Buscar

Direito Civil (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 246 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 246 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 246 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Civil 
(Fato jurídico, Famílias ) 
 
TEORIA DO FATO JURÍDICO ................................................................................................................... 12 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 12 
1.1. SUPORTE FÁTICO .................................................................................................................. 12 
1.1.1. Suporte fático hipotético ou abstrato .............................................................................. 12 
1.1.2. Suporte fático concreto ...................................................................................................... 12 
1.1.3. Suporte fático constituído de elementos positivos ...................................................... 12 
1.1.4. Suporte fático constituído de elementos negativos ..................................................... 12 
1.2. A FENOMENOLOGIA DA JURIDICIZAÇÃO ............................................................................ 13 
1.2.1. Como ocorre a juridicização .............................................................................................. 13 
1.2.2. Suporte fático deficiente .................................................................................................... 13 
2. PLANOS DOS FATOS JURÍDICOS: UMA VISÃO GERAL ........................................................... 14 
2.1. PLANO DA EXISTÊNCIA ............................................................................................................ 14 
2.2. PLANO DA VALIDADE ............................................................................................................... 15 
2.3. PLANO DA EFICÁCIA ................................................................................................................. 18 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS: FATO JURÍDICO LATO SENSU ........................ 19 
3.1. ESQUEMA GRÁFICO1 (MELLO) ............................................................................................... 19 
3.2. ESQUEMA GRÁFICO2 (STOLZE) ............................................................................................. 19 
3.3. FATO JURÍDICO STRICTO SENSU .......................................................................................... 20 
3.3.1. Ordinário................................................................................................................................ 20 
3.3.2. Extraordinário ....................................................................................................................... 20 
3.4. ATO-FATO JURÍDICO ................................................................................................................. 20 
3.4.1. Espécies de ato-fato jurídico ............................................................................................. 20 
3.5. ATO JURÍDICO LATO SENSU ................................................................................................... 21 
3.5.1. Noções gerais ....................................................................................................................... 21 
3.5.2. Espécies de atos jurídicos ................................................................................................. 21 
TEORIA DO NEGÓCIO JURÍDICO ........................................................................................................... 26 
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO ....................................................................................................... 32 
1. DISPOSIÇÃO DA MATÉRIA .......................................................................................................... 32 
2. ERRO ou IGNORÂNCIA (art. 138 a 144) ......................................................................................... 33 
2.1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS .......................................................................................... 33 
2.2. ERRO X VÍCIO REDIBITÓRIO.................................................................................................... 34 
3. DOLO (art. 145 a 150) ........................................................................................................................ 36 
3.1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS .......................................................................................... 36 
3.2. DOLO NEGATIVO ........................................................................................................................ 37 
3.3. DOLO BILATERAL ...................................................................................................................... 37 
3.4. DOLO DE TERCEIROS ............................................................................................................... 37 
3.5. DOLO DO REPRESENTANTE LEGAL OU CONVENCIONAL .............................................. 38 
3.6. DOLO ACIDENTAL OU SECUNDÁRIO .................................................................................... 38 
4. COAÇÃO .............................................................................................................................................. 39 
4.1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS .......................................................................................... 39 
4.2. COAÇÃO DE TERCEIROS ......................................................................................................... 40 
5. LESÃO .................................................................................................................................................. 41 
5.1. CONCEITO E PREVISÃO LEGAL ............................................................................................. 41 
5.2. REQUISITOS ................................................................................................................................ 42 
5.3. LESÃO X TEORIA DA IMPREVISÃO ........................................................................................ 43 
5.4. LESÃO CONSUMERISTA ........................................................................................................... 43 
6. ESTADO DE PERIGO ......................................................................................................................... 44 
7. SIMULAÇÃO ........................................................................................................................................ 46 
7.1. CONCEITO .................................................................................................................................... 46 
7.2. ESPÉCIES ..................................................................................................................................... 46 
7.3. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES ............................................................................................. 48 
8. FRAUDE CONTRA CREDORES ....................................................................................................... 49 
8.1. CONCEITO .................................................................................................................................... 49 
8.2. HIPÓTESES LEGAIS ................................................................................................................... 49 
8.3. AÇÃO E LEGITIMIDADE NA FRAUDE CONTRA CREDORES ............................................. 50 
8.4. NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA NA AÇÃO PAULIANA ........................................... 51 
8.5. CONSIDERAÇÃO QUANTO À NATUREZA DA AÇÃO PAULIANA À LUZ DA TEORIA DA 
AÇÃO – DIREITOS POTESTATIVOS, AÇÕES CONSTITUTIVAS ................................................ 51 
9. RESUMO DOS VÍCIOS NO NEGÓCIO JURÍDICO ......................................................................... 52 
PLANO DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO ...................................................................................53 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 53 
2. CONDIÇÃO .......................................................................................................................................... 54 
2.1. CONCEITO .................................................................................................................................... 54 
2.2. CLASSIFICAÇÃO DA CONDIÇÃO ............................................................................................ 54 
3. TERMO ................................................................................................................................................. 57 
3.1. CONCEITO .................................................................................................................................... 57 
3.2. CARACTERÍSTICAS ................................................................................................................... 58 
4. MODO OU ENCARGO........................................................................................................................ 58 
5. CONDIÇÃO x TERMO x ENCARGO ................................................................................................ 59 
TEORIA DAS INVALIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO ....................................................................... 61 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 61 
2. NULIDADE ABSOLUTA ..................................................................................................................... 61 
2.1. ANÁLISE DO ART. 166 CC ........................................................................................................ 61 
2.2. CARACTERÍSTICAS DA NULIDADE ABSOLUTA .................................................................. 62 
2.2.1. Declaração de ofício. Legitimidade .................................................................................. 62 
2.2.2. Confirmação ......................................................................................................................... 63 
2.2.3. Efeito ex tunc ........................................................................................................................ 63 
3. NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE) .................................................................................... 63 
3.1. PREVISÃO LEGAL ...................................................................................................................... 63 
3.2. CARACTERÍSTICAS DA NULIDADE RELATIVA .................................................................... 63 
3.2.1. Impossibilidade de declaração de ofício. Legitimidade ............................................... 64 
3.2.2. Prazo decadencial ............................................................................................................... 64 
3.2.3. Confirmação ......................................................................................................................... 64 
3.2.4. Eficácia ex tunc .................................................................................................................... 65 
4. DIFERENÇAS ENTRE NULIDADE E ANULABILIDADE ............................................................... 65 
5. DISPOSIÇÕES ESPECIAIS ............................................................................................................... 67 
ATO ILÍCITO ................................................................................................................................................ 69 
1. NOÇÕES GERAIS............................................................................................................................... 69 
1.1. CONCEITO E EVOLUÇÃO ..................................................................................................... 69 
1.1.1. Responsabilidade contratual e extracontratual ........................................................ 69 
1.1.2. Responsabilidade objetiva e subjetiva ....................................................................... 70 
1.1.3. Imputabilidade e responsabilidade.............................................................................. 70 
1.2. SÍNTESE ................................................................................................................................... 71 
2. EFEITOS DA ILICITUDE (CIVIL) ....................................................................................................... 71 
2.1. EFEITO INDENIZANTE ............................................................................................................... 71 
2.2. EFEITO CADUCIFICANTE.......................................................................................................... 72 
2.3. EFEITO INVALIDANTE ............................................................................................................... 72 
2.4. EFEITO AUTORIZANTE.............................................................................................................. 72 
2.5. OUTROS EFEITOS ...................................................................................................................... 73 
3. ELEMENTOS DO ATO ILÍCITO ........................................................................................................ 73 
4. ESPÉCIES (MODELOS) DE ATO ILÍCITO ....................................................................................... 74 
4.1. ATO ILÍCITO SUBJETIVO .......................................................................................................... 74 
4.2. ATO ILÍCITO OBJETIVO (ABUSO DE DIREITO OU ILÍCITO IMPRÓPRIO) ........................ 75 
4.3. SUBESPÉCIES DO ATO ILÍCITO OBJETIVO .......................................................................... 76 
4.3.1. Venire contra factum proprium (teoria dos atos próprios) .......................................... 76 
4.3.2. Supressio (Verwirkung) e Surrectio (erwirkung) ........................................................... 77 
4.3.3. “Tu quoque” e “Cláusula de Estoppel” ........................................................................... 77 
4.3.4. Duty to mitigate the loss (dever de mitigar o dano) ...................................................... 78 
4.3.5. Substancial performance (adimplemento substancial, inadimplemento mínimo, 
adimplemento fraco ou ruim) ....................................................................................................... 79 
4.3.6. Violação positiva do contrato (violação de deveres anexos) ..................................... 79 
4.3.7. Nachfrist ................................................................................................................................ 80 
5. EXCLUDENTES DA ILICITUDE (art. 188 do CC) ........................................................................... 80 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ............................................................................................................... 81 
1. CONCEITOS ........................................................................................................................................ 81 
1.1. PRESCRIÇÃO .......................................................................................................................... 81 
1.2. DECADÊNCIA .......................................................................................................................... 82 
2. REGRAMENTO ................................................................................................................................... 83 
2.1. PREVISÃO LEGAL ...................................................................................................................... 83 
2.2. CAUSAS IMPEDITIVAS, SUSPENSIVAS E INTERRUPTIVAS..............................................83 
2.2.1. Causas impeditivas e suspensivas .................................................................................. 83 
2.2.2. Causas interruptivas ........................................................................................................... 84 
3. ALTERAÇÃO DE PRAZOS ............................................................................................................... 86 
3.1. PRAZOS PRESCRICIONAIS NO CC......................................................................................... 86 
3.2. CONTAGEM DE PRAZO ............................................................................................................. 88 
3.3. PRESCRIÇÃO CONTRA A FAZENDA ...................................................................................... 89 
3.4. A PRESCRIÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA ................................................. 89 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO DE FAMÍLIA ...................................................................................... 94 
1. A FAMÍLIA E A SUA EVOLUÇÃO NATURAL............................................................................................... 94 
UNIÃO ESTÁVEL ........................................................................................................................................... 107 
1. EVOLUÇÃO E PERSPECTIVA HISTÓRICA ................................................................................................. 107 
2. CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL E DIFERENÇAS ...................................................................................... 108 
3. VEDAÇÕES AO CONCUBINATO ................................................................................................... 109 
4. REQUISITOS CARACTERIZADORES DA UNIÃO ESTÁVEL......................................................................... 111 
5. DEVERES OU EFEITOS PESSOAIS DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL.................................................... 115 
6. EFEITOS PATRIMONIAIS DA UNIÃO ESTÁVEL ........................................................................................ 116 
7. CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO .............................................................................. 122 
8. JURISPRUDÊNCIA EM TESE E UNIÃO ESTÁVEL ...................................................................................... 123 
CASAMENTO ............................................................................................................................................ 124 
1. PERSPECTIVA ÓTICA CIVIL-CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 124 
2. CONCEITO ............................................................................................................................................. 124 
3. NATUREZA JURÍDICA ............................................................................................................................ 126 
4. PROVA DO CASAMENTO....................................................................................................................... 126 
5. PROMESSA DE CASAMENTO/PROMESSA ESPONSALÍCIA OU ESPONSAIS ............................................. 128 
6. ESPÉCIES DE CASAMENTO .................................................................................................................... 129 
7. CAPACIDADE PARA O CASAMENTO ...................................................................................................... 131 
8. IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS ......................................................................................................... 131 
9. CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO............................................................................................... 133 
10. HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO ................................................................................................... 135 
11. CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO ............................................................................................... 138 
12. FORMAS ESPECIAIS DE CASAMENTO .................................................................................................. 139 
13. CASAMENTO PUTATIVO ..................................................................................................................... 140 
14. PLANOS JURÍDICOS DO CASAMENTO ................................................................................................. 141 
15. EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO.................................................................................................. 146 
16. DEVERES DO CASAMENTO .................................................................................................................. 147 
17. REGIME DE BENS ................................................................................................................................ 148 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL ..................................................................................................... 159 
1. EVOLUÇÃO HISTÓRIA ........................................................................................................................... 159 
2. SISTEMA DUALISTA DE DISSOLUÇÃO .................................................................................................... 160 
2.1. DEFINIÇÃO ..................................................................................................................................... 160 
2.2. CAUSAS TERMINATIVAS ................................................................................................................ 161 
2.3. CAUSAS DISSOLUTIVAS .................................................................................................................. 161 
3. QUESTÕES CONTROVERTIDAS .............................................................................................................. 162 
3.1. EC 66/2010 E A (IN) EXISTÊNCIA DA SEPARAÇÃO ........................................................................... 162 
3.2. MORTE PRESUMIDA ...................................................................................................................... 163 
3.2.1. Com declaração de ausência ................................................................................................... 163 
3.2.2. Sem declaração de ausência ................................................................................................... 163 
4. SEPARAÇÃO DE FATO ........................................................................................................................... 164 
4.1. CONCEITO ...................................................................................................................................... 164 
4.2. EFEITOS DA SEPARAÇÃO DE FATO ................................................................................................. 164 
4.2.1. Permissão para caracterização da união estável ..................................................................... 165 
4.2.2. Cessação do regime de bens ................................................................................................... 165 
4.2.3. Perda do direito sucessório..................................................................................................... 165 
4.2.4. Sub-rogação locatícia .............................................................................................................. 166 
4.2.5. Contagem do prazo para usucapião conjugal .......................................................................... 167 
5. SEPARAÇÃO DE CORPOS ....................................................................................................................... 168 
6. SEPARAÇÃO DE DIREITO ....................................................................................................................... 168 
6.1. CONCEITO ......................................................................................................................................168 
6.2. ESPÉCIES DE SEPARAÇÃO ............................................................................................................... 169 
6.2.1. Separação consensual ............................................................................................................. 169 
6.2.2. Separação litigiosa .................................................................................................................. 170 
7. DIVÓRCIO ............................................................................................................................................. 173 
7.1. EVOLUÇÃO E CONCEITO ................................................................................................................. 173 
7.2. DIVÓRCIO LITIGIOSO...................................................................................................................... 173 
7.3. DIVÓRCIO CONSENSUAL ................................................................................................................ 176 
7.4. DIVÓRCIO CONSENSUAL EM CARTÓRIO ........................................................................................ 178 
8. SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO: CARACTERÍSTICAS MATERIAIS E PROCESSUAIS COMUNS ............................ 179 
8.1. NATUREZA PERSONALÍSSIMA DA MEDIDA .................................................................................... 179 
8.2. POSSIBILIDADE DE DISPENSA DA PARTILHA DOS BENS (ART. 1.581 DO CC E SÚMULA 197 DO STJ).
 ............................................................................................................................................................. 180 
8.3. REVELIA NA SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO (ART. 345, II DO CPC/2015) ................................................ 180 
8.4. COMPETÊNCIA JUDICIAL PARA AS AÇÕES ...................................................................................... 180 
8.5. USO DO SOBRENOME .................................................................................................................... 181 
8.6. DIVISÃO DE FRUTOS DECORRENTES DE COISA COMUM ................................................................ 182 
8.7. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ...................................................................... 182 
8.8. PARTILHA DE BENS ........................................................................................................................ 183 
8.9. GUARDA DOS FILHOS ..................................................................................................................... 183 
8.9.1. Espécies de guarda.................................................................................................................. 183 
8.9.2. Definição ................................................................................................................................. 184 
8.9.3. Impossibilidade de acordo ...................................................................................................... 185 
8.9.4. A guarda pode ser deferida para outra pessoa que não seja o pai ou a mãe? ........................ 185 
8.9.5. Poder familiar ......................................................................................................................... 185 
PARENTESCO ................................................................................................................................................ 187 
1. CONCEITO ............................................................................................................................................. 187 
1.1. LINHAS E GRAUS DE PARENTESCO ............................................................................... 187 
1.2. EFEITOS JURÍDICOS DECORRENTES DO PARENTESCO ........................................... 188 
2. PARENTESCO CONSANGUÍNEO (OU NATURAL) .................................................................................... 188 
3. PARENTESCO POR AFINIDADE .............................................................................................................. 189 
4. DISTINÇÕES ENTRE PARENTESCO NA LINHA RETA, COLATERAL E POR AFINIDADE ............................... 189 
5. O PARENTESCO E A OBRIGAÇÃO ALIMENTAR ...................................................................... 190 
FILIAÇÃO ...................................................................................................................................................... 190 
1. CONCEITO ............................................................................................................................................. 190 
2. ISONOMIA ENTRE OS FILHOS ................................................................................................................ 191 
3. PROVA DA MATERNIDADE ................................................................................................................... 192 
4. FORMAS (CRITÉRIOS) DE FILIAÇÃO ....................................................................................................... 192 
4.1. ESPÉCIES ........................................................................................................................................ 192 
4.2. CRITÉRIO DA PRESUNÇÃO LEGAL ................................................................................................... 192 
4.3. CRITÉRIO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 196 
4.4. CRITÉRIO SOCIOAFETIVO ............................................................................................................... 197 
5. (IM) POSSIBILIDADE DE DUPLA PATERNIDADE E/OU MATERNIDADE ................................................... 200 
6. RECONHECIMENTO DE FILHOS ............................................................................................................. 203 
6.1. RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO DE FILHO .................................................................................. 203 
6.1.1. Regras ..................................................................................................................................... 203 
6.1.2. Natureza jurídica do ato de reconhecimento de filhos ........................................................... 204 
6.1.3. Unilateralidade e bilateralidade do reconhecimento de filho ................................................. 204 
6.1.4. Características do reconhecimento voluntário de filho........................................................... 204 
6.1.5. Impugnação do reconhecimento de paternidade pelo filho ................................................... 204 
6.1.6. Ação negatória de paternidade x Ação de impugnação de paternidade ................ 205 
6.2. RECONHECIMENTO JUDICIAL DOS FILHOS ..................................................................................... 205 
7. AÇÕES DE FAMÍLIA ............................................................................................................................... 205 
7.1. AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE .................................................................................... 205 
7.1.1. Competência ........................................................................................................................... 205 
7.1.2. Cumulabilidade de pedidos..................................................................................................... 206 
7.1.3. Termo inicial dos alimentos na ação investigatória de paternidade ....................................... 206 
7.1.4. Legitimidade na ação de investigação de paternidade............................................................ 207 
7.1.5. Coisa julgada na investigação de paternidade ........................................................................ 208 
8. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE FILIAÇÃO – OU AÇÃO DE PROVA DA FILIAÇÃO ................................. 208 
8.1. AÇÃO NEGATÓRIADE PATERNIDADE OU DE IMPUGNAÇÃO DE PATERNIDADE – OU AÇÃO 
CONTESTATÓRIA DE PATERNIDADE ...................................................................................................... 208 
8.2. IMPUGNAÇÃO AO RECONHECIMENTO .......................................................................................... 209 
8.3. IMPUGNAÇÃO DA MATERNIDADE PELA SUPOSTA MÃE ................................................................ 209 
ALIMENTOS .................................................................................................................................................. 209 
1. CONCEITO ............................................................................................................................................. 209 
2. FUNDAMENTO...................................................................................................................................... 209 
3. ESPÉCIES DE ALIMENTOS (CLASSIFICAÇÃO) .......................................................................................... 211 
3.1. QUANTO À NATUREZA DOS ALIMENTOS ....................................................................................... 211 
3.1.1. Alimentos Civis ou Côngruos ................................................................................................... 211 
3.1.2. Alimentos necessários/Indispensáveis ................................................................................... 211 
3.2. QUANTO À CAUSA (ORIGEM) DOS ALIMENTOS ............................................................................. 212 
3.2.1. Alimentos Legítimos ou Legais ................................................................................................ 212 
3.2.2. Alimentos Convencionais ou Voluntários ............................................................................... 213 
3.2.3. Alimentos Ressarcitórios ou Reparatórios .............................................................................. 213 
3.3. QUANTO AO MOMENTO DA EXIGIBILIDADE .................................................................................. 213 
3.3.1. Pretéritos ................................................................................................................................ 213 
3.3.2. Presentes ................................................................................................................................ 213 
3.3.3. Futuros.................................................................................................................................... 214 
3.4. QUANTO A FINALIDADE ................................................................................................................. 214 
3.4.1. Alimentos Provisórios ............................................................................................................. 214 
3.4.2. Alimentos Provisionais (antigo art. 852 CPC) .......................................................................... 214 
3.4.3. Alimentos definitivos .............................................................................................................. 216 
3.4.4. Alimentos transitórios ............................................................................................................ 216 
4. CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA ................................................................................. 217 
4.1. PERSONALÍSSIMA (INTUITO PERSONA) ......................................................................................... 217 
4.2. INTRANSMISSIBILIDADE ................................................................................................................ 218 
4.3. IRRENUNCIÁVEIS (ART.1707, CC) ................................................................................................... 218 
4.4. IMPRESCRITÍVEIS ........................................................................................................................... 219 
4.5. IMPENHORÁVEIS E INCOMPENSÁVEIS ........................................................................................... 219 
4.6. IRREPETÍVEIS.................................................................................................................................. 220 
4.7. FUTURIDADE (ALIMENTOS SÃO FUTUROS) .................................................................................... 220 
5. SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA ............................................................................................... 221 
5.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 221 
5.2. CÔNJUGE OU COMPANHEIROS ...................................................................................................... 221 
5.3. PARENTES ...................................................................................................................................... 221 
5.3.1. Regras gerais ........................................................................................................................... 221 
5.3.2. Fundamentos dos alimentos entre ASCENDENTES e DESCENDENTES ..................................... 222 
5.4. ALIMENTOS GRAVÍDICOS: NASCITURO OU MÃE? .......................................................................... 222 
6. ASPECTOS PROCESSUAIS (ALIMENTOS: LEI 5478/68) ........................................................................... 223 
6.1. NOTAS INICIAIS .............................................................................................................................. 223 
6.2. PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE ALIMENTOS.................................................................................... 223 
6.2.1. Petição Inicial .......................................................................................................................... 223 
6.2.2. Competência ........................................................................................................................... 224 
6.2.3. Fixação dos alimentos provisórios e despacho inicial ............................................................. 224 
6.2.4. Citação .................................................................................................................................... 224 
6.2.5. Audiência una de conciliação, instrução e julgamento ........................................................... 224 
6.2.6. Sentença e Recurso ................................................................................................................. 225 
6.2.7. Execução ................................................................................................................................. 226 
7. A COBRANÇA DOS ALIMENTOS NO NCPC (MARIA BERENICE DIAS) ...................................................... 226 
7.1. CUMPRIMENTO DA SENTENÇA ...................................................................................................... 229 
7.2. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL .......................................................................................... 231 
7.3. RITO DA COAÇÃO PESSOAL ............................................................................................................ 231 
7.4. RITO DA EXPROPRIAÇÃO ............................................................................................................... 232 
TUTELA E CURATELA..................................................................................................................................... 233 
1. DIREITO DE FAMÍLIA ASSISTENCIAL ...................................................................................................... 233 
2. TUTELA ................................................................................................................................................. 234 
2.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................234 
2.2. ESPÉCIES DE TUTELA ...................................................................................................................... 235 
2.2.1. Tutela documental .................................................................................................................. 235 
2.2.2. Tutela testamentária .............................................................................................................. 235 
2.2.3. Tutela legítima ........................................................................................................................ 235 
2.2.4. Tutela dativa ........................................................................................................................... 236 
2.3. DOS INCAPAZES DE EXERCER TUTELA ............................................................................................ 237 
2.4. DAS ESCUSAS DOS TUTORES .......................................................................................................... 237 
2.5. CONSENTIMENTO DO TUTELADO .................................................................................................. 237 
2.6. DISPENSA DE ESPECIALIZAÇÃO DE HIPOTECA LEGAL ..................................................................... 238 
2.7. RESPONSABILIDADE DO MAGISTRADO .......................................................................................... 238 
2.8. REMUNERAÇÃO, REPONSABILIDADE E PRESTAÇÃO DE CONTAS PELO TUTOR .............................. 239 
2.8.1. Incumbências .......................................................................................................................... 239 
2.8.2. Remuneração .......................................................................................................................... 239 
2.8.3. Responsabilidade do Tutor ..................................................................................................... 239 
2.8.4. Prestação de contas ................................................................................................................ 240 
2.9. DOS BENS DO TUTELADO ............................................................................................................... 241 
2.10. DA CESSAÇÃO DA TUTELA ............................................................................................................ 242 
3. CURATELA............................................................................................................................................. 242 
3.1. TEORIA DA INCAPACIDADE JURÍDICA ............................................................................................ 242 
3.2. CURATELA DOS INTERDITOS .......................................................................................................... 243 
3.2.1. Por enfermidade ou deficiência mental, não tivessem o necessário discernimento para os atos 
da vida civil ....................................................................................................................................... 243 
3.2.2. Ébrios habituais e os viciados em tóxico ................................................................................. 243 
3.2.3. Pródigos .................................................................................................................................. 243 
3.3. CURATELA X CURADORIA ..................................................................................................... 244 
3.4. CURATELAS PECULIARES ................................................................................................................ 244 
3.4.1. Curador especial do nascituro ................................................................................................. 244 
3.4.2. Curatelas especiais* ................................................................................................................ 244 
4. TOMADA DE DECISÃO APOIADA........................................................................................................... 244 
 
 
TEORIA DO FATO JURÍDICO 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Todo acontecimento, natural ou humano, que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, 
modificativos ou extintivos de direitos e obrigações, na órbita do direito, denomina-se fato jurídico. 
Indiscutivelmente, trata-se de conceito basilar, verdadeira causa genética das relações 
jurídicas, e, bem assim, dos direitos e obrigações aí compreendidos. 
A noção de fato jurídico, entendido como o evento concretizador da hipótese contida na norma, 
comporta, em seu campo de abrangência, não apenas os acontecimentos naturais (fatos jurídicos 
em sentido estrito), mas também as ações humanas lícitas ou ilícitas (ato jurídico em sentido 
amplo, que se subdivide em negócio jurídico e em ato jurídico stricto sensu; e ato ilícito, 
respectivamente), bem como aqueles fatos em que, embora haja atuação humana, esta é desprovida 
de manifestação de vontade, mas mesmo assim produz efeitos jurídicos (ato-fato jurídico). 
 
1.1. SUPORTE FÁTICO 
 
SUPORTE FÁTICO é a previsão, pela norma jurídica, da hipótese fática condicionante da 
existência do fato jurídico. É algo (= fato, evento ou conduta) que poderá ocorrer no mundo e que, 
por ter sido considerando relevante, tornou-se objeto da normatividade jurídica. Suporte fático é um 
conceito do mundo dos fatos e não do mundo jurídico, porque somente depois que se concretizam (= 
ocorram) no mundo os seus elementos é que, pela incidência da norma, surgirá o fato jurídico. 
A norma jurídica constitui uma proposição através da qual se estabelece que, ocorrendo 
determinado fato ou conjunto de fatos (= suporte fático) a ela devem ser atribuídas certas 
consequências no plano do relacionamento intersubjetivo (= efeitos jurídicos). 
 
Espécies de suporte fático: 
1) Suporte fático hipotético ou abstrato; 
2) Suporte fático concreto; 
3) Suporte fático constituído de elementos positivos; 
4) Suporte fático constituído de elementos negativos. 
 
Vejamos: 
 
1.1.1. Suporte fático hipotético ou abstrato 
 
Enunciado lógico da norma jurídica em que se representa a hipótese fática condicionante de 
sua incidência (hipótese prevista pela norma). 
 
1.1.2. Suporte fático concreto 
 
Quando o fato previsto como hipótese se concretiza no mundo fático. 
 
1.1.3. Suporte fático constituído de elementos positivos 
 
Acontecimentos simples, acontecimentos complexos, acontecimentos continuados e estados 
fáticos ou jurídicos. 
 
1.1.4. Suporte fático constituído de elementos negativos 
 
Omissões, abstenções, o não acontecer, o não ter acontecido, ausência, silêncio. 
 
1.2. A FENOMENOLOGIA DA JURIDICIZAÇÃO 
 
1.2.1. Como ocorre a juridicização 
 
Composto o seu suporte fático suficiente, a norma jurídica incide, decorrendo, daí, a sua 
juridicização. A incidência é, assim, o efeito da norma jurídica de transformar em fato jurídico a parte 
do seu suporte fático que o direito considerou relevante para ingressar no mundo jurídico. Somente 
depois de gerado o fato jurídico, por força da incidência, é que se poderá falar de situações jurídicas e 
todas as demais categorias de efeitos jurídicos (eficácia jurídica). (Mello, p. 71) 
 
Características da incidência: incondicionalidade e inesgotabilidade (a incidência não se 
esgota por haver ocorrido uma vez; toda vez que o suporte fático se compuser, a norma incidirá). 
A vigência da norma jurídica: a norma jurídica somente pode incidir após entrar em vigor. O 
que distingue a norma simplesmente existente da norma jurídica vigente é, exatamente, a possibilidade 
de ser eficaz, ou seja, a possibilidade de incidir sobre seus pressupostos fáticos quando concretizados, 
subordinando-os ao sentido que lhes impõe. 
 
1.2.2. Suporte fático deficiente 
 
Pode ocorrer que o suporte fático suficientemente formado seja deficiente (a) por lhe faltar 
algum elemento complementar ou (b) porque algumde seus elementos nucleares é imperfeito. 
Enquanto a suficiência do suporte fático se reflete no plano da existência – tendo-se por inexistente 
o fato jurídico quando o suporte fático é insuficiente -, a sua deficiência atua no plano da validade 
ou da eficácia, quer dizer, o fato jurídico existe, porém inválido (nulo ou anulável) ou ineficaz. A questão 
da eficiência do suporte fático tem sua repercussão, apenas, no trato de fatos jurídicos em que a 
vontade relevante é elemento cerne do suporte fático (atos jurídicos). 
Nem os fatos jurídicos stricto sensu (em cujo suporte fático não há ato humano), nem nos atos-
fatos jurídicos (em que a vontade em praticar o ato ou não existe ou é irrelevante) e nem os atos ilícitos 
em geral estão sujeitos a invalidades, pois apenas o resultado fático é o que importa (contrassenso 
pretender-se nulo ou anulável um evento ocorrido no mundo). 
Quanto aos elementos complementares do núcleo do ato jurídico, como a capacidade civil, a 
licitude e possibilidade do objeto, a forma e a conformação com as normas cogentes, a sua ausência 
implica nulidade ou ineficácia. Se, porém, os elementos complementares se referem não ao núcleo em 
si, mas a elementos seus – vícios da vontade e.g. -, a consequência é a anulabilidade. (MELLO, p. 88) 
A primordial função da norma jurídica consiste em incidir sobre os fatos da vida para juridicizar, 
transformando em fato jurídico a parte relevante do seu suporte fático. Portanto, em princípio e nesse 
sentido, toda incidência é, necessariamente, juridicizante. 
 
CONSEQUÊNCIAS DA INCIDÊNCIA 
 
A incidência pode ter as seguintes consequências: juridicizar, pré-excluir de juridicidade, 
invalidar, deseficacizar e desjuridicizar (MELLO, p. 90). 
Estudaremos, portanto as consequências: 
1) Juridicização; 
2) Pré-exclusão de juridicidade; 
3) Invalidação; 
4) Deseficacização; 
5) Desjuridicização. 
 
1.3.1. Juridicização 
 
Mais comum das consequências da incidência: criar fatos jurídicos jurígenos (jurígena = 
eficácia jurídica que se limita a criar situações jurídicas). 
 
1.3.2. Pré-exclusão de juridicidade 
 
Incidência tem a finalidade de impedir que o suporte fático que seria, normalmente, juridicizado 
em certo sentido, assim o seja (exemplo: Art. 188, I e II, do CC, que dispõe que a conduta danosa em 
legítima defesa deixa de ser ilícita e ingressa no mundo jurídico como lícita), ou que certo fato venha 
a se tornar jurídico (exemplo: Negócios proibidos). A pré-exclusão de juridicidade também se dá pela 
mutilação da norma jurídica, excluindo-se os seus efeitos, como ocorre nos casos de isenção de 
tributos e de penas. 
 
1.3.3. Invalidação 
 
As normas jurídicas cogentes podem ter, quando infringidas, a consequência de tornar não 
válidos os atos jurídicos, declarando-os NULOS (normas jurídicas nulificantes) ou ANULÁVEIS 
(normas jurídicas anulantes). Não excluem a existência do ato jurídico em si, mas alcançam a sua 
validade, tornando deficiente o seu suporte fático. (MELLO, p. 92). 
 
1.3.4. Deseficacização 
 
Normas jurídicas cuja incidência tem o efeito de desfazer a eficácia que outro fato jurídico 
já produziu no mundo jurídico, sem, contudo, alcançá-lo em sua existência ou validade. As normas 
jurídicas dessa espécie somente atuam no plano da eficácia, pressupondo, portanto, a existência e a 
validade, ou pelo menos a anulabilidade do negócio jurídico. Exemplo: normas jurídicas sobre 
decadência (= caducidade), preclusão e prescrição. 
 
1.3.5. Desjuridicização 
 
Normas jurídicas cuja incidência resulta tornar negócio jurídico passível de ser desjuridicizado, 
sendo excluído do mundo jurídico, trazido de volta ao mundo fático; possibilitam a eliminação da 
juridicidade atribuída por outra norma a certo fato. Exemplo: normas sobre revogação, rescisão, 
resolução stricto sensu, resilição, denúncia, distrato. 
 
2. PLANOS DOS FATOS JURÍDICOS: UMA VISÃO GERAL 
 
2.1. PLANO DA EXISTÊNCIA 
 
Ao sofrer a incidência da norma jurídica juridicizante, a parte relevante do suporte fático é 
transportada para o MUNDO JURÍDICO, ingressando no mundo da EXISTÊNCIA. Neste plano, que 
é o plano do ser, entram todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos. A existência do fato jurídico 
constitui premissa de que decorrem todas as demais situações que podem acontecer no mundo 
jurídico. 
#TARTUCE 
No plano da existência estão os pressupostos para um negócio jurídico, ou seja, os seus 
elementos mínimos, enquadrados por alguns autores dentro dos elementos essenciais do 
negócio jurídico. Constituem, portanto, o suporte fático do negócio jurídico (pressupostos de 
existência). 
Nesse plano surgem apenas substantivos, sem qualquer qualificação, ou seja, substantivos 
sem adjetivos. Esses substantivos são: 
– Partes (ou agentes); 
– Vontade; 
– Objeto; 
– Forma. 
Não havendo algum desses elementos, o negócio jurídico é inexistente (“um nada para o 
direito”), conforme defendem aqueles que seguem à risca a teoria de Pontes de Miranda. 
 
2.2. PLANO DA VALIDADE 
 
Se o fato jurídico existe e é daqueles em que a vontade humana constitui elemento nuclear do 
suporte fático (ato jurídico stricto sensu e negócio jurídico), há de passar pelo plano da validade, onde 
o direito fará a triagem do que é perfeito (que não tem qualquer vício invalidante) e o que está eivado 
de vício invalidante. 
Os atos jurídicos lícitos em que a VONTADE NÃO APARECE como dado do suporte fático 
(fatos jurídicos stricto sensu e atos-fatos jurídicos e os fatos ilícitos, inclusive os atos ilícitos), não estão 
sujeitos a transitar pelo plano da validade, uma vez que não podem ser nulos ou anuláveis (nos 
fatos ilícitos, a nulidade seria um contrassenso, porque resultaria benefício àquele que praticou 
o ilícito). 
A nulidade ou anulabilidade – que são graus da invalidade – prendem-se à deficiência de 
elementos complementares do suporte fático relacionados ao sujeito, ao objeto ou à forma do ato 
jurídico. A invalidade, no entanto, pressupõe como essencial a suficiência do suporte fático, portanto, 
a existência do fato jurídico. 
No plano da validade é onde têm atuação as normas jurídicas invalidantes. A incidência delas 
se dá, na verdade, quando o suporte fático ocorre, mas os seus reflexos, as suas consequências, 
aparecem apenas nesse plano. (MELLO, p. 98) 
#TARTUCE 
No segundo plano, o da validade, os substantivos recebem adjetivos, nos termos do art. 
104 do CC/2002, a saber: 
– Partes ou agentes capazes; 
– Vontade livre, sem vícios; 
– Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
– Forma prescrita ou não defesa em lei. 
Esses elementos de validade constam expressamente do art. 104 do CC, cuja redação segue: 
“a validade do negócio jurídico requer: I – agente capaz; II – objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável; III – forma prescrita ou não defesa em lei”. Não faz parte do dispositivo menção a 
respeito da vontade livre, mas é certo que tal elemento está inserido seja dentro da capacidade do 
agente, seja na licitude do objeto do negócio. 
O negócio jurídico que não se enquadra nesses elementos de validade é, por regra, nulo de 
pleno direito, ou seja, haverá nulidade absoluta ou nulidade. Eventualmente, o negócio pode ser 
também anulável (nulidade relativa ou anulabilidade), como no caso daquele celebrado por 
relativamente incapaz ou acometido por vício do consentimento. As hipóteses gerais de nulidade do 
negócio jurídico estão previstas nos arts. 166 e 167 do CC/2002. As hipóteses gerais de 
anulabilidade constam do art. 171 da atual codificação material. O esquema a seguir demonstra tais 
espécies de invalidade: 
 
 
Insta verificar que a invalidade pode ser total – quando atinge todo o negócio jurídico ou parcial 
– quando atinge parte do negócio jurídico. Ambas podem ser absolutas ou relativas. A respeito da 
invalidade parcial, é fundamental a regra do art. 184 do CC/2002pelo qual respeitada a intenção 
das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for 
separável. Ademais, a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas 
a destas não induz a da obrigação principal. Trata-se de consolidação da antiga máxima pela qual 
a parte útil de um negócio não prejudica a parte inútil (utile per inutile non vitiatur), que tem relação 
direta com o princípio da conservação dos negócios jurídicos. 
Feito esse esclarecimento categórico, vejamos o estudo pontual dos requisitos de validade, 
que constituem elementos essenciais do negócio jurídico. 
a) Partes capazes ou capacidade do agente: Como todo negócio jurídico traz como 
conteúdo uma declaração de vontade – o elemento volitivo que caracteriza o ato jurígeno –, a 
capacidade das partes é indispensável para a sua validade. Quanto à pessoa física ou natural, aqui 
figura a grande importância dos arts. 3.º e 4.º do CC, que apresentam as relações das pessoas 
absoluta ou relativamente incapazes, respectivamente. 
Enquanto os absolutamente incapazes devem ser representados por seus pais ou tutores; os 
relativamente incapazes devem ser assistidos pelas pessoas que a lei determinar. Todavia, pode o 
relativamente incapaz celebrar determinados negócios, como fazer testamento, aceitar mandato ad 
negotia e ser testemunha. O negócio praticado pelo absolutamente incapaz sem a devida 
representação é nulo, por regra (art. 166, inc. I, do CC). O realizado por relativamente incapaz sem 
a correspondente assistência é anulável (art. 171, inc. I, do CC). 
No tocante à incapacidade relativa de uma parte, enuncia o art. 105 do CC que esta não pode 
ser invocada pela outra em benefício próprio, também não aproveitando aos cointeressados 
capazes, salvo se, neste caso, foi indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum a todos. 
Desse modo, não poderão os credores ou os devedores solidários ser privilegiados por suas 
alegações. Isso porque, como se sabe, a alegação de incapacidade constitui uma exceção pessoal, 
uma defesa que somente pode ser alegada por determinada pessoa. 
No que se refere às pessoas jurídicas, essas devem ser representadas ativa e passivamente, 
na esfera judicial ou não, por seus órgãos, constituídos conforme as formalidades previstas em lei, 
outrora estudadas. 
Por fim, além dessa capacidade geral, para determinados negócios, exige-se a capacidade 
especial para certos atos, denominada legitimação. 
Como exemplo, cite-se o caso de uma pessoa maior e casada que é plenamente capaz, 
podendo dispor sobre seus bens imóveis sem representação. Mas ela não poderá vender um imóvel 
sem a outorga de seu cônjuge ou o suprimento judicial deste, salvo se casado sob o regime de 
separação absoluta de bens (arts. 1.647 e 1.648 do CC). A pena para o ato assim celebrado é a sua 
anulabilidade conforme o art. 1.649 da mesma norma codificada, desde que proposta ação pelo 
outro cônjuge ou pelo seu herdeiro no prazo decadencial de dois anos, contados da dissolução da 
sociedade conjugal. 
b) Vontade ou consentimento livre: A manifestação de vontade exerce papel importante no 
negócio jurídico, sendo seu elemento basilar e orientador. Vale dizer que a vontade é que diferencia 
o negócio, enquadrado dentro dos fatos humanos, fatos jurígenos e atos jurídicos, dos fatos naturais 
ou stricto sensu. 
O consentimento pode ser expresso – escrito ou verbal, no primeiro caso de forma pública 
ou particular –, ou tácito – quando resulta de um comportamento implícito do negociante, que 
importe em concordância ou anuência. Nesse sentido, preconiza o art. 111 do CC/2002 que o 
silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária 
a declaração de vontade expressa. Desse modo, por regra, quem cala não consente, eis que, para 
que seja válida a vontade tácita, devem estar preenchidos os requisitos apontados. De toda sorte, 
conforme se verá, há exceções especiais a essa regra. 
Também a respeito da vontade ou consentimento, os arts. 112, 113 e 114 trazem três regras 
fundamentais quanto à interpretação dos contratos e negócios jurídicos em geral, que merecem ser 
comentadas. Pelo primeiro comando legal – art. 112 do CC –, nas declarações de vontade se 
atenderá mais à intenção das partes do que ao sentido literal da linguagem. Desse modo, o aplicador 
do direito deve sempre buscar o que as partes queriam de fato, quando celebraram o negócio, até 
desprezando, em certos casos, o teor do instrumento negocial. Esse art. 112 do CC relativiza a força 
obrigatória das convenções, o pacta sunt servanda. Traz ainda, em seu conteúdo, a teoria subjetiva 
de interpretação dos contratos e negócios jurídicos, em que há a busca da real intenção das partes 
no negócio celebrado. 
c) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: Somente será considerado válido 
o negócio jurídico que tenha como conteúdo um objeto lícito, nos limites impostos pela lei, não sendo 
contrário aos bons costumes, à ordem pública, à boa-fé e à sua função social ou econômica de um 
instituto. 
Como se sabe, ilícito o objeto, nulo será o negócio jurídico (art. 166, inc. II, do CC). 
Eventualmente, pode estar caracterizado no negócio jurídico o abuso de direito, justamente pelo 
desrespeito aos conceitos que constam do art. 187 da atual codificação material, o que, por si só, 
constitui justificativa para a declaração de nulidade, combinando-se os dois dispositivos legais 
transcritos. 
Além da nulidade absoluta do ato, é possível cogitar a sua ineficácia pela presença do abuso 
de direito, como consta do Enunciado n. 617, da VIII Jornada de Direito Civil, do ano de 2018: “o 
abuso do direito impede a produção de efeitos do ato abusivo de exercício, na extensão necessária 
a evitar sua manifesta contrariedade à boa-fé, aos bons costumes, à função econômica ou social do 
direito exercido”. 
Além disso, o objeto deve ser possível no plano fático. Se o negócio implicar em prestações 
impossíveis, também deverá ser declarado nulo. Tal impossibilidade pode ser física ou jurídica. A 
impossibilidade física está presente quando o objeto não pode ser apropriado por alguém ou quando 
a prestação não puder ser cumprida por alguma razão. Por outra via, a impossibilidade jurídica está 
presente quando a lei vedar o seu conteúdo. Segundo o art. 106 do CC, a impossibilidade inicial do 
objeto não gera a nulidade do negócio se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a 
que ele estiver subordinado. Em suma, somente a impossibilidade absoluta é que tem o condão de 
nulificar o negócio. Se o negócio ainda puder ser cumprido ou executado, não há que se falar em 
invalidade. O comando legal traz em seu conteúdo o princípio da conservação negocial ou 
contratual, segundo o qual se deve sempre buscar a manutenção da vontade dos envolvidos, a 
preservação da autonomia privada. A ideia mantém relação direta com o princípio da função social 
do contrato, segundo o Enunciado n. 22 do CJF/STJ, aprovado na I Jornada de Direito Civil, cuja 
redação merece destaque: “a função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, 
constitui cláusula geral, que reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando trocas 
úteis e justas”. 
O objeto do negócio deve ser determinado ou, pelo menos, determinável. O Código Civil de 
2002 reconhece falha da codificação anterior, afastando o rigor da certeza quanto ao objeto. 
Pertinente apontar que, na obrigação de dar coisa incerta, o objeto é ainda pendente de 
determinação (arts. 243 e 244 do CC), que se dá pela escolha, também denominada concentração. 
Mesmo assim, não há que se falar em invalidade do negócio por indeterminação do objeto, sendo 
este um exemplo de incidência da regra constante do art. 106 do CC. 
d) Forma prescrita ou não defesa em lei: inicialmente, para fins didáticos, forçoso lembrar 
que aexpressão “não defesa” significa “não proibida”. Muitas vezes, percebe-se certa dificuldade 
em sua compreensão e alcance. Clóvis Beviláqua conceituava a forma como “o conjuncto de 
solemnidades, que se devem observar, para que a declaração da vontade tenha efficacia juridica. É 
o revestimento juridico, a exteriorizar a declaração de vontade. Esta é a substancia do acto, que a 
fórma revela”. Como regra, a validade da declaração de vontade não depende de forma especial, 
senão quando a lei expressamente a exigir. Desse modo, os negócios jurídicos, em regra, são 
informais, conforme consagra o art. 107 do CC, que consagra o princípio da liberdade das formas. 
Entretanto, em casos especiais, visando conferir maior certeza e segurança nas relações 
jurídicas, a lei prevê a necessidade de formalidades, relacionadas com a manifestação da vontade. 
Nessas situações, o negócio não admitirá forma livre, sendo conceituado como negócio formal. É 
fundamental aqui diferenciar formalidade de solenidade, conforme faz uma parte da doutrina. 
Solenidade significa a necessidade de ato público (escritura pública), enquanto formalidade constitui 
a exigência de qualquer forma apontada pela lei, como, por exemplo, a de forma escrita. Assim, 
pode-se dizer que a forma é gênero; a solenidade é espécie. 
 
 
2.3. PLANO DA EFICÁCIA 
 
O plano da eficácia é a parte do mundo jurídico onde os fatos jurídicos produzem os seus 
efeitos. O plano da eficácia, como o da validade, pressupõe a passagem do fato jurídico pelo 
plano da existência, não, todavia, essencialmente, pelo plano da validade. 
Fatos jurídicos stricto sensu, atos-fatos jurídicos e fatos ilícitos lato sensu, salvo lei especial, 
para que tenham acesso ao plano da eficácia bastam que existam. Não estão sujeitos a termos, 
condições ou quaisquer outras determinações que atuem na sua eficácia. Ingressam no plano da 
existência e diretamente no plano da eficácia. 
Atos jurídicos válidos têm entrada imediata no plano da eficácia, mesmo quando pendentes 
termos ou condições suspensivas. Há exceções em que o ato jurídico, mesmo válido, é ineficaz. 
Atos anuláveis entram, de logo, no plano da eficácia e irradiam seus efeitos, mas 
interimisticamente (interimístico = provisórios que podem se tornar definitivos), pois poderão ser 
desconstituídos caso sobrevenha a decretação de sua anulabilidade. Os efeitos dos atos anuláveis, 
no entanto, podem se tornar definitivos pela sanação da anulabilidade, inclusive pela decadência da 
pretensão anulatória. 
Atos nulos, de regra, não produzem sua plena eficácia. Acontece, no entanto, que há 
casos, embora poucos, em que o ato jurídico nulo produz, plena e definitivamente, efeitos 
jurídicos que lhe são atribuídos (exemplo: casamento putativo). 
No plano da eficácia são admitidos e podem produzir efeitos todos os fatos jurídicos lato sensu, 
inclusive os anuláveis e os ilícitos; os nulos, quando a lei, expressamente, lhes atribui algum efeito. 
(MELLO, p. 101). 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS: FATO JURÍDICO LATO SENSU 
 
Em sentido amplo, é todo acontecimento natural ou humano apto a criar, modificar ou 
extinguir relações jurídicas. 
Critérios para a classificação desenvolvidos por Portes de Miranda: a) a conformidade ou não 
conformidade do fato jurídico com o direito e b) a presença, ou não, de ato humano volitivo no suporte 
fático tal como descrito hipoteticamente na norma jurídica. 
 
3.1. ESQUEMA GRÁFICO1 (MELLO) 
 
 
 
 
 
 
FATO 
JURÍDICO 
LATO SENSU 
 
 
CONFORME O DIREITO 
(LÍCITO) 
Fato jurídico stricto sensu 
 
Ato-fato jurídico 
Ato jurídico 
Lato Sensu 
Ato jurídico 
Stricto sensu 
Negócio jurídico 
 
 
 
 
CONTRÁRIO A 
DIREITO 
(ILÍCITO) 
 
 
Segundo o 
Suporte fático 
Absoluto Fato ilícito 
Stricto sensu 
Relativo Ato-fato ilícito 
Ato ilícito civil 
Ato ilícito 
criminal 
 
Crime 
Contravenção 
Penal 
Segundo a 
Eficácia 
 Ato ilícito indenizante 
Ato ilícito caducificante 
Ato ilícito invalidante 
 
3.2. ESQUEMA GRÁFICO2 (STOLZE) 
 
Pablo: “Note que partimos dos fatos – ordinários ou extraordinários que a intervenção humana 
não existe (fatos jurídicos strictu sensu), passando por aquelas situações em que embora a atuação 
do homem seja o núcleo do fato, não importa para norma se houve ou não manifestação de vontade 
do mesmo, se ele quis ou não praticar (ato-fato jurídico), e por fim, onde se destaca precipuamente a 
ação da pessoa (ato jurídico lato sensu), ou seja, sua manifestação de vontade em praticar o ato, seja 
este com consequências impostas pela lei e não escolhidas pelas partes (ato jurídico strictu sensu), 
seja pela regulamentação da autonomia privada (NJ). Temos ainda a atuação humana com efeitos 
repudiados pelo ordenamento (ato ilícito). 
 
3.3. FATO JURÍDICO STRICTO SENSU 
 
Todo fato jurídico em que, na composição do seu suporte fático, entram apenas fatos da 
natureza, independentes de ato humano como dado essencial. Não exclui a possibilidade de que 
haja eventual participação de ato humano na concreção do suporte fático. Exemplo: nascimento, 
morte, implemento de idade, confusão, produção de frutos, aluvião, avulsão... 
 
3.3.1. Ordinário 
 
Nascimento natural, morte natural, decurso do tempo. 
 
3.3.2. Extraordinário 
 
Tem carga de imprevisibilidade ou inevitabilidade, um furacão por exemplo. 
 
3.4. ATO-FATO JURÍDICO 
 
Embora o CC não tenha contemplado em norma específica o ato-fato a doutrina trata da matéria 
(Marcos Bernardes de Mello). 
O suporte fático prevê uma situação de fato que somente pode se materializar como resultante 
de uma conduta humana, não importando se houve ou não vontade em praticá-la. Exemplo: Caça, 
pesca, especificação, achado do tesouro... 
No ato-fato, embora o comportamento derive do homem e deflagre efeitos jurídicos, é 
desprovido de voluntariedade e consciência em direção ao resultado jurídico existente. 
Exemplo1: enfermo mental, que foge da casa de saúde, entra em uma loja de artesanato, 
manipula argila, a argila seca e ao secar fica de certa forma, a que passe um crítico e note que a 
escultura tem grande valor econômico. Falta voluntariedade e consciência = ATO-FATO jurídico. 
Exemplo2: Criança de 3 anos indo comprar bala em um bar = compra e venda? Se tivesse certa 
capacidade jurídica sim. Porém, não tem voluntariedade e consciência do que está fazendo, portanto 
ATO-FATO. 
Jorge Ferreira: com base em Pontes de Miranda, exemplifica também o ato-fato na compra de 
um doce por criança de tenra idade. 
O ato-fato produz efeitos jurídicos mesmo que o comportamento humano seja desprovido de 
intencionalidade e consciência. 
Orlando Gomes e Vivente Ráo consideram o ato-fato jurídico como espécie de ato jurídico, 
seguindo doutrina alemã, não seguindo a classificação de Pontes de Miranda. 
 
3.4.1. Espécies de ato-fato jurídico 
 
1) Atos reais 
 
Também chamados de atos materiais, consistem em atos humanos de que resultam 
circunstâncias fáticas, geralmente irremovíveis. É o fato resultante que importa para a configuração do 
fato jurídico, não o ato humano. Exemplo: especificação, ocupação, produção de obra artística... 
 
1) Atos-fatos jurídicos indenizativos ou indenizantes 
 
Casos de indenizabilidade sem ilicitude, ou sem culpa. Situações em que, de um ato humano 
não contrário a direito (lícito), decorre prejuízo a terceiro, com dever de indenizar. Exemplo: ato 
praticado no exercício regular de um direito ou em estado de necessidade, quando causa dano ao 
patrimônio de terceiro, atos de desforço pessoal imediato para manutenção ou reintegração da posse, 
atos de indústria perigosa regularmente permitida. 
 
2) Atos-fatos jurídicos caducificantes 
 
Fatos jurídicos cujo efeito consiste na extinção de determinado direito e, por consequência, da 
pretensão, da ação e da exceção dele decorrentes, como ocorre na decadência, na preclusão e na 
prescrição. São exemplosde caducidade sem culpa: a caducidade das ações redibitória, quanti 
minoris, de anulação de casamento, de anulabilidade de atos jurídicos, dentre outras, e a prescrição. 
Há ainda outros atos-fatos que não se enquadram dentre essas espécies referidas. Exemplo 
Pagamento e usucapião. (há divergência sobre a classificação do adimplemento como ato-fato 
jurídico). (MELLO, p. 135). 
 
3.5. ATO JURÍDICO LATO SENSU 
 
3.5.1. Noções gerais 
 
Ato jurídico, espécie de fato jurídico em sentido amplo, é toda ação humana LÍCITA que 
deflagra efeitos na órbita jurídica. 
A despeito da polêmica, entendemos na linha de Vicente Ráo, Flávio Tartuce, José Simão e 
Zeno Veloso que ato jurídico é a ação humana lícita, não se confundindo com o ato ilícito, categoria 
própria com caracteres específicos. Até porque, o ato ilícito é tratado na própria parte geral do CCB 
(título III). 
É o fato jurídico cujo suporte fático tem com cerne uma exteriorização consciente da vontade, 
que tenha como objeto obter um resultado juridicamente protegido ou não proibido e possível. 
A vontade que permanece interna, como acontece com a reserva mental, não serve à 
composição de suporte fático do ato jurídico, pois que de difícil, senão impossível, apuração. A 
declaração e a manifestação são modos de exteriorização da vontade. A declaração é manifestação 
qualificada. Se a lei exige declaração, a mera manifestação não bastará para a configuração do suporte 
fático. 
A questão da inconsciência não se confunde com o problema do erro na manifestação de 
vontade. A inconsciência implica inexistência de vontade (ato jurídico inexistente), enquanto que no 
erro há vontade, porém defeituosa (ato jurídico anulável). 
A falta do objeto torna inexistente o ato jurídico (exemplo: ato não sério, feito por brincadeira, 
ato didático, ato aparente; ato cujo objeto seja logicamente impossível; ato que tenha por objeto algo 
que não esteja incluído entre aqueles bens da vida que podem constituir objeto de direito). 
A ilicitude, a imoralidade, indeterminação e impossibilidade do objeto só excepcionalmente 
acarretam a inexistência do ato jurídico, pois trazem como consequência, em geral, sua invalidade; 
quando não implicam inexistência, desfiguram o ato jurídico, tornando-o ilícito. 
 
3.5.2. Espécies de atos jurídicos 
 
1) Atos jurídicos stricto sensu e negócios jurídicos (ver abaixo). 
 
Traço diferencial: no ato jurídico stricto sensu o poder de escolha da categoria jurídica é, 
praticamente, inexistente, enquanto no negócio jurídico esse poder existe sempre, embora com 
amplitude que varia conforme os seus tipos. 
 
2) Atos jurídicos mistos 
 
Atos jurídicos em que estejam combinados ato jurídico stricto sensu e negócio jurídico. 
Exemplo: Interpelação de devedor e mora (ato jurídico stricto sensu) em que credor não se limita em 
pedir o pagamento no dia ajustado, mas concede prazo maior ao devedor para pagar (negócio jurídico). 
 
3) Atos jurídicos de direito público 
 
Exceto os de natureza normativa, os atos praticados no plano do direito público são 
classificáveis na categoria ato jurídico lato sensu. Na interpretação de atos jurídicos de direito público 
prevalece o conteúdo da declaração segundo está expressa, não a intenção das partes, como ocorre 
no direito privado (art. 112, CC). Regem-se pelo princípio da legalidade, ao contrário do princípio do 
autorregramento (autonomia) da vontade. No direito público os atos são solenes, enquanto no direito 
privado a regra é a liberdade de forma. Outro elemento complementar típico do ato jurídico de direito 
público consiste na publicidade (pressuposto de eficácia). 
 
ATO JURÍDICO STRICTO SENSU 
 
3.6.1. Noções gerais 
 
Vicente Ráo, José Abreu, Marcos Bernardes de Mello. Também denominado de ato “não-
negocial”, o ato jurídico em sentido estrito traduz um simples comportamento humano voluntário e 
consciente, cujos os efeitos estão previamente determinados em lei. 
É o fato jurídico que tem por elemento nuclear do suporte fático manifestação ou declaração 
unilateral de vontade cujos efeitos jurídicos são prefixados pelas normas jurídicas e invariáveis, não 
cabendo às pessoas qualquer poder de escolha da categoria jurídica ou de estruturação do 
conteúdo das relações jurídicas respectivas. Exemplo: Reconhecimento de filiação, constituição de 
domicílio. 
Este tipo de ato pode ser exemplificado nos meros atos materiais e nos de comunicação. 
Não existe autonomia no ato-jurídico em sentido estrito?? CUIDADO: não existe autonomia 
para escolha dos efeitos, existe autonomia para a realização do ato. NÃO SE ESCOLHE O 
EFEITO JURÍDICO QUE RESULTA. 
 
3.6.2. Classificação dos atos jurídicos stricto sensu 
 
1) Reclamativos 
 
Consubstanciados em reclamações ou provocações. Exemplo: interpelação para constituir o 
devedor em mora ou para que o credor exerça seu direito de escolha nas obrigações alternativas; 
 
2) Comunicativos 
 
Constituídos por comunicações de vontade, que, de regra, têm a finalidade de dar ciência a 
alguém. Exemplo: comunicação de escolha da prestação, permissão para sublocar. 
 
3) Enunciativos 
 
Exteriorizações de conhecimento ou sentimento. Exemplo: reconhecimento de paternidade e 
de maternidade fora do casamento, confissão, perdão, quitação. 
 
4) Mandamentais 
 
Manifestações de vontade que se destinam a impor ou proibir um determinado procedimento 
por parte de outra pessoa. Exemplo: manifestação do proprietário para exigir que o dono do prédio 
vizinho proceda à sua demolição ou reparação, quando ameaça ruína. 
 
5) Compósitos 
 
Manifestações de vontade que não bastam em si, pois necessitam de outras circunstâncias 
para se completarem. Exemplo: constituição de domicílio (fixação de residência + ânimo definitivo), 
gestão de negócio (vontade de gerir negócio alheio + efetiva gestão). 
 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
3.7.1. Noções gerais 
 
O negócio jurídico, por sua vez, pedra de toque das relações econômicas mundiais, é na sua 
essência de estrutura mais complexa do que o ato em sentido estrito; isso porque, no NJ temos uma 
declaração de vontade, emitida segundo princípio da autonomia privada, pela qual o agente, nos 
limites da função social e da boa-fé objetiva, disciplina efeitos jurídicos possíveis escolhidos segundo 
a sua própria liberdade negocial. 
Exemplo: contrato, testamento. 
“O NJ sem que seja o mínimo de autonomia privada, equivale a um corpo sem alma.” Ainda 
assim tem limites, limites constitucionais. 
A vontade é manifestada para compor o suporte fático de certa categoria jurídica, à sua escolha, 
visando à obtenção de efeitos jurídicos que tanto podem ser predeterminados pelo sistema, como 
deixados, livremente, a cada um. 
 
3.7.2. Classes de negócios jurídicos 
 
1) Negócios jurídicos unilaterais, bilaterais e plurilaterais 
 
Não confundir lateralidade com pessoalidade. Não importam quantos figurantes manifestaram 
a vontade negocial, mas o número de LADOS de que partem as manifestações. 
Unilaterais: constituem-se de uma única manifestação de vontade. Quando há 
receptividade, o FATO DE SER DIRIGIDA A ALGUÉM NÃO O BILATERALIZA, TENDO O 
DESTINATÁRIO APENAS UM PAPEL PASSIVO. A receptividade, em regra, CONSTITUI APENAS 
PRESSUPOSTO DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO UNILATERAL, não de sua existência. Em geral, não 
podem ser modificados, sendo irrevogável a manifestação de vontade que o constitui (é permitido que 
se ponha, na própria manifestação de vontade, a sua revogabilidade). Exemplo: instituição de 
fundação, testamento, aceitação e renúncia de herança, derrelicção, oferta, promessa de recompensa, 
emissão de título de crédito. 
Bilaterais: necessitam, para existir, de duas manifestações de vontades diferentes, porém 
recíprocas, concordantes e coincidentes, sobre o mesmo objeto. Elemento essencial é o acordo. Em 
geral, há uma oferta e uma aceitação, negócios jurídicos unilaterais,

Outros materiais