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NORMA PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
 
1) Fontes Materiais (é sobre a criação do Direito Penal): O 
Estado é a única fonte de produção do Direito Penal, através do preceito do artigo 
22, inciso I, da Constituição Federal. É a forma de instrumentalizar sua vontade é a 
lei. 
2) Fontes Formais (fontes de conhecimento e de cognição): 
2.1) Imediata: é a lei. 
2.2) Mediata: costumes, jurisprudência, doutrina e os princípios 
gerais do direito. 
a) identifica o bem jurídico 
digno de proteção penal; e.x., 
vida; 
 
 b) estabelece a norma (comando; 
e.x., “não matarás”); 
 
c) modela o tipo através da lei; 
e.x., “matar alguém”. 
 
II) Trajeto do 
aplicador da lei 
(inverso ao do 
Legislador): 
a) identifica a existência de um tipo 
adequado à conduta que pretende 
ver punida; 
 
b) verifica a violação da norma 
(comando); 
 
c) examina a lesão ao bem jurídico 
protegido. 
I) Trajeto do 
Legislador: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ELABORAÇÃO DA 
LEI COMPREENDE: 
 
a) iniciativa (anteprojeto de lei), qualquer 
Parlamentar do Congresso Nacional (Câmara 
e Senado), Presidente da República, 
Cidadãos (mínimo de 1% de eleitores, 
distribuídos por cinco Estados, com não 
menos de 3/10% em cada um) (art. 61, § 2o 
da C.F.); 
 
b) votação, competência do Parlamento, 
devendo ser aprovado nas duas Casas 
(Câmara e Senado) (arts. 61 a 69 da C.F.); 
 
 
c) sanção, ato exclusivo, indelegável, do 
Presidente, manifestando a aquiescência do 
Chefe do Executivo ao projeto de lei votado 
no Congresso (art. 66, “caput” da C.F.); 
 
d) veto, é o óbice do Presidente ao projeto de lei 
já aprovado pelo Legislativo, a seu exclusivo 
juízo, “... inconstitucional ou contrário ao interesse 
público...” (art. 66, § 1o da C.F.), podendo ser 
rejeitado pelo Congresso (sessão conjunta) pelo 
voto da maioria absoluta (art. 66, § 4o da C.F.); 
 
e) promulgação, ato do Chefe do Executivo ou do 
Legislativo (art. 66, § 7o da C.F.), significa declaração 
autêntica de existência da lei e, também, ordem para sua 
execução; superadas, portanto, todas as fases anteriores. 
 
f) publicação é o ato de tornar conhecida (Diário Oficial) a lei por 
aqueles que lhe devam obediência; ficção jurídica de seu 
conhecimento. 
 
REVOGAÇÃO DA LEI PENAL 
 
 
1. Noções Gerais 
 
Não se tratando de vigência de lei temporária, a lei terá vigor até que outra a 
modifique ou revogue. A revogação da lei poderá resultar de declaração expressa, 
da incompatibilidade entre as novas disposições e as regras precedentes ou da 
circunstância da nova lei regular toda a matéria da lei anterior. A lei nova, que 
estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem 
modifica a lei anterior (art. 2º, §§ 1º e 2º, da LICC). 
 
2. Repristinação 
 
Consiste a repristinação no ato de restituir eficácia de um preceito de lei já revogado. 
A LICC declara que “salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura 
por ter a lei revogadora perdido a sua vigência (art. 2º, § 3º). 
 
3. Espécies de Revogação 
 
3.1 Ab-rogação 
 
A ab-rogação é a revogação total de uma lei ou outro documento normativo, em seu 
texto integral ou parcial. 
 
3.2 Derrogação 
 
A derrogação é a revogação parcial da lei por enunciação expressa ou tácita da 
nova lei ao regular o mesmo fato. Como por exemplo, pode-se referir o parágrafo 
único do artigo 2º, do CP que derrogou antigo parágrafo único do artigo 2º, do CP. 
 
4. Formas de Revogação 
 
4.1 Expressa 
 
A revogação é expressa quando a nova lei indica de maneira explícita qual é a lei ou 
parte da lei revogada. Assim sucedeu com a edição da Lei n. 7.210/84, cujo último 
artigo declarou revogada a Lei n. 3.274/57. 
 
4.2 Tácita 
 
É tácita a revogação quando a lei nova é incompatível com a lei anterior ou quando 
regula inteiramente a matéria de que esta tratava. É da tradição legiferante em 
nosso país que os novos diplomas penais não declarem, expressamente, quais as 
leis ou os dispositivos a serem revogados a partir de sua vigência. “Revogam-se as 
disposições em contrário”. 
 
 
 
 
CONCEITO DE NORMA PENAL 
 
A ordem jurídica é normativa, de cunho ético e se exprime 
através de regras de conduta essencialmente imperativas. Isso significa que a 
norma jurídica prescreve – ordena ou proíbe – uma determinada maneira de agir, 
regulando a vida do homem em sociedade. 
 
A norma jurídica dirige-se a todos indivíduos que estão na 
condição de sujeitos ou partícipes do ato (destinatários), aos quais proíbe ou ordena. 
Assim, se uma prescrição normativa é estabelecida para que algo deva ser feito 
(dever fazer), há mandato ou ordem; se é para que algo não deva ser feito, há 
proibição (não dever fazer); e, finalmente, se é para que algo possa ser feito (poder 
fazer), há permissão. 
 
Assim, a norma penal é a limitação do poder punitivo do Estado 
pela legislação da conduta incriminada (preceito ou preceito primário) e a cominação 
da respectiva pena (sanção ou preceito secundário); v.g., art. 121 do CP, “matar 
alguém” (preceito; comando implícito: “não matarás”!), Pena, “reclusão de seis a 
vinte anos” (sanção). 
 
Deve-se observar que a lei penal não é proibitiva, mas 
descritiva. Não proíbe a conduta de “matar alguém”, e sim descreve tal 
comportamento como criminoso, impondo a pena a ser aplicada caso seja ele 
praticado. A legislação penal brasileira não contém, como outrora, mandamentos 
diretos, a exemplo de “não furtar”, “não roubar”, etc. Optou pela proibição indireta, 
descrevendo o fato como pressuposto da sanção. 
 
Regra geral: a lei é expressa, circunscrevendo a ação delituosa 
(v.g., matar, subtrair coisa alheia, fraudar, etc.), permanecendo implícito o comando 
normativo (v.g., não matar, não subtrair coisa alheia, não fraudar, etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entre outras, cumpre 
registrar uma das 
classificações da norma 
penal: 
 
a) lei incriminadora: define os tipos e 
comina as sanções; v.g., arts. 121, 
155, 157, 171, etc. do CP; 
 
b) lei não incriminadora: 
 
b.1) lei permissiva: são as que excluem a ilicitude ou 
culpabilidade de ações típicas; v.g., arts. 23, 24, 25, 
128, etc. do CP; 
 
b.2) lei explicativa: esclarecem o conteúdo de outras normas ou 
fornecem princípios gerais para aplicação das penas; v.g., regras 
sobre aplicação da norma penal (arts. 1o, 2o, 3o , etc. do CP), 
conceitos de reincidência (art. 63 do CP), de casa (art. 150, § 4o do 
CP), funcionário público para efeitos penais (art. 317 do CP), etc. 
 
PROPRIEDADES OU CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI PENAL EM BRANCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADES 
DA NORMA 
PENAL 
a) exclusividade, somente a lei em sentido formal 
pode criar delitos e penas; “nulum crimen, nula 
poena sine lege” (art. 5o, XXXIX da CF e art. 1º, 
do CP); 
 
b) imperativatividade, ocorrido o fato típico, 
coercitivamente, impõe-se a aplicação da lei penal, 
tanto a incriminadora como a não incriminadora; 
 
c) generalidade (“erga omnes”), destina-se a todos, 
indistintamente, desde que possam ser sujeitos ativos 
do delito(v.g., os crimes de mão própria excluem os 
que não ostentam a respectiva condição); 
desdobramento do princípio constitucional da isonomia 
(art. 5o, “caput”, da C.F.); 
 
d) abstração (impessoalidade): refere-se apenas a eventos futuros, 
sem referir fatos ou pessoas. Há duas exceções, relativas às leis que 
preveem anistia e abolitio criminis, as quais alcançam fatos concretos. 
 
Lei penal em branco: é aquela cuja sanção é precisamente determinada, 
mas o seu conteúdo (preceito) é incompleto, dependendo da suplementação por 
outras normas, sejam elas: 
 
a) lei “stricto sensu”(normas penais em branco impróprias), 
com idêntico status da sanção, emanada do próprio Legislativo (v.g., 
“abandonar cargo público fora dos casos previstos em lei”- art. 350 do CP, 
“ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder” - art. 350 do CP - grifei); art. 237 
 
b) lei “lato sensu” (normas penais em branco próprias), emanada 
de qualquer órgão normativo, podendo ter o status de decreto, regulamento, 
portaria, resolução, etc. É o caso dos crimes previstos na Lei n. 11.343/06 (art. 
1º, parágrafo único), editada pelo poder Legislativo federal, mas 
complementada por portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(Portaria SVS/MS 344/1998), pertencente ao Poder Executivo, pois nela está a 
relação das drogas. 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
 
Pode conceituar-se como “... o processo lógico que procura 
estabelecer a vontade contida na norma jurídica...” (Magalhães Noronha), sendo a 
hermenêutica a ciência que a tem por objeto. 
 
Toda a lei, por mais evidente que se apresente, carece de 
interpretação, observando-se que o adágio “in claris non fit interpretatio” significa 
que, sendo a lei clara, não cabe procurar-lhe um sentido diverso daquele que 
emerge notoriamente do texto. 
 
Deve buscar a vontade da lei (mens legis), isto é, o sentido 
normativo nela contido, e não de quem a fez (mens legislatoris). 
 
A ciência que estuda a interpretação é a hermenêutica jurídica. 
A Atividade prática de interpretação da lei é chamada de exegese. 
 
ANALOGIA 
 
A Analogia consiste em aplicar-se a uma hipótese não regulada 
por lei disposição relativa a um caso semelhante. Na analogia, o fato não é regido 
por qualquer norma e, por essa razão, aplica-se uma norma de caso análogo. 
 
No Direito Penal somente pode ser utilizada em relação às leis 
não incriminadoras, em respeito ao princípio da legalidade. 
 
Há a analogia in malum partem e a analogia em bonan partem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INTERPRETAÇÃO TEM VÁRIAS CLASSIFICAÇÕES: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I) quanto ao 
sujeito que 
a realiza: 
 
a) autêntica, elaborada pelo próprio legislador, originando-se no mesmo órgão que elaborou o tipo penal, 
dividindo-se em: 
 
a.1) contextual, inserida na própria norma penal, contemporânea a ela; v.g., conceituação de 
funcionário público (art. 327 do CP), de casa (art. 150, § 4o do CP); 
 
a.2) posterior, elaborada após a norma penal, para elidir defeitos e obscuridades; v.g., causa de 
aumento nos crimes sexuais contra crianças, Lei 9.281/96. 
 As exposições de motivos dos anteprojetos de lei não são interpretações autênticas, sim, doutrinárias. 
 
b) doutrinária, exarada pelos juristas - “communis opinio doctorum” - nas suas obras científicas; 
 c) judicial, a jurisprudências dos tribunais, a princípio sem força vinculante, porém de notória força balizadora 
do entendimento judicial, notadamente quando objeto de súmula e/ou incidente de uniformização de 
jurisprudência. Em dois casos tem força obrigatória: a) coisa julgada material e; b) súmula vinculante. 
 
II) quanto 
aos meios 
empregados
: 
a) gramatical (literal ou sintática): restringe-se à letra da lei quanto ao seu significado no vernáculo, 
sem outros questionamentos; 
 
b) lógica ou teleológica, é aquela realizada com a finalidade de desvendar a genuína vontade 
manifestada na lei, nos moldes do art. 5º da Lei de introdução às Normas do Direito Brasileiro. É mais 
profunda e, consequentemente, merecedora de maior grau de confiabilidade. Ainda, o intérprete serve-
se de exame contextual da norma comparativamente à ordem jurídica não apenas pátria como a mundial 
(Direito Comparado); cotejo com os conceitos extrajurídicos, sejam eles técnicos, científicos, 
filosóficos, políticos, etc., necessários à fixação da exata extensão da norma; a razão e os motivos da 
existência da norma (“ratio legis”); a conjuntura histórica, política, cultural e social de sua elaboração 
(“ocasio legis” - elemento histórico) em contraposição a todos esses idênticos de aspectos por ocasião 
da aplicação da norma (elemento sociológico); a vontade subjetiva do legislador em cotejo com a 
vontade objetiva da lei, a qual deve prevalecer; etc. 
 
III) quanto 
ao resultado 
(conclusão): 
 
a) declarativa, o texto da lei traduz exatamente a vontade que nela se quis exprimir, sem restrições ou 
ampliações; v.g., art. 142, III do CP, excluindo a ilicitude pelo cumprimento do dever legal, ressalva 
despicienda; 
 
b) restritiva, a linguagem da lei diz mais do que a vontade nela contida; v.g., art. 297 do CP, cuja 
incriminação exige relevância jurídica do documento (RT 546/344); etc. 
 
c) extensiva, o texto legal não exprime a vontade legislativa em toda sua extensão, dizendo menos do 
que queria dizer; v.g., art. 235 do CP, penalizando a bigamia, também inclui a poligamia; art. 260 do 
CP, referindo estrada de ferro, compreende o metrô; etc. 
 d) analógica, quando fórmulas casuísticas são seguidas de espécies genéricas, abertas, utiliza-se, por expressa disposição legal, 
da semelhança (analogia) para uma correta interpretação de seu alcance; v.g., condições “semelhantes” as de tempo, lugar, e modo 
de execução (art. 71, “caput” do CP); a “outro recurso” análogo à traição, emboscada e dissimulação (art. 61, II, ‘c` do CP); 
“outras fraudes” (art. 171, “caput” do CP). A interpretação analógica não se confunde com a analogia; a última, não é meio de 
interpretação, mas de integração do sistema jurídico ante a ausência de lei específica; na primeira, diversamente, tem-se presente a 
norma legal, apenas que carente de complementação interpretativa.

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