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Apostila 1 - Direito Constitucional II - 2016 - 1º - Competências e estatuto dos congressistas

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1 
REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIAS 
 
 Como se sabe, o Brasil adotou a forma federativa de Estado, declarando a autonomia 
dos seus entes (CF, caput do art. 18), os quais, por essa razão, são dotados de competências. 
 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta 
Constituição. 
 
 Em outras palavras, no Estado Federal, há uma distribuição constitucional de poderes 
(competências – parcelas do poder) entre os entes federados, para que possam desenvolver 
suas atividades. 
 A definição de competências variará de acordo com o ponto de vista de cada autor.
 Para Uadi Lammêgo Bulos
1
 “competências federativas são parcelas de poder 
atribuídas, pela soberania do Estado Federal, aos entes políticos, permitindo-lhes tomar 
decisões, no exercício regular de suas atividades, dentro do círculo pré-determinado pela 
Constituição da República”. 
 Basta compreendê-la, contudo, como um conjunto de atribuições, ou poderes, 
dedicados a alguém (ente ou órgão). 
 O estudo da repartição constitucional de competências visa à compreensão dos 
poderes (atribuições) constitucionalmente concedidos aos componentes da República 
Federativa do Brasil. 
 
Princípio da predominância do interesse 
 
 O Princípio da predominância do interesse é um princípio básico norteador da 
repartição de competências do Estado Federal, significando que: 
 Caberá à união aquelas matérias de interesse predominantemente geral/nacional; aos 
estados-membros caberão as matérias relativas ao interesse predominantemente regional; 
 
1
 BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 974. 
 
 
 
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2 
compete aos municípios as matérias que tratarem dos assuntos de interesse 
predominantemente local. 
 Bulos
2
 alerta que, entretanto, dados assuntos não dizem respeito unicamente à União, 
interessando também aos Estados, bem como que, ao mesmo tempo, temas de interesse local 
podem repercutir no Brasil inteiro, como a problemática que envolve a devastação da floresta 
amazônica, da transposição do rio São Francisco, da seca do Nordeste, entre outros. 
 
Modelos de repartição de competências 
 
 Existem variadas técnicas de repartição de competências, consistindo basicamente na 
conjugação de poderes enumerados, reservados ou remanescentes, comuns, concorrentes, 
suplementares e residuais. 
 Em países como Estados Unidos, Suíça, Argentina, México, Austrália, entre outros, 
enumeram-se as competências da união, reservando-se aos estados os poderes remanescentes. 
 No Canadá é o inverso, enumerando-se os poderes dos estados, sendo reservadas à 
união as competências remanescentes. 
 Na Índia e Venezuela há a técnica da enumeração exaustiva. Vale dizer, enumeram-se 
exaustivamente as competências das entidades federativas. 
 Aqui no Brasil, a Constituição Federal de 1988 adotou um sistema bastante complexo, 
donde se enumeram os poderes da união e dos municípios (indicam-se dos municípios), 
reservando-se aos estados-membros os poderes remanescentes. 
 Há também competências comuns a todos os entes, bem como concorrentes à União, 
Estados e Distrito Federal. 
 No que concerne às matérias tributárias, a Constituição brasileira enumerou 
exaustivamente as competências de todos os entes, atribuindo à união a competência residual. 
 
 
Repartição horizontal e repartição vertical de competências 
 
2
 BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 976. 
 
 
 
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3 
 
 Na repartição horizontal de competências, cada ente exerce as suas atribuições nos 
limites fixados pela Constituição e sem relação de subordinação. No Brasil, via de regra, 
adota-se esse modelo (CF, arts. 21; 22; 23; 25, § 1º, 30; 32, § 1º) 
 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo 
território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, 
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência 
privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento 
econômico e social; 
 X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante concessão a empresas sob controle acionário estatal, os 
serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de dados e demais serviços públicos de 
telecomunicações, assegurada a prestação de serviços de informações por entidades de direito 
privado através da rede pública de telecomunicações explorada pela União. 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de 
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um 
órgão regulador e outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 
15/08/95:) 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações; 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;(Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 8, de 15/08/95:) 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em 
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, 
ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito 
Federal e dos Territórios; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos 
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, 
de 2012) (Produção de efeito) 
XIV - organizar e manter a polícia federal, a polícia rodoviária e a ferroviária federais, bem como a 
polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal e dos Territórios; 
 
 
 
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4 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito 
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços 
públicos, por meio de fundo próprio;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de 
âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo,de diversões públicas e de programas de rádio e 
televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as 
secas e as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga 
de direitos de seu uso; (Regulamento) 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e 
transportes urbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aérea e de fronteira; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal 
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de 
minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante 
aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para a pesquisa 
e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas; 
c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a 
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, 
de 2006) 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de 
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 49, de 2006) 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Incluída pela 
Emenda Constitucional nº 49, de 2006) 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma 
associativa. 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do 
trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
 
 
 
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5 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e 
dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da 
Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito) 
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização 
das polícias militares e corpos de bombeiros militares; 
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para a administração 
pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas 
diversas esferas de governo, e empresas sob seu controle; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações 
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, 
nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas 
das matérias relacionadas neste artigo. 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o 
patrimônio público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de 
deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os 
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor 
histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à 
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
 
 
 
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IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de 
saneamento básico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social 
dos setores desfavorecidos; 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos 
hídricos e minerais em seus territórios; 
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em 
âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético,histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas 
gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que 
lhe for contrário. 
 
 Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios desta Constituição. 
 § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 
 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada 
em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, 
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. 
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e 
Municípios. 
 
 
 
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7 
 
Competências dos entes federados 
 
 Este ponto trata das competências da união, dos estados-membros, do distrito federal e 
dos municípios. 
 
União 
 
 São competências da União: 
 Competências não legislativas – São aquelas competências em que a união praticará 
atos administrativos. Essas competências são classificadas como administrativas (Alexandre 
de Moraes) ou materiais (José Afonso da Silva). 
 
Competência exclusiva (CF, art. 21) – Referimo-nos àquelas matérias arroladas no art. 21 da 
Constituição Federal, em que apenas a união poderá exercer, sendo vedada sua delegação a 
qualquer ente. 
 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo 
território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, 
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência 
privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento 
econômico e social; 
 X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante concessão a empresas sob controle acionário estatal, os 
serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de dados e demais serviços públicos de 
telecomunicações, assegurada a prestação de serviços de informações por entidades de direito 
privado através da rede pública de telecomunicações explorada pela União. 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de 
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um 
 
 
 
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8 
órgão regulador e outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 
15/08/95:) 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações; 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;(Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 8, de 15/08/95:) 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em 
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, 
ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito 
Federal e dos Territórios; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos 
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, 
de 2012) (Produção de efeito) 
XIV - organizar e manter a polícia federal, a polícia rodoviária e a ferroviária federais, bem como a 
polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal e dos Territórios; 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito 
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços 
públicos, por meio de fundo próprio;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de 
âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e 
televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as 
secas e as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga 
de direitos de seu uso; (Regulamento) 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e 
transportes urbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aérea e de fronteira; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal 
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de 
minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante 
aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para a pesquisa 
e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas; 
c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a 
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, 
de 2006) 
 
 
 
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c) sob regimede permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de 
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 49, de 2006) 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Incluída pela 
Emenda Constitucional nº 49, de 2006) 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma 
associativa. 
 
 Competências legislativas – São aquelas competências em que a união exercerá uma 
atividade legiferante/legislativa (criará leis). 
 
Competência privativa (CF, art. 22) – As competências legislativas da união encontram-se 
consagradas no art. 22 da Constituição Federal (competência privativa). Por mais que o termo 
privativo possa, aprioristicamente, confundir-se com a expressão exclusivo, a competência 
privativa do art. 22 da Constituição Federal distingue-se da competência exclusiva pela 
possibilidade da primeira admitir delegação (CF, parágrafo único do art. 22), enquanto a 
segunda, prevista no art. 21 (exclusiva), é indelegável. 
 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo 
território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, 
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência 
privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento 
econômico e social; 
 X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante concessão a empresas sob controle acionário estatal, os 
serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de dados e demais serviços públicos de 
telecomunicações, assegurada a prestação de serviços de informações por entidades de direito 
privado através da rede pública de telecomunicações explorada pela União. 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de 
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um 
órgão regulador e outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 
15/08/95:) 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
 
 
 
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a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações; 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;(Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 8, de 15/08/95:) 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em 
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, 
ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito 
Federal e dos Territórios; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos 
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, 
de 2012) (Produção de efeito) 
XIV - organizar e manter a polícia federal, a polícia rodoviária e a ferroviária federais, bem como a 
polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal e dos Territórios; 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito 
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços 
públicos, por meio de fundo próprio;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de 
âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e 
televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as 
secas e as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga 
de direitos de seu uso; (Regulamento) 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e 
transportes urbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aérea e de fronteira; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal 
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de 
minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante 
aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para a pesquisa 
e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas; 
c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a 
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, 
de 2006) 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de 
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 49, de 2006) 
 
 
 
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11 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Incluída pela 
Emenda Constitucional nº 49, de 2006) 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma 
associativa. 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do 
trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outrosrecursos minerais e metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e 
dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da 
Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito) 
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização 
das polícias militares e corpos de bombeiros militares; 
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para a administração 
pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas 
diversas esferas de governo, e empresas sob seu controle; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações 
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, 
nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas 
 
 
 
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12 
das matérias relacionadas neste artigo. 
 
 Corroborando o que fora dito, vale analisar a passagem doutrinária a seguir: 
 
A diferença que se faz entre competência exclusiva e competência privativa 
é que aquela é indelegável e esta é delegável. Então, quando se quer atribuir 
competência própria a uma entidade ou a um órgão com possibilidade de 
delegação de todo ou em parte, declara-se que compete privativamente a ele 
a matéria indicada. Assim, no art. 22 se deu competência privativa (não 
exclusiva) à união para legislar sobre [...], porque o parágrafo único faculta à 
lei complementar autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas 
das matérias relacionadas nesse artigo. No art. 49, é indicada a competência 
exclusiva do Congresso Nacional. O art. 84 arrola a matéria de competência 
privativa do Presidente da República, porque seu parágrafo único permite 
delegar algumas atribuições ali arroladas. Mas a Constituição não é 
rigorosamente técnica neste assunto. Veja-se, por exemplo, que os arts. 51 e 
52 trazem matérias de competência exclusiva, respectivamente, da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal, mas diz que trata de competência 
privativa. Não é deste último tipo, porque são atribuições indelegáveis
3
. 
 
 Em face do que sustenta José Afonso da Silva, sugerimos a leitura minuciosa do 
dispositivo Constitucional no sentido de saber-se se dada competência é exclusiva ou 
privativa. Ou seja, para nós, necessário analisar os parágrafos do dispositivo (se houver) 
avistando-se se há ou não a possibilidade de delegação. Se não houver tal possibilidade, por 
mais que o enunciado do artigo refira-se à competência privativa, tratar-se-á a competência, 
em verdade, de uma competência exclusiva, por inadmitir delegação (ex: CF, art. 51 e 52). 
 
Municípios 
 
 São competências dos municípios: 
 
 Competências não legislativas – Tratam-se daquelas competências em que os 
municípios praticarão atos administrativos. Essas competências são classificadas como 
administrativas (Alexandre de Moraes) ou materiais (José Afonso da Silva). 
 
3
 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 480. 
 
 
 
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13 
Competência exclusiva – Aos municípios cabem as competências administrativas/materiais 
previstas do inciso III ao IX, todos do art. 30 da Constituição Federal. 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo 
da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos 
de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação 
infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à 
saúde da população; 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle 
do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação 
fiscalizadora federal e estadual. 
 
 Competências legislativas – São aquelas competências em que os municípios 
exercerão uma atividade legiferante/legislativa (criarão leis). 
 
Competência legislativa sobre interesse local (CF, I, do art. 30) – Aos municípios é atribuída a 
possibilidade de legislar sobre assuntos de interesse local. 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local. 
 
Competência legislativa suplementar (CF, II, do art. 30) – A Constituição Federal de 1988 
atribuiu aos municípios a possibilidade de suplementar a legislação federal e a estadual no que 
couber. 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber. 
 
 Frise-se que por força do dispositivo, possibilita-se aos municípios suplementar 
normas da união e dos estados-membros atinentes às matérias da competência concorrente 
(CF, art. 24), desde que, obviamente, caiba. 
 
 
 
 
 
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14 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
X - criação,funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas 
gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que 
lhe for contrário. 
 
Estados-membros 
 
 São competências dos estados-membros: 
 Competências não legislativas – Tratam-se daquelas competências em que os estados-
membros praticarão atos administrativos. Essas competências são classificadas como 
administrativas/materiais. 
 
Competência reservada ou remanescente (CF, § 1º art. 25) – Significa dizer que serão 
reservadas aos estados-membros aquelas competências administrativas que remanesceram 
(sobraram, restaram) após a enumeração das competências da união e dos municípios. Ou 
seja, quando o dispositivo em análise prevê que são reservadas aos estados aquelas 
 
 
 
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15 
competências que não sejam vedadas pela Constituição, tudo o que não for da competência 
administrativa/material da união (CF, art. 21) e dos municípios (CF, III ao IX, do art. 30), será 
dos estados-membros. 
 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios desta Constituição. 
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 
 
 Lembre-se que, no Brasil, geralmente, utilizam-se, para essa competência, os termos 
reservada, remanescente ou residual de forma aleatória. Pedro Lenza
4
, por exemplo, aponta, 
em sua obra, tratar-se esta competência de reservada, remanescente ou residual, por dizer 
respeito ao que sobra após a enumeração das competências da União e dos Municípios. 
 Todavia, para José Afonso da Silva, no que tange o tema competências, há distinção 
entre os termos remanescente e residual: 
 
reservada ou remanescente e residual, a que compreende toda matéria não 
expressamente incluída numa enumeração, reputando-se sinônimas as 
expressões reservada e remanescente com o significado de competência que 
sobra a uma entidade após a enumeração de outra (art. 25, § 1º: cabem aos 
Estados as competências não vedadas pela Constituição), enquanto a 
competência residual consiste no eventual resíduo que reste após enumerar a 
competência de todas as entidades, como na matéria tributária, em que a 
competência residual – a que eventualmente possa surgir apesar da 
enumeração exaustiva – cabe a União (art. 154, I)5. 
 
 Assim, para o autor, como no Brasil a Constituição de 1988 enumera as competências 
materiais da união (CF, art. 21) e dos municípios (CF, III ao IX, art. 30), o que restar/sobrar, 
será competência remanescente reservada aos estados-membros, por força do § 1º do art. 25 
da Constituição Federal. 
 Já em sede de matéria tributária, como há a enumeração exaustiva das competências 
tributárias de todos os entes (união, estados-membros, distrito federal e municípios), 
conforme a previsão do inciso I do art. 154 da Constituição Federal, eventual resíduo 
(necessidade de tributação de algo novo, não dedicado aos entes nessa enumeração exaustiva) 
tratar-se-á de uma competência residual da união. 
 
4
 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 442. 
5
 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 480. 
 
 
 
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16 
Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta 
Constituição 
 
 Competências legislativas – São aquelas competências em que os estados-membros 
exercerão uma atividade legiferante/legislativa (criarão leis). 
 
Competência reservada ou remanescente (CF, § 1º do art. 25) – Pode-se afirmar que serão 
reservadas aos estados-membros aquelas competências legislativas que remanesceram 
(sobraram, restaram) após a enumeração das competências da união e dos municípios. Ou 
seja, quando o dispositivo em tela regulamenta que são reservadas aos estados aquelas 
competências que não sejam vedadas pela Constituição, no que tange as competências 
legislativas, tudo o que não for da união (CF, art. 22) e dos municípios (CF, I e II do art. 30), 
será dos estados-membros. 
 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios desta Constituição. 
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 
 
 Adote-se aqui, tudo o que dissemos acima acerca da distinção entre competências 
reservadas e remanescentes e competências residuais. 
 
Competência delegada da união (CF, parágrafo único do art. 22) – Por força do dispositivo, 
lei complementar da união poderá delegar aos estados-membros a possibilidade de legislar 
sobre questões específicas relativas às matérias ali elencadas. 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do 
trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
 
 
 
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17 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e 
dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização 
das polícias militares e corpos de bombeiros militares; 
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas asmodalidades, para as administrações 
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, 
nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas 
das matérias relacionadas neste artigo. 
 
Distrito Federal 
 
 São competências do Distrito Federal: 
 
 Competências legislativas dos estados-membros e dos municípios (CF, § 1º do art. 32) 
– Nos termos do art. 32, § 1º da Constituição Federal, são atribuídas ao Distrito Federal as 
competências legislativas reservadas aos estados-membros e municípios. 
 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em 
dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, 
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. 
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e 
Municípios. 
 
 
 
 
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18 
 Portanto, tudo o que foi dito sobre os estados-membros e municípios, no que tange 
competências legislativas aplica-se ao Distrito Federal. Ou seja, o Distrito Federal detém as 
competências previstas no parágrafo único dos art. 22; § 1º do art. 25; e incisos I e II do art. 
30, todos da Constituição Federal. 
 
Competência comum/cumulativa/paralela (CF, art. 23) 
 
 São aquelas competências previstas no art. 23 da Constituição Federal, caracterizando-
se como sendo comum a todos os entes (união, estados-membros, distrito federal e 
municípios), que as efetivarão nos termos de leis complementares que fixarão normas de 
cooperação entre os entes federados, a fim de viabilizar o equilíbrio do desenvolvimento e 
bem estar de toda a federação (CF, parágrafo único do art. 23). 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o 
patrimônio público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de 
deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os 
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor 
histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à 
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de 
saneamento básico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social 
dos setores desfavorecidos; 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos 
hídricos e minerais em seus territórios; 
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em 
âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
 
 Note-se, referida competência tem natureza não legislativa (administrativa/material). 
 
 
 
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19 
Competência concorrente (CF, art. 24) 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas 
gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que 
lhe for contrário. 
 
 Esta competência, de natureza legislativa, caracteriza-se pela possibilidade da mesma 
matéria ser partilhada entre a união, os estados-membros e o distrito federal (CF, caput do art. 
24), havendo, contudo, uma relação de subordinação relativamente à atuação de cada um. 
 Nesses termos, caberá: 
 
 União: Estabelecer normas gerais (CF, § 1º do art. 24) e legislar supervenientemente 
aquela norma geral que outrora não legislou (CF, § 4º do art. 24). 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer 
normas gerais. 
 
 
 
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20 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que 
lhe for contrário. 
 
 Estados-membros: Poderão suplementar as normas gerais estabelecidas pela união 
para atender às suas peculiaridades, além de exercer competência legislativa plena quando da 
inexistência de norma geral da união (CF, §§ 2º e 3º do art. 24). 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
 
 Distrito Federal: Poderá suplementar as normas gerais estabelecidas pela união para 
atender às suas peculiaridades, além de exercer competência legislativa plena inexistindo 
norma geral da união (CF, §§ 2º e 3º do art. 24 e § 1º, do art. 32). 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em 
dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, 
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. 
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e 
Municípios. 
 
 
Municípios: Os municípios poderão exercer competência suplementar, no que tange esta 
competência, conforme o caso (caso caiba), por força do inciso II do art. 30 da Constituição 
Federal. 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber. 
 
 
 
 
 
 
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21 
O ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS 
 
 O Estatuto dos Congressistas pode ser definido como o conjunto de normas que 
compõe o regime jurídico destinado aos membros do Congresso Nacional, prevendo seus 
direitos e obrigações. 
 Na carta de 1988, referido regime jurídico encontra-se contemplado por normas 
relativas à imunidade material ou inviolabilidade (CF, caput do art. 53); prerrogativa de foro 
(CF, § 1º do art. 53); imunidade formal quanto à prisão (CF, § 2º do art. 53); imunidade 
formal quanto ao processo (CF, §§ 3º, 4º e 5º do art. 53); isenção do dever de testemunhar 
(CF, § 6º do art. 56); incorporação às Forças Armadas (CF, § 7º do art. 53); imunidades 
durante estado de sítio (CF, § 8º do art. 53); incompatibilidades (CF, art. 54); entre outros. 
 
Imunidades 
 
Material (Inviolabilidade) 
 
 Por meio da imunidade material ou inviolabilidade pretende-se garantir, ao 
parlamentar, o livre exercício de sua opinião, palavra e voto, para que possa desempenhar, 
com total independência (autonomia), a função legislativa, a ele dedicada, pelo povo. 
 Nos termos do § 2º do art. 53 da Constituição Federal, os Deputados e os Senadores 
são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas 
opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 
 Pelo dispositivo, os parlamentares federais são invioláveis, civil, penal, administrativa 
e politicamente por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos, proferidos em virtude das 
funções parlamentares, por mais que a doutrina ofereça variadas definições acerca do tema: 
 
Pontes de Miranda (Comentários à Constituição de 1967), Nélson Hungria 
(Comentários ao Código Penal), e José Afonso da Silva (Curso de Direito 
Constitucional Positivo) entendem-na como uma cláusula excludente de crime, 
 
 
 
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22 
Basileu Garcia (Instituições de Direito Penal), como causa que se opõe à formação 
do crime; Damásio de Jesus (Questões Criminais), causa funcional de exclusão ou 
isenção de pena, Heleno Cláudio Fragoso (Lições de Direito Penal) considera-a 
causa pessoal de exclusão de pena; Magalhães Noronha (Direito Penal) causa de 
irresponsabilidade; José Frederico Marques (Tratado de Direito Penal), causa de 
incapacidade penal por razões políticas
6
. 
 
 
 Conforme Pedro Lenza
7
, não importa qual a denominação que se dê, sendo relevante 
conhecer, a imunidade material (inviolabilidade) impede que o parlamentar seja condenado, 
na medida em que há ampla descaracterização do tipo penal, irresponsabilizando-o penal, 
civil, política e administrativamente (disciplinarmente). 
 Enfim, apresenta-se a imunidade material (inviolabilidade), desenvolvendo 
posicionamento do Supremo Tribunal Federal no Inq 2.273/DF, onde figurou como relatora a 
Ministra Ellen Gracie (Dje 23.05.2008), como uma causa de excludente de tipicidade, na 
medida em que há ampla descaracterização do tipo penal, irresponsabilizando o parlamentar 
penal, civil, política e administrativamente, tanto em plenário quanto fora dele, desde que o 
ato decorra do efetivo exercício da função ou a ele esteja relacionado. 
 
Quando as opiniões, palavras e votos forem produzidos fora do recinto da respectiva 
Casa legislativa, exige-se que o ato esteja relacionado ao exercício da atividade 
parlamentar. No caso de ofensa irrogada em plenário, as responsabilidades civil e 
penal serão ilididas independentemente de conexão com o mandato, devendo 
eventuais excessos ser coibidos pela própria casa a que pertencer o parlamentar
8
. 
 
Imunidade formal 
 
 A imunidade formal atribui um tratamento distinto a alguns parlamentares quanto à 
prisão e o processo. 
 
 
 
 
6
 MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 446. 
7
 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 427. 
8
 NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Método, 2012, p. 811. 
 
 
 
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23 
Imunidade formal quanto à prisão 
 
 Por força da imunidade formal quanto à prisão, o parlamentar não poderá, desde a 
expedição do diploma, sofrer qualquer tipo de prisão, exceto em flagrante de crime 
inafiançável. 
 Observe-se que, excepcionalmente, o congressista poderá ser preso, quando de 
flagrante de crime inafiançável, dependendo a manutenção da prisão de autorização da Casa 
respectiva, pelo voto da maioria de seus membros (primeiro número inteiro acima da metade 
dos membros). 
 Com fulcro no § 2º do art. 53 da Constituição Federal, os deputados e senadores, desde 
a expedição do diploma, não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. 
§ 2º do art. 53 - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser 
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte 
e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a 
prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 Neste caso, se o parlamentar federal for preso em flagrante de crime inafiançável, os 
autos deverão ser remetidos à respectiva casa no prazo de vinte e quatro horas, de modo que, 
pelo voto da maioria de seus membros (maioria absoluta), resolva sobre a prisão. 
 Logo, se um deputado federal for preso em flagrante de crime inafiançável, os autos 
deverão ser remetidos, em vinte e quatro horas à câmara dos deputados, para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, mantenha ou não a prisão. 
 Igualmente, se senador federal for preso em flagrante de crime inafiançável, os autos 
serão remetidos, no mesmo prazo, ao senado federal, possibilitando-se à maioria dos seus 
membros, resolver sobre a manutenção da prisão. 
 Note-se que essa vedação à prisão é de natureza cautelar, ou seja, aquela prisão 
desprovida de pena, podendo o parlamentar ser preso quando de sentença penal condenatória 
transitado em julgado. 
 
 
 
 
 
 
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24 
Imunidade formal quanto ao processo 
 
 A constituição federal prevê a conhecida imunidade formal quanto ao processo. 
 Por esta imunidade, recebida a denúncia contra o deputado ou senador federal, por 
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva 
que, poriniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus 
membros poderá, até a decisão final (trânsito em julgado), sustar o andamento da ação (CF, § 
3º do art. 53). 
 O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora (CF, § 4º do art. 53). A sustação 
suspende a prescrição, enquanto durar o mandato (CF, § 5º do art. 53). 
 
Art. 53, § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de 
partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão 
final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e 
cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, 
de 2001) 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 
 Postas essas premissas, o leitor deverá atentar-se a duas situações. 
 A partir da ciência, a respectiva casa do parlamentar denunciado tem até a decisão 
final (trânsito em julgado) para sustar o processo (o andamento da ação). 
 Repare-se, neste caso, não há prazo para a sustação, devendo a casa fazê-lo, entretanto, 
até a decisão final. 
 Diversamente, do recebimento pela mesa diretora de iniciativa de partido político com 
representação na casa legislativa, há existência de prazo, devendo a casa, em até 45 dias, e 
observada a inexistência de decisão final (trânsito em julgado), pela maioria dos seus 
membros, sustar o andamento da ação (em verdade, o processo). 
 Lembre-se que maioria dos membros é o mesmo que maioria absoluta, refletindo o 
primeiro número inteiro acima da metade dos membros da respectiva casa. 
 
 
 
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25 
 Por fim, frise-se que a sustação do processo só é possível na hipótese de crime 
praticado após a diplomação. 
 
Prerrogativa de foro 
 
 Nos termos do § 1º do art. 53 da Constituição Federal, os deputados e senadores, desde 
a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
§ 1º do Art. 53 - Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a 
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, 
de 2001) 
 Assim, desde a expedição do diploma até o término do mandato, os deputados e 
senadores serão processados e julgados criminalmente perante o Supremo Tribunal Federal. 
 Seguindo a jurisprudência consolidada do Supremo, a prerrogativa de foro se refere 
apenas ao processo penal (CF, b, I do art. 102), compreendendo todas as modalidades de 
infrações penais, como crimes dolosos contra a vida, delitos eleitorais, da competência da 
justiça federal e contravenções, não abraçando, entretanto, o julgamento de causas de outra 
natureza. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República. 
 
Inexistência de prerrogativa de foro nas ações de natureza civil: TJSP – 
“Competência – Ação Civil - Deputado Federal – Competência – Deputado Federal 
– Ação de natureza civil – julgamento afeto á Justiça comum e não ao Supremo 
Tribunal Federal – Interpretação dos artigos 53, § 1º e 102, inciso I, b, da 
Constituição da República – Exceção rejeitada – Recurso não provido. Ao dispor o § 
1º do artigo 53 que os Deputados e Senadores serão submetidos a julgamento 
perante o Supremo Tribunal Federal impõe-se a conclusão de esse julgamento diz 
respeito a processos criminais.” Ementa oficial: “Parlamentar – Foro privilegiado – 
Inexistência dele, para o processamento de ações civis – Exegese dos artigos 53, § 4º 
e 102, I, b, da Constituição da República”9. 
 
 
9
 BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Ag. Instr. 266.858-1, Guarujá, 6ª Câmara Civil, Rel. 
Des. P. Costa Manso, v.u., 30-11-1995, JTJ 177/172. 
 
 
 
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26 
 Sobre a competência do Supremo Tribunal Federal para julgar os crimes dolosos 
contra a vida, supostamente praticados por parlamentares: 
 
EMENTA: AÇÃO PENAL. QUESTÕES DE ORDEM. CRIME DOLOSO 
CONTRA A VIDA IMPUTADO A PARLAMENTAR FEDERAL. 
COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL VERSUS 
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI. NORMA CONSTITUCIONAL 
ESPECIAL. PREVALÊNCIA. RENÚNCIA AO MANDATO. ABUSO DE 
DIREITO. NÃO RECONHECIMENTO. EXTINÇÃO DA COMPETÊNCIA DO 
STF PARA JULGAMENTO. REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE PRIMEIRO 
GRAU. 1. O réu, na qualidade de detentor do mandato de parlamentar federal, detém 
prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal, onde deve ser julgado pela 
imputação da prática de crime doloso contra a vida. 2. A norma contida no art. 5º, 
XXXVIII, da Constituição da República, que garante a instituição do júri, cede 
diante do disposto no art. 102, I, b, da Lei Maior, definidor da competência do 
Supremo Tribunal Federal, dada a especialidade deste último. Os crimes dolosos 
contra a vida estão abarcados pelo conceito de crimes comuns. Precedentes da Corte. 
3. A renúncia do réu produz plenos efeitos no plano processual, o que implica a 
declinação da competência do Supremo Tribunal Federal para o juízo criminal de 
primeiro grau. Ausente o abuso de direito que os votos vencidos vislumbraram no 
ato. 4. Autos encaminhados ao juízo atualmente competente
10
. 
 
 A prerrogativa de foro, de acordo com o posicionamento atual, extingue-se, em regra, 
quando o parlamentar deixa o cargo em razão da renúncia ou do término do mandato. 
 Entretanto, o Supremo Tribunal Federal tem adotado o entendimento de que no caso 
de renúncia feita com o objetivo evidente de deslocar a competência do Tribunal (abuso de 
direito) sua competência permanece intacta. 
 
EMENTA: QUESTÃO DE ORDEM NA AÇÃO PENAL. DEPUTADO FEDERAL. 
RENÚNCIA AO MANDATO. ABUSO DE DIREITO: RECONHECIMENTO DA 
COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA 
CONTINUIDADE DO JULGAMENTO DA PRESENTE AÇÃO PENAL. 
DENÚNCIA. CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. ALEGAÇÕES DE 
NULIDADE DA AÇÃO PENAL, DE INVESTIGAÇÃO PROMOVIDA POR 
ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE PRIMEIRO GRAU, DE OFENSA AO 
PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL, DE CRIME POLÍTICO, DE INÉPCIA 
DA DENÚNCIA, DE CONEXÃO E DE CONTINÊNCIA: VÍCIOS NÃO 
CARACTERIZADOS. PRELIMINARES REJEITADAS. PRECEDENTES. 
CONFIGURAÇÃO DOS CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. AÇÃO 
PENAL JULGADA PROCEDENTE. 1. Renúncia de mandato: ato legítimo. Não se 
presta, porém, a ser utilizada como subterfúgio para deslocamento de competências 
constitucionalmente definidas, que não podem ser objeto de escolha pessoal. 
Impossibilidade de ser aproveitada como expediente para impedir o julgamento em 
 
10
 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AP 333 / PB - PARAÍBA. Tribunal Pleno. Rel. Min. Joaquim Barbosa. 
Decisão em 05/12/2007. 
 
 
 
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27 
tempo à absolvição ou à condenação e, neste caso, à definição de penas. 2. No caso, 
a renúncia do mandato foi apresentada à Casa Legislativa em 27 de outubro de 2010,véspera do julgamento da presente ação penal pelo Plenário do Supremo Tribunal: 
pretensões nitidamente incompatíveis com os princípios e as regras constitucionais 
porque exclui a aplicação da regra de competência deste Supremo Tribunal. 3. É 
firme a jurisprudência do Supremo Tribunal de que o Ministério Público pode 
oferecer denúncia com base em elementos de informação obtidos em inquéritos 
civis, instaurados para a apuração de ilícitos civis e administrativos, no curso dos 
quais se vislumbre suposta prática de ilícitos penais. Precedentes. 4. O processo e o 
julgamento de causas de natureza civil não estão inscritas no texto constitucional, 
mesmo quando instauradas contra Deputado Estadual ou contra qualquer autoridade, 
que, em matéria penal, dispõem de prerrogativa de foro. 5. O inquérito civil 
instaurado pelo Ministério Público estadual não se volta à investigação de crime 
político, sendo inviável a caracterização de qualquer dos fatos investigados como 
crime político. 6. É apta a denúncia que bem individualiza a conduta do réu, 
expondo de forma pormenorizada o fato criminoso, preenchendo, assim, os 
requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal. Basta que, da leitura da peça 
acusatória, possam-se vislumbrar todos os elementos indispensáveis à existência de 
crime em tese, com autoria definida, de modo a permitir o pleno exercício do 
contraditório e da ampla defesa. 7. A pluralidade de réus e a necessidade de 
tramitação mais célere do processo justificam o desmembramento do processo. 8. As 
provas documentais e testemunhais revelam que o réu, no cargo de diretor financeiro 
da Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, praticou os crimes de peculato, 
na forma continuada, e de quadrilha narrados na denúncia, o que impõe a sua 
condenação. 9. Questão de ordem resolvida no sentido de reconhecer a subsistência 
da competência deste Supremo Tribunal Federal para continuidade do julgamento. 
10. Preliminares rejeitadas. 11. Ação penal julgada procedente
11
. 
 
 
 Vale lembrar, até o advento da emenda constitucional nº 35 de 2001, os membros do 
Congresso Nacional não poderiam ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem 
processados criminalmente, sem prévia licença de sua casa. 
 Hoje, como visto, essa necessidade inexiste, havendo possibilidade, porém, da casa 
resolver sobre a prisão de flagrante de crime inafiançável, bem como sustar o andamento da 
ação penal. 
 Por derradeiro, pense-se na hipótese de um parlamentar federal ser processado pela 
prática de crime ocorrido antes da diplomação. 
 Se a denúncia não havia sido oferecida, deverá sê-lo feita perante o Supremo Tribunal 
Federal. 
 
11
 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AP 396 / RO - RONDÔNIA. Tribunal Pleno. Rel. Min. Cármen Lúcia. 
Decisão em 28/10/2010. 
 
 
 
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28 
 Todavia, se o parlamentar já estava sendo processado na justiça comum, o processo 
deverá ser remetido imediatamente ao Supremo Tribunal Federal, que dará andamento à ação, 
respeitando-se, entretanto, os atos até ali praticados. 
 Em ambas as hipóteses a respectiva casa não poderá suspender o andamento da ação 
(processo). 
 
A diplomação do réu como deputado federal opera o deslocamento, para o STF, da 
competência penal para a persecutio criminis, não tendo o condão de afetar a 
integridade jurídica dos atos processuais, inclusive os de caráter decisório, já 
praticados, com base no ordenamento positivo vigente à época de sua efetivação, por 
órgão judiciário até então competente
12
. 
 
Imunidades parlamentares e suplentes 
 
 As imunidades parlamentares não se estendem aos suplentes, podendo este fazer uso 
das imunidades, unicamente, se um dia estiver à frente do efetivo exercício da função 
parlamentar, pois o tratamento especial dedicado ao parlamentar decorre da função exercida, 
como sustenta Marcelo Novelino. 
 
A prerrogativa de foro conferida aos membros do Congresso Nacional somente se 
estende ao respectivo suplente durante o período em que este permanecer no efetivo 
exercício da atividade parlamentar. No caso de retorno do Deputado ou do Senador 
titular, o suplente perderá o direito de ser investigado, processado e julgado no 
Supremo Tribunal Federal
13
. 
 
 Relativamente ao tema exercício da função parlamentar e a pessoa que o exerce, 
importa conhecer o posicionamento a seguir do Supremo Tribunal Federal. 
 
Suplente de senador. Interinidade. Competência do STF para o julgamento de ações 
penais. Inaplicabilidade dos arts. 53, § 1º, e 102, I, b, da CF. Retorno do titular ao 
exercício do cargo. Baixa dos autos. Possibilidade. (...) Os membros do Congresso 
Nacional, pela condição peculiar de representantes do povo ou dos Estados que 
ostentam, atraem a competência jurisdicional do STF. O foro especial possui 
natureza intuitu funcionae, ligando-se ao cargo de senador ou deputado e não à 
pessoa do parlamentar. Não se cuida de prerrogativa intuitu personae, vinculando-se 
ao cargo, ainda que ocupado interinamente, razão pela qual se admite a sua perda 
ante o retorno do titular ao exercício daquele. A diplomação do suplente não lhe 
 
12
 BRASIL. HC 70.620, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-12-1993, Plenário, DJ de 24-11-2006. 
13
 NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Método, 2012, p. 816. 
 
 
 
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29 
estende automaticamente o regime político-jurídico dos congressistas, por constituir 
mera formalidade anterior e essencial a possibilitar a posse interina ou definitiva no 
cargo na hipótese de licença do titular ou vacância permanente
14
. 
 
 
Parlamentares estaduais e imunidades 
 
 Conforme o § 1º do art. 27 da Constituição Federal, são aplicadas, aos deputados 
estaduais, as regras da Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, 
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 
 
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação 
do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos 
quantos forem os Deputados Federais acima de doze. 
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta 
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, 
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 
 
 Logo, os parlamentares estaduais gozam das mesmas prerrogativas inerentes aos 
parlamentares federais. 
 Assim, tudo o que dissemos acima sobre os temas prerrogativa de foro, imunidade 
material (inviolabilidade) e imunidade formal quanto à prisão e ao processo, será aplicado aos 
parlamentares estaduais, com as devidas compatibilizações. 
 Ou seja, quem julga deputado estadual pela suposta prática de crime comum, 
dependendo da natureza do crime, será o respectivo Tribunal de Justiça, ou o Tribunal 
Regional Federal ou o Tribunal Regional Eleitoral; cabe à sua casa (assembleia legislativa) 
resolver sobre a prisão decorrente de flagrante de crime inafiançável, bem como suspender o 
andamento de ação criminal (mais correto, processo). 
 Saliente-se, por mais que o § 1º do art. 27 da Constituição Federal não preveja 
expressamente a prerrogativa de foro, o regime de imunidades se aplica de forma integral e 
imediata aos parlamentares estaduais, independentemente da adaptação da Constituição 
estadual, não sendo permitido a essas normas

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