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Responsabilidade_Civil_E_Profissional_2 (1)

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DOS PRAZOS DE RESPONSABILIDADE PERANTE O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 
 
 O Código Civil chama de empreiteiro o construtor, o engenheiro, o arquiteto, habilitados 
legalmente ao exercício da profissão, ou pessoa jurídica autorizada a construir. 
 Concluída e entregue a obra, subsiste a responsabilidade do empreiteiro, durante 5 
anos, pela solidez e segurança da construção. É um prazo de garantia. Mas a ação 
derivada de falta de solidez, apurada no prazo de garantia, deve ser ajuizada no prazo 
de 180 dias, contado do surgimento do defeito. Embora tal garantia legal se aplique 
somente às construções de vulto (edifícios e construções consideráveis, como prédios, 
pontes, viadutos, metrô etc.), a jurisprudência tem alargado o conceito de solidez e 
segurança, para abranger outros defeitos, como infiltrações, obstruções na rede de 
esgoto e outros. A responsabilidade do construtor permanece não só perante o dono 
da obra, como também perante quem o suceda na propriedade. 
 Os pequenos defeitos, que não afetam a segurança e solidez da obra, devem ser 
alegados no prazo de um (01) ano, contado da entrega efetiva. Se o lesado já estava 
na posse do imóvel, o prazo é reduzido à metade. Quando o vício, por sua natureza, só 
puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele se tiver 
ciência, até o prazo máximo de um (01) ano. A comunicação deve se dar nos trinta (30) 
dias seguintes ao seu descobrimento. 
 Existem ainda as imperfeições da obra que, oriundas da imperícia, imprudência ou 
negligência do engenheiro na execução do serviço ou no emprego do material, 
resultam, por exemplo, em alguma inobservância do Código de Obras ou de alguma 
regra de ordem estética, ou de execução falha em algum detalhe (como colocação de 
trincos, lustres etc.). Se tais vícios forem visíveis, a responsabilidade do engenheiro 
cessará se o dono da obra recebê-la, sem protesto formal. Se forem ocultos, o prazo 
será de até um (01) ano. Em tais casos, o dono da obra poderá rejeitar a obra ou pedir 
abatimento proporcional do preço. 
 Quanto aos danos causados aos vizinhos, hão de ser ressarcidos por quem os causa e 
por quem aufere os proveitos da construção. A jurisprudência pátria tem reconhecido a 
responsabilidade solidária do construtor e do proprietário e se baseia na simples 
nocividade da obra, independentemente de culpa de qualquer um deles. O proprietário, 
porém, tem ação regressiva contra o Engenheiro se os danos decorrem de 
imprudência, imperícia ou negligência de sua parte. 
 Com relação aos danos causados a terceiros provenientes de desabamentos, quedas 
de materiais, ruído, poeira e de outras causas, a responsabilidade deve ser atribuída 
direta e exclusivamente àquele que executa a obra, ou seja, o Engenheiro, que tem a 
posse do imóvel e direção dos trabalhos. O proprietário somente se torna 
corresponsável com o construtor se houver confiado a obra a pessoa inabilitada para 
os trabalhos de Engenharia e Arquitetura. 
 Observação: o Engenheiro construtor responderá, criminalmente, se houver 
desabamento ou desmoronamento de construções, por erro no projeto ou na execução 
da obra, colocando em perigo a vida, a integridade vida ou o patrimônio de outrem. 
 Em quaisquer outros casos, a responsabilidade civil será, em regra, de três anos. 
 
 
A RESPONSABILIDADE CIVIL NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
 
 
A RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO 
 
 A responsabilidade civil passou por uma grande evolução ao longo do século XX. Foi 
uma das áreas que sofreu os maiores impactos decorrentes das profundas 
transformações sociais, políticas e econômicas verificadas no curso do século 
passado. Essas profundas transformações ensejaram, por sua vez, uma grande 
proliferação de normas legislativas, não só no plano da lei ordinária, mas até em nível 
constitucional, trazendo grandes dificuldades no trato da matéria. 
 Por outro lado, o campo de incidência da responsabilidade civil ampliou-se 
enormemente, chegando a representar a grande maioria dos casos que chegam ao 
Judiciário. Fala-se hoje, inclusive, numa “indústria da responsabilidade civil”, mas não 
há indústria sem matéria-prima, de sorte que se hoje os casos judiciais envolvendo 
responsabilidade civil são tão numerosos é porque ainda mais numerosos são os 
casos de danos injustos. 
 Tem-se como certo que a responsabilidade civil nas relações de consumo é a última 
etapa dessa longa evolução da responsabilidade civil. Para enfrentar a nova realidade 
decorrente da revolução industrial e do desenvolvimento tecnológico e científico, o 
Código do Consumidor engendrou um novo sistema de responsabilidade civil para as 
relações de consumo. 
 Até o advento do Código do Consumidor não havia legislação eficiente para enfrentar a 
problemática dos acidentes de consumo e proteger os consumidores. Os riscos de 
consumo corriam por conta do consumidor, porquanto o fornecedor só respondia no 
caso de dolo ou culpa, cuja prova era praticamente impossível. O Código do 
Consumidor deu uma guinada de 180 graus na disciplina jurídica até então existente na 
medida em que transferiu os riscos do consumo do consumidor para o fornecedor. 
 O Código do Consumidor esposou a “teoria do risco do empreendimento”, a qual 
determina que todo aquele que se disponha a exercer alguma atividade no mercado de 
consumo tem o dever de responder pelos eventuais vícios ou defeitos dos bens e 
serviços fornecidos, independentemente de culpa. 
 
 
A SISTEMÁTICA DO CÓDIGO 
 
 O Código do Consumidor divide a responsabilidade do fornecedor em 
“responsabilidade pelo fato do produto e do serviço” e “responsabilidade por vício do 
produto e do serviço”. 
 Para distingui-los, a palavra chave neste ponto é defeito. Ambos decorrem de um 
defeito do produto ou do serviço, só que no “fato do produto ou do serviço” o defeito é 
tão grave que provoca um acidente que atinge o consumidor, causando-lhe dano 
material, moral ou à imagem. O defeito compromete a segurança do produto ou 
serviço. Vício, por sua vez, é defeito menos grave, circunscrito ao produto ou serviço 
em si: um defeito que lhe é inerente ou intrínseco, que apenas causa o seu mau 
funcionamento ou não-funcionamento. 
 
 
DO FATO DO PRODUTO OU SERVIÇO 
 
 Esse defeito pode ser de concepção (criação, projeto, fórmula), de produção 
(fabricação, construção, montagem) e ainda de comercialização (informações 
insuficientes ou inadequadas etc). São os chamados acidentes de consumo, que se 
materializam através da repercussão externa do defeito do produto ou serviço, 
atingindo a incolumidade psicofísica do consumidor e o seu patrimônio. 
 Buscando facilitar a caracterização do defeito, o Código de Defesa do Consumidor diz 
que o produto ou serviço é defeituoso quando não oferece a segurança que dele 
legitimamente se espera. 
 Assim, a responsabilidade do fornecedor se aperfeiçoa, sem questionamento de culpa, 
mediante o concurso de três pressupostos: a) defeito do serviço; b) evento danoso; e c) 
relação de causalidade. 
 
 
EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR 
 
 O primeira excludente diz que não há responsabilidade do fornecedor do produto 
quando provar que não o colocou no mercado ou que não prestou o serviço. 
 A excludente seguinte é a inexistência defeito. Se o produto ou serviço não é 
defeituoso, não haverá também relação de causalidade entre o dano e a atividade do 
fornecedor. 
 A culpa exclusiva do consumidor (vítima) ou de terceiro é, igualmente, causa de 
exclusão. Se o comportamento do consumidor é a causa do acidente de consumo, não 
há como responsabilizar o produtor ou fornecedor. 
 Caso fortuito ou força maior. 
 
RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS NO CDC 
 
 Em seu sistema de responsabilização objetiva (sem análise de culpa), o Código de 
Defesa do Consumidor abre exceção em favor dos profissionais liberais, determinandoque sua responsabilidade será apurada mediante a verificação de culpa. Vale dizer, os 
profissionais liberais, embora prestadores de serviços, respondem subjetivamente. No 
mais, submetem-se aos princípios do Código. 
 Quem é profissional liberal? É aquele que exerce profissão livremente, com autonomia, 
sem subordinação e com formação técnica especializada, normalmente em nível 
superior, como o engenheiro, o médico, o advogado etc. desde que atuem por conta 
própria. 
 Por que o profissional liberal foi excluído do sistema geral da responsabilidade 
objetiva? A atividade dos profissionais liberais é exercida pessoalmente a 
determinadas pessoas (clientes), levando em consideração o caráter pessoal do 
contratado, na maioria das vezes com base na confiança recíproca. Trata-se, portanto, 
de serviços negociados previamente, e não somente uma aceitação ou recusa do 
serviço proposto. Sendo assim, não seria razoável submeter os profissionais liberais à 
mesma responsabilidade dos prestadores de serviço em massa, empresarialmente, 
mediante planejamento e fornecimento em série. 
 Tenha-se em mente, por derradeiro, que o dispositivo em exame não se aplica aos 
serviços profissionais prestados por pessoas jurídicas, como empresas de engenharia, 
casos em que se aplica a responsabilidade objetiva. 
 
 
O DIREITO DE REGRESSO 
 
 Aquele que paga a indenização nem sempre é o único causador do dano, razão pela 
qual o Código lhe assegura o direito de regresso contra os demais responsáveis, 
segundo sua participação na causação do evento danoso. 
 O prazo para a propositura da ação regressiva entre os fornecedores é de dez anos. 
 
 
DOS VÍCIOS DO SERVIÇO 
 
 O CDC disciplina a responsabilidade do fornecedor por vícios do serviço, que serão de 
qualidade ou quantidade. Os primeiros tornam o serviço impróprio ao consumo ou lhe 
diminuem o valor. Impróprios são os serviços que se mostrem inadequados para os 
fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as 
normas regulamentares de prestabilidade. Vícios de quantidade são aqueles que 
apresentam disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem 
publicitária. 
 As medidas reparatórias para os vícios do serviço, à escolha do consumidor, são: 
I – a reexecução do serviços, sem custo adicional e quando cabível; 
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; 
III – o abatimento proporcional do preço; ou 
IV – a reexecução dos serviços por terceiros devidamente capacitados. 
 
 
DOS PRAZOS PARA REPARAÇÃO 
 
 Prescreve em cinco (05) anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato 
do produto ou serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do 
dano e de sua autoria. 
 Quando se tratar de vício do produto ou serviço, o consumidor disporá de prazos 
específicos para que tais vícios (de qualidade ou de quantidade) sejam sanados, 
mediante uma das alternativas seguintes: 
A. Será de trinta (30) dias tratando-se de produto ou serviço não durável; 
B. Será de noventa (90) dias tratando-se de produto ou serviço durável. 
 Não duráveis são aqueles produtos de vida útil efêmera, consumidos com pouco tempo 
de uso, como os produtos alimentares, medicamentos, de higiene, limpeza etc. 
Duráveis são aqueles que têm vida útil mais duradoura, como imóveis, móveis, 
veículos, eletrodomésticos etc. 
 Os prazos para vícios aparentes e ocultos são os mesmos. O que diferencia um do 
outro é o momento em que o prazo começa a fluir: 
A. Vício aparente ou de fácil constatação: a partir da entrega do produto ou do 
término da execução do serviço; 
B. Vício oculto: a partir do momento em que ficar evidenciado o defeito. 
 
 
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 
 É universal o entendimento de que aos direitos materiais fundamentais devem 
corresponder as garantias processuais indispensáveis à sua efetivação. Sem as 
garantias processuais, os direitos tornam-se promessas não cumpridas, sem realidade 
prática na vida do consumidor. 
 A facilitação da defesa dos interesses do consumidor decorre do reconhecimento de 
sua hipossuficiência fática e técnica – e, não raro, econômica –, o que acentua a sua 
vulnerabilidade. 
 Conscientes das desigualdades existentes entre os sujeitos de uma relação jurídica de 
consumo e da vulnerabilidade processual que também caracteriza o consumidor, 
estabeleceu o CDC a facilitação da defesa de seus interesses em juízo, inclusive com 
a possibilidade de ser invertido o ônus da prova, em seu favor e a critério do juiz, 
quando estiver convencido da verossimilhança das alegações daquele ou, 
alternativamente, de sua hipossuficiência em sentido amplo. 
 Isso porque, de regra e tradicionalmente, o ônus da prova de um fato ou de um direito 
é incumbência daquele que os alega. Tal proposição é compreensível quando se está 
diante de partes em igualdade de condições, o que não ocorre nas hipóteses 
submetidas à legislação consumerista.

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