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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXTAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA Disciplina: Laboratório de Fenômenos de Transporte Experimento 3: Medidores de Vazão Nome: RA: Dante Alberti Barreira 417521 Henrique Landi 389064 João Henrique Polastri Canateli 389242 Patrícia Páscoa 389528 Vanessa Nakano Tobara 417408 Docente: Profª. Drª. Adriana Paula Ferreira São Carlos/SP 2013 Objetivo Obter as vazões volumétricas corrigidas para o rotâmetro através da calibração pelo método direto de pesagem, e comparar esses valores com os calculados a partir da diferença de altura do manômetro diferencial para os medidores de vazão de placa de orifício e tubo Venturi. Resultados e Discussão Calibração do Rotâmetro A primeira parte do experimento consistiu na calibração do rotâmetro, que é constituído por um tubo transparente cônico graduado, por onde escoa o fluido, e por um flutuador que se posiciona dentro do tubo cônico em conformidade com o valor da vazão. Para o cálculo das vazões mássicas foram coletadas as massas de água em determinados intervalos de tempo e em duplicata para 7 vazões diferentes, reguladas pelas válvulas de reciclo e de alimentação no aparato experimental. Desse modo, pode-se calcular as vazões volumétricas, dada pela equação (1): onde: Q = vazão volumétrica (m³.h-1) m = massa total pesada na balança (kg) mrecipiente = massa do recipiente igual a 0,750 kg t = tempo de coleta da água (s) ρ = densidade da água (kg.m-3) Além disso, foi coletada a temperatura antes de cada conjunto de experimentos para a obtenção das propriedades físicas da água, como a massa específica (), conforme mostrado na Tabela 1. Tabela 1: Dados experimentais do rotâmetro Qnominal (m3/h) mágua (kg) t (s) T (°C) ρ (kg/m3) Qexperimental (m3/s) Qmédio (m3/s) Qexperimental (m3/h) erro (%) 6,0 9,475 5,41 18,5 998,4835 0,001754 0,0017193 6,190 3,06 9,67 5,75 19,5 998,2898 0,001685 5,5 8,91 5,63 20,0 998,1875 0,001585 0,0015494 5,578 1,40 8,55 5,66 20,0 998,1875 0,001513 5,0 7,84 5,74 21,0 997,9830 0,001369 0,0013799 4,968 0,65 7,90 5,69 21,0 997,9830 0,001391 4,0 6,50 5,71 21,0 997,9830 0,001141 0,0011505 4,142 3,42 6,60 5,70 21,5 997,8703 0,001160 3,0 7,00 8,14 22,0 997,7575 0,000862 0,0008305 2,990 0,34 4,33 5,43 22,0 997,7575 0,000799 2,5 7,13 10,52 22,5 997,6448 0,000679 0,0006719 2,419 3,36 8,37 12,63 23,0 997,5320 0,000664 1,5 3,83 10,54 23,5 997,4095 0,000364 0,0003656 1,316 13,96 3,67 10,03 24,0 997,2870 0,0003670 Nota-se que os valores do rotâmetro apresentaram uma boa precisão em relação as medições de vazões experimentais, com erros percentuais inferiores a 4%, a exceção do ponto de menor vazão, que teve um maior erro, cerca de 14%, que pode ter sido consequência da menor massa coletada, produzindo um desvio maior para uma mesma diferença absoluta, e próprio erro assocializado a balança. A partir das vazões calculadas e das vazões observadas no rotâmetro, pode-se construir o gráfico representado pela Figura 1. Figura 1: Gráfico das vazões volumétricas do rotâmetro (nominal) e experimental Para a obtenção dos valores de vazão mais precisos para as marcações nominais do rotâmetro, ajustou-se uma reta de tendência entre os pontos plotados, tendo a seguinte expressão: y = 1,06357.x – 0,23518, com R2 = 0,99817, onde o eixo y representa a vazão volumétrica experimental e o x a vazão nominal do rotâmetro. Desse modo, foi utilizado para a continuidade do experimento essa calibração, conforme mostrado nas vazões ajustadas na Tabela 2. Tabela 2: Valores ajustados da vazão volumétrica do rotâmetro Qnominal (m3/h) Qajustado (m3/h) 6,00 6,146 5,50 5,614 5,00 5,083 4,00 4,019 3,00 2,956 2,50 2,424 1,50 1,360 Vazão na placa de orifício A placa de orifício consiste no princípio de obstrução concêntrica ao eixo de escoamento do fluido e, consequentemente, em um diferencial de pressão devido à essa obstrução. Figura 2: Representação do medidor de placa de orifício O escoamento através do orifício é descrito em termos da conservação de energia, equação de Bernoulli, e do coeficiente de orifício (C0). (4) onde: Q = vazão volumétrica (m3.s-1) Δp = queda de pressão (Pa) ub = velocidade do escoamento (m.s-1) ρ = densidade do fluido (kg.m-3) β é definido como sendo a razão Do/D1 Devido a formação de turbilhões, a queda de pressão da placa de orifício é elevada, assim, somando esses efeitos de atrito, foi adotou-se o valor de Co como sendo igual a 0,61, uma vez que os valores de Re0 encontrados foram superiores a 1.104, conforme descrito em Bennett, 1978. Quanto as características do equipamento, apresentava diâmetro do orifício (D0) igual a 0,5 in = 0,0127m e diâmetro do tubo (D1) de 1 in = 0,0254m. A partir disso, foi possível determinar a vazão teórica medida pela placa de orifício através da diferença de altura do manômetro em “U” de mercúrio, como visto na Tabela 2 e na Figura 3. Tabela 3: Propriedades e vazões volumétricas calculadas para a placa de orifício Qajustado (m3/h) T (°C) ρ (kg/m3) μ (kg/m.s) ∆h (m) ∆p (Pa) Re0 ub0 (m/s) Qteórico (m3/h) erro (%) 5,614 24,5 997,128 9,18E-04 1,160 142528,66 1,47E+05 10,652 4,858 13,48 5,083 24,5 997,128 9,18E-04 0,950 116726,05 1,33E+05 9,640 4,396 13,51 4,019 25,0 997,042 9,08E-04 0,620 76172,19 1,09E+05 7,788 3,551 11,64 2,956 25,0 997,042 9,08E-04 0,340 41771,84 8,04E+04 5,767 2,630 11,02 2,424 25,0 997,042 9,08E-04 0,245 30100,30 6,83E+04 4,895 2,232 7,89 1,892 25,0 997,042 9,08E-04 0,165 20271,63 5,60E+04 4,017 1,832 3,16 1,360 25,0 997,042 9,08E-04 0,070 8600,09 3,65E+04 2,617 1,193 12,27 Figura 3: Gráfico dos valores de vazão obtidos para a placa de orifício Observou-se que a vazão calculada para a placa de orifício foram menores em relação à vazão experimental ajustada. Além disso, apresentaram um erro percentual entre 3 e 14%. Pela diferença entre as duas reta tendência vista pelo gráfico e analisando a equação 3 e 4, é possível inferir que o C0 seja maior no experimento que o relatado pela literatura em decorrência de incrustações ou outro fator geométrico do medidor que diminua a perda de carga causado principalmente pelos turbilhões após o orifício. Vazão no tubo Venturi O medidor Venturi apresenta uma secção convergente e em seguida uma secção divergente, minimizando a formação de turbilhões e fazendo com que as perdas de carga pelo atrito sejam menores em relação à placa de orifício, como pode ser visto na Figura 4. Figura 4: Representação do medidor de vazão de tubo Venturi O equipamento segue os mesmos princípios do medidor de orifício, e pelo balanço de energia mecânica resulta na equação 5. Segundo Bennett, 1978, o coeficiente de descarga (Cv) vale 0,98 pra Re> 1.104. E sendo que o diâmetro do tubo (D1) é de 1 in = 0,0254 e que o diâmetro do estrangulamento (D2) é de 0,0117 m, a relação de diâmetros internos D2/D1 (β) é igual a 0,46063. O que permite calcular a vazão volumétrica como representado pela Tabela 4 e na Figura 5. Tabela 4: Propriedades e vazões volumétricas calculadas para o tubo Venturi Qajustado (m3/h) T (°C) ρ (kg/m3) μ (kg/m.s) ∆h (m) ∆p (Pa) Re0 ub0 (m/s) Qteórico (m3/h) erro (%) 5,614 25,5 996,910 9,01E-04 0,795 97663,89 1,82E+05 14,037 5,433 3,23 5,083 26,0 996,778 8,91E-04 0,635 78001,46 1,78E+05 12,546 4,856 4,46 4,019 26,0 996,778 8,91E-04 0,420 51591,52 1,45E+05 10,203 3,949 1,74 2,956 26,0 996,778 8,91E-04 0,230 28252,50 1,07E+05 7,550 2,922 1,12 2,424 26,0 996,778 8,91E-04 0,160 19653,91 8,95E+04 6,298 2,437 0,56 1,892 26,0 996,778 8,91E-04 0,110 13512,06 7,42E+04 5,222 2,021 6,82 1,360 26,0 996,778 8,91E-04 0,050 6141,85 5,00E+043,520 1,363 0,18 Figura 5: Gráfico dos valores de vazão obtidos para o tubo Venturi As vazões calculadas para o tubo Venturi apresentaram uma boa aproximação com os valores ajustados, com erros percentuais inferiores a 7%, e portanto, a estimativa do parâmetro Cv também foi precisa. Possíveis erros podem ter sido ocasionados devido a varrições da altura da coluna de mercúrio durante a coleta dos dados, o que dificultou uma medição mais correta. Vazão na placa de orifício e no tubo Venturi em série Durante a coleta de dados, devido a um engano no momento de abertura e fechamento das válvulas, o sistema não estava com os dois equipamentos de medição de vazões em série, ou seja, como o mesma quantidade de água percorrendo a placa de orifício e o tubo Venturi. Com isso, foi estabelecido três caminhos em paralelo para o escoamento da água na tubulação, o primeiro não passando por nenhum dos medidores, o segundo passando somente pelo tubo de Venturi, e o último através da placa de orifício. Assim, as vazões foram dividas, e os medidores mensuraram parte delas, como é possível notar nas Tabelas 5 e 6 pelas colunas de Qteórico, menores em relação ao Qajustado. Tabela 5: Dados para a placa de orifício em paralelo Qajustado (m3/h) T (°C) ρ (kg/m3) μ (kg/m.s) ∆h (m) ∆p (Pa) Re0 ub0(m/s) Qteórico (m3/h) 5,614 26 996,778 8,91E-04 0,07 8590,90 3,72E+04 2,616 1,193 5,083 26,5 996,645 8,81E-04 0,055 6749,99 3,33E+04 2,319 1,057 4,019 26,5 996,645 8,81E-04 0,04 4909,08 2,84E+04 1,977 0,902 2,956 26,5 996,645 8,81E-04 0,02 2454,54 2,01E+04 1,398 0,638 2,424 26,5 996,645 8,81E-04 0,015 1840,91 1,74E+04 1,211 0,552 1,892 26,5 996,645 8,81E-04 0,01 1227,27 1,42E+04 0,989 0,451 1,360 27 996,513 8,72E-04 0,005 613,64 1,02E+04 0,699 0,319 Tabela 6: Dados para o medidor Venturi em paralelo Qajustado (m3/h) T (°C) ρ (kg/m3) μ (kg/m.s) ∆h (m) ∆p (Pa) Re0 ub0(m/s) Qteórico (m3/h) 5,614 26 996,778 8,91E-04 0,155 19022,70 8,11E+04 6,196 2,398 5,083 26,5 996,645 8,81E-04 0,14 17181,79 8,46E+04 5,889 2,279 4,019 26,5 996,645 8,81E-04 0,09 11045,44 6,78E+04 4,721 1,827 2,956 26,5 996,645 8,81E-04 0,045 5522,72 4,80E+04 3,338 1,292 2,424 26,5 996,645 8,81E-04 0,035 4295,45 4,23E+04 2,944 1,140 1,892 26,5 996,645 8,81E-04 0,02 2454,54 3,20E+04 2,226 0,861 1,360 27 996,513 8,72E-04 0,01 1227,27 2,29E+04 1,574 0,609 Percebe-se também que as vazões medidas pelo tubo Venturi são consideravelmente maiores em relação à placa de orifício, pois sua perda de carga e com isso maior vazão de água percorre esse trecho, como é previsto pelos balanços de energia mecânica. Devido a isso, foram utilizados dados coletados pelo grupo dos alunos: Thiago, Leonardo, Bruno C. e Pedro H., com os medidores de vazão associados em série, e realizado os cálculos tendo como base o ajuste da vazão volumétrica anterior. Descrito pelas Tabelas 7 e 8 e representado pela Figura 6. Tabela 7: Propriedades e vazões volumétricas calculadas para a placa de orifício em série Qajustado (m3/h) T (°C) ρ (kg/m3) μ (kg/m.s) ∆h (m) ∆p (Pa) Re0 ub0 (m/s) Qteórico (m3/h) erro (%) 5,083 35,0 993,925 7,38E-04 0,550 67456,95 1,26E+05 7,342 3,347 34,14 4,551 35,0 993,925 7,38E-04 0,535 65617,22 1,24E+05 7,242 3,301 27,46 4,019 35,0 993,925 7,38E-04 0,420 51512,58 1,10E+05 6,416 2,925 27,22 2,956 35,0 993,925 7,38E-04 0,230 28209,27 8,12E+04 4,748 2,165 26,76 2,424 34,0 994,270 7,53E-04 0,160 19627,14 6,64E+04 3,959 1,805 25,52 1,892 34,0 994,270 7,53E-04 0,112 13739,00 5,55E+04 3,313 1,510 20,17 1,360 33,0 994,615 7,68E-04 0,046 5643,75 3,49E+04 2,123 0,968 28,84 Tabela 8: Propriedades e vazões volumétricas calculadas para o tubo Venturi em série Qajustado (m3/h) T (°C) ρ (kg/m3) μ (kg/m.s) ∆h (m) ∆p (Pa) Re0 ub0 (m/s) Qteórico (m3/h) erro (%) 5,083 35,0 993,925 7,38E-04 0,970 118969,54 2,45E+05 15,521 6,006 18,16 4,551 35,0 993,925 7,38E-04 0,785 96279,47 2,39E+05 13,963 5,403 18,71 4,019 35,0 993,925 7,38E-04 0,625 76655,63 2,13E+05 12,459 4,821 19,94 2,956 35,0 993,925 7,38E-04 0,340 41700,66 1,57E+05 9,189 3,556 20,30 2,424 34,0 994,270 7,53E-04 0,240 29440,71 1,29E+05 7,719 2,987 23,24 1,892 34,0 994,270 7,53E-04 0,124 15211,04 9,30E+04 5,548 2,147 13,48 1,360 33,0 994,615 7,68E-04 0,070 8588,31 6,85E+04 4,168 1,613 18,59 Figura 6: Medidores de vazão em série Com o sistema de medição em série houve um aumento na perda de carga total devido as obstruções no escoamento da água e ao maior trecho percorrido pelo fluido, tendo portanto maiores perdas de carga por atrito. Para o medidor de orifício em série houve um erro entre 20 e 34% para os valores calculados em relação a curva de ajuste da vazão, sendo inferiores a este. Para o tubo Venturi o erro percentual variou de cerca de 13 a 23% em relação aos valores ajustados e tiveram resultados mais elevados para a vazão volumétrica que o esperado. Os maiores erros relativos visualizados na placa de orifício são resultado desse medidor apresentar uma diminuição brusca na área de escoamento, aumentando consideravelmente a velocidade, fato esse que no Venturi a diminuição da área ocorre de forma gradativa e assim, uma menor perda de carga e erro relativo associado podem ser visualizados. Conclusão Dentre os equipamentos de medição de vazão avaliados (placa de orifício e tubo de Venturi), e quando comparados com a leitura ajustada do rotâmetro, adotado como padrão para as medições, nota-se que a placa de orifício apresentou maiores erros (de 3,16% a 13,51%) em relação ao tubo de Venturi (de 0,18% a 6,82%), quando analisados separadamente. Fato esse que pode ser explicado, principalmente, pela geometria dos equipamentos e pela perda de carga associada a cada um deles. Em relação ao experimento realizado em série, levando-se em conta o erro cometido na abertura e fechamento das válvulas na coleta dos dados e que os dados analisados foram coletados por um grupo diferente, pode-se ter como base a análise individual para cada medidor, com uma ressalva que a perda de carga, no sistema como um todo, aumentou e assim, os erros associados aos medidores, consequentemente, também foram maiores. Referências Bibliográficas BENNETT, C. O., MYERS, J. E. Fenômenos de transporte. McGraw-Hill do Brasil, São Paulo 1978. Chemical Engineering Research Information Center. Disponível em: http://www.cheric.org/kdb/kdb/hcprop/showprop.php?cmpid=1914 Acessado em 2 de setembro de 2013. GREEN, D. W.; PERRY, R. H. Perry's Chemical Engineer's Handbook. 8ª ed., McGraw Hill, 2008. POTTER, M. C., WIGGERT, D. C., RAMADAN, B. Mechanics of Fluids, 4ª ed., Cengage Learning, 2012.
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