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1 NEGÓCIO JURÍDICO ELEMENTOS ESSENCIAIS ELEMENTOS ACIDENTAIS Plano da Eficácia Condição Termo Encargo NEGÓCIO JURÍDICO Plano de Validade Agente Capaz Objeto lícito e possível Forma prescrita ou não defesa em lei Plano de Existência Partes Vontade Objeto Forma ELEMENTOS ESTRUTURAIS 2 ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO TERCEIRO DEGRAU: o plano da eficácia. Estão as conseqüências do negócio jurídico, seus efeitos práticos no caso concreto. Elementos acidentais (condição, termo e encargo). SEGUNDO DEGRAU: o plano da validade. Os substantivos recebem os adjetivos. Requisitos de validade (art 104) -> partes capazes, vontade livre (sem vícios), objeto lícito, possível ou determinado ou determinável, e forma prescrita ou não defesa em lei. Temos aqui os requisitos da validade. Não há dúvida, o código civil adotou o plano da validade. Se tenho um vício de validade, ou problema estrutural, ou funcional, o negocio jurídico será nulo (166 e 167) ou anulável (171). PRIMEIRO DEGRAU: o plano da existência. Onde estão os elementos mínimos, os pressupostos de existência. Sem eles, o negócio não existe. Substantivos (partes, vontade, objeto e forma) sem adjetivos. Se não tiver partes, vontade, objeto e forma, ele não existe. Esta tricotomia é também chamada de Escada Ponteana porque na visão de Pontes de Miranda, o negócio jurídico é dividido em três planos, o que gera um esquema gráfico como uma estrada com três degraus, denominada por parte da doutrina, como escada ponteana. 3 PLANO DA EXISTENCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO Neste plano vamos estudar os elementos constitutivos do negócio jurídico, sem os quais, estar-se-ia diante de um “não ato”, não havendo que se cogitar em validade e eficácia. São elementos sem os quais nenhum negócio jurídico existe. 4 São os elementos constitutivos do NJ: i. Manifestação de vontade; ii. Agente emissor de vontade iii. Objeto; e iv. Forma. PLANO DA EXISTENCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO 5 PLANO DA EXISTENCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO Manifestação da vontade: A exteriorização da vontade Expressa: através da palavra escrita ou faladas, gestos, ou sinais. Tácita: aquela que resulta de um comportamento do agente, que demonstre implicitamente, sua anuência 6 Manifestação da vontade O Silêncio - quem cala consente??? O silêncio apenas terá valor jurídico se a lei o determinar, ou se acompanhado de certas circunstâncias ou de usos e costumes do lugar, indicativos da possibilidade de manifestação de vontade. (art. 111, CC/02) Ex. art. 539 e 659, do CC/02 PLANO DA EXISTENCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO 7 PLANO DA EXISTENCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO Agente emissor de vontade Sem o sujeito, não poderá se falar em ato, mas tão somente em fato jurídico em sentido estrito(natural). Logo a participação do sujeito( pessoa natural ou jurídica) é indispensável para configuração existencial do NJ. 8 Objeto Todo NJ pressupõe a existência de um objeto – utilidade física ou ideal – em razão da qual giram os interesses das partes. PLANO DA EXISTENCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO 9 Forma Meio pelo qual a declaração se exterioriza, ou o tipo de manifestação através da qual a vontade chega ao mundo. A forma pela qual se manifeste a vontade, uma vez que a simples intenção encerrada na mente do agente não interessa para o direito. PLANO DA EXISTENCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO 10 Forma Não confundir Forma ҂ Forma legalmente prescrita. PLANO DA EXISTENCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO 11 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Plano da Validade do NJ (art.104 CC/02) • Aqui vamos analisar eficiência dos elementos do negócio jurídico. • È composto por requisitos, os quais são na verdade qualificações dos quatro elementos da existência impostas pela lei. O art. 104 do CC é o dispositivo que indica quais os requisitos qualificadores dos elementos do negócio jurídico para que se possa reputá-lo válido. 12 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Plano da Validade do NJ (art.104 CC/02) Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. 13 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Plano da Validade do NJ I -Manifestação de vontade livre e de boa-fé II – agente emissor da vontade capaz e legitimado; III - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; IV - forma prescrita ou não defesa em lei. 14 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Manifestação de vontade Deve ser livre e não estar impregnada de malícia(má- fé). Para que se tenha uma manifestação de vontade válida, devem-se observar os seguintes princípios: Principio da autonomia privada; Principio da boa-fé. 15 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Principio da autonomia privada: Traduz a liberdade de atuação do indivíduo no comércio jurídico, liberdade negocial. Limites da autonomia privada: a) A lei b) A moral c) A ordem pública 16 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Principio da boa-fé: Erige-se em preceito ético informador da vontade negocial. Se uma das partes obteve da outra o sei consentimento por dolo, coação, por exemplo violou- se este principio, e o negócio resultante há que ser invalidado. 17 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO • Agente emissor da vontade capaz e legitimado. • Se a pessoa natural, lhe faltar a plena capacidade para a prática de atos jurídicos deverá ser representada ou assistida, para imprimir validade do ato praticado. 18 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO • Agente emissor da vontade capaz e legitimado. • Absolutamente incapaz – Negócio Nulo( art. 166, I CC/02) • Relativamente incapaz – Negócio Anulável( art. 171, I CC/02) 19 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO • Agente emissor da vontade capaz e legitimado. • Não basta a capacidade para ser valido o NJ deverá ainda ser legitimo. • Legitimidade- se não há nenhum impedimento. Ex. o tutor, plenamente capaz , não pode, mesmo em hasta pública, adquirir bens do tutelado; dois irmão maiores e capazes não podem se casar; o excluídopor indignidade, mesmo sendo capaz não pode herdar da pessoa que é considerado indigno. 20 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO • Representação. • A representação é a atuação jurídica em nome de outrem. • - É a forma de manifestação de vontade do representado através do representante. • - Pode nascer da lei ou do contrato. (art. 115/CC/02) Representação: é a possibilidade de outro praticar atos da vida civil no lugar do interessado, de forma que o primeiro, o representante, possa conseguir efeitos jurídicos para o segundo, o representado, do mesmo modo que este poderia fazê-lo pessoalmente. Pode ser legal ou voluntária. O representante posiciona-se de maneira que conclua negócios em lugar diverso de onde se encontra o representado, ou quando este seencontra temporariamente impedido de atuar na vida negocial, ou ainda quando o representado não queira envolver-se diretamente na vida dos negócios. Representar, portanto, é agir em nome de outrem. Quem age em nome de outrem sem poderes pratica ato nulo ou anulável. Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado. 21 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO O representante atua em nome do representado, no lugar do representado. O representante conclui o negócio não em seu próprio nome, mas como pertencente ao representado. Quem é a parte no negócio é o representado e não o representante. O representante é um substituto do representado, porque o substitui não apenas na manifestação externa, fática do negócio, como também na própria vontade do representado. 22 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO A representação legal ocorre quando a lei estabelece, para certas situações, uma representação, o que ocorre no caso dos incapazes, na tutela, curatela etc. Nesses casos, o poder de representação decorre diretamente da lei, que estabelece a extensão do âmbito da representação, os casos em que é necessária, o poder de administrar e quais as situações em que se permite dispor dos direitos do representado. Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código. (ex. art. 653 CC/02) 23 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO A representação voluntária é baseada, em regra, no mandato, cujo instrumento é a PROCURAÇÃO. O vigente Código Civil traz, em sua parte geral, disposições gerais sobre a representação (arts. 115 a 120), distinguindo o art. 115 essas duas formas de representação, conferidas "por lei ou pelo interessado". 24 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Quando se trata da representação legal, é na lei que se procura o teor do poder de representação. O pai, na administração de bens do filho, possui poderes gerais de gerência, não podendo, contudo, aliená-los ou gravá-los, sem autorização judicial. Para contrair obrigações, o princípio é o mesmo. Tal não ocorre, porém, quando se tratar de aquisição de direitos que, em tese, beneficiam o menor ou incapaz. A lei tem em mira, aí, a proteção ao incapaz de consentir. Na representação voluntária, é na vontade emitida pelo representado que se deve aquilatar a extensão dos poderes outorgados ao representante. O representante legal pode, por sua vez, constituir representante voluntário que representará o incapaz em determinados atos. 25 CONTRATO CONSIGO MESMO (Autocontratação O instituto está regulado no artigo 117 do Código Civil, segundo o qual Note-se que estamos diante de uma exceção, haja vista que, regra geral, o mandatário (representante), não pode atuar em seu próprio interesse, não lhe sendo lícito celebrar contrato consigo mesmo, ainda que não exista conflito de interesse. Sendo assim, apenas excepcionalmente o mandante ou a lei podem autorizar que o mandatário atue em nome do representado e que também se apresente como a outra parte do negócio jurídico a ser celebrado. Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos. 26 CONTRATO CONSIGO MESMO (Autocontratação Exemplificando: “Nilo" outorga procuração para “Francisco", para que esse realize a venda de sua casa. Ocorre que “Francisco" se interessa pelo imóvel e decide adquiri-lo. A celebração do contrato de compra e venda e, da respectiva escritura envolverá apenas uma pessoa: “Francisco", que, de um lado, estará representando “Nilo" e, de outro, os seus próprios interesses. Em sendo esse o caso, deve-se compreender que, embora fisicamente haja uma única pessoa (Francisco), são duas as manifestação de vontade, uma, como representante de ‘Nilo’ e a outra, como parte do negócio jurídico celebrado. 27 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. É importante que os terceiros tenham ciência da representação, sob pena de inviabilizar o negócio jurídico. Essa é uma das questões fulcrais da matéria. Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. 28 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO • Objeto lícito. • A licitude traduz a idéia de estar o objeto dentro do campo de permissibilidade normativa, o que significa dizer não ser proibido pelo direito e pela moral. • Estar de acordo com a lei. • Ex.: corretagem matrimonial, a compra e venda de objeto roubado, o contrato de prestação de serviços sexuais. • Ilicito o objeto o NJ será nulo. 29 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO • Objeto Possível – física e juridicamente • O objeto deve respeitar as leis naturais. • É fisicamente impossível a alienação de um imóvel situado na lua. • Obs.: A referida impossibilidade só invalida o negócio se for absoluta, uma vez que, se relativa, permite, em tese a realização por terceiros, às custas do devedor. 30 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO • Objeto determinado ou determinável • O objeto deve conter elementos mínimos de individualização que permita caracterizá-lo. 31 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO • Forma adequada(livre ou legalmente prescrita) • Art. 107, Código Civil. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. • Observa-se que os negócios jurídicos, como regra geral, podem ser realizados de acordo com a conveniência da forma preferida pelas partes. Ou seja, a forma, em regra, é livre. 32 PLANO DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO • Forma adequada(livre ou legalmente prescrita) Art. 108, CC/02. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. • Forma única – é aquela que, por lei, não pode ser preterida por outra
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