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Reino Plantae

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110
Capítulo
Neste capítulo
6
Características ƒƒ
gerais e 
classificação do 
reino das plantas.
As briófitas.ƒƒ
As pteridófitas.ƒƒ
As gimnospermas.ƒƒ
As angiospermas.ƒƒ
Os grupos de plantas e 
seus ciclos de vida
As plantas estão presentes na Terra há 
milhões de anos, em praticamente todos 
os biomas do planeta. Desempenhando 
papel fundamental na produção de maté-
ria orgânica e de gás oxigênio, juntamente 
com as algas e cianobactérias, elas são as 
principais responsáveis pela nutrição dos 
demais seres vivos da Terra. Além disso, 
as plantas são importantes em diver-
sas atividades humanas, como a medici-
na, a indústria farmacêutica, cosmética e 
moveleira. Neste capítulo, você estudará 
as características das plantas e sua clas-
sificação em quatro grupos, dentre os 
quais o das angiospermas será visto com 
mais detalhes.
> As florestas tropicais mantêm uma grande biodiversidade de plantas, com as quais milhares de espécies de 
seres vivos interagem. Nesta fotografia, plantas de diferentes grupos formam diversos níveis na floresta, 
desde as rasteiras e trepadeiras, passando pelos arbustos até as árvores mais altas.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 110 9/16/09 3:55:40 PM
organismo ancestral
briófitas
gimnospermas
pteridófitas
angiospermas
vaso condutor
semente
flor e 
fruto
111
 Reino Planta
Muitos cientistas defendem a ideia de que todas as plantas pro-
vavelmente evoluíram de ancestrais protoctistas pluricelulares, como 
as algas verdes. Existem evidências de que, a partir deles, as plantas 
se diversificaram em grupos e desenvolveram inúmeros mecanismos 
anatômicos e fisiológicos, como sistemas de condução da seiva, pro-
dução de flores, frutos e sementes, entre outros. Atualmente, há cerca 
de 280 mil espécies de plantas catalogadas e, com base em caracterís-
ticas comuns, é possível dividi-las em quatro grandes grupos: briófi-
tas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
Características gerais  
As plantas são organismos eucariontes, pluricelulares e autótrofos. Di-
versos pigmentos, como os fotossintetizantes (clorofilas a e b) e os aces-
sórios (carotenoides e ficobilinas, entre outros), estão presentes nesses 
organismos. A realização da fotossíntese, fenômeno biológico crucial para 
a vida na Terra, é uma das características mais marcantes das plantas. No 
entanto, a fotossíntese também é realizada por representantes de outros 
reinos, como Monera e Protoctista. A característica que distingue plantas 
de algas é que todos os membros do reino Planta possuem embriões multi-
celulares e nutricionalmente dependentes das plantas que os originaram.
Existem representantes desse reino em praticamente todos os ambien-
tes de nosso planeta, tanto terrestres quanto aquáticos, incluindo algumas 
espécies marinhas e de água salobra. Entre as plantas que se desenvolvem 
em ambientes terrestres, algumas árvores como a sequoia e o eucalipto 
australiano são os maiores seres vivos em altura e biomassa da Terra.
A variação de formas, cores e estruturas vegetativas e reprodutivas é 
imensa. Quanto ao tamanho, a diferença entre as plantas é muito gran-
de: eucaliptos australianos podem atingir mais de 100 m de altura, en-
quanto certas espécies de plantas aquáticas são minúsculas e atingem 
apenas 1 mm de comprimento.
Uma observação mais atenta de um simples jardim ou do interior de 
uma mata ou outra formação vegetal provavelmente revelará a grande 
diversidade desses organismos.
Todas as plantas possuem como reserva energética nutritiva o 
amido, substância resultante da união de milhares de moléculas 
de glicose (produto da fotossíntese), e a celulose como o principal 
componente da parede celular.
Embora nem todas as plantas possuam flores, sementes e frutos, essas 
estruturas constituem importantes estratégias reprodutivas originadas em 
grupos mais recentes, como as gimnospermas e angiospermas.
As plantas podem reproduzir-se de forma assexuada ou sexuada. No 
primeiro caso, estão envolvidos mecanismos de multiplicação vegetativa, 
apresentados no volume 1 desta coleção. No segundo caso, ocorrem com-
plexos ciclos envolvendo diversas estruturas, como veremos adiante.
Saiba mais
As plantas e o registro fóssil
A Paleobotânica é uma área da Biologia que tem como principal objetivo o estudo dos fósseis de plantas. Ao inves-
tigar os fósseis de plantas primitivas e extintas, os paleobotânicos tentam utilizar características evolutivas para esta-
belecer relações de parentesco entre os diversos grupos de plantas, em diferentes momentos geológicos. Além disso, 
esse estudo também permite imaginar como seriam os ambientes onde essas plantas provavelmente se desenvolve-
ram milhões de anos atrás. No Brasil, existem diversos sítios paleobotânicos importantes nas Regiões Nordeste e Sul.
> Esquema simplificado da evolução das 
plantas. Os círculos indicam o surgimento de 
características evolutivas importantes. 
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 111 9/16/09 3:57:10 PM
112
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
Os sistemas de classificação  
e os grandes grupos de plantas 
A classificação das plantas baseia-se em diversos parâmetros ou ca-
tegorias, como anatomia, embriologia, ecologia e, mais recentemente, 
genética molecular e bioquímica. Além de padronizar um conjunto de 
dados relacionados a determinados grupos, a classificação é importante 
para as demais áreas do conhecimento, como a ecologia, por exemplo. 
A classificação é uma das áreas da Biologia continuamente atualizadas 
de acordo com as contribuições resultantes de novas pesquisas.
Muitos pensadores antigos, como Aristóteles, propuseram modelos 
ou sistemas de classificação para os seres vivos. Esses sistemas repre-
sentaram importantes avanços para o conhecimento daquela época, 
embora muitas vezes não encontrem respaldo nas descobertas cien-
tíficas atuais.
No século XVIII ocorreu um grande marco na história do sistema 
classificatório; baseado nas propostas do naturalista sueco Lineu (1707-
-1778), que em parte ficou conhecido devido ao seu sistema binomial, 
de 1758. Nos dois séculos seguintes, diversos sistemas foram extensa-
mente utilizados pelos cientistas. Alguns desses modelos, criados nos 
séculos XIX e XX, são utilizados até hoje. 
Em muitos desses sistemas, as algas multicelulares são incluídas no mes-
mo reino que as plantas, embora hoje seja consenso remanejá-las para o 
reino Protoctista, juntamente com as algas unicelulares e os protozoários.
Atualmente, as plantas estão divididas em quatro grandes grupos:
briófitasƒƒ , que incluem os musgos e as hepáticas; 
pteridófitasƒƒ , que incluem as samambaias; 
gimnospermasƒƒ , que incluem os pinheiros; 
angiospermasƒƒ , que incluem as plantas com frutos. 
Dentro de cada grupo, existem subgru-
pos com muitas divisões, algumas das quais 
serão estudadas neste capítulo. Mais impor-
tante, porém, que memorizar nomes com-
plicados é conhecer as principais caracterís-
ticas de cada grupo e as relações entre eles.
Por sua importância tanto numérica quan-
to econômica, o grupo das angiospermas é o 
mais intensamente investigado. Com os avan-
ços da microscopia eletrônica e pesquisas de-
talhadas em filogenia (estudo das linhas evo-
lutivas entre os seres vivos, procurando suas 
relações de parentesco), novos sistemas têm 
sido propostos para este grupo.
O sistema conhecido como APG-II, criado em 2003, propôs a divisão 
das angiospermas em três subgrupos principais (e não dois, co mo co-
mumente eram classificadas): monocotiledôneas, magnoliídeas e eudi-
cotiledôneas. A velocidade das novas descobertas e propostas é tão gran-
de que os cientistas precisam se esforçar para acompanhá-las de perto.
> Esquema representativo dos grupos de 
plantas e seus maiores subgrupos. Nas 
briófitas, pteridófitas e gimnospermas, 
somente o subgrupo com maior número 
de espécies foi representado.
> Representação da flor de uma angiosperma 
primitiva extinta, de aproximadamente 
80 milhões de anos atrás. Os registros 
fósseis são importantespara traçar, entre 
outras coisas, relações de parentesco entre 
as plantas.
 1. Cite três características comuns às plantas.
2. Quais são os grandes grupos de plantas?
3. Por que as angiospermas representam o grupo mais intensamente investigado entre as plantas?
4. Explique por que os cientistas continuamente modificam e propõem novos sistemas de classificação das plantas.
Questões de revisão
PLANTAS
Pteridófitas
filicíneas
outrosƒ
grupos
Gimnospermas
coníferas
outrosƒ
grupos
magnoliídeas
Briófitas
musgos
outrosƒ
grupos
Angiospermas
eudicotiledôneas
monocotiledôneas
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 112 9/16/09 3:57:59 PM
filoide
cauloide
113
 Briófitas
As briófitas (do grego, bryo, “musgo”, e phyto, “planta”, “vegetal”) são 
plantas de tamanho reduzido, frequentemente encontradas em ambien-
tes úmidos, como o interior de matas e áreas próximas a rios. Entretanto, 
algumas espécies também são encontradas em ambientes secos, como de-
sertos, e em regiões frias, muitas vezes ficando abaixo de camadas de neve 
durante o inverno rigoroso. Há algumas espécies de água doce. Espécies 
marinhas, contudo, não foram encontradas até o momento.
As plantas deste grupo foram as primeiras a se desenvolverem 
completamente em ambiente terrestre, embora ainda dependam da 
água para a reprodução. São organismos vegetais muito simples, 
desprovidos de um sistema condutor de seiva e, por essa razão, ra-
ramente ultrapassam alguns centímetros de comprimento.
As briófitas são frequentemente encontradas sobre folhas, troncos e 
outras espécies de plantas. Mas isso não significa que elas sejam parasi-
tas: pelo contrário, são denominadas epífitas, ou seja, plantas que utili-
zam outras plantas apenas para suporte e fixação, sem prejudicá-las.
As briófitas formam um grupo com aproximadamente 25 mil espé-
cies distribuídas em todo o mundo, sendo o grupo dos musgos o maior 
em número de espécies. Os musgos também representam as briófitas 
mais conhecidas e mais comuns. Além dos musgos, as hepáticas e os 
antóceros também são representantes das briófitas.
> Musgo preso ao solo. A planta prende-se ao 
substrato por meio de filamentos chamados 
rizoides.
> Os três representantes do grupo das briófitas: 
musgo (à esquerda), hepática (ao centro) e 
antócero (à direita).
Biologia no cotidiano
Briófitas como bioindicadores 
As briófitas, assim como os liquens, 
são extremamente sensíveis à polui-
ção atmosférica. Estudos comprova-
ram que musgos e hepáticas toleram 
apenas quantidades muito baixas de 
poluentes atmosféricos, principal-
mente o dióxido de enxofre (SO2), um 
poluente comum originado de diver-
sas atividades industriais.
Em áreas sujeitas a esse poluente, 
as briófitas são muito raras ou pratica-
mente inexistentes. Assim, essas plan-
tas atuam como bioindicadores, seres 
vivos cuja presença ou ausência per-
mite avaliar a qualidade do ar ou da 
água em certa região ou ecossistema.
Organização geral do corpo  
As briófitas são plantas avasculares, ou seja, não dispõem de um 
sistema especializado que conduza seiva. Assim, a água e os sais mine-
rais absorvidos do ambiente passam de célula a célula até atingir toda a 
planta. O mesmo ocorre com os produtos da fotossíntese.
Esse processo é relativamente lento e, por esse motivo, as briófitas 
são plantas de pequeno porte: a maioria não ultrapassa poucos centíme-
tros de altura, sendo muito raras as espécies cujos indivíduos alcançam 
20 cm ou mais. Em algumas espécies de musgos, porém, existe um cor-
dão central de células condutoras que se assemelham àquelas encontra-
das em plantas vasculares primitivas.
Os termos raiz, caule e folha não são aplicados às briófitas, já que 
são relacionados às plantas vasculares, como as pteridófitas. Nas brió-
fitas, as estruturas vegetativas que se assemelham à raiz são denomina-
das rizoides: filamentos diminutos que prendem a planta ao substrato 
(rocha, solo, tronco de árvore, etc.). Nos musgos, uma pequena haste 
geralmente vertical é bastante evidente. Essa estrutura é o cauloide, em 
analogia ao caule das plantas vasculares. As estruturas em forma de fo-
lhas são denominadas filoides (pequenas lâminas verdes e delgadas). 
5P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 113 9/17/09 10:12:06 AM
esporângio
esporos
anterídios
anterozoide
caliptra
arquegônios
oosfera
zigoto
gametófito 
 (n)
esporófito 
adulto (2n)
meiose
fecundação
gametófito 
 (n)
caliptra
esporângio
114
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
Ciclo de vida das briófitas  
No início do módulo, foi visto que as briófitas dependem da água 
para se reproduzirem. Os gametas masculinos dessas plantas somen-
te alcançam os gametas femininos em meio aquoso. A reprodução de 
briófitas que habitam locais mais secos depende da água da chuva ou 
do orvalho.
Como nos demais grupos de plantas, também entre as briófitas a re-
produção ocorre através de um processo composto de duas fases, uma 
sexuada e outra assexuada, denominado metagênese ou alternância 
de gerações. Observe o esquema abaixo, representando a metagênese 
em um musgo, e acompanhe as explicações no texto a seguir.
A fase sexuada desse ciclo inicia-se com a produção dos gametas nos 
gametófitos, que são haploides e geralmente dioicos. Somente em al-
gumas espécies ocorrem gametófitos hermafroditas.
O gameta masculino, denominado anterozoide, é formado em uma 
estrutura especial chamada anterídio. O anterozoide tem flagelos que o 
auxiliam na locomoção em meio líquido. O gameta feminino, a oosfe-
ra, é formado no interior de uma estrutura pluricelular, o arquegônio. 
Em presença de água, o anterozoide locomove-se em direção à oosfera, 
fecundando-a. Desse processo surge um zigoto, que dá origem a um es-
porófito jovem diploide.
A fase assexuada inicia-se no esporófito maduro. Os esporos são for-
mados dentro de estruturas denominadas esporângios, cobertas por 
uma espécie de tampa chamada caliptra. Nos esporângios ocorre meio-
se. Quando completamente maduros, os esporângios rompem-se, libe-
rando os esporos, que podem germinar e originar novos gametófitos, 
reiniciando o ciclo. Ao germinarem, os esporos dos musgos originam 
pequenos filamentos que constituem o protonema. Mitoses contínuas 
transformam, gradativamente, o protonema em um gametófito mascu-
lino ou feminino desenvolvido. 
Nas briófitas o gametófito persiste durante toda sua vida, por isso ele 
é a fase duradoura dessas plantas. O esporófito, porém, é bastante efê-
mero. Assim, ele é a fase passageira ou efêmera das briófitas.
> Representação da alternância de gerações 
em um musgo. Cores-fantasia. Estruturas 
representadas fora de escala.
A caliptra é 
uma estrutura 
que recobre 
o esporângio 
dos musgos, 
presente na 
parte final do 
esporófito.
> 
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 114 9/16/09 4:32:54 PM
115
Outras formas de reprodução 
das briófitas 
O anterídio e o arquegônio, locais de pro-
dução de gametas, representam importan-
tes avanços na sobrevivência das briófitas em 
meio terrestre, pois evitam a dessecação dos 
gametas que ser formam em seu interior. Mas 
as briófitas também se reproduzem vegetati-
vamente, sem envolvimento de gametas. 
Uma das formas mais comuns de repro-
dução vegetativa é a fragmentação, pela 
qual fragmentos do corpo da planta desen-
volvem-se em outro indivíduo. A formação 
de gemas ou propágulos ocorre em estru-
turas especiais, em forma de taça, chama-
das conceptáculos. Essas estruturas são es-
pecialmente comuns entre as hepáticas. A 
partir delas, os propágulos originam novos 
indivíduos (fotografia abaixo).
A fotografia ao lado representa musgos 
sobre solo e rochas. Neste grupo de briófi-
tas, a estrutura folhosa vertical é a mais fre-
quente. Nessas plantas, os filoides possuem 
células clorofiladas intercaladas com células 
sem cloroplastos, cujo vacúolo pode arma-
zenar grandes quantidades de água.
Nos musgos, os rizoides são pluricelu-
lares; o protonema é uma característica co-
mum; e o esporófito geralmente é uma longahaste que se desenvolve na parte de cima do 
gametófito. Os estômatos estão presentes em 
todo o corpo da planta, exceto nos rizoides.
As hepáticas formam outro subgrupo 
com cerca de 9 mil espécies. O gênero mais 
conhecido é Marchantia. O termo “hepática” 
tem relação direta com a forma de seu cor-
po, que lembra a de um fígado. As hepáticas 
são consideradas as briófitas mais primitivas 
e, em certos aspectos, semelhantes a diver-
sas algas verdes.
O corpo dessas plantas é prostrado, ou 
seja, desenvolve-se rente ao chão ou a outro 
substrato (tronco, pedra, etc.). Em diversas 
espécies, os rizoides do protonema são uni-
celulares, e o protonema é bastante reduzi-
do. As hepáticas não possuem estômatos em 
nenhuma estrutura corporal.
Os antóceros ou antocerotas são um pe-
queno subgrupo dentre as briófitas, com apro-
ximadamente 100 espécies, desconhecido da 
maioria das pessoas. O gametófito é seme-
lhante ao das hepáticas e cresce paralelamente 
ao substrato. Nessas plantas não há protone-
ma, os rizoides são unicelulares e os estômatos 
ocorrem no gametófito, exceto nos rizoides.
Importância das briófitas 
As briófitas são consideradas plantas pio-
neiras, pois estabelecem-se em locais inóspi-
tos, como rochas nuas, colonizando-os. Além 
disso, mantêm a superfície do solo úmida 
pelo acúmulo de água das chuvas em seus va-
cúolos e pela retenção da umidade. Algumas 
espécies servem de combustível, e muitas são 
usadas comercialmente em floriculturas.
> Nessa fotografia, são vistos vários conceptáculos 
da hepática do gênero Marchantia. Um deles está 
em destaque no círculo branco. 
> Em locais úmidos, 
os musgos podem 
recobrir o solo e as 
rochas.
 1. Cite três características comuns às briófitas.
2. Explique os termos: filoide, cauloide e rizoide.
3. O que é metagênese? Nas briófitas, quais são suas fases?
4. Cite algumas formas de reprodução vegetativa presentes nas briófitas.
5. Quais são os subgrupos representativos das briófitas?
Questões de revisão
As briófitas ainda apresentam outras for-
mas de reprodução vegetativa. Em certos ca-
sos, o esporófito desenvolve-se sem que haja 
fecundação. Tais processos ainda não são to-
talmente compreendidos.
Musgos, hepáticas  
e antóceros
As briófitas são divididas em três subgru-
pos. O subgrupo dos musgos, com aproxi-
madamente 15 mil espécies conhecidas, é o 
maior e mais facilmente observável. Geral-
mente são encontrados em ambientes com 
pH ligeiramente ácido.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 115 9/16/09 4:23:18 PM
116
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
 Pteridófitas
Este grupo de plantas compartilha algumas características em co-
mum com as briófitas, como a dependência da água para a reprodução, 
e apresenta características evolutivas novas, como o desenvolvimento 
completo de um sistema vascular.
Evidências paleobotânicas sugerem que as primeiras pteridófitas tenham 
surgido no período Devoniano (408 a 360 milhões de anos atrás). À época 
da extinção dos dinossauros, há cerca de 65 milhões de anos, as pteridófi-
tas ocupavam extensas áreas e formavam florestas imensas. Alguns de seus 
representantes extintos eram bem maiores que as maiores pteridófitas atu-
ais, sendo algumas delas árvores com mais de 25 m de altura. A denomina-
ção do grupo é de origem grega (pterís ou pteridós, “feto”, e phyto, “planta”) 
e possivelmente foi dada em razão de algumas espécies apresentarem as fo-
lhas jovens enroladas, à semelhança da posição dos fetos humanos. Essas 
folhas jovens são denominadas báculos.
As pteridófitas também apresentam alternância de gerações, porém, 
ao contrário das briófitas, nas pteridófitas a fase duradoura é o espo-
rófito, que assume diferentes tamanhos e formas, e a fase passageira 
ou efêmera é o gametófito.
Há aproximadamente 13 500 espécies de pteridófitas dispersas pelo 
mundo todo, nos mais variados ambientes. São conhecidas espécies ter-
restres, aquáticas, trepadeiras e também epífitas. Em relação ao tama-
nho, existem representantes pequenas, como a aquática Salvinia, e árvo-
res de mais de 10 m de altura, como algumas espécies de samambaias 
e samambaiaçus.
O subgrupo das samambaias é o mais conhecido e com o maior nú-
mero de espécies. Entre as pteridófitas também podem ser citadas as ca-
valinhas, os licopódios e as selaginelas.
Organização geral do corpo  
As pteridófitas são plantas vasculares. O aparecimento dos sistemas 
especializados no transporte da seiva é considerado uma grande novidade 
evolutiva, pois permitiu às plantas atingir tamanhos maiores. As primei-
ras plantas vasculares, das quais as pteridófitas evoluíram, apareceram há 
mais de 450 milhões de anos. Como a água não tem de passar de célula 
a célula por todo o corpo da planta, como ocorre nas briófitas, há maior 
eficiência no fluxo de água e de nutrientes no interior do indivíduo.
As pteridófitas diferenciam-se das outras 
plantas vasculares pela ausência de flores e se-
mentes. As estruturas presentes nas pteridófitas 
são raízes, caules e folhas, que, em alguns sub-
grupos, encontram-se bastante desenvolvidos.
Os caules das pteridófitas, denominados rizo-
mas, geralmente são subterrâneos. Há pteridó-
fitas, principalmente do grupo das samambaias, 
que possuem caules aéreos.
As folhas das pteridófitas podem apresentar 
uma grande variedade de formas, desde as mais 
simples (sem divisão da lâmina foliar) às recor-
tadas e compostas, em que a lâmina foliar pode 
ser dividida em inúmeras partes, denominadas 
folíolos. A samambaia arborescente (fotografia 
ao lado) apresenta folhas compostas. Algumas 
samambaias possuem folhas com mais de 2 m 
de comprimento.
> Folhas jovens de samambaia, chamadas báculos, 
enroladas em sua posição característica.
> Duas diferentes pteridófitas: à esquerda, uma 
samambaia arborescente com vários metros 
de altura, e à direita, uma avenca, planta 
delicada e de pequeno porte.
3P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 116 08.09.09 10:07:21
soro
folha com 
soros
esporos
anterídio
anterozoide
arquegônio
oosfera
zigoto
gametófito (n)
esporófito 
(2n)
meiose
fecundação
esporângio
117
O esporófito, fase duradoura do ciclo, apre-
senta esporângios, nos quais são produzidos 
esporos. Em algumas pteridófitas, os esporân-
gios ficam reunidos em conjuntos chamados 
soros. As pteridófitas são denominadas isos-
poradas quando os esporos produzidos são 
idênticos, e heterosporadas quando os espo-
ros são de dois tipos: um maior (megásporo) 
e outro menor (micrósporo).
Reprodução vegetativa 
em pteridófitas 
Em muitas espécies de pteridófitas, o rizo-
ma que cresce paralelamente à superfície do 
solo pode, em determinados pontos, desen-
volver folhas e raízes. Dessa forma, novos in-
divíduos podem ser originados. Ao apodre-
cer em certos pontos, o rizoma se parte e cada 
fragmento dá origem a plantas independentes.
Ciclo de vida das pteridófitas  
Assim como nas briófitas, os gametas das 
pteridófitas estão sempre protegidos no inte-
rior dos arquegônios e anterídios. A alternân-
cia de gerações das pteridófitas pode ser ob-
servada na ilustração abaixo. Observe como 
os processos de formação do esporófito, do 
gametófito, dos esporos e dos gametas são se-
melhantes aos que ocorrem nas briófitas.
Assim como acontece nas briófitas, os 
anterozoides das pteridófitas também ne-
cessitam de um meio aquoso para poder 
alcançar e fecundar a oosfera.
Uma diferença em relação à metagênese 
das briófitas é que, nas pteridófitas, o ga-
metófito é extremamente reduzido em rela-
ção ao esporófito. O gametófito, que recebe 
o nome de protalo, é clorofilado e pode ser 
monoico ou dioico.
Biologia no cotidiano
Xaxim 
Você provavelmente já ouviu falar em xaxim, um mate-
rial fibroso utilizado em vasos ornamentais e encontrado 
frequentemente em floriculturas e lojas de jardinagem. 
O xaxim é um conjunto de fibras oriundas do caule da 
samambaia arborescente conhecida como samambaia-
çu ou samambaia-imperial (Dicksonia sellowiana). Essa 
samambaia, que pode atingir maisde 5 m de altura e 
possui folhas compostas de até 2 m de comprimen-
to, é nativa da Mata Atlântica. A extração desenfreada 
e criminosa do xaxim levou a espécie praticamente à ex-
tinção. A samambaiaçu já é considerada extinta nos es-
tados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A extração do 
xaxim está proibida no Brasil, e os infratores respondem 
judicialmente pelo crime.
Atualmente vasos feitos da casca do coco ou de pneus 
reciclados são usados no lugar do xaxim. Essa medida 
mostra que o ser humano pode encontrar alternativas que 
assegurem o uso sustentável dos recursos.
> Representação 
da alternância de 
gerações em uma 
samambaia. Cores- 
-fantasia. Estruturas 
representadas fora 
de escala.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 117 9/16/09 4:26:32 PM
118
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
Transporte de seiva e folhas especiais  
A água e os sais minerais que são absorvidos do ambiente pelas pteri-
dófitas fluem pelo interior do corpo da planta em direção às folhas através 
de um sistema de células especializadas que formam uma rede de peque-
nos tubos. Esse sistema é denominado xilema. Nas folhas, ocorre a fotos-
síntese, cujo resultado é a produção de glicose. Saindo das folhas, a água e 
a glicose fluem para todas as partes da planta no interior de outro sistema 
de vasos igualmente especializado, denominado floema. Esses dois siste-
mas serão estudados em maiores detalhes no próximo capítulo.
Entre as pteridófitas, as folhas podem desempenhar funções vegeta-
tivas e reprodutivas. Nas folhas de samambaias e avencas, por exemplo, 
podem existir soros. Cada soro tem a aparência de um ponto acastanha-
do ou da cor de ferrugem e apresenta diversos esporângios reunidos.
Samambaias, cavalinhas, licopódios  
e selaginelas 
As pteridófitas são divididas em diversos subgrupos.
O subgrupo das filicíneas inclui as plantas conhecidas como samam-
baias, samambaiaçus, avencas, rendas-portuguesas e chifres-de-veado 
(estas últimas possuem folhas simples e alongadas). As filicíneas for-
mam o subgrupo mais numeroso em espécies entre as pteridófitas. Mui-
tas espécies aquáticas de pequeno porte, como salvínia, azola e marsília, 
pertencem a este subgrupo. Muitas espécies de filicíneas são utilizadas 
decorativamente em vasos, como a samambaia-de-metro.
As cavalinhas pertencem ao subgrupo das equisetíneas. São pteridó-
fitas menos conhecidas e possuem uma estrutura corporal bastante in-
teressante, com folhas diminutas e semelhantes a escamas. 
As licopodíneas formam um pequeno subgrupo, 
no qual se destacam as espécies licopódio e selaginela. 
O licopódio é uma planta encontrada frequentemente 
em locais de altitude moderada e em condições espe-
ciais de solo. As selaginelas são muito comuns em lo-
cais sombrea dos e úmidos. 
Existe, ainda, um subgrupo com características mui-
to particulares, representado por espécies do gênero 
Psilotum. Alguns pesquisadores consideram tais pte-
ridófitas as mais primitivas ainda existentes. Veja nas 
fotografias ao lado alguns representantes dos diversos 
subgrupos de pteridófitas.
Importância das pteridófitas 
As pteridófitas são comercializadas devido à beleza de suas folhagens, 
compondo arranjos e vasos vendidos em floriculturas e casas do gênero. 
Elas dominaram diversas áreas no mundo inteiro durante o período Car-
bonífero e, sob condições especiais, transformaram-se em carvão mine-
ral (o chamado “carvão-de-pedra”), utilizado atualmente como combus-
tível. De uma espécie de samambaia, o feto-macho (Athyrium filix-mas), 
extrai-se uma substância empregada contra certas verminoses.
 1. Cite três características comuns às pteridófitas.
2. Que diferenças há entre o gametófito e o esporófito das pteridófitas e os das briófitas?
3. Explique as diferentes funções desempenhadas pelas folhas das pteridófitas.
4. Quais são os principais subgrupos de pteridófitas?
Questões de revisão
> Esporângios reunidos em soros na parte 
inferior da folha de samambaia.
> Da esquerda para direita: licopódio, 
chifre-de-veado e cavalinha. 
Fotografias fora de escala.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 118 9/16/09 4:28:53 PM
119
A araucária, ou pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), é uma 
gimnosperma comum na Região Sul do Brasil. Ela deu nome a um dos 
ecossistemas brasileiros, a Mata de Araucárias. De suas pinhas origi-
nam-se, após a fecundação, o pinhão, uma semente comestível aprecia-
da tanto pelos seres humanos quanto por aves como a gralha-azul, em 
perigo de extinção devido ao desmatamento.
Organização geral do corpo  
Assim como ocorre nas pteridófitas, o esporófito é a fase duradou-
ra das gimnospermas.
As gimnospermas são plantas vasculares que se apresentam, em sua 
grande maioria, como árvores com troncos fortes e resistentes. As gim-
nospermas não apresentam frutos nem flores, estruturas exclusivas das 
angiospermas. As estruturas reprodutivas das gimnospermas reú-
nem-se geralmente em estróbilos, conhecidos popularmente como 
pinhas ou cones.
As folhas das plantas deste grupo podem ter inúmeras variações de 
formato, tamanho e cor, porém as mais comuns são as folhas alongadas 
e em forma de agulha, denominadas folhas aciculadas. De algumas fo-
lhas se extraem óleos aromáticos e medicinais.
 Gimnospermas
As gimnospermas provavelmente foram as primeiras plantas com se-
mentes que apareceram em terra firme, há cerca de 350 milhões de 
anos, ao final do período Devoniano. Originadas de plantas ancestrais 
com características ainda comuns às das pteridófitas, as gimnosper-
mas representam um importante passo evolutivo das plantas, pois sua 
reprodução não depende mais diretamente da água para ocorrer. 
Além disso, o embrião desenvolve-se dentro de uma estrutura pro-
tetora, a semente.
O termo gimnosperma deriva de duas palavras gregas: gymné, “nua”, 
e sperma, “semente”. Essa denominação se deve ao fato de as gimnosper-
mas produzirem sementes, mas não frutos. Essas plantas apresentam, em 
geral, árvores de médio e grande porte. As sequoias, uma espécie de gim-
nosperma encontrada na costa oeste da América do Norte, estão entre as 
maiores árvores do mundo.
As gimnospermas são plantas muito comuns nas regiões frias e tem-
peradas. De fato, são as árvores mais abundantes em alguns biomas ter-
restres como a taiga, localizada na Sibéria e no Canadá, também conhe-
cida como floresta de coníferas. As coníferas formam o maior grupo das 
gimnospermas, representado principalmente pelos pinheiros. Além 
dessas regiões, as gimnospermas também ocorrem, com menor frequên-
cia, em zonas subtropicais, e existe uma espécie, a Welwitschia mirabilis, 
que é encontrada em desertos da África.
> O pinheiro-do-paraná é uma 
gimnosperma nativa do Brasil.
A Welwitschia mirabilis 
é uma gimnosperma 
encontrada em regiões 
desérticas da África. 
A planta mantém-se 
viva absorvendo água 
do orvalho matutino.
> 
> Representação de Pteridospermae 
(“samambaias com sementes”), um 
interessante grupo extinto de gimnospermas 
do Carbonífero, que se assemelhavam às 
samambaias arborescentes.
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araucária 
jovem
araucária 
(esporófito)
(2n)
araucária 
(esporófito)
(2n)
semente
(pinhão)
embrião
oosfera
(n)
gametófito 
grão de pólen em 
germinação (gametófito)
grão de 
pólen
megasporângio
micrósporos
(n)
megásporo
(n)
microsporângio
estróbilos
núcleos 
espermáticos (n)
tubo polínico
120
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
Ciclo de vida das gimnospermas  
O ciclo vital das gimnospermas será explicado com base na reprodução 
do pinheiro-do-paraná (araucária), espécie na qual as plantas são dioicas, 
ou seja, têm sexos separados. Algumas gimnospermas possuem órgãos re-
produtivos masculinos e femininos na mesma planta: são monoicas. Obser-
ve a ilustração abaixo e acompanhe os detalhes do ciclo no texto a seguir.
> Representação da alternância de gerações 
em uma araucária. Cores-fantasia. Estruturas 
representadas fora de escala.
> Dois estróbilosde pinheiro: à esquerda, o 
masculino, e à direita, o estróbilo feminino.
Os elementos reprodutivos das gimnospermas são formados em estru-
turas chamadas estróbilos. Os estróbilos crescem no indivíduo adulto, que 
é o esporófito. No caso da araucária, esses estróbilos são popularmente co-
nhecidos como pinhas. No estróbilo masculino, que é menor que o femi-
nino, formam-se esporângios denominados microsporângios. Por meio 
da meiose, cada saco polínico produzirá micrósporos, que se desenvol-
vem em grãos de pólen. No estróbilo feminino, formam-se esporângios, 
denominados megasporângios, que originam, por meiose, os megáspo-
ros. Note que, nas gimnospermas, há diferenças de tamanho nos estróbilos 
e também nos esporos (micrósporos e megásporos).
O megásporo fica retido no interior do esporângio feminino forman-
do uma estrutura pluricelular, o óvulo (que não é 
o gameta feminino). Este contém, em seu interior, 
o gametófito feminino, denominado megaprótalo. 
No interior do gametófito feminino será formada a 
oosfera, que é o gameta feminino.
O gametófito masculino é o grão de pólen em ger-
minação e é chamado microprótalo. Essa estrutura 
é responsável pela formação dos gametas masculinos 
da araucária, denominados núcleos espermáticos.
Na página seguinte é explicado como o encon-
tro do tubo polínico com o gametófito feminino 
levará à formação do embrião.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 120 9/16/09 4:30:52 PM
casca
endosperma
embrião
121
Polinização e fecundação 
Polinização é o transporte do grão de pólen até o óvulo. O grão de pó-
len da araucária, assim como em praticamente todas as gimnospermas, é 
leve e facilmente transportado de uma planta a outra pelo vento.
Uma vez junto ao óvulo, o grão de pólen desenvolve-se e dá ori-
gem ao tubo polínico. Dentro do tubo polínico há dois gametas 
masculinos, que são núcleos gaméticos haploides. Esses núcleos es-
permáticos são correspondentes aos anterozoides encontrados nas 
briófitas e pteridófitas.
Apenas um desses núcleos espermáticos irá fecundar a oosfera. O ou-
tro núcleo gamético degenera e morre. A fecundação dá origem ao zigo-
to que, após sucessivas mitoses, origina o embrião.
Germinação da semente 
Após a fecundação e a formação do embrião, o óvulo converte-se em 
semente. A semente, como visto anteriormente, é uma novidade evo-
lutiva importante das gimnospermas, pois ela protege o embrião, que 
dará origem ao futuro esporófito.
A semente é formada por três partes.
A ƒƒ casca ou tegumento, uma parte externa, é geralmente dura e 
resistente.
O ƒƒ embrião, que dará origem ao esporófito. O embrião das gimnos-
permas apresenta folhas especiais chamadas cotilédones.
O ƒƒ endosperma, tecido materno haploide utilizado como reserva nu-
tritiva pelo embrião durante a germinação. Por exemplo: a parte co-
mestível do pinhão é formada pelo embrião e pelo endosperma, que 
se torna mastigável após cozimento.
As sementes das gimnospermas podem cair no solo por gravidade ou 
ser dispersas pelo vento ou por animais, como a gralha-azul (ver boxe abai-
xo, ao lado). A disseminação das sementes é um fator importante para a 
sobrevivência das espécies: se as sementes continuamente caírem em locais 
inapropriados ou forem destruídas por quaisquer outros fatores, novos in-
divíduos não nascerão, colocando em risco a perpetuação da espécie.
Ao encontrar condições ideais de umidade, temperatura e luz, a se-
mente pode germinar, originando o futuro esporófito. Dependendo da 
espécie e das condições ambientais, a semente pode ficar em estado de 
latência, adormecida durante meses ou até anos. Atingidas as condições 
adequadas, a germinação pode ocorrer.
Muitas sementes tratadas em experimentos de laboratório não germi-
nam, mesmo que sejam mantidas as condições ideais ou próximas das 
encontradas nos ambientes de origem da planta matriz, devido à morte 
do embrião ou inaptidão do ambiente de laboratório para a germina-
ção da semente.
> Pinhão aberto para mostrar 
as partes da semente.
À esquerda, plântula 
(planta jovem, em início 
de desenvolvimento) de 
araucária. Se sobreviver e 
crescer, essa plântula poderá 
originar uma árvore com 
dezenas de metros de altura.
> 
Saiba mais
Pinhões e gralhas-azuis
A gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), 
ave símbolo do Paraná, é um animal 
com um curioso hábito: ela coleta os 
pinhões da araucária e os enterra no 
solo, em diferentes locais, para inge-
ri-los depois. Nem todas as sementes 
enterradas, entretanto, são comidas 
posteriormente. Dessa maneira, al-
guns pinhões acabam germinando e 
originando novos indivíduos adultos 
do pinheiro-do-paraná.
A gralha-azul, portanto, desempe-
nha importante papel na disseminação 
e germinação das sementes dessa im-
portante gimnosperma representativa 
dos ecossistemas sulinos brasileiros.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 121 9/16/09 4:35:30 PM
122
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
Principais representantes  
das gimnospermas 
O grupo das gimnospermas é formado por 
aproximadamente mil espécies, sendo subdi-
vidido em coníferas, gnetáceas, gingkoáceas 
e cicadáceas. As fotografias ao lado mostram 
alguns representantes desses subgrupos.
As coníferas formam o maior subgru-
po, com aproximadamente 550 espécies. O 
nome é dado em função da estrutura repro-
dutiva típica de seus representantes, o cone. 
Os pinheiros, ciprestes, abetos, cedros e se-
quoias são coníferas bastante conhecidas e 
abundantes principalmente nas regiões ao 
norte do hemisfério Norte. A Sequoiadendron 
giganteum, ou sequoia gigante, pode atin-
gir mais de 100 m de altura. Algumas des-
sas árvores possuem a maior biomassa, isto 
é, volume de madeira dentre todas as ár-
vores da Terra. O pinheiro-do-paraná e o 
podocarpo (Podocarpus sp.) são coníferas 
nativas do Brasil.
As gnetáceas formam um subgrupo com 
características muito particulares. As folhas e 
os estróbilos de seus representantes possuem 
semelhanças com as folhas e as flores encon-
tradas no grupo das angiospermas. Os gêne-
ros Ephedra, Gnetum e Welwitschia fazem par-
te das gnetáceas.
Atualmente há apenas uma espécie de ging- 
koácea, Gingko biloba, que cresce principal-
mente na Ásia oriental (China, Japão, etc.). 
De diferentes partes da árvore se extraem 
compostos com propriedades medicinais.
As cicadáceas formam um importante sub-
grupo de gimnospermas, com plantas cujas 
folhas se assemelham às de diversas samam-
baias. Os gêneros Cycas, Zamia e Encephalartos 
são representativos desse subgrupo, havendo 
muitas espécies nas regiões tropicais.
Importância das gimnospermas 
Muitas gimnospermas têm aplicação in-
dustrial. Papéis, gomas e colas, remédios e 
diversos produtos antissépticos, como de-
sinfetantes e bactericidas, podem ser obti-
dos de diversas espécies, com destaque para 
os pinheiros.
As gimnospermas também têm impor-
tância para a reconstituição do passado da 
Terra. Uma substância viscosa produzida 
por diversas gimnospermas, a resina, soli-
difica-se em contato com a atmosfera, for-
mando o âmbar. Há milhões de anos, in-
setos e outros organismos agora extintos 
ficaram imersos nessas substâncias, que se 
solidificaram, aprisionando-os e conservan-
do-os. Ao estudá-los, os cientistas obtêm 
importantes pistas sobre o passado de nos-
so planeta, especialmente da fauna da época 
(como na fotografia ao abaixo).
 1. Que características evolutivas distinguem uma gimnosperma de uma pteridófita?
2. Explique os termos: megásporo, micrósporo e grão de pólen.
3. Qual é a importância evolutiva da semente para as plantas terrestres?
4. Cite alguns representantes do grupo das gimnospermas.
Questões de revisão
Algumas espécies, como os pinheiros, 
possuem resinas com aplicações terapêuti-
cas. As árvores de algumas gimnospermas 
apresentam madeira de boa qualidade, uti-
lizada na indústria madeireira e de mobiliá- 
rio. Por outro lado, o rápido crescimen-
to urbano e rural também tem levado ao 
desmatamento da Mata de Araucárias, um 
ecossistema brasileiro. Além do pinheiro--do-paraná, principal representante vege-
tal desse ecossistema, diversos animais tam-
bém são afetados pelo desmatamento.
Insetos 
fossilizados 
em âmbar. 
Esses 
animais 
viveram há 
20 milhões 
de anos.
> 
De cima para baixo: pinheiro, sequoia (encontrada 
somente na costa oeste dos EUA), arbusto de Ephedra 
em ambiente desértico, folhas de Gingko biloba e 
exemplar de Cycas revoluta.
> 
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 122 9/16/09 5:26:56 PM
123
 Angiospermas
Pense nestas cenas: um jardim florido, 
um vaso com rosas ou margaridas, uma ces-
ta de frutas, um bom suco de laranja, limão 
ou manga e um prato com arroz, feijão e sa-
lada de tomate com alface. O que elas têm 
em comum? Todas essas situações envol-
vem plantas que pertencem ao grupo vege-
tal com maior número de espécies dentre 
todos os demais grupos: as angiospermas.
Surgidas provavelmente há mais de 120 
milhões de anos, as angiospermas já eram 
as plantas mais abundantes em todas as par-
tes do mundo há pelo menos 100 milhões 
de anos. Atualmente, estima-se que existam 
aproximadamente 250 mil espécies, e com 
frequência os botânicos anunciam desco-
bertas de novas espécies em locais remotos, 
como o interior da floresta Amazônica.
As angiospermas ocupam praticamen-
te todos os ambientes de nosso planeta, in-
cluindo ambientes aquáticos, sejam de água 
doce, salgada ou salobra. Elas podem ser ár-
vores imensas, com várias dezenas de metros 
de altura e vários metros de diâmetro, como 
a gigante brasileira sumaúma (uma das maio-
res árvores da Amazônia), ou então plantas 
minúsculas como algumas espécies de água 
doce. As angiospermas também incluem er-
vas, gramas, arbustos, trepadeiras e cipós.
Evolutivamente, as angiospermas apre-
sentam duas estruturas muito importan-
tes para sua adaptação e diversificação: a 
flor e o fruto. De fato, a palavra angiosper-
ma vem do grego angiós, “urna”, e sperma, 
“semente”. A urna, nesse caso, refere-se ao 
fruto, que encerra em seu interior uma ou 
mais sementes.
As flores das angiospermas podem ser 
grandes ou pequenas, brancas ou multico-
loridas; podem possuir aromas perfumados, 
ou então odores fétidos que atraem moscas 
e besouros. Há milhares de anos o ser hu-
mano parece manter uma relação estreita 
com as flores, usando-as para fins decorati-
vos ou como matéria-prima para perfumes, 
medicamentos e outros produtos.
A interdependência entre organismos po-
linizadores, como insetos e aves, e certas an-
giospermas fez com que ambos evoluíssem 
concomitantemente. A especialização de cer-
tas flores é tão grande que algumas orquí- 
deas têm cores e formas que lembram vespas 
ou abelhas. Algumas angiospermas, como as 
gramíneas, são polinizadas pelo vento.
Os frutos das angiospermas são igual-
mente variados em cores, formas, tamanhos, 
sabores e texturas. São consumidos por in-
setos, aves, répteis, peixes e mamíferos.
Um campo florido 
pode conter dezenas 
ou centenas 
de espécies de 
angiospermas.
> 
Saiba mais
Plantas como combustível alternativo
Biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes 
renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos […]. 
Pode ser produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vege-
tais, existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil que podem 
ser utilizadas, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, 
amendoim, pinhão-manso e soja, dentre outras. 
O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de pe-
tróleo em motores ciclodiesel automotivos (de caminhões, trato-
res, camionetas, automóveis, etc.) ou estacionários (geradores de 
eletricidade, calor, etc.). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel 
em diversas proporções. A mistura de 2% de biodiesel ao diesel de 
petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel 
puro, denominado B100.
[…]
A transesterificação é o processo mais utilizado atualmente para 
a produção de biodiesel. Consiste numa reação química dos óleos 
vegetais ou gorduras animais com o álcool comum (etanol) ou o me-
tanol, estimulada por um catalisador, da qual também se extrai a gli-
cerina, produto com aplicações diversas na indústria química. 
Além da glicerina, a cadeia produtiva do biodiesel gera uma sé-
rie de outros coprodutos (torta, farelo, etc.) que podem agregar 
valor e se constituir em outras fontes de renda importantes para 
os produtores.
Governo Federal. Disponível em: <http://www.biodiesel.gov.br>. 
Acesso em: 19 maio 2009.
A mamona é uma planta 
promissora para a 
produção de biodiesel.
> 
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 123 9/16/09 4:38:37 PM
estolho
caule de 
outra 
planta
planta 
matriz
A B
124
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
Organização geral do corpo  
As angiospermas são consideradas plantas completas, pois possuem 
todos os órgãos vegetativos (raiz, caule e folha) e todos os órgãos repro-
dutivos (flor, fruto e semente). Algumas espécies apresentam ainda va-
riações dessas estruturas, como estípulas, gavinhas, brácteas, etc., que 
serão comentadas em outros capítulos.
A disposição de raízes, caules e folhas no corpo da planta é muito di-
versificada: algumas angiospermas possuem raízes profundas e de gros-
so calibre, enquanto outras têm raízes superficiais e finas. As folhas po-
dem ser simples ou compostas, extremamente duras e resistentes, ou 
então finas e frágeis. O caule pode ser aéreo, subterrâneo ou aquático. 
Essas características serão discutidas em detalhes no capítulo 8.
As flores e os frutos das angiospermas apresentam uma extensa lista 
de tipos e subtipos. As sementes, que podem ser únicas ou ocorrer às 
dezenas por fruto, serão comentadas ainda neste capítulo.
Reprodução assexuada  
As angiospermas podem reproduzir-se de forma assexuada utilizan-
do mecanismos de propagação vegetativa, envolvendo principalmente 
caules e folhas.
O caule de plantas como a grama, o morangueiro e outras cresce ho-
rizontalmente e, em certos pontos, toca o solo, enraíza-se e dá origem a 
novas plantas. Esse caule é denominado estolho ou estolão e permite 
a propagação vegetativa, pois possui gemas ou botões que podem ori-
ginar novos indivíduos. Alguns caules subterrâneos, como os da bana-
neira e do bambu, também podem originar novos indivíduos a partir 
do desenvolvimento das gemas. Por exemplo: de uma única bananeira, 
diversos novos indivíduos podem se desenvolver em um espaço amplo 
ao redor da planta-mãe devido ao desenvolvimento das gemas presen-
tes no caule subterrâneo.
> Cajueiro em Natal, Rio Grande do Norte. Parte do 
tronco da árvore está enterrado.
Plantas como a fortuna e a begônia dão origem a novos indivíduos 
a partir de gemas localizadas nas folhas. Ao atingir certo tamanho, 
os brotos destacam-se das folhas da planta-mãe, desenvolvem raízes 
e crescem.
Observando tais mecanismos naturais, o ser humano desenvolveu téc-
nicas para propagar vegetativamente as plantas. Essas técnicas incluem, 
entre outras, a estaquia, a mergulhia e a enxertia. O objetivo dessas técni-
cas é melhorar o rendimento agrícola e econômico de certas espécies.
> Em (A), morangueiro. Note que o caule lateral 
pode enraizar-se no solo, originando um novo 
morangueiro. (B), diversos enxertos em uma 
planta matriz. Os enxertos são cortes de caules 
que, ao ser inseridos na planta matriz (“cavalo”), 
podem crescer, originando novos indivíduos.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 124 9/16/09 4:42:21 PM
pólen
antera
gineceu
estigma
estilete
óvuloovário
oosfera
saco 
embrionário
filete
receptáculo
sépala
estame
gineceu
pétala
antera
filete
estame
125
Flor  
Assim como o fruto, a flor é uma estrutu-
ra característica das angiospermas, embora 
as gimnospermas já apresentem estruturas 
compostas de folhas modificadas, os estró-
bilos, que originam os gametas femininos 
e masculinos. As flores das angiospermas 
apresentam ampla complexidade e varie-
dade. Por esse motivo, as angiospermas são 
denominadas, também, antófitas (do gre-
go, anthós, “flor”, e phytos, “planta”).
A flor é umconjunto de folhas modifica-
das que podem ser agrupadas em subcon-
juntos denominados verticilos, que podem 
ser de proteção (como pétalas e sépalas), ou 
de reprodução (como estames e pistilos). 
Nem todas as flores possuem todos os verti-
cilos; por exemplo, existem flores sem pisti-
los ou sem estames. Os verticilos partem de 
um local geralmente mais largo, denomina-
do receptáculo, localizado na base da flor. 
Na ilustração abaixo, é possível ver sépalas 
e pétalas, que formam os verticilos de prote-
ção. O conjunto de sépalas de uma flor recebe 
o nome de cálice, ao passo que o conjunto de 
pétalas recebe o nome de corola. Característi-
cas específicas do cálice e da corola, como for-
matos e cores, são importantes para atrair in-
setos polinizadores, por exemplo.
possua dois ou mais estames. O estame é 
formado por um filamento denominado 
filete, na ponta do qual se encontra uma 
estrutura dilatada, a antera. O conjunto 
de estames de uma flor recebe o nome de 
androceu.
Carpelo ƒ , que corresponde à estrutura que 
origina o gameta feminino. Os carpelos 
são folhas modificadas que, em algumas 
plantas, apresentam-se fundidas. Carpelos 
isolados ou fundidos formam uma estru-
tura chamada pistilo. Cada pistilo é cons-
tituído de um estigma, um estilete e um 
ovário, dentro do qual se encontram óvu-
los e, dentro destes, o gameta feminino 
(oosfera). O conjunto de pistilos de uma 
flor é denominado gineceu.
> Ilustração de uma flor completa de angiosperma 
mostrando suas diferentes estruturas.
Os verticilos de reprodução incluem 
folhas muito modificadas e especializadas 
na produção dos gametas masculinos e fe-
mininos, como veremos mais adiante no 
ciclo de vida dessas plantas. Essas folhas 
são denominadas estame e carpelo:
Estame ƒ , que corresponde à estrutura 
que origina o gameta masculino. Algu-
mas flores possuem um único estame, 
embora a maior parte das angiospermas 
> No esquema à esquerda, uma antera 
do estame com sua estrutura interna; 
à direita, visão geral do gineceu.
Flor de lírio. 
Note os 
estames ao 
redor do 
gineceu. 
> 
flor completa
estame pistilo
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 125 9/16/09 4:44:02 PM
estame
pistilo
espádice
bráctea
FF
F
F F
F
F
F E E
E
P
FF
F
F F
F
F F
F
F
F
F
F
F
F
126
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
Diversidade de flores e inflorescências 
As angiospermas podem ser dioicas, quando cada indivíduo apresen-
ta apenas um sexo, ou monoicas, espécies nas quais o mesmo indivíduo 
apresenta ambos os sexos.
> À esquerda: flor da Rafflesia arnoldii, 
encontrada em Sumatra e Bornéu, exala 
odor de carne em decomposição, atraindo 
moscas, seus polinizadores. À direita, flor 
hermafrodita de hibisco. Observe os estames 
ao redor dos pistilos.
> O espádice do antúrio (à esquerda) é um tipo de espiga com eixo carnoso, protegida por folhas especiais denominadas brácteas. No 
esquema, E = eixo, F = flor. À direita, a inflorescência do tipo espiga encontrada na grama (Stryphnodendron sp.). No esquema, F = flor.
A margarida (à esquerda) possui flores reunidas em uma inflorescência complexa 
denominada capítulo. A parte amarela é formada por minúsculas e numerosas flores. 
No esquema, E = eixo (expandido lateralmente); P = pétala maior da margem; F = flor. As 
flores do gerânio (acima) estão reunidas em uma inflorescência denominada umbela, em 
que todas as flores partem do mesmo ponto. No esquema, F = flor.
> 
Nas plantas dioicas, cada indivíduo apresenta apenas 
flores masculinas ou femininas. Ou seja, há indivíduos 
que produzem apenas flores com estames e outros que 
produzem apenas flores pistiladas, como acontece com 
certas figueiras.
Nas plantas monoicas, a mesma planta produz game-
tas masculinos e femininos. Em algumas espécies, como 
certas palmeiras, o mesmo indivíduo apresenta flores 
unissexuadas, masculinas e femininas. Em outras, como a 
roseira, a planta produz flores hermafroditas, que têm es-
tames e pistilos na mesma flor.
Em muitas angiospermas, as flores encontram-se reunidas em grupos 
denominados inflorescências. As inflorescências das angiospermas são 
muito diversificadas. Alguns exemplos são apresentados nas fotografias 
abaixo. Ao lado de cada fotografia há um esquema representando a po-
sição das flores em cada tipo de inflorescência.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 126 9/16/09 4:46:51 PM
semente
fruto
esporófito
diploide
antera
ovário
grãos de 
pólen
formação de 
saco polínico
saco 
embrionário
núcleos que 
degeneram
núcleos 
haploides
núcleos 
haploides
núcleos 
polares
núcleo da 
oosfera
megásporo
embrião da 
semente (2n)
albúmen (3n)
(degeneram)
grão de 
pólen
tubo 
polínico núcleos 
espermáticos
oosfera
saco 
embrionário
óvulo
núcleos 
polares
127
Ciclo de vida  
O ciclo de vida das angiospermas é muito semelhante ao encontrado 
entre as gimnospermas. A ilustração abaixo apresenta o ciclo em uma 
planta com flor hermafrodita.
> Representação da fecundação nas 
angiospermas. O tubo polínico (ampliado no 
detalhe acima) cresce pelo estilete da flor, 
alcançando o saco embrionário. 
Ao se tornarem maduras, as anteras dos estames produzem grãos de 
pólen. Cada grão de pólen possui dois núcleos espermáticos haploides, 
que são os gametas masculinos das angiospermas. Ao chegar ao estigma 
da flor, o grão de pólen desenvolve o tubo polínico, pelo qual os núcleos 
espermáticos migram em direção ao óvulo, como representado na ilus-
tração ao lado.
O tubo polínico cresce por dentro do estigma e atravessa o estilete até 
alcançar a abertura do megagametófito, representado por uma estrutu-
ra multicelular denominada saco embrionário e localizado no interior 
do ovário da flor. No saco embrionário existem oito células, geradas por 
meiose da célula-mãe do megásporo:
uma ƒ oosfera, o gameta feminino das angiospermas;
dois ƒ núcleos polares (secundários);
cinco células, chamadas ƒ antípodas quando localizadas no lado opos-
to da oosfera e sinérgides quando localizadas ao lado da oosfera.
Diferentemente das gimnospermas, em que um dos núcleos espermá-
ticos degenera e morre, nas angiospermas os dois núcleos são funcionais. 
Entre as angiospermas, ocorre um fenômeno biológico exclusivo des-
se grupo de plantas: a dupla fecundação. Um dos núcleos espermáticos 
irá fecundar a oosfera, que é o gameta feminino das angiospermas, dando 
origem ao embrião diploide. O outro núcleo irá fundir-se aos dois núcleos 
polares, originando um tecido triploide (3n), denominado albúmen ou 
endosperma, que nutre o embrião durante a germinação. As outras célu-
las do saco embrionário degeneram e morrem.
Após a fecundação, o ovário da flor ganha volume e cresce, dando 
origem ao fruto das angiospermas, dentro do qual se encontra a semen-
te, originada do desenvolvimento do óvulo. Assim, nas angiospermas, o 
fruto é originário do ovário, e a semente é originária do óvulo.
> Representação da alternância de gerações em 
uma angiosperma. Cores-fantasia. Estruturas 
representadas fora de escala.
dupla fecundação
3P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 127 9/8/09 3:10:26 PM
128
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
Polinização
Na polinização, os grãos de pólen são transportados dos estames até 
os estigmas das flores. A polinização é fundamental para que ocorra a 
fecundação e a formação do zigoto.
Embora pareça ser um processo simples, a polinização das flores das 
angiospermas envolve estratégias muito variadas e por vezes comple-
xas. Estames, pétalas, sépalas e outras estruturas adaptaram-se a meca-
nismos específicos de polinização, como ocorre com espécies poliniza-
das exclusivamente por um tipo de polinizador.
A autopolinização ocorre quando o grão de pólen alcança o estig-
ma da mesma flor ou de flores situadas na mesma planta. Esse pro-
cesso é pouco frequente entre as angiospermas. O mecanismo mais 
comum é o da polinização cruzada, no qual o grão de pólen alcança 
o estigma de flores pertencentes a outros indivíduos. Essa estratégia 
aumentaa variabilidade genética das populações de plantas.
Muitas plantas apresentam mecanismos que evitam a autopolini-
zação. Um deles é o desenvolvimento de pistilos e anteras em mo-
mentos diferentes: enquanto o pistilo está maduro, as anteras ainda 
estão imaturas.
A polinização cruzada envolve diversos agentes polinizadores, como 
vento, aves, insetos e mamíferos. Abelhas, beija-flores e outros seres vi-
vos transportam grãos de pólen ao visitar diversas plantas em busca de 
néctar, seu alimento. O néctar é um líquido açucarado produzido em 
nectários, órgãos presentes em certas plantas.
As estratégias de polinização recebem nomes específicos, dependendo 
do agente polinizador envolvido.
Anemofilia ƒ : o vento é o agente polinizador.
Entomofilia ƒ : a polinização é realizada por insetos, como borboletas, 
moscas, abelhas e vespas.
Ornitofilia ƒ : as flores são polinizadas por aves, como os beija-flores.
Mastofilia ƒ : mamíferos, como morcegos, realizam a polinização.
> Representação de autopolinização e 
polinização cruzada.
> Representação de uma flor de trigo (muito 
ampliada), na qual ocorre anemofilia.
> Exemplo de entomofilia: abelha transporta grãos de pólen de uma flor a outra, 
fecundando-a.
> Abelha polinizando flor. Ao sugar o néctar, o 
inseto roça nos estames da flor, e grãos de 
pólen aderem ao seu corpo.
estames
espiga
estigma
aparelho 
sugador 
de inseto
estame 
murcho
pistilo
maduro
pistilo imaturo
nectário
flor de trigo
polinização cruzada
autopolinização
3P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 128 08.09.09 10:09:44
129
Estrutura e germinação das sementes 
As sementes das angiospermas são formadas por três partes.
A parte mais externa, geralmente dura e resistente, é denominada 
casca ou tegumento. É essa estrutura que protege o embrião contra 
possíveis choques mecânicos, evitando também que ele fique desidra-
tado. Para que o embrião germine, porém, é necessário que a casca se 
rompa. Isso pode ocorrer em contato com água ou umidade no solo, ou 
então por algum mecanismo traumático (por exemplo, quebra, raspa-
gem ou trituração por algum animal), químico (contato com enzimas 
digestivas no interior do trato digestório de aves, por exemplo) ou mes-
mo físico (em diversas plantas do Cerrado, o tegumento das sementes 
se rompe após incêndios ou temperaturas altas no solo).
No interior da semente está o embrião. É ele que, ao germinar, dará 
origem ao esporófito jovem ou plântula. Se encontrar condições favo-
ráveis de temperatura, umidade, nutrientes necessários, entre outros, a 
plântula cresce e desenvolve um novo indivíduo.
A parte entre o tegumento e o embrião é denominada albúmen ou 
endosperma. Essa parte é responsável pela nutrição do embrião nos 
primeiros estágios de desenvolvimento, até que a plântula se desen-
volva e passe a realizar fotossíntese. Em geral, o endosperma é rico 
em óleos, amido e proteínas. A concentração de cada nutriente varia 
de acordo com a espécie. O endosperma é reduzido em algumas se-
mentes, como o feijão. Nesse caso, a reserva nutritiva fica armazena-
da em folhas especiais, os cotilédones.
Os cotilédones são formados durante o desenvolvimento do embrião. 
Eles são bem visíveis durante a germinação do feijoeiro. Em outras es-
pécies, os cotilédones ficam enterrados durante a germinação. Algumas 
angiospermas possuem apenas um cotilédone, como as monocotiledô-
neas (milho, arroz e trigo); outras, como feijão, soja e amendoim, pos-
suem dois cotilédones. O capítulo 8 apresenta mais detalhes sobre a es-
trutura das sementes das angiospermas.
Saiba mais
Alguns termos utilizados em Botânica
Diversos termos são utilizados para descrever os grupos de plantas. Esses termos, criados em diferentes momen-
tos históricos, são apresentados a seguir. 
Antófitas – plantas que produzem flores. O termo é geralmente aplicado somente às angiospermas.
Cormófitas – plantas que possuem órgãos vegetativos (raiz, caule e folha) bem desenvolvidos. As pteridófitas, gim-
nospermas e angiospermas são plantas cormófitas.
Criptógamas – plantas historicamente definidas como produtoras de gametas não contidos em flores ou estrutu-
ras evidentes, como os estróbilos das gimnospermas. As briófitas e pteridófitas são plantas criptógamas.
Espermatófitas – plantas que produzem sementes, com ou sem frutos. Somente as gimnospermas e as angios-
permas são plantas espermatófitas atualmente.
Fanerógamas – designa as plantas com gametas aparentes. Embora esse termo seja criticado por alguns pesqui-
sadores e ainda seja encontrado com frequência na literatura, ele tende a ser substituído por espermatófitas.
Talófitas – termo geral que tem sido atribuído somente às algas pluricelulares, classificadas entre os protoctis-
tas. Alguns autores, entretanto, definem certas hepáticas e antóceros como plantas talófitas, pois quase não há di-
ferenciação de tecidos vegetais. 
Traqueófitas – tradicionalmente, as traqueófitas incluem as pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, pois 
possuem sistemas vasculares.
Uma mesma planta pode, então, ser definida com diversas combinações dos termos acima. Por exemplo, as an-
giospermas são plantas antófitas, cormófitas, espermatófitas e traqueófitas.
> Representação da germinação de uma 
semente de feijão.
restos do 
tegumento
meristema 
apical
primeiras 
folhas
ápice
radícula
cotilédones
3P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 129 08.09.09 10:09:45
130
Os grupos de plantas e seus ciclos de vida6
Fruto  
Os frutos das angiospermas originam-se 
do desenvolvimento do ovário da flor. São 
extremamente variados em formas, cores, 
sabores e texturas: há frutos carnosos, com 
polpa doce e líquida, e frutos duros e secos. 
Alguns frutos possuem espinhos na par-
te externa, como o carrapicho da fotografia 
abaixo. O capítulo 8 apresenta a classifica-
ção dos frutos em maiores detalhes.
inteiro. Boa parte dos alimentos de origem 
vegetal que consumimos todos os dias in-
clui frutos, folhas, raízes e caules comestí-
veis de angiospermas. Milho, arroz, soja, 
feijão, amendoim, batata-inglesa e cereais 
como aveia, trigo e centeio são apenas al-
guns exemplos.
A pecuária depende diretamente das an-
giospermas para existir, pois o gado alimen-
ta-se principalmente de plantas desse gru-
po, como as gramíneas.
A indústria farmacêutica fabrica medica-
mentos variados tendo como matéria-pri-
ma diversas angiospermas. Cosméticos e 
perfumes são produzidos a partir das pro-
priedades medicinais e aromáticas dessas 
plantas. As flores das angiospermas são uti-
lizadas decorativamente em ambientes in-
ternos e externos.
Biologia e Química
Fitoterapia 
Há muito tempo o ser humano utiliza as 
plantas como remédios. O emprego de pre-
parados medicinais à base de plantas é co-
nhecido como fitoterapia (do grego, phytos, 
“planta”, e therapía, “tratamento”). 
São muitos os preparados medicinais 
utilizando flores, folhas, raízes e caules 
de plantas.
> Medicamentos à base de plantas medicinais.
Juntamente com a flor, o fruto é uma 
grande novidade evolutiva das angiosper-
mas. Fósseis demonstram uma transição en-
tre gimnospermas primitivas que possivel-
mente apresentavam estruturas semelhantes 
a frutos. No fruto, a semente permanece 
protegida e pode também ser dispersa para 
locais distantes da planta-mãe, o que reduz 
a competição por água e nutrientes e permi-
te que a espécie colonize outros lugares.
Os frutos podem ser disseminados por 
diversos mecanismos: eles podem cair junto 
à planta-mãe por ação da gravidade, flutuar 
na água, aderir-se ao corpo de diversos seres 
vivos, ser ingeridos por animais ou simples-
mente se abrir e expulsar as sementes de seu 
interior. Qualquer que seja a estratégia de-
senvolvida, o fruto é uma importante estru-
tura presente em todas as angiospermas.
Importância das angiospermas 
Cruas, cozidas, refogadas ou fritas – as 
angiospermas estão nos pratos do mundo 
 O carrapicho é um fruto 
que se prende ao pelo dos 
animais ou às roupas dos 
seres humanos.
> 
> Os frutos, as raízes,os legumes e as hortaliças que 
fazem parte de nossa alimentação são, na maioria, 
angiospermas.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 130 16.09.09 18:38:36
A orquídea é uma 
angiosperma 
do grupo das 
monocotiledôneas.
> 
131
Entretanto, há exceções a todas essas 
regras. A maior parte das orquídeas, por 
exemplo, apresenta um único estame uni-
do ao estilete.
As magnoliídeas formam um subgrupo 
grande, com representantes presentes em 
diversos ecossistemas brasileiros. Louro, pi-
menta e magnólia são exemplos de plantas 
pertencentes a esse subgrupo. As principais 
características das magnoliídeas são men-
cionadas a seguir.
Classificação das  
angiospermas 
As angiospermas podem ser atualmen-
te divididas em três grandes subgrupos com 
base em características evolutivas e filogené-
ticas. Esses subgrupos já estiveram classifi-
cados de maneiras muito distintas, e mesmo 
hoje ainda há intenso debate entre os pesqui-
sadores a respeito de como interpretar a clas-
sificação desse imenso grupo de plantas.
O subgrupo das monocotiledôneas re-
cebe esse nome porque suas sementes pos-
suem apenas um cotilédone, como o milho 
e as orquídeas. Algumas de suas caracterís-
ticas são citadas a seguir.
Folhas com nervuras paralelas.ƒƒ
Raízes sem um ramo principal, mas for-ƒƒ
madas por inúmeras raízes finas que se 
assemelham a fios ou cabelos.
Flores com cálice, corola e elementos re-ƒƒ
produtivos baseados em múltiplos de três 
(por exemplo, três estames, três ou seis 
pétalas, etc.).
Folhas com nervuras que não se-ƒƒ
guem um padrão paralelo.
Raízes que não se assemelham ƒƒ
a fios; predominância de uma 
raiz principal e presença de raí- 
zes secundárias. (A estrutura e a 
classificação das raízes são apre-
sentadas no capítulo 8.)
Nem todas as magnoliídeas pos-
suem flores grandes e vistosas: algu-
mas, como as canelas e o jaborandi, possuem 
flores pouco vistosas e praticamente sem ne-
nhum odor. Também há grande variação no 
número de pétalas, sépalas e demais estrutu-
ras da flor.
As eudicotiledôneas formam o maior 
subgrupo de angiospermas, com represen-
tantes no mundo inteiro. No Brasil, as eudi-
cotiledôneas são representadas por plantas 
como pau-brasil, trepadeiras, cipós, marga-
rida, feijão, etc.
A variação no número e disposi-
ção de elementos florais, formas e 
cores das flores e folhas, entre outras 
características, fazem deste subgru-
po o mais diversificado entre todos 
os grupos de plantas existentes.
Tanto magnoliídeas quanto eu-
dicotiledôneas possuem sementes 
com dois cotilédones.
> O girassol possui 
sementes com 
dois cotilédones. 
 1. Que características evolutivas são exclusivas das angiospermas? 
2. Explique os termos: androceu, gineceu, cálice e corola.
3. Qual é a origem do fruto e da semente nas angiospermas?
4. Cite os três subgrupos de angiospermas, com respectivos exemplos, de acordo com as mais recentes pro-
postas classificatórias.
Questões de revisão
Saiba mais
Fadadas ao desaparecimento
Historicamente, o Brasil vem presenciando uma perda muito 
grande de espécies vegetais. Na década de 1990, pouco mais de 
100 espécies de plantas eram oficialmente listadas como amea-
çadas de extinção no Brasil, de acordo com dados divulgados pelo 
Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
rais Renováveis). Na década seguinte, o órgão ambiental divulgou 
um número 15 vezes maior, superando 1 500 espécies. 
A “lista vermelha”, como é conhecida, é uma lista com as espé-
cies ameaçadas de extinção. Para que seja oficializada, essa lista 
precisa ser homologada pelo Ministério do Meio Ambiente. Com 
pesquisas e levantamentos de campo, a cada ano novas espécies 
são incluídas na “lista vermelha”. Uma dessas espécies é o palmi-
to-juçara, Euterpe edulis, que praticamente não é mais encontrado 
em diversos ambientes onde existia naturalmente no passado.
> A magnólia apresenta 
muitos estames e 
verticilos de proteção. 
5P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 131 9/17/09 10:13:46 AM
com o pincel, 
raspar os soros 
sobre a folha de 
papel sulfite
copo com terra 
úmida (manter em 
local com sombra)
copo com terra 
seca (manter em 
local ensolarado)
132
Práticas de Biologia 
Soros de samambaias
 A Objetivo
Observar o desenvolvimento de um novo indivíduo de samambaia 
a partir de seus esporos.
 B Material
uma folha fértil de samambaia com os soros bem evidentes ƒ
pincel ƒ
lupa ƒ
papel sulfite ƒ
dois copos plásticos ou recipientes com um pouco de terra ƒ
 C Procedimentos
 1. Selecione uma ou duas folhas férteis de uma samambaia em 
que os soros estejam bem evidentes e maduros (a coloração 
em geral é castanho-escura ou cor de ferrugem). Com a 
lupa, observe a aparência dos soros. Faça um desenho em 
seu caderno registrando os dados observados. 
 2. Com o pincel, raspe um dos soros de modo que os esporos 
caiam sobre a folha de papel sulfite. Mais uma vez, observe-
-os com a lupa e registre suas conclusões no caderno.
 3. Prepare os copos plásticos ou recipientes com terra para 
a próxima etapa do experimento. Molhe a terra em apenas 
um dos copos, de modo que fique bem úmida. Com cuidado, 
deixe alguns esporos caírem sobre a terra úmida. Mantenha 
a terra do outro copo completamente seca. Observe na 
ilustração ao lado.
 4. Deixe o copo com terra úmida em local sombreado, 
evitando luz solar direta, mas não no escuro total. 
Diariamente, coloque um pouco de água sobre a terra 
do copo ou recipiente. Não encharque a terra, apenas 
mantenha-a úmida. A terra do outro copo deve ser mantida 
seca e exposta à luz solar direta. 
 5. Desse ponto em diante, observe diariamente o que ocorre 
com o experimento nos dois copos ou recipientes. 
Anote tudo em seu caderno. Se preferir, faça desenhos 
coloridos de tudo o que observar. Utilize a lupa para 
enxergar detalhes.
 D Resultados
 1. Houve diferenças na germinação dos esporos nos dois copos? 
Que diferenças foram essas? 
 2. Quantos esporos germinaram do total depositado em cada copo? 
 3. Que tipo de estrutura germinou dos esporos? Cite o nome dessa 
estrutura e descreva-a com o máximo de detalhes possível.
 1. A estrutura observada participa de qual etapa do ciclo reprodutivo das pteridófitas?
 2. A que você atribui as possíveis diferenças de resultado nos dois copos?
 3. Se você continuar observando o desenvolvimento da estrutura descrita, que etapa seguinte do ciclo das 
pteridófitas deverá ocorrer?
Discussão
AtençãO
Não coloque esporos demais 
sobre a terra, pois isso pode 
atrapalhar as observações 
posteriores.
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 132 9/16/09 4:54:28 PM
III
I
II
fusão adulto diploide
meiose
adulto haploide
II
I
III
IV
plantas
vasculares
com sementes
sem frutos
com frutos
angiospermas
avasculares
133
Atividades
Copie a tabela abaixo em seu caderno, completan-1.	
do-a com as características das briófitas presentes 
nos três principais subgrupos.
Rosa pensou em condensar as informações que re-8.	
cebeu sobre a classificação das plantas na forma 
de um pequeno mapa conceitual, porém esqueceu 
o nome de alguns grupos. Observe o que ela fez:
Musgos Hepáticas Antóceros
Estrutura do 
gametófito
//////////// //////////// ////////////
Rizoides //////////// //////////// ////////////
Estômatos //////////// //////////// ////////////
Imagine esta situação: musgos crescem em abun-2.	
dância em um vaso com samambaias. Esses mus-
gos causarão algum mal às samambaias ou trarão 
algum benefício? Justifique sua resposta. 
Uma pessoa conta com as seguintes plantas em 3.	
seu jardim: musgo, samambaia-de-metro, pinheiro, 
avenca, hepática e rosa; porém, deseja fazer um ar-
ranjo de Natal utilizando apenas plantas vasculares. 
Quais plantas ela poderá utilizar em seu arranjo?
Ao copiar um resumo do quadro de giz, Margari-4.	
da cometeu alguns erros. Corrija os erros, transcre-
vendo o parágrafo em seu caderno.
As briófitas e as pteridófitas têm muitas 
características em comum. Os dois grupos 
têm representantes vasculares, nos quais o 
gametófitoé a fase passageira, e o esporófito, 
a fase duradoura. Em geral, plantas dos dois 
grupos ocupam ambientes com condições 
semelhantes e dependem diretamente da água 
para se reproduzirem. Os esporos dos dois grupos 
localizam-se em estruturas denominadas soros.
A fotossíntese é realizada pelas @, que podem 
ser simples ou compostas. Durante a fase 
assexuada, ocorre o desenvolvimento de # no 
esporófito. Como resultado da germinação dos 
esporos, geralmente em solo úmido, surge o *. 
Finalmente, o & originará um novo indivíduo.
Explique o papel desempenhado pelas substâncias 5.	
de reserva na germinação da semente.
Em seu caderno, indique o tipo de ploidia (n, 2n ou 6.	
3n) presente nas seguintes estruturas vegetais: 
a) embrião; 
b) endosperma; 
c) núcleos espermáticos;
d) células do saco embrionário;
e) esporófito jovem.
Copie o esquema representado abaixo, da metagê-7.	
nese das plantas, completando os pontos I, II e III 
com as palavras células haploides (esporos), game-
tas masculinos e femininos e zigoto.
a) Que palavras substituem corretamente os pon-
tos I, II, III e IV?
b) Em relação a I, indique como ocorre o transporte 
de substâncias em seu organismo. 
c) Que características vegetativas importantes po-
dem ser encontradas em III?
d) Cite duas características reprodutivas presen-
tes em IV.
Fabiano deseja plantar musgos e samambaias em 9.	
um vaso, pois pretende observar como essas plan-
tas se desenvolvem.
a) Que condições seriam ideais para ele observar o 
desenvolvimento das plantas?
b) Que fase de vida dos dois grupos ele verá com 
maior frequência? Justifique.
Dinorá vai participar de uma gincana cujo objetivo 10.	
é elaborar charadas e enigmas para que os parti-
cipantes os decifrem. Ela criou a “charada da sa-
mambaia”, que segue abaixo:
a) Que palavras substituem corretamente os sím-
bolos da charada de Dinorá?
b) A que grupo de pteridófitas pertence a planta 
descrita na charada?
c) Cite outras plantas pertencentes ao mesmo gru-
po identificado no item acima.
Em seu caderno, identifique os termos a que se re-11.	
ferem as definições a seguir.
a) Estrutura que dá origem à oosfera.
b) Gameta masculino que se origina no tubo polínico.
c) Fusão da oosfera com o núcleo espermático.
d) Estrutura formada no estróbilo masculino.
e) Estrutura que se forma quando o grão de pólen 
alcança o estróbilo feminino.
Para incluir esta página 
no sumário, clicar + shift + 
command na caixa com texto 
transparente abaixo 
4P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 133 9/16/09 5:00:18 PM
reprodução
sexuada
angiospermas metagênese
micrósporos
megásporos
4. aclimatação
1. obtenção de 
explantes
3. enraizamento 
dos explantes
2. multipicação 
dos brotos
134
Atividades
6 Os grupos de plantas e seus ciclos de vida
a) Que vantagens poderão existir nessa técnica?
b) O procedimento 2 da ilustração é feito em labo-
ratório, sob condições especiais. Existe algum 
fenômeno natural que também gera novos indi-
víduos a partir de brotos? Explique.
c) Você acha que essa técnica pode ser utilizada 
em ampla escala? Justifique sua resposta.
Analise os dois procedimentos abaixo:12.	
Procedimento 1 — Retire os esporângios. Cultive-os 
em solo úmido para que o gametófito se origine.
Procedimento 2 — Retire os gametófitos. Cultive-os 
em solo úmido para que o esporófito se origine.
Se você pretende acompanhar o desenvolvimento 
de uma samambaia partindo de seu esporófito, qual 
dos dois procedimentos deve ser realizado? Justifi-
que sua resposta.
Durante uma saída de campo, alunos do Ensino 13.	
Médio coletaram diversas plantas em um ambien-
te de mata para posterior análise e identificação. 
Nenhum material reprodutivo foi coletado. Ao fi-
nal das observações, os alunos notaram que ha-
via, entre as plantas coletadas, duas briófitas, três 
pteridófitas e diversas angiospermas. Que caracte-
rísticas presentes nessas plantas levaram os alunos 
a chegar a tais conclusões?
A fotografia ao lado mostra 14.	
quatro grãos de pólen do 
cedro-do-líbano, uma gim-
nosperma encontrada nas 
montanhas do país cujo 
nome ela leva. Cada grão 
de pólen possui duas “asas” laterais leves, resis-
tentes e achatadas.
a) Que importância têm essas “asas” para a repro-
dução dessa planta?
b) Identifique o tipo de polinização realizada com 
esse tipo de grão de pólen.
c) Do ponto de vista evolutivo, o que representa o grão 
de pólen entre as plantas? Justifique sua resposta.
Considere que o número diploide de cromossomos 15.	
de uma espécie de feijão é 2n = 18. Com base nisso, 
calcule o número de cromossomos encontrados em 
cada um dos tipos celulares abaixo.
a) Oosfera.
b) Célula do albúmen.
c) Célula do tegumento do óvulo.
d) Célula-mãe do esporo.
Comente esta afirmação: “Nos musgos, uma divisão 16.	
meiótica originará esporos, e não anterozoides”.
A respeito dos esporos de briófitas e pteridófitas fo-17.	
ram feitas as afirmações I, II, III e IV abaixo. Qual de-
las é verdadeira? Explique sua resposta.
I. Formam estruturas diploides nos dois casos.
II. Formam estruturas haploides nos dois casos.
III. Formam uma estrutura haploide nas briófitas e 
outra diploide nas pteridófitas.
IV. Formam uma estrutura diploide nas briófitas e 
outra haploide nas pteridófitas.
Entre os organismos conhecidos atualmente, os mais 18.	
longevos, isto é, com ciclo de vida mais longo, são cer-
tas gimnospermas encontradas no hemisfério Norte. 
Algumas foram estimadas em mais de 4 mil anos de 
idade. Ao verificar esses dados, um pesquisador afir-
mou: “Essa longevidade é conseguida, em parte, pela 
forma de reprodução dessas plantas e pela presen-
ça de sistemas vasculares eficientes”. Você concorda 
com o pesquisador? Explique sua resposta.
Observe o esquema abaixo.19.	
a) Localize no mapa o momento em que ocorre a 
meiose nessas plantas.
b) Que importância tem esse fenômeno para o ci-
clo de vida das angiospermas?
A ilustração abaixo representa uma técnica de pro-20.	
pagação vegetativa denominada “multiplicação de 
explantes in vitro”. Nessa técnica, obtêm-se células, 
tecidos ou órgãos de uma planta (no caso, uma ce-
noura) para posterior cultivo em laboratório, em um 
meio de cultura apropriado. Observe a ilustração e 
responda ao que se pede a seguir.
3P_EMB2_LA_U03_C06_108A137.indd 134 9/8/09 3:39:27 PM
flor 
masculina
1
2
C
A
B
4
3
5
flor 
feminina
semente
pinha 
madura
135
a)	O	texto	afirma	que	só	no	território	brasileiro	é	
encontrado	um	quinto	das	espécies	de	angios-
permas	 do	 mundo.	 Comente	 essa	 afirmação	
relacionando-a	 com	 a	 extensão	 territorial	 e	 as	
condições	climáticas	de	nosso	país.
b)	Em	sua	opinião,	a	destruição	das	matas	nativas,	
seja	por	desmatamentos,	queimadas,	ocupação	
urbana,	 etc.,	 pode	alterar	o	pensamento	conti-
do	na	frase	“Uma	proporção	ainda	desconhecida	
das	plantas	brasileiras	pode	ter	potencial	farma-
cológico…”?	Justifique.
c)	Em	 seu	 caderno,	 faça	 uma	 pequena	 lista	 com	
plantas	medicinais	e	suas	utilizações.	Se	prefe-
rir,	entreviste	pessoas	de	sua	família	ou	vizinhos	
para	obter	tais	informações.
Leia	o	parágrafo	abaixo	e	observe	o	esquema	que	24.	
o	acompanha.	Depois,	responda	ao	que	se	pede	em	
seu	caderno.	Note	que	o	parágrafo	contém,	propo-
sitalmente,	 erros	 conceituais	 que	 serão	 tratados	
nas	questões.
As	espermatófitas	(angiospermas	e		
gimnospermas)	caracterizam-se	pela	presença	
de	sementes	encerradas	no	interior	dos		
frutos.	A	dupla	fecundação	é	um	processo	
que	ocorre	entre	as	espermatófitas,	cujo		
esquema	é	apresentado	a	seguir.	Nesta	ilustração,	
as	flores	das	cicadáceas	estão	localizadas	em	
estruturas	denominadas	pinhões.
Alfredo	 fotografou	 a	 plan-21.	
ta	 ao	 lado	 em	 campo,	mas	
não	soube	identificá-la,	pois	
ficou	 em	 dúvida	 se	 é	 uma	
pteridófita	ou	uma	gimnos-
perma.	Como	você	poderia	
identificá-la?	 Que	 caracte-
rísticas	em	comum	existem	
nos	dois	grupos?	Que	carac-
terística	distintiva	pode	ser	
observada	na	fotografia?
A	tabela	a	seguir	mostra	os	dados	de	um	experimen-22.	
to	em	que	uma	semente

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