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Solos: Fundamentos e Fertilidade. Autor: Prof. Fernando Freire - UFRPE

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO 
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA 
ÁREA DE SOLOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOLOS 
FUNDAMENTOS E FERTILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PROF. FERNANDO FREIRE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SETEMBRO/1997 
SOLOS: FUNDAMENTOS E FERTILIDADE 
 2
 
 
I PARTE: FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA DO SOLO 
 
 
1.SOLO: DEFINIÇÃO E COMPONENTES 
 
 O solo pode ser definido como um corpo natural, representado 
em forma de perfil, composto de uma mistura variável de minerais 
intemperizados e em processo de intemperização e de matéria 
orgânica decomposta e em processo de decomposição que fornece, 
desde que contenha, quantidades suficientes de ar e água, 
nutrientes e sustento aos vegetais. 
 O solo é composto de três fases: uma sólida, composta de 
matéria mineral e matéria orgânica que forma conjuntamente a 
“matrix do solo”; uma fase líquida que contém água, sais em 
dissolução e matéria coloidal em suspensão; e de uma fase de vapor 
composta pelo ar do solo (Figura 1). 
 Os solos minerais distinguem-se dos solos orgânicos pelo teor 
de argila e de carbono orgânico que contém. Um solo é considerado 
orgânico quando: 
 
 C ≥ 12 + %argila 
 6 
 
onde: 
C - Carbono orgânico (dag/Kg) 
Argila - Teor de argila (%) 
 
 Segundo Briggs (1897) a água do solo pode ser classificada 
como gravitacional, devido a força da gravidade; Capilar, retida nos 
poros capilares; e Higroscópica, retida pelos coloídes e mantendo-se 
em forma de vapor. 
 O ar do solo difere da composição do ar atmosférico por duas 
razões básicas: Em volume, o ar do solo contem 0,03% de C02 que é 
8 a 10 vezes maior que o ar atmosférico e em volume a quantidade 
de 02 no ar do solo é 10% menor do que no ar atmosférico. 
 
Figura 1. Composições volumétricas de um solo mineral 
supostamente considerado ideal: 
 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. A FORMAÇÃO DO SOLO 
 
 As rochas, que é uma associação natural de dois ou mais 
minerais, são classificadas de Ígneas ou Magmáticas, Sedimentares 
e Metamórficas. As Ígneas são de origem vulcânica e compostas de 
minerais primários; as Sedimentares são resultantes do depósito e 
recimentação dos produtos do intemperismo de outras rochas; as 
Metamórficas são formadas pelo metamorfismo ou mudança na 
forma de outras rochas. 
 O intemperismo é uma série de processos físicos e químicos 
que promovem a desagregação e decomposição de rochas e 
minerais. O intemperismo pode ser físico ou mecânico, químico e 
biológico. O intemperismo físico é responsável pela desintegração 
das rochas e minerais, enquanto que os intemperismos químico e 
biológico são responsáveis pela decomposição das rochas e 
minerais. 
 A ação do intemperismo sobre as rochas é responsável pelo 
aparecimento do material de origem que vai, dependendo da ação 
do clima, dos organismos, do relevo e do tempo, dar origem ao solo 
propriamnete dito. Sendo assim, o solo é uma função do material de 
origem, do clima, dos organismos, do relevo e do tempo. 
 
 Solo = f { Material de origem, cl, o, r, t } 
 
 4
 O clima e os organismos são considerados fatores ativos e o 
material de origem, o relevo e o tempo são fatores passivos na 
formação dos solos. 
 O material de origem se classifica em autóctone ou sedentário 
quando fica estacionário na posição original, nesta forma é também 
denominado de residual. Pode ser alóctone ou transportado e 
dependendo do tipo de transporte, o material de origem recebe 
algumas denominações específicas, como por exemplo: é dito 
coluvial se o transporte for pela ação da gravidade; aluvial se o 
tranportador for a água; glacial se for o gelo e eólico se o vento for o 
responsável pelo transporte. 
 Os solos apresentam normalmente muitas propriedades, no 
entanto apenas três sofrem influência direta do material de origem: a 
textura, sua composição química e mineralógica. 
 O clima é o principal fator ativo na formação dos solos. Ele 
pode agir diretamente, através da precipitação e temperatura e, 
indiretamente, determinando a flora e a fauna com reflexos diretos 
sobre a matéria orgânica do solo. Em regiões onde a precipitação é 
maior que a evapotranspiração, há uma tendência natural do 
aparecimento de solos lixiviados, enquanto que em regiões onde a 
evapotranspiração é maior que a precipitação, há uma tendência 
para o aparecimento de solos salinizados. 
 Na biosfera é onde se encontra a atuação dos organismos 
como importante fator ativo na formação do solo. Na biosfera iremos 
encontrar a zoosfera e a fitosfera, com suas macrofauna e 
microfauna, no caso da zoosfera e, macroflora e microflora, no caso 
da fitosfera. Dentre as ações mais importantes da zoosfera, temos 
uma maior homogenização do perfil do solo, uma maior subdivisão 
de materiais grosseiros e uma maior porosidade e granulação. A 
fitosfera é extremamente importante nos processos biológicos que 
ocorrem no solo: Os fungos pela atuação na estabilidade dos 
agregados, os actinomicetos pela responsabilidade na 
decomposição de materiais resistentes da matéria orgânica e, 
principalmente, as bactérias que são responsáveis pela nitrificação 
do nitrogênio orgânico, tornando este nutriente disponível aos 
vegetais. 
 O relevo atua como um controlador dos fatores ativos, 
permitindo uma maior ou menor interferência daqueles fatores na 
formação dos solos. Por exemplo, diretamente ele atua na dinâmica 
 5
da água no solo e indiretamente é responsável pelo zoneamento 
vertical do clima e exposição de encostas. 
 A ação do tempo é relativa, ou seja, não se pode falar em solo 
velho ou jovem e sim em solos desenvolvidos e/ou imaturos, 
dependendo da intensidade da ação do clima sobre o material de 
origem de uma determinada região fisiográfica. 
 
2.1 Etapas na formação dos solos 
 
• Acumulação do material de origem 
• Formação do solo propriamente dita (diferenciação dos horizontes) 
 
INTEMPERISMO PROCESSOS PEDOGÉNETICOS 
 
 ⇓ ⇓ 
ROCHA MATRIZ ⇒ MATERIAL DE ORIGEM 
 
 ⇓ 
 SOLO 
 
 
3. PROCESSOS DE FORMAÇÃO DOS SOLOS 
 
 São os fatores de formação que comandam os procesos de 
formação dos solos, que nada mais são do que uma seguência de 
eventos que incluem desde complicadas reações químicas até 
simples remanejamentos de materiais que afetam intimamente as 
propriedades dos solos, como por exemplo: eluviação de argila, 
mineralização da matéria orgânica, salinização, etc. 
 Segundo Simonson “Qualquer processo de formação vai ser 
composto por quatro tipos de fenômenos: Adições, perdas, 
translocações e transformações”. 
 
 Alguns processos de formação são de considerável 
importância para os tipos de solos do Estado de Pernambuco, dentre 
eles temos: Laterização, Podzolização, Lessivagem, Gleização e 
Halomorfismo. 
 
 6
• Laterização → É um processo que envolve uma intemperização 
profunda, removendo silica do perfil do solo, juntamente com 
bases trocáveis e consequente concentração de óxidos. Este 
processo dá origem aos Latossolos. 
 
• Podzolização → É um processo que envolve eluviação e iluviação 
de matéria orgânica e óxidos de ferrro e alumínio. Este processo 
dá origem aos Podzólicos. 
 
• Lessivagem → É um processo que envolve eluviação e iluviação 
das argilas, contribuindo para formação de solos com B textural. 
 
• Gleização → É o desenvolvimento de cor cinzenta no solo pela 
redução do ferro em condições anaeróbicas. Dáorigem aos solos 
gleizados. 
 
• Solos Halomórficos → São solos relacionados com drenagem 
deficiente em regiões semi-áridas (ascenção capilar) ou costeiras 
(invasão de água do mar), caracterizados pela acumulação de 
sais em superfície. 
 
 
4. PERFIL DE SOLO 
 
 É uma seção transversal do solo que vai da superfície até onde 
alcança a ação do intemperismo(rocha), subdividida em camadas 
paralelas à superfície que são chamadas de horizontes. Os 
horizontes são seções paralelas à superfície do solo, decorrentes de 
uma evolução pedogética, com características de 
interrelacionamento com outros horizontes do perfil. 
 Camada é uma seção paralela à superfície do solo em que não 
se observa qualquer correlação com as seções sobrejacentes e/ou 
subjacentes. 
 
Perfil do solo e seus horizontes principais: 
 
O 
H 
A 
 7
E 
AB ou EB 
BA ou BE 
B 
BC 
C 
F 
R 
 
O → Horizonte ou camada orgânica superficial dos solos minerais 
que ocorre normalmente em florestas virgens. 
H → Horizonte ou camada orgânica superficial ou subsuperficial 
formada sob condições de drenagem deficiente (acumulação de 
matéria orgânica sob condições anaeróbicas). 
A → Horizonte mineral superficial de acumulação de matéria 
orgânica. 
E → Horizonte eluvial caracterizado pela eluviação de matéria 
orgânica, óxidos de ferro e alumínio e argila. 
AB ou EB → Horizonte transicional com mais características de A ou 
E do que B. 
BA ou BE → Horizonte transicional com mais características de B do 
que A ou E. 
B → Horizonte iluvial de concentração de matéria orgânica, óxidos 
de ferro e alumínio e argila. 
BC → Horizonte transicional com mais características de B do que 
C. 
C → Horizonte ou camada mineral semelhante ou distinto(a) do 
material do qual o solo se formou. 
F → Horizonte ou camada mineral consolidada proveniente do 
endurecimento de plintita. 
R → Extrato rochoso consolidado subjacente. 
 
 Os horizontes podem ser minerais e orgânicos. Para 
diferenciá-los é necessário conhecer-se os teores de carbono 
orgânico (dag/Kg) e a (%) de argila do horizonte. 
 
Horizonte orgânico → C ≥ 8 + 0,067 % argila 
Horizonte mineral → C < 8 + 0,067 % argila 
 
 8
 Um perfil de solo pode ter qualquer seqüência de horizontes, o 
que não pode ocorrer é a existência de horizontes invertidos. Por 
exemplo, o horizonte B nunca poderá aparecer na descrição de um 
perfil sobrejacente ao horizonte E. 
 O grau de desenvolvimento de um solo é determinado por sua 
profundidade e pela maior diferenciação de seus horizontes. 
 
 
5. PROPRIEDADES MORFOLÓGICAS E FÍSICAS 
 
 A morfologia de um solo diz respeito as suas características 
macroscópicas facilmente perceptíveis, ou seja, é a “anatomia do 
solo”. Na delimitação dos horizontes de um solo, o pedólogo baseia-
se em três características morfológicas principais: cor, estrutura e 
consistência. No entanto, a descrição de um perfil de solo, é bem 
mais ampla que apenas estas características, como se pode 
observar na seqüência prática abaixo: 
 
 
Principais características morfológicas observadas por um pedólogo 
na descrição de um perfil de solo: 
 
 
• Delimitar os horizontes 
• Mensurar a espessura dos horizontes 
• Determinar a cor dos horizontes 
• Determinar a textura dos horizontes 
• Determinar a estrutura dos horizontes 
• Determinar a porosidade dos horizontes 
• Determinar a consistência dos horizontes 
• Determinar a transição entre os horizontes 
 
5.1. Textura 
 
 A textura do solo pode ser definida como sendo a proporção 
relativa dos diferentes grupos de partículas primárias do solo (areia, 
silte e argila) nele existentes. A textura do solo, não só diz respeito 
ao tamanho das partículas minerais, como também diz respeito à 
 9
sensação que dá ao tato uma massa de solo - grosseira, fina ou 
sedosa. 
 Em campo, a classe textural é avaliada pela sensibilidade 
através do tato. As partículas maiores (areia) dão uma sensação 
áspera; as partículas intermediárias (silte) dão a sensação de macio 
ou sedoso e as partículas menores (argila) dão desde a sensação 
dura, quando o solo está seco, a plástica e pegajosa quando a 
massa de solo encontra-se molhada. 
 Em laboratório, a determinação da textura de uma amostra de 
solo, se faz através da análise granulométrica, também conhecida 
como análise mecânica do solo, cujo objetivo principal é determinar 
as percentagens de areia, silte e argila e, com o auxílio de um 
triângulo textural determinar-se a classe textural do solo. 
 As partículas do solo se classificam em vários grupos de 
tamanhos, tomando como base seus diâmetros equivalentes e 
dentre muitas classificações existentes, a comissão de solos adotou 
a escala de Atterberg, cujos limites são: 
 
 FRAÇÃO DIÂMETRO
 areia 2,00 - 0,05 mm 
 silte 0,05 - 0,002 mm 
 argila < 0,002 mm 
 
5.2. Superfície específica 
 
 A superfície específica de um solo é definida como a área por 
unidade de peso (m2/g). É inversamente proporcional ao diâmetro 
das partículas, ou seja, quando menor a partícula do solo maior sua 
superfície específica por unidade de peso, como se pode observar 
na Tabela 1. 
 
 
 
Tabela 1. Relação entre diâmetro de partículas, seu número por cm3 
e sua superfície específica 
 
Diâmetro das Número das Superfície das 
partículas (cm) partículas em partículas 
 1 cm3 de solo (cm2) 
 
 10
 1,0 1,0 3,14 
 0,5 8,0 6,28 
 0,06 4.096,0 50,23 
 0,001 1.000.000.000,0 3.141,60 
 
Praticamente, apenas as argilas ao lado da matéria orgânica, 
são responsáveis pela superfície específica dos solos. Esta 
importante propriedade física é diretamente responsável pela 
adsorção de água e nutrientes no solo, considerando-se que estes 
fenômenos são de superfície ou de área de exposição, como mostra 
a Tabela 2. 
 
Tabela 2. Superfície específica dos principais componentes da 
fração argila e da matéria orgânica. 
 
Componentes Superfície 
específica(m2/g) 
Gibsita 1,0 a 100 
Pirofilita 7,0 
Caulinita 5,0 a 10 
Goetita 30 
Haloisita 75 
Micas hidratadas 100 a 200 
Óxidos de ferro 100 a 400 
Sílica amorfa 100 a 600 
Vermiculita 300 a 500 
Alofanas 400 a 700 
Hectorita 465 
Montmorilonita 700 a 800 
Matéria orgânica 700 
 
 
 
 
 
5.3. Densidade aparente (global) 
 
 Da = ms (g/cm3)ou Da = p.s.s. (g/cm3) 
 Vt Vt 
 11
 
onde: 
Da - Densidade aparente (g/cm3) 
ms - massa do solo seco (g) 
Vt - Volume total do solo (cm3) 
p.s.s. - peso do solo seco (g) 
 
Nesta definição não se inclui a massa do líquido, porque é 
variável e não caracteriza um solo. A densidade aparente é afetada 
pela estrutura, grau de compactação do solo, etc. Seu valor varia 
normalmente entre 1,1 e 1,6 g/cm3, podendo, no entanto, chegar a 
0,7 g/cm3 em solos orgânicos e 1,8 g/cm3 em solos altamente 
compactados. 
 
5.4. Densidade real (das partículas) 
 
 Dr = ms (g/cm3) ou Da = p.s.s. (g/cm3) 
 Vs Vs 
 
onde: 
Dr - Densidade real (g/cm3) 
ms - massa do solo seco (g) 
Vs - Volume dos sólidos (cm3) 
p.s.s. - peso do solo seco (g) 
 
 O valor da densidade real varia em torno de 2,5 a 2,7 g/cm3, 
sendo comum usar-se 2,65 g/cm3 como média, quando a densidade 
real não é medida em laboratório. 
 
 
 
 
5.5. Porosidade 
 
 A porosidade total pode ser definida como a relação entre o 
volume ocupado pelos poros e o volume total do solo: 
 
 Pt = Vp x 100 (%) 
 Vt 
 
 12
onde: 
Pt - Porosidade total (%) 
Vp - Volume dos poros (cm3) 
Vt - Volume total do solo (cm3) 
 
 O conhecimento da porosidade total de um solo não é 
informação muito importante para caracterizar suas propriedades.É 
muito mais importante saber qual a distribuição do tamanho dos 
poros. Schumacher (1860), classificou a porosidade em duas 
categorias: porosidade capilar, também chamada de 
microporosidade e porosidade não capilar, denominada de 
macroporosidade ou porosidade de aeração. 
 Na prática é difícil determinar-se o volume de poros, por isso a 
porosidade total dos solos é calculada através da seguinte 
expressão: 
 
 Pt = [ 1 - Da ] x 100 (%) 
 Dr 
 
onde: 
Pt - Porosidade total (%) 
Da - Densidade aparente (g/cm3) 
Dr - Densidade real (g/cm3) 
 
5.6. Estrutura 
 
 A estrutura de um solo é definida como sendo o resultado da 
agregação de suas partículas primárias (areia, silte e argila), 
originando no solo formas bem definidas. Essa agregação estável só 
é possível devido a presença de agentes cimentantes, como: 
minerais de argila; matéria orgânica; calcário; sais; presença de 
alguns catíons; óxidos de ferro e alumínio; etc. 
 Solos arenosos quando úmidos têm uma tendência a formar 
agregados estáveis. Neles a estrutura é dita de grãos simples. Os 
solos siltosos, possuem uma estruturação instável, podendo, com 
facilidade, tornarem-se compactos e impermeáveis. Os solos 
argilosos são normalmente bem estruturados. 
 A estrutura dos solos apresentam duas classificações básicas: 
a primeira é quanto ao grau de desenvolvimento, onde os solos são 
classificados em: sem estrutura (grãos simples); fraca; moderada e 
 13
estrutura forte. A segunda classificação diz respeito ao tipo ou forma 
de estrutura. Nesta classificação, os solos podem apresentar 
estrutura laminar; em blocos angulares e subangulares; prismática e 
colunar; granular e grumosa. 
 
5.7. Consistência 
 
 É a atuação das forças de coesão e adesão existentes no solo, 
ou seja, é a atração das partículas sólidas entre si e pela água. 
Dependendo das condições de umidade do solo, podemos ter: 
consistência quando o solo encontra-se seco, isto diz respeito a 
dureza ou tenacidade do solo; consistência quando o solo encontra-
se úmido e relaciona-se com a friabilidade do solo; consistência 
quando o solo encontra-se molhado, que diz respeito a plasticidade 
e pegajosidade. 
 
 
6. ÁGUA NO SOLO 
 
 Á água do solo é de fundamental importância em todos os 
processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem no solo, 
constituindo-se num componente preponderante do desenvolvimento 
vegetal. 
 
6.1. Propriedades da água 
 
 A água apresenta muitas propriedades especiais, cuja 
explicação está intimamente ligada à sua estrutura molecular. 
Analisando-se a estrutura da molécula da água, observa-se 
claramente a existência de pontos onde haverá cargas positivas 
(hidrogênio parcialmente nú) e cargas negativas (geradas 
pela 
 
 
extrema eletronegatividade do oxigênio). Quando duas dessas 
moléculas se aproximam, elas se orientam com respeito a suas 
cargas +(psitivas) e -(negativas) formando uma ligação chamada de 
ponte de hidrogênio. 
 
a) Troca de estado 
 14
 
 Para passar de um estado para outro, é necessário romper as 
pontes de hidrogênio. Por isso, a mudança de estado da água exige 
uma quantidade alta de energia. Por exemplo, nas mudanças de 
gelo para líquido são consumidas 80 cal/g e na mudança de líquido 
para vapor são consumidas 540 cal/g. 
 
b) Alto ponto de fusão e vaporização 
 
 A água funde a 00C e vaporiza-se a 1000C. Esses são valores 
bem elevados para uma molécula deste tamanho, e o fenômeno é 
explicado, novamente, pela necessidade de se romper parte das 
pontes (no caso da fusão) ou todas as pontes de hidrogênio a fim de 
que a vaporise. Êsses fenômenos são extremamente importantes 
para a vida biológica no planeta. 
 
c) Características de bipolo 
 
 A água, devido ao desbalanço de cargas elétricas de sua 
molécula, se orienta em relação a um campo elétrico, ou na 
presença de íons, de acordo com sua carga elétrica. É por essa 
razão que água é um solvente muito forte, sendo chamada de 
solvente universal. 
 
d) Força de adesão 
 
 É a propriedade que possui a água de aderir a outras 
substâncias. Essa propriedade é forte na água devido, novamente, 
ao fato dela ser uma molécula bipolar. A adesão se refere à atração 
entre moléculas diferentes. No caso entre a água e outras moléculas. 
 
 
e) Força de coesão 
 
 É a atração que a molécula de água exerce noutra congenere. 
Tanto a adesão com a coesão na água são elevados, e são 
resultantes das interações entre pontes de hidrogênio. 
 
f) Tensão superficial 
 
 15
 É a força que se apresenta na interfase entre um líquido e uma 
fase gasosa, que no caso da água origina-se de moléculas de água 
na superfície do líquido que não têm seus campos elétricos 
inteiramente satisfeitos, ao contrário das moléculas no interior do 
líquido. 
 
6.2 Relações massa/volume 
 
 Considerando-se o solo como um sistema trifásico: sólido-
líquido-gases, poderemos observar como ocorre as diversas 
relações entre estes componentes. 
 
Vp = Volume de poros 
Va = Volume de ar 
Vl = Volume de líquido 
Vs = Volume de sólido 
Vt = Volume total; Vt = Vs + Vl + Va; Vp = Vl + Va; Vt = Vp + Vs 
ma = massa de ar; aproximadamente igual a zero 
ml = massa do líquido 
ms = massa do sólido 
mt = massa total ; mt = ml + ms 
 
6.3. Expressões do teor de umidade no solo 
 
6.3.1. A base de massa (θm) 
 
 Nós podemos medir o teor de umidade no solo pela seguinte 
expressão: 
 
 θm = ml x100 ou θm = p.s.u. - p.s.s. x100 
 ms p.s.s. 
 
onde: 
θm = teor de umidade a base de massa(g/g) ou (%) 
ml = massa do líquido (g) 
ms = massa do sólido (g) 
p.s.u. = peso do solo úmido (g) 
p.s.s. = peso do solo seco (g) 
 
6.3.2. A base de volume (θv) 
 16
 
 Nós podemos também expressar o teor de água no solo, à 
base de volume: 
 θv = Vl x100 ou θv = θm x Da 
 Vt 
 
onde: 
θv = teor de umidade a base de volume(cm3/cm3) ou (%) 
θm = teor de umidade a base de massa (g/g) ou (%) 
Vl = Volume do líquido (cm3) 
Vt = Volume total (cm3) 
Da = Densidadeaparente (g/cm3) 
 
6.3.3. Lâmina de água por profundidade de solo 
 
 Outra maneira conveniente de se expressar o teor de água no 
solo, é pela lâmina de água por profundidade do solo. 
 Esta maneira de se expressar o teor de umidade é muito útil, 
porque se torna compatível com o modo de se exprimir a quantidade 
de água usada em vários fenômenos. Por exemplo: a água que se 
precipita pela chuva ou pela irrigação é medida em termos de 
lâmina (cm ou mm). A água perdida do solo e da planta por 
evaporação e transpiração é expressa em lâmina por unidade de 
tempo (mm/dia, cm/mês, cm/ano, etc.). 
 Para se obter a lâmina de água existente no solo, usamos a 
expressão: 
 
 
 L = θv x h ou L = θm x Da x h 
 
 
 
 
onde: 
L = Lâmina de água por profundidade h do solo (cm ou mm) 
θv = teor de umidade a base de volume (cm3/cm3) 
h = profundidade considerada (cm ou mm) 
θm = teor de umidade a base de massa (g/g) 
Da = Densidade aparente (g/cm3) 
 
 17
 Na maior parte das vezes, os solos se apresentam com 
camadas e/ou horizontes que possuem propriedades físicas 
diferentes; desse modo o cálculo da lâmina de água total, é dado 
pela soma das lâminas individuais. 
 Por exemplo: um solo tem as seguintes propriedades, 
resultantes de uma amostragem: 
 
 Camada (cm) Da (g/cm3) θm (%) 
 0-30 1,2 30 
 30-60 1,3 20 
 60-90 1,4 25 
 90-120 1,4 40 
 
 Qual será a lâmina total armazenada no perfil, de 0 a 120 cm? 
 
Cálculo: L = θm x Da x h, de modo que: 
 
L (0-30) = 0,3 g/g x 1,2 x 30 cm = 10,8 cm 
L (30-60) = 0,2 g/g x 1,3 x 30 cm = 7,8 cm 
L (60-90) = 0,25 g/g x 1,4 x 30 cm = 10,5 cm 
L (90-120) = 0,40 g/g x 1,4 x 30 cm = 16,8 cm
 
L total = 45,9 cm 
 
 Ou seja, temos armazenados 45,9 cm de água em 120 cm de 
profundidade de solo. 
 
 
 
6.4. Conceitos estáticos sobre a água do solo 
 
6.4.1. Capacidade de campo (C.C.) 
 
 Diz-se que um solo está na capacidade de campo, quando, 
depois de saturado (por chuva ou por irrigação) a água drena 
livremente, consequentemente o teor de umidade praticamente não 
varia com o tempo. A capacidade de campo pode ser considerada 
então como a quantidade máxima de água retida no solo pelo 
potencial mátrico contra a força da gravidade. Em outras palavras, é 
o limite superior de armazenamento de água no solo. 
 18
 Nos solos, em geral, a capacidade de campo corresponde a 
quantidade de água retida a valores de Ψm que variam de 
- 0,01 MPa (solos arenosos) a - 0,033 MPa (solos argilosos) 
 
6.4.2 Ponto de murcha permanente (PMP) 
 
 É o teor de umidade do solo no qual uma planta murcha, não 
restabelecendo sua turgidez mesmo quando colocada em atmosfera 
saturada. Comumente assume-se que esta umidade do solo 
corresponde a um potencial mátrico de – 1,50 MPa. Isto significa que 
quando o solo atinge esse valor de Ψm, a água está retida com tanta 
energia, que as plantas murcham irreversivelmente. O ponto de 
murcha é considerado o limite inferior de armazenamento de água 
pelo solo. 
 
6.4.3. Água disponível 
 
 O teor de água disponível para as plantas é comumente 
tomado como a diferença entre a capacidade de campo e o ponto de 
murcha permanente. 
 
 Ad = C.C - PMP 
 
 Neste caso os teores de umidade, tanto para capacidade de 
campo como para o ponto de murcha permanente, podem ser 
tomados a base de massa, volume ou mesmo em forma de lâmina. 
 
 Para se calcular a lâmina disponível (Ld) de um solo qualquer 
basta utilizar-se a seguinte expressão: 
 
 Ld = θm(C.C.) - θm(PMP) x Da x h 
 100 
 
onde: 
Ld = lâmina disponível (cm ou mm) 
θm(C.C.) = teor de umidade a base de massa em C.C.(%) 
θm(PMP) = teor de umidade a base de massa no PMP(%) 
Da = Densidade aparente(admensional) 
h = profundidade considerada(cm ou mm) 
 
 19
 De um modo geral, as culturas não suportam teores de 
umidade próximo ao ponto de murcha, sem que haja uma perda 
substancial da produtividade. É aconselhável, para um bom manejo 
da água, se irrigar, muito antes que o potencial mátrico da água do 
solo atinja níveis de –1,50 MPa. A pesquisa agrícola tem acumulado 
dados para diversas culturas indicando quando se deve proceder a 
irrigação. Geralmente esse dado está difundido em termos de 
percentagem de 
água disponível e gira em torno de 50% da lâmina disponível, o que 
corresponde a água útil utilizada mais facilmente pelas plantas. 
Dependendo da evapotranspiração média de uma determinada 
cultura agrícola, pode-se determinar com precisão o ciclo de rega 
para a cultura que se deseja irrigar. 
 
 
II. PARTE: PRINCÍPIOS DE FERTILIDADE DO SOLO 
 
 
1. FERTILIDADE DO SOLO
 
1.1. Conceitos
 
 Solo fértil é aquele que contém, em quantidades suficientes e 
balanceadas, todos os nutrientes essenciais em formas disponíveis. 
 Solo produtivo é aquele que, sendo fértil, se encontra 
localizado numa zona climática capaz de proporcionar suficiente 
umidade, luz, calor, etc., para o bom desenvolvimento das plantas 
nele cultivadas. 
Nem todo solo fértil é produtivo, porém todo solo produtivo é 
fértil. 
 
1.2. Elementos essenciais ao desenvolvimento vegetal 
 
 Quando se faz a análise de uma planta fresca verifica-se que a 
maior proporção do seu peso, 70 a 95%, é constituída pela água. 
Secando-se a planta numa estufa a 80-1000C, praticamente toda 
essa água é eliminada por evaporação, obtendo-se assim a matéria 
seca. Fazendo-se a análise elementar da matéria seca de uma 
planta de milho, por exemplo, encontra-se, em geral, dados como os 
da Tabela 3. 
 20
 
Tabela 3. Composição elementar da matéria seca de uma planta de 
milho. 
_______________________________________________________
_ 
ELEMENTO % ELEMENTO % 
_______________________________________________________
_ 
 O 44,4 N 
1,46 
 C 43,6 Si 
1,17 
 H 6,2 K 
0,92 
 Ca 
0,23 
 P 
0,20 
 Mg 
0,18 
 S 
0,17 
 Cl 
0,14 
 Al 
0,11 
 Fe 
0,08 
 Mn 
0,04 
_______________________________________________________
_ 
SOMA 94,2 SOMA 
4,70 
_______________________________________________________
_ 
 
 A análise desta planta não é suficiente para caracterizar um 
elemento como essencial, pois muitos elementosestão presentes na 
 21
composição da matéria seca de uma planta e não são considerados 
essenciais. 
 Um elemento é considerado essencial, quando satisfaz dois 
critérios de essencialidade: O direto e o indireto. 
Direto - O elemento participa de algum composto ou de alguma 
reação, sem o qual ou sem a qual a planta não vive. 
Indireto 
• Na ausência do elemento a planta não completa o seu ciclo de 
vida; 
• O elemento não pode ser substituído por nenhum outro; 
• O elemento tem de ter efeito direto na vida da planta, sua ação 
não consistindo da anulação de condições físicas, químicas ou 
biológicas desfavoráveis presentes no substrato. 
 
 Os elementos essenciais se classificam de acordo com a 
proporção em que aparecem na matéria seca em dois grandes 
grupos: macronutrientes, como o Nitrogênio (N), o Fósforo (P), o 
Potássio (K), o Cálcio (Ca), o Magnésio (Mg) e o Enxofre (S); e os 
micronutrientes, como o Boro (B), o Cloro (Cl), o Cobre (Cu), o Ferro 
(Fe), o Manganês (Mn), o Molibdênio (Mo) e o Zinco (Zn). Os macro 
e micronutrientes encontram-se na matéria seca de algumas plantas 
nas concentrações dadas na Tabela 4. 
 
Tabela 4. Quantidades de macro e micronutrientes em alguns 
produtos agrícolas. 
_______________________________________________________
_ 
ELEMENTO Café(60 Kg) Cana-de-açúcar(100 t) Milho(6,4 t) 
_______________________________________________________
_ 
 N 1,026 Kg 132 Kg 129 Kg 
 P 0,066 8 26 
 K 0,918 110 42 
 Ca 0,162 13 1,1 
 Mg 0,096 19 11 
 S 0,078 12 10 
________________________________________________________________ 
 B 0,96 g 4,0 g 20,0 g 
 Cl - - 2000,0 
 Cu 0,90 5,0 34,0 
 Fe 3,60 3132,0 210,0 
 Mn 1,20 1566,0 78,0 
 22
 Mo 0,003 1,6 2,5 
 Zn 0,72 486,1 205,0 
________________________________________________________________ 
 
 Os elementos, macro e micro, exercem funções específicas na 
vida da planta. Tais funções podem ser classificadas em três 
grandes grupos: 
 
a) Estrutural - O elemento faz parte da molécula de um ou mais 
compostos orgânicos, como por exemplo: o nitrogênio nos 
aminoácidos e proteínas; o cálcio no pectato da lamela média da 
parede celular; o magnésio que ocupa o centro do núcleo 
tetrapirrólico das clorofilas. 
 
b) Constituinte de enzima - Refere-se a elementos, geralmente 
metais ou elementos de transição (molibdênio, por exemplo), que 
fazem parte do grupo prostético de enzimas e que são essenciais às 
atividades das mesmas. Este é também o caso do cobre, ferro, 
manganês e zinco. 
 
c) Ativador enzimático - É o caso em que o elemento sem fazer parte 
do grupo prostético da enzima, pois esta dissociável da fração 
protéica, é porém, necessário à atividade da mesma 
 
 De acordo com a função que os macro e micronutrientes 
exercem nas plantas, eles serão responsáveis por diferentes papéis 
na formação das colheitas, como mostra a Tabela 5. 
 A redistribuição dos elementos essenciais à vida das plantas, 
dar-se predominantemente pelo floema. No entanto, os elementos 
podem mostrar mobilidade muito diferente. Os elementos 
considerados móveis são o N, P, K, Mg, Cl e Mo; os pouco móveis 
são o S, Cu, Fe, Mn e o Zn; os imóveis são o Ca e o B. 
 Essa mobilidade maior ou menor tem muita relevância prática, 
já que ocorrendo uma deficiência de um elemento móvel, 
inicialmente os sintomas se manifestarão nas folhas mais velhas, 
enquanto que a deficiência de um elemento pouco móvel ou imóvel 
na planta, o sintoma de deficiência se manifestará nas folhas e 
órgãos mais novos. 
 A cultura exige um suprimento contínuo dos elementos pouco 
móveis e imóveis pois, havendo interrupção ou diminuição no 
 23
suprimento, não haverá mobilização suficiente do nutriente para 
“socorrer” os órgãos mais novos. 
 
Tabela 5. Participação dos macro e micronutrientes na formação e 
na qualidade da colheita. 
 
Elemento Papéis 
Nitrogênio Estimula a formação e desenvolvimento de gemas 
floríferas e frutíferas; maior vegetação e 
perfilhamento; aumenta o teor de proteína. 
 
Fósforo Acelera a formação de raízes; aumenta a 
frutificação; apressa a maturação dos frutos. 
 
Potássio Estimula a vegetação e perfilhamento (gramíneas); 
estimula o enchimento de grãos; promove o 
armazenamento de açúcar e amido; aumenta a 
eficiência do uso da água; aumenta a resistência a 
seca, geadas, pragas e moléstias. 
 
Cálcio Estimula o desenvolvimento das raízes; aumenta a 
resistência a pragas e moléstias; maior pegamento 
das floradas. 
 
Magnésio Colabora com o fósforo 
 
Enxofre Aumenta a vegetação e a frutificação; aumenta o 
teor de óleos, gorduras e proteínas 
 
Boro Colabora com o cálcio; aumenta a granação 
 
Cobre Aumenta à resistência às doenças; menor 
esterilidade masculina(cereais) 
 
Ferro Fixação do nitrogênio 
 
Manganês Aumenta a resistência a algumas doenças 
 
Molibdênio Fixação simbiótica do nitrogênio 
 24
 
Zinco Estimula o crescimento e frutificação. 
 
 
 
 
 
1.3. Absorção dos elementos: o contato íon - raiz 
 
 Para que um elemento M(mineral) existente na solução do solo 
possa ser absorvido pelas raízes é necessário que entre em contato 
com as mesmas. Existem três processos para estabelecer o contato: 
a interceptação radicular, o fluxo de massa e a difusão. 
 A interceptação radicular trata-se do encontro da raiz 
absorvente com o elemento em forma disponível no solo. A 
quantidade do elemento que dessa maneira entra em contato com o 
sistema radicular é relativamente pequena e proporcional a relação 
superfície da raiz/superfície do solo. Nestas condições, pode-se 
perceber que quanto mais desenvolvido o sistema radicular de uma 
planta maior será o contato com a superfície do solo. 
 O fluxo de massa pode ser definido como o movimento do íon 
em uma fase aquosa móvel. A medida que as raízes absorvem água, 
ou melhor, solução do solo, estabelece-se um gradiente de potencial 
de água no solo e a solução se move para a superfície da raiz: os 
elementos dissolvidos são então carregados pela água por fluxo de 
massa. Este é o meio de contato mais importante para a maioria dos 
elementos essenciais entrarem em contato com a superfície das 
raízes no processo de absorção. 
 A difusão é definida como o movimento do íon em uma fase 
aquosa estacionária, a distâncias curtas. A absorção de M pela raiz 
faz com que diminua a sua concentração na superfície das mesmas, 
criando um gradiente de concentração ao longo do qual o elemento 
se difunde. 
 Tomando-sea cultura do milho como exemplo, a contribuição 
dos três processos é a que aparece na Tabela 6. De acordo com o 
que se pode observar na referida tabela, o conhecimento do tipo de 
contato íon-raiz é de fundamental importância na localização do 
adubo durante a sua aplicação. 
 
 
 25
 
 
Tabela 6. Relação entre o processo de contato e a localização do 
adubo 
 
 Processo de contato 
 __________________________________ 
Elemento Interceptação fluxo de massa Difusão Aplicação de adubos 
 ------------------------(% do total)------------------ 
N 1 99 0 Distante, cobertura 
P 2 4 94 Perto, localizado 
K 3 25 72 Perto, localizado 
Ca 287 760 0 Lanço 
Mg 57 375 0 Lanço 
S 5 95 0 Distante, cobertura 
B 29 1000 0 Distante, cobertura 
Cu 70 20 10 Lanço, localizado 
Fe 50 10 40 Lanço , localizado 
Mn 15 5 80 Perto, localizado 
Mo 10 200 0 Lanço 
Zn 20 20 60 Perto, localizado 
 
 Os processos de contato do íon com a raiz são alguns dos 
fatores que determinam a localização do adubo em relação à 
semente ou à planta: o adubo nitrogenado tem de ser colocado de 
maneira tal que a água possa conduzi-lo até a raiz; já os adubos 
contendo P e K, elementos que atingem as raízes por difusão, 
devem ser colocados de modo a garantir o maior contato com a raiz, 
pois devido ao pequeno deslocamento destes elementos, as 
necessidades da planta poderão não ser satisfeitas. 
 
1.4. Leis e princípios da fertilidade do solo 
 
a) Lei da Restituição: É indispensável restituir ao solo, para evitar o 
seu empobrecimento, todos os nutrientes removidos pelas colheitas. 
 
b) Lei do Mínimo: As produções das culturas são reguladas pelas 
quantidades do elemento disponível que se encontra no mínimo em 
relação às necessidades das plantas. 
 
c) Lei dos Acréscimos não Proporcionais: O aumento de produção 
não é proporcional ao aumento do fator limitante. 
 26
 
d) Lei do Máximo: Qualquer fator de produção, quando em excesso, 
tende a não aumentá-la ou mesmo a diminuí-la. 
 
e) Lei do Decréscimo da Fertilidade do Solo: A fertilidade dos solos 
cultivados tende a decrescer com o tempo se não forem executados 
trabalhos especiais, possibilitados pela ciência e pela técnica, para 
mantê-la ou mesmo elevâ-la. 
 
 
2. A FRAÇÃO ARGILA E SUA IMPORTÂNCIA NA FERTILIDADE 
DO SOLO 
 
 O termo argila é usado no solo com três diferentes 
significados: Para designar o separado mecânico na análise 
granulométrica de partículas inferiores a 0,002 mm; designar a 
classe textural do solo, conhecida como argila; designar a fração do 
solo constituída de silicatos hidratados de alumínio, denominados 
argilo-minerais. 
 Numa classificação geral, as argilas podem se agrupar em 
silicatadas, também chamadas minerais de argila ou argilo-minerais 
e as formadas por óxidos hidratados de Fe e Al, principalmente. 
 A estrutura dos minerais de argila é formada por duas 
unidades cristalográficas básicas: os tetraedros de sílicio e os 
octaedros de alumínio ou magnésio. O arranjamento estrutural 
dessas unidades e o grau de expansão irão agrupar estes argilo-
minerais em diferentes tipos, com diferentes características, tais 
como: caulinita, montmorilonita, vermiculita, ilita e clorita, etc. 
 A fertilidade natural de um solo depende, indubidavelmente, de 
sua capacidade adsortiva, que é função dos argilo-minerais e 
coloídes orgânicos. Os elementos minerais, essenciais à vida 
vegetal, serão então, adsorvidos a estas estruturas minerais e/ou 
orgânicas, sendo, gradativamente, liberados e absorvidos pelas 
plantas. 
 Os elementos minerais em forma iônica são denominados de 
íons e são chamados de catíons quando carregados positivamente e 
aníons quando carregados negativamente. Os argilo-minerais e os 
coloídes orgânicos geram cargas negativas e/ou positivas no solo 
que são neutralizadas pelos catíons e/ou aníons. Quando os catíons 
dominam o complexo sortivo do solo( argilo-minerais e coloídes 
 27
orgânicos ) dá-se o nome de capacidade de troca de catíons do 
solo( CTC ). Já no caso da adsorção de aníons dá-se o nome de 
capacidade de troca aniônica( CTA ). A CTC é um fenômeno mais 
característico na maior parte dos solos agrícolas. 
 A CTC é muito variável dependendo do tipo do coloíde, como 
se pode observar na tabela 7 abaixo: 
 
Tabela 7. Capacidade de troca de catíons de alguns coloídes do 
solo. 
_______________________________________________________
_ 
 COLOÍDE CTC(Cmolc dm-3) 
_______________________________________________________
_ 
 Caulinita 5 - 15 
 Montmorilonita 50 - 100 
 Ilita 10 - 50 
 Vermiculita 100 - 150 
 Óxidos de Fe e Al 2 - 5 
 Humus 150 - 500 
_______________________________________________________
_ 
 
 
3. PROPRIEDADES QUÍMICAS
 
 O complexo sortivo do solo consiste de um complexo radical 
negativo e de uma mistura de catíons adsorvidos. 
 A troca de catíons é uma reação dinâmica, reversível da troca 
de um ou mais catíons adsorvidos por outros no complexo sortivo do 
solo. 
 A capacidade de Troca de Catíons (CTC) é a capacidade que 
os argilo-minerais e a matéria orgânica possuem para adsorver 
catíons trocáveis. Está CTC depende do tipo de mineral de argila, do 
teor da matéria orgânica presente no solo e do pH. 
 Soma de bases (S) é a soma de todos os catíons trocáveis no 
complexo sortivo com exceção do H+ e Al3+. 
 
 S = Ca + Mg +K + Na +...........(Cmolc dm-3) 
 
 28
• Ca, Mg, K e Na são formadores de bases 
• H e Al são formadores de ácidos 
 
 
 
 
 
 A saturação de bases (V) é a percentagem da soma de bases 
em relação ao complexo sortivo (CTC). 
 
 V = S x 100 
 CTC 
 
 A saturação por alumínio (m) é a percentagem do alumínio em 
relação a soma de bases mais o alumínio. 
 
 m = Al x 100 
 S + Al 
 A saturação por sódio (PST) é a percentagem de sódio (Na) 
em relação ao complexo sortivo do solo. 
 
 PST = Na x100 
 CTC 
 
2.1. Classificação dos solos quanto a saturação por bases (V), 
saturação por alumínio (m) e saturação por sódio (PST). 
 
a) Saturação por bases: 
 
• V ≥ 50% - Eutrófico 
• V < 50% - Distrófico 
 
b) Saturação por alumínio 
 
• m ≥ 50% - Álico 
• m < 50% - Não-álico 
 
c)Saturação por sódio 
 
 29
• PST ≥ 15% - Sódico 
• PST < 15% - Não-sódico 
 
 
 
4. MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO
 
4.1 Constituição, conteúdo e distribuição
 
 A matéria orgânica do solo é constituída, basicamente, de duas 
frações distintas: uma os restos vegetais e animais em diferentes 
estados de decomposição e outra, o húmus, que é o produto desses 
restos após decomposição biológica. 
 Embora importante, a matéria orgânica representa uma 
pequena fração do peso total dos solos minerais: 1% ou menos, em 
solos arenosos pobres e em solos de deserto a 12% ou mais em 
regiões de pradaria. Em solos orgânicos, o teor de matéria orgânica 
varia de 20% a 30%, no mínimo, de acordo com a percentagem 
maior ou menor de argila, a 90-95% nos solos turfosos. 
 De um modo geral, os solos leves, arenosos, são mais pobres 
em matéria orgânica que os solos argilosos. 
 A distribuição da matéria orgânica no perfil do solo depende 
principalmente do modo pelo qual se adiciona a matéria orgânica. 
Em solos de florestas, por exemplo, a maior quantidade de matéria 
orgânica encontra-se na superfície porque a contribuição da 
serrapilheira é maior que a das raízes; além disso, uma proporção 
razoável destas se localiza superficialmente. Neste caso, o teor de 
matéria orgânica decresce bruscamente da camada superficial para 
a que está imediatamente abaixo. Contrariamente, em solos que 
suportam gramíneas a contribuição das raízes é grande e muitas 
dessas têm sistema radicular profundo. E, como elas apresentam 
ciclo relativamente curto, há uma contínua adição de restos 
orgânicos ao solo devido à morte das raízes e, consequentemente, o 
teor de matéria orgânica decresce menos bruscamente com a 
profundidade. 
 
4.2. Decomposição dos compostos orgânicos
 
 30
 A decomposição dos compostos orgânicos nada mais é do que 
um processo de oxidação enzimática, como se pode observar na 
reação esquematizada abaixo: 
 
 Oxidação 
-[ C, 4H ] + 2O2 →→→→→ CO2 + 2H2O + ENERGIA
 Enzimática 
 Como se pode observar nesta reação, os microrganismos 
decompõem a matéria orgânica para obterem energia suficiente para 
realizarem seus processos biológicos. 
 O grau de decomposição da matéria orgânica é muito variável 
e depende do tipo de material que está sofrendo decomposição, por 
isso, alguns compostos são rapidamente decompostos e outros são 
muito resistentes a decomposição. 
 
4.3. Mineralização e Imobilização
 
 A imobilização ocorre, geralmente, na fase inicial de 
decomposição de resíduos frescos adicionados, quando cresce 
consideravelmente, o número de organismos de finalidades gerais e 
há por parte destes organismos uma grande demanda por elementos 
minerais, como: N, P, S, etc. 
 A mineralização ocorre na fase final de decomposição de 
resíduos frescos adicionados, quando decresce consideravelmente, 
o número de organismos de finalidades gerais e entram em ação 
organismos de finalidades específicas, tais como bactérias 
nitrificadoras. Por exemplo, veja como ocorre a mineralização do 
nitrogênio orgânico do solo: 
 
 N (orgânico) → NH4+ → NO2- → NO3-
 ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ 
 Amonificação ↓ Nitritação ↓ Nitratação ↓ 
 ↓ ↓ ↓ 
 Amônio Nitrito Nitrato 
 
4.4. Relação C/N
 
 É a proporção entre o Carbono e o Nitrogênio da matéria 
orgânica. Nos solos a relação C/N do húmus é em torno de 10:1 a 
12:1; nos tecidos vegetais é muito variável, nas leguminosas jovens 
 31
pode chegar a 20:1, porém em palha de arroz, por exemplo, a C/N é 
em torno de 100:1. 
 Esta relação é de fundamental importância quando se adiciona 
tecidos vegetais ao solo, ou seja, quanto maior for a relação C/N do 
material incorporado, maior será o tempo de imobilização dos 
nutrientes essenciais ao desenvolvimento vegetal. 
 
 
4.5. Processo de humificação da matéria orgânica
 
 No processo de humificação da matéria orgânica, apenas 35% 
do carbono dos tecidos vegetais incorporados ao solo é convertido 
em húmus, sendo o restante dissipado na forma de CO2. 
 Oxidação 
-[ C, 4H ] + 2O2 →→→→→ CO2 + 2H2O + ENERGIA
 ↓ Enzimática ↓ 
 ↓ ↓ 
 Apenas 35% do C O restante do C 
é aproveitado na se perde na forma 
formação do húmus. de CO2
Exemplo prático: 
 
 Se uma tonelada (t) de material palhento, contendo 40% de C 
e 0,5% de N for incorporado ao solo, quantos Kg de N serão 
necessários para a conversão de 35% de C em húmus ? 
 
 1000 Kg de material palhento: 400 Kg de C 
 5 Kg de N 
 ↓ 
 C/N - 80/1 
 
 Dos 400 Kg de C, 35% será convertido em húmus, o que 
corresponde a 140 Kg de C. 
 Considerando que a relação C/N do húmus no final do 
processo será igual a 10:1, isto significa que para converter os 140 
Kg de C serão necessários 14 Kg de N. 
 O material que foi incorporado só nos dá 5 Kg de N, o que 
corresponde a um déficit de 9 Kg de N. Está quantidade de N será 
temporariamente imobilizada no solo pelos microrganismos ou 
poderá ser suprida com fertilizante nitrogenado químico. 
 32
 Neste exemplo fica demonstrado que quanto maior for a 
relação C/N do material incorporado, maior demanda haverá por 
parte dos microrganismos por nutrientes essenciais à vida das 
plantas. 
 
 
4.6. Determinação do teor de matéria orgânica do solo
 
 Pode-se determinar a matéria orgânica do solo por processos 
diretos e indiretos. 
 Os processos diretos são aqueles em que a matéria orgânica é 
destruída por aquecimento ou por ataques sucessivos com água 
oxigenada. 
 Os métodos indiretos se baseiam na determinação do teor de 
C ou de N, calculando-se o teor de matéria orgânica a partir de um 
desses valores: 
 
 Matéria orgânica (%) = C (%) x 1,724 
 Matéria orgânica (%) = C (%) x 1,923 
 Matéria orgânica (%) = N (%) x 20 
 
 Criticamente todos os métodos apresentam falhas e nenhum 
fornece resultados corretos, mais apenas aceitáveis. Pode-se, 
também, afirmar que os processos mais empregados são os 
baseados no conhecimento do teor de carbono orgânico. Os níveis 
críticos de matéria orgânica do solo podem ser mais ou menos 
rigorosos, dependendo do Estado brasileiro onde estes níveis foram 
estabelecidos, como se pode observar na Tabela 8. 
 
Tabela 8. Níveis críticos de matéria orgânica do solo. 
_______________________________________________________
_ 
 MATÉRIA ORGÂNICA ( % ) 
_______________________________________________________
_ 
Gargantini Pipaemg 
Interpretação 
_______________________________________________________
_ < 1,5 < 1,6 TEOR BAIXO 
1,5 - 2,5 1,6 -3,0 TEOR 
 33
MÉDIO > 2,5 > 3,0 
TEOR ALTO 
_______________________________________________________
_ 
 
4.7. Cálculo de uma adubação genérica baseada na incorporação 
dos restos de cultura e no teor de matériaorgânica existente no solo 
: 
 
 Imagine que você irá plantar milho após milho e que você 
incorporou os restos de cultura do plantio anterior. Da quantidade 
total que você incorporou, em média, é aproveitável no plantio 
seguinte 30% do total de N incorporado. 
 É também admissível que a cada 1% de matéria orgânica 
existente no solo, 20 Kg de N torna-se disponível por hectare. 
 Então, o cálculo de uma adubação de N para uma determinada 
produção esperada, pode ser feito utilizando-se a seguinte 
expressão: 
 
A = [ Necessidade da planta - Fornecido pelo solo ] x Eficiência 
 
Balanço médio do N na cultura do milho. 
Necessidade da cultura para produzir 
Grãos, 10.000 Kg/ha x 1,4% de N...................................= 140 Kg + 
Palhada, 10.000 Kg/ha x 1,1% de N............................... = 110 Kg 
Total..................................................................................= 250 
Kg/ha 
 
Fornecido pelo solo 
3% Matéria orgânica; 20 Kg de N/1% de Mat. Orgânica...= 60 Kg + 
Resíduo da cultura, 30% do N da Palhada....................... = 33 Kg 
Total...................................................................................= 93 
Kg/ha 
 
Necessidade via adubação 
N = ( 250 - 93 ) / 0,75*.......................................................= 210 
Kg/ha 
* A eficiência média da adubação nitrogenada é de 75%. 
 
 34
 Imagine que você irá utilizar como fonte de N, o sulfato de 
amônio que apresenta 20% de N, então você utilizará deste adubo: 
 
 100 Kg de sulfato de amônio...............20 Kg de N 
 X......................................210 Kg de N 
 
 X = 1050 Kg de sulfato de amônio 
 
 Isto significa que para obter uma produção de grãos de 
10.000 Kg/há, mesmo com a incorporação dos restos de cultura e o 
alto teor de matéria orgânica presente no solo, você terá que utilizar 
mais de uma tonelada de fertilizante químico. Isto se atribuí a baixa 
eficiência média das adubações químicas. 
 
 
 
 
5. REAÇÕES DO SOLO E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS 
VEGETAIS 
 
 Sabe-se que, genericamente, os solos apresentam uma reação 
ácida, neutra ou alcalina. 
 Solos ácidos são comuns nas regiões onde a precipitação 
pluviométrica é elevada, e os elementos alcalinos, principalmente, o 
Ca e o Mg, são lixiviados das camadas superiores pelas águas 
carregadas de CO2, sendo substituídos nos coloídes pelos íons H+. 
 Contrariamente, a alcalinidade resulta na acumulação de 
catíons, principalmente, Ca, Mg, K e Na que provocam, na solução 
do solo, o predomínio dos íons OH- sobre os H+. É característica das 
regiões áridas e semi-áridas, onde predomina a ascenção de sais, 
junto a água capilar, sobre a lixiviação. 
 Determinados processos que ocorrem no solo e no sistema 
solo-planta, sejam naturais ou provocados pelo homem, influenciam 
marcadamente a reação do solo. A absorção radicular, a nitrificação 
do nitrogênio, a oxidação biológica do enxofre, a humificação da 
matéria orgânica, o uso de adubos amoniacais e a erosão, tendem a 
acidificar o solo. Todos estes processo resultam na concentração 
e/ou liberação de íons H+ na solução do solo. 
 Os solos podem também, tornarem-se mais ácidos quando as 
colheitas removem as bases. Culturas diferentes removem 
 35
quantidades diferentes de cálcio e magnésio, como pode ser visto na 
Tabela 9. As Leguminosas geralmente contêm maiores quantidades 
destes nutrientes do que as plantas não leguminosas. As 
quantidades de cálcio e de magnésio também variam, de acordo 
com a parte da planta que é removida. 
 A expressão da reação do solo é a medida do seu pH que 
mede a concentração hidrogeniônica da solução do solo. 
 Existem no solo íons H+ em vários “estados” que contribuem 
para a acidez: há os íons H+ livres na solução; há os adsorvidos á 
superfície das partículas coloídais; e há, também, os íons H+ 
combinados e que podem dissociar-se, como alguns que fazem 
parte de compostos orgânicos e de monômeros e polímeros de 
alumínio. 
 
 
Tabela 9. Estimativa das quantidades de cálcio e magnésio 
removidas pelas culturas. 
Cultura Produção Remoção (Kg/ha) 
 _________________ 
 Ca Mg 
Alfafa 20t (feno) 224 45 
Milho 9t (grãos) 2 16 
 11t (colmo + sabugo) 29 34 
Algodão 1,2t (fibra) 2 3 
 2,4t (ramos + folhas) 31 20 
soja 3,4t (grãos) 8 17 
 
 Quando se faz a calagem de um solo, deve-se aplicar uma 
quantidade de corretivo, não só para neutralizar os íons H+ livres da 
solução, mas também aqueles retidos em formas menos ativas, 
porque, à medida que a neutralização se processa se dá a ionização 
destes íons H+ que passam para a solução do solo. Pode-se, então, 
considerar a acidez total do solo constituída de duas partes: acidez 
atual ou ativa e acidez potencial ou de reserva. 
 A interpretação da reação do solo varia um pouco nos diversos 
laboratórios do País. A Tabela 10 mostra a interpretação, segundo a 
ESALQ( Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ). 
 
 36
Tabela 10. Interpretação da reação do solo, segundo a ESALQ( 
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ). 
_______________________________________________________
_ 
 pH 
INTERPRETAÇÃO 
_______________________________________________________
_ 
 < 5,0 Acidez 
elevada 
 5,0 - 5,9 Acidez média 
 6,0 - 6,9 Acidez fraca 
 7,0 Neutro 
 7,0 - 7,8 Alcalinidade 
fraca 
 > 7,8 Alcalino 
_______________________________________________________
_ 
 
 
 
 A experimentação tem demonstrado que as plantas suportam 
variações um tanto amplas de pH, porém a faixa entre 6,0 e 6,5 tem 
sido confirmada por diversos pesquisadores, como ideal para a 
maioria das culturas agrícolas. 
 Pode-se verificar a influência da reação do solo sobre a 
produção de algumas culturas, através dos dados da Tabela 11. 
Os nutrientes minerais essenciais existentes no solo só serão 
aproveitados pelas plantas se estiverem dissolvidos na solução do 
solo ou retidos à superfície das partículas coloidais de tal modo que 
possam ser facilmente deslocados dessa posição: os elementos que 
se encontram nessas formas se denominam “disponíveis”. 
 O pH controla a solubilidade dos nutrientes do solo exercendo, 
por isso, considerável influência sobre a absorção dos mesmos pelas 
plantas. 
 Em solos fortemente ácidos, diversos elementos, mesmo, os 
considerados essenciais, podem se tornar tóxicos às plantas, como 
no caso do Fe, Cu, Zn, B e Mn. 
 Solos de reação fortemente ácida, apresentam uma elevada 
concentração de íons H+, que provocará uma alta solubilização dos 
 37
óxidos hidratados de Al, tornando-o livre em solução, determinando 
ao mesmo tempo, predomínio deste elemento no complexo sortivo 
do solo. Este efeitoé extremamente negativo ao desenvolvimento 
vegetal, pois o Al, mesmo em baixas concentrações é altamente 
tóxico às plantas. 
 
5.1. Correção da acidez
 
 Há vários processos destinados à avaliação da quantidade de 
calcário necessária para corrigir a acidez do solo. 
 O método da incubação de amostras de solo com quantidades 
crescentes de CaCO3, durante um certo período, até que o equilíbrio 
seja alcançado, permite estabelecer uma curva por meio da qual a 
necessidade de calcário pode ser determinada para se obter um pH 
desejado. Este método é muito preciso e serve como padrão para se 
correlacionar as doses de calcário estimadas por outros métodos. 
 
 
 
 
Tabela 11. Produções relativas de algumas culturas em diferentes 
níveis de reação do solo. A produção mais elevada em relação a 
cada cultura é considerada igual a 100 e as demais são expressas 
como percentagens dela. 
_______________________________________________________
_ 
 CULTURA PRODUÇÃO MÉDIA NO pH 
_______________________________________________________
_ 
 4,7 5,0 5,7 6,8 
7,5 
_______________________________________________________
_ 
 MILHO 34 73 83 100 
85 
 TRIGO 68 76 89 100 
99 
 AVEIA 77 93 99 98 
100 
 38
 CENTEIO 0 23 80 95 
100 
 ALFAFA 2 9 42 100 
100 
 TREVO DOCE 0 2 49 89 
100 
 TREVO VERMELHO 12 21 53 98 
100 
 SOJA 65 79 80 100 
93 
_______________________________________________________
_ 
 
 O método da saturação de bases é bastante difundido nas 
regiões Sul e Sudeste do País. O método consiste em elevar a 
saturação de bases do solo a um determinado valor desejável, onde 
a necessidade de calcário é calculada pela expressão: 
 
 N.C. = ( V2 - V1 ) . CTC / PRNT 
 
onde: 
N.C. - Necessidade de calcário ( t/ha) para uma camada de solo de 
20 cm de espessura. 
V1 - Saturação de bases (em %), determinada pela análise de solo. 
V2 - Saturação de bases (em %), desejada em valor adequado para 
cada cultura. 
CTC - Capacidade de Troca de Catíons ( Cmolc dm-3 ), determinada 
pela análise de solo. 
PRNT - Poder relativo de neutralização total do calcário a ser 
utilizado, informado pela indústria produtora. 
 
 O método do Alumínio trocável e o método do Ca + Mg 
trocáveis, largamente utilizados em alguns Estados do País, 
inclusive em Pernambuco, mostra-se eficiente para elevar o pH dos 
solos e reduzir a saturação por alumínio em solos ácidos. 
 A quantidade de calcário calculada é baseada nas seguintes 
expressões: 
 
 Q = F x Al trocável ou Q = F x [ X - ( Ca + Mg trocáveis ) 
] 
 39
 
onde: 
Q - Quantidade de calcário puro (t/ha) para uma camada de solo de 
20 cm de expesura. 
F - Fator de calagem, podendo assumir os seguintes valores, 
dependendo da classe textural do solo: 1,0 para solos 
arenosos; 2,0 para solos argilosos; e 3,0 para solos argilosos e 
ricos em matéria orgânica. 
X - Segundo fator de calagem, podendo assumir os seguintes 
valores, dependendo da classe textural do solo: 2,0 para solos 
arenosos e 3,0 para solos argilosos. 
Al trocável - Determinado pela análise de solo (Cmolc dm-3) 
Ca + Mg trocáveis - Determinados pela análise de solo (Cmolc dm-3). 
 
 Em Pernambuco, de acordo com o boletim de recomendação 
de adubação e calagem para o Estado (1a aproximação), tanto F, 
como X, assumem o valor 2. 
 Para recomendar a necessidade de calcário, deve-se calcular 
a quantidade do corretivo pelos dois métodos, o que for maior é que 
deve ser a quantidade recomendada. 
 
5.2. Correção da alcalinidade
 
 Em solos de regiões áridas e semi-áridas é comum a presença 
de solos halomórficos de reação neutra a alcalina, devido a grande 
concentração de sais na superfície, resultante do processo de 
ascenção capilar. Dependendo da intensidade deste processo, estes 
solos podem se tornar improdutivos, sendo sua recuperação 
bastante onerosa e antieconômica. A Tabela 12 relaciona os critérios 
utilizados e os limites admitidos para a classificação dos solos 
halomórficos. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 12. Classificação dos solos halomórficos. 
_______________________________________________________
_ 
 40
SOLO C.E. (dS/m a 250C)1 pH 
PST(%)2
_______________________________________________________
_ 
SALINO > 4 < 8,5 <15 
SALINO-SÓDICO > 4 < 8,5 >15 
SÓDICO < 4 > 8,5 > 15 
_______________________________________________________
_ 
1- C.E. ( Condutividade elétrica ); 2- PST ( Percentagem de sódio trocável ) 
 
 A correção de solos salinos é baseada no cálculo de uma 
lâmina de lixiviação que dependerá do teor de sais na água utilizada, 
da tolerância das culturas ao sal, aliada a um satisfatório sistema de 
drenagem. 
 No caso dos solos salino-sódicos e sódicos antes de se aplicar 
uma lâmina de lixiviação é necessário utilizar-se um corretivo para 
reduzir a concentração do sódio no complexo sortivo do solo. Alguns 
corretivos podem ser utilizados, como: gesso, enxofre, ácido 
sulfúrico, cloreto de cálcio, etc. O gesso é o corretivo mais utilizado 
por ser de custo relativamente reduzido e de fácil obtenção. Este 
processo é denominado de gessagem e a quantidade de gesso pode 
ser determinada pela seguinte expressão: 
 
 N.G. = [ ( PSTi - PSTf ) . CTC . 86 . h . Da ] / 100 
 
onde: 
N.G. - Necessidade de gesso(Kg/ha). 
PSTi - Percentagem de sódio trocável em que o solo se encontra 
(%). 
PSTf - Percentagem de sódio trocável final desejável (%). 
CTC - Capacidade de Troca de Catíons do solo (Cmolc dm-3). 
86 - Peso do equivalente químico do gesso (CaSO4 . 2H2O). 
h - Profundidade do solo que se deseja recuperar (cm). 
Da - Densidade aparente ou global do solo (g/cm3). 
 
 
 
6. O USO DE FERTILIZANTES 
 
 41
6.1. Nitrogenados
 
 O nitrogênio é um dos nutrientes mais importantes para as 
plantas e, com freqüência, o mais limitante à produção das culturas 
em geral, exceto as leguminosas. 
 A fertilização nitrogenada é uma complementação à 
capacidade de suprimento de nitrogênio dos solos, a partir da 
mineralização de seus estoques de matéria orgânica, geralmente 
altos em relação às necessidades das plantas. 
 Em função de sua forma de atuação e das condições gerais de 
emprego é habitual classificar os fertilizantes nitrogenados em 
orgânicos e químicos, cuja seleção de uma ou outra forma depende 
dos fatores e condições do solo, das condições climáticas, da 
velocidade de atuação e do valor econômico. 
 Os fertilizantes nitrogenados orgânicos são provenientes da 
mineralização dos resíduos vegetais e animais, através da ação 
efetiva da microbiota do solo. Pertencem a essa classificação o 
esterco eqüino (1,44%N), o esterco bovino (1,67%N), o esterco suino 
(1,86%N), o esterco de galinha (2,76%N), a torta de amendoim 
(7,65%N), a torta de coco (4,37%N), a torta de soja (6,56%N), a torta 
de usina de cana-de-açúcar (2,19%N), cascas de castanha de caju 
(0,74%N), borra de café (2,30%N), sangue seco (11,80%N), entre 
outros. 
 Os fertilizantes nitrogenados químicossão subdivididos 
em quatro grupos. Os amoniacais, que apresentam o nitrogênio na 
forma amoniacal, como a amônia anidra (82%N), as soluções 
amoniacais (20%N), o sulfato de amônio (21%N), o cloreto de 
amônio (25%N), o fosfato de monoamônio-MAP (9%N), o fosfato 
diamônio-DAP (16%N), o fosfosulfato de amônio (13%N). Os 
nítricos, que apresentam o nitrogênio na forma nítrica, como o nitrato 
de sódio (16%N), o nitrato de potássio (13%N), o nitrato de cálcio 
(16%N), o nitrofosfato (14%N). Os nítrico-amoniacais, que 
apresentam o nitrogênio nas formas nítrica e amoniacal, como o 
nitrato de amônio (32%N), o nitrato de amônio e cálcio (20%N), o 
nitrosulfocálcio (25%N), o sulfonitrato de amônio (25%N), o 
sulfonitrato de amônio e magnésio (19%N). Os amídicos, que 
apresentam o nitrogênio na forma amídica, como a uréia (44%N), a 
uréia formaldeído (35%N), a uréia revestida com enxofre (39%N) e a 
crotonilidina diuréia (28%N). 
 42
 Devido à sua alta mobilidade, a quantidade total de nitrogênio 
adicionada com os fertilizantes nitrogenados deve ser aplicada de 
forma fracionada, a fim de que a planta possa encontrar no solo o 
nitrogênio que necessita, nos períodos críticos do seu ciclo vital. 
 
6.2. Fosfatados
 
 As fontes minerais de fósforo são todas originadas de rochas 
fosfáticas, conhecidas como “fosfatos naturais”, que são encontrados 
na forma de compostos de ferro, alumínio e de cálcio. Os fosfatos de 
ferro e de alumínio têm sua solubilidade aumentada com a elevação 
do pH do solo. Os fosfatos de cálcio (apatitas e fosforitas), por sua 
vez, são mais solúveis em solos com pH ácido. 
 No comércio, são encontradas fontes naturais de fósforo e 
fontes industrializadas, obtidas a partir das naturais. 
 
a) Fosfatos naturais 
 Os fosfatos naturais de maior ocorrência são as apatitas. 
Esses fosfatos possuem um teor considerável de fósforo total (24 a 
27% de P2O5 total), contudo, de baixa solubilidade. A solubilidade 
desses materiais é aumentada em meio ácido. 
 
b) Superfosfato simples 
 Obtido por meio da mistura estequiométrica de H2SO4 com 
fosfatos naturais (apatitas). Possui, no mínimo, 18% de P2O5 solúvel 
em solução de citrato neutro de amônio (CNA), 11% de S e 19% de 
Ca. 
 
c) Superfosfato triplo ou concentrado 
 Obtido a partir da mistura estequiométrica de H3PO4 com 
fosfatos naturais (apatitas). Possui 43% de P2O5 solúvel em CNA e 
13% de Ca. 
 
d) Escória de Thomas 
 É um subproduto da indústria do aço. Possui 17% de P2O5 
total, 12% de P2O5 solúvel em ácido cítrico (AC) a 2%, 25% de Ca e 
pequenas quantidades de Si, Mg, Fe e Mn. 
e) Termofosfato 
 Obtido pela fusão a 1450oC de fosfato natural (apatita ou 
fosforita) com uma rocha magnesiana (serpentina). Contém 18% de 
 43
P2O5 total, 16,5% de P2O5 solúvel em AC a 2%, 20% de Ca e 9% de 
Mg. 
 
f) Fosfato monoamônio (MAP) 
 Obtido por meio da neutralização parcial de H3PO4 pela 
amônia. Possui 48% de P2O5 solúvel em CNA e 9% de N. 
 
g) Fosfato diamônio (DAP) 
 Obtido por meio da neutralização parcial de H3PO4 pela 
amônia. Possui 45% de P2O5 solúvel em CNA e 16% de N. 
 
h) Parcialmente acidulado 
 Obtido pela reação do fosfato natural (apatita) com uma 
quantidade de ácido sulfúrico inferior à necessidade estequiométrica 
para a reação completa. Contém 26% de P2O5 total, 10% de P2O5 
solúvel em CNA, 25% de Ca e 6% de S. 
 
i) Farinha de ossos autoclavados 
 Possui 20% de P2O5 total, 16% de P2O5 solúvel em AC a 2%, 
1,5% de N e 22% de Ca. 
 
6.3. Potássicos
 
 O potássio constitui, juntamente com o nitrogênio e o fósforo, o 
grupo denominado de elementos nobres da fertilização. É de 
ocorrência generalizada na natureza, aparecendo sempre em formas 
combinadas inorgânicas ou, no solo, em forma iônica. 
 A fertilização potássica tem que garantir uma concentração de 
K na solução do solo suficientemente alta para satisfazer as 
necessidades da planta nos períodos em que o elemento é mais 
exigido. Este objetivo poderá ser alcançado quando forem evitadas 
perdas por lixiviação e fixação. 
 A eficiência dos fertilizantes potássicos depende 
sistematicamente da maneira de como são aplicados e das 
condições do solo a ser fertilizado. Diante disso, pode-se inferir 
algumas sugestões quanto ao uso do potássio no solo: 
a) solos naturalmente pobres em potássio requerem adições 
frequentes e moderadas. 
b) práticas culturais que melhoram as condições de aeração do solo 
(aração, gradagem, drenagem), bem como aquelas que evitam as 
 44
perdas por lixiviação (adição de matéria orgânica e calagem) e por 
erosão (plantio em nível, terraço, etc) tendem a promover um 
melhor aproveitamento do K no solo. 
c) A tendência para o equilíbrio entre o K não trocável, trocável e em 
solução e as perdas às quais o K solúvel está sujeito, sugerem 
dois princípios básicos para a adição de K como fertilizante: o 
primeiro é que o elemento deve ser aplicado parceladamente em 
lugar de toda a quantidade necessária de uma só vez; o segundo 
é que se deve concentrar o K no sulco ou na cova de plantio, 
sempre que possível. 
 
 Os fertilizantes potássicos mais utilizados são: cloreto de 
potássio (60% de K2O), sulfato de potássio (50% de K2O), sulfato 
duplo de potássio e magnésio (22% de K2O) e nitrato de potássio 
(44% de K2O). 
 
6.4. Orgânicos
 
 Fertilizantes orgânicos são todos aqueles produtos que, 
adicionados ao solo, têm como objetivo fundamental produzir húmus 
e contribuir, desta forma, para manter, ou elevar, o equilíbrio húmico 
dos solos cultivados. É possível que esses produtos contenham, 
também, outros elementos fertilizantes, porém, este aspecto deve 
ser considerado secundário. 
 A Legislação Brasileira através do Decreto 86.955 de 18.02.82, 
considera fertilizantes orgânicos os produtos de origem vegetal ou 
animal, classificados em três categorias: (a) fertilizante orgânico 
simples (fertilizante de origem vegetal ou animal contendo um ou 
mais nutrientes das plantas), (b) fertilizante organomineral 
(fertilizante procedente da mistura ou combinação de fertilizantes 
minerais e orgânicos), e (c) fertilizante composto ou, simplesmente, 
composto (fertilizante obtido por processo bioquímico, natural ou 
controlado, com mistura de resíduos de origem vegetal ou animal). 
 A eficiência dos fertilizantes orgânicos para melhorar a 
produtividade do solo depende de alguns fatores que devem ser 
considerados: (a) qualidade e quantidade de aplicação; (b) épocas e 
condições de utilização; (c) métodos de aplicação; (d) 
adequabilidade aos sistemas agrícolas predominantes na região; (e) 
custo relativo de sua utilização. 
 45
 A matéria orgânica favorece o aumento da produção, ao melhorar 
as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Na Tabela 
13., resumem-se os principais efeitos da matéria orgânica no solo. É 
necessário dizer que os diferentes tipos de húmus contribuem de 
maneiras diferentes para esses efeitos. Em geral, quanto mais 
avançado o nível de humificação (relação C/N mais baixa) mais 
próximos estarão seus efeitos aos assinalados na referida Tabela. 
 
6.5. Micronutrientes
 
 Alguns elementos químicos são essenciais para o 
desenvolvimento das plantas. Desses elementos, alguns são 
exigidos em grandes quantidades e outros em pequenas 
quantidades e, por isso, comumente chamados de micronutrientes 
(B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn). Eles são de natureza essencialmente 
inorgânica e sua disponibilidade é muito variável, principalmente em 
cultivos intensivos, quando ocorrem alterações nas práticas de 
manejo do solo ou quando, de alguma maneira, haja esgotamento 
desses nutrientes sem a devida reposição por fertilizantes. 
 O teor de micronutrientes na matéria seca das plantas é, como 
regra, muito menor que o dos macronutrientes, sendo por isso, 
expressos quase sempre em partes por milhão (ppm), mg kg-1, por 
exemplo.

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