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Hipotálamo e Hipófise

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Fisiologia 21 – Hipotálamo e Hipófise
	O equilíbrio energético é a tentativa do sistema de equilibrar o quanto está entrando, com o quanto que está saindo. Uma boa parte da quantidade de energia que está sendo gasto pelo corpo, está sendo gasta pela geração de calor, e esse calor pode ser gerado de forma não controlada, mas a grande parte é feita de maneira controlada. No total, em torno de 50% da energia gasta pelo corpo é calor, a outra metade é chamada de trabalho, que é basicamente, a energia gasta para transportar através da membrana, trabalho mecânico e o que a célula precisa fazer para crescer e sobreviver. O que tiver de excesso será armazenado como reserva (quando a entrada é maior do que o gasto), se o gasto for maior do que a entrada, é retirado da reserva. A reserva energética é, basicamente, o glicogênio e os lipídios. 
	Um importante regulador do equilíbrio energético é o hipotálamo, ele está envolvido tanto em controlar o gasto do metabolismo, assim como a ingesta de alimento. E ele faz isso por meio da geração de três tipos de resposta: autonômica, endócrina e comportamental. No final das contas, o hipotálamo consegue controlar metabolismo, termorregulação e comportamento alimentar. 
	Abaixo do hipotálamo está a hipófise, que é, na verdade, duas glândulas. E é por meio dessa glândula que o hipotálamo consegue gerar resposta endócrinas. Então, a hipófise produz uma série de hormônios que estão envolvidos com uma série de funções. Para o hipotálamo de comunicar com a neuro-hipófise (hipófise posterior), um neurônio localizado no hipotálamo, que estende até a hipófise, produz hormônios, que são peptídeos (hidrofílico), que são transportados até a hipófise posterior, e lá ele é liberado na corrente sanguínea local. Os principais hormônios hipotalâmicos são o hormônio antidurético (ADH – controle da osmolaridade) e a ocitocina (parto e ejeção de leite; paixão). Já a comunicação com a hipófise anterior (adeno-hipófise), os hormônios produzidos serão liberados no primeiro conjunto de capilares (hormônios liberadores), e vão percorrer pelo Sistema Porta hipotálamo-hipófise (capilares ligados), que depois serão liberados na corrente local e vai chegar na hipófise-anterior, onde vai promover a produção de um conjunto de 5 hormônios: prolactina, GH (h. crescimento), TSH (h. estimulador da tireoide), ACTH (h. adreno-corticotrófico), LH (h. luteinizante) e FSH (h. folículo-estimulante)
Cortisol 
	Liberado pelo ACTH. É altamente catabólico, esteroide e derivado do colesterol (lipofílico) e está envolvido com situações de estresse, assim como adrenalina e noradrenalina. Esses 3 hormônios são produzidos pela glândula supra-renal, mas por regiões diferentes. A adrenalina e a noradrenalina são produzidas pela medula renal, e o cortisol pelo córtex. O estresse pode ser agudo ou crônico. O agudo, é o estresse momentâneo. Nesse caso, o corpo reage de diversas formas (S.N. Autônomo) e parte dessas respostas e dependente da adrenalina e noradrenalina, que tem um efeito similar ao S.N. Simpático. A informação chega no hipotálamo, que vai estimular o aumento da atividade do simpático e estimular a medula da glândula supra-renal a produzir noradrenalina e adrenalina. E essas alterações vão nos preparar para essa situação de luta e fuga momentânea. Os efeitos desses hormônios também vão ter um efeito metabólico, inibindo a insulina e promovendo a lipólise (hiperglicemia). Já no caso do estresse crônico (+1h), o hormônio produzido é o cortisol. Então, os estímulos chegam no hipotálamo, que vai estimular os córtex da adrenal a produzir o cortisol, que é extremamente catabólico, e vai produzir gliconeogênse, proteólise e lipólise, tudo para aumentar a concentração de glicose no sangue. 
	O hipotálamo regula a liberação do cortisol pelo Eixo HPA: o hipotálamo promove a liberação do h. liberador de corticotrofina (CRH), que cai na corrente sanguínea local e desce até a hipófise anterior e estimula a liberação do h. adrenocorticotrófico (ACTH), que estimula a produção do cortisol. Os níveis de cortisol são regulados pelo próprio cortisol, através de um feedback negativo. Como ele é do tipo esteroide, ele vai conseguir passar pela membrana da célula e atuar em receptores que estão dentro na célula, no citoplasma e até mesmo no núcleo. Ele atua alterando transcrição de genes, e tradução de proteínas, ou seja, faz com que a célula produza novas ou mais proteínas e enzimas que vão promover seus efeitos. O ritmo circadiano também promove a liberação do cortisol (ritmos que variam durante o dia). O cortisol te protege de uma possível hipoglicemia, já que em uma situação de estresse o consumo de glicose aumenta. Ele faz isso através de: promoção de gliconeogênese, proteólise, lipólise, e é permissivo ao glucagon. Também tem efeito imunossupressor. 
	Na Síndrome de Cushing é esperado que a pessoa tenha hiperglicemia e perda de tecido (músculo e tecido adiposo), mas hormônio começa a promover acúmulo de gordura na porção central do corpo. 
Tireoide 
	Os h. da tiroide aumentam o metabolismo basal das células, através do aumento de síntese de enzimas nas células. É produzido pela glândula tireoide, que é constituída por folículos (esferas formadas por células), e dentro deles há uma substância gelatinosa chamada de colóide, que é onde são produzidos os hormônios e eles são formados, basicamente, pela junção da tirosina (aa) e o iodo. Para a formação da tireoide as células da parede do folículo formam uma proteína grande, chamada tireoglobulina (“esteira de montagem”), e que ocorra a entrada de iodo, que entra na célula por um cotransporte com o Na, e que depois é transportado para o colóide. Enzimas, presentes no colóide, vão ligar a tirosina ao iodo: uma tirosina mais um iodo é chamado de monoiodotirosina (MIT), que se adicionado a mais um iodo se torna a diiodotirosina (DIT). Ao ligar um MIT a um DIT, forma-se o T3, mas se ligar um DIT a um DIT forma-se o T4. No final, o resultado desse processo é formar hormônios T3 e T4, ligados a tireoglobulina. Esse complexo é capturado de volta para dentro das células foliculares e lá, através da ação de enzimas, eles serão separados. E como o T3 e T4 são lipofílicos, eles se difundem para a corrente sanguínea 
	O único que é realmente ativo é o T3, mas a maior parte da produção é o T4, isso permite um maior controle do corpo, uma vez que somente as células que estiverem precisando que irão transformar T4 em T3, através da enzima deiodinaze. Eles também atuam afetando a expressão gênica e a produção de enzimas envolvidas com o metabolismo, fazendo com que o consumo de O2 das células aumente assim como a termogênese, gerando o aumento do metabolismo basal. Esses hormônios também são importantes para o desenvolvimento, principalmente do sistema nervoso (teste do pezinho). Essa síntese é controlada pelo eixo hipotálamo (TRH) e hipófise (adeno-hipófise – TSH).
Hormônio do Crescimento (GH) 
	É liberado por toda a vida, mas os estímulos que levam a liberação do GH são variados, entre eles estão o estresse, jejum, nutrientes, ritmo circadiano, etc. É um hormônio que se tem um pico na adolescência. No hipotálamo o GHRH estimula a produção do GH na adeno-hipófise, enquanto a somastotatina inibe. O GH, age no fígado liberando um outro hormônio, chamado fator de crescimento semelhante a insulina, que é um hormônio especialmente anabólico para proteínas, mas também tem alguns efeitos catabólicos (lipídios), e também promove o aumento de glicose através da gliconeogênese. O excesso desse hormônio gera um crescimento de ossos, especialmente na largura. 
	O hipotálamo regula a temperatura do corpo através de informações que vem de termorreceptores: no frio, ele gera uma resposta endócrina, via h. da tireoide gerando vasoconstriçao do sistema periférico e tremores e estimulando as células marrons de gordura a produzir calor; já no calor, ele promove vasodilatação da periferia (perda mais fácil de calor) e sudorese.

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