Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NEGÓCIO JURÍDICO 2 MAS O QUE É O NEGÓCIO JURIDICO? • É o ato em que a vontade humana manifestada visa diretamente alcançar um determinado fim prático permitido na lei. 3 NEGÓCIO JURÍDICO é uma espécie do gênero ato jurídico em sentido amplo. Pode ser entendido como toda ação humana, de autonomia privada, com o qual o particular regula por si os próprios interesses. Nele há uma composição de interesses. Os atos praticados pelos agentes foram previstos em lei e desejados por eles. Segundo Caio Mário de Silva Pereira - são declarações de vontade destinadas à produção de efeitos jurídicos queridos pelo agente. NEGÓCIO JURÍDICO 4 O fundamento e os efeitos do negócio jurídico assentam, então, na vontade, não uma vontade qualquer, mas aquela que atua em conformidade com os preceitos ditados pela ordem legal”. ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 5 CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO unilaterais – quando ocorre uma manifestação de vontade (ex.: testamento, renúncia) Bilaterais – ocorrem manifestação de vontade de duas partes formadoras de consenso. (ex: compra e venda, locação, prestação de serviços); Plurilaterais – quando se conjugam, no mínimo, duas vontades paralelas, direcionadas para a mesma finalidade( ex. contrato de sociedade) Quanto à manifestação da vontade ou n° declarantes 6 CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO Quanto às vantagens patrimoniais gratuitos – outorgam vantagens, sem exigir do beneficiário qualquer contraprestação (contratos de comodato e de doação) onerosos – impõem sacrifícios e vantagens patrimoniais a todos os envolvidos ( compra e venda). Bifrontes- são negócios que podem ser gratuitos e onerosos(ex. contrato depósito) Neutros – são destituídos de atribuição patrimonial(ex. ato de instituição de bem de família. 7 CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO NJ Onerosos comutativos – existe equilíbrio subjetivo entre as prestações pactuadas, de forma que as vantagens auferidas pelos declarantes se equilavem-se entre si(compra e venda, locação) aleatório – não há equilíbrio na prestação pactuada ( contrato de seguro). 8 CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO Quanto à existência principais – são os negócios jurídicos que têm existência própria e não dependem de nenhum outro (compra e venda, locação etc.); acessórios – aquele cuja existência subordina a um outro principal(fiança, caução). 9 CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO Quanto às formalidades Formais ou solenes – são aqueles que exigem, para sua validade a observância da forma prevista na lei; (exemplo: testamento público, casamento, compra e venda imóvel), Não formais ou não solenes – não dependem de forma rígida para sua celebração, além da manifestação de vontade (exemplo: contrato de compra e venda de bens móveis, doação). É a regra. 10 CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO Quanto ao momento de produção Inter vivos– produzem efeitos estando as partes ainda em vida; Mortis causa– pactuados para fazer efeitos a após a morte do declarante(exemplo:testamento) Quanto aos efeitos/eficácia constitutivos– cuja eficácia opera-se ex nunc, ou seja apartir do momento da celebração( ex. compra e venda); declaratório– negócios em que os efeitos retroagem ao momento da ocorrência fática a que se vincula a declaração de vontade, ou seja ex tunc. (ex:reconhecimento de paternidade) 11 CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO Quanto ao exercício do direito Negócios de disposição– implicam o exercício de amplos direitos sobre o objeto; (exemplo: doação) Simples administração– exercício de direitos restritos sobre o objeto, sem que haja alteração em sua substancia (exemplo: locação de uma casa) 12 INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO Não só a lei, mas também o negócio jurídico, deve ser interpretado. Muitas vezes sua execução exige, antes, a interpretação de suas cláusulas, nem sempre muito claras, duvidosas. O Código Civil traz algumas regras importantes para a interpretação: 13 TEORIA DA VONTADE Caberá, então, ao intérprete investigar qual a “real intenção dos contratantes”, pois sua declaração apenas terá significação quando lhes traduzir a vontade realmente existente. O que importa é a vontade real e não a declarada; daí a importância de desvendar a intenção consubstanciada na declaração. INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO Art. 112 do CC: “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem”. 14 TEORIA DA DA BOA-FÉ O princípio da boa-fé está intimamente ligado não só à interpretação do negócio jurídico, pois segundo ele o sentido literal da linguagem não deverá prevalecer sobre a intenção inferida da declaração da vontade das partes, mas também ao interesse social de segurança das relações jurídicas, uma vez que as partes devem agir com lealdade e também de conformidade com os usos do local em que o ato negocial foi por elas celebrado. INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO “Art. 113 do CC.“Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. 15 A doutrina e a jurisprudência têm entendido em matéria interpretativa que: a) em relação aos contratos deve-se ater à boa fé, às necessidades de crédito e a equidade; b) nos contratos que tiverem palavras que admitam 2 sentidos, deve-se preferir o que mais convier a sua natureza; c) nos contratos de compra e venda, no que concerne à extensão do bem alienado, deve-se interpretar em favor do comprador; d) no caso de ambigüidade, interpreta-se de conformidade com o costume do país; INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO 16 e) na interpretação contratual considerar-se-ão as normas jurídicas correspondentes; f) as estipulações obrigacionais dever-se-á interpretar do modo menos oneroso para o devedor; g) no conflito entre 2 cláusulas a antinomia prejudicará o outorgante e não o outorgado; h) na cláusula suscetível de 2 significados, interpretar-se-á em atenção ao que poder ser exeqüível; i) nas cláusulas duvidosas, prevalecerá o entendimento de que se deve favorecer quem se obriga. INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO 17 O negócio jurídico é uma emissão volitiva dirigida a um determinado fim. Para que produza todos os efeitos, é necessário que se revista de certos elementos e/ou requisitos. NEGÓCIO JURÍDICO 18 Desta forma, podemos analisar o negócio jurídico sob a ótica de três planos, quais sejam: NO PLANO DA EXISTÊNCIA, importa apenas a realidade da existência. Não se indaga da validade/invalidade ou eficácia. O PLANO DA VALIDADE são condições necessárias para o produza seus efeitos. Se os possui é válido, se não os possui, o negócio é inválido podendo ser nulo ou anulável. O PLANO DE EFICÁCIA é onde os fatos jurídicos produzem seus efeitos, pressupondo a passagem pelo plano da existência, não, todavia, pelo plano da validade. NEGÓCIO JURÍDICO 19 Desta forma, podemos analisar o negócio jurídico sob a ótica de três planos, quais sejam: NO PLANO DA EXISTÊNCIA, importa apenas a realidade da existência. Não se indaga da validade/invalidade ou eficácia.O PLANO DA VALIDADE são condições necessárias para o produza seus efeitos. Se os possui é válido, se não os possui, o negócio é inválido podendo ser nulo ou anulável. O PLANO DE EFICÁCIA é onde os fatos jurídicos produzem seus efeitos, pressupondo a passagem pelo plano da existência, não, todavia, pelo plano da validade. NEGÓCIO JURÍDICO 20 NEGÓCIO JURÍDICO ELEMENTOS ESSENCIAIS ELEMENTOS ACIDENTAIS Plano da Eficácia Condição Termo Encargo NEGÓCIO JURÍDICO Plano de Validade Agente Capaz Objeto lícito e possível Forma prescrita ou não defesa em lei Plano de Existência Partes Vontade Objeto Forma ELEMENTOS ESTRUTURAIS 21 ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO TERCEIRO DEGRAU: o plano da eficácia. Estão as conseqüências do negócio jurídico, seus efeitos práticos no caso concreto. Elementos acidentais (condição, termo e encargo). SEGUNDO DEGRAU: o plano da validade. Os substantivos recebem os adjetivos. Requisitos de validade (art 104) -> partes capazes, vontade livre (sem vícios), objeto lícito, possível ou determinado ou determinável, e forma prescrita ou não defesa em lei. Temos aqui os requisitos da validade. Não há dúvida, o código civil adotou o plano da validade. Se tenho um vício de validade, ou problema estrutural, ou funcional, o negocio jurídico será nulo (166 e 167) ou anulável (171). PRIMEIRO DEGRAU: o plano da existência. Onde estão os elementos mínimos, os pressupostos de existência. Sem eles, o negócio não existe. Substantivos (partes, vontade, objeto e forma) sem adjetivos. Se não tiver partes, vontade, objeto e forma, ele não existe. Esta tricotomia é também chamada de Escada Ponteana porque na visão de Pontes de Miranda, o negócio jurídico é dividido em três planos, o que gera um esquema gráfico como uma estrada com três degraus, denominada por parte da doutrina, como escada ponteana.
Compartilhar