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Desacato - Informativo STF-STJ

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 DESACATO 
 (ART. 331 DO CÓDIGO PENAL) 
PRINCIPAIS JULGADOS DO STF e STJ NOS ÚLTIMOS ANOS 
 
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DESACATO - STF 
 
Primeira Turma 
Ementa: HABEAS CORPUS IMPETRADO EM 
SUBSTITUIÇÃO A RECURSO ORDINÁRIO. CIVIL 
ACUSADO DE CRIME MILITAR. COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA MILITAR. INAPLICABILIDADE DA LEI DOS 
JUIZADOS ESPECIAIS. CONSTITUCIONALIDADE. 1. 
Compete à Justiça Militar processar e julgar civil 
acusado de desacato e desobediência praticados 
contra militar das Forças Armadas no “desempenho 
de serviço de vigilância, garantia e preservação da 
ordem pública” (art. 9º, III, d, C.P.M). Precedente da 
Primeira Turma: HC 115.671, Redator para o acórdão 
o Ministro Marco Aurélio; 2. O Plenário do Supremo 
Tribunal Federal declarou a constitucionalidade do art. 
90-A da Lei nº 9.099/95, com a redação dada pela Lei nº 
9.839/99. Inaplicabilidade da Lei dos Juizados Especiais 
Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Militar. 3. 
Habeas Corpus extinto sem resolução de mérito por 
inadequação da via processual. 
(HC 113128, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, 
Primeira Turma, julgado em 10/12/2013, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-035 DIVULG 19-02-2014 PUBLIC 
20-02-2014) 
 
Tribunal Pleno 
EMENTA Inquérito. Denúncia. Desacato (art. 331 do 
CP). Ex-vereador, atual deputado federal, que, no 
clamor de uma discussão, dirigiu expressões 
grosseiras contra policial militar no exercício de 
suas funções. Inviolabilidade dos vereadores por 
suas opiniões, palavras e votos no exercício do 
mandato e na circunscrição do município (CF, art. 
29, VIII). Não incidência. Aventada repulsa em razão 
de abuso de autoridade por parte da apontada 
vítima. Não ocorrência. Ausência de dolo. 
Atipicidade reconhecida. Ausência de justa causa. 
Denúncia rejeitada. 1. As supostas ofensas foram 
proferidas em contexto que não guardava nenhuma 
relação com o mandato parlamentar - circunstância 
imprescindível para o reconhecimento da imunidade -, 
durante altercação entre duas pessoas que se 
encontravam em local totalmente alheio à vereança. 
Precedentes da Corte. 2. Tampouco se infere da 
conduta da apontada vítima a prática de crime de abuso 
de autoridade, porquanto não há comprovação de que 
houvesse o citado policial militar efetivado qualquer ato 
constritivo contra o denunciado, limitando-se, ao ser 
acionado em razão de notícia de agressões entre 
participantes de uma reunião, a empreender as 
diligências necessárias à formalização de termo 
circunstanciado adequado à situação. 3. No caso, 
porém, não há tipificação adequada que enseje a 
caraterização da prática de crime de desacato pelo 
então vereador de Caxias do Sul/RS, metalúrgico 
(soldador montador) por profissão, que, não tendo tido 
envolvimento direto na contenda entre os autores da 
altercação, reagiu com indignação ao ser instado a 
comparecer à base policial para se fazer o registro da 
ocorrência. 4. Não se pode inferir o necessário 
elemento volitivo tendente a depreciar a função 
pública na qual se encontrava investida a vítima. De 
outra parte, do simples fato de afirmar o 
denunciado, no curso de altercação verbal com o 
policial militar que desejava encaminhá-lo a uma 
base para prestar esclarecimentos, que “[ele] não 
era ninguém, [que] não era nada e não mandava 
nada”, não se abstrai, igualmente, o necessário dolo 
exigido para a tipificação da infração que lhe imputa 
o Parquet. 5. As palavras, de fato, foram grosseiras, 
mal-educadas, prepotentes até, mas proferidas em 
cenário conturbado, no clamor de situação que ao 
investigado pareceu abusiva, não constituindo 
essas expressões, nesse contexto, infração penal 
típica a sujeitar qualquer das partes a um 
procedimento penal, providência essa que, na 
espécie, foi superada pelo mútuo consenso 
daqueles que deram início a toda a celeuma, não 
devendo, do acessório, resultar necessária uma 
segunda persecução penal. 6. Denúncia liminarmente 
rejeitada, nos termos do art. 395, III, do CPP, restando 
vencida, pelo voto da maioria, a proposição de julgar-se, 
desde já, improcedente a acusação (art. 6º da Lei nº 
8.038/90). 
(Inq 3215, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal 
Pleno, julgado em 04/04/2013, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-188 DIVULG 24-09-2013 PUBLIC 
25-09-2013) 
 
Primeira Turma 
EMENTA Habeas corpus. Constitucional. Processual 
penal militar. Crime de desacato praticado por civil 
contra militar em situação de atividade em lugar 
 
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sujeito à administração militar. Circunstância que 
atrai o art. 9º, inciso III, alínea b, do Código Penal 
Militar. Conduta que se enquadra no art. 299 do 
Código Penal Militar. Competência da Justiça 
castrense para processar e julgar. Incidência do art. 
124 da Constituição Federal. Precedente. Ordem 
denegada. 1. Cuida-se, na espécie, de crime de 
desacato praticado por civil contra militar em situação 
de atividade em lugar sujeito à administração militar, 
uma vez que praticado na enfermaria do 5º Batalhão de 
Infantaria Leve, localizado em Lorena/SP, atraindo, na 
espécie, a forma prevista no art. 9º, inciso III, alínea b, 
do Código Penal Militar. 2. À luz das circunstâncias, 
considerando que a conduta da paciente se 
enquadra no art. 299 do Código de Penal Militar, a 
competência para processá-la e julgá-la é da Justiça 
castrense, por força do art. 124 da Constituição 
Federal. 3. Ordem denegada. 
(HC 113430, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, 
Primeira Turma, julgado em 02/04/2013, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 29-04-2013 PUBLIC 
30-04-2013) 
 
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DESACATO - STJ 
Sexta Turma 
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM 
HABEAS CORPUS. DESACATO. 
INJÚRIA CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
TRANCAMENTO. IMUNIDADE DO ADVOGADO. 
CLÁUSULA ASSECURATÓRIA SUBMETIDA AOS 
LIMITES LEGAIS. 
FALTA DE JUSTA CAUSA. INCIDÊNCIA. 
DENÚNCIA. DESCRIÇÃO INSUFICIENTE DA 
CONDUTA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
OCORRÊNCIA. RECURSO PROVIDO. 
1. A prática de atos pelo advogado submete-se e 
restringe-se ao exame da estrita legalidade, não 
podendo ser invocada a imunidade profissional, 
que não é absoluta, para respaldar o cometimento 
de eventuais atos ilícitos, pois, do contrário, 
apresentar-se-ia de modo inconciliável com a 
dignidade da profissão, atentando contra todo o 
conjunto normativo que lhe rege o exercício 
regular e legítimo. 
2. Na hipótese dos autos, a advogada encontrava-
se na secretaria do juízo, em evidente exercício do 
seu munus, eis que atuava na defesa dos 
interesses de seu cliente, ocorrendo em seu 
manifestar possível ênfase em prol do alcance do 
seu objetivo, entrevendo-se no seu agir, em 
decorrência do patrocínio da causa para a qual foi 
contratada, até mesmo, qui scit, uma descortesia 
com a serventuária, mas não qualquer ato 
pertinente à esfera criminal. 
3. Do teor da incoativa, apura-se que não restou 
demonstrada qualquer circunstância delitiva, 
decursiva do agir da recorrente, a ensejar a 
adequação típica da conduta. 
4. Ademais, a bem do contido no art. 5.º, LV, da 
Carta Magna e no art. 41 do Código de Processo 
Penal, a adequada descrição do comportamento 
delituoso na exordial acusatória é indispensável 
para a perfeita constituição da marcha processual 
penal. 
5. De se notar que o Ministério Público apontou o 
cometimento dos crimes de desacato e injúria 
contra funcionário público sem sequer precisar 
quais as condutas executadas pela recorrente, não 
primando por particularizar o Parquet as 
elementaresdos tipos, nem declinou qualquer 
embasamento para a consideração de prática 
delitiva, prejudicando, assim, o exercício da mais 
ampla defesa. 
6. Recurso provido a fim de reconhecer a falta de 
justa causa e determinar o trancamento do 
processo. 
(RHC 47.013/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE 
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 
18/12/2014, DJe 27/02/2015) 
 
 
 
Quinta Turma 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS 
CORPUS. DESACATO. TRANCAMENTO DA AÇÃO 
PENAL. ATIPICIDADE DA CONDUTA. 
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ELEMENTAR DO 
TIPO. IMUNIDADE MATERIAL DOS MEMBROS DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. ORDEM 
CONCEDIDA. 
I - A jurisprudência do excelso Supremo Tribunal 
Federal, bem como desta eg. Corte, há muito já se 
firmaram no sentido de que o trancamento da ação 
penal por meio do habeas corpus é medida 
excepcional, que somente deve ser adotada quando 
houver inequívoca comprovação da atipicidade da 
conduta, da incidência de causa de extinção da 
punibilidade ou da ausência de indícios de autoria ou 
de prova sobre a materialidade do delito. 
II - No caso, a paciente teve recebida contra si a 
denúncia pelo Tribunal a quo, pela suposta prática 
do crime de desacato, por ter pronunciado a frase 
"eu nunca ouvi tanta besteira", direcionada ao 
Corregedor-Geral do Ministério Público do Estado 
da Paraíba. 
III - Não obstante a paciente tenha faltado com os 
deveres de urbanidade ao se dirigir à vítima, o fato 
é que a conduta não se amolda ao tipo penal 
descrito na exordial. Não se evidencia dos autos o 
claro intuito de ofender ou menosprezar a vítima, 
mas sim demonstrar, de maneira descortês, 
ressalte-se, intensa insatisfação com a temática 
debatida no evento interno do Ministério Público 
do Estado da Paraíba. 
IV - Ademais, imperioso ressaltar que incide para o 
caso o art. 41, inciso V, da Lei n. 8.625/93, que 
confere ao membro do Ministério Público Estadual 
a prerrogativa da imunidade material, sendo ele 
inviolável pelas opiniões que externar, nos limites 
da sua independência funcional. 
Ordem concedida para trancar a ação penal n. 
2002298-83.2013.815.0000, em trâmite perante o eg. 
Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. 
 
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(HC 305.141/PB, Rel. Ministro FELIX FISCHER, 
QUINTA TURMA, julgado em 05/02/2015, DJe 
18/02/2015) 
 
 
Sexta Turma 
DIREITO PROCESSUAL PENAL. HIPÓTESE DE 
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR. 
Compete à Justiça Comum Estadual – e não à 
Justiça Militar Estadual – processar e julgar 
suposto crime de desacato praticado por policial 
militar de folga contra policial militar de serviço em 
local estranho à administração militar. Isso porque 
essa situação não se enquadra em nenhuma 
daquelas previstas no art. 9º, II, do CPM, que 
considera crimes militares, ainda que possuam 
igual definição na lei penal comum, quando 
praticados: “a) por militar em situação de atividade 
ou assemelhado, contra militar na mesma situação 
ou assemelhado; b) por militar em situação de 
atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à 
administração militar, contra militar da reserva, ou 
reformado, ou assemelhado, ou civil; c) por militar 
em serviço ou atuando em razão da função, em 
comissão de natureza militar, ou em formatura, 
ainda que fora do lugar sujeito à administração 
militar contra militar da reserva, ou reformado, ou 
civil; d) por militar durante o período de manobras 
ou exercício, contra militar da reserva, ou 
reformado, ou assemelhado, ou civil; e) por militar 
em situação de atividade, ou assemelhado, contra 
o patrimônio sob a administração militar, ou a 
ordem administrativa militar”. Precedentes 
citados: RHC 33.361-SP, Sexta Turma, DJe 
16/5/2014; CC 115.597-MG, Terceira Seção, DJe 
11/4/2012; e CC 114.205-SP, Terceira Seção, DJe 
9/11/2011. REsp 1.320.129-DF, Rel. Min. Rogerio 
Schietti Cruz, julgado em 20/11/2014, DJe 
11/12/2014. 
 
 
Quinta Turma 
HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA. 
SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO ESPECIAL 
CABÍVEL. IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO 
SISTEMA RECURSAL PREVISTO NA CARTA 
MAGNA. NÃO CONHECIMENTO. 
1. Com o intuito de homenagear o sistema criado pelo 
Poder Constituinte Originário para a impugnação das 
decisões judiciais, necessária a racionalização da 
utilização do habeas corpus, o qual não deve ser 
admitido para contestar decisão contra a qual exista 
previsão de recurso específico no ordenamento 
jurídico. 
2. Tendo em vista que a impetração aponta como ato 
coator acórdão proferido por ocasião do julgamento de 
apelação criminal, contra a qual seria cabível a 
interposição do recurso especial, depara-se com 
flagrante utilização inadequada da via eleita, 
circunstância que impede o seu conhecimento. 
3. O constrangimento apontado na inicial será 
analisado, a fim de que se verifique a existência de 
flagrante ilegalidade que justifique a atuação de ofício 
por este Superior Tribunal de Justiça. 
DESACATO (ARTIGO 331 DO CÓDIGO PENAL). 
ALEGADA DERROGAÇÃO DO CRIME DE 
DESACATO PELA CONVENÇÃO AMERICANA DE 
DIREITOS HUMANOS. MATÉRIA NÃO SUSCITADA 
PELA DEFESA EM SEDE RECURSAL. APELAÇÃO. 
EFEITO DEVOLUTIVO. SUPRESSÃO DE 
INSTÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO. 
1. O efeito devolutivo do recurso de apelação criminal 
encontra limites nas razões expostas pelo recorrente, 
em respeito ao princípio da dialeticidade que rege os 
recursos no âmbito processual penal pátrio, por meio 
do qual se permite o exercício do contraditório pela 
parte que defende os interesses adversos, garantindo-
se, assim, o respeito à cláusula constitucional do 
devido processo legal. 
2. Da análise dos autos, verifica-se que o acórdão 
que negou provimento ao recurso do réu não fez 
qualquer menção à indigitada derrogação do crime 
de desacato pela Convenção Americana de 
Direitos Humanos. 
3. Tal matéria deveria ter sido arguida no momento 
oportuno e perante o juízo competente, no seio do 
indispensável contraditório, circunstância que 
evidencia a impossibilidade de análise da impetração 
por este Sodalício, sob pena de se configurar a 
indevida prestação jurisdicional em supressão de 
instância. 
SENTENÇA QUE CONCEDEU AO PACIENTE O 
DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE. APELO 
JULGADO. ESGOTAMENTO DA VIA ORDINÁRIA. 
PRISÃO DETERMINADA PELO TRIBUNAL DE 
ORIGEM. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DOS 
MOTIVOS AUTORIZADORES DA SEGREGAÇÃO 
CAUTELAR. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO 
ESPECIAL. INCONSTITUCIONALIDADE DA 
ANTECIPAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA PENA 
DECLARADA PELO PLENÁRIO DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. EXEGESE DO ARTIGO 5º, 
INCISO LVII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. 
ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 
1. Viola o princípio da presunção de inocência a 
expedição de mandado de prisão pelo simples 
esgotamento das vias ordinárias, pois o Supremo 
Tribunal Federal, em razão do disposto no inciso LVII 
do artigo 5º da Constituição da República, decidiu pela 
inconstitucionalidade da execução provisória da pena. 
2. Tratando-se de paciente que teve deferido na 
condenação o direito de recorrer solto, resta 
caracterizado o constrangimento ilegal quando o 
 
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Tribunal impetrado ordena a prisão cautelar antes do 
trânsito em julgado sem indicar os motivos pelos 
quais, após o julgamento do recurso de apelação, 
seria necessário o recolhimento do sentenciado ao 
cárcere, à luz do artigo 312 do Código de Processo 
Penal. 
3. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida 
de ofício para determinar que o paciente aguarde em 
liberdade o trânsito em julgado da condenação, se por 
outro motivo não estiver preso. 
(HC 266.845/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, 
QUINTA TURMA, julgado em 06/08/2013, DJe 
23/08/2013) 
 
 
Sexta Turma 
DESACATO. SUJEITO ATIVO. 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
O paciente, na qualidade de Secretário de Estado, 
foi chamado a prestar esclarecimentos à 
Assembléia Legislativa. Consta que, na sessão, ele 
teria detratadoos deputados estaduais ali 
presentes, o que resultou em sua denúncia pela 
suposta prática do delito de desacato (art. 331 do 
CP). A Sexta Turma, prosseguindo no julgamento, 
após o voto vista do Min. Og Fernandes (que 
desempatou a votação), denegou, por maioria, a 
ordem entendendo que o crime em questão, de 
natureza comum, pode ser praticado por qualquer 
pessoa, inclusive, funcionário público, seja ele 
superior ou inferior hierárquico à vítima. Isto 
porque o bem jurídico a ser tutelado é o prestígio 
da função pública, portanto, o sujeito passivo 
principal é o Estado e, secundariamente, o 
funcionário ofendido. Decidiu-se, ainda, que a 
exordial acusatória apresenta indícios suficientes 
para a persecução criminal, sendo impossível 
aferir, no momento, a alegada atipicidade da 
conduta do paciente por ausência de dolo. Os 
votos vencidos concediam a ordem para extinguir 
a ação penal por falta de justa causa. Precedentes 
citados: Inq 292-AC, DJ 4/2/2002, e HC 9.322-GO, DJ 
23/8/1999. HC 104.921-SP, Rel. Min. Jane Silva 
(Desembargadora convocada do TJ-MG), julgado 
em 21/5/2009. 
 
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