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02NEGCIOJURDICO_20150302170350

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NEGÓCIO JURÍDICO 
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MAS O QUE É O NEGÓCIO JURIDICO? 
 
• É o ato em que a vontade humana 
manifestada visa diretamente alcançar 
um determinado fim prático permitido 
na lei. 
 
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 NEGÓCIO JURÍDICO é uma espécie do gênero ato 
jurídico em sentido amplo. 
Pode ser entendido como toda ação humana, de autonomia 
privada, com o qual o particular regula por si os próprios 
interesses. Nele há uma composição de interesses. 
 
Os atos praticados pelos agentes foram previstos em lei e 
desejados por eles. 
 
Segundo Caio Mário de Silva Pereira - são declarações de 
vontade destinadas à produção de efeitos jurídicos 
queridos pelo agente. 
 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
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 O fundamento e os efeitos do negócio 
jurídico assentam, então, na vontade, não 
uma vontade qualquer, mas aquela que atua 
em conformidade com os preceitos ditados 
pela ordem legal”. 
 
ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
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CLASSIFICAÇÃO DO 
 NEGÓCIO JURÍDICO 
 
unilaterais – quando ocorre uma 
manifestação de vontade (ex.: 
testamento, renúncia) 
Bilaterais – ocorrem manifestação de 
vontade de duas partes formadoras de 
consenso. (ex: compra e venda, locação, 
prestação de serviços); 
Plurilaterais – quando se conjugam, no 
mínimo, duas vontades paralelas, 
direcionadas para a mesma finalidade( 
ex. contrato de sociedade) 
 
Quanto à 
manifestação 
da vontade ou 
n° declarantes 
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CLASSIFICAÇÃO DO 
 NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 
Quanto às 
vantagens 
patrimoniais 
 
gratuitos – outorgam vantagens, sem 
exigir do beneficiário qualquer 
contraprestação (contratos de comodato e 
de doação) 
 
onerosos – impõem sacrifícios e vantagens 
patrimoniais a todos os envolvidos ( 
compra e venda). 
 
Bifrontes- são negócios que podem ser 
gratuitos e onerosos(ex. contrato 
depósito) 
 
Neutros – são destituídos de atribuição 
patrimonial(ex. ato de instituição de bem 
de família. 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DO 
 NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 
NJ Onerosos 
 
comutativos – existe equilíbrio subjetivo 
entre as prestações pactuadas, de forma 
que as vantagens auferidas pelos 
declarantes se equilavem-se entre 
si(compra e venda, locação) 
 
aleatório – não há equilíbrio na 
prestação pactuada ( contrato de 
seguro). 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DO 
 NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 
Quanto à 
existência 
 
principais – são os negócios 
jurídicos que têm existência 
própria e não dependem de 
nenhum outro (compra e venda, 
locação etc.); 
 
acessórios – aquele cuja 
existência subordina a um outro 
principal(fiança, caução). 
 
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CLASSIFICAÇÃO DO 
 NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Quanto às 
formalidades 
Formais ou solenes – são aqueles 
que exigem, para sua validade a 
observância da forma prevista na lei; 
(exemplo: testamento público, 
casamento, compra e venda 
imóvel), 
 
Não formais ou não solenes – não 
dependem de forma rígida para sua 
celebração, além da manifestação de 
vontade (exemplo: contrato de 
compra e venda de bens móveis, 
doação). É a regra. 
 
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CLASSIFICAÇÃO DO 
 NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Quanto ao 
momento de 
produção 
Inter vivos– produzem efeitos estando as 
partes ainda em vida; 
 
Mortis causa– pactuados para fazer 
efeitos a após a morte do 
declarante(exemplo:testamento) 
 
Quanto aos 
efeitos/eficácia 
constitutivos– cuja eficácia opera-se ex 
nunc, ou seja apartir do momento da 
celebração( ex. compra e venda); 
 
declaratório– negócios em que os efeitos 
retroagem ao momento da ocorrência 
fática a que se vincula a declaração de 
vontade, ou seja ex tunc. 
(ex:reconhecimento de paternidade) 
 
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CLASSIFICAÇÃO DO 
 NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Quanto ao 
exercício do 
direito 
Negócios de disposição– implicam o 
exercício de amplos direitos sobre o 
objeto; (exemplo: doação) 
 
Simples administração– exercício de 
direitos restritos sobre o objeto, sem 
que haja alteração em sua 
substancia (exemplo: locação de 
uma casa) 
 
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INTERPRETAÇÃO DO 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 Não só a lei, mas também o negócio 
jurídico, deve ser interpretado. 
 
 Muitas vezes sua execução exige, antes, a 
interpretação de suas cláusulas, nem 
sempre muito claras, duvidosas. 
 
 O Código Civil traz algumas regras 
importantes para a interpretação: 
 
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 TEORIA DA VONTADE 
 
 
 
 
Caberá, então, ao intérprete investigar qual a “real 
intenção dos contratantes”, pois sua declaração apenas 
terá significação quando lhes traduzir a vontade 
realmente existente. O que importa é a vontade real e 
não a declarada; daí a importância de desvendar a 
intenção consubstanciada na declaração. 
 
INTERPRETAÇÃO DO 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Art. 112 do CC: “Nas declarações de vontade se atenderá mais à 
intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da 
linguagem”. 
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 TEORIA DA DA BOA-FÉ 
 
 
 
O princípio da boa-fé está intimamente ligado não só à 
interpretação do negócio jurídico, pois segundo ele o sentido 
literal da linguagem não deverá prevalecer sobre a intenção 
inferida da declaração da vontade das partes, mas também ao 
interesse social de segurança das relações jurídicas, uma vez que 
as partes devem agir com lealdade e também de conformidade 
com os usos do local em que o ato negocial foi por elas celebrado. 
 
 
INTERPRETAÇÃO DO 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
“Art. 113 do CC.“Os negócios jurídicos devem ser interpretados 
conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. 
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 A doutrina e a jurisprudência têm entendido em matéria 
interpretativa que: 
 
a) em relação aos contratos deve-se ater à boa fé, às 
necessidades de crédito e a equidade; 
b) nos contratos que tiverem palavras que admitam 2 
sentidos, deve-se preferir o que mais convier a sua 
natureza; 
c) nos contratos de compra e venda, no que concerne à 
extensão do bem alienado, deve-se interpretar em favor 
do comprador; 
d) no caso de ambigüidade, interpreta-se de conformidade 
com o costume do país; 
 
INTERPRETAÇÃO DO 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
16 
 
e) na interpretação contratual considerar-se-ão as normas 
jurídicas correspondentes; 
f) as estipulações obrigacionais dever-se-á interpretar do 
modo menos oneroso para o devedor; 
g) no conflito entre 2 cláusulas a antinomia prejudicará o 
outorgante e não o outorgado; 
h) na cláusula suscetível de 2 significados, interpretar-se-á 
em atenção ao que poder ser exeqüível; 
i) nas cláusulas duvidosas, prevalecerá o entendimento de 
que se deve favorecer quem se obriga. 
 
 
INTERPRETAÇÃO DO 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
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 O negócio jurídico é uma emissão volitiva 
dirigida a um determinado fim. Para que produza 
todos os efeitos, é necessário que se revista de certos 
elementos e/ou requisitos. 
 
 
 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
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 Desta forma, podemos analisar o negócio jurídico sob a ótica 
de três planos, quais sejam: 
 
NO PLANO DA EXISTÊNCIA, importa apenas a realidade da 
existência. Não se indaga da validade/invalidade ou eficácia. 
 
O PLANO DA VALIDADE são condições necessárias para o produza 
seus efeitos. Se os possui é válido, se não os possui, o negócio 
é inválido podendo ser nulo ou anulável. 
 
O PLANO DE EFICÁCIA é onde os fatos jurídicos produzem seus 
efeitos, pressupondo a passagem pelo plano da existência, 
não, todavia, pelo plano da validade. 
 
 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
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 Desta forma, podemos analisar o negócio jurídico sob a ótica de 
três planos, quais sejam: 
 
NO PLANO DA EXISTÊNCIA, importa apenas a realidade da 
existência. Não se indaga da validade/invalidade ou eficácia.O PLANO DA VALIDADE são condições necessárias para o produza 
seus efeitos. Se os possui é válido, se não os possui, o negócio é 
inválido podendo ser nulo ou anulável. 
 
O PLANO DE EFICÁCIA é onde os fatos jurídicos produzem seus 
efeitos, pressupondo a passagem pelo plano da existência, não, 
todavia, pelo plano da validade. 
 
 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
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NEGÓCIO JURÍDICO 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS 
ELEMENTOS ACIDENTAIS 
Plano da Eficácia 
 Condição 
 Termo 
 Encargo 
NEGÓCIO 
JURÍDICO 
Plano de Validade 
 Agente Capaz 
 Objeto lícito e possível 
 Forma prescrita ou não defesa em lei 
Plano de Existência 
 Partes 
 Vontade 
 Objeto 
 Forma 
 
 
ELEMENTOS 
ESTRUTURAIS 
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ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 TERCEIRO DEGRAU: o plano da eficácia. Estão as 
conseqüências do negócio jurídico, seus efeitos 
práticos no caso concreto. Elementos acidentais 
(condição, termo e encargo). 
SEGUNDO DEGRAU: o plano da validade. Os substantivos 
recebem os adjetivos. Requisitos de validade (art 104) -> partes 
capazes, vontade livre (sem vícios), objeto lícito, possível ou 
determinado ou determinável, e forma prescrita ou não defesa em 
lei. Temos aqui os requisitos da validade. Não há dúvida, o código 
civil adotou o plano da validade. Se tenho um vício de validade, 
ou problema estrutural, ou funcional, o negocio jurídico 
será nulo (166 e 167) ou anulável (171). 
PRIMEIRO DEGRAU: o plano da existência. Onde estão os elementos 
mínimos, os pressupostos de existência. Sem eles, o negócio não existe. 
Substantivos (partes, vontade, objeto e forma) sem adjetivos. Se não tiver 
partes, vontade, objeto e forma, ele não existe. 
Esta tricotomia é também chamada de Escada Ponteana porque na visão de Pontes de 
Miranda, o negócio jurídico é dividido em três planos, o que gera um esquema gráfico como 
uma estrada com três degraus, denominada por parte da doutrina, como escada ponteana.

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