. Nasce com temperamento biologicamente herdado: irritabilidade, consolabilidade, intensidade da atividade motora, atividade de sucção durante a mamada... Ele os modela tanto quanto é influenciado por eles. Mãe tem que poder se entregar ao seu filho, percebendo as necessidades físicas e afetivas. INFLUÊNCIA DO BEBÊ SOBRE A MÃE: Contato olho no olho(30 dias de vida, não acontece no autismo ou cegueira) Sorriso social(2 meses,se confortável sorri) Choro(chama para perto) Sugar(se suga com vontade desperta resposta +) Agarrar-se ao colo Mãe sente-se reconhecida, especial e única. INFLUÊNCIA DA MÃE SOBRE O BEBÊ: PEGAR AO COLO: Criança usa corpo da mãe para se acalmar. COMPORTAMENTO DA MÃE: Satisfaz necessidades, é atenta e confiável (Holding). OLHAR DA MÃE: Papel no nosso próprio valor (Wright, 1991). Olhar indiferente=criança sente-se desinteressante.Voz da mãe. MÃE CONSEGUE EXPRESSAR O QUE SENTE. NECESSIDADES NÃO SATISFEITAS=TENSÃO AGUDA Mãe rica e vaidosa, todos cuidados pré-natais e em sala de parto, enfermeiras dia e noite. Mãe suspende amamentação aos 3 meses bruscamente por se achar gorda. Aos 9 meses mãe faz lipoaspiração. Bebê começa a acordar muitas vezes a noite e chorar muito. LINHA DE DESENVOLVIMENTO : Evoluimos da total dependência até a autoconfiança emocional e material do adulto. “Inicialmente o bebê vive num estado de fusão com a mãe. Aos poucos, a mãe (por melhor que possa ser) vai introduzindo frustrações que permitem ao bebê perceber a realidade.Permanece uma ligação importante com a mãe que exige uma intromissão benéfica do pai”(Outeiral). Pai se oferece como modelo para identificação, é quem apresenta a criança ao mundo. SEGUNDO ANO DE VIDA IDENTIDADE DE GÊNERO: Ligada aos pais, tenta exercitar autonomia. Caminha, fala, controla esfíncteres(fase anal de Freud) Fase do NÃO, da rebeldia.Pais que sobrevivem aos ataques=ajuda criança a organizar os estímulos. Identidade de gênero: menino e menina tem que conscientizar que pertencem a um sexo. Percepção corporal, demandas familiares e sociais(ex: roupas, cortes de cabelo, atividades, grupos de amigos). Pais tem que apresentar-se como modelo para identificação a seu filhos. 3 anos-Limites: Experimenta um senso de individualidade e autocontrole. Tipos de pais:autoritários, permissivos, FIRMES(alternam carinho e limites). Falta de limites levam as dificuldades de adaptação social. Influenciam nos limites:ausência dos pais, características dos filhos,momento de vida dos pais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Bowlby propôs que as crianças pequenas internalizam suas experiências com as figuras de apego para gerar modelos internos de funcionamento próprio e de relacionamento. Quem recebe cuidados responsíveis e sensíveis vê os outros como carinhosos e confiáveis e a si como merecedor de amor e dignos de receber cuidados. BIBLIOGRAFIA: Lewis, M; Wolkmar F.Aspectos clínicos da Infância e Adolescência. 3ª edição. Eizirik,C; Kapczinski, F; Bassols,AM. O Ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica.2007 Cataldo,A; Gauer, G; Furtado, N.R.Psiquiatria para estudantes de Medicina. 2003 Kaplan, H; Sadock, B.J.; Grebb, J.Compêndio de Psiquiatria, 7ª ed. 2006
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