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Logística Internacional

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Prévia do material em texto

LOGÍSTICA 
INTERNACIONAL 
PROFESSORA
Esp. Louise Nauck
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8071
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. NAUCK, Louise .
Logística Internacional. 
Louise Nauck.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 
152 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Logística 2. Internacional EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Silvio Silvestre Barczsz
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Matheus Silva de Souza
Design Educacional
Bárbara Neves
Revisão Textual
Sarah Mariana Longo Carrenho 
Cocato
Ilustração
Natalia de Souza Scalassara
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 658.7 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-392-6
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora 
Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo 
Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações 
Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora 
de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
BOAS-VINDAS
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de his-
tória avançando a cada dia. Agora, enquanto 
Universidade, ampliamos a nossa autonomia e 
trabalhamos diariamente para que nossa edu-
cação à distância continue como uma das me-
lhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares 
que consolidam a visão abrangente do que é o 
conhecimento para nós: o intelectual, o profis-
sional, o emocional e o espiritual. 
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimen-
to, formando profissionais cidadãos que contri-
buam para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar 
tem um gênio importante para o cumprimento 
integral desta missão: o coletivo. São os nossos 
professores e equipe que produzem a cada dia 
uma inovação, uma transformação na forma de 
pensar e de aprender. É assim que fazemos jun-
tos um novo conhecimento diariamente. 
São mais de 800 títulos de livros didáticos como 
este produzidos anualmente, com a distribui-
ção de mais de 2 milhões de exemplares gra-
tuitamente para nossos acadêmicos. Estamos 
presentes em mais de 700 polos EAD e cinco 
campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Gros-
sa e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 
maiores grupos educacionais do país. 
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssi-
ma história da jornada do conhecimento. Mário 
Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, 
quem muda o mundo são as pessoas. Os livros 
só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à opor-
tunidade de fazer a sua mudança! 
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Esp. Louise Nauck
Especialista em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – FGV 
(2011), com MBA em Logística e Distribuição pela Unicesumar – Centro Universitário 
de Maringá (2015). Bacharel em Administração de Empresas (2018) e Tecnóloga 
em Gestão de Comércio Exterior (2009) pela Unicesumar – Centro Universitário de 
Maringá. Atualmente, é professora na modalidade EaD. 
http://lattes.cnpq.br/9191354950038328 
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Olá, caro(a) acadêmico(a). Seja bem-vindo(a)!
Ao escolher uma graduação, temos a oportunidade de ampliar nossos conhecimentos, por-
tas são abertas e temos a chance de trilhar os mais diversos caminhos que, às vezes, nem 
imaginávamos existir. Assim, caro(a) leitor(a), mantenha sua mente aberta ao conhecimento 
e às novas oportunidades que surgirão durante essa jornada.
Quantas vezes você parou para pensar na globalização? E nas trocas internacionais? Já ima-
ginou como as economias mundiais estão interligadas? E como tudo isso impacta o seu 
consumo? Essas são considerações muito importantes, sobre as quais falaremos na Unidade 
1 deste livro.
Na Unidade 2, conheceremos melhor as características do mercado internacional, podendo 
nos aprofundar nos conceitos de importação e exportação, bem como poderemos compreen-
der melhor o conceito da gestão da cadeia de suprimentos globais e a sua relação com as 
demandas do mercado nacional. 
Já na Unidade 3 deste livro, falaremos sobre o conceito e atribuição do território aduaneiro, 
assim como conheceremos os principais processos do despacho aduaneiro e a classificação 
dos canais de parametrização de cargas; além disso, trataremos sobre os principais regimes 
aduaneiros especiais e suas atribuições.
Chegando à Unidade 4 deste material, conheceremos a relação entre a logística internacional 
e o comércio exterior. Também, serão apresentados os principais modais de transporte utili-
zados no comércio exterior, assim como discorreremos sobre o seguro e custos no transporte 
internacional. Ainda nesta unidade, trataremos sobre os Incoterms 2020 e a sua importância 
para as negociações internacionais.
E, fechando nosso livro, na Unidade 5, abordaremos os conceitos de operador logístico, mul-
timodalidade e intermodalidade na logística internacional, assim como falaremos sobre a im-
portância da embalagem e sobre os principais documentos utilizados na logística internacional.
Espero, caro(a) aluno(a), que essa jornada seja muito proveitosa e que você aprecie esse 
material que foi preparado especialmente para a sua graduação.
Bons estudos!
ÍCONES
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
on-line e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati-
vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
COMÉRCIO 
INTERNACIONAL
8
COMÉRCIO EXTERIOR
37
64
ADUANA E COMÉRCIO 
EXTERIOR
87
LOGÍSTICA 
INTERNACIONAL 
116
TÓPICOS ESPECIAIS 
EM LOGÍSTICA 
INTERNACIONAL
142
CONCLUSÃO GERAL
1
COMÉRCIO 
INTERNACIONAL
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos do Comércio Interna-
cional • Globalização e os Fatores Determinantes para o Comércio Internacional • Barreiras ao Livre 
Comércio • Aberturado Mercado Brasileiro ao Comércio Internacional.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Apresentar os principais conceitos do comércio internacional e identificar os marcos regulatórios do 
comércio internacional • Entender os efeitos da globalização no mercado internacional • Mostrar as 
barreiras aplicadas ao livre comércio • Analisar os efeitos da abertura do mercado brasileiro.
PROFESSORA 
Esp. Louise Nauck
INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), iniciaremos, agora, uma inserção aos conceitos 
do comércio internacional, em que identificaremos pontos importan-
tes para o desenvolvimento das trocas internacionais, conhecendo seu 
histórico de evoluções e mudanças.
Falaremos sobre o conceito de globalização, como os seus efeitos 
afetam e fazem parte do comércio internacional e das escolhas que fa-
zemos como consumidores e como isso moldou a economia mundial. 
Além disso, poderemos compreender quais os fatores que determina-
ram o aumento do comércio internacional.
Discorreremos, também, sobre as barreiras impostas ao mercado in-
ternacional, os efeitos causados pelo protecionismo utilizado de forma 
incorreta e como isso impacta os países (principalmente, os em desen-
volvimento) que são afetados por essas imposições e acabam perdendo 
espaço no mercado internacional. 
Também, falaremos sobre a abertura do mercado brasileiro para o 
comércio internacional, os efeitos para as empresas e para a sociedade, 
observados após a entrada de produtos vindos de outros países, e como 
isso modificou a economia e o consumo dos brasileiros.
Portanto, esta unidade tem como objetivo discutir os principais 
tópicos relacionados ao surgimento do comércio internacional, a glo-
balização e os seus efeitos sobre a economia das nações, bem como 
apresentar as principais barreiras ao livre comércio e seus efeitos ao 
mercado nacional, além de abordar os efeitos causados pela abertura 
do mercado brasileiro.
Aproveite bem essa introdução ao comércio internacional, preza-
do(a) acadêmico(a), para entender os importantes fatos que vieram 
alterando as relações comerciais entre as nações, pois entenderemos os 
rumos que a economia globalizada terá a partir de agora! 
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CONCEITOS DO 
COMÉRCIO 
INTERNACIONAL
Vivemos em um mundo altamente conectado, no qual, dificilmente, seria 
possível sobreviver apenas com a produção local, ou seja, a base de consumo 
que hoje conhecemos se adaptou através do tempo, de tal forma que os paí-
ses se tornaram dependentes uns dos outros em relação à comercialização 
internacional. Para Segre et al. (2018), o termo comércio internacional pode 
ser aplicado às trocas de bens e serviços entre nações, é o resultado do aper-
feiçoamento de cada país na divisão internacional do trabalho.
Diante disso, podemos observar que a comercialização entre as nações 
acontece devido à grande diversidade produtiva, a qual pode ser atrelada às 
vantagens de produzir itens de maior qualidade com menor custo. O fato é 
que nenhum país consegue ser autossuficiente em tudo, por isso, exportam 
o excedente de suas produções e acabam por importar os itens necessários 
para atender o consumo interno (SEGRE et al., 2018). Assim, Foschete (1999, 
p. 40) nos diz que:
 “ A principal razão para a existência do comércio internacional é a constatação simples de que nenhum país é autossuficiente o bastante para produzir todos os bens e serviços de que sua 
população necessita. 
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As trocas internacionais são bem mais antigas do que imaginamos. Até mea-
dos do século XV, existiam grandes economias autônomas, culturas e povos que 
nem sequer sabiam da existência de outros continentes, mas tudo isso mudou 
com o advento das grandes navegações e conquistas territoriais. Após anos de um 
lento desenvolvimento, em meados do século XX, sentiu-se a grande mudança do 
comércio internacional, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial, com 
a liberação do comércio entre os países, a criação de organizações que facilita-
ram as operações comerciais entre nações e, principalmente, pela aceitação do 
consumidor em relação aos produtos vindos de outras regiões (DAVID, 2016).
Diante disso, David (2016) discorre que o comércio internacional teve, 
ao longo do tempo, diversos marcos regulatórios para que se desenvolvesse, 
como a validação de tratados internacionais e a criação de organizações in-
ternacionais, no intuito de facilitar e apoiar as atividades do comércio inter-
nacional. Para Giacomelli et al. (2018, p. 13), “os marcos regulatórios são as 
principais regras que regem as relações de comércio entre países. Eles podem 
ser divididos em 3 diferentes escopos”:
1. Acordos multilaterais: que são realizados entre blocos econômicos.
2. Acordos regionais, bilaterais ou não recíprocos: constituídos entre 
dois países.
3. Acordos de políticas próprias entre parceiros estratégicos. 
Giacomelli et al. (2018) apontam, ainda, que os acordos multilaterais acabam 
sendo as normas com maior abrangência no comércio internacional, servin-
do como base para diversos acordos serem firmados. Dessa forma, entre os 
principais marcos regulatórios do comércio internacional, estão: a criação do 
GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, logo após o fim da Segunda 
Guerra, o BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, 
o FMI – Fundo Monetário Internacional, a OCDE – Organização para a Coo-
peração Econômica e Desenvolvimento e a OMC – Organização Mundial do 
Comércio. Com a criação da OMC, foi possível, ainda, o desenvolvimento de 
acordos plurilaterais — só fazem parte do acordo os interessados e não todos os 
participantes do grupo; esse tipo de acordo pode envolver países desenvolvidos 
e países em desenvolvimento em busca de parcerias estratégicas. 
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Outro fator de suma importância para o desenvolvimento do comércio inter-
nacional foi a criação dos blocos econômicos, formados por grupos de países 
que, devido a necessidades específicas, por estarem próximos geograficamente 
ou por terem interesses em comum, decidem facilitar e agilizar a negociação 
entre si (GIACOMELLI et al., 2018). Como exemplos desses blocos, temos 
o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a União Europeia (UE) e o Tratado 
Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta). Diante disso, observamos que:
 “ A queda das barreiras alfandegárias, a formação de blocos eco-nômicos, a velocidade nas comunicações, os avanços tecnológi-cos e o fluxo dos capitais internacionais são as principais forças 
que criaram uma nova “ordem mundial”. Estamos revivendo, de 
maneira bem mais moderna, a Revolução Industrial iniciada no 
século XVIII. A grande diferença, porém, é que a velocidade é 
incomparavelmente maior (LUDOVICO, 2018a, p. 5).
As estratégias colaborativas entre países ou blocos econômicos funcionaram 
muito bem até meados dos anos 2000, quando a China entrou em cena, mu-
dando completamente os rumos do comércio internacional. Diante desse 
contexto, Giacomelli et al. (2018, p. 16) descreve que:
A existência de um comércio internacional não é novidade. Pelo menos, 
desde os tempos da expansão marítima, já acontece um importante flu-
xo de mercadorias entre países de continentes diferentes. Você conhece 
alguns destes termos: blocos econômicos, multilateralismo e acordos bi-
laterais? Acesse o link a seguir e conheça melhor esses e vários outros 
termos utilizados no comércio internacional: 
conecte-se
https://www.proenem.com.br/enem/geografia/comercio-mundial-gatt-omc-bloco-economicos-multilateralismo-e-acordos-bilaterais/
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 “ A China, então com praticamente 1/6 de toda a população mundial, que por décadas vivia em um regime comunista fechado ao mercado, entrava no mercado. Como sua população vivia em situações precárias, 
os baixos salários oferecidos inicialmente pelas fábricas já representa-
vam uma melhoria nas suas condições. Assim, a capacidade produtiva 
dessa imensa massa de novos trabalhadores, somada ao recente avanço 
da Internet, que facilitouas comunicações em um nível global, fez com 
que os produtos chineses tornassem-se mais baratos e acessíveis do que 
os produtos já negociados dentro dos blocos econômicos. 
A partir desse ponto, percebemos que a influência dos blocos econômicos 
acabou diminuindo, e o comércio internacional caminhou em direção a uma 
junção a nível global, impulsionada pelos efeitos da globalização. 
Caro(a) aluno(a), veja, a seguir, uma linha do tempo com os principais marcos 
regulatórios do comércio internacional.
1944
Conferência de Bretton-Woods 
Criação do BIRD – Banco Internacional para 
Reconstrução e Desenvolvimento.
Criação do FundoMonetário
Internacional (FMI).
1945
1947
Criação do GATT
Acordo Geral sobre Tarifas
e Comércio.1957
Tratado de Roma 
Criação da
União Europeia
Criação da OCDE 
Organização para a Cooperação 
Econômica e Desenvolvimento.
1961
1995
Criação da OMC
Organização Mundial do 
Comércio substituindo o GATT. 1999
Criação do Euro
Figura 1 - Marcos do comércio internacional / Fonte: a autora.
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Quantas vezes você já ouviu falar do termo “globalização”? Esse termo é muito di-
fundido em nossa sociedade, sentimos os efeitos e vemos os resultados desse advento 
de várias formas em nossas vidas e em nosso dia a dia, mas, em relação ao comércio 
internacional, Ludovico (2018a, p. 5) apresenta a seguinte definição:
 “ Globalização é um processo de integração mundial que está ocorrendo há pelo menos três décadas nos setores de comunicação, economia, finanças e comércio. Por sua velocidade e amplitude, esse fenômeno 
já afetou indivíduos, empresas e nações, pois altera os fundamentos 
sobre os quais se organizou a economia mundial nos últimos 50 anos. 
Ainda nesse contexto, temos a definição apresentada por Dias e Rodrigues (2012, 
p. 154):
 “ Embora o termo globalização se tenha convertido nos últimos anos em uma expressão de uso corrente, sendo utilizado nos mais variados contextos, o fenômeno que procura descrever teve seu início no século 
XVi com a expansão da economia europeia para regiões da América, 
Ásia e África. Atualmente, e de modo geral, tem sido empregado com 
mais frequência no sentido de indicar a existência de uma profunda in-
terdependência, principalmente econômica, entre os países. Começou 
a ser veiculado no início da década de 80 nos Estados Unidos, e passou 
a ser difundido com o objetivo de caracterizar as profundas mudanças 
2 
GLOBALIZAÇÃO 
E OS FATORES 
DETERMINANTES
para o comércio 
internacional
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que ocorreram nas duas últimas décadas na economia internacional, 
ou seja, a rápida expansão mundial da produção, do consumo e da 
inversão de bens, serviços, capital e tecnologia. 
Diante das definições apresentadas, começamos a entender de que forma a globali-
zação impacta as relações comerciais entre os países e, consequentemente, em nosso 
consumo e escolhas. 
Você já parou para olhar o local de fabricação de produtos que adquire? Roupas, brinque-
dos, eletrodomésticos? Já verificou quantos são produzidos aqui e quantos são fabricados 
em outros países? Esse é um dos efeitos da globalização.
pensando juntos
De forma genérica Dias e Rodrigues (2012, p. 157) apontam algumas das caracterís-
ticas mais importantes relacionadas à globalização:
 “ a. ocorrência de profundas transformações, provocadas pela chama-da terceira Revolução Científico-tecnológica;b. criação de um sistema de produção mundial, integrando um gran-
de numero de países, caracterizado pela produção das partes, compo-
nentes e serviços em escala mundial;
c. aumento de produtos globais não produzidos integralmente em 
nenhum país em particular;
d. movimento acelerado da integração das economias nacionais à 
nova dinâmica do mercado global por meio, principalmente, da aber-
tura comercial, com a queda das barreiras alfandegárias;
e. formação de grandes blocos econômicos regionais; 
Dessa forma, com toda a evolução e desenvolvimento apresentados no comércio 
internacional, advindos da economia globalizada, Ludovico (2018a) classifica a glo-
balização em períodos, os quais podem ser observados na Tabela 1:
1450-1850 Primeira Fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda Fase Industrial-imperialista-colonialista
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Pós-1989-2000 Terceira Fase Cibernética-tecnológica associativa
Pós-2000 Quarta Fase A nova revolução industrial 4.0
Tabela 1 – Períodos da globalização / Fonte: Ludovico (2018a, p. 4).
Vários autores e estudiosos do comércio internacional destacam que o avanço tecno-
lógico foi crucial para que a globalização fosse difundida, pois, por meio desse avanço 
da tecnologia, foi possível uma maior integração entre compradores e vendedores, 
ou seja, o que antes era vendido apenas no mercado nacional ou em determinadas 
regiões, hoje, pode ser vendido e entregue em tempo recorde em qualquer lugar do 
mundo. Acerca disso, Dias e Rodrigues (2012, p. 155) definem que:
 “ Os avanços tecnológicos nas áreas de transporte, comunicação e in-formação, e a correspondente difusão de ideias e conhecimento pelo mundo todo, contribuem decisivamente para esse processo de globa-
lização. As principais corporações mundiais procuram a maximização 
da rentabilidade e da acumulação de capital, e exercem pressão sobre 
os governos para facilitar a integração global e ampliar a transnacio-
nalização da economia mundial.
É importante destacar, também, que o mercado globalizado fez com que as empresas 
nacionais tivessem que repensar suas operações, pois, para competir com produtos 
mais baratos e, muitas vezes, com a mesma qualidade, foi e é necessário que exista 
um processo de gestão estratégica que leve em consideração a livre circulação de 
serviços, pessoas e produtos, já que, hoje, as barreiras geográficas já não impedem 
que haja o consumo de determinado produto em qualquer lugar do planeta. Diante 
disso, Hitt (2018, p. 21) destaca que:
 “ Em geral, é importante observar que a globalização levou a padrões de desempenho mais elevados em muitas dimensões competitivas, incluindo as de qualidade, custo, produtividade, tempo de introdu-
ção de produtos e eficiência operacional. Esses padrões afetam não só 
as empresas que competem na economia globalizada, mas também 
aquelas que competem em uma base exclusivamente nacional. A razão 
pela qual os clientes compram de um concorrente globalizado em vez 
de comprar de uma empresa nacional é que o bem ou o serviço da 
primeira é superior. 
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Dessa forma, é importante esclarecer que a globalização impacta diversas áreas em nos-
sa sociedade, como a econômica, a geográfica e a cultural, mas, neste momento, abor-
daremos apenas o aspecto econômico e a sua relação com o comércio internacional. 
Quer conhecer mais sobre o termo globalização? Então, acesse o link e leia 
sobre as vantagens e desvantagens da globalização, assim como as outras 
vertentes desse advento que é extremamente ligado à nossa sociedade:
conecte-se
Conhecendo melhor os conceitos de comércio internacional e globalização, é neces-
sário identificarmos os principais aspectos que levam uma empresa a vender ou a 
comprar produtos de outros países. Diante disso, David (2016, p. 10) nos mostra que:
 “ Há muitas explicações para o enorme crescimento do comércio in-ternacional na segunda metade do século XX. Algumas empresas tiveram razões para expandir suas vendas a países estrangeiros, ou-
tras tiveram motivos para comprar matérias-primas e suprimentos 
de outros países. Esses fatores determinantes do comércio interna-
cional podem ser divididos em quatro categorias principais: custo, 
concorrência, mercado e tecnologia.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6192
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A partir disso, conheceremos melhor cada um desses fatores, de acordo com 
David (2016).
 ■ Fatores de custo
Os fatores de custo são limitados às fábricas e aos maquinários. São relevantes, 
também, nas indústrias em que os custos de desenvolvimento são altos e os custos 
dos produtosfabricados são baixos, como nas indústrias de softwares; as orga-
nizações buscam desenvolver o mercado internacional para diluir os custos de 
desenvolvimento; é o caso, por exemplo, da Microsoft. Outros incentivos de custo 
apresentados no comércio internacional estão relacionados à questão da cadeia de 
suprimentos; empresas que produzem produtos de peças e subconjuntos procuram 
fornecedores que tenham os menores preços. Dessa forma, compram peças de em-
presas que atuam em países em que os custos com mão de obra ou de energia são 
mais baixos. Esse padrão de compra é chamado de terceirização (DAVID, 2016). 
 ■ Fatores de concorrência
Em determinados casos, a concorrência determina a atuação da empresa em 
outros países, pois, se um dos concorrentes da organização, em um dado país, 
investir em outro país específico, os outros concorrentes podem ser obrigados 
a seguir o exemplo para não perder mercado. Como no caso dos dois maiores 
varejistas do mundo: o Carrefour, da França, e o Walmart, dos Estados Unidos, 
que estão presentes em diversos países — quando um entra em um mercado 
estrangeiro, o outro se vê obrigado a segui-lo.
Os fatores de concorrência influenciam, também, a cadeia de suprimentos, 
pois, quando um concorrente adiciona um lançamento ao mercado para o seg-
mento de consumidores sensíveis a preço, a empresa X pode responder ofere-
cendo um produto similar, mantendo seu espaço no mercado. Com a tendência 
da fabricação do novo produto do concorrente por países em que os custos de 
produção são mais baixos, a empresa X acaba recorrendo, também, aos fornece-
dores estrangeiros (DAVID, 2016).
 ■ Fatores de mercado
Com o grande aumento das viagens internacionais por conta do turismo, as prefe-
rências dos consumidores ficaram cada vez mais globais, e seus gostos e produtos 
favoritos são quase iguais no mundo todo. As organizações em que os clientes pro-
curavam encontrar produtos em todos os lugares do mundo tiveram que adentrar 
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ao mercado internacional. Por exemplo, em meados dos anos 70, as lanchonetes 
McDonald’s da Alemanha, Grã-Bretanha e França atraíam estrangeiros que procu-
ravam um padrão de refeição com o qual estavam acostumados. Mesmo que, ainda 
hoje, os estrangeiros sejam uma grande parte das vendas, o McDonald’s conseguiu 
conquistar consumidores locais já acostumados e apreciadores da conveniência da 
rede de fast-food. A padronização das preferências acaba generalizada para progra-
mas televisivos, indústria da moda, livros, música, alimentação, esportes etc.
E, por último, quanto maior o grau de entendimento dos consumidores em 
relação ao que consomem, maior é a chance de comprarem produtos com os 
quais ainda não estão acostumados. Como, por exemplo, a indústria de vinhos. 
Os vinhos da França e Itália dominavam o mercado do segmento, porém a forma 
como os vinhos eram vendidos exigia que o consumidor soubesse um comple-
xo sistema de classificação. Então, quando os produtores de vinhos dos Estados 
Unidos ajustaram a oferta, modificando os rótulos nas garrafas, inserindo o nome 
da variedade de uva utilizada, o mercado cresceu, pois comprar vinhos se tornou 
algo menos intimidante para o cliente (DAVID, 2016). 
 ■ Fatores de tecnologia
Outro fator que facilitou a familiarização dos produtos pelos consumidores foi 
a ampliação das informações que acabaram se tornando universais. Consumi-
dores com acesso à internet podem rapidamente consultar qualquer página de 
informações. As pessoas podem comprar produtos de qualquer lugar do mundo. 
Comprar produtos do exterior ficou tão fácil como comprar na loja da esquina. As 
empresas que têm páginas na internet atraem consumidores de todas as partes do 
mundo para que comprem seus produtos. Dessa forma, desenvolve-se o conceito 
de competição global entre empresas ao tornar a localização dos consumidores 
irrelevante, pois a troca de informações e a facilidade da comunicação fornece 
toda a estrutura necessária para que o produto seja consumido. Além disso, as 
empresas podem, também, encontrar, com facilidade, fornecedores para quase 
todo tipo de produto na internet, utilizando sites como instrumento de buscas, 
como o Alibaba.com (DAVID, 2016).
Pelos fatores apresentados, observamos que existem inúmeros motivos que 
colaboram para o aumento do comércio internacional. A globalização econômica 
acaba transformando os ambientes de negócios, deixando-os extremamente com-
petitivos e desafiando as organizações a analisarem profundamente mercados 
em que pretendem atuar.
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Apesar dos esforços em prol do comércio entre as nações e dos efeitos que a 
globalização e a tecnologia trouxeram, ainda existem barreiras ao comércio in-
ternacional. Essas barreiras são aplicadas, muitas vezes, no intuito de proteger 
o mercado interno diante da concorrência — nem sempre justa — por parte de 
outros países, porém, frequentemente, essas barreiras são utilizadas de forma 
protecionista. Diante disso, no Manual sobre barreiras comerciais e aos investi-
mentos, encontramos a seguinte explicação: 
 “ Barreiras comerciais podem ser entendidas, de forma geral, como qualquer medida ou prática, de origem pública ou privada, que te-nha o efeito de restringir o acesso de bens e serviços de origem 
estrangeira a um mercado, tanto no estágio da importação, como no 
da comercialização. Barreiras aos investimentos, do mesmo modo, 
dizem respeito a medidas ou práticas que, de alguma forma, restrin-
gem a entrada de capitais estrangeiros em um país. As definições 
são bastante abrangentes, o que reflete o fato de que governos (bem 
como o setor privado) podem estabelecer barreiras comerciais e aos 
investimentos por inúmeras maneiras (CNI, 2017, p. 13).
3 
BARREIRAS AO
LIVRE COMÉRCIO
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Esse tipo de restrição também é conhecido como protecionismo alfandegário 
e é utilizado desde muito antes do modelo atual de comércio internacional, 
impondo às trocas internacionais altas taxas alfandegárias ou, até mesmo, a 
proibição da importação de determinados produtos.
Dias e Rodrigues (2012) discorrem que o protecionismo pode contribuir 
de forma positiva no desenvolvimento de determinados setores empresariais 
no país, pois, ao restringir a entrada de produtos de outros países, a empresa 
nacional pode ter a chance de se capacitar e desenvolver produtos com qua-
lidade e custos similares aos importados ou até com preços menores. Dias 
e Rodrigues (2012) apontam, ainda, que existem duas situações em que se 
justifica a utilização do protecionismo: 
 ■ Em setores industriais necessários à defesa e à soberania do país em 
questão, no qual se impõe medidas de restrição aos produtos vindos 
de outros países, garantindo o desenvolvimento do parque industrial 
nacional.
 ■ E retaliações às medidas protecionistas, utilizadas por outros países a 
produtos nacionais. Esse tipo de medida protecionista, caracteriza-se 
como uma compensação a uma restrição imposta ao acesso do pro-
duto nacional ao mercado daqueles países. Essa prática, nos dias de 
hoje, é legitimada por órgãos internacionais reguladores do comércio 
internacional, como a organização Mundial para o Comércio, em que 
medidas protecionistas unilaterais são discutidas e julgadas no âmbito 
do comércio mundial.
Podemos compreender que as barreiras comerciais ou alfandegárias têm, por 
objetivo, a proteção da produção nacional, fazendo com que os produtos na-
cionais se tornem mais atrativos do que os importados. Elas podem ocorrer 
de várias formas, como a criação de leis, políticas, medidas, práticas gover-
namentais ou imposições que causem restrições ao comércio internacional. 
No site Aprendendo a Exportar (BRASIL, [2021], on-line), encontramos a 
classificação das barreiras em duas categorias:
 “ Barreiras tarifárias: que tratam de tarifas de importações e taxas diversas.
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 “ Barreiras não tarifárias: que tratam de restrições quantitati-vas, licenciamento de importação, procedimentosalfandegários, valoração aduaneira arbitrária ou com valores fictícios, Medidas 
Antidumping, Medidas Compensatórias, subsídios, Medidas de 
Salvaguarda e medidas sanitárias e fitossanitárias. Dentre estas 
últimas encontram-se as barreiras técnicas, que são mecanismos 
utilizados com fins protecionistas. 
Por outro lado, é importante ressaltar que o protecionismo afeta o crescimento 
econômico, principalmente, quando utilizado por países desenvolvidos para 
barrar a entrada de produtos mais competitivos, vindos de países em desen-
volvimento, por isso, a importância dos órgãos reguladores, como a OMC.
Em busca de proteger a indústria nacional, são utilizadas barreiras técnicas 
para limitar ou impedir a entrada de produtos importados que, muitas ve-
zes, não estão adequados às normas nacionais ou que não têm um padrão 
de qualidade aceitável. Para regulamentar essas barreiras, criou-se o Acordo 
sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (Acordo TBT da OMC). Para saber mais 
sobre esse acordo, sobre as barreiras técnicas e demais aspectos relaciona-
dos a esse tema, acesse o link a seguir: 
conecte-se
Ao entender mais sobre o conceito de globalização e os impactos causados 
no comércio internacional, é de se pensar, prezado(a) acadêmico(a), que as 
trocas de mercadorias entre nações estejam, de alguma forma, mais fáceis, 
afinal, com a criação de organizações internacionais de regulação, dos blocos 
econômicos e com a utilização da tecnologia, foi possível verificar o aumento 
das comercializações internacionais e, ainda, observar uma relativa diminui-
ção de barreiras e restrições ao livre comércio entre as nações, no entanto, 
ainda não se pode dizer que exista um livre comércio entre nações, pautado 
apenas na oferta e na demanda de produtos.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8264
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Caro(a) aluno(a), chegamos ao último tópico do primeiro capítulo de nosso livro. 
Depois de entendermos como a globalização e o comércio internacional caminha-
ram juntos no desenvolvimento de uma economia globalizada, é necessário que 
saibamos como o mercado brasileiro foi impactado e de que forma reagiu diante 
da expansão do comércio internacional. Ludovico (2018b, p. 5) descreve que:
 “ Da proclamação da Republicar a meados do século XX, o comércio exterior brasileiro limitou-se fundamentalmente à exportação de produtos agrícolas e à importação de bens manufaturados, em face 
da franca produção industrial que ainda não atendia às necessida-
des do consumo interno. Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil 
reativou seu ciclo industrial com a instalação de inúmeras indús-
trias, inclusive a automobilística, alcançando, afinal, a maturidade 
econômica, entrando no rol dos países em desenvolvimento.
4 
ABERTURA DO
MERCADO 
BRASILEIRO
ao comércio internacional
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Diante disso, Dias e Rodrigues (2012) destacam que, depois da Segunda Guerra 
Mundial, o Brasil adotou uma política protecionista com o controle da taxa de 
câmbio, importando diversos produtos com pouco critério, o que acabou deses-
timulando as exportações.
Para reverter esse quadro, foi necessário trazer ao país empresas que fa-
bricassem os itens que eram importados, porém, como nenhuma nação con-
segue, sozinha, atender à demanda de produtos consumidos, as empresas 
aqui instaladas não só não diminuíram as importações, como começaram a 
importar outros itens que se tornaram necessários diante de novas demandas 
de consumo. Além disso, os produtos nacionais tinham preços acima dos itens 
do mercado internacional, dessa forma, a indústria brasileira acabou ficando 
dependente da importação de máquinas, equipamentos, peças e componentes. 
Diante disso, Dias e Rodrigues (2012, p. 210) destacam que:
 “ A economia, ano a ano, foi se fechando e, como o comércio exterior é um caminho de mão dupla, os empresários sentiam que quem não comprava tinha dificuldades para vender. Passaram então a pres-
sionar o governo pela liberação do câmbio e do comércio exterior, 
pois assim teriam a liberdade de importar, a exemplo dos países do 
Primeiro Mundo, uma vez que as grandes potencias e as economias 
emergentes apresentavam, no comércio exterior, um índice elevado 
de participação sobre o Produto interno Bruto – PIB.
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Diante disso, nos anos 90, a política comercial do Brasil foi alterada pelo Plano 
Collor, que eliminou totalmente as barreiras alfandegárias aplicadas pelo pro-
tecionismo dos governos anteriores. Mesmo com essa mudança, o objetivo de 
modernizar o parque fabril brasileiro não foi atingido, visto que as empresas 
acabaram utilizando produtos importados em vez de optarem pelos produtos 
nacionais. Dessa forma, Dias e Rodrigues (2012, p.211) apontam que:
 “ De imediato, as empresas nacionais, obrigadas a se adequarem a esta nova realidade, passaram a investir em tecnologia e qualidade de seus produtos, mas apesar dos esforços na abertura comercial 
do período Collor, forças políticas e de oposição foram obstáculos 
poderosos a esta tentativa de implantação de uma política neoliberal 
no Brasil. Isso somente veio a ocorrer em 1994, com o Plano Real 
decretado pelo presidente da época, Fernando Henrique Cardoso. 
Na concepção desse plano, a principal arma política de estabiliza-
ção era a sobrevalorização cambial, a qual passava de um câmbio 
flutuante de 1990 para um câmbio “quase fixo” em 1994. Os objeti-
vos primordiais, com a adoção desta medida, em especial a adoção 
cambial, eram: manutenção da competitividade das exportações, 
recuperação e acumulação de reservas internacionais e estabilização 
inflacionária. 
A partir dos anos 2000, a economia brasileira passou e vem passando por intensas 
mudanças que visam a um maior desenvolvimento de seu comércio exterior, as-
sim como procura aumentar sua eficiência e competitividade diante do mercado 
internacional (DIAS; RODRIGUES, 2012).
Por meio da figura a seguir, podemos observar os principais fatos relaciona-
dos ao comércio exterior brasileiro, de forma que possamos identificar o perfil 
histórico das políticas de comércio exterior utilizadas no Brasil segundo Ludo-
vico (2018b, p. 6).
Você sabe o que é o PIB e como ele é calculado? Esse índice é muito impor-
tante para entender como vai a economia de determinada região ou país. 
Quer saber mais? Acesse o link e tire suas dúvidas: 
conecte-se
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6193
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1930 até 1964
A política de comércio exterior nessa época 
era voltada para a restrição de importação e 
um baixo desempenho das exportações, pois a 
política cambial não era adequada e não 
estimulava as empresas.
1965 até 1966
Pequenas reduções tarifárias, proteção 
do mercado interno via “similaridade”, 
crescimento muito baixo nas exporta-
ções e importações. 1967 até 1973
Percebe-se uma expansão nos processos, 
estratégia para exportação, crescimento do 
PIB, criação de incentivos �scais à exportação 
e liberação de importações.1993 até 2000
Houve a abertura comercial, superávits 
e dé�cits na balança comercial, crise 
cambial, crescimento das importações 
e das exportações de produtos 
manufaturados. 2001 até 2005
Período de ritmo acelerado nas exportações e 
diminuição das importações, com ajustes de 
mercados, superávit comercial. Houve então 
uma grande participação da logística, e 
observaram-se muitos problemas de 
infraestrutura operacionais.
2006 até 2008
Grande desenvolvimento nesses três anos, 
trazendo bons resultados, com o aumento 
em torno de 90% nas exportações e 30% nas 
importações, mesmo enfrentando muitos 
problemas de infraestrutura que afetaram 
consideravelmente a logística operacional.
2009 até 2010
Nesse período, houve uma oscilação natural de 
queda e recuperação por conta de complicações 
causadas mundialmente pelos problemas 
econômicos dos Estados Unidos; porém, o 
comércio exterior brasileiro seguiu fortalecido.2011
No primeiro semestre desse ano o comércio 
exterior brasileiro alcançou uma marca 
recorde deUS$ 223,6 bilhões, com aumento 
de 30,1% em relação ao mesmo período de 
2010, quando atingiu US$ 170,5 bilhões. As 
exportações encerraram o período com 
valor de US$ 118,3 bilhões e as importações, 
US$ 105,3 bilhões, resultados igualmente 
recordes.
2012 até 2016
Período em que houve uma queda perceptível 
a cada ano, quando o Brasil saiu da casa dos 
US$ 462 bilhões na Corrente de Comércio 
Exterior (soma das exportações com as 
importações) para US$ 322 bilhões.
Figura 2 - Aspectos da política de comércio exterior brasileiro
Fonte: adaptado de Ludovico (2018b, p. 6).
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A partir de 2012, por conta de uma 
infraestrutura defasada e precária 
que prejudicou, principalmente, o 
agronegócio, o Brasil perdeu renta-
bilidade, mesmo sendo o principal 
fornecedor de commodities ao mer-
cado externo, e isso acarretou na per-
da de competitividade internacional 
por conta de impostos, taxa cambial, 
juros, burocracia e o chamado “custo 
Brasil” (LUDOVICO, 2018b).
O mesmo autor aponta que, 
mesmo depois de tantos anos de 
dedicação das empresas brasileiras, 
levando em conta os investimen-
tos, a perseverança e as dificulda-
des econômicas enfrentadas, ainda 
é necessário que seja implantada a 
cultura exportadora, para que seja 
entendida, também, como forma de 
crescimento para as empresas (LU-
DOVICO, 2018b).
Assim, caro(a) estudante, diante do 
contexto histórico do desenvolvimento 
do comércio internacional apresenta-
do, queremos despertar em você o in-
teresse pelas questões que envolvem o 
mercado e a economia internacional, 
pois observamos que a globalização e 
as trocas entre nações auxiliam no de-
senvolvimento econômico e permitem 
que haja uma troca de conhecimentos 
em diversas áreas, como as de conheci-
mento e tecnologia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao fim da primeira unidade do nosso material, na qual tivemos a oportu-
nidade de conhecer melhor o histórico do comércio internacional e acompanhamos 
a trajetória do desenvolvimento das trocas internacionais, bem como o crescimento 
da globalização e o nascimento de uma economia globalizada.
No decorrer desta unidade, foram apresentados os principais conceitos do co-
mércio internacional, assim como os principais fatores que determinaram a sua cria-
ção. Pudemos conhecer o conceito de barreiras comerciais e como elas impactam o 
comércio entre as nações.
Ainda, mergulhamos na história e na evolução da abertura do mercado brasileiro, 
em que tivemos a oportunidade de entender que, diante da globalização, as nações 
precisam estar preparadas para a grande concorrência internacional, a fim de não 
perderem a competitividade até mesmo em seu mercado interno.
Nesta unidade, foi possível refletir o quanto as operações internacionais muda-
ram a forma como nos relacionamos com outras nações, bem como essa interação 
também foi responsável por alterar o modo de consumo interno, gerando novas 
possibilidades para os empresários brasileiros.
Diante disso, prezado(a) acadêmico(a), toda essa introdução ao comércio inter-
nacional é o ponto de partida para entendermos melhor como as trocas internacio-
nais se tornaram tão importantes e como a evolução da globalização trouxe impactos 
e conectou ainda mais as nações. Temos uma boa base para iniciarmos nossos estudos 
sobre o comércio exterior e a logística internacional nos próximos capítulos. Espero 
que tenha aproveitado, e nos vemos na próxima unidade!
29
na prática
1. O comércio internacional existe, pois nenhum país é autossuficiente em todos os 
aspectos. Desse modo, a comercialização de bens e serviços entre os países é funda-
mental para que atendam às necessidades de sua população. A validação da relação 
comercial entre os países é regida pelos marcos regulatórios. Sobre os escopos dos 
marcos regulatórios, analise as afirmativas a seguir.
I - Acordos militares: são os acordos entre duas ou mais nações militares para 
traçar estratégias de guerra.
II - Acordos multilaterais: são realizados entre blocos econômicos.
III - Acordos regionais, bilaterais ou não recíprocos: constituídos entre dois países.
IV - Acordos de políticas próprias entre parceiros estratégicos.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
2. A globalização é um processo de integralização mundial que tem se intensificado a 
cada dia, pois, neste processo, são envolvidos os setores de comunicação, comércio, 
cultura, social e econômico, ou seja, é uma integração sistêmica. Dada a importância 
da globalização, é importante destacar algumas características. Desse modo, aponte 
e discorra sobre as cinco características importantes da globalização.
30
na prática
3. A comercialização entre os países foi facilitada por meio da criação de blocos eco-
nômicos, organizações internacionais de regulamentação e a tecnologia. Entretanto, 
esses fatores não são suficientes para atender apenas à oferta e demanda entre 
os diferentes países. Existem as barreiras ao livre comércio, que são formas de 
assegurar a qualidade e o padrão de bens e serviços comercializados internacional-
mente. É importante entender os aspectos dessas barreiras, desse modo, analise 
as afirmativas a seguir.
( ) As “barreiras técnicas” são impostas por diversos países para assegurar seus 
regulamentos internos que estabelecem critérios específicos.
( ) Requisitos de qualidade, segurança, composição, processo produtivo, embala-
gem e rotulagem podem ser classificados como formas de protecionismos de 
diversos países.
( ) A adoção e a implementação de medidas governamentais de protecionismo 
podem, contudo, visar à proteção de objetivos legítimos, como saúde, segurança 
e meio ambiente.
( ) O GATT evita que medidas de protecionismo possam ser utilizadas para prote-
ger os produtos nacionais contra os produtos importados mais baratos e/ou 
de melhor qualidade.
É correto o que se afirma em:
a) F, V, F, V.
b) V, V, V, F.
c) F, V, V, V.
d) V, V, V, V.
e) F, F, V, V.
4. Mesmo com o avanço da globalização e das inovações tecnológicas, o comércio in-
ternacional ainda enfrenta algumas dificuldades para ser realizado, principalmente, 
quando os países se utilizam do protecionismo para defender as indústrias nacio-
nais. Nesse intuito, surgiram as barreiras comerciais que podem ser classificadas de 
duas formas. Assim, apresente as classificações e discorra sobre elas.
31
na prática
5. Depois da Segunda Guerra Mundial, houve uma corrida rumo ao desenvolvimento 
nas nações mais desenvolvidas. No Brasil, também houve um movimento que rea-
tivou a sua indústria e fez com que o país se firmasse como uma nação em desen-
volvimento. Diante disso, analise as afirmações a seguir.
I - Com a abertura do mercado brasileiro após a Segunda Guerra Mundial, houve 
um aquecimento da indústria nacional.
II - O país adotou uma política protecionista com o controle da taxa de câmbio, 
importando diversos produtos.
III - A importação de diversos produtos com pouco critério acabou por desestimular 
as exportações brasileiras.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
32
aprimore-se
XII CONFERÊNCIA MINISTERIAL DA OMC (MC-12) 
A principal instância decisória da decisão da OMC é a Conferência Ministerial, que 
geralmente é realizada a cada dois anos, reunindo todos os membros da OMC. A 
Conferência Ministerial pode tomar decisões sobre todos as questões relativas a 
quaisquer dos acordos comerciais multilaterais.
A 12ª Conferência Ministerial da OMC estava prevista para ocorrer de 8 a 11 de 
junho de 2020, em Nursultan/Cazaquistão, mas foi adiada devido à pandemia da 
COVID-19 (obs: no momento está em análise em Genebra a oferta do Cazaquistão 
de realizar o evento em julho de 2021).
Para o Brasil, apesar da pandemia, as prioridades para a próxima Conferência 
Ministerial mantêm-se inalteradas. O país tem defendido quesejam alcançados re-
sultados concretos em temas como: agricultura, subsídios à pesca, comércio eletrô-
nico, facilitação de investimentos, e regulamentação doméstica de serviços. Além 
de avançar na função negociadora da OMC, o Brasil acredita que possa trabalhar, 
também, em temas afetos à melhoria da transparência e na busca de uma solução 
definitiva para o sistema de solução de controvérsias da Organização.
Destaque-se que o Brasil também tem buscado engajar-se de modo ativo no 
processo de reforma da OMC, tema que se vem impondo na agenda da Organização 
desde a 11ª Conferência Ministerial, realizada em Buenos Aires, em 2017. Com esse 
engajamento, o país tem buscado preservar sua histórica posição de pró-atividade e 
liderança nas discussões substantivas e nos processos decisórios na OMC. O Brasil 
tem trabalhado em propostas para inclusão oportuna de negociações agrícolas no 
processo de reforma e busca manter canal de diálogo construtivo com todos os 
países mais engajados nas discussões.
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/sem-categoria/21584-xii-conferencia-ministerial-da-omc-mc-12
33
aprimore-se
 Histórico recente:
A Rodada de Desenvolvimento de Doha foi lançada em novembro de 2001, com 
o objetivo de ser uma rodada abrangente de negociações comerciais, a primei-
ra no âmbito da OMC, com a promessa de resultados robustos em temas do 
interesse dos países em desenvolvimento (PEDs). A rodada anterior (Uruguai), 
apesar dos inegáveis avanços em favor do sistema multilateral de comércio, pro-
duziu resultados insuficientes em áreas de interesse dos PEDs, como agricultura, 
além de reduzir significativamente o espaço para políticas públicas de desenvol-
vimento naquele grupo de nações.
Intensas negociações ao longo de 2013 permitiram chegar a um conjunto de re-
sultados aprovados pelos Ministros na 9ª Conferência Ministerial da OMC, em Bali, 
em 2013, entre eles o Acordo de Facilitação de Comércio e quatro decisões/declara-
ções sobre agricultura (“serviços gerais” em países em desenvolvimento, formação 
de estoques para programas de segurança alimentar, administração de quotas tari-
fárias e subsídios à exportação).
A 10ª Conferência Ministerial, realizada em 2015, em Nairóbi, possibilitou a obten-
ção de pacote de resultados que incluiu decisão histórica de proibição de subsídios às 
exportações agrícolas, quase seis décadas após a eliminação do mesmo tipo de sub-
venção a produtos industriais. O pacote contemplou também decisões relacionadas 
a estoques públicos para fins de segurança alimentar; mecanismo de salvaguardas 
especiais para países em desenvolvimento; algodão; e temas relacionados a países de 
menor desenvolvimento relativo (PMDRs), como regras de origem preferenciais para 
PMDRs; implementação de tratamento preferencial para serviços e prestadores de 
serviços de PMDRs; e aumento da participação de PMDRs no comércio de serviços.
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aprimore-se
A Declaração Ministerial resultante da Conferência de Nairóbi registrou a falta 
de consenso entre os Membros no tocante à Agenda de Desenvolvimento de Doha. 
Enquanto muitos Membros reafirmaram o compromisso com o mandato de Doha, 
outros defenderam a necessidade de novas abordagens para que se logrem resul-
tados significativos na OMC. Além disso, abriu-se a possibilidade de tratamento de 
novos temas não incluídos no mandato da Rodada Doha, desde que haja consenso 
entre os membros para tratá-los. Verificou-se, por outro lado, compromisso do con-
junto dos Membros no sentido de fazer avançar as negociações sobre temas pen-
dentes de Doha, inclusive nos três pilares de agricultura: acesso a mercados, apoio 
doméstico e competição nas exportações.
A Declaração Ministerial inclui, também, por iniciativa brasileira, um parágrafo 
que trata de acordos comerciais regionais, estabelecendo que deverá haver discus-
sões sobre as implicações sistêmicas desses instrumentos para o sistema multilate-
ral de comércio e sua relação com as regras da OMC. Com relação a novos temas, 
algumas áreas que vêm sendo citadas são investimentos, comércio eletrônico, defe-
sa da concorrência e pequenas e médias empresas.
Na 11ª Conferência Ministerial, realizada em Buenos Aires, em 2017, o Brasil en-
fatizou a necessidade de tratamento de questões agrícolas, como apoio doméstico; 
o fortalecimento da base científica para utilização de medidas sanitárias e fitossa-
nitárias (evitando que se convertam em obstáculos desnecessários ao comércio); 
e outros temas da Agenda de Desenvolvimento de Doha. Ademais, engajou-se nas 
discussões referentes a novos temas, a partir do lançamento das iniciativas conjun-
tas plurilaterais (conhecidas na sigla em inglês como “Joint Statement Initiatives/
JSIs”), que se vêm consolidando como espaços para o avanço das discussões sobre 
MPMEs, facilitação de investimentos e comércio eletrônico.
Fonte: Brasil (2020, on-line).
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eu recomendo!
Administração Estratégica: competitividade e globalização
Autor: Michael A. Hitt, R. Duane Ireland e Robert E. Hoskisson
Editora: Cengage
Sinopse: o objetivo deste livro é apresentar um padrão atualiza-
do sobre o processo de gestão estratégica. Para alcançar esse 
objetivo, é apresentada uma análise intelectualmente rica e cui-
dadosamente prática da gestão estratégica. Dessa forma, é pos-
sível identificar exemplos valiosos de como as empresas estão usando (ou não) 
o processo de gestão estratégica. Embora muitas das centenas de empresas dis-
cutidas no livro sejam familiares, algumas provavelmente serão novas para você. 
Um motivo para isso é que utilizam exemplos de companhias de todo o mundo 
para demonstrar a natureza globalizada das operações de negócios. Para maxi-
mizar suas oportunidades de aprendizagem enquanto lê e pensa sobre como as 
companhias reais usam as ferramentas, técnicas e conceitos de gestão estraté-
gica (com base nas pesquisas mais recentes), foi enfatizado um estilo de escrita 
dinâmico e amigável.
livro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
anotações
2
COMÉRCIO 
EXTERIOR
PROFESSORA 
Esp. Louise Nauck
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos e Atributos da Exporta-
ção • Conceitos e Atributos da Importação • Internacionalização como Vantagem Competitiva • Supply 
Chain: cadeia de suprimentos global. 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Apresentar os principais conceitos referentes à exportação • Apresentar os principais conceitos referentes 
à importação • Mostrar as vantagens da internacionalização das empresas • Discorrer sobre a gestão 
da cadeia de suprimentos global.
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a). Seja bem-vindo(a) ao segundo capítulo 
do livro da disciplina de Logística Internacional. Na unidade anterior, 
aprendemos alguns conceitos relacionados ao mercado internacional 
e, agora, podemos seguir em frente para entender melhor os conceitos 
de exportação e da importação.
A exportação pode parecer muito complicada aos olhos de muitos 
empresários, mas, uma vez desmistificado esse conceito, esse processo 
pode oferecer muitas as vantagens às empresas que se aventuram no 
mercado internacional. Por isso, neste tópico, conheceremos melhor 
esses processos e entenderemos quais são as suas vantagens. A impor-
tação, tão importante quanto a exportação, também será apresentada 
nesta unidade. Falaremos sobre a sua importância para a economia e 
mostraremos alguns dos processos para a sua realização.
Também, serão apresentados os pontos mais importantes e a utili-
zação da internacionalização como vantagem competitiva, visto que, a 
cada dia, o mercado se renova e novos concorrentes, até mesmo inter-
nacionais, podem conquistar os clientes do mercado interno. Por fim, 
falaremos sobre o Supply Chain, a gestão da cadeia de suprimentos glo-
bal, como ela afeta o mercado internacional e como deve ser gerenciada, 
a fim de promover vantagens para as empresas nacionais.
Que você possa aproveitarao máximo este capítulo que traz muitas 
informações importantes para nós, profissionais de Logística!
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 CONCEITOS E 
ATRIBUTOS DA 
EXPORTAÇÃO
 Caro(a) aluno(a), na unidade anterior, começamos a entender melhor os concei-
tos de mercado internacional e globalização e como esses processos influencia-
ram na abertura do mercado brasileiro. Pois bem, agora, entenderemos melhor 
a definição de exportação, a sua importância e os seus processos. 
Dias e Rodrigues (2012, p. 169) apresentam a seguinte definição “exportação 
é a venda ou envio de produtos para fora do país, estado, cidade”. Diante disso, 
é importante salientar que, por estarmos em uma economia globalizada, o em-
presário brasileiro tem um enorme mercado estrangeiro que pode ser explorado. 
Sobre esse processo, ainda encontramos a seguinte definição: “a exportação 
é basicamente a saída da mercadoria do território aduaneiro, decorrente de um 
contrato de compra e venda internacional, que pode ou não resultar na entrada 
de divisas” (BRASIL, 2016, on-line).
Exportar é uma opção para as empresas que querem aumentar seus lucros e 
expandir suas operações, a fim de não ficarem reféns do mercado interno ou, até 
mesmo, da concorrência internacional. Nesse sentido, entendemos que:
 “ A empresa que exporta adquire vantagens em relação aos concorren-tes internos, pois diversifica mercados, aproveita melhor sua capaci-dade instalada, aprimora a qualidade do produto vendido, incorpora 
tecnologia, aumenta sua rentabilidade e reduz custos operacionais. 
A atividade de exportar pressupõe uma boa postura profissional, 
conhecimento das normas e versatilidade (BRASIL, 2016, on-line).
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Analisando a definição anterior, compreendemos que a exportação é um processo 
que pode ajudar as empresas nacionais a se estabilizarem financeiramente e ama-
durecer sua atuação no mercado interno. Nesse contexto, algumas das vantagens 
listadas sobre a atividade exportadora, segundo Brasil (2011, p. 11-12), são:
1. Aumento na produtividade – exportar implica à empresa aumentar 
a escala de produção, isso pode ser feito ao utilizar a “capacidade ociosa 
da empresa e/ou pelo aperfeiçoamento de seus processos produtivos. A 
empresa poderá, assim, diminuir o custo de seus produtos, tornando-os 
mais competitivos, e aumentando sua margem de lucros”. 
2. Diminui a carga tributária – “a empresa pode compensar o recolhi-
mento dos impostos internos por meio da exportação”.
3. Reduz a dependência de vendas internas – ao diversificar os mercados 
atendidos (interno e externo), a empresa ganha mais segurança diante de 
possíveis oscilações na demanda interna.
4. Aumenta a capacidade de inovar – as empresas que exportam acabam 
sendo mais inovadoras que as que não exportam, utilizam “novos proces-
sos de fabricação, adotam programas de qualidade e desenvolvem novos 
produtos com maior frequência”. 
5. Melhora a captação de recursos financeiros – “mecanismos financei-
ros no Brasil, como o Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) e o 
Adiantamento sobre Cambiais de Exportação (ACE), possibilitam às em-
presas exportadoras o recebimento da receita de exportação antes mesmo 
do início do processo produtivo, utilizando taxas de juros internacionais, 
normalmente, mais baixas do que as aplicadas no mercado interno”. 
6. Aperfeiçoa seus colaboradores – empresas exportadoras “destacam-se 
na área de recursos humanos, pois costumam oferecer melhores salários 
e oportunidades de treinamento a seus funcionários”. 
7. Aperfeiçoa seus processos industriais e comerciais – apresentam 
maior qualidade e apresentação do produto, elaboram “contratos mais 
precisos” e adotam “novos processos gerenciais”, que acabam por oferecer 
“melhores condições de competição interna e externa”. 
8. Melhora a imagem da empresa – pois uma “‘empresa exportadora’ é re-
ferência importante nos contatos da empresa no Brasil e no exterior”, pois 
a sua imagem “associa-se à de mercados externos, em geral mais exigentes, 
com reflexos positivos para seus clientes e fornecedores”.
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Assim, prezado(a) acadêmico(a), percebemos que as vantagens obtidas pelas 
empresas que exportam são muito importantes para o seu desenvolvimento, pois 
exigem que essas organizações estejam capacitadas para competir com empresas 
estrangeiras, e isso reflete, também, em suas operações no mercado interno. Além 
disso, empresas exportadoras também são muito importantes para o país, pois 
geram renda e empregos que acabam por promover o desenvolvimento da nação.
As exportações podem ser classificadas em direta e indireta. Dessa forma, 
conheceremos um pouco mais de cada um desses processos. De acordo com 
Brasil (2011, p. 15):
 “ A exportação direta consiste na operação em que o produto ex-portado é faturado pelo próprio produtor ao importador. Esse tipo de operação exige da empresa conhecimento do processo 
de exportação em toda a sua extensão (pesquisa de mercado, 
contato com o importador, documentação de exportação, acor-
dos comerciais internacionais, embalagem, transações bancárias 
específicas da exportação, transporte etc.).
Já a exportação indireta é descrita por Brasil (2011, p. 15) como aquela:
 “ [...] realizada por meio de empresas estabelecidas no Brasil que ad-quirem produtos para exportá-los. Assim, a empresa que produz a mercadoria não cuida da comercialização externa do produto, do 
transporte para o país de destino, da localização de compradores ex-
ternos, de pesquisas de mercados e da promoção externa do produto. 
A exportação indireta, normalmente, é utilizada por micro e pequenas em-
presas que ainda estão iniciando suas negociações no mercado internacional. 
Já as empresas que atuam comprando os produtos nacionais e negociando, 
entregando no exterior, são classificadas da seguinte forma, segundo Brasil 
(2011, p. 15-16):
 “ a) trading companies (a venda da mercadoria pela empresa produ-tora para uma trading que atua no mercado interno é equiparada a uma operação de exportação, em termos fiscais). As trading compa-
nies foram constituídas pelo Decreto Lei nº 1.248, de 1972; 
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b) empresas comerciais exclusivamente exportadoras; 
c) empresas comerciais que operam no mercado interno e externo;
d) outros estabelecimentos de empresa produtoras. No caso, a venda 
a esse tipo de empresa é considerada equivalente a uma exportação 
direta, assegurando os mesmos benefícios fiscais (IPI e ICMS); e 
e) consórcios de exportação. Trata-se de associações de empresas 
que conjugam esforços e/ou estabelecem divisão interna de trabalho 
com vistas à redução de custos, ao aumento da oferta de produtos 
destinados ao mercado externo e à ampliação das exportações. Os 
consórcios podem ser formados por empresas que ofereçam pro-
dutos complementares ou mesmo concorrentes. 
Conhecendo melhor os tipos de exportações e os tipos de empresa que atuam nessa 
operação, devemos ressaltar que, para as empresas que se interessam em exportar e 
participar do mercado internacional, é necessário, além de um bom planejamento 
estratégico, um estudo criterioso dos processos de exportação, e elas precisam estar 
preparadas em todos os aspectos administrativos dessa operação. É necessária a utili-
zação de um plano de exportação. Nesse sentido, Ludovico (2018a, p. 19) discorre que:
 “ Devemos salientar que um plano de exportação deve ser preparado para um período mínimo de dois anos, devendo-se, inicialmente, planejar a implantação de um Departamento de Exportação, com 
escolha adequada de pessoal especializado, preferencialmente com 
curso universitário na área de Comércio Exterior, ou com perfeito 
domínio e entrosamento nas distintas áreas que abrangem todo o 
processo, sem nunca esquecer que, por se tratar de uma área muito 
dinâmica, as reciclagens tornam-se obrigatórias.
Diante do exposto, analisaremos, na figura a seguir, quais são os pontos mais 
importantes na elaboração de um plano de exportação.
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As empresas que pretendem exportar precisam de um planejamento estratégico 
que foque no mercado internacional. É preciso entender que as participações no 
mercado externo não devem ser vistas como esporádicas. Por meio desse pensa-
mento, os estudiosos da área apontam que existem quatro tipos de empresas que 
seguem a mesma postura antes de se tornarem, de fato, exportadoras. A seguir, 
conheceremos essas quatro classificações que, segundo Brasil (2011, p. 13), são:
 “ Empresa não interessadas – mesmo que exista algum “interesse por parte de clientes estabelecidos no exterior, a empresa prefere vender exclusivamente no mercado interno”. 
1 Estudar o mercado externo em busca de possibilidades reais de negócios.
Analisar qual a melhor estratégia de vendas para cada mercado.
Compreender a legislação dos países com os quais haverá uma negociação.
Organizar a parte administrativa necessária e estar atento ao controle
de qualidade.
Conhecimento técnico dos incentivos oferecidos pelo governo.
Calcular o preço de exportação, levando em consideração a concorrência.
Os produtos devem ser despachados de acordo com as amostras enviadas
e deve-se utilizar a linguagem comercial adequada ao produto e mercado
de destino.
Ao divulgar seu produto, a propaganda deve estar alinhada ao mercado
no qual seu produto será vendido, para que haja sucesso nessa operação
é necessário que se avalie os usos e costumes de cada região.
Cumprir todos os prazos acordados durante a etapa de negociação.
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Figura 1 - Pontos fundamentais do plano de exportação / Fonte: adaptado de Ludovico (2018a).
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Empresa com interesse parcial – alguns pedidos recebidos 
de clientes no exterior são atendidos, “mas não estabelece plano 
consistente de exportação”.
Empresa exportadora de forma experimental – organização que 
vende apenas para países vizinhos, “pois os considera praticamente 
uma extensão do mercado interno, em razão da similaridade dos 
hábitos e das preferências dos consumidores, bem como das normas 
técnicas adotadas”. 
Empresa exportadora ativa – essa organização “modifica e adapta 
seus produtos para atender a mercados no exterior”. A exportação aca-
ba fazendo “parte da estratégia, dos planos e do orçamento da empresa”.
Percebemos que nem todas as empresas querem e estão dispostas a atuar no mercado 
internacional, existem diversos processos que devem ser analisados e incorporados à 
rotina de uma organização para que ela possa exportar. Entretanto, é importante que 
fique claro que, mesmo não atuando de forma ativa nas exportações, essas mudanças 
são benéficas e poderiam melhorar o desempenho, também, no mercado interno. 
E como anda o cenário do comércio exterior brasileiro? Você já parou para 
analisar como andam as exportações? Apesar do cenário adverso da eco-
nomia global atual, a balança comercial brasileira registrou crescimento do 
volume das exportações. Acesse o link a seguir e fique por dentro! 
conecte-se
Para as empresas que pretendem exportar de forma ativa, existem alguns aspectos 
importantes que devem ser levados em consideração, conforme veremos a seguir:
 “ a. [ao buscar o mercado internacional], as empresas não devem considerar a exportação como atividade esporádica, vinculada às flutuações do mercado interno. [Ou seja, parte] de sua produção 
deve ser sistematicamente destinada ao mercado externo; 
b. a empresa exportadora precisa [ter] condições de atender sem-
pre [aos pedidos] dos seus clientes no exterior; 
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c. a concorrência internacional é [formada por um número maior] 
de exportadores do que de importadores. No mundo, outros forne-
cedores potenciais buscarão conquistar os mercados já ocupados 
pelas empresas brasileiras; 
d. [as empresas brasileiras] devem saber utilizar os mecanismos 
fiscais e financeiros [disponibilizados] pelo Governo, a fim de au-
mentar o grau de competitividade de seus produtos; e
e. [é importante que] todas as comunicações recebidas de impor-
tadores externos [sejam] respondidas, mesmo que, em determina-
do momento, o exportador não tenha interesse ou condições de 
atender aos pedidos recebidos. O bom diálogo com os importado-
res, tanto efetivos como potenciais, prepara o campo para vendas 
futuras (BRASIL, 2011, p. 14).
Considerando os aspectos apresentados, fica claro que a exportação é um 
processo que requer preparo e exige da empresa que exista comprometi-
mento para que as transformações necessárias sejam feitas, e a organização 
alcance o patamar da concorrência internacional. Dessa forma, é necessário 
que os gestores fiquem atentos aos principais erros que podem acontecer nas 
exportações, os quais estão listadas na figura a seguir:
ERROS COMUNS NA EXPORTAÇÃO
1 - Esquecer as diferenças culturais entre os países e não fazer uma pesquisa 
de mercado.
2 - Selecionar o parceiro comercial errado e elaborar um contrato comercial 
ou de representação que não leva em conta a legislação e as práticas comer-
ciais do país que importará.
3 - Não conhecer as normas relacionadas à parte aduaneira e de defesa do 
consumidor do país importador.
4 - Emitir documentos errados e atrasar a entrega desses documentos ao 
importador.
5 - Falta de uma estrutura adequada para exportar e falta de prestadores de 
serviços adequados.
Figura 2 - Erros comuns na exportação / Fonte: adaptado de Ludovico (2018a, p. 21).
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Conhecendo essas informações a respeito do processo de exportação e a sua im-
portância, caro(a) aluno(a), você deve estar pensando que, por tamanha estrutura 
e pela quantidade de etapas e processos, a exportação só possa ser realizada por 
grandes empresas, mas não é bem assim. Hoje, contamos com órgãos, estruturas 
e diversos materiais de apoio para que toda a empresa que se interessa pelo mer-
cado internacional possa se preparar e exportar seus produtos.
Para saber mais sobre os principais processos e trâmites das exportações 
passo a passo, acesse o site e baixe o guia completo sobre o processo ex-
portador brasileiro:
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CONCEITOS E 
ATRIBUTOS 
DA IMPORTAÇÃO
Levando em consideração que, em uma economia globalizada, nenhum país 
consegue atender sozinho à demanda de sua população, chegou a hora de falar-
mos sobre a importação, um processo tão importante quanto a exportação e que 
também precisa ser conhecido.
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A importação acaba por ser responsável por suprir demandas que o país não 
consegue atender, bem como trazer bens de capital necessários para as indústrias 
e, ainda, ajuda na modernização econômica, pois estimula a competição no mer-
cado (LUDOVICO, 2018b). Assim, Brasil ([2021], on-line) define que:
 “ A importação é o ingresso seguido de internalização de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Em termos legais, a mercadoria só é considerada importada após sua internalização no país, por 
meio da etapa de desembaraço aduaneiro e do recolhimento dos 
tributos exigidos em lei. O processo de importação pode ser divi-
dido em três fases: administrativa, fiscal e cambial.
Diante dessa definição, conheceremos melhor as três fases do processo de im-
portação:
 ■ Fase administrativa: compreende processos e exigências de órgãos de 
governo para que a importação seja efetiva. Eles podem variar de acordo 
com o tipo de operação e de mercadoria, sendo conhecidos como licen-
ciamento das importações. 
 ■ Fase fiscal: é quando acontece o tratamento aduaneiro pelo despacho 
de importação, processo no qual é verificado se os dados apresentados 
pelo importador em relação às mercadorias importadas, aos documentos 
apresentados e à legislação específica são exatos, para que, assim, ocorra o 
desembaraço aduaneiro da mercadoria. Essa etapa ocorre em locais espe-
cíficos assim que a mercadoria chega ao Brasil, incluindo o recolhimento 
dos tributos devidos na importação. Depois de concluídoo desembaraço 
aduaneiro, a mercadoria é considerada importada e pode ser liberada para 
o mercado interno.
 ■ Fase cambial: temos a operação de compra de moeda estrangeira desti-
nada a realizar o pagamento das importações (quando há esse pagamen-
to), é processada por entidade financeira autorizada pelo Banco Central 
do Brasil a operar em câmbio (BRASIL, [2021]).
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Conhecendo um pouco mais sobre os processos da importação, é importante 
que saibamos por quais motivos devemos importar. Seguiremos a perspectiva de 
quatro áreas, as quais veremos a seguir, de acordo com Ludovico (2018a).
Produto Finanças
Mercado Serviços diretos e indiretos
Acessar novas tecnologias.
No mercado interno esse item é 
escasso ou não existe.
Pela qualidade superior do item. 
Por vaidade.
Diante de uma calamidade 
pública.
Para conhecer, ou aprimorar 
práticas de mecanismos e fontes 
de pagamentos internacionais.
Para obter recursos e �nancia-
mentos externos.
Por resultados �nanceiros e por 
instrumento de garantia.
Acessar preços de outros 
mercados ou concorrentes.
Acessar às novas tendências do 
mercado.
Ter contato com outras culturas.
Para ter acesso a fusões, 
aquisições ou participações.
Participar de feiras e eventos 
desse segmento de mercado.
Ampliar e diversi�car os serviços 
que são atrelados ao produto.
Por conta de novas empresas e 
aumento da oferta no mercado.
Por novas tecnologias e serviços 
disponibilizados aos importadores.
Por empresas que podem 
capacitar e colocar no mercado 
novos importadores e pro�ssionais 
quali�cados.
Figura 3 - Principais motivos para importar / Fonte: adaptado de Ludovico (2018a, p. 111).
Sabendo disso, é importante ter em mente, antes de fazer uma importação, qual 
produto será importado: esse produto é de qualidade? Além disso: não há produ-
to nacional como esse? A empresa que decide importar precisa responder essas 
perguntas antes de fechar um negócio internacional.
Quer conhecer mais sobre o processo de importação de produtos estrangei-
ros? Conhecer os processos, as normas administrativas e os procedimentos 
aduaneiros? Acesse o link a seguir e conheça todos esses processos!
conecte-se
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6196
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Ao entender melhor os conceitos de exportação e importação, é possível com-
preender a importância de realizar negócios no mercado internacional. Para que 
isso aconteça da melhor maneira possível para as empresas e para o país, existem 
diversos órgãos de apoio e processos que precisam ser utilizados. Entretanto, 
mesmo com todos os avanços obtidos até o momento, ainda existem empresas e 
gestores que não se deram conta de que a internacionalização é um instrumento 
muito importante para o desenvolvimento do país. Diante disso, Ludovico (2018a, 
p. 18) faz o seguinte apontamento:
 “ O problema reside em uma mudança de mentalidade que ainda não ocorreu. Excessiva burocracia, regras fiscais e tributárias, falta de infraestrutura adequada para que a logística seja aplicada de forma 
rápida e moderna com custos que não influenciem no preço final 
do produto exportado, educação empresarial, cultura internacio-
nalizada pelos gestores, entre outros. A internacionalização precisa 
ser encarada como um processo complexo e que demanda preparo 
das empresas. 
Nesse intuito, Dias e Rodrigues (2012, p. 169) discorrem que:
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INTERNACIONALIZAÇÃO 
COMO VANTAGEM 
COMPETITIVA 
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 “ As empresas que dedicam exclusivamente suas produções ao mer-cado interno sofrem e sofrerão fatalmente a concorrência das em-presas estrangeiras, dentro de seu próprio território, vindo a perder 
parte ou até mesmo a total participação desse mercado. Para que 
isso não aconteça, as empresas terão que se modernizar e se tornar 
competitivas, em escala internacional. Com as eliminações das bar-
reiras tanto alfandegárias como não alfandegárias que protegiam 
nossas indústrias, a internacionalização vem a ser o caminho natural 
para que as empresas brasileiras se mantenham vivas e competitivas. 
Portanto, a internacionalização da empresa consiste em participar 
ativamente nos mercados externos.
É possível compreender a necessidade da adoção de uma cultura exportadora para 
que o país prospere no mercado internacional e as empresas acreditem no potencial 
de seus produtos. Para isso, podemos apontar alguns dos impactos positivos que a 
internacionalização causa nas empresas segundo a Apex-Brasil ([2021]):
1. Aumentar o valor da marca por estar presente no mercado internacional.
2. Aumentar a capacidade de atendimento e resposta aos clientes globais.
3. Vantagem diante de concorrentes internos que ainda não são interna-
cionalizados.
4. Maior proximidade com seus consumidores finais.
5. Reduzir riscos devido à diversificação de mercados.
6. Acessar fatores de produção mais baratos.
7. Economia de escala.
Já os benefícios alcançados pela empresa por conta da internacionalização, ainda 
segundo a Apex-Brasil ([2021]), são:
1. Adquirir novos conhecimentos de mercado.
2. Elevar seu nível técnico.
3. Desenvolver novos produtos/serviços.
4. Aumentar a fonte de receitas do país de origem e exterior. 
5. Maior controle sobre canais de distribuição e venda no mercado externo.
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Perceba, caro(a) aluno(a), que a internacionalização de uma empresa traz 
muitas vantagens e possibilidades, mas, uma vez que a organização escolhe 
se internacionalizar, é preciso que se atente aos riscos desses processos, pois 
quanto mais se investe na internacionalização, mais expectativa de sucesso se 
cria, porém maior o risco que se corre. 
Você já parou para pensar se empresas como a Coca-Cola, o McDonald’s e a Toyota não 
tivessem expandido suas produções para o mercado internacional? Elas são exemplos de 
empresas globalizadas.
pensando juntos
Diante disso, devemos conhecer as principais estratégias para ingressar no mer-
cado internacional, as quais, para Kotler (2003, p. 516), são:
 “ Exportação: que constitui a forma mais simples de participar do mercado internacional, pois as variáveis assumem seu menor nível. O risco sobre o investimento é muito pequeno, da mesma forma que 
o nível de serviço também será menor. Normalmente são empresas 
que apenas exportam para outro país, e não oferecem serviços de 
pós-venda, e que provavelmente não recebem informações de retor-
no sobre as impressões do mercado sobre o produto. Pois, envia seu 
produto para empresas interessadas em vendê-lo ganhando assim 
distribuidores no país importador.
Joint venture: também conhecidas como associações estratégicas 
entre empresas: podem assumir diversas configurações, podem 
acontecer através da simples licença de utilização de uma marca 
própria através da contratação de serviços terceirizados para a con-
fecção do produto naquele mercado, segundo os requisitos da con-
tratante. A joint venture normalmente tem um prazo determinado, 
onde as organizações envolvidas não param de operar nos mercados 
de origem, apenas criam uma empresa para atuar em determinado 
momento. Também ocorre a utilização das joint ventures para fazer 
a soma de competências com o intuito de lançar um novo produto, 
desenvolver um novo processo ou ainda pesquisar novos materiais 
ou tecnologias. As joint ventures também são utilizadas para com-
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partilhar investimentos comuns entre concorrentes, por exemplo 
quando acontece a criação de infraestrutura em áreas específicas 
de um país, como telefonia celular ou outros.
Investimento direto: é a forma onde se corre o maior risco, mas de 
maior potencial de lucros e menor distância em relação ao cliente 
final. O investimento pode ser feito com a instalação de uma planta 
fabril completa, ou somente uma planta desenvolvida para executar 
processos de montagem de produtos, exportados do país de origem 
para o país de destino através de kits de componentes. 
Direta
Indireta
Exportação Joint venture Investimento direto
Instalações de fabricação
(subsidiárias)

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