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Desenvolvimento Emocional 1-3 anos 2013

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DESENVOLVIMENTO 
EMOCIONAL- INFÂNCIA 
(1-3 ANOS DE VIDA) 
PSICOLOGIA JURÍDICA 
PROFESSORA LUCIANA 
MARQUES 
Feminina, 33 anos, casada. 
 Motivo do atendimento: Divórcio 
 Casou com 18 e ele com 16 anos.Separados e sem 
contato há 10 anos. A agredia fisicamente e saiu de 
casa. 
 Vive com um homem há 7 anos.Passaram a viver 
juntos pois engravidou.Relacionamento pobre, onde 
pouco sabem um do outro. 
 Tendência depressiva.Usou fluoxetina. 
 
História Passada: 
 Mãe saiu de casa quando os filhos eram 
pequenos(6 filhos). 
 Pai ficou com eles pouco tempo e deixou-a para 
ser criada por uma tia. 
 Tia batia nela e dizia que era “filha dos outros”. 
 Sofria bullying por parte dos colegas da escola. 
ESTUDOS OBSERVACIONAIS 
DE CRIANÇAS MOSTRAM: 
 
 IMPORTÂNCIA das PRIMEIRAS INTERAÇÕES 
entre FILHOS e PROGENITORES para o 
DESENVOLVIMENTO da PERSONALIDADE. 
 
 René Spitz em 1945 estudou crianças em uma creche e 
um lar substituto. Dos primeiros estudos a documentar 
o papel da privação materna na etiologia dos distúrbios 
da infância. O quociente de desenvolvimento das 
crianças do lar substituto havia sofrido uma queda, 
apresentavam baixa resistência a doença e mortalidade 
alta. 
 
Experimentos de Harlow 
 Harlow (Psicólogo 
Americano) observou em 
1963 que quando os 
macacos bebês eram 
separados de suas mães, 
passam a maior parte do 
tempo agarrados a um 
modelo de pano em vez 
do modelo de fio 
metálico, de onde 
obtinham o leite. 
Estudos de Michael Meaney na McGill University. Associam comportamento 
materno com efeitos duradouro sobre o comportamento dos filhos, eixo 
hipotalâmico-hipofisiário-suprarrenal(HPA) e mesmo seu DNA.Quantidade de 
lambidas e limpeza está correlacionada ao número de receptores de glicocorticoide 
no hipocampo.Ratos de mães de alto Licking and Grooming(lamber e 
limpar)apresentam resposta de Corticosterona ao estresse reduzida, ou seja melhor 
resposta ao estresse quando adultos e assim grande disposição a explorar ambientes 
novos. 
DESENVOLVIMENTO E 
CRESCIMENTO: 
 CRESCIMENTO:mensurável.Ex:peso, altura. 
 DESENVOLVIMENTO:fenômeno complexo e 
ocorre durante todo o ciclo de vida. 
 HERANÇA(GENÉTICA)+EXPERIÊNCIAS 
AMBIENTAIS(desde as condições físicas intra-útero 
até as emocionais e socioculturais da 
família)=DESENVOLVIMENTO= 
FUTURO COMPORTAMENTO 
 
PERÍODO CRÍTICO: 
 PERÍODO CRÍTICO OU SENSÍVEL: período 
ideal para o desenvolvimento(adquirir) de certa 
função. 
 Se algumas funções não forem adquiridas em 
determinado momento, isto nunca mais 
acontecerá, pelo menos do mesmo jeito. 
PERÍODO CRÍTICO: 
 PRIMEIRO ANO: APEGO=CONFIANÇA 
 SEGUNDO ANO: IDENTIDADE DE 
GÊNERO (Nascemos organicamente homens 
ou mulheres, mas definição sexual se dá até 3 
anos de idade) 
 TERCEIRO ANO: LIMITES 
 3-6 ANOS:INDIVIDUAÇÃO 
 6 ANOS: APRENDIZAGEM(LEITURA) 
PRIMEIRO ANO-APEGO: 
 Período crítico para 
desenvolver o 
“APEGO”. 
 Relação íntima , de amor 
do bebê com seus pais 
(cuidadores). 
 Pai como parceiro 
protetor e cooperativo 
com a mãe: realça 
capacidade dela se 
dedicar a criança. 
 Fase oral 
(Freud)=+sensível fonte 
de prazer região da boca. 
 
 
 “Não existe uma tal coisa como um 
bebê”(Winnicot, 1971), ou seja, ele existe como 
membro de uma díade mãe-bebê e este 
relacionamento estabelece a capacidade para 
“CONFIANÇA BÁSICA”(Erikson,1950) 
PRIMEIRO ANO 
 Bebê visto como um ser 
complexo que interage com 
os adultos. 
 Nasce com temperamento 
biologicamente herdado: 
irritabilidade, consolabilidade, 
intensidade da atividade 
motora, atividade de sucção 
durante a mamada... 
 Ele os modela tanto quanto é 
influenciado por eles. 
 Mãe tem que poder se 
entregar ao seu filho, 
percebendo as necessidades 
físicas e afetivas. 
 
INFLUÊNCIA DO BEBÊ 
SOBRE A MÃE: 
 Contato olho no olho(30 dias de vida, não 
acontece no autismo ou cegueira) 
 Sorriso social(2 meses,se confortável sorri) 
 Choro(chama para perto) 
 Sugar(se suga com vontade desperta resposta +) 
 Agarrar-se ao colo 
 Mãe sente-se reconhecida, especial e única. 
INFLUÊNCIA DA MÃE SOBRE 
O BEBÊ: 
 PEGAR AO COLO: Criança usa corpo da mãe para se 
acalmar. 
 COMPORTAMENTO DA MÃE: Satisfaz 
necessidades, é atenta e confiável (Holding). 
 OLHAR DA MÃE: Papel no nosso próprio valor 
(Wright, 1991). Olhar indiferente=criança sente-se 
desinteressante.Voz da mãe. 
 MÃE CONSEGUE EXPRESSAR O QUE SENTE. 
 
 
 
 
NECESSIDADES NÃO 
SATISFEITAS=TENSÃO AGUDA 
 Mãe rica e vaidosa, todos cuidados pré-natais e 
em sala de parto, enfermeiras dia e noite. Mãe 
suspende amamentação aos 3 meses 
bruscamente por se achar gorda. Aos 9 meses 
mãe faz lipoaspiração. Bebê começa a acordar 
muitas vezes a noite e chorar muito. 
LINHA DE 
DESENVOLVIMENTO : 
 Evoluimos da total dependência até a 
autoconfiança emocional e material do adulto. 
 “Inicialmente o bebê vive num estado de fusão 
com a mãe. Aos poucos, a mãe (por melhor que 
possa ser) vai introduzindo frustrações que 
permitem ao bebê perceber a 
realidade.Permanece uma ligação importante com 
a mãe que exige uma intromissão benéfica do 
pai”(Outeiral). 
 Pai se oferece como modelo para identificação, é 
quem apresenta a criança ao mundo. 
SEGUNDO ANO DE VIDA 
IDENTIDADE DE GÊNERO: 
 Ligada aos pais, tenta exercitar autonomia. 
 Caminha, fala, controla esfíncteres(fase anal de Freud) 
 Fase do NÃO, da rebeldia.Pais que sobrevivem aos 
ataques=ajuda criança a organizar os estímulos. 
 Identidade de gênero: menino e menina tem que conscientizar 
que pertencem a um sexo. Percepção corporal, demandas 
familiares e sociais(ex: roupas, cortes de cabelo, atividades, 
grupos de amigos). 
 Pais tem que apresentar-se como modelo para identificação a seu 
filhos. 
 
3 anos-Limites: 
 Experimenta um senso de individualidade e 
autocontrole. 
 Tipos de pais:autoritários, permissivos, 
FIRMES(alternam carinho e limites). 
 Falta de limites levam as dificuldades de adaptação 
social. 
 Influenciam nos limites:ausência dos pais, 
características dos filhos,momento de vida dos pais. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 Bowlby propôs que as crianças pequenas 
internalizam suas experiências com as 
figuras de apego para gerar modelos 
internos de funcionamento próprio e de 
relacionamento. 
 Quem recebe cuidados responsíveis e 
sensíveis vê os outros como carinhosos e 
confiáveis e a si como merecedor de amor 
e dignos de receber cuidados. 
BIBLIOGRAFIA: 
 Lewis, M; Wolkmar F.Aspectos clínicos da 
Infância e Adolescência. 3ª edição. 
 Eizirik,C; Kapczinski, F; Bassols,AM. O Ciclo 
da vida humana: uma perspectiva 
psicodinâmica.2007 
 Cataldo,A; Gauer, G; Furtado, N.R.Psiquiatria 
para estudantes de Medicina. 2003 
 Kaplan, H; Sadock, B.J.; Grebb, J.Compêndio de 
Psiquiatria, 7ª ed. 2006

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