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NEGÓCIO JURÍDICO Parte I Geraldo Magela Batista Faculdade de Direito de Ipatinga – FADIPA Email: gmbui33431@bol.com.br mailto:gmbui33431@bol.com.br Requisitos de existência são os elementos estruturais do negócio jurídico, faltando qualquer deles, o negócio não existe. Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico • Agente capaz • Objeto lícito, possível, determinado ou determinável • Forma prescrita ou não defesa em lei. Disposições Gerais Artigo 104 CC Artigo 107 CC - A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Mas a Vontade (consentimento) tem que existir Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Disposições Gerais • Agente (Partes) • Vontade • Objeto • Forma Plano da Existência Escada Ponteana Plano da Existência • Agente (Partes) • Vontade • Objeto • Forma Plano da Validade • Capaz (Capacidade) • Consentimento (Liberdade) • Lícito e possível • Prescrito e não defeso em lei Plano da Eficácia Efeito do negócio jurídico Disposições Gerais Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Disposições Gerais Artigo 105 CC - A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. • Só poderá ser formulada pelo próprio incapaz ou pelo seu representante para defesa de seu patrimônio contra abusos de outrem. • O contratante capaz não poderá alegar a incapacidade deste em seu próprio proveito (se arrepender do negócio, por exemplo). Mas... Se o objeto ou a obrigação comum for indivisível, ante a impossibilidade de separar o interesse dos contratantes, o capaz estará autorizado legalmente a invocar em seu favor a incapacidade relativa. Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Disposições Gerais Artigo 106 CC - A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. • Impossibilidade relativa: A prestação puder ser realizada por outrem, embora não o seja pelo devedor. N Não invalida o negócio jurídico. • Cessação da impossibilidade: Quando o objeto impossível, tiver sua eficácia subordinada a um evento futuro e incerto, e aquela impossibilidade cessar antes de realizada a condição. Negócio Jurídico será válido. Disposições Gerais Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Artigo 108 CC - Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no país. Conclusão: Todos os negócios envolvendo direitos reais sobre imóveis não podem ser realizados sem escritura pública. Salvo ... • Nos casos previstos em lei especial • Quando valor do imóvel não ultrapassar a 30 vezes o maior salário mínimo vigente no País. Disposições Gerais Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Artigo 109 CC - No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato. Exemplos: Estatuto de um condomínio pode exigir uma “Procuração Pública” para que o procurador possa votar em nome de um condômino. Se ocorrer uma reunião e depois observado que a procuração não foi realizado como instrumento público (cartório), as decisões são passíveis de anulação. Do ponto de vista do direito, somente vontade que se exterioriza é considerada suficiente para compor suporte fático de negócio jurídico. A vontade que permanece interna, como acontece com a reserva mental, não serve pelo de ser difícil apuração. Artigo 110 - A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Disposições Gerais Formas da Manifestação da vontade • Expressa: Manifestação clara. Pode ser escrita ou realizada por meio de sinais e gestos. não podendo deixar dúvidas sobre a vontade. • Tácita: Nesse caso, da atitude da parte se deduz a vontade. Um táxi estacionado em seu ponto ou próximo a eventos. De tal atitude, se deduz que ele esteja disponível. • Presumida: Financiamento. Quando o credor paga a última parcela, presume-se que houve a quitação da dívida, salvo se comprovado o contrário. Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Disposições Gerais O silêncio. Tem validade jurídica? Sim. Mas depende. Artigo 111 - O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. O silêncio no direito privado implica anuência, ou seja, um consentimento tácito. O legislador impôs duas circunstâncias para que o silêncio tenha a característica de aceitação: • Circunstâncias em que o silêncio foi utilizado ou quando o uso do silêncio indica claramente ou costumeiramente uma aceitação. • Que não haja obrigatoriedade de vontade expressa, por força de lei, para a realização do negócio jurídico. Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Disposições Gerais Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Artigo 112 - Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Divergências em Contratos ou cláusulas: • Vontade (intenção) • Palavras empregadas Exemplo – Consta em convenção coletiva de trabalho que a empresa pagará a seus trabalhadores vale refeição. No entanto ela fornece refeição e não o vale. Já houve uma ação neste sentido contra empresa (TRT7) e prevaleceu este artigo, pois a intenção “fornecer alimentação” foi atendida. Disposições Gerais Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Artigo 113 - Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. • Interpretados: Nem sempre são exatos • Boa-fé • Usos do Lugar Boa-fé • Subjetiva: Crença interna da pessoa. Ela não conhecimento do vicio. Exemplo: Maria casa com Manoel sem ter conhecimento de que ele já é casado. • Objetiva: Conduta baseada na honestidade entre as partes. Exemplo: João e José firmaram um contrato de compra e venda de uma casa. José alega que sua assinatura foi falsificada. De acordo com a honestidade das partes no NJ, José terá que provar que sua assinatura e falsa. Disposições Gerais Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico Artigo 114 - Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. Disposições Gerais • Benéficos: Uma parte tem o ônus e a outra o bônus. Exemplo: Contrato de doação, João dou sua casa para Maria. • Renúncia: Abrir mão de um direito. Exemplo: Joaquim renunciou ao quinhão a que tinha direito a herança de seu pai. • Interpretam-se estritamente: Limita-se ao texto. Exemplo: João dou sua casa para Maria. Não foi para o filho de Maria. Representação ocorre quando uma pessoa tem poderes para agir juridicamente em nome de outra. Considerações sobre a representação Representação Atenção: • Quem pratica o ato é o representante • Quem fica vinculada ao negócio jurídico é o representado Artigo 115 CC - Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. Considerações sobre a representação Representação Assim temos: • Representação legal: Quando está previsto em lei. Exemplo: Os paisem relação aos filhos menores, tutores e curadores. • Representação convencional (voluntária): Recebe de terceiro para exercer determinados negócio jurídico em seu nome. Ela é uma autorização privada mediante a outorga de procuração (que é instrumento do mandato) conforme artigo 653 CC. Temos a Representação Judicial que é o nomeado pelo juiz em face de processo. É caso do inventariante, do síndico da falência e o administrador da empresa penhorada. Artigo 115 CC - Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. Considerações sobre a representação Representação Atenção Artigo 149 CC – Em caso de Dolo: • Representação legal: Representando responde até a importância do proveito • Representação convencional (voluntária): Representado responde solidariamente. Artigo 116 CC - A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado. Considerações sobre a representação Representação Os efeitos jurídicos, da vontade do representante, produz efeitos para o representando. Tanto da representação legal ou na convencional. Desde que respeitado: Os limites de poderes. Exemplo: João confere uma procuração a José para realizar sua matricula no curso de Direito. Mas ele, sem constar na procuração, o matriculou também no curso de inglês. Excesso de poder (limites): Matricular no curso de Inglês O representante deve buscar os interesses do representado. Por este motivo: Não deve celebrar negócios consigo mesmo. Salvo se o permitir em lei ou o representado. Artigo 685 CC – Prevê procuração em causa própria. Considerações sobre a representação Representação Artigo 117 CC - Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. Parágrafo único: Substabelecimento - Passar poderes para outras pessoas, tem como se celebrado pelo representado o fosse. Considerações sobre a representação Representação Artigo 118 CC - O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. • Qualidade de representante • Extensão de seus poderes • Natural: Exemplo - Registro civil, Termo de Tutela. • Legal: Exemplo - Contrato social, Estatuto. • Convencional - Exemplo: Instrumento de mandato (procuração). Considerações sobre a representação Artigo 119 CC - É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. Conflito de interesse: • Abuso de Direito • Excesso de Poder • É anulável se o conflito de interesses era do conhecimento da outra parte. • É de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação. Representação Considerações sobre a representação Artigo 120 CC - Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste código. • Legal: Normas respectivas (especiais e código Civil). Exemplo - Tutela (artigo 36 ao 38 do Estatuto da Criança e do Adolescente). • Convencional: Código Civil - Parte especial Artigos 653 ao 692. Representação Elementos acidentais do negócio jurídico • Uma Condição • Um Termo • Um Encargo Elemento Acidental Artigos 121 ao 137 CC Tem por função alterar ou determinar alguma consequência na eficácia do negócio jurídico de alguma forma. Excepcionalmente as partes podem inserir: Elementos acidentais do negócio jurídico • Condição Suspensiva • Condição Resolutiva Elemento Acidental Condição (se...) Subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto, somente existe condição quando termos o evento tanto futuro quanto incerto, se faltar um deles a condição não existe. Ela pode ser: Elementos acidentais do negócio jurídico Elemento Acidental Condição Suspensiva (se...) Suspende a aquisição do direito enquanto não for implementada a condição suspensiva imposta pelas partes. Artigo 125 CC Exemplo Um pai promete dar um carro para um filho se ele passar no curso de Direito na UFMG. Enquanto o filho não passar ele não terá direito ao carro. Futuro e incerto: Ele só exercerá o direito se for aprovado no vestibular do curso de Direito na UFMG. Elementos acidentais do negócio jurídico Elemento Acidental Condição Resolutiva (se...) Na condição resolutiva, vigorará o negócio enquanto esta não se realizar. Artigo 127 CC Exemplo Um pai doa uma casa para a filha, com a condição de que ela não se separe do marido. Se ela divorciar, o imóvel volta para a propriedade do pai. Futuro e incerto: Ela pode vir a separar. Mas exercerá o direito enquanto não divorciar. Elementos acidentais do negócio jurídico Elemento Acidental Termo ou Prazo (Quando...) Os contratantes vinculam os efeitos desejados a um evento futuro e certo. Logo, o termo usa muito a expressão “QUANDO”, Exemplo você pagará R$ 30,00 dia 2 de março, R$ 35,00 dia 2 de abril, R$ 40,00 dia 2 de março..." está-se, assim, vinculando efeitos jurídicos. O evento e futuro e certo, pois já se sabe a data do vencimento (quando). Elementos acidentais do negócio jurídico Elemento Acidental Cuidado com a palavra “Morte” • Condição - Futuro e Incerto “Se eu morrer até o fim do ano meu carro é seu. • Termo - Futuro e Certo “Quando eu morrer meu carro é seu” Elementos acidentais do negócio jurídico Elemento Acidental Encargo Artigo 136 e 137 CC: Prática de uma liberalidade subordinada à um ônus. Por exemplo a doação de um terreno com o encargo de que nele seja construído uma escola. O encargo deve ser cumprido, caso não seja, a pessoa que praticou a doação poderá pedir a revogação ou o cumprimento do encargo. O encargo, usam-se muito as expressões “desde que”, “com incumbência de”, “com o compromisso de”. Tanto o exercício quanto a aquisição são imediatos se não houver disposição em contrário. Defeitos no Negócio Jurídico - Quando há um vicio que incida: • Sobre a Vontade da Pessoa Vícios do consentimento • Com a intenção de prejudicar terceiros Vícios sociais Defeitos do Negócio Jurídico Vícios de consentimento Vontade real da vontade declarada Exemplo: Assinatura de uma escritura pública de compra e venda com uma arma apontada na cabeça. • Vontade real Não queria assinar • Vontade declarada A pessoa assinou Defeitos do Negócio Jurídico Vícios do consentimento Defeitos do Negócio Jurídico Nos vícios do consentimento o prejudicado é um dos contratantes, pois a manifestação da vontade não corresponde com o seu íntimo e o seu verdadeiro querer. • O erro ou ignorância • O dolo • A coação • O estado de perigo • A lesão São vícios do consentimento Prazo de decadência para pleitear anulação do negócio jurídico 4 anos • Coação: do dia em que ela cessar • Erro, dolo, estado de perigo ou lesão: do dia em que se realizou o negócio jurídico • Atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade Vícios do consentimento Passando os 4 anos, sem uma ação anulatória de ato jurídico por vício de consentimento, o negócio jurídico é convalidado (validado). Defeitos do Negócio Jurídico Vícios do consentimento Defeitosdo Negócio Jurídico Erro ou Ignorância: Ninguém induz o sujeito a erro, é ele quem tem na realidade uma noção falsa sobre determinado objeto. Esta falsa noção é o que chamamos de ignorância, ou seja, o completo desconhecimento acerca de determinado objeto. • Erro acidental: Sobre a qualidade secundária da pessoa ou objeto. Não vicia o ato jurídico, pois não incide sobre a vontade. • Erro substancial: Refere-se à natureza do próprio ato e incide sobre as circunstâncias principais do negócio jurídico. Este erro enseja a anulação do negócio pois uma das partes ignora uma das facetas do Negócio Jurídico. Defeitos do Negócio Jurídico Vícios do consentimento Dolo: É o meio empregado para enganar alguém. Ocorre dolo quando o sujeito é induzido por outra pessoa a cometer o erro. Defeitos do Negócio Jurídico Vícios do consentimento Coação: Ocorre com o constrangimento a uma determinada pessoa, feita por meio de ameaça com intuito de que ela pratique um negócio jurídico contra sua vontade. Pode ser : • Física (absoluta) • Moral (compulsiva) Defeitos do Negócio Jurídico Vícios do consentimento Estado de Perigo: É quando alguém, premido de necessidade de se salvar ou a outra pessoa de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Atenção: • O juiz pode também decidir que ocorreu estado de perigo com relação à pessoa não pertencente à família do declarante. • No estado de perigo o declarante não errou, não foi induzida a erro ou coagido, mas, pelas circunstâncias foi obrigada a celebrar um negócio desfavorável. • É necessário que a pessoa que se beneficiou do ato saiba da situação desesperadora da outra pessoa. Defeitos do Negócio Jurídico Vícios do consentimento Lesão: Ocorre quando determinada pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestadamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Caracteriza-se por um abuso praticado em situação de desigualdade, evidenciando-se um aproveitamento indevido na celebração de um negócio jurídico. • Fraude contra credores Negócio realizado para prejudicar o credor quando o devedor se torna insolvente. • Simulação (passivo de Nulidade) Declaração enganosa da vontade, visando obtenção de resultado diverso da finalidade aparente, para iludir terceiros ou burlar a lei. Vícios Sociais Defeitos do Negócio Jurídico Materializa-se em atos contrários à boa fé ou à lei, prejudicando terceiro. São vícios Sociais São vícios sociais - Conclusão 1. Prejudicar terceiros 2. Ferir a lei ou a boa-fé Aqueles que incidem sobre o negócio jurídico com a intenção: Fraude contra credores - Artigos 158 a 165 CC Defeitos do Negócio Jurídico • Na simulação, a vítima é lesada sem participar do negócio simulado. As partes fingem ou simulam uma situação visando fraudar a lei ou prejudicar terceiros. • No dolo, a vítima participa diretamente do negócio, mas somente a outra conhece a maquinação e age de má-fé". Defeitos do Negócio Jurídico Observações para tirar dúvidas Diferença entre Dolo é Simulação É Nulo: - Artigo 166 CC • Celebrado por pessoa absolutamente incapaz • For ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto • O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito • Não revestir a forma prescrita em lei • For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade • Tiver por objetivo fraudar lei imperativa • A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção Invalidade do Negócio Jurídico Mas ... Subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. É Nulo: Negócio jurídico simulado é nulo - Artigo 167 CC Invalidade do Negócio Jurídico A simulação ocorre quando as partes, maliciosamente, pactuam um determinado negócio jurídico, mas na verdade desejam outros efeitos, visando fraudar a lei ou terceiros. Mas ... Subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. É Nulo: Negócio jurídico simulado é nulo - Artigo 167 CC Invalidade do Negócio Jurídico Haverá simulação quando: • Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; • Contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não • Os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado Nulidade do Negócio Jurídico NULIDADES Invalidade do Negócio Jurídico Não convalesce pelo decurso do tempo (prescrição e decadência) Nem o juiz nem as partes podem suprir Devem ser pronunciadas de ofício pelo juiz Podem ser alegadas por qualquer interessado e pelo MP Artigo 169 CC Artigo 168 CC Artigo 168 CC Artigo 168 CC Artigo 168 CC Atenção: Artigo 170 CC: Trouxe uma importante medida conservatória do negócio jurídico denominada conversão. Consiste no aproveitamento de elementos materiais de um negócio nulo ou anulável, transformando-o em outro válido e lícito. ANulidade do Negócio Jurídico Invalidade do Negócio Jurídico Artigo 171 - Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: • Por incapacidade relativa do agente • Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico • Há possibilidade do aproveitamento dos negócios jurídicos anuláveis. Basta, tão e somente, sejam eles ratificados pelas partes. • É pacífico o entendimento acerca da possibilidade de se convalidarem os negócios jurídicos anuláveis (Artigo 172 ao Artigo 184). Anulidade – Pequeno Resumo ANULIDADES Invalidade do Negócio Jurídico Convalesce pelo decurso do tempo (prescrição e decadência) Podem ser confirmada pelas partes, salvo direito de terceiro. Não podem ser pronunciadas de ofício pelo juiz não podem ser alegadas por qualquer interessado. Apenas pelas partes Artigo 178 e 179 CC Artigo 172 CC Artigo Artigo 177 CC Artigo 177 CC Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico A anulabilidades caducam. O Artigo 178 CC/2002 estabelece quatro anos de prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico. • No caso de coação, do dia em que ela cessar • No de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico • No de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade Atenção... Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico Atenção... A anulabilidades caducam. Quando lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será de dois anos, a contar da data da conclusão do ato, segundo o Artigo 179 do CC. Quando for anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam. Se não for mais possível, serão indenizadas com o equivalente, na regra do Artigo 182 CC. Artigo 182 CC - Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente. Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico Atenção aos atos praticados pelos relativamente incapazes. Exceção à regra de que o ato praticado por incapaz sem assistência é anulável • Artigo 180 CC - O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. •Artigo 181 CC - Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga. Se provar que o pagamento feito ao incapaz reverteu em benefício dele, o ato é válido Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico Artigo 173 CC - O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo. • Precisa conter claramente a livre intenção de confirmar o negocio sabidamente anulável. • Precisa conter, por extenso, o contrato primitivo que se pretende convalidar, indicando-o de modo que não haja dúvida alguma. • Não se poderá fazer uso de frases vagas ou imprecisas, pois a vontade de ratificar deverá constar de declarações explícitas e claras. Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico Artigo 174 CC - É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava. • É um confirmação tácita pelo fato da obrigação já cumprida em parte pelo devedor, mesmo ciente do vício que a inquinava. • O mesmo vale para quando o devedor consumar-se a decadência de seu direito. • A vontade de confirmar está ínsita, pois, mesmo sabendo do vício, não se importou com ele, e teve a intenção de confirmá-lo e de não reparar a mácula nele contido. Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico Artigo 175 CC - A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos artigos 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor. • Expressa ou tácita, importa a extinção de todas as ações ou exceções de que dispusesse o devedor contra o negócio anulável. • Subentende-se que houve renúncia a qualquer providência que possa obter a decretação judicial da nulidade relativa. Artigo 176 - Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente. Trata-se da convalidação posterior de negócio anulável. Se a nulidade relativa do ato ocorrer por fala de autorização de terceiro, passará a ter validade se, posteriormente, a anuência se der. Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico Artigo 183 - A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio. Exemplo: Locação. Contrato. Incapaz. Curador. Não há falar em nulidade pelo fato de não ter constado o nome do incapaz no contrato, mas sim da curadora que sempre agiu no interesse da pupila do incapaz, depois de nomeada por decisão judicial para o exercício da curatela. Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico Artigo 184 - Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. Atenção... • A nulidade parcial de um ato não o atingirá na parte válida, se esta puder subsistir autonomamente. • A nulidade da obrigação principal implicará a da acessória. Exemplo: a nulidade de um contrato de locação acarretará a da fiança. • A nulidade da obrigação acessória não atingirá a obrigação principal, que permanecerá válida e eficaz. Se numa locação for anulada a fiança, o pacto locatício subsistirá. Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico Artigo 184 - Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. Atenção... • A nulidade parcial de um ato não o atingirá na parte válida, se esta puder subsistir autonomamente. • A nulidade da obrigação principal implicará a da acessória. Exemplo: a nulidade de um contrato de locação acarretará a da fiança. • A nulidade da obrigação acessória não atingirá a obrigação principal, que permanecerá válida e eficaz. Se numa locação for anulada a fiança, o pacto locatício subsistirá. Da convalidação dos negócios anuláveis Invalidade do Negócio Jurídico Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do título anterior. Artigo 185 Atos Jurídicos Lícitos Atos Jurídicos Lícitos Condutas humanas que produzem efeitos jurídicos. Caracteriza-se pelo fato de ter seus efeitos predeterminados pela lei e depende do querer do homem em praticá-lo ou não. Contato Email: gmbui33431@bol.com.br mailto:gmbui33431@bol.com.br
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