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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA - CT CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO / CT KADJA MARIA DE MELO OLIVEIRA GESTÃO DE PROJETOS SOB A PERSPECTIVAS DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO DO PMBOK: ESTRATÉGIAS PARA MONITORAR A EFICIÊNCIA E CONTROLAR A RENTABILIDADE DE PROJETOS AMBIENTAIS. NATAL/RN 2024 KADJA MARIA DE MELO OLIVEIRA GESTÃO DE PROJETOS SOB A PERSPECTIVAS DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO DO PMBOK: ESTRATÉGIAS PARA MONITORAR A EFICIÊNCIA E CONTROLAR A RENTABILIDADE DE PROJETOS AMBIENTAIS. Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte de Produção, como requisito à obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Dr Joelton Fonseca Barbosa. NATAL 2024 Esta obra está licenciada com uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Permite que outros distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam seu trabalho, mesmo comercialmente, desde que creditem a você pela criação original. Link dessa licença: creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Oliveira, Kadja Maria de Melo. Gestão de projetos sob a perspectivas das áreas de conhecimento do PMBOK: estratégias para monitorar a eficiência e controlar a rentabilidade de projetos ambientais / Kadja Maria de Melo Oliveira. - 2025. 88f.: il. Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia de Produção, Natal, 2025. Orientação: Prof. Dr Joelton Fonseca Barbosa. 1. Gestão de Projetos - Monografia. 2. PMBOK - Monografia. 3. Monitoramento - Monografia. 4. Controle - Monografia. I. Barbosa, Joelton Fonseca. II. Título. RN/UF/BCZM CDU 658.5 Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429 KADJA MARIA DE MELO OLIVEIRA GESTÃO DE PROJETOS SOB A PERSPECTIVAS DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO DO PMBOK: ESTRATÉGIAS PARA MONITORAR A EFICIÊNCIA E CONTROLAR A RENTABILIDADE DE PROJETOS AMBIENTAIS. Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte de Produção, como requisito à obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção. Aprovada em: ______/______/______ BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Joelton Fonseca Barbosa Orientador(a) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Prof(a). Dr(a). Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz Membro interno UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Prof. Dr. Julio Francisco Dantas De Rezende Membro interno UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Dedico este trabalho a Kátia, Fábio, Nininha e Marlene que estiveram presentes em todos os momentos da minha vida. AGRADECIMENTOS A Deus e a espiritualidade que me guia, agradeço a força para seguir este caminho e tornar tudo isso uma realidade. Agradeço a minha amada mãe, a mulher mais bondosa e inspiradora que conheço e ao meu querido pai que sempre me incentivou nessa jornada. A minha mãe, Kátia é em você que encontro a minha maior referência de amor e cuidado, sua presença em minha vida é um verdadeiro presente. Ao meu pai, Fábio, que sempre me escuta e me apoia, agradeço por nunca duvidar dos meus sonhos. Não existem palavras para descrever a minha mais profunda gratidão por todo o amor que me foi dado, por todas as renúncias e sacrifícios, que foram feitos para que eu pudesse crescer, estudar e finalmente me formar. Para sempre serão meu porto seguro. A minhas queridas avós Marlene e Nininha, mulheres mais que especiais em minha vida e representam tudo para mim. Com elas eu aprendi tantas coisas, mas mesmo depois de anos ainda não consegui ser nem metade das mulheres que elas são. Agradeço por tudo, por terem ajudado meus pais a me criarem e por todo o cuidado que vocês têm por mim. Tudo que sou e conquistei também devo a vocês. A presença de vocês sempre ilumina a minha vida e o amor de vocês é um presente que carrego no coração e me fortalece todos os dias. Agradeço também a minha avó Diva e Amorim por todo o carinho, por sempre me acolher com um sorriso e comemorar todas as minhas pequenas vitórias. Aos meus familiares mais próximos que acompanharam a minha jornada até aqui, agradeço de coração a madrinha Rejane, tia Deda, Alberto, Carlos e Katiane, vó Teca. E aos meus parceiros de quatro patas Lupy e Nina, sou muito feliz por ter tido vocês por perto. Aos meus colegas de curso Ruan, Tayná, Felipe, Luana, Victor, Eudes e Leydyson que tornaram o caminho mais leve e memorável. E aos meus colegas de trabalho que também fizeram parte da minha caminhada, meus mais sinceros agradecimentos aos meus colegas de trabalho e diretoria. Agradeço a todos por fazerem parte da minha trajetória. "O que não pode ser medido, não pode ser gerenciado." Peter Drucker RESUMO A competência em gestão de projetos é um elemento estratégico para a competitividade empresarial, especialmente em um viés de crescente complexidade e na busca por rápidos resultados. A metodologia Project Management Body of Knowledge (PMBOK) foi adotada como referência no presente estudo por ser amplamente reconhecida e aceita na área de gestão de projetos. O objetivo foi demonstrar como a implementação de processos de monitoramento e controle adaptados do Guia PMBOK pode contribuir para tornar a gestão de projetos da empresa mais eficiente, no que se refere ao monitoramento da rentabilidade e controle financeiro dos projetos. Este estudo foi desenvolvido inicialmente por meio de intervenções no gerenciamento de custos, integração, recursos e aquisições de uma consultoria que atua no segmento de projetos ambientais complexos. Durante o estudo foram propostos e implementados melhorias e otimizações nas fontes de dados da organização, especialmente relacionadas ao valor planejado no orçamento e o valor real gasto durante a execução do projeto. Cerca de três meses após a implementação destas melhorias, foi possível medir a eficácia e aplicabilidades dessas otimizações, através de um formulário de pesquisa com os colaboradores. Adicionalmente, foram sugeridos alguns indicadores de desempenho visando aprimorar ainda mais o monitoramento e controle financeiro da rentabilidade dos projetos. Em conclusão, o estudo alcançou os objetivos estabelecidos, evidenciando que a reorganização das fontes de dados aprimorou a capacidade da organização em monitorar os seus projetos, criando uma base sólida para uma gestão de projetos menos reativa. Palavras-chave: Gestão de Projetos; PMBOK; Monitoramento e Controle. ABSTRACT Project management competence is a strategic element for business competitiveness, particularly in the context of increasing complexity and the pursuit of rapid results. The Project Management Body of Knowledge (PMBOK) methodology was adopted as a reference in the present study due to its widespread recognition and acceptance in the field of project management. The objective was to demonstrate how the implementation of monitoring and control processes adapted from the PMBOK Guide could contribute to making the company's project management more efficient, particularly in terms of monitoring project profitability and financialao ambiente em que os projetos estão inseridos foi fundamental para a sequência das demais fases do projeto, a partir do entendimento das condições de trabalho, processos, fontes de dados, fluxos de informações, ferramentas e softwares utilizados, a fim de identificar as oportunidades e desafios da organização. A coleta dessas informações ocorreu a partir do método da observação direta e não intrusiva. O entendimento inicial considerou a dinâmica entre os diferentes setores existentes dentro do núcleo a ser estudado, promovendo assim uma visão mais holística para direcionar as áreas do gerenciamento do PMBOK com possibilidades de melhorias. Esse panorama inicial funcionou como base para a formulação de metas bem definidas, com ênfase em propostas de otimização no que se refere a avaliação da rentabilidade e controle financeiro dos projetos. A priorização das áreas de gerenciamento com maior potencial de melhoria foi realizada com a utilização de uma matriz de priorização. A Matriz GUT constitui-se uma ferramenta usada para definir prioridades dadas as diversas alternativas de ação (Bezerra et al., 2014, p. 2). Essa ferramenta busca responder questões de forma racional para a separação e priorização de problemas, a fim de solucioná-los (Oliveira, 2016, p. 3, Apud Bezerra et al, 2014). 47 Para responder a tais questões, a ferramenta GUT considera a avaliação dos seguintes elementos: gravidade, urgência e tendência do fenômeno. De acordo com Bezerra et. al. (2014, p. 3), a gravidade refere-se ao prejuízo ou dano que pode decorrer de uma dada situação, a urgência leva em consideração o tempo que a situação leva para ser resolvida e a tendência trata-se do padrão de crescimento que essa situação pode evoluir. Figura 23: Escala da pontuação da Matriz GUT Fonte: Oliveira, 2016 Para a construção desta ferramenta as áreas de gerenciamento foram classificadas por núcleo responsável e para as áreas que eram de responsabilidade exclusiva ou compartilhada com o núcleo estudado, essas foram colocadas na matriz de priorização para serem avaliadas. Cada área de gerenciamento foi pontuada de acordo com a sua intensidade, em uma escala de um a cinco. Após a atribuição das pontuações, os valores foram multiplicados, gerando um índice final. Esse índice serviu como base para classificar as áreas em ordem crescente, indicando aquelas com maior importância para as intervenções que visam a melhoria na forma como o gerenciamento pode ser realizado. Essa abordagem permite que o estudo foque nas áreas mais críticas, direcionando melhor as ações com maior impacto estratégico. 3.2.3 Intervenções nas áreas de gerenciamento Entre os meses de abril e julho de 2024, foram realizadas intervenções nas áreas de custo, integração, recursos e aquisições, com foco na reorganização das bases de dados da organização. Essa iniciativa visou aprimorar o armazenamento e a gestão de informação, bem como ampliar a capacidade da empresa de monitorar e analisar aspectos financeiros fundamentais relacionados ao gerenciamento dos seus projetos. 48 Nas áreas do gerenciamento de custo foi realizado uma análise das planilhas preço e tabelas de recursos sobre cada projeto. Neste levantamento foram detalhados o ano de origem de cada proposta, a quantidade de valores inconsistentes em relação ao que foi aprovado em proposta e estava na tabela de recurso, bem como a quantidade de serviços que não tinham tabelas de recursos. Em sequência, foram realizadas intervenções para adequar as tabelas de recursos que foram constatadas essas necessidades, com processos de correções apropriadas para cada caso.Esta análise permitiu uma avaliação criteriosa dos recursos humanos, materiais e logísticos de cada projeto, incluindo também a identificação da margem de lucro e limite orçamentário previstos. Para o gerenciamento de integração, recursos e aquisições foi realizada uma intervenção para atender esse conjunto de áreas de gerenciamento. A princípio foi realizado um entendimento inicial da estruturação de funcionamento e nomenclatura dentro do sistema ERP. Em sequência, foi construído um ambiente de análise para que fosse possível extrair de dentro do sistema ERP, dados relacionados às despesas de cada projeto. Essa intervenção foi necessária para tornar mais eficientes as posteriores análises dos controles financeiros dos projetos. Desse modo a primeira intervenção realizada na área de gerenciamento de custo teve como foco o controle da rentabilidade do projeto, com a definição de margens de lucros e limites orçamentários para cada projeto. E a segunda intervenção, relacionada a área de gerenciamento de integração, recursos e aquisições, teve seu foco no monitoramento das despesas financeiras de cada projeto. 3.2.4 Proposição de Indicadores e Avaliação de Impactos das Intervenções Após as intervenções, como parte das ações de monitoramento, foram propostos a utilização de indicadores para avaliar a execução dos projetos. A proposta incluiu indicadores voltados para avaliar o progresso de cada projeto e também do conjunto deles, em aspectos financeiros principalmente. Adicionalmente, também foram propostos indicadores preditivos relacionados à entrada financeira previstos para os meses subsequentes. Com o intuito de medir os impactos causados pelas intervenções realizadas nas áreas de gerenciamento alvo foi elaborado um questionário, estruturado no Google Forms, dividido em seções para levantar as percepções dos respondentes sobre a importância das intervenções na gestão do controle e monitoramento dos projetos, bem como avaliar o impacto destas mesmas intervenções. O formulário teve como público alvo os colaboradores do núcleo de estudo e também da diretoria da organização. 49 Figura 24: Formulário aplicado Fonte: Autor, 2024 As intervenções foram avaliadas de maneira individual e também por contexto. As melhorias foram avaliadas em seis contextos diferentes, são eles: ● Estratégico: contribuição para os objetivos organizacionais. ● Competitivo: oportunidades para melhorar o posicionamento no mercado. ● Risco: impacto na análise dos riscos associados à execução de projetos. ● Tecnológico: uso de ferramentas e sistemas para suporte às operações e integração. ● Inovação: soluções inovadoras para otimizar processos e agregar valor. ● Operacional: Foco em melhorias na execução dos processos. De maneira complementar foi elaborado um plano de ação para garantir que as intervenções realizadas sejam aplicadas de forma prática e eficiente, com base na metodologia 5W1H, consequência da união das letras iniciais de 6 letras inglesas: Why (quando?), What (O quê?), Who (Quem?), When (Quando?), Where (Onde?) e How (Como?) (Bezerra, 2012). 50 Figura 25: Metodologia 5W1H Fonte: Sebrae, 2022 Esta última etapa foi realizada entre os meses de novembro e dezembro de 2024, considerando um intervalo relevante para avaliar os impactos das intervenções realizadas e validar as mudanças realizadas. Esta avaliação foi conduzida em um intervalo temporal apropriado, visto que as implementações estavam em funcionalidade em um tempo de pelo menos três meses, o que possibilitou uma análise mais precisa e contextualizada dos resultados alcançados. A análise dessa conjuntura assegura a verificação que as melhorias implementadas de fato cumpriram seus objetivos iniciais e estão efetivamente alinhadas com as metas organizacionais da empresa. 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS 4.1 Análise da situação atual A empresa estudada trata-se de uma consultoria ambiental de médio porte, localizada em Natal, Rio Grande do Norte, com uma experiência de 15 anos no mercado. A organização já atuou em projetos principalmente do segmento de energias renováveis e linhas de transmissão, nos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Sergipe, Paraíba, Alagoas,Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. A missão da empresa está pautada na entrega de soluções ambientais para os seus clientes garantindo excelência técnica e segurança jurídica para seus clientes. Em relação aos serviços, a empresa possui uma equipe multidisciplinar e oferece uma gama de serviços especializados, incluindo serviços de monitoramento ambiental dos empreendimentos, 51 geoprocessamento, due diligence, desenvolvimento socioambiental, licenciamento ambiental, auditoria ambiental, gestão de fauna, gestão florestal e arqueologia. A organização estudada se destaca como uma empresa sólida no mercado de energias renováveis, especialmente em empreendimentos do nordeste brasileiro. A empresa é reconhecida pelas excelência técnicas de suas entregas e possui como diferencial competitivo seu núcleo próprio de arqueologia, permitindo oferecer aos seus clientes soluções integradas. O viés ambiental e arqueologia juntos em uma única consultoria proporciona aos empreendedores a centralização de suas demandas com uma única empresa, eliminando a necessidade de contratar múltiplos fornecedores e garantindo maior eficiência nos seus projetos. Por outro lado, a empresa enfrenta desafios significativos, como a necessidade de aprimorar sua gestão interna de projetos e a organização das informações. A competitividade existente no mercado exige que a empresa procure adotar constantemente uma postura menos reativa, se antecipando aos possíveis problemas que possam surgir e implementando soluções inovativas para aumentar sua eficiência e adaptabilidade. Com um quadro de colaboradores de 43 colaboradores, no ano de 2024, a empresa também conta com a contratação de profissionais externos, mediante necessidade e contratação de novos projetos. A consultoria é dividida em dois grandes núcleos, cada um possui setores específicos. O núcleo técnico contempla os setores de fauna, florestal, geoprocessamento, licenciamento, social e gestão de obras. Já o núcleo administrativo é composto pelos setores comercial, financeiro, faturamento, segurança do trabalho, departamento pessoal e recursos humanos. No momento da elaboração do estudo, o setor de segurança do trabalho ainda não havia sido introduzido dentro do núcleo administrativo, mudança que ocorreu em meados de novembro de 2024, enquanto o estudo foi realizado entre os meses de maio e julho de 2024. Desse modo, para os fins do estudo, o setor de segurança do trabalho será considerado como parte do núcleo técnico. O quadro a seguir foi elaborado com o objetivo de identificar quais áreas são de responsabilidade de cada núcleo. Nesta divisão foram identificadas quais áreas da metodologia PMBOK são atribuições somente do núcleo técnico, funções que são compartilhadas entre ambos os núcleos, técnicos e administrativo, e quais são funções somente do núcleo administrativo. 52 Quadro 3 : Classificação das áreas do PMBOK por núcleo responsável Área do PMBOK Responsável Principal Justificativa Gerenciamento da Integração Compartilhada A integração entre as atividades técnicas e administrativas é fundamental para garantir a coerência e o sucesso do projeto. Ambas os núcleos são responsáveis por garantir que o projeto seja executado o mais próximo ao planejado. Gerenciamento do Escopo Área Técnica A área técnica é responsável pela definição, execução dos requisitos e entregas do projeto, garantindo que todas as atividades sejam realizadas de acordo com o que foi previamente definido com o cliente. Gerenciamento do Cronograma Área Técnica A área técnica é responsável por planejar e executar as atividades do projeto dentro dos prazos estipulados, ajustando o cronograma quando necessário durante a execução. Gerenciamento dos Custos Administrativa O controle financeiro, incluindo orçamento, fluxo de caixa e margem de lucro, é gerido pela área administrativa. Gerenciamento da Qualidade Área Técnica A área técnica é responsável por garantir que os padrões de qualidade sejam atendidos, garantindo que os produtos e resultados entregues estejam de acordo com as expectativas e exigências do projeto. Gerenciamento dos Recursos Compartilhada A área técnica aloca e utiliza recursos necessários para a execução do projeto, enquanto a área administrativa gerencia a parte logística, incluindo contratação e aquisição de materiais e serviços. Gerenciamento das Comunicações Compartilhada A área técnica comunica o progresso e os resultados técnicos do projeto, enquanto a área administrativa gerencia a comunicação com as partes interessadas, especialmente em relação ao acompanhamento financeiro e faturamento. Gerenciamento dos Riscos Área Técnica A identificação e mitigação dos riscos técnicos associados à execução do projeto, como falhas de equipamentos ou imprevistos no processo, são de responsabilidade da área técnica. Gerenciamento das Aquisições Administrativa A área administrativa é responsável pelo gerenciamento das aquisições, incluindo a contratação de fornecedores e o controle dos termos contratuais, garantindo que os insumos necessários sejam adquiridos de forma eficiente e dentro do orçamento. Gerenciamento das Partes Interessadas Área Técnica A área técnica deve se relacionar diretamente com clientes, stakeholders e órgãos reguladores para garantir que as expectativas sejam atendidas em termos de entregas e conformidade técnica do projeto. Fonte: Autor, 2024 A partir desta tabela nota-se que são funções exclusivas do núcleo técnico: o gerenciamento do escopo, gerenciamento do cronograma, gerenciamento da qualidade, gerenciamento dos riscos e gerenciamento das partes interessadas. São funções compartilhadas entre os núcleos técnico e administrativo: o gerenciamento da integração, gerenciamento dos recursos e gerenciamento das comunicações. E são funções exclusivas do setor administrativo: o gerenciamento dos custos e gerenciamento das aquisições. 53 Concomitante com o objetivo deste trabalho que busca aplicar melhorias nas áreas que são responsabilidade do setor administrativo, sejam essas áreas responsabilidades exclusivas ou compartilhadas, foi elaborado uma matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) para estabelecer graus de prioridade sobre cada uma das cinco áreas de conhecimento do PMBOK. Tabela 1: Matriz GUT Elementos G U T Cálculo Prioridade Gerenciamento dos Custos 5 5 4 100 1º Gerenciamento da Integração 4 5 5 100 1º Gerenciamento dos Recursos 4 4 4 64 3º Gerenciamento das Aquisições 4 4 3 48 4º Gerenciamento das Comunicações 2 3 2 12 5º Fonte: Autor, 2024 Para a avaliação, a matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) acima utilizou a pontuação de 1 a 5, sendo 5 o valor mais alto. Mediante necessidade da organização, foram realizadas melhorias apenas nas áreas de custo, integração, recursos e aquisições. A área de comunicação não possuía pontos de melhorias relevantes para o estudo, o gerenciamento funcionava corretamente. 4.2 Gerenciamento de Custos Na busca de tentar promover melhorias sobre processos e ferramentas utilizadas no gerenciamento de custos, foi realizada uma revisão das planilhas de precificação dos projetos. Cada projeto possui a sua planilha de preço, elaborada pelo setor comercial no momento do envio da proposta, essa planilha de preço não é compartilhada com os clientes e é mantida apenas para consulta dos analistas comerciais e diretores. Para o cliente é passado apenas o valor final do serviço. Na teoria, em todas as planilhas de preço deveriam constar as as tabelas de preço de todos os serviços vendidos naquele projeto, ou seja, cada serviço deveria ter sua própria tabela de preço, com o valor de custo determinado para cada serviço, sua margem de lucro e o valor de impostos calculados sobre o preço. Entretanto, na realidade, alguns projetos tinham sua planilha de preçocom algumas inconsistência entre o valor final, repassado para o cliente, e o valor que estava na tabela de preço. A razão para essas inconsistências foram estudadas ao longo do estudo. Porém, a problemática na existência desses valores diferentes pode ser visto quando os gestores 54 precisam realizar solicitações de recursos para o andamento do projeto, quando não existe um conhecimento do valor planejado, não haverá consequentemente um comparativo, entre o valor que foi gasto e o valor que foi planejado para ser gasto, logo a empresa não irá ter um parâmetro para saber se aquele projeto atendeu de fato a margem de lucro planejada. O estudo foi realizado entre os meses de maio e julho de 2024, onde foram analisadas a formação de preço de 63 propostas, destas foi possível a realização do estudo em 60 propostas e apenas 3 delas não tinham informação suficiente para a realização do estudo. A empresa utiliza a seguinte nomenclatura para a identificação de suas propostas. Exemplo: 101-2023, simboliza a primeira proposta que foi solicitada em 2023, 121-2023 simboliza a vigésima primeira proposta solicitada em 2023, 103-2024 simboliza a terceira proposta solicitada no ano de 2024. Sabendo disto, as propostas também foram classificadas conforme o seu ano de origem, ou seja, o ano que a proposta foi solicitada pelo cliente e elaborada pelo setor comercial, não sendo necessariamente o mesmo ano em que a proposta foi aprovada pelo cliente para ser executada. Na tabela a seguir podemos perceber que a maior parte das planilhas estudadas tiveram seu ano de origem entre os anos de 2022, 2023 e 2024, representando quase 90% das planilhas estudadas, enquanto as planilhas com origem entre os anos de 2020 e 2021 representaram apenas 10% das planilhas estudadas. No que se refere às planilhas não analisadas, ambas foram elaboradas em 2020 e 2021. Por se tratarem de propostas desenvolvidas há um período considerável, os materiais disponíveis na época não apresentavam informações suficientes para a realização do estudo. Tabela 2: Quantidade de propostas estudadas por ano de origem Ano de Origem Quantidade % Estudo 60 100,00 2020 1 1,67 2021 5 8,33 2022 14 23,33 2023 25 41,67 2024 15 25,00 Informações Insuficientes para o Estudo 3 100,00 2020 1 33,33 2021 2 66,67 Total Geral 63 Fonte: Autor, 2024 55 Quando uma proposta é aprovada pelo cliente, essa mesma proposta passa a ser chamada internamente de centro de custo ou aditivo. Os centros de custos representam um novo contrato e aditivo, são propostas que são inseridas em contratos já existentes. Categorizando as propostas estudadas por centro de custo ou aditivo, nota-se que 40 são centro de custos e 20 são propostas aditivas. Entre as propostas não estudadas, 2 eram centros de custos e apenas 1 proposta aditivo. Tabela 3: Quantidade de propostas estudadas por ano de centro de custo ou aditivo Classificação Quantidade Estudo 60 Aditivo [R] 20 Centro de Custo [R] 40 Informações Insuficientes para o Estudo 3 Aditivo [R] 1 Centro de Custo [R] 2 Total Geral 63 Fonte: Autor, 2024 Em sequência cada planilha foi analisada de forma individual, verificando quais serviços tinham as inconsistências, ou seja, o valor repassado para o cliente era diferente do valor presente na tabela de preço. Além desses valores inconsistentes também foram verificados quais serviços não tinham uma tabela própria de preço. Para preservar o máximo as informações sobre a forma como os preços são precificados, não serão colocados neste estudo a maneira como a precificação dos serviços na empresa é realizada. 56 Figura 26: Processo de correção Fonte: Autor, 2024 Foram identificados um somatório de 371 serviços, distribuídos nas 60 propostas. As propostas com origem no ano de 2023 e 2024 apresentaram os anos com a maior quantidade de serviços. Esclarecendo que em uma única proposta podem ser precificados mais de um serviço e para empreendimentos diferentes, mediante necessidade do cliente. Em contrapartida, o ano de 2020 teve a menor quantidade de serviço. Após essa contagem inicial, os serviços foram classificados em serviços que possuíam na sua tabela de preço um valor igual ao valor que foi repassado para o cliente, serviços que possuíam na sua tabela de preço um valor diferente do que foi repassado para o cliente e serviços que não possuíam tabela de preço, apenas o valor final. Entre os 370 serviços, 132 possuíam um valor diferente quando comparado o valor final e tabela de preço, 91 possuía um valor igual e 147 não tinham uma tabela de preço com os seus respectivos recursos. 57 Tabela 4: Contagem dos serviços por categoria Ano de Origem Qtd. de serviços vendidos Valor final IGUAL com o que está na planilha de preço Valor final DIFERENTE com o que está na planilha de preço Valor final SEM tabela de recurso própria 2020 1 1 0 0 2021 39 7 8 24 2022 80 35 10 35 2023 143 27 70 46 2024 107 21 44 42 Total Geral 370 91 132 147 Fonte: Autor, 2024 Para identificar os principais motivos que levaram as propostas a apresentarem serviços com valores diferentes do que estava em sua tabela de preço, foi realizado outra análise individual sobre cada uma das propostas. Dessa forma, chegou-se a conclusão que o principal motivo para essa diferença se dava pois o desconto que alguns clientes recebiam era dado apenas no preço final, não ocorrendo esse mesmo desconto sobre as tabelas de preço, e sobre os recursos que faziam parte da tabela de preço do serviço. Tabela 5: Causas das inconsistências Causas Qntd de Propostas com valores diferentes Qntd de serviços com valor final DIFERENTE com o que está na planilha de preço Acréscimo aplicado apenas no final 3 3 Desconto aplicado apenas no preço final 15 93 Utilizar o valor calculado dos recursos e dividir entre os empreendimentos. Ex. Parque Eólico I e II 1 22 Utilizar o valor calculado dos recursos e dividir entre serviços diferentes. 2 14 Total Geral 20 132 Fonte: Autor, 2024 Para cada causa para as inconsistências foram realizados processos de correções diferentes, descritos no quadro a seguir: 58 Quadro 4: Correções aplicadas Processo Descrição Exemplo Acréscimo aplicado apenas no final Aplica-se um acréscimo percentual sobre o valor de cada recurso orçado. Orçamento total: R$ 100.000 + 10% acréscimo → Valor final: R$ 110.000. Desconto aplicado apenas no preço final Aplica-se um desconto percentual sobre o valor de cada recurso orçado. Orçamento total: R$ 100.000 - 5% desconto → Valor final: R$ 95.000. Divisão dos custos entre empreendimentos Os valores orçados para cada recurso são distribuídos proporcionalmente entre dois ou mais projetos. Orçamento: R$ 200.000 para dois parques → Cada parque terá um orçamento de R$ 100.000 para execução Divisão dos custos entre serviços diferentes Os valores orçados para cada recurso são distribuídos proporcionalmente entre dois ou mais serviços. Orçamento: R$ 300.000 para dois parques → Cada serviço terá um orçamento de R$ 150.000 para execução Fonte: Autor, 2024 Ao total foram corrigidas 132 tabelas de preço de diferentes serviços e para as demais 147 tabelas de preço que não tinham tabela de preço, foram construídas a partir de tabelas de serviços semelhantes, para elas foram utilizados os mesmos recursos dos serviços semelhantes e aplicado uma margem de lucro mínimo de 30%. Todas as planilhas reestruturadas foram disponibilizadas para a equipe. Com esses ajustes nos limites orçamentários também foi possível definir o valor reservado para os impostos e margens de lucros estabelecidas inicialmente para cada projeto. No entanto, para preservar a confidencialidade sobre a estratégia de precificação, esses fatores não foram detalhados. 4.3 Gerenciamento de Integração,Recursos e Aquisições A empresa possui um sistema ERP, implementado recentemente, utilizado principalmente para integrar os dois núcleos, técnico e administrativo, especialmente os supervisores e diretores de cada setor do núcleo técnico, setor comercial, financeiro e de faturamento. Quando a proposta é aprovada pelo cliente, a proposta passa a ser chamada internamente de centro de custo ou aditivo, conforme esclarecido no tópico anterior, cada proposta tem um cronograma físico-financeiro, que divide o valor final em marcos contratuais ou marcos de faturamento. Esses marcos de faturamento são colocados dentro do sistema ERP pelo setor comercial e, à medida que o núcleo técnico finaliza os entregáveis do projeto, os marcos de faturamento são autorizados para que o valor seja cobrado e faturado pela empresa. 59 Apesar de ser um sistema implementado com o objetivo estratégico de integrar esses dois grandes núcleos, alguns pontos não foram ser atendidos pelo sistema ERP, como por exemplo, não existia dentro do sistema, relatórios por categorias ou por centro de custos, desse modo, alguns desses relatórios, essenciais para monitorar o andamento das atividades do projeto eram feitos manualmente analisando cada lançamento financeiro. Desse modo, para que fosse possível atender o objetivo deste estudo de criar uma base de dados que gerasse informações suficientes para analisar se o projeto está sendo de fato executado conforme planejado, foram feitas algumas melhorias dentro do próprio sistema ERP, como a criação de relatório no ambiente de análise do sistema, oferecendo uma base sólida de dados de valores gastos por centro de custo, data, clientes, previsão de entrada de valores, por exemplo. 4.3.1 Entendimento do Conjunto de Dados Na etapa inicial de entendimento da organização dos dados do sistema, foi possível observar que dentro da base de dados principais das transações do sistemas, os lançamentos de saída passavam por diferentes fases, podendo ser chamados de “Bill”, “Bill Payment”. A nomenclatura "Bill" é o nome dado ao lançamento antes do pagamento, "Bill Payment" corresponde ao lançamento após o pagamento. A “Bill” e “Bill Payment” seguem a proporção 1:1, ou seja, para cada “Bill” pode ser feita apenas uma “Bill Payment”. Além disso, apenas “Bill” o pagamento pode ser dividido por centro de custos, categorias (ou conta de despesas). Um exemplo: na “Bill #1019390” podem estar lançados pagamento de Impostos divididos em três centro de custos diferentes, outro exemplo na “Bill#83930”, podem estar lançados uma mobilização de recursos para o projeto 101-2024 com quatro valores diferentes para categorias ou contas de despesas diferentes (gasolina, hospedagem, prestadores de serviços e vale-refeição) para um mesmo centro de custo. Entretanto, na “Bill Payment” temos acesso apenas ao valor final pago, sem diferenciação por centro de custo, categorias ou contas de despesas. As categorias e contas de despesas são dados com um nível de semelhança, visto que a categoria é uma nomenclatura resumida da conta de despesa. Exemplo, a conta de despesa segue o plano de conta da empresa e pode ser identificado como “34201.0049-5 Despesas Operacionais: Despesas Administrativa: Combustível”, enquanto em categoria, esse mesmo lançamento é identificado como “Combustível”. O conjunto de dados nomeados por “Classe” são os dados de centros de custos do projeto. Quando uma proposta aditiva é ganha, essa mesma proposta é inserida dentro do 60 sistema ERP, no mesmo quadro do centro de custo que ela pertence, dessa forma não é possível analisar financeiramente a evolução dos gastos financeiro de uma proposta aditiva de forma individual, apenas o conjunto de propostas que fazem parte daquele mesmo centro de custo. Os lançamentos de entrada podem ser chamados de “Deposit”, “Sales Order” e “Invoice”. "Deposit" é o valor devolvido a empresa, “Sales Order” trata-se-se a ordem de venda criada para o faturamento do projeto e “Invoice” ao valor que pode ser faturado, mediante a realização dos marcos de faturamento. Outros dados relevantes foram os de “Entidade” e “Memorando”. O dado de “Entidade” refere-se a pessoa física ou jurídica que recebeu valores da empresa, no caso dos lançamentos de saída e os lançamentos de entrada, esse mesmo dado refere-se a pessoa física ou jurídica que realizou um pagamento para a empresa. Por fim, o dado de “Memorando” é utilizado como um campo de descrição ou observações relevantes sobre o lançamento. 4.3.2 Criação da Base de Dados Após a etapa de entendimento da base de dados do sistema, houve a criação de dois relatórios que tinham o mesmo objetivo, porém graus de complexidade diferentes. O primeiro relatório sendo mais simples e podendo ser utilizado pelos gestores de projetos, mediante necessidade e o segundo relatório com um grau de complexidade e detalhamento maior que pode ser utilizado pelos analistas financeiros. Para a construção de ambos os relatório foi utilizado a base dados de Transação, dentro do módulo de análise do sistema ERP. O relatório mais simples, utiliza 4 tipos de dados do banco de dados principal do conjunto de Transações, são eles os dados de data, tipo (Bill) transação e valor total da Bill. Na linha de transação, são usados os seguintes dados: centro de custo, conta de despesas, categoria valor de cada conta de despesas. 61 Figura 27: Base de dados do relatório contábil de menor complexidade. Fonte: Autor, 2024 No conjunto de dados principais, o dado de valor refere-se ao somatório de cada despesa lançada na Bill. Já no subconjunto de dados, relacionado à linha de transação, o valor corresponde ao valor individual das despesas por categoria/conta de despesa. Figura 28: Visualização do lançamento como “Bill” Fonte: Autor, 2024 62 Figura 29: Visualização do lançamento como “Bill Payment” Fonte: Autor, 2024 No relatório simplificado são colocados apenas dados de “Bill”. No relatório mais complexo leva em consideração três tipos de dados, são eles: “Bill”, “Bill Payment” e “Deposit”. Neste relatório também é utilizado o conjunto de dados de transações, assim como o relatório simplificado. No banco de dados principais são utilizados 9 dados, são eles: data, entidade, memorando, número ID, período contábil, status, tipo, transação, valor. Enquanto no subconjunto da linha de transação são utilizados 6 dados, são eles: centro de custo, conta de despesas, categoria, entidade, memorando e valor. Figura 30: Base de dados do relatório contábil de maior complexidade. Fonte: Autor, 2024 Este último relatório apresenta uma maior robustez de dados, quando comparado ao relatório mais simplificado. Uma das principais diferenças é que esse relatório leva em consideração as transações relacionadas anteriores e posteriores. Neste relatório a transação principal anterior é a “Bill” e a transação posterior é a “Bill Payment”. 63 Figura 31: Base de dados das transações relacionadas anteriores e posteriores Fonte: Autor, 2024 Para ampliar o banco de dados também foi realizada uma análise sobre as “Invoices” do sistema. Ainda no módulo de Análise do sistema ERP, foi utilizado o banco de dados de “Sales (Invoices)”, no conjunto de dados principais foram utilizados os seguintes dados: classe, cliente, data, linha de transação, período contábil, tipo de transação (Invoice) e transação. No subconjunto de cliente, o dado utilizado foi o ID do cliente e no conjunto de transação foi utilizado o dado de data de fechamento, número do documento (nota fiscal), status e valor total. 64 Figura 32: Base de dados do relatório de entradas de faturamento. Fonte: Autor, 2024 Assim como foi destacada a importância do gerenciamento de recursos e aquisições, a previsão dos valores monetários a serem recebidos no caixa daempresa também se mostrou fundamental. Aproveitando-se do fato que o núcleo administrativo está integrado com o núcleo técnico, a partir do sistema ERP, foi possível criar análises para ter conhecimento desta previsão. Para isso, foram realizadas sucessivas reuniões com o núcleo técnico, com a finalidade de apresentar aos supervisores de cada setor a importância de registrar e manter atualizadas as datas previstas de entrega de cada marco de faturamento. Com esse alinhamento, surgiu a atualização mensal do “cashflow” da empresa, que utiliza como base de dados um relatório com a quantidade e valor de marcos de faturamento que pode a vir ser entregue durante o mês analisado ou meses posteriores. 65 Figura 33: Base de dados do relatório de previsão de entradas. Fonte: Autor, 2024 Para o relatório de previsão de entradas financeiras por projeto foi utilizado o conjunto de dados de “Tabela de Faturamento”. No conjunto principal foi utilizado o dado de nome, e no subconjunto etapas foram utilizados os dados de comentário, data de conclusão real, tabela de faturamento, tarefa/etapa, valor; no subconjunto de projeto foram utilizado o dado de nome do projeto e status e por fim também foi utilizado o dado de transação com o valor total do projeto. Para tipo de análise o dado de “tarefa/etapa” refere-se ao marco de faturamento e uma característica própria deste relatório é que ele não traz propriamente o valor individual de cada marco contratual, no conjunto principal de dados o “Valor” traz a porcentagem que esse 66 marco de faturamento tem sobre o valor total do projeto. Logo, para saber o valor de cada marco é feito uma multiplicação entre a porcentagem e o valor total. 4.4 Proposição de Indicadores Com base nas melhorias que foram feitas, a seguir estão detalhados alguns indicadores que podem ser coletados a partir da reestruturação das informações e dados coletados das planilhas de preço e sistema ERP e a periodicidade de coleta de cada indicador. Quadro 5: Proposição de indicadores Categoria Indicador Fórmula/Descrição Periodicidade de coleta dos indicadores Indicadores para análise individual de cada centro de custo Valor Planejado (R$) Somatório do valor planejado dos recursos de cada serviço. A depender do tempo de execução do projeto Margem de Lucro Planejada (R$) Valor final do serviço - valor planejado dos recursos - imposto Valor Total do Projeto (R$) Soma de todos os serviços associados ao projeto. Valor Executado (Faturado) (R$) Total já faturado do projeto até o momento. Valor a Ser Executado (Disponível) (R$) Valor total do projeto - Valor executado. Valor das Despesas por Recurso (R$) Despesas detalhadas por recurso (mão de obra, materiais, etc.). Valor Total Gasto (R$) Soma total das despesas do projeto. Desvio Orçamentário (%) [(Valor Gasto - Valor Planejado) / Valor Planejado] x 100 Eficiência no Uso do Orçamento (%) [(Valor Planejado - Valor Gasto) / Valor Planejado] x 100 Indicadores do Cashflow Valor Previsto a Ser Faturado no Próximo Mês (R$) Projeção de faturamento para o mês seguinte. Mensal Quantidade de marcos contratuais a serem faturados no próximo mês Número de entregas previstas para faturamento. Desvio do Planejado (%) Verificar se o valor e a quantidade de 67 marcos previstos no mês anterior correspondem ao executado no mês corrente. Indicadores para análise do conjunto de projetos Quantidade de Projetos com Desvio Orçamentário Alto Número de projetos que ultrapassaram significativamente o orçamento planejado. Semestral Quantidade de Projetos Eficientes no Uso do Orçamento Número de projetos com alta eficiência financeira. Valor Total Executado no Ano e Mensalmente (R$) Soma de todos os valores faturados por período. Valor Total em Aberto (R$) Soma de todos os valores ainda não faturados dos projetos. Participação do Centro de Custo no valor total de despesas operacionais (%) [(Despesa do Centro de Custo / Despesa Total)] x 100 Fonte: Autor, 2024 Diante da grande quantidade de projetos que a empresa possui, bem como da complexidade de cada um, torna-se desafiador manter uma periodicidade padrão para todos. Nesse sentido, sugere-se uma avaliação do tempo médio de duração de cada projeto. Quadro 6: Periodicidade da avaliação Duração do Projeto Periodicidade da Avaliação Descrição 1 - 3 meses A cada 1 mês Projetos curtos demandam acompanhamento frequente para ajustes rápidos, garantindo o cumprimento das metas dentro do prazo reduzido. 3 - 6 meses A cada 1,5 meses Permite realizar de 3 a 4 avaliações ao longo do projeto, mantendo um equilíbrio entre frequência e duração. 6 meses - 1 ano A cada 2 meses Estima-se entre 4 a 6 avaliações, proporcionando monitoramento regular sem sobrecarregar as equipes. 1 ano - 1,5 anos A cada 3 meses Estima-se 4 a 6 avaliações, suficientes para decisões estratégicas e ajustes conforme o andamento. Acima de 1,5 anos A cada 6 meses Projetos longos requerem avaliações menos frequentes para evitar excessiva burocracia, porém é interessante manter entre 2 a 3 avaliações anuais para monitoramento. Fonte: Autor, 2024 68 4.5 Avaliação de Oportunidade de Melhoria A implementação de melhorias, relacionadas ao levantamento dos custos do projeto e organização foi realizada entre os meses de maio e julho. Desse modo, torna-se viável aplicar um questionário para medir o resultados das melhorias implementadas e a importância de uma gestão por indicadores sobre cada um dos centros de custos. O questionário foi aplicado especialmente para os colaboradores do setor financeiro, logística, comercial e faturamento, todos pertencentes ao núcleo administrativo, e também para as lideranças da empresa, neste caso as pessoas que participam atualmente do quadro societário da empresa. O questionário foi dividido em três partes, avaliação da qualidade da base de dados que foi melhorada dentro do sistema ERP, avaliação sobre a importância do uso e das informações atualizadas sobre o limite orçamentário de cada projeto e por fim, na última parte do relatório foi feita uma avaliação sobre a percepção dos interessados na gestão do projeto por indicadores e também sobre a periodicidade da avaliação destes indicadores. Quadro 7: Questionário aplicado Seção Pergunta Opções/Resposta 1. Qualidade da base de dados 1.1 Em uma escala de 1 a 5, como você avalia a clareza, precisão e organização das informações apresentadas nas bases de dados do ERP após as melhorias? (1 = Muito ruim, 5 = Excelente) 1.2. As mudanças implementadas nas bases de dados facilitaram a compreensão e reduziram o tempo necessário para interpretar e aplicar os dados em suas atividades? ( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente 1.3. Em uma escala de 1 a 5, qual o impacto das melhorias na qualidade dos dados sobre sua rotina de trabalho e na tomada de decisões? (1 = Nenhum impacto, 5 = Impacto muito positivo) 1.4. Com que frequência você utiliza a base de dados em suas análises? ( ) Diariamente, () Semanalmente ( ) Mensalmente, ( ) Raramente, ( ) Nunca, N/A ( ) 2. Levantamento do Limite Orçamentário 2.1. Em sua opinião, para quais aspectos do projeto o levantamento do limite orçamentário é mais útil? ( ) Planejamento financeiro ( ) Controle dos recursos do projeto ( ) Tomada de decisões ( ) Negociação com fornecedores, Outras: ___________ 2.2. Em uma escala de 1 a 5, qual a importância de seguir a solicitação de recursos dentro do que foi planejado no momento da venda? (1 = Pouco Importante, 5 = Muito Importante) 2.3 Quais seriam as consequências para o projeto caso o limite orçamentário não seja respeitado? ( ) Aumento do risco de prejuízo financeiro, ( ) Redução ou eliminação da margem de lucro 69 prevista, ( ) Aquisição de recursos fora do planejado,( ) Outro 2.4. Você acredita que a definição do limite orçamentário para cada serviço melhora o controle do projeto? ( ) Sim, bastante ( ) Sim, mas precisa de ajustes ( ) Não, não vejo impacto 3. Importância dos Indicadores 3.1. Na sua visão, qual a importância dos indicadores individuais de cada projeto (ex: custo, margem de lucro, valor executado)? ( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Pouco importante ( ) Não é importante 3.2. Como você avalia a relevância dos indicadores gerais do projeto (ex: quantidade de projetos fora do orçamento, projetos com maior eficiência, entre outros)? ( ) Muito relevante ( ) Relevante ( ) Pouco relevante ( ) Não é relevante 3.3. Você acredita que os indicadores de previsão (ex: valor previsto a ser faturado no próximo mês, quantidade de marcos de faturamento previstos) ajudam na tomada de decisões? ( ) Sim, muito ( ) Sim, de forma moderada ( ) Não, pouco ( ) Não ajuda em nada 3.4. A análise dos indicadores individuais de cada projeto periodicamente contribui para a melhoria da execução do projeto? ( ) Contribui muito ( ) Contribui parcialmente ( ) Contribui pouco ( ) Não contribui Fonte: Autor, 2024 O questionário foi aplicado em novembro de 2024 e contou com a participação de pessoas do núcleo administrativo, especificamente pertencente aos setores financeiro (33,3%), logístico (11,1%), comercial (11,1%), faturamento (11,1%), entre os respondentes também estavam alguns integrantes da diretoria (33,3%). Gráfico 1: Setores dos respondentes Fonte: Autor, 2024 A seção do questionário que tratava da análise dos conjuntos de dados que foram extraídos do ERP foram direcionados apenas para respondentes do setor financeiro e faturamento. Em relação à qualidade dos relatórios, os respondentes atribuíram uma média de 4,75 pontos, em uma escala de 1 a 5, à clareza, precisão e organização das bases de dados do sistema ERP, indicando um alto nível de satisfação com a capacidade que a nova estrutura de 70 dados possui em fornecer informações de qualidade. 75% dos respondentes afirmaram que as alterações realizadas facilitaram a compreensão dos dados e reduziram o tempo necessário para interpretação e aplicabilidades desses dados na rotina de atividades, tornando claro o impacto direto dessa melhoria na eficiência operacional da equipe. Adicionalmente, em uma escala de 1 a 5, foi atribuída uma média de 4 em relação aos impactos positivos que as melhorias causaram nas rotinas de trabalho e nas tomadas de decisões dos respondentes. Quanto à frequência de uso destas bases de dados, foi observado que 75% utilizam diariamente, evidenciando assim a relevância da ferramenta no suporte às operações. Gráfico 2: 1ª seção de respostas do questionário Fonte: Autor, 2024 As duas seções seguintes do formulário referente à importância do conhecimento dos limites orçamentários de cada recurso e do acompanhamento dos indicadores foram atribuídas a todos os respondentes, independentes dos seus setores. O levantamento do limite orçamentário foi o segundo aspecto a ser avaliado no questionário, sendo relevante por sua contribuição para o planejamento e controle financeiro dos projetos. Os respondentes indicaram que este levantamento é útil para o planejamento financeiro (88,9%) e para o controle dos recursos do projeto (88,9%), evidenciando seu papel essencial como um instrumento de gestão. Adicionalmente, o limite orçamentário também foi colocado como um aspecto importante na negociação com os fornecedores (44,4%), na tomada de decisões (33,3%) e no planejamento orçamentário (11,1%), respectivamente. 71 A importância de seguir as solicitações de recursos conforme planejado obteve uma média de 5 pontos, em uma escala de 1 a 5, reforçando que indiscutivelmente o descumprimento do limite orçamentário pode gerar consequências negativas para o atendimento da margem de lucro estimada. Entre essas consequências, foram colocadas como relevante em maior escala, o aumento do risco de prejuízo financeiro (77,8%), a redução ou eliminação da margem de lucro prevista (77,8%) e em menor proporção a aquisição de recursos dora do planejamento (11,1%). Para o encerramento desta seção de perguntas, 100% dos respondentes afirmaram que a definição do limite orçamentário para cada serviço melhora o controle do projeto é bastante importante. Gráfico 3: 2ª seção de respostas do questionário Fonte: Autor, 2024 A análise da importância dos indicadores revelou sua centralidade na gestão de projetos. Os indicadores individuais, como por exemplo custo, margem de lucro e valor executado foram considerados como muito importantes por 100% dos respondentes. Os indicadores gerais, por sua vez, como por exemplo quantidade de projetos fora do orçamento, projetos com maior eficiência foram apontados como muito importantes por 77,8% dos respondentes e como importante por 22,2%. Por sua vez, os indicadores preditivos, como valores projetados para faturamento e quantidade de marcos de faturamento previstos foram reconhecidos por 88,9% dos participantes como elementos que contribuem muito nas tomadas de decisões e por 11,1% como elementos que contribuem de forma moderada. Da mesma 72 maneira, 88,9% dos participantes responderam que a análise individual de indicadores de forma periódica contribuem significativamente para a melhoria na execução do projeto e para 11,1%, essa análise periódica contribuiu parcialmente. Gráfico 4: 3ª seção de respostas do questionário Fonte: Autor, 2024 No âmbito do gerenciamento de custos a intervenção consistiu na criação de uma estrutura de dados sistematizada. Essa estrutura teve como objetivo central fornecer uma base consolidada de informações sobre os limites orçamentários e margens de lucros planejadas para cada projeto. A partir do estudo foram identificados uma quantidade significativa de serviços com diferenças entre os valores orçados e aqueles presentes nas propostas aprovadas. Com essa observação, notou-se que a precificação frequentemente costumava passar por ajustes sobre o preço final, durante a negociação, enquanto os valores orçados permaneciam inalterados. Tal inconsistência entre os valores gera um risco para a execução do projeto, podendo ocasionar um gasto superior, interferindo na rentabilidade do projeto. Assim, a implementação da nova estrutura de dados tinha o objetivo de proporcionar um maior controle sobre os recursos do projeto. Além de fornecer um conhecimento mais preciso em relação aos limites orçamentários de cada recurso durante a execução dos projetos, garantindo um gerenciamento de custos mais seguro e uma tomada de decisão mais assertiva. 73 O formulário aplicado trouxe uma perspectiva a respeito dos impactos do conhecimento dos limites orçamentários. Os resultados indicaram um alinhamento significativo com o objetivo da intervenção aplicada para o aprimoramento do gerenciamento de custos. Em sua maioria, os respondentes destacaram que a disponibilização e o conhecimento destas informações contribuem de forma relevante para o planejamento financeiro e para um controle mais específico dos recursos do projeto. Além disso, a maioria dos respondentes concordou que a não observação destes limites eleva o risco de prejuízo financeiro, especificamente na redução ou na pior das hipóteses na completa eliminação da margem de lucro. De maneira geral, essa intervenção sobre o gerenciamento de custos desempenhou um papel crucial para avaliar qual é a margem de lucro planejada para cada projeto e, em perspectivas futuras, verificar possíveis desvios, de forma antecipada para garantir que esse projeto atenda a uma rentabilidade adequada, próxima ou superior ao que foi inicialmente planejado. Para a área do gerenciamento de integração, recursos e aquisições houve uma intervenção focada no aprimoramento do sistemaERP, utilizado na empresa pelos dois núcleos: técnico e administrativo. Embora o sistema estivesse em uso, a ferramenta não atendia integralmente a todas necessidades operacionais da organização, especialmente no que se refere a geração de relatórios financeiros primordiais. Em resposta a esse cenário, foram realizadas análises abrangentes sobre o funcionamento do sistema e em seu agrupamento de dados, na tentativa de solucionar essa questão. Após o entendimento inicial, os agrupamentos de dados foram organizados de forma sistematizada nos módulos de análises dentro do sistema ERP. Em seguida, ocorreu a estruturação das bases de dados, personalizadas para atender as necessidades da organização. A implementação desta melhoria proporcionou uma maior clareza e organização ao acompanhamento financeiro de cada projeto, fato constatado a partir das respostas ao formulário aplicado. A melhoria aplicada também permitiu que os dados fossem extraídos de dados de forma mais rápida e menos dependente de processos manuais. Levando em consideração as respostas ao questionário sobre a relevância das mudanças no sistema ERP, os respondentes confirmaram que a intervenção cumpriu o objetivo esperado, no que se refere a tornar os processos dentro do sistema mais automatizados. Adicionalmente também avaliaram de maneira positiva a melhoria no quesito de eficiência das operações na rotina de trabalho. Ferramentas que anteriormente enfrentavam dificuldades para serem aplicadas, como a previsão de entradas financeiras puderam ser implementadas a partir dessa nova estrutura de 74 dados. A dificuldade estava principalmente por os dois núcleos da empresa não estarem integrados em um mesmo ambiente online para gerir as informações. Com a nova estrutura de dados, à medida que os integrantes do núcleo técnico atualizavam as datas estimadas de conclusão para cada marcos de faturamento, os analistas financeiros do núcleo administrativo tinham em tempo real acesso a essa informação em sua base de dados, sem existir a necessidade de acessar projeto por projeto para checar a evolução de entrega de cada um destes marcos, permitindo assim um maior eficiência na análise. A intervenção realizada neste conjunto de áreas de gerenciamento promoveu uma integração mais eficaz entre os dois principais núcleos da organização, possibilitou um controle mais eficiente no monitoramento dos recursos empregados em cada projeto e nas aquisições em geral. Essas ações permitem ao projeto a possibilidade de uma avaliação mais detalhada sob a ótica financeira, potencializando ações mais estratégicas e precisas de planejamento. Desse modo, de forma a orientar a melhor forma para a utilização destes dados foram elaborados indicadores de desempenho, projetados para atuar como parâmetros na avaliação contínua dos projetos. Indicadores criados para abranger métricas tanto de controle operacional quanto preditivas. A aplicação desses indicadores não só permite monitorar a execução dos projetos em termos financeiros, como também mitigar riscos de desvios e gastos excessivos, garantindo maior previsibilidade e eficiência no alcance dos objetivos estratégicos. Cada projeto existente dentro da organização tem a sua própria particularidade com períodos de duração diferentes para cada projeto. Tendo em vista esse cenário, com base no porte e na complexidade de cada projeto, foram elaboradas propostas de periodicidade de avaliação com base nos indicadores operacionais e preditivos, relacionadas à rentabilidade dos projetos e monitoramento dos gastos financeiros. Concomitante ao objetivo da elaboração de indicadores, no formulário aplicado, os participantes reconheceram a importância primordial destes indicadores. Ao unir tecnologia e práticas de gerenciamento a organização fortalece sua competitividade e relevância como agente de impacto positivo. Cada contexto abordado se conecta em uma visão sistêmica que permite a empresa a aprender, se adaptar e crescer continuamente. A transformação organizacional pode ser observada diante dos seguintes contextos: estratégico, competitivo, risco, tecnológico, inovação e operacional. 75 Figura 34: Análises por diferentes contextos Fonte: Autor, 2024 ● Contexto estratégico As intervenções realizadas resultaram em uma reestruturação em relação à organização das principais fontes de dados para a análise financeira do projeto, com efeitos diretos no planejamento estratégico da organização. A sistematização das informações financeiras e operacionais geraram um aumento na previsibilidade das ações e no alinhamento com o planejamento inicial de cada projeto. Esse reposicionamento estratégico ocasiona, em perspectivas futuras, um fortalecimento interno maior para a empresa que reflete no mercado como uma empresa mais competitiva. O impacto das melhorias aplicadas possuem impacto direto no crescimento organizacional, com a implementação de práticas modernas e consistentes de gerenciamento para dar suporte às operações, de modo a deixar a organização mais preparada para lidar com situações mais complexas e projetos de grande porte. A sistematização dos dados para o controle da rentabilidade e monitoramento financeiro, assim como a utilização da gestão por indicadores cria uma base sólida para o aumento dos lucros da empresa, permitindo que as organizações direcionem suas ações para outras vertentes de expansão da empresa com a exploração de novos mercados. ● Contexto da competitividade A estruturação de dados e o uso de indicadores favorecem a evolução de práticas de gestão baseadas em evidências. O aprimoramento nestas fontes de dados é um instrumento valioso para o setor comercial da empresa, principalmente na otimização de planejamento orçamentários futuros. A capacidade de oferecer orçamentos mais assertivos, baseados em 76 dados confiáveis, aumenta a atratividade das propostas comerciais e captação de clientes. Além de possibilitar a correção de orçamentos futuros. Conforme observado, esse modelo promove uma curva de aprendizado organizacional, garantindo que a empresa esteja sempre aprimorando sua gestão e entrega. Em conjunto, essas intervenções nas áreas de gerenciamento representam um avanço na preparação da organização para desafios futuros. A adoção de práticas que integram dados e indicadores de desempenho conferem uma maior precisão nas tomadas de decisões. Essa precisão auxilia na criação de condições favoráveis ao crescimento sustentável, assegurando uma operação menos reativa frente aos possíveis riscos. ● Contexto da gestão de risco O monitoramento do controle dos custos e despesas do projeto abrem a oportunidade da empresa analisar também o seu gerenciamento de riscos. Apesar da área sobre o gerenciamento de riscos não estar contemplada no presente estudo, essa área pode ser considerada futuramente, com a aplicação de ferramentas como a matriz de riscos qualitativa ou quantitativa, alinhadas às melhores práticas do PMBOK. A previsibilidade financeira e operacional, alcançada por meio da gestão por indicadores, confere à organização uma vantagem estratégica para negociar contratos e gerenciar riscos, garantindo uma execução mais eficiente e minimizando a ocorrência de imprevistos. ● Contexto tecnológico No contexto tecnológico, as intervenções nas áreas de gerenciamento abrem espaço para a aplicação de soluções mais avançadas, como por exemplo os dados podem ser integrados a ferramentas como o Power BI, permitindo a criação de dashboards dinâmicos oferecendo uma visão mais clara e objetiva dos principais indicadores de análise dos projetos. Os dashboards facilitam o monitoramento em tempo real dos custos, despesas, margem de lucro, entre outros. Além disso, a utilização de análises estatísticas podem aprimorar ainda mais o controle financeiro, especialmente nas previsões mais precisassobre as entregas, impactos no orçamento planejado e variações no custo de execução. Essas análises proporcionam também uma melhor avaliação sobre a eficiência da alocação de recursos e identificação de fatores críticos que podem ser otimizados, no intuito de aumentar a rentabilidade do projeto. Essa abordagem mais tecnologia permite à organização transformar dados em análises valiosas, fortalecendo ao mesmo tempo o fortalecimento da sua capacidade na 77 tomada de decisões baseadas em evidências e a sua antecipação em relação aos desafios financeiros que possam surgir. A digitalização e automação de processos visam minimizar erros e trazer uma maior confiabilidade nos processos que tratam de informações financeiras e operacionais. ● Contexto de Inovação A combinação de práticas modernas irá posicionar a organização como uma referência em inovação. A capacidade de transformar dados em informações valiosas no ajuste de processos internos cria uma base sólida para a exploração de novas metodologias de trabalho e ferramentas tecnológicas. Tal abordagem gera na empresa uma postura mais proativa e adaptada a mudanças, garantindo que a organização continue a evoluir e se destacar frente a um mercado em constante transformação. As inovações propostas também criaram oportunidade para o desenvolvimento e capacitação dos colaboradores para o uso de novas tecnologias. Essa nova dinâmica fomenta uma cultura organizacional voltada para a inovação, aprendizado e melhoria contínua com a criação de um ambiente de trabalho mais participativo e orientado a resultados. Assim, os colaboradores passaram a desenvolver melhor suas habilidades de análise e suas contribuições de ideias e estratégias que impulsionam os objetivos organizacionais. ● Contexto Operacional No aspecto operacional, as intervenções promovem maior eficiência no acompanhamento e execução dos projetos. A integração entre os dois núcleos e os demais setores permite uma maximização da fluidez operacional entre as equipes e a concentração dos seus esforços em atividades mais estratégicas, como por exemplo, na elaboração de planos de ação e solução de outras questões que possam surgir. Além de garantir que os projetos sejam entregues dentro dos aspectos inicialmente planejados. A integração de informações entre os dois núcleos trouxe avanços em aspectos relacionados à comunicação interna. A troca de informações em tempo real eliminou barreiras e minimizou possíveis falhas de comunicação, especificamente relacionadas a finalização de marcos de faturamento, assim como sua previsão de entrega. Essa melhoria auxiliou na criação de um ambiente colaborativo mais eficiente, assegurando que as partes envolvidas na execução tenham acesso a informações relevantes e atualizadas. 78 4.5.1 Proposição de Plano de Ação A expansão da empresa e o aumento no volume e complexidade dos projetos evidenciam a necessidade do aprimoramento nos processos de gestão. Atualmente, a equipe financeira está alocada com demandas relacionadas ao próprio núcleo administrativo. Desse modo, torna-se fundamental a contratação de um Gerente de Projetos, a criação deste cargo se apresenta como uma solução estratégica para garantir o alinhamento entre planejamento e execução. O plano de ação para a contratação deste profissional foi elaborado com base na metodologia 5W1H, em destaque a seguir: Quadro 8: Plano de ação para a contratação do Gerente de Projetos 5W1H Descrição What (O quê) Contratar um gerente de projetos para acompanhar projetos através da gestão de indicadores e desenvolver estratégias de otimização. Why (Por quê) - Melhorar o acompanhamento e execução de projetos. - Alocar recursos com eficiência. - Minimizar riscos e maximizar resultados. Where (Onde) Matriz da empresa, localizada em Natal/RN. When (Quando) Início das atividades logo após o processo de contratação. Who (Quem) Responsável pela contratação: Setor de Recursos Humanos. How (Como) 1. Definir perfil do profissional: Formação e experiência em gerenciamento de projetos. 2. Divulgar a vaga: Portais de emprego, redes sociais, associações. 3. Realizar processo seletivo: Triagem, testes e entrevistas. 4. Negociar e contratar: Ajustar salário e formalizar o contrato. 5. Onboarding: Apresentar a estrutura organizacional e treinar o contratado. Fonte: Autor, 2024 O Gerente de Projetos será a pessoa responsável por monitorar as despesas do projeto e garantir a rentabilidade, por meio da otimização do uso de recursos. Além disso, esse profissional tem o aporte para implementar metodologias robustas que melhorem significativamente a execução dos projetos, cumprimento de prazos e metas, bem como promover melhorias nas demais áreas de gerenciamento que estão sob responsabilidade do núcleo técnico e não foram aprofundadas neste estudo. 79 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O aumento da competitividade e a necessidade de resultados rápidos quando associados à complexidade do mundo empresarial torna a competência em gerir projetos um importante fator de sucesso para as empresas. A elaboração do estudo tomou como base a metodologia Project Management Body of Knowledge - PMBOK, escolhida principalmente por ser um conjunto de práticas amplamente difundido na área de gestão de projetos. A organização é estruturada em dois grandes núcleos, técnico e administrativo. A princípio o estudo teve como foco identificar quais das dez áreas do conhecimento eram do núcleo administrativo e classificá-las em ordem de prioridade quanto às suas necessidades de melhorias, e assim as áreas selecionadas foram as que envolviam os gerenciamento de custos, integração, recursos, aquisições e comunicações. Após essa identificação inicial, foram realizadas melhorias em quatro das áreas, com exceção da área de gerenciamento de comunicações. Para a área de gerenciamento de custos do projeto, a princípio foi identificado a necessidade de reorganizar as tabelas de recursos do projeto, pois haviam muitas inconsistências entre o valor repassado para o cliente e o valor que estava em tabela, bem como a necessidade de elaborar tabela de recursos para serviços que não a possuíam até aquele momento. As bases de dados que envolviam os recursos dos projetos foram reestruturadas com os devidos ajustes, adicionalmente também foi feito um levantamento das principais causas destas diferenças para aqueles serviços que apresentaram as inconsistências, sendo em sua maioria, causada por descontos apenas no valor final do produto no momento da venda. A reestruturação destas bases de dados foi essencial para a definição dos limites orçamentários de cada projeto. A partir do conhecimento desses limites, a gestão irá conseguir definir de maneira mais clara até que ponto podem ser gastos os recursos dos projetos, de modo que o projeto seja executado atendendo a margem de lucro que foi planejada no momento da venda, não gerando prejuízos financeiros para a organização. Entre as limitações do projeto podem ser citadas as informações das propostas que tinham como origem o ano de 2020 e 2021, para três propostas desses anos não foi possível localizar informações suficientes para a elaboração do estudo sobre as tabelas de recurso e limite orçamentário. Logo, essas três propostas não foram consideradas no estudo. Para o gerenciamento de integração, recursos e aquisições, as melhorias foram realizadas dentro do sistema ERP da empresa. Apesar da ferramenta conseguir integrar ambos os núcleos, para o setor administrativo as informações não podiam ser extraídas do sistema 80 tão facilmente, sendo alguns dos dados extraídos de forma manual. Então para resolver esse problema foi feito um entendimento inicial sobre os dados dentro do sistema e após isso foram construídas análises que atendiam a necessidade da organização. Cada análise construída dentro do sistemaERP teve um objetivo específico. O relatório contábil proporciona uma visão geral sobre os lançamentos financeiros, analisando cada lançamento por categoria e centro de custo, bem como a evolução deste lançamento dentro do próprio sistema indicando por exemplo a situação do pagamento e a para quem esse pagamento está sendo direcionado. Esse relatório possui também uma versão mais simplificada que pode ser utilizada para o levantamento dos gastos de cada projeto, analisando esses dados de maneira periódica é possível rastrear a evolução desse projeto e acompanhar se a execução está seguindo conforme o que foi inicialmente planejado. Adicionalmente aos relatórios contábeis, com base nos dados de previsão de marcos de faturamento também foi possível criar uma estrutura de dados que permitisse a análises também das expectativas de entradas financeiras, alinhada com a previsão de entrega dos produtos do núcleo técnico. Complementando as melhorias implementadas no que se refere a organização das fontes de dados, foram propostos uma lista de indicadores para que os projetos possam ser avaliados de forma individual, geral e também em relação às expectativas de entradas financeiras do projeto. Além da proposição desses indicadores, também foram colocadas sugestões de períodos em que cada conjunto de indicadores pode ser estudado. Por fim, para avaliar as melhorias implementadas e também conhecer as percepções da equipe sobre a gestão por indicadores financeiros foi direcionado a equipe do núcleo administrativo um questionário. Nele, as análises revelaram que as melhorias nas bases de dados do ERP e limites orçamentários tiveram um impacto positivo, reforçando a relevância destas melhorias como um instrumento estratégico para a gestão e controle dos projetos. A adoção de dados mais claros e precisos mostrou-se eficaz para facilitar as atividades operacionais e proporcionou uma base sólida para a tomada de decisões e planejamento financeiro. Adicionalmente, os indicadores de desempenho foram destacados como itens essenciais no monitoramento contínuo e da análise periódica na detecção de desvios. O estudo alcançou os objetivos que foram propostos e ao longo do seu desenvolvimento fica evidente a necessidade que a organização tinha de possuir uma fonte de base de dados sólida sobre informações financeiras de cada projeto. A reorganização dessas fontes de dados amplia as possibilidades da organização em criar processos de monitoramento da eficiência operacional e controle da rentabilidade do projeto, verificando periodicamente se os projetos estão seguindo o que foi planejado. 81 REFERÊNCIAS AMARO, Filipe; DOMINGUES, Luísa. PMBOK 6th meets 7th: How to link both guides in order to support project tailoring? Procedia Computer Science, [S.l.], v. 219, p. 1877-1884, 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.procs.2023.01.486. Disponível em: . Acesso em: 16 de Julho de 2024 BARCAUI, André; MONAT, André. Who is better in project planning? Generative artificial intelligence or project managers? Project Leadership and Society, [S.l.], v. 4, p. 100101, Dec. 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.plas.2023.100101. Disponível em: .Acesso em: 16 de Julho de 2024 BEZERRA, Taynara Tenorio Cavalcante et al. Aplicação das ferramentas da qualidade para diagnóstico de melhorias numa empresa de comércio de materiais elétricos. 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REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Project Management Institute (PMI) Figura 1: Evolução da quantidade de membros do PMI entre 2008 e 2021 2.2 Projetos 2.3 Ciclo de Vida do Projeto Figura 2: Ciclo de vida do projeto Figura 3: Ciclo de Vida do Projeto Figura 4: Velocidade do ciclo de vida do projeto Figura 5: Ciclo de vida genérico 2.4 Gerenciamento de Projetos Figura 6: Conceito de gerenciamento de projetos segundo Harold Kerzner 2.5 Grupos de Processos Figura 7: Relacionamento entre os grupos de processos Figura 8: Nível de interação dos processos ao longo do tempo Figura 9: Ciclo de Vida subdividido em grupos de processos 2.6 Áreas do Conhecimento PMBOK Figura 10: Processos de gerenciamento de projetos 2.6.1 Gerenciamento da Integração 2.6.2 Gerenciamento do Escopo 2.6.3 Gerenciamento do Tempo Figura 11: Método do Diagrama de Precedência (MDP) Figura 12: Diagrama Gantt - Exemplo Figura 13: Gráfico de Marcos - Exemplo Figura 14: Diagramas de Rede - Exemplo 2.6.4 Gerenciamento dos custos Quadro 1: Tipos de Custos do Projeto 2.6.5 Gerenciamento da Qualidade Figura 15: PDCA 2.6.6 Gerenciamento de Recursos 2.6.7 Gerenciamento de Comunicações Figura 16: Dimensões da Comunicação Figura 17: Plano de comunicações do projeto de pesquisa 2.6.8 Gerenciamento de Riscos Figura 18: Matriz qualitativa de Probabilidade e Impacto Figura 19: Matriz quantitativa probabilidade e impacto 2.6.9 Gerenciamento de Aquisições 2.6.10 Gerenciamento de Partes Interessadas Quadro 2: Modelos para análise das partes interessadas Figura 20: Rede de poder/interesse das partes interessadas (A-H) 3. METODOLOGIA 3.1 Classificação da Pesquisa Figura 21: Classificação da pesquisa 3.2 Procedimentos Metodológicos Figura 22: Fasescontrol. This study was initially developed through interventions in the areas of cost management, integration, resources, and acquisitions in a consultancy firm operating in the field of complex environmental projects. During the study, improvements and optimizations were proposed and implemented in the organization's data sources, particularly those related to the planned budget values and the actual expenditure during project execution. Approximately three months after implementing these improvements, it was possible to assess the effectiveness and applicability of these optimizations through a survey distributed to employees. Additionally, a set of performance indicators was proposed to further enhance the monitoring and financial control of project profitability. In conclusion, the study achieved its established objectives, highlighting that the reorganization of data sources improved the organization's ability to monitor its projects and created a solid foundation for enabling less reactive project management. Keywords: Project Management; PMBOK; Monitoring and Control. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Evolução da quantidade de membros do PMI entre 2008 e 2021............................. 22 Figura 2: Ciclo de vida do projeto............................................................................................ 25 Figura 3: Ciclo de Vida do Projeto............................................................................................25 Figura 4: Velocidade do ciclo de vida do projeto......................................................................26 Figura 5: Ciclo de vida genérico............................................................................................... 26 Figura 6: Conceito de gerenciamento de projetos segundo Harold Kerzner............................ 27 Figura 7: Relacionamento entre os grupos de processos.......................................................... 29 Figura 8: Nível de interação dos processos ao longo do tempo................................................29 Figura 9: Ciclo de Vida subdividido em grupos de processos.................................................. 30 Figura 10: Processos de gerenciamento de projetos................................................................. 31 Figura 11: Método do Diagrama de Precedência (MDP)..........................................................33 Figura 12: Diagrama Gantt - Exemplo......................................................................................34 Figura 13: Gráfico de Marcos - Exemplo................................................................................. 34 Figura 14: Diagramas de Rede - Exemplo................................................................................ 35 Figura 15: PDCA...................................................................................................................... 37 Figura 16: Dimensões da Comunicação....................................................................................38 Figura 17: Plano de comunicações do projeto de pesquisa.......................................................39 Figura 18: Matriz qualitativa de Probabilidade e Impacto........................................................40 Figura 19: Matriz quantitativa probabilidade e impacto...........................................................40 Figura 20: Rede de poder/interesse das partes interessadas (A-H)...........................................42 Figura 21: Classificação da pesquisa........................................................................................ 45 Figura 22: Fases dos procedimentos metodológicos.................................................................45 Figura 23: Escala da pontuação da Matriz GUT......................................................................47 Figura 24: Formulário aplicado.................................................................................................49 Figura 25: Metodologia 5W1H................................................................................................. 50 Figura 26: Processo de correção............................................................................................... 56 Figura 27: Base de dados do relatório contábil de menor complexidade................................. 61 Figura 29: Visualização do lançamento como “Bill Payment”.................................................62 Figura 30: Base de dados do relatório contábil de maior complexidade.................................. 62 Figura 31: Base de dados das transações relacionadas anteriores e posteriores....................... 63 Figura 32: Base de dados do relatório de entradas de faturamento.......................................... 64 Figura 33: Base de dados do relatório de previsão de entradas................................................ 65 Figura 34: Análises por diferentes contextos............................................................................75 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Setores dos respondentes......................................................................................... 69 Gráfico 2: 1ª seção de respostas do questionário...................................................................... 70 Gráfico 3: 2ª seção de respostas do questionário...................................................................... 71 Gráfico 4: 3ª seção de respostas do questionário...................................................................... 72 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Tipos de Custos do Projeto...................................................................................... 36 Quadro 2: Modelos para análise das partes interessadas.......................................................... 41 Quadro 3 : Classificação das áreas do PMBOK por núcleo responsável..................................52 Quadro 4: Correções aplicadas................................................................................................. 58 Quadro 5: Proposição de indicadores........................................................................................66 Quadro 6: Periodicidade da avaliação.......................................................................................67 Quadro 7: Questionário aplicado.............................................................................................. 68 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Matriz GUT............................................................................................................... 53 Tabela 2: Quantidade de propostas estudadas por ano de origem.............................................54 Tabela 3: Quantidade de propostas estudadas por ano de centro de custo ou aditivo...............55 Tabela 4: Contagem dos serviços por categoria........................................................................57 Tabela 5: Causas das inconsistências........................................................................................ 57 LISTA DE ABREVIATURAS Gantt Diagrama de Gantt LISTA DE SIGLAS EUA Estados Unidos da América ENAP Escola Nacional de Administração Pública ERP Enterprise Resource Planning ISO International Organization for Standardization MDP Método do Diagrama de Precedência NR-12 Norma Regulamentadora 12 PMBOK Project Management Body of Knowledge PMI Project Management Institute PMP Project Management Professional PDCA Planejar-Fazer-Verificar-Agir (em inglês: Plan-Do-Check-Act) TRT7 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região LISTA DE SÍMBOLOS R$ Real (moeda brasileira) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................17dos procedimentos metodológicos 3.2.1 Fundamentação Teórica 3.2.2 Compreensão inicial e definição de estratégias Figura 23: Escala da pontuação da Matriz GUT 3.2.3 Intervenções nas áreas de gerenciamento 3.2.4 Proposição de Indicadores e Avaliação de Impactos das Intervenções Figura 24: Formulário aplicado Figura 25: Metodologia 5W1H 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS 4.1 Análise da situação atual Quadro 3 : Classificação das áreas do PMBOK por núcleo responsável Tabela 1: Matriz GUT 4.2 Gerenciamento de Custos Tabela 2: Quantidade de propostas estudadas por ano de origem Tabela 3: Quantidade de propostas estudadas por ano de centro de custo ou aditivo Figura 26: Processo de correção Tabela 4: Contagem dos serviços por categoria Tabela 5: Causas das inconsistências Quadro 4: Correções aplicadas 4.3 Gerenciamento de Integração, Recursos e Aquisições 4.3.1 Entendimento do Conjunto de Dados 4.3.2 Criação da Base de Dados Figura 27: Base de dados do relatório contábil de menor complexidade. Figura 29: Visualização do lançamento como “Bill Payment” Figura 30: Base de dados do relatório contábil de maior complexidade. Figura 31: Base de dados das transações relacionadas anteriores e posteriores Figura 32: Base de dados do relatório de entradas de faturamento. Figura 33: Base de dados do relatório de previsão de entradas. 4.4 Proposição de Indicadores Quadro 5: Proposição de indicadores Quadro 6: Periodicidade da avaliação 4.5 Avaliação de Oportunidade de Melhoria Quadro 7: Questionário aplicado Gráfico 1: Setores dos respondentes Gráfico 2: 1ª seção de respostas do questionário Gráfico 3: 2ª seção de respostas do questionário Gráfico 4: 3ª seção de respostas do questionário Figura 34: Análises por diferentes contextos 4.5.1 Proposição de Plano de Ação 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS1.1 Problema da Pesquisa..........................................................................................................18 1.2 Objetivos............................................................................................................................. 19 1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................................................19 1.2.2 Objetivos Específicos.......................................................................................................19 1.3 Justificativa......................................................................................................................... 20 1.4 Contribuição Prática............................................................................................................20 1.5 Estrutura do Trabalho..........................................................................................................21 2. REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................22 2.1 Project Management Institute (PMI)...................................................................................22 2.2 Projetos................................................................................................................................23 2.3 Ciclo de Vida do Projeto..................................................................................................... 24 2.4 Gerenciamento de Projetos................................................................................................. 27 2.5 Grupos de Processos........................................................................................................... 28 2.6 Áreas do Conhecimento PMBOK.......................................................................................30 2.6.1 Gerenciamento da Integração...........................................................................................31 2.6.2 Gerenciamento do Escopo............................................................................................... 32 2.6.3 Gerenciamento do Tempo................................................................................................ 32 2.6.4 Gerenciamento dos custos................................................................................................35 2.6.5 Gerenciamento da Qualidade........................................................................................... 36 2.6.6 Gerenciamento de Recursos.............................................................................................37 2.6.7 Gerenciamento de Comunicações....................................................................................38 2.6.8 Gerenciamento de Riscos.................................................................................................39 2.6.9 Gerenciamento de Aquisições..........................................................................................41 2.6.10 Gerenciamento de Partes Interessadas........................................................................... 41 3. METODOLOGIA............................................................................................................... 43 3.1 Classificação da Pesquisa....................................................................................................43 3.2 Procedimentos Metodológicos............................................................................................45 3.2.1 Fundamentação Teórica................................................................................................... 46 3.2.2 Compreensão inicial e definição de estratégias............................................................... 46 3.2.3 Intervenções nas áreas de gerenciamento........................................................................ 47 3.2.4 Proposição de Indicadores e Avaliação de Impactos das Intervenções............................48 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS..................................................... 50 4.1 Análise da situação atual.....................................................................................................50 4.2 Gerenciamento de Custos....................................................................................................53 4.3 Gerenciamento de Integração, Recursos e Aquisições....................................................... 58 4.3.1 Entendimento do Conjunto de Dados.............................................................................. 59 4.3.2 Criação da Base de Dados................................................................................................60 4.4 Proposição de Indicadores.................................................................................................. 66 4.5 Avaliação de Oportunidade de Melhoria.............................................................................68 4.5.1 Proposição de Plano de Ação...........................................................................................78 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 79 REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 81 17 1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, o mundo tem passado por profundas e aceleradas transformações sociais, econômicas e culturais influenciadas, principalmente, pelas consequências da globalização econômica, das redefinições geopolíticas e do avanço científico e tecnológico (Promon, 2008, p. 3). Neste cenário, alguns fatores críticos ou exigências para o sucesso se destacam, como a agilidade, a capacidade de adaptação, o poder de inovar de forma rápida e eficiente, e o potencial de aprimoramento contínuo sob grandes restrições de recursos (Promon, 2008, p. 3). Em resposta a essas exigências, os sistemas de gerenciamento de projetos se fortalecem. O gerenciamento de projetos desempenha um papel crucial em vários domínios, fornecendo a estrutura e a orientação necessárias para resultados bem-sucedidos. (Barcaui, 2023) Conforme observado por Seymour (2014, p. 1), o gerenciamento de projetos, em sua essência, preocupa-se em criar um ambiente onde as pessoas possam trabalhar juntas para alcançar um objetivo mútuo, a fim de entregar projetos bem-sucedidos dentro do prazo e do orçamento. Um estudo conduzido pelo Project Management Institute (PMI) em 2020 revelou que aproximadamente 11,4% dos recursos são desperdiçados no cenário empresarial atual devido a práticas inadequadas de gerenciamento de projetos. A mesma pesquisa também mostrou que apenas cerca de 46% das empresas reconhecem a importância do gerenciamento de projetos em suas operações, o que sublinha a necessidade urgente de melhorar a valorização e a aplicação das práticas de gerenciamento de projetos nas organizações (Findstack, 2022). O estudo de Huelsen Decio et al. (2023) utilizou a aplicação do Guia PMBOK na implementação da NR-12 em uma indústria metalúrgica destacando a eficácia das boas práticas de gestão de projetos na adaptação de processos e maquinários às normas de segurança vigentes. Ao seguir as cinco fases de desenvolvimento do projeto e aplicar as 10 áreas de conhecimento do PMBOK, o trabalho demonstrou não apenas a redução de acidentes, mas também a importância do gerenciamento de projetos para alcançar a conformidade regulatória e eficiência operacional. Na conclusão do estudo de Rovedder e Kantorski (2023), sobre a análise dos processos do PMBOK em uma fábrica de software, o mapeamento dos processos e a implementação do escritório de projeto foram cruciais para a elevação da maturidade organizacional. O estudo de caso realizado na Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência, em 18 Santa Maria - RS, demonstrou melhorias significativasna gestão dos projetos, especialmente no controle de prazos e na priorização das entregas. Segundo o Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (PMI, 2013, p. 2), projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único. O Project Management Institute - PMI contribuiu significativamente para a padronização e documentação das práticas de Gerenciamento de Projetos, e seu Guia do Conjunto de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Project Management Body of Knowledge - PMBOK) é amplamente aceito pela comunidade. (Amaro, 2023). O PMI define gerenciamento de projetos como a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas adequadas às atividades do projeto, para atender aos seus requisitos (PMI, 2021 p.20). Essa abordagem envolve cinco grupos de processos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento. Grupos de processos constituem agrupamentos lógicos de entradas, ferramentas, técnicas e saídas específicas para cada fase do projeto (PMI, 2021, p. 221), que se conectam a dez áreas de conhecimento, como escopo, cronograma, integração, riscos, recursos, custos, qualidade, comunicação, aquisições e partes interessadas. Conforme destacado por Barcaui (2023), dentro do contexto do gerenciamento de projetos, um aspecto fundamental a ser explorado é o conteúdo e a estrutura dos planos de projeto. Os planos de projeto fornecem um modelo para a execução bem-sucedida do projeto, delineando entregas, tarefas, cronogramas e alocação de recursos. Nesse sentido, os grupos de processos de monitoramento e controle surgem como uma forma de acompanhar, analisar e regular o progresso e o desempenho do projeto, identificando todas as áreas nas quais serão necessárias mudanças no plano e iniciação de mudanças correspondentes. (PMI, 2021) Este estudo tem o objetivo de identificar melhorias internas para otimizar os processos de monitoramento e controle do gerenciamento de projetos, utilizando como referência a metodologia PMBOK do Project Management Institute e as suas áreas de conhecimento. Será um estudo de caso em uma empresa do segmento de consultorias de projetos ambientais, com foco no monitoramento da eficiência financeira e no controle da rentabilidade dos projetos que estão sendo executados pela consultoria. 1.1 Problema da Pesquisa Em tempos de mercados mais exigentes e competitivos, o desempenho das organizações durante a execução de projetos tornou-se uma característica de sobrevivência 19 para as empresas modernas. Um projeto bem-sucedido é aquele que é realizado conforme o planejado (Vargas, 2016, p. 31). Verificar constantemente a eficiência financeira e rentabilidade dos projetos é de fundamental importância para as organizações continuarem a se manter consolidadas no mercado, a instabilidade neste monitoramento leva a desvios não detectados, comprometendo a saúde financeira da empresa e dificultando o alcance aos objetivos estratégicos da empresa. Ao vislumbrar este contexto, surge uma questão central que se torna a problemática deste estudo: Como a implementação de processos de monitoramento e controle adaptados do Guia PMBOK pode contribuir para tornar a gestão de projetos da empresa mais eficiente, especialmente no que se refere ao controle da rentabilidade e ao monitoramento financeiro dos projetos? 1.2 Objetivos Nesta seção são apresentados o objetivo geral, bem como os objetivos específicos. 1.2.1 Objetivo Geral Desenvolver uma estrutura eficaz para controlar a rentabilidade e monitorar os gastos financeiros ao longo da execução dos projetos, alinhada às práticas descritas no Guia PMBOK do Project Management Institute (PMI) e proporcionar uma maior precisão na gestão de projetos, minimizando os riscos de desvios financeiros e ampliando as chances de atingir a margem de lucro projetada. 1.2.2 Objetivos Específicos ● Analisar a situação atual da empresa e dos projetos em andamento para identificar necessidades, desafios e oportunidades. ● Avaliar o gerenciamento de custos na empresa, com o objetivo de identificar e corrigir as inconsistências existentes no orçamento dos recursos dos projetos. ● Criar uma base de dados precisa dentro do ERP da empresa para otimizar as áreas de gerenciamento de integração, recursos e aquisições. ● Proposição de indicadores para avaliar o desempenho dos projetos e garantir que os objetivos sejam alcançados dentro dos parâmetros estabelecidos. ● Avaliar a oportunidade de melhorias e sugerir planos de ações, com foco na otimização das operações e resultados organizacionais. 20 1.3 Justificativa Os projetos são frequentemente utilizados como um meio de, direta ou indiretamente alcançar os objetivos do plano estratégico de uma organização (PMI, 2013, p.10). O sucesso de um projeto pode ser definido através de resultados obtidos, sem deixar de atentar para outros parâmetros, que podem até mesmo ser chamados de sucesso organizacional (Vargas, 2016, p. 31). Diante disso, o uso de metodologias consagradas, assim como as que estão descritas no Guia PMBOK do Project Management Institute (PMI) fornece uma base sólida para o aprimoramento dos processos de monitoramento e controle. A empresa estudada enfrenta desafios relacionados à gestão integrada de seus projetos, especialmente no que tange ao monitoramento e controle do desempenho financeiro do projeto, no momento de sua execução. A ausência de indicadores claros e de periodicidades bem definidas resulta em uma gestão reativa, dificultando a identificação antecipada de desvios e por consequência, a adoção de medidas corretivas. Deste modo, este estudo se justifica pela necessidade de criar uma estrutura que possibilite uma gestão robusta, permitindo assim uma visão ampla e detalhada do desempenho de cada projeto, de modo a garantir que o sucesso seja alcançado. A proposta de desenvolver um banco de informações organizadas em relação aos limites orçamentários e controle de gastos de cada projeto serão essenciais para o controle e monitoramento. Em conjunto com o entendimento da importância das áreas de conhecimento do PMBOK, essas ferramentas promoverão uma cultura de melhoria contínua e uma gestão orientada para resultados, maximizando a rentabilidade e eficiência operacional da organização, fomentando as análises financeiras e decisões estratégicas. 1.4 Contribuição Prática A principal contribuição prática deste projeto será na estruturação de base de dados que permitam uma gestão eficiente de monitoramento e controle de projetos, especialmente no monitoramento da eficiência financeira e no controle da rentabilidade do projeto. O levantamento detalhado dos recursos planejados para serem executados e conhecimentos dos limites orçamentários de cada projeto possibilitará uma visão precisa do que é necessário para que o projeto seja ainda mais lucrativo para a empresa. Por sua vez, a implementação bem sucedida da base de dados com informações fidedignas e que possam ser acessadas com uma maior facilidade irá gerar melhorias tanto nas atividades de rotina quanto nas análises que podem ser feitas sobre o desempenho financeiro 21 do projeto. A proposta de criação de indicadores e indicação de periodicidades para o monitoramento dos projetos ajudará a acompanhar o progresso de cada projeto e assegura que os objetivos planejados sejam de fato atendidos, dentro dos parâmetros de tempo e orçamento, por exemplo. Todas essas melhorias irão estar alinhadas com os objetivos do gerenciamento das áreas de conhecimento do PMBOK, particularmente com as seguintes áreas: integração, recursos, custos e aquisições. A aplicação dessas práticas visam aprimorar a eficiência na gestão de projetos e maximizar a rentabilidade, promovendo um ciclo contínuo de monitoramento, avaliação e controle. 1.5 Estrutura do Trabalho Esteprojeto de pesquisa encontra-se dividido em quatro capítulos, com o propósito de gerar maior clareza para as discussões abordadas e oferecer suporte para alcançar os objetivos da pesquisa. No primeiro capítulo está a introdução que delimita os temas que serão abordados no estudo quais sejam: projetos, eficiência, rentabilidade, metodologia PMBOK e gerenciamento. Diante a proposição da união destas temáticas, surge a problemática central desta pesquisa, e por consequência ao objetivo geral e específico deste estudo. A relevância, justificativa e contribuição prática também estão presentes neste capítulo, bem como esta breve apresentação sobre o tema. O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica da pesquisa da principal corrente teórica sobre os temas fundamentais neste projeto de pesquisa. Em primeiro momento, o estudo explora o Project Management Institute (PMI), Project Management Body of Knowledge - PMBOK, o ciclo de vida dos projetos, a importância de seu gerenciamento e os grupos de processos. Em seguida são apresentados as dez áreas de conhecimento do PMBOK, como a área de integração, escopo, tempo, custos, recursos, qualidade, riscos, aquisições e partes interessadas. O terceiro capítulo apresenta os procedimentos metodológicos deste projeto de pesquisa, com o delineamento e alvos da pesquisa e como os dados serão analisados. Finalmente, o quarto capítulo é constituído pela apresentação das melhorias realizadas e o seu impacto na organização. Por fim, o último capítulo encerra esta dissertação apresentando as considerações finais e limitações da pesquisa. 22 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Project Management Institute (PMI) Fundado em 1969, na Filadélfia, EUA, o PMI é uma organização não governamental dedicada ao desenvolvimento e reconhecimento da carreira de gerente de projetos (Pedrosa, 2021, p. 9). Os profissionais do PMI vêm de setores importantes, incluindo indústria aeroespacial, automotiva, gerenciamento de negócios, construção, engenharia, serviços financeiros, tecnologia da informação, farmacêutica, saúde e telecomunicações (Borges, 2014, p. 35). As certificações do PMI se distinguem por seu desenvolvimento e aplicação globais, o que as torna aplicáveis a diversos setores e mercados geográficos. (PMI, 2023, p. 5) O PMI segue rigorosos requisitos para o desenvolvimento e manutenção dos exames e gerenciamento de qualidade. Isso garante que o PMI reconheça a importância de manter a imparcialidade e garantir a objetividade na realização de suas atividades de certificação (PMI, 2023, p. 5). Figura 1: Evolução da quantidade de membros do PMI entre 2008 e 2021 Fonte: Autor, 2024 O PMI é uma entidade sem fins lucrativos que congrega os profissionais de diversas áreas e hoje está presente em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde tem escritório em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (Iliziário, 2020, p. 3). Como autoridade mundial em gerenciamento de projetos, o PMI empodera as pessoas para transformar ideias em realidade 23 (PMI Brasil, 2024). Através da promoção, colaboração, educação e pesquisa, o PMI prepara organizações e indivíduos para trabalharem de forma mais inteligente e alcançarem o sucesso em um mundo em constante transformação. (PMI Brasil, 2024). Em 1987, criou o conjunto de boas práticas PMBOK que veio sendo sucessivamente revisado Em sua 6ª Edição, publicada no final de 2017, o guia sugere quais processos devem ser executados, durante o gerenciamento de projetos através de 10 (dez) áreas de conhecimento: Integração, Partes Interessadas, Escopo, Tempo, Custos, Qualidade, Recursos, Comunicação, Riscos e Aquisições (Pedrosa, 2021, p. 10). Atualmente, o Guia está em sua 7ª Edição, publicada em 2021. 2.2 Projetos A humanidade executa projetos desde os primórdios da civilização. As caçadas organizadas por nossos ancestrais e a construção das grandes maravilhas do mundo, como as Pirâmides ou a Grande Muralha da China, podem ser consideradas como tal. (Promon, 2018, p. 5) Guardadas as devidas proporções em relação à época em que foram realizadas, essas obras podem ser comparadas a grandes projetos atuais como o Projeto Manhattan, que construiu a primeira bomba atômica, ou o Projeto Apollo, que permitiu ao homem chegar à Lua (Promon, 2018, p. 5). Project Management Institute – PMI propõe uma definição sintética e abrangente: Projeto é um empreendimento temporário realizado de forma progressiva para criar um produto ou serviço único (PMI, 2021, p. 138). Por serem temporários, os projetos têm, obrigatoriamente, início e término definidos, diferenciando-se de operações contínuas (Promon, 2018, p. 5). Segundo glossário de engenharia de produção da Fundação Vanzolini (Peinado, 2004, p. 248) projeto é um conjunto de ações executadas, de forma ordenada, por uma organização transitória, a qual são alocados insumos, sob forma de recursos humanos, financeiros, materiais e de serviço, para em um dado prazo, alcançar um objetivo determinado. Para Vargas (2018, p. 22), “Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade.” Para Cleland (1997, apud Vargas, 2018, p. 23), um projeto é uma combinação de recursos organizacionais, colocados juntos para criarem ou desenvolverem algo que não 24 existia previamente, de modo a prover um aperfeiçoamento da capacidade de desempenho no planejamento e na realização de estratégias organizacionais. Para Meredith (1995, apud Vargas, 2018, p. 23), um projeto é uma atividade única e exclusiva com um conjunto de resultados desejáveis em seu término. É também complexo o suficiente para necessitar de uma capacidade de coordenação específica e um controle detalhado de prazos, relacionamentos, custos e desempenho. Projeto é definido na ISO 90006 Guideline To Quality In Project Management (Peinado, 2004, p. 248) como sendo um processo único, consistente e controlado de atividades com data de início e término, conduzidas para atingir um objetivo com requisitos especificados, incluindo restrições de tempo, custo e recursos. Para Vargas (2018, p. 30), os projetos possuem as seguintes características principais: ● Temporariedade: evento com duração finita, ou seja, todo projeto possui um início e um fim definidos. ● Individualidade: realização de algo que não tenha sido feito anteriormente, dentro daquelas exatas condições. A partir dessas outras características surgem outras, como por exemplo: empreendimento não repetitivo - evento que não faz parte da rotina da empresa, atender uma sequência clara e lógica de eventos, respeito a um determinado ciclo de vida, possui objetivos claros e bem definidos, ser conduzido por pessoas, utilizar de recursos especificamente alocados a determinados trabalhos e ter parâmetros bem definidos, sendo eles sobre os prazos, custos, material, pessoas e equipamentos (Vargas, 2018). 2.3 Ciclo de Vida do Projeto De acordo com Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos, ciclo de vida do projeto refere-se a uma série de fases pelas quais um projeto passa desde seu início até sua conclusão e as fases do projeto trata-se de uma coleção de atividades de projeto logicamente relacionadas que culmina na conclusão de uma ou mais entregas (PMI, 2021, p. 304). Para Erik W. Larson e Clifford F. Gray (2010), o ciclo de vida de um projeto passa comumente por uma sequência em quatro fases: definição, planejamento, execução e entrega. 25 Figura 2: Ciclo de vida do projeto Fonte: Gray e Larson, 2010, p. 16 Para Vargas (2018, p 41), todo o projeto pode ser subdividido em partes, denominadas grupos de processos. Estes grupos, por sua vez, são fixos para todos ostipos de projetos e subdivididos em fases, etapas específicas de cada natureza do projeto. Por fim, as fases são subdivididas em atividades ou tarefas específicas de cada projeto. Figura 3: Ciclo de Vida do Projeto Fonte: Vargas, 2018, p 41 O ciclo de vida possibilita avaliar uma série de similaridades que podem ser encontradas em todos os projetos, independentemente de seu contexto, aplicabilidade ou área de atuação (Vargas, 2018, p. 41). Os esforços iniciam-se lentamente, atingem um pico e, então, vão declinando até a entrega do projeto. (Gray, 2010, p. 23). Com relação à velocidade de desenvolvimento, Meredith (1995 apud Vargas, 2018, p. 42) e Vargas (2018, p. 42) afirmam que o ciclo de vida 26 dos projetos pode ser caracterizado, na maioria das vezes, por um início lento seguido de um progresso acelerado até atingir um pico e, logo em seguida, um desaceleramento até atingir seu término. Figura 4: Velocidade do ciclo de vida do projeto Fonte: Vargas, 2018, p. 41 O nível de atividade, quantidade de pessoas envolvidas e os custos são baixos no início, aumentam gradativamente durante a execução e caem rapidamente quando o projeto se aproxima do final (Promon, 2008, p. 6). Wideman (1991 apud Vargas, 2018, p. 31) afirma que o ciclo de vida do projeto caracteriza a sua temporariedade, partindo de um processo de trabalho estratégico inicial até atingir um tipo de trabalho executivo de produção que antecede o seu término. Figura 5: Ciclo de vida genérico Fonte: Promon, 2018, p. 6 27 As mudanças vão ficando cada vez mais difíceis e custosas conforme o projeto avança, visto que o resultado é construído progressivamente (Promon, 2008, p. 6). Desse modo, as mudanças no final do projeto muitas vezes implicam grande retrabalho, aumento de custos e prazos. O produto ou resultado final do projeto pode ser mudado mais facilmente no início. (Promon, 2008) 2.4 Gerenciamento de Projetos Considerada uma área distinta da prática gerencial, o gerenciamento de projetos é relativamente novo e seus métodos não eram conhecidos, até pouco tempo, por grande parte do nível gerencial das organizações. (Couto, 2011, p. 1). Seu início data da década de 1950, com os militares americanos, mas somente no final da década de 1980 é que começou a se espalhar em grande escala fora da esfera militar (Promon, 2008, p. 8) Na década de 1960, o pesquisador Harold Kerzn ficou conhecido por organizar o gerenciamento de projetos em uma forma de triângulo, com os fatores: tempo, escopo e custos (Pedrosa, 2021, p. 9). Para Harold Kerzner, o gerenciamento de projetos considera o planejamento, a organização, a direção e o controle dos recursos para executar um objetivo em prazo relativamente curto, estabelecido para concluir metas e objetivos específicos (Kerzner, 2011, p. 22). Caso o projeto esteja sendo executado com o acompanhamento de um cliente externo, também deve ser considerada a preocupação em manter boas relações com o cliente e atendê-lo (Promon, 2008, p. 8). Figura 6: Conceito de gerenciamento de projetos segundo Harold Kerzner Fonte: Promon, 2018, p. 8 28 Em 1969 foi criado o PMI, importante instituição para associação de profissionais da área do gerenciamento de projetos (Pedrosa, 2021, p. 9). O Project Management Institute – PMI apresenta uma definição de gerenciamento de projetos mais preocupada com sua aplicação prática (Promon, 2008, p. 9). Tal definição está relacionada com aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos (PMI, 2021, p. 20) A gestão de projetos também está baseada em muitos dos princípios da administração geral, envolvendo, assim, negociação, solução de problemas, política, comunicação, liderança e estudos de estrutura organizacional (Promon, 2008, p. 9). O Relatório Pulse of the Profession 2018 do PMI dá conta de que as empresas chamadas “Organizações Campeãs” são aquelas que completam 80% ou mais de seus projetos cumprindo as previsões de prazo, custo, atendendo os objetivos de negócio e obtendo elevados benefícios pelo nível de maturidade que possuem (Iliziário, 2020, p. 2). No entanto, a visão do PMI não é única: Lewis propõe um processo denominado The Lewis Method of Project Management. Pode-se citar também a metodologia britânica Prince2 (Projects in Controlled Environment), o modelo da APM (Association of Project Managers) e o de Harold Kerzner, entre outros (Promon, 2008). 2.5 Grupos de Processos O PMBOK é composto por processos, agrupados em cinco categorias e dez áreas de conhecimento. O processo é definido como um conjunto de ações e atividades inter-relacionadas que são executadas para criar um produto, serviço ou resultado pré-especificado (PMI, 2013, p. 47). Aprofundando-se na metodologia do PMI®, este modelo considera que o gerenciamento de projetos é realizado pela execução de processos que podem ser agrupados em iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento, distribuídos em nove áreas de conhecimento (Promon, 2008, p. 9). 29 Figura 7: Relacionamento entre os grupos de processos Fonte: Promon, 2008, p. 11 No início dos projetos, são os processos de iniciação que consomem a maioria dos recursos. Com o decorrer do tempo, os processos de planejamento, seguidos dos processos de execução e, finalmente, dos processos de encerramento, passam a consumir mais recursos. Os processos de monitoramento e controle têm uma atuação uniforme durante todo o ciclo de vida do projeto (Promon, 2008, p. 11). Figura 8: Nível de interação dos processos ao longo do tempo Fonte: Promon, 2008, p. 11 Segundo o PMI, o ciclo de vida de um projeto pode ser dividido em cinco grupos de processos característicos. 30 Figura 9: Ciclo de Vida subdividido em grupos de processos Fonte: Vargas, 2018, p. 48 De acordo Santos (2017): ● A iniciação trata dos processos de elaboração do termo de abertura do projeto e identificação das partes interessadas. ● O planejamento engloba todos os processos que definirão a condução do projeto, desde a definição de cada entrega, prazos, tratamento dos riscos, controle dos custos, entre outros. ● A execução corresponde às entregas do projeto, com processos de desenvolvimento da equipe, a realização das aquisições, o gerenciamento da equipe e iterações com as partes interessadas. ● O monitoramento e controle são todos os processos que controlam as definições do planejamento e as respectivas entregas. ● O encerramento trata da conclusão do projeto, encerra-se apenas uma fase ou o projeto como um todo por meio do termo de encerramento. 2.6 Áreas do Conhecimento PMBOK A característica integradora do gerenciamento de projetos faz com que essas cinco fases, ou cinco grupos, estejam alinhados e ligados entre si, fazendo com que eles se sobreponham e interajam entre si (Iliziário, 2020, p. 5). Os processos que compõem essas fases são iterativos, ou seja, se repetem diversas vezes para chegarem ao resultado ou ao produto daquela fase. Cada repetição desse processo gera um resultado parcial que poderá ser usado na fase seguinte. (Pedrosa, 2021, p. 12) 31 Segundo o Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (2013), as dez áreas de conhecimento são classificadas como: Gerenciamento da Integração do Projeto; Gerenciamento do Escopo do Projeto; Gerenciamento do Tempo do Projeto; Gerenciamento dos Custos do Projeto; Gerenciamento da Qualidade do Projeto; Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto; Gerenciamento das Comunicações do Projeto; Gerenciamento dos Riscos do Projeto; Gerenciamento das Aquisições do Projeto; e Gerenciamento das Partes Interessadas do Projeto. Figura 10: Processosde gerenciamento de projetos Fonte: Promon, 2008, p. 12 2.6.1 Gerenciamento da Integração Inclui os processos e atividades para identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os vários processos e atividades de gerenciamento de projetos (PMI, 2013, p. 63). 32 Segundo Vieira (2016, p. 31), o gerenciamento de integração é aquele que integra e conecta as demais áreas do conhecimento e viabiliza a comunicação entre elas. No contexto de gerenciamento de projetos, a integração inclui características da unificação, consolidação, articulação e ações integradoras, que são essenciais para o término do projeto, para gerenciar com sucesso as expectativas das partes interessadas e atender aos requisitos. (PMI, 2013, p. 63). A importância do Gerenciamento da Integração do Projeto torna-se ainda mais evidente em situações onde processos distintos interagem (PMI, 2013, p. 64). Este gerenciamento exige a tomada de decisões críticas sobre alocação de recursos, concessões entre objetivos e alternativas conflitantes, bem como o gerenciamento das dependências mútuas entre as diversas áreas de conhecimento (PMI, 2013, p. 64). 2.6.2 Gerenciamento do Escopo Inclui os processos necessários para assegurar que o projeto inclua todo o trabalho, é apenas o necessário, para que termine com sucesso. O gerenciamento do escopo do projeto está relacionado principalmente com definir e controlar o que está e o que não está incluído no projeto. (PMI, 2013, p. 105) Segundo Gray e Larson (2016), a definição do escopo deve atender a critérios específicos para assegurar a clareza e o sucesso do projeto. Esses critérios incluem: ● Objetivo do Projeto: definição de um objetivo geral que esteja alinhado com as necessidades e expectativas do cliente. ● Entregas: identificação dos produtos ou resultados esperados durante o ciclo de vida do projeto. ● Marcos: eventos que envolvem a criação de estimativas preliminares de tempo, custos e recursos, baseando-se nos segmentos mais críticos do trabalho. ● Requisitos Técnicos: critérios técnicos que o produto ou serviço deve atender para garantir o desempenho adequado e evitar o uso ineficaz de recursos. ● Verificações com o cliente: revisão conjunta com o cliente, seja interno ou externo. 2.6.3 Gerenciamento do Tempo Fornece um plano detalhado que representa como e quando o projeto vai entregar os produtos, serviços e resultados definidos no escopo do projeto (PMI, 2013, p. 148) Para o sequenciamento das atividades pode ser utilizado a técnica do Método do Diagrama de Precedência (MDP). Técnica usada para construir um modelo de cronograma em 33 que as atividades são representadas por nós e ligadas graficamente por um ou mais relacionamentos lógicos, para mostrar a sequência em que as atividades devem ser executadas (ENAP, 2017, p. 10). Figura 11: Método do Diagrama de Precedência (MDP) Fonte: Autor, 2024 (Adaptado de ENAP, 2017) O processo de gerenciamento requer a estimativa da quantidade de esforço necessário e da quantidade de recursos a serem aplicados para completar cada atividade (ENAP, 2017, p. 15). Para aprimorar as estimativas de tempo e custo, é fundamental coletar e arquivar dados de projetos anteriores e atuais (Gray, 2010, p. 134). A preservação desses dados proporciona uma base de conhecimento valiosa para refinar futuras estimativas. O cronograma-alvo de um projeto pode ser elaborado com datas-alvo de início e término definidas para cada atividade. Ele pode ser apresentado de forma resumida, às vezes chamado de cronograma mestre ou cronograma de marcos, ou de forma detalhada. (PMI, 2013, p. 155) De acordo com o PMBOK (2017), as formas mais comuns para um cronograma de projeto ser apresentados são: 34 ● Gráficos de Barras ou Diagramas de Gantt: as atividades são apresentadas no eixo vertical, com as datas no eixo horizontal, e as durações das atividades como barras horizontais. Figura 12: Diagrama Gantt - Exemplo Fonte: Lucidchart, 2024 ● Gráficos de Marcos: semelhantes aos gráficos de barras, mas identificam apenas o início ou término agendado das entregas mais importantes e das interfaces externas chave. Figura 13: Gráfico de Marcos - Exemplo Fonte: Espinha, 2019 ● Diagramas de rede do cronograma do projeto: os diagramas representam as atividades e suas relações lógicas, com ou sem uma escala de tempo. Esse formato é otimizado para mostrar as inter-relações entre as atividades e evidenciar o caminho crítico do projeto. 35 Figura 14: Diagramas de Rede - Exemplo Fonte: Ghermandi, 2019 2.6.4 Gerenciamento dos custos O Gerenciamento de Custos do Projeto inclui os processos envolvidos em planejamento, estimativas, orçamentos, financiamentos, gerenciamento e controle dos custos, de modo que o projeto possa ser terminado dentro do orçamento aprovado. (PMI, 2013, p. 193). A linha base de custos – uma espécie de “fotografia” dos custos planejados pelo projeto – é a referência de custos para a qual pode se detectar desvio (Silva, 2017). O gerenciamento dos custos do projeto possui os seguintes processos (TRT7, 2024): ● Estimar os custos: estimativa de custos dos recursos monetários necessários para terminar as atividades do projeto. ● Determinar o orçamento: estabelecimento de uma linha de base autorizada dos custos. ● Controlar os custos: monitoramento do andamento do projeto. O controle de custos no projeto é o fator chave para garantir que os objetivos do negócio e do produto sejam alcançados através da provisão eficiente dos custos do projeto, fundamental para as tomadas de decisões (Silva, 2017). Este controle de custos deve iniciar na concepção do projeto e perpassar a definição clara de objetivos, critérios de sucesso e riscos avaliados (Silva, 2017). De acordo com Silva (2017), as variáveis mais importantes para se medir o desempenho dos projetos são: escopo, tempo e qualidade. É possível afirmar que todas estas três variáveis, quando são submetidas a alterações por parte do cliente ou qualquer outro stakeholder, poderá impactar diretamente nos custos finais do projeto, uma vez que na gestão de projetos estas variáveis se complementam; ou seja, não é possível tratá-las isoladamente, elas compõem os pilares para a gestão eficiente e eficaz de um projeto, indiferentemente da finalidade do projeto (Silva, 2017). 36 Para Gray e Larson (2010, p. 131), os custos dos projetos geralmente ocorrem em três categorias: diretos e indiretos e despesas administrativas. Quadro 1: Tipos de Custos do Projeto Categoria Descrição Custos Diretos Custos atribuíveis diretamente a um pacote de trabalho específico e que podem ser influenciados pelo gerente e pela equipe do projeto. a. Mão-de-obra Salários e encargos diretamente relacionados ao trabalho executado no projeto. b. Materiais Custo dos materiais consumidos diretamente no projeto. c. Equipamentos Custo dos equipamentos utilizados especificamente para o projeto. d. Outros Outros custos diretos não classificados nas categorias acima. Custos Indiretos do Projeto Custos que não podem ser atribuídos diretamente a um pacote de trabalho específico, como despesas gerais e administrativas. Normalmente representados como uma porcentagem dos custos diretos. Despesas Geral e Administrativa Custos relacionados à administração geral e suporte da organização, necessários para manter a empresa viável a longo prazo. São cobrados como porcentagens aplicadas sobre custos diretos, como mão-de-obra, materiais e equipamentos. Fonte: Autor, 2024 (Adaptado de Gray e Larson, 2010) 2.6.5 Gerenciamento da Qualidade O gerenciamento da qualidade do projeto inclui os processos e as atividades da organização executora que determinam as políticas de qualidade, os objetivos e as responsabilidades, de modo que o projeto satisfaça às necessidades para as quais foi empreendido (PMI, 2013,p. 227). Para Vargas (2018), o gerenciamento de qualidade em projeto tem como objetivo garantir que o projeto seja concluído dentro da qualidade desejada, garantindo a satisfação das necessidades de todos os envolvidos. O TRT7 (2024) indica como pilares principais do Gerenciamento de Qualidade do Projeto, os seguintes itens: ● Satisfação do cliente. Entender, avaliar, definir e gerenciar as expectativas para que os requisitos do cliente sejam atendidos. Para isso, é necessária uma combinação de conformidade com os requisitos (para garantir que o projeto produza o que ele foi criado para produzir) e adequação ao uso (o produto ou serviço devem satisfazer às necessidades reais). ● Prevenção ao invés de inspeção. a qualidade deve ser planejada, projetada e incorporada, no lugar de inspecionada. O custo de prevenir os erros geralmente é muito menor do que o custo de corrigi-los quando são encontrados pela inspeção. 37 ● Melhoria contínua. O ciclo PDCA (planejar-fazer-verificar-agir), por exemplo, é a base para a melhoria da qualidade conforme definida por Shewhart e modificada por Deming. Figura 15: PDCA Fonte: Colleoni, 2018 ● Responsabilidade da gerência. O sucesso exige a participação de todos os membros da equipe do projeto, mas continua sendo a responsabilidade da gerência fornecer os recursos necessários ao êxito. 2.6.6 Gerenciamento de Recursos Todo projeto utiliza recursos especificamente alocados a determinados trabalhos. (Vargas, 2016. p 28). O planejamento de recursos é geralmente utilizado para alocar os valores orçados e distribuídos no tempo para criar uma linha de base orçamentária do projeto. Em projetos, a disponibilidade ou não de recursos com frequência influenciará a forma deles serem gerenciados (Gray e Larson, 2010, p. 235) Para Gray e Larson (2010, p. 236 - 237), recursos são pessoas, equipamentos e materiais: ● Pessoas: recurso mais importante do projeto, pelas habilidades que oferecem aos projetos. As diferentes habilidades dos recursos humanos agregam valor à complexidade do planejamento de projetos. ● Materiais: o planejamento de materiais também se tornou importante no desenvolvimento de produtos ou execução de serviços. A falta e a indisponibilidade de materiais são responsáveis pelos atrasos de muitos projetos 38 ● Equipamentos: normalmente apresentados por tipo, tamanho e quantidade. Em alguns casos, eles podem ser alternados para otimizar os planejamentos 2.6.7 Gerenciamento de Comunicações O gerenciamento das comunicações do projeto inclui os processos necessários para assegurar que as informações do projeto sejam geradas, coletadas, distribuídas, armazenadas, recuperadas e organizadas de maneira oportuna e apropriada (PMI, 2013, p. 287). A comunicação é um componente-chave para coordenar e acompanhar o planejamento e os problemas de um projeto (Gray, 2010, p. 109). Figura 16: Dimensões da Comunicação Fonte: Autor, 2024 A atividade de comunicação tem muitas dimensões em potencial, incluindo (TRT7): ● Interna: comunicação dentro do projeto ● Externa: comunicação com o cliente, públicos ou outros projetos. ● Formal: relatórios, memorandos, instruções ● Informal: e-mails, discussões ad hoc; ● Vertical (nos níveis superiores e inferiores da organização) e horizontal (com colegas); ● Oficial: boletins informativos, relatório anual ● Não oficial: comunicações confidenciais; ● Escrita e oral e Verbal e não-verbal (inflexões da voz, linguagem corporal). Ter um plano de comunicação consistente pode contribuir para mapear o fluxo de informações entre as partes interessadas (Gray, 2010, p. 109). Desse modo, o principal objetivo do plano de comunicação é estabelecer um controle sobre o fluxo de informações. 39 Figura 17: Plano de comunicações do projeto de pesquisa Fonte: Gray, 2010, p. 110 2.6.8 Gerenciamento de Riscos O gerenciamento dos riscos do projeto inclui os processos de planejamento, identificação, análise, planejamento de respostas, monitoramento e controle de riscos de um projeto (PMI, 2013, p. 309). Os objetivos do gerenciamento dos riscos são aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e reduzir a probabilidade e o impacto dos eventos negativos no projeto (PMI, 2013, p. 309). Para Ricardo Vargas (2009, p. 122), o gerenciamento de risco possibilita a chance de melhor compreender a natureza do projeto, envolvendo os membros do time de modo a identificar e responder às potenciais forças e riscos do projeto e responder a eles, geralmente associados a tempo, qualidade e custos. Para Gray e Larson (2010, p. 134), no gerenciamento de riscos é necessário realizar uma identificação dos possíveis riscos que poderiam afetar os projetos e em seguida os categorizar quanto à probabilidade e o impacto do evento. A matriz probabilidade e impacto fornece um mapeamento da probabilidade de cada risco, seu impacto nos objetivos e consequentemente a sua prioridade. 40 Figura 18: Matriz qualitativa de Probabilidade e Impacto Fonte: Napoleão, 2019 Essa matriz especifica as combinações de probabilidade e impacto que resultam em uma classificação dos riscos como de prioridade baixa, moderada ou alta. Os riscos também podem ser avaliados de forma quantitativa. Figura 19: Matriz quantitativa probabilidade e impacto Fonte: PMI, 2013, p. 331 Em uma matriz em preto e branco, essas condições são indicadas pelos diferentes tons de cinza, a área cinza escuro (com os números maiores) representa alto risco; a área cinza médio (com os números menores) representa baixo risco, e a área cinza claro (com os números intermediários) representa risco moderado. (PMI, 2013, p. 331). 41 2.6.9 Gerenciamento de Aquisições O gerenciamento das aquisições do projeto inclui os processos necessários para comprar ou adquirir produtos, serviços ou resultados externos à equipe do projeto (PMI, 2013, p. 355). Os processos de gerenciamento das aquisições do projeto envolvem acordos, incluindo contratos, que são documentos legais entre um comprador e um fornecedor (PMI, 2013, p. 357). O gerenciamento das aquisições tem como objetivo dar garantia ao projeto de que todo elemento externo participante do projeto irá garantir o fornecimento de seu produto, ou serviço, para o projeto (Vargas, 2009, p. 130). As estratégias para aquisições variam de empresa para empresa, podendo ser de responsabilidade da área de compras da empresa ou ser de responsabilidade do próprio projeto. Como os suprimentos normalmente estão fora do ambiente organizacional, eles podem variar de acordo com a facilidade que se tem para obtê-los e com a quantidade de fornecedores capacitados para tal (Vargas, 2009, p. 131). 2.6.10 Gerenciamento de Partes Interessadas Todos os projetos têm partes interessadas que são afetadas ou podem afetar o projeto de forma positiva ou negativa (PMI, 2013, p. 59). A identificação de outras partes interessadas geralmente é feita através de entrevistas com as partes interessadas identificadas e expandindo a lista, até que todas as partes interessadas potenciais sejam incluídas.(PMI, 2013, p. 396) Há muitos modelos classificatórios usados na análise das partes interessadas (PMI, 2013), tais como: Quadro 2: Modelos para análise das partes interessadas Modelo Descrição Critérios Grau de Poder/Interesse Agrupa as partes interessadas com base no nível de autoridade (“poder”) e no nível de preocupação (“interesse”) em relação aos resultados do projeto. Poder e Interesse Grau de Poder/Influência Agrupa as partes interessadas com base no nível de autoridade (“poder”) e no engajamento ativo (“influência”) no projeto. Poder e Influência Grau de Influência/Impacto Agrupa as partes interessadas com base no engajamento ativo (“influência”) no projeto e na habilidade de efetuar mudanças no planejamento ou na execução do projeto (“impacto”).Influência e Impacto Modelo de Relevância Descreve os tipos de partes interessadas com base no poder (capacidade de impor sua vontade), na urgência (necessidade de atenção imediata) e na legitimidade (envolvimento apropriado). Poder, Urgência e Legitimidade Fonte: Autor, 2024 (Adaptado de Gray e Larson, 2010) 42 Em grandes comunidades de partes interessadas, é importante priorizar as partes interessadas para garantir uma utilização eficiente de esforços na hora de comunicar e gerenciar suas expectativas. Figura 20: Rede de poder/interesse das partes interessadas (A-H) Fonte: PMI, 2013, p. 397 De acordo com o PMBOK (2013), a análise de partes interessadas geralmente segue as etapas descritas a seguir: ● Identificar todas as potenciais partes interessadas do projeto e as informações relevantes: incluem todas as pessoas com papel gerencial ou de tomada de decisões afetadas pelo resultado do projeto. ● Identificar o impacto ou apoio potencial que cada parte interessada poderia gerar e classificá-los a fim de definir uma estratégia de abordagem. ● Avaliar como as principais partes interessadas provavelmente reagirão ou responderão em várias situações, a fim de planejar como influenciá-las para aumentar seu apoio e mitigar os impactos negativos em potencial. 43 3. METODOLOGIA 3.1 Classificação da Pesquisa A pesquisa científica é uma atividade humana, cujo objetivo é conhecer e explicar os fenômenos, fornecendo respostas às questões significativas para a compreensão da natureza. (Prodanov, 2013, p. 48). Segundo Lakatos e Marconi (2007, p. 155), em referência a Ander-Egg (1978, p. 28), a pesquisa é um “procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento.” A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais (Lakatos e Marconi, 2007, p. 155). Entende-se por pesquisa básica o processo de geração de conhecimentos novos para o avanço da ciência, sem preocupação com aplicação prática imediata. E pesquisa aplicada sendo a geração de conhecimentos visando aplicação prática, direcionados para a solução de problemas específicos (Siena, 2024, p. 51). Quanto à natureza da pesquisa, o estudo apresenta-se características de pesquisa aplicada, uma vez que segundo Prodanov (2013, p. 51) esse tipo de pesquisa objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. A pesquisa busca resolver problemas concretos enfrentados por uma organização, utilizando intervenções práticas e mensuráveis baseadas em um guia amplamente difundido na área de gestão de projetos. Adicionalmente, os resultados foram diretamente implementados e avaliados em um contexto real, contribuindo para a melhoria dos processos organizacionais da empresa estudada. Quanto à forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser classificada como pesquisa de método quantitativo, pesquisa de método qualitativo e pesquisa de métodos mistos (Siena, 2024, p. 52). O estudo combina abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa em uma mesma investigação. A dimensão qualitativa é evidenciada na análise do impacto das intervenções realizadas e na proposição de melhorias. Por outro lado, o estudo também apresenta uma forte base quantitativa relacionada ao processo de coleta e tratamento de dados, especialmente relacionadas à reorganização das bases de dados da organização. Essa integração entre as duas abordagens foi essencial para alcançar os objetivos propostos, fornecendo uma visão abrangente e aprofundada sobre os processos de controle e monitoramento da gestão de projetos. 44 Em relação a classificação quanto aos objetivos, as pesquisas podem ser classificadas como pesquisas exploratórias, descritivas e explicativas (Siena, 2024, p. 58). As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias (Gil, 2008, p. 27). De acordo com Siena (2024, p.59) a pesquisa exploratória busca obter maior familiaridade com o problema para torná-lo explícito ou contribuir na construção de hipóteses para estudos posteriores. No que concerne à vertente exploratória, na fase inicial do estudo buscou-se identificar as inconsistências e lacunas nas fontes de dados da organização, explorando aspectos ainda pouco estruturados ou compreendidos no contexto organizacional. Pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis (Gil, 2008, p. 28). Segundo Prodanov (2013, p. 52), a pesquisa descritiva se caracteriza quando o pesquisador apenas registra e descreve os fatos observados sem interferir neles. Desse modo, este estudo não se caracteriza como pesquisa descritiva, visto que houve intervenção no que foi observado. A pesquisa explicativa visa explicar a razão dos fatos, por meio da identificação e análise das relações de causa e efeito dos fenômenos (Siena, 2024, p. 59). A pesquisa explicativa procura, por meio do registro, da análise, da classificação e da interpretação dos fenômenos observados (Prodanov, 2013, p. 53). Ao longo do estudo, foram estabelecidas relações de causa e efeito evidenciando como as mudanças implementadas contribuíram para o aprimoramento da gestão de projetos da organização. Sob o ponto de vista dos procedimentos e das técnicas utilizadas, a pesquisa é classificada como estudo de caso. O estudo de caso tem como propósito atender aos interesses de investigação profunda e exaustiva de um ou poucos objetos, possibilitando seu conhecimento amplo e detalhado (Siena, 2024, p. 62). Quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento (Prodanov, 2013, p. 60 Apud Yin, 2001), o procedimento é classificado como estudo de caso, assim como o caso da gestão de projetos da consultoria ambiental estudada. 45 Figura 21: Classificação da pesquisa Fonte: Autor, 2024 3.2 Procedimentos Metodológicos O procedimento da pesquisa está estruturado em quatro fases fundamentais: a) fundamentação teórica, b) compreensão inicial e definição de estratégias, c) intervenção nas áreas de gerenciamento e d) proposição de Indicadores e Avaliação de Impactos das Intervenções, conforme destacado a seguir. Figura 22: Fases dos procedimentos metodológicos Fonte: Autor, 2024 46 3.2.1 Fundamentação Teórica A revisão da literatura teve o objetivo de fornecer um embasamento teórico robusto sobre o tema, descrevendo as práticas descritas no Guia PMBOK - Project Management Body of Knowledge. Para tanto, foram realizadas pesquisas em bases de dados científicas, como o Portal de Periódicos da CAPES, Google Acadêmico e repositórios institucionais, com a finalidade de identificar artigos acadêmicos, dissertações e teses relacionados ao tema. Além dos materiais acadêmicos, também foram consultados guias especializados e livros de referência sobre a temática, com destaque para obras de autores e institutos reconhecidos na área. Essa abordagem complementar permitiu aprofundar o entendimento sobre conceitos e práticas relevantes, promovendo a integração entre o conhecimento teórico e a aplicação prática. Desse modo, a revisão de literatura foi fundamental para embasar as ações desenvolvidas e assegurar a solidez metodológica e a fundamentação científica do estudo. 3.2.2 Compreensão inicial e definição de estratégias A princípio foi realizada uma compreensão inicial sobre as diferentes perspectivas de trabalho e núcleos existentes dentro da organização. A compreensão em relação