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LOGÍSTICA INTERNACIONAL PROFESSORA Esp. Louise Nauck ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8071 EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. NAUCK, Louise . Logística Internacional. Louise Nauck. Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 152 p. “Graduação - EaD”. 1. Logística 2. Internacional EaD. I. Título. FICHA CATALOGRÁFICA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Coordenador(a) de Conteúdo Silvio Silvestre Barczsz Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli, Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Matheus Silva de Souza Design Educacional Bárbara Neves Revisão Textual Sarah Mariana Longo Carrenho Cocato Ilustração Natalia de Souza Scalassara Fotos Shutterstock CDD - 22 ed. 658.7 CIP - NBR 12899 - AACR/2 ISBN 978-65-5615-392-6 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi BOAS-VINDAS A UniCesumar celebra os seus 30 anos de his- tória avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diariamente para que nossa edu- cação à distância continue como uma das me- lhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o profis- sional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimen- to, formando profissionais cidadãos que contri- buam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio importante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professores e equipe que produzem a cada dia uma inovação, uma transformação na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos jun- tos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribui- ção de mais de 2 milhões de exemplares gra- tuitamente para nossos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Gros- sa e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssi- ma história da jornada do conhecimento. Mário Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à opor- tunidade de fazer a sua mudança! Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa mis- são, que é promover a educação de qua- lidade nas diferentes áreas do conheci- mento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A Esp. Louise Nauck Especialista em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – FGV (2011), com MBA em Logística e Distribuição pela Unicesumar – Centro Universitário de Maringá (2015). Bacharel em Administração de Empresas (2018) e Tecnóloga em Gestão de Comércio Exterior (2009) pela Unicesumar – Centro Universitário de Maringá. Atualmente, é professora na modalidade EaD. http://lattes.cnpq.br/9191354950038328 A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A LOGÍSTICA INTERNACIONAL Olá, caro(a) acadêmico(a). Seja bem-vindo(a)! Ao escolher uma graduação, temos a oportunidade de ampliar nossos conhecimentos, por- tas são abertas e temos a chance de trilhar os mais diversos caminhos que, às vezes, nem imaginávamos existir. Assim, caro(a) leitor(a), mantenha sua mente aberta ao conhecimento e às novas oportunidades que surgirão durante essa jornada. Quantas vezes você parou para pensar na globalização? E nas trocas internacionais? Já ima- ginou como as economias mundiais estão interligadas? E como tudo isso impacta o seu consumo? Essas são considerações muito importantes, sobre as quais falaremos na Unidade 1 deste livro. Na Unidade 2, conheceremos melhor as características do mercado internacional, podendo nos aprofundar nos conceitos de importação e exportação, bem como poderemos compreen- der melhor o conceito da gestão da cadeia de suprimentos globais e a sua relação com as demandas do mercado nacional. Já na Unidade 3 deste livro, falaremos sobre o conceito e atribuição do território aduaneiro, assim como conheceremos os principais processos do despacho aduaneiro e a classificação dos canais de parametrização de cargas; além disso, trataremos sobre os principais regimes aduaneiros especiais e suas atribuições. Chegando à Unidade 4 deste material, conheceremos a relação entre a logística internacional e o comércio exterior. Também, serão apresentados os principais modais de transporte utili- zados no comércio exterior, assim como discorreremos sobre o seguro e custos no transporte internacional. Ainda nesta unidade, trataremos sobre os Incoterms 2020 e a sua importância para as negociações internacionais. E, fechando nosso livro, na Unidade 5, abordaremos os conceitos de operador logístico, mul- timodalidade e intermodalidade na logística internacional, assim como falaremos sobre a im- portância da embalagem e sobre os principais documentos utilizados na logística internacional. Espero, caro(a) aluno(a), que essa jornada seja muito proveitosa e que você aprecie esse material que foi preparado especialmente para a sua graduação. Bons estudos! ÍCONES Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele- mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples. conceituando No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. quadro-resumo Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. explorando ideias Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento! pensando juntos Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes on-line e aprenderá de maneira interativa usando a tecno- logia a seu favor. conecte-se Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati- vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 05 UNIDADE 04 FECHAMENTO COMÉRCIO INTERNACIONAL 8 COMÉRCIO EXTERIOR 37 64 ADUANA E COMÉRCIO EXTERIOR 87 LOGÍSTICA INTERNACIONAL 116 TÓPICOS ESPECIAIS EM LOGÍSTICA INTERNACIONAL 142 CONCLUSÃO GERAL 1 COMÉRCIO INTERNACIONAL PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos do Comércio Interna- cional • Globalização e os Fatores Determinantes para o Comércio Internacional • Barreiras ao Livre Comércio • Aberturado Mercado Brasileiro ao Comércio Internacional. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar os principais conceitos do comércio internacional e identificar os marcos regulatórios do comércio internacional • Entender os efeitos da globalização no mercado internacional • Mostrar as barreiras aplicadas ao livre comércio • Analisar os efeitos da abertura do mercado brasileiro. PROFESSORA Esp. Louise Nauck INTRODUÇÃO Caro(a) acadêmico(a), iniciaremos, agora, uma inserção aos conceitos do comércio internacional, em que identificaremos pontos importan- tes para o desenvolvimento das trocas internacionais, conhecendo seu histórico de evoluções e mudanças. Falaremos sobre o conceito de globalização, como os seus efeitos afetam e fazem parte do comércio internacional e das escolhas que fa- zemos como consumidores e como isso moldou a economia mundial. Além disso, poderemos compreender quais os fatores que determina- ram o aumento do comércio internacional. Discorreremos, também, sobre as barreiras impostas ao mercado in- ternacional, os efeitos causados pelo protecionismo utilizado de forma incorreta e como isso impacta os países (principalmente, os em desen- volvimento) que são afetados por essas imposições e acabam perdendo espaço no mercado internacional. Também, falaremos sobre a abertura do mercado brasileiro para o comércio internacional, os efeitos para as empresas e para a sociedade, observados após a entrada de produtos vindos de outros países, e como isso modificou a economia e o consumo dos brasileiros. Portanto, esta unidade tem como objetivo discutir os principais tópicos relacionados ao surgimento do comércio internacional, a glo- balização e os seus efeitos sobre a economia das nações, bem como apresentar as principais barreiras ao livre comércio e seus efeitos ao mercado nacional, além de abordar os efeitos causados pela abertura do mercado brasileiro. Aproveite bem essa introdução ao comércio internacional, preza- do(a) acadêmico(a), para entender os importantes fatos que vieram alterando as relações comerciais entre as nações, pois entenderemos os rumos que a economia globalizada terá a partir de agora! U N ID A D E 1 10 1 CONCEITOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Vivemos em um mundo altamente conectado, no qual, dificilmente, seria possível sobreviver apenas com a produção local, ou seja, a base de consumo que hoje conhecemos se adaptou através do tempo, de tal forma que os paí- ses se tornaram dependentes uns dos outros em relação à comercialização internacional. Para Segre et al. (2018), o termo comércio internacional pode ser aplicado às trocas de bens e serviços entre nações, é o resultado do aper- feiçoamento de cada país na divisão internacional do trabalho. Diante disso, podemos observar que a comercialização entre as nações acontece devido à grande diversidade produtiva, a qual pode ser atrelada às vantagens de produzir itens de maior qualidade com menor custo. O fato é que nenhum país consegue ser autossuficiente em tudo, por isso, exportam o excedente de suas produções e acabam por importar os itens necessários para atender o consumo interno (SEGRE et al., 2018). Assim, Foschete (1999, p. 40) nos diz que: “ A principal razão para a existência do comércio internacional é a constatação simples de que nenhum país é autossuficiente o bastante para produzir todos os bens e serviços de que sua população necessita. U N IC ES U M A R 11 As trocas internacionais são bem mais antigas do que imaginamos. Até mea- dos do século XV, existiam grandes economias autônomas, culturas e povos que nem sequer sabiam da existência de outros continentes, mas tudo isso mudou com o advento das grandes navegações e conquistas territoriais. Após anos de um lento desenvolvimento, em meados do século XX, sentiu-se a grande mudança do comércio internacional, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial, com a liberação do comércio entre os países, a criação de organizações que facilita- ram as operações comerciais entre nações e, principalmente, pela aceitação do consumidor em relação aos produtos vindos de outras regiões (DAVID, 2016). Diante disso, David (2016) discorre que o comércio internacional teve, ao longo do tempo, diversos marcos regulatórios para que se desenvolvesse, como a validação de tratados internacionais e a criação de organizações in- ternacionais, no intuito de facilitar e apoiar as atividades do comércio inter- nacional. Para Giacomelli et al. (2018, p. 13), “os marcos regulatórios são as principais regras que regem as relações de comércio entre países. Eles podem ser divididos em 3 diferentes escopos”: 1. Acordos multilaterais: que são realizados entre blocos econômicos. 2. Acordos regionais, bilaterais ou não recíprocos: constituídos entre dois países. 3. Acordos de políticas próprias entre parceiros estratégicos. Giacomelli et al. (2018) apontam, ainda, que os acordos multilaterais acabam sendo as normas com maior abrangência no comércio internacional, servin- do como base para diversos acordos serem firmados. Dessa forma, entre os principais marcos regulatórios do comércio internacional, estão: a criação do GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, logo após o fim da Segunda Guerra, o BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, o FMI – Fundo Monetário Internacional, a OCDE – Organização para a Coo- peração Econômica e Desenvolvimento e a OMC – Organização Mundial do Comércio. Com a criação da OMC, foi possível, ainda, o desenvolvimento de acordos plurilaterais — só fazem parte do acordo os interessados e não todos os participantes do grupo; esse tipo de acordo pode envolver países desenvolvidos e países em desenvolvimento em busca de parcerias estratégicas. U N ID A D E 1 12 Outro fator de suma importância para o desenvolvimento do comércio inter- nacional foi a criação dos blocos econômicos, formados por grupos de países que, devido a necessidades específicas, por estarem próximos geograficamente ou por terem interesses em comum, decidem facilitar e agilizar a negociação entre si (GIACOMELLI et al., 2018). Como exemplos desses blocos, temos o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a União Europeia (UE) e o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta). Diante disso, observamos que: “ A queda das barreiras alfandegárias, a formação de blocos eco-nômicos, a velocidade nas comunicações, os avanços tecnológi-cos e o fluxo dos capitais internacionais são as principais forças que criaram uma nova “ordem mundial”. Estamos revivendo, de maneira bem mais moderna, a Revolução Industrial iniciada no século XVIII. A grande diferença, porém, é que a velocidade é incomparavelmente maior (LUDOVICO, 2018a, p. 5). As estratégias colaborativas entre países ou blocos econômicos funcionaram muito bem até meados dos anos 2000, quando a China entrou em cena, mu- dando completamente os rumos do comércio internacional. Diante desse contexto, Giacomelli et al. (2018, p. 16) descreve que: A existência de um comércio internacional não é novidade. Pelo menos, desde os tempos da expansão marítima, já acontece um importante flu- xo de mercadorias entre países de continentes diferentes. Você conhece alguns destes termos: blocos econômicos, multilateralismo e acordos bi- laterais? Acesse o link a seguir e conheça melhor esses e vários outros termos utilizados no comércio internacional: conecte-se https://www.proenem.com.br/enem/geografia/comercio-mundial-gatt-omc-bloco-economicos-multilateralismo-e-acordos-bilaterais/ U N IC ES U M A R 13 “ A China, então com praticamente 1/6 de toda a população mundial, que por décadas vivia em um regime comunista fechado ao mercado, entrava no mercado. Como sua população vivia em situações precárias, os baixos salários oferecidos inicialmente pelas fábricas já representa- vam uma melhoria nas suas condições. Assim, a capacidade produtiva dessa imensa massa de novos trabalhadores, somada ao recente avanço da Internet, que facilitouas comunicações em um nível global, fez com que os produtos chineses tornassem-se mais baratos e acessíveis do que os produtos já negociados dentro dos blocos econômicos. A partir desse ponto, percebemos que a influência dos blocos econômicos acabou diminuindo, e o comércio internacional caminhou em direção a uma junção a nível global, impulsionada pelos efeitos da globalização. Caro(a) aluno(a), veja, a seguir, uma linha do tempo com os principais marcos regulatórios do comércio internacional. 1944 Conferência de Bretton-Woods Criação do BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento. Criação do FundoMonetário Internacional (FMI). 1945 1947 Criação do GATT Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio.1957 Tratado de Roma Criação da União Europeia Criação da OCDE Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento. 1961 1995 Criação da OMC Organização Mundial do Comércio substituindo o GATT. 1999 Criação do Euro Figura 1 - Marcos do comércio internacional / Fonte: a autora. U N ID A D E 1 14 Quantas vezes você já ouviu falar do termo “globalização”? Esse termo é muito di- fundido em nossa sociedade, sentimos os efeitos e vemos os resultados desse advento de várias formas em nossas vidas e em nosso dia a dia, mas, em relação ao comércio internacional, Ludovico (2018a, p. 5) apresenta a seguinte definição: “ Globalização é um processo de integração mundial que está ocorrendo há pelo menos três décadas nos setores de comunicação, economia, finanças e comércio. Por sua velocidade e amplitude, esse fenômeno já afetou indivíduos, empresas e nações, pois altera os fundamentos sobre os quais se organizou a economia mundial nos últimos 50 anos. Ainda nesse contexto, temos a definição apresentada por Dias e Rodrigues (2012, p. 154): “ Embora o termo globalização se tenha convertido nos últimos anos em uma expressão de uso corrente, sendo utilizado nos mais variados contextos, o fenômeno que procura descrever teve seu início no século XVi com a expansão da economia europeia para regiões da América, Ásia e África. Atualmente, e de modo geral, tem sido empregado com mais frequência no sentido de indicar a existência de uma profunda in- terdependência, principalmente econômica, entre os países. Começou a ser veiculado no início da década de 80 nos Estados Unidos, e passou a ser difundido com o objetivo de caracterizar as profundas mudanças 2 GLOBALIZAÇÃO E OS FATORES DETERMINANTES para o comércio internacional U N IC ES U M A R 15 que ocorreram nas duas últimas décadas na economia internacional, ou seja, a rápida expansão mundial da produção, do consumo e da inversão de bens, serviços, capital e tecnologia. Diante das definições apresentadas, começamos a entender de que forma a globali- zação impacta as relações comerciais entre os países e, consequentemente, em nosso consumo e escolhas. Você já parou para olhar o local de fabricação de produtos que adquire? Roupas, brinque- dos, eletrodomésticos? Já verificou quantos são produzidos aqui e quantos são fabricados em outros países? Esse é um dos efeitos da globalização. pensando juntos De forma genérica Dias e Rodrigues (2012, p. 157) apontam algumas das caracterís- ticas mais importantes relacionadas à globalização: “ a. ocorrência de profundas transformações, provocadas pela chama-da terceira Revolução Científico-tecnológica;b. criação de um sistema de produção mundial, integrando um gran- de numero de países, caracterizado pela produção das partes, compo- nentes e serviços em escala mundial; c. aumento de produtos globais não produzidos integralmente em nenhum país em particular; d. movimento acelerado da integração das economias nacionais à nova dinâmica do mercado global por meio, principalmente, da aber- tura comercial, com a queda das barreiras alfandegárias; e. formação de grandes blocos econômicos regionais; Dessa forma, com toda a evolução e desenvolvimento apresentados no comércio internacional, advindos da economia globalizada, Ludovico (2018a) classifica a glo- balização em períodos, os quais podem ser observados na Tabela 1: 1450-1850 Primeira Fase Expansionismo mercantilista 1850-1950 Segunda Fase Industrial-imperialista-colonialista U N ID A D E 1 16 Pós-1989-2000 Terceira Fase Cibernética-tecnológica associativa Pós-2000 Quarta Fase A nova revolução industrial 4.0 Tabela 1 – Períodos da globalização / Fonte: Ludovico (2018a, p. 4). Vários autores e estudiosos do comércio internacional destacam que o avanço tecno- lógico foi crucial para que a globalização fosse difundida, pois, por meio desse avanço da tecnologia, foi possível uma maior integração entre compradores e vendedores, ou seja, o que antes era vendido apenas no mercado nacional ou em determinadas regiões, hoje, pode ser vendido e entregue em tempo recorde em qualquer lugar do mundo. Acerca disso, Dias e Rodrigues (2012, p. 155) definem que: “ Os avanços tecnológicos nas áreas de transporte, comunicação e in-formação, e a correspondente difusão de ideias e conhecimento pelo mundo todo, contribuem decisivamente para esse processo de globa- lização. As principais corporações mundiais procuram a maximização da rentabilidade e da acumulação de capital, e exercem pressão sobre os governos para facilitar a integração global e ampliar a transnacio- nalização da economia mundial. É importante destacar, também, que o mercado globalizado fez com que as empresas nacionais tivessem que repensar suas operações, pois, para competir com produtos mais baratos e, muitas vezes, com a mesma qualidade, foi e é necessário que exista um processo de gestão estratégica que leve em consideração a livre circulação de serviços, pessoas e produtos, já que, hoje, as barreiras geográficas já não impedem que haja o consumo de determinado produto em qualquer lugar do planeta. Diante disso, Hitt (2018, p. 21) destaca que: “ Em geral, é importante observar que a globalização levou a padrões de desempenho mais elevados em muitas dimensões competitivas, incluindo as de qualidade, custo, produtividade, tempo de introdu- ção de produtos e eficiência operacional. Esses padrões afetam não só as empresas que competem na economia globalizada, mas também aquelas que competem em uma base exclusivamente nacional. A razão pela qual os clientes compram de um concorrente globalizado em vez de comprar de uma empresa nacional é que o bem ou o serviço da primeira é superior. U N IC ES U M A R 17 Dessa forma, é importante esclarecer que a globalização impacta diversas áreas em nos- sa sociedade, como a econômica, a geográfica e a cultural, mas, neste momento, abor- daremos apenas o aspecto econômico e a sua relação com o comércio internacional. Quer conhecer mais sobre o termo globalização? Então, acesse o link e leia sobre as vantagens e desvantagens da globalização, assim como as outras vertentes desse advento que é extremamente ligado à nossa sociedade: conecte-se Conhecendo melhor os conceitos de comércio internacional e globalização, é neces- sário identificarmos os principais aspectos que levam uma empresa a vender ou a comprar produtos de outros países. Diante disso, David (2016, p. 10) nos mostra que: “ Há muitas explicações para o enorme crescimento do comércio in-ternacional na segunda metade do século XX. Algumas empresas tiveram razões para expandir suas vendas a países estrangeiros, ou- tras tiveram motivos para comprar matérias-primas e suprimentos de outros países. Esses fatores determinantes do comércio interna- cional podem ser divididos em quatro categorias principais: custo, concorrência, mercado e tecnologia. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6192 U N ID A D E 1 18 A partir disso, conheceremos melhor cada um desses fatores, de acordo com David (2016). ■ Fatores de custo Os fatores de custo são limitados às fábricas e aos maquinários. São relevantes, também, nas indústrias em que os custos de desenvolvimento são altos e os custos dos produtosfabricados são baixos, como nas indústrias de softwares; as orga- nizações buscam desenvolver o mercado internacional para diluir os custos de desenvolvimento; é o caso, por exemplo, da Microsoft. Outros incentivos de custo apresentados no comércio internacional estão relacionados à questão da cadeia de suprimentos; empresas que produzem produtos de peças e subconjuntos procuram fornecedores que tenham os menores preços. Dessa forma, compram peças de em- presas que atuam em países em que os custos com mão de obra ou de energia são mais baixos. Esse padrão de compra é chamado de terceirização (DAVID, 2016). ■ Fatores de concorrência Em determinados casos, a concorrência determina a atuação da empresa em outros países, pois, se um dos concorrentes da organização, em um dado país, investir em outro país específico, os outros concorrentes podem ser obrigados a seguir o exemplo para não perder mercado. Como no caso dos dois maiores varejistas do mundo: o Carrefour, da França, e o Walmart, dos Estados Unidos, que estão presentes em diversos países — quando um entra em um mercado estrangeiro, o outro se vê obrigado a segui-lo. Os fatores de concorrência influenciam, também, a cadeia de suprimentos, pois, quando um concorrente adiciona um lançamento ao mercado para o seg- mento de consumidores sensíveis a preço, a empresa X pode responder ofere- cendo um produto similar, mantendo seu espaço no mercado. Com a tendência da fabricação do novo produto do concorrente por países em que os custos de produção são mais baixos, a empresa X acaba recorrendo, também, aos fornece- dores estrangeiros (DAVID, 2016). ■ Fatores de mercado Com o grande aumento das viagens internacionais por conta do turismo, as prefe- rências dos consumidores ficaram cada vez mais globais, e seus gostos e produtos favoritos são quase iguais no mundo todo. As organizações em que os clientes pro- curavam encontrar produtos em todos os lugares do mundo tiveram que adentrar U N IC ES U M A R 19 ao mercado internacional. Por exemplo, em meados dos anos 70, as lanchonetes McDonald’s da Alemanha, Grã-Bretanha e França atraíam estrangeiros que procu- ravam um padrão de refeição com o qual estavam acostumados. Mesmo que, ainda hoje, os estrangeiros sejam uma grande parte das vendas, o McDonald’s conseguiu conquistar consumidores locais já acostumados e apreciadores da conveniência da rede de fast-food. A padronização das preferências acaba generalizada para progra- mas televisivos, indústria da moda, livros, música, alimentação, esportes etc. E, por último, quanto maior o grau de entendimento dos consumidores em relação ao que consomem, maior é a chance de comprarem produtos com os quais ainda não estão acostumados. Como, por exemplo, a indústria de vinhos. Os vinhos da França e Itália dominavam o mercado do segmento, porém a forma como os vinhos eram vendidos exigia que o consumidor soubesse um comple- xo sistema de classificação. Então, quando os produtores de vinhos dos Estados Unidos ajustaram a oferta, modificando os rótulos nas garrafas, inserindo o nome da variedade de uva utilizada, o mercado cresceu, pois comprar vinhos se tornou algo menos intimidante para o cliente (DAVID, 2016). ■ Fatores de tecnologia Outro fator que facilitou a familiarização dos produtos pelos consumidores foi a ampliação das informações que acabaram se tornando universais. Consumi- dores com acesso à internet podem rapidamente consultar qualquer página de informações. As pessoas podem comprar produtos de qualquer lugar do mundo. Comprar produtos do exterior ficou tão fácil como comprar na loja da esquina. As empresas que têm páginas na internet atraem consumidores de todas as partes do mundo para que comprem seus produtos. Dessa forma, desenvolve-se o conceito de competição global entre empresas ao tornar a localização dos consumidores irrelevante, pois a troca de informações e a facilidade da comunicação fornece toda a estrutura necessária para que o produto seja consumido. Além disso, as empresas podem, também, encontrar, com facilidade, fornecedores para quase todo tipo de produto na internet, utilizando sites como instrumento de buscas, como o Alibaba.com (DAVID, 2016). Pelos fatores apresentados, observamos que existem inúmeros motivos que colaboram para o aumento do comércio internacional. A globalização econômica acaba transformando os ambientes de negócios, deixando-os extremamente com- petitivos e desafiando as organizações a analisarem profundamente mercados em que pretendem atuar. U N ID A D E 1 20 Apesar dos esforços em prol do comércio entre as nações e dos efeitos que a globalização e a tecnologia trouxeram, ainda existem barreiras ao comércio in- ternacional. Essas barreiras são aplicadas, muitas vezes, no intuito de proteger o mercado interno diante da concorrência — nem sempre justa — por parte de outros países, porém, frequentemente, essas barreiras são utilizadas de forma protecionista. Diante disso, no Manual sobre barreiras comerciais e aos investi- mentos, encontramos a seguinte explicação: “ Barreiras comerciais podem ser entendidas, de forma geral, como qualquer medida ou prática, de origem pública ou privada, que te-nha o efeito de restringir o acesso de bens e serviços de origem estrangeira a um mercado, tanto no estágio da importação, como no da comercialização. Barreiras aos investimentos, do mesmo modo, dizem respeito a medidas ou práticas que, de alguma forma, restrin- gem a entrada de capitais estrangeiros em um país. As definições são bastante abrangentes, o que reflete o fato de que governos (bem como o setor privado) podem estabelecer barreiras comerciais e aos investimentos por inúmeras maneiras (CNI, 2017, p. 13). 3 BARREIRAS AO LIVRE COMÉRCIO U N IC ES U M A R 21 Esse tipo de restrição também é conhecido como protecionismo alfandegário e é utilizado desde muito antes do modelo atual de comércio internacional, impondo às trocas internacionais altas taxas alfandegárias ou, até mesmo, a proibição da importação de determinados produtos. Dias e Rodrigues (2012) discorrem que o protecionismo pode contribuir de forma positiva no desenvolvimento de determinados setores empresariais no país, pois, ao restringir a entrada de produtos de outros países, a empresa nacional pode ter a chance de se capacitar e desenvolver produtos com qua- lidade e custos similares aos importados ou até com preços menores. Dias e Rodrigues (2012) apontam, ainda, que existem duas situações em que se justifica a utilização do protecionismo: ■ Em setores industriais necessários à defesa e à soberania do país em questão, no qual se impõe medidas de restrição aos produtos vindos de outros países, garantindo o desenvolvimento do parque industrial nacional. ■ E retaliações às medidas protecionistas, utilizadas por outros países a produtos nacionais. Esse tipo de medida protecionista, caracteriza-se como uma compensação a uma restrição imposta ao acesso do pro- duto nacional ao mercado daqueles países. Essa prática, nos dias de hoje, é legitimada por órgãos internacionais reguladores do comércio internacional, como a organização Mundial para o Comércio, em que medidas protecionistas unilaterais são discutidas e julgadas no âmbito do comércio mundial. Podemos compreender que as barreiras comerciais ou alfandegárias têm, por objetivo, a proteção da produção nacional, fazendo com que os produtos na- cionais se tornem mais atrativos do que os importados. Elas podem ocorrer de várias formas, como a criação de leis, políticas, medidas, práticas gover- namentais ou imposições que causem restrições ao comércio internacional. No site Aprendendo a Exportar (BRASIL, [2021], on-line), encontramos a classificação das barreiras em duas categorias: “ Barreiras tarifárias: que tratam de tarifas de importações e taxas diversas. U N ID A D E 1 22 “ Barreiras não tarifárias: que tratam de restrições quantitati-vas, licenciamento de importação, procedimentosalfandegários, valoração aduaneira arbitrária ou com valores fictícios, Medidas Antidumping, Medidas Compensatórias, subsídios, Medidas de Salvaguarda e medidas sanitárias e fitossanitárias. Dentre estas últimas encontram-se as barreiras técnicas, que são mecanismos utilizados com fins protecionistas. Por outro lado, é importante ressaltar que o protecionismo afeta o crescimento econômico, principalmente, quando utilizado por países desenvolvidos para barrar a entrada de produtos mais competitivos, vindos de países em desen- volvimento, por isso, a importância dos órgãos reguladores, como a OMC. Em busca de proteger a indústria nacional, são utilizadas barreiras técnicas para limitar ou impedir a entrada de produtos importados que, muitas ve- zes, não estão adequados às normas nacionais ou que não têm um padrão de qualidade aceitável. Para regulamentar essas barreiras, criou-se o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (Acordo TBT da OMC). Para saber mais sobre esse acordo, sobre as barreiras técnicas e demais aspectos relaciona- dos a esse tema, acesse o link a seguir: conecte-se Ao entender mais sobre o conceito de globalização e os impactos causados no comércio internacional, é de se pensar, prezado(a) acadêmico(a), que as trocas de mercadorias entre nações estejam, de alguma forma, mais fáceis, afinal, com a criação de organizações internacionais de regulação, dos blocos econômicos e com a utilização da tecnologia, foi possível verificar o aumento das comercializações internacionais e, ainda, observar uma relativa diminui- ção de barreiras e restrições ao livre comércio entre as nações, no entanto, ainda não se pode dizer que exista um livre comércio entre nações, pautado apenas na oferta e na demanda de produtos. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8264 U N IC ES U M A R 23 Caro(a) aluno(a), chegamos ao último tópico do primeiro capítulo de nosso livro. Depois de entendermos como a globalização e o comércio internacional caminha- ram juntos no desenvolvimento de uma economia globalizada, é necessário que saibamos como o mercado brasileiro foi impactado e de que forma reagiu diante da expansão do comércio internacional. Ludovico (2018b, p. 5) descreve que: “ Da proclamação da Republicar a meados do século XX, o comércio exterior brasileiro limitou-se fundamentalmente à exportação de produtos agrícolas e à importação de bens manufaturados, em face da franca produção industrial que ainda não atendia às necessida- des do consumo interno. Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil reativou seu ciclo industrial com a instalação de inúmeras indús- trias, inclusive a automobilística, alcançando, afinal, a maturidade econômica, entrando no rol dos países em desenvolvimento. 4 ABERTURA DO MERCADO BRASILEIRO ao comércio internacional U N ID A D E 1 24 Diante disso, Dias e Rodrigues (2012) destacam que, depois da Segunda Guerra Mundial, o Brasil adotou uma política protecionista com o controle da taxa de câmbio, importando diversos produtos com pouco critério, o que acabou deses- timulando as exportações. Para reverter esse quadro, foi necessário trazer ao país empresas que fa- bricassem os itens que eram importados, porém, como nenhuma nação con- segue, sozinha, atender à demanda de produtos consumidos, as empresas aqui instaladas não só não diminuíram as importações, como começaram a importar outros itens que se tornaram necessários diante de novas demandas de consumo. Além disso, os produtos nacionais tinham preços acima dos itens do mercado internacional, dessa forma, a indústria brasileira acabou ficando dependente da importação de máquinas, equipamentos, peças e componentes. Diante disso, Dias e Rodrigues (2012, p. 210) destacam que: “ A economia, ano a ano, foi se fechando e, como o comércio exterior é um caminho de mão dupla, os empresários sentiam que quem não comprava tinha dificuldades para vender. Passaram então a pres- sionar o governo pela liberação do câmbio e do comércio exterior, pois assim teriam a liberdade de importar, a exemplo dos países do Primeiro Mundo, uma vez que as grandes potencias e as economias emergentes apresentavam, no comércio exterior, um índice elevado de participação sobre o Produto interno Bruto – PIB. U N IC ES U M A R 25 Diante disso, nos anos 90, a política comercial do Brasil foi alterada pelo Plano Collor, que eliminou totalmente as barreiras alfandegárias aplicadas pelo pro- tecionismo dos governos anteriores. Mesmo com essa mudança, o objetivo de modernizar o parque fabril brasileiro não foi atingido, visto que as empresas acabaram utilizando produtos importados em vez de optarem pelos produtos nacionais. Dessa forma, Dias e Rodrigues (2012, p.211) apontam que: “ De imediato, as empresas nacionais, obrigadas a se adequarem a esta nova realidade, passaram a investir em tecnologia e qualidade de seus produtos, mas apesar dos esforços na abertura comercial do período Collor, forças políticas e de oposição foram obstáculos poderosos a esta tentativa de implantação de uma política neoliberal no Brasil. Isso somente veio a ocorrer em 1994, com o Plano Real decretado pelo presidente da época, Fernando Henrique Cardoso. Na concepção desse plano, a principal arma política de estabiliza- ção era a sobrevalorização cambial, a qual passava de um câmbio flutuante de 1990 para um câmbio “quase fixo” em 1994. Os objeti- vos primordiais, com a adoção desta medida, em especial a adoção cambial, eram: manutenção da competitividade das exportações, recuperação e acumulação de reservas internacionais e estabilização inflacionária. A partir dos anos 2000, a economia brasileira passou e vem passando por intensas mudanças que visam a um maior desenvolvimento de seu comércio exterior, as- sim como procura aumentar sua eficiência e competitividade diante do mercado internacional (DIAS; RODRIGUES, 2012). Por meio da figura a seguir, podemos observar os principais fatos relaciona- dos ao comércio exterior brasileiro, de forma que possamos identificar o perfil histórico das políticas de comércio exterior utilizadas no Brasil segundo Ludo- vico (2018b, p. 6). Você sabe o que é o PIB e como ele é calculado? Esse índice é muito impor- tante para entender como vai a economia de determinada região ou país. Quer saber mais? Acesse o link e tire suas dúvidas: conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6193 U N ID A D E 1 26 1930 até 1964 A política de comércio exterior nessa época era voltada para a restrição de importação e um baixo desempenho das exportações, pois a política cambial não era adequada e não estimulava as empresas. 1965 até 1966 Pequenas reduções tarifárias, proteção do mercado interno via “similaridade”, crescimento muito baixo nas exporta- ções e importações. 1967 até 1973 Percebe-se uma expansão nos processos, estratégia para exportação, crescimento do PIB, criação de incentivos �scais à exportação e liberação de importações.1993 até 2000 Houve a abertura comercial, superávits e dé�cits na balança comercial, crise cambial, crescimento das importações e das exportações de produtos manufaturados. 2001 até 2005 Período de ritmo acelerado nas exportações e diminuição das importações, com ajustes de mercados, superávit comercial. Houve então uma grande participação da logística, e observaram-se muitos problemas de infraestrutura operacionais. 2006 até 2008 Grande desenvolvimento nesses três anos, trazendo bons resultados, com o aumento em torno de 90% nas exportações e 30% nas importações, mesmo enfrentando muitos problemas de infraestrutura que afetaram consideravelmente a logística operacional. 2009 até 2010 Nesse período, houve uma oscilação natural de queda e recuperação por conta de complicações causadas mundialmente pelos problemas econômicos dos Estados Unidos; porém, o comércio exterior brasileiro seguiu fortalecido.2011 No primeiro semestre desse ano o comércio exterior brasileiro alcançou uma marca recorde deUS$ 223,6 bilhões, com aumento de 30,1% em relação ao mesmo período de 2010, quando atingiu US$ 170,5 bilhões. As exportações encerraram o período com valor de US$ 118,3 bilhões e as importações, US$ 105,3 bilhões, resultados igualmente recordes. 2012 até 2016 Período em que houve uma queda perceptível a cada ano, quando o Brasil saiu da casa dos US$ 462 bilhões na Corrente de Comércio Exterior (soma das exportações com as importações) para US$ 322 bilhões. Figura 2 - Aspectos da política de comércio exterior brasileiro Fonte: adaptado de Ludovico (2018b, p. 6). U N IC ES U M A R 27 A partir de 2012, por conta de uma infraestrutura defasada e precária que prejudicou, principalmente, o agronegócio, o Brasil perdeu renta- bilidade, mesmo sendo o principal fornecedor de commodities ao mer- cado externo, e isso acarretou na per- da de competitividade internacional por conta de impostos, taxa cambial, juros, burocracia e o chamado “custo Brasil” (LUDOVICO, 2018b). O mesmo autor aponta que, mesmo depois de tantos anos de dedicação das empresas brasileiras, levando em conta os investimen- tos, a perseverança e as dificulda- des econômicas enfrentadas, ainda é necessário que seja implantada a cultura exportadora, para que seja entendida, também, como forma de crescimento para as empresas (LU- DOVICO, 2018b). Assim, caro(a) estudante, diante do contexto histórico do desenvolvimento do comércio internacional apresenta- do, queremos despertar em você o in- teresse pelas questões que envolvem o mercado e a economia internacional, pois observamos que a globalização e as trocas entre nações auxiliam no de- senvolvimento econômico e permitem que haja uma troca de conhecimentos em diversas áreas, como as de conheci- mento e tecnologia. U N ID A D E 1 28 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao fim da primeira unidade do nosso material, na qual tivemos a oportu- nidade de conhecer melhor o histórico do comércio internacional e acompanhamos a trajetória do desenvolvimento das trocas internacionais, bem como o crescimento da globalização e o nascimento de uma economia globalizada. No decorrer desta unidade, foram apresentados os principais conceitos do co- mércio internacional, assim como os principais fatores que determinaram a sua cria- ção. Pudemos conhecer o conceito de barreiras comerciais e como elas impactam o comércio entre as nações. Ainda, mergulhamos na história e na evolução da abertura do mercado brasileiro, em que tivemos a oportunidade de entender que, diante da globalização, as nações precisam estar preparadas para a grande concorrência internacional, a fim de não perderem a competitividade até mesmo em seu mercado interno. Nesta unidade, foi possível refletir o quanto as operações internacionais muda- ram a forma como nos relacionamos com outras nações, bem como essa interação também foi responsável por alterar o modo de consumo interno, gerando novas possibilidades para os empresários brasileiros. Diante disso, prezado(a) acadêmico(a), toda essa introdução ao comércio inter- nacional é o ponto de partida para entendermos melhor como as trocas internacio- nais se tornaram tão importantes e como a evolução da globalização trouxe impactos e conectou ainda mais as nações. Temos uma boa base para iniciarmos nossos estudos sobre o comércio exterior e a logística internacional nos próximos capítulos. Espero que tenha aproveitado, e nos vemos na próxima unidade! 29 na prática 1. O comércio internacional existe, pois nenhum país é autossuficiente em todos os aspectos. Desse modo, a comercialização de bens e serviços entre os países é funda- mental para que atendam às necessidades de sua população. A validação da relação comercial entre os países é regida pelos marcos regulatórios. Sobre os escopos dos marcos regulatórios, analise as afirmativas a seguir. I - Acordos militares: são os acordos entre duas ou mais nações militares para traçar estratégias de guerra. II - Acordos multilaterais: são realizados entre blocos econômicos. III - Acordos regionais, bilaterais ou não recíprocos: constituídos entre dois países. IV - Acordos de políticas próprias entre parceiros estratégicos. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 2. A globalização é um processo de integralização mundial que tem se intensificado a cada dia, pois, neste processo, são envolvidos os setores de comunicação, comércio, cultura, social e econômico, ou seja, é uma integração sistêmica. Dada a importância da globalização, é importante destacar algumas características. Desse modo, aponte e discorra sobre as cinco características importantes da globalização. 30 na prática 3. A comercialização entre os países foi facilitada por meio da criação de blocos eco- nômicos, organizações internacionais de regulamentação e a tecnologia. Entretanto, esses fatores não são suficientes para atender apenas à oferta e demanda entre os diferentes países. Existem as barreiras ao livre comércio, que são formas de assegurar a qualidade e o padrão de bens e serviços comercializados internacional- mente. É importante entender os aspectos dessas barreiras, desse modo, analise as afirmativas a seguir. ( ) As “barreiras técnicas” são impostas por diversos países para assegurar seus regulamentos internos que estabelecem critérios específicos. ( ) Requisitos de qualidade, segurança, composição, processo produtivo, embala- gem e rotulagem podem ser classificados como formas de protecionismos de diversos países. ( ) A adoção e a implementação de medidas governamentais de protecionismo podem, contudo, visar à proteção de objetivos legítimos, como saúde, segurança e meio ambiente. ( ) O GATT evita que medidas de protecionismo possam ser utilizadas para prote- ger os produtos nacionais contra os produtos importados mais baratos e/ou de melhor qualidade. É correto o que se afirma em: a) F, V, F, V. b) V, V, V, F. c) F, V, V, V. d) V, V, V, V. e) F, F, V, V. 4. Mesmo com o avanço da globalização e das inovações tecnológicas, o comércio in- ternacional ainda enfrenta algumas dificuldades para ser realizado, principalmente, quando os países se utilizam do protecionismo para defender as indústrias nacio- nais. Nesse intuito, surgiram as barreiras comerciais que podem ser classificadas de duas formas. Assim, apresente as classificações e discorra sobre elas. 31 na prática 5. Depois da Segunda Guerra Mundial, houve uma corrida rumo ao desenvolvimento nas nações mais desenvolvidas. No Brasil, também houve um movimento que rea- tivou a sua indústria e fez com que o país se firmasse como uma nação em desen- volvimento. Diante disso, analise as afirmações a seguir. I - Com a abertura do mercado brasileiro após a Segunda Guerra Mundial, houve um aquecimento da indústria nacional. II - O país adotou uma política protecionista com o controle da taxa de câmbio, importando diversos produtos. III - A importação de diversos produtos com pouco critério acabou por desestimular as exportações brasileiras. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 32 aprimore-se XII CONFERÊNCIA MINISTERIAL DA OMC (MC-12) A principal instância decisória da decisão da OMC é a Conferência Ministerial, que geralmente é realizada a cada dois anos, reunindo todos os membros da OMC. A Conferência Ministerial pode tomar decisões sobre todos as questões relativas a quaisquer dos acordos comerciais multilaterais. A 12ª Conferência Ministerial da OMC estava prevista para ocorrer de 8 a 11 de junho de 2020, em Nursultan/Cazaquistão, mas foi adiada devido à pandemia da COVID-19 (obs: no momento está em análise em Genebra a oferta do Cazaquistão de realizar o evento em julho de 2021). Para o Brasil, apesar da pandemia, as prioridades para a próxima Conferência Ministerial mantêm-se inalteradas. O país tem defendido quesejam alcançados re- sultados concretos em temas como: agricultura, subsídios à pesca, comércio eletrô- nico, facilitação de investimentos, e regulamentação doméstica de serviços. Além de avançar na função negociadora da OMC, o Brasil acredita que possa trabalhar, também, em temas afetos à melhoria da transparência e na busca de uma solução definitiva para o sistema de solução de controvérsias da Organização. Destaque-se que o Brasil também tem buscado engajar-se de modo ativo no processo de reforma da OMC, tema que se vem impondo na agenda da Organização desde a 11ª Conferência Ministerial, realizada em Buenos Aires, em 2017. Com esse engajamento, o país tem buscado preservar sua histórica posição de pró-atividade e liderança nas discussões substantivas e nos processos decisórios na OMC. O Brasil tem trabalhado em propostas para inclusão oportuna de negociações agrícolas no processo de reforma e busca manter canal de diálogo construtivo com todos os países mais engajados nas discussões. http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/sem-categoria/21584-xii-conferencia-ministerial-da-omc-mc-12 33 aprimore-se Histórico recente: A Rodada de Desenvolvimento de Doha foi lançada em novembro de 2001, com o objetivo de ser uma rodada abrangente de negociações comerciais, a primei- ra no âmbito da OMC, com a promessa de resultados robustos em temas do interesse dos países em desenvolvimento (PEDs). A rodada anterior (Uruguai), apesar dos inegáveis avanços em favor do sistema multilateral de comércio, pro- duziu resultados insuficientes em áreas de interesse dos PEDs, como agricultura, além de reduzir significativamente o espaço para políticas públicas de desenvol- vimento naquele grupo de nações. Intensas negociações ao longo de 2013 permitiram chegar a um conjunto de re- sultados aprovados pelos Ministros na 9ª Conferência Ministerial da OMC, em Bali, em 2013, entre eles o Acordo de Facilitação de Comércio e quatro decisões/declara- ções sobre agricultura (“serviços gerais” em países em desenvolvimento, formação de estoques para programas de segurança alimentar, administração de quotas tari- fárias e subsídios à exportação). A 10ª Conferência Ministerial, realizada em 2015, em Nairóbi, possibilitou a obten- ção de pacote de resultados que incluiu decisão histórica de proibição de subsídios às exportações agrícolas, quase seis décadas após a eliminação do mesmo tipo de sub- venção a produtos industriais. O pacote contemplou também decisões relacionadas a estoques públicos para fins de segurança alimentar; mecanismo de salvaguardas especiais para países em desenvolvimento; algodão; e temas relacionados a países de menor desenvolvimento relativo (PMDRs), como regras de origem preferenciais para PMDRs; implementação de tratamento preferencial para serviços e prestadores de serviços de PMDRs; e aumento da participação de PMDRs no comércio de serviços. 34 aprimore-se A Declaração Ministerial resultante da Conferência de Nairóbi registrou a falta de consenso entre os Membros no tocante à Agenda de Desenvolvimento de Doha. Enquanto muitos Membros reafirmaram o compromisso com o mandato de Doha, outros defenderam a necessidade de novas abordagens para que se logrem resul- tados significativos na OMC. Além disso, abriu-se a possibilidade de tratamento de novos temas não incluídos no mandato da Rodada Doha, desde que haja consenso entre os membros para tratá-los. Verificou-se, por outro lado, compromisso do con- junto dos Membros no sentido de fazer avançar as negociações sobre temas pen- dentes de Doha, inclusive nos três pilares de agricultura: acesso a mercados, apoio doméstico e competição nas exportações. A Declaração Ministerial inclui, também, por iniciativa brasileira, um parágrafo que trata de acordos comerciais regionais, estabelecendo que deverá haver discus- sões sobre as implicações sistêmicas desses instrumentos para o sistema multilate- ral de comércio e sua relação com as regras da OMC. Com relação a novos temas, algumas áreas que vêm sendo citadas são investimentos, comércio eletrônico, defe- sa da concorrência e pequenas e médias empresas. Na 11ª Conferência Ministerial, realizada em Buenos Aires, em 2017, o Brasil en- fatizou a necessidade de tratamento de questões agrícolas, como apoio doméstico; o fortalecimento da base científica para utilização de medidas sanitárias e fitossa- nitárias (evitando que se convertam em obstáculos desnecessários ao comércio); e outros temas da Agenda de Desenvolvimento de Doha. Ademais, engajou-se nas discussões referentes a novos temas, a partir do lançamento das iniciativas conjun- tas plurilaterais (conhecidas na sigla em inglês como “Joint Statement Initiatives/ JSIs”), que se vêm consolidando como espaços para o avanço das discussões sobre MPMEs, facilitação de investimentos e comércio eletrônico. Fonte: Brasil (2020, on-line). 35 eu recomendo! Administração Estratégica: competitividade e globalização Autor: Michael A. Hitt, R. Duane Ireland e Robert E. Hoskisson Editora: Cengage Sinopse: o objetivo deste livro é apresentar um padrão atualiza- do sobre o processo de gestão estratégica. Para alcançar esse objetivo, é apresentada uma análise intelectualmente rica e cui- dadosamente prática da gestão estratégica. Dessa forma, é pos- sível identificar exemplos valiosos de como as empresas estão usando (ou não) o processo de gestão estratégica. Embora muitas das centenas de empresas dis- cutidas no livro sejam familiares, algumas provavelmente serão novas para você. Um motivo para isso é que utilizam exemplos de companhias de todo o mundo para demonstrar a natureza globalizada das operações de negócios. Para maxi- mizar suas oportunidades de aprendizagem enquanto lê e pensa sobre como as companhias reais usam as ferramentas, técnicas e conceitos de gestão estraté- gica (com base nas pesquisas mais recentes), foi enfatizado um estilo de escrita dinâmico e amigável. livro anotações 2 COMÉRCIO EXTERIOR PROFESSORA Esp. Louise Nauck PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos e Atributos da Exporta- ção • Conceitos e Atributos da Importação • Internacionalização como Vantagem Competitiva • Supply Chain: cadeia de suprimentos global. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar os principais conceitos referentes à exportação • Apresentar os principais conceitos referentes à importação • Mostrar as vantagens da internacionalização das empresas • Discorrer sobre a gestão da cadeia de suprimentos global. INTRODUÇÃO Olá, caro(a) acadêmico(a). Seja bem-vindo(a) ao segundo capítulo do livro da disciplina de Logística Internacional. Na unidade anterior, aprendemos alguns conceitos relacionados ao mercado internacional e, agora, podemos seguir em frente para entender melhor os conceitos de exportação e da importação. A exportação pode parecer muito complicada aos olhos de muitos empresários, mas, uma vez desmistificado esse conceito, esse processo pode oferecer muitas as vantagens às empresas que se aventuram no mercado internacional. Por isso, neste tópico, conheceremos melhor esses processos e entenderemos quais são as suas vantagens. A impor- tação, tão importante quanto a exportação, também será apresentada nesta unidade. Falaremos sobre a sua importância para a economia e mostraremos alguns dos processos para a sua realização. Também, serão apresentados os pontos mais importantes e a utili- zação da internacionalização como vantagem competitiva, visto que, a cada dia, o mercado se renova e novos concorrentes, até mesmo inter- nacionais, podem conquistar os clientes do mercado interno. Por fim, falaremos sobre o Supply Chain, a gestão da cadeia de suprimentos glo- bal, como ela afeta o mercado internacional e como deve ser gerenciada, a fim de promover vantagens para as empresas nacionais. Que você possa aproveitarao máximo este capítulo que traz muitas informações importantes para nós, profissionais de Logística! U N IC ES U M A R 39 1 CONCEITOS E ATRIBUTOS DA EXPORTAÇÃO Caro(a) aluno(a), na unidade anterior, começamos a entender melhor os concei- tos de mercado internacional e globalização e como esses processos influencia- ram na abertura do mercado brasileiro. Pois bem, agora, entenderemos melhor a definição de exportação, a sua importância e os seus processos. Dias e Rodrigues (2012, p. 169) apresentam a seguinte definição “exportação é a venda ou envio de produtos para fora do país, estado, cidade”. Diante disso, é importante salientar que, por estarmos em uma economia globalizada, o em- presário brasileiro tem um enorme mercado estrangeiro que pode ser explorado. Sobre esse processo, ainda encontramos a seguinte definição: “a exportação é basicamente a saída da mercadoria do território aduaneiro, decorrente de um contrato de compra e venda internacional, que pode ou não resultar na entrada de divisas” (BRASIL, 2016, on-line). Exportar é uma opção para as empresas que querem aumentar seus lucros e expandir suas operações, a fim de não ficarem reféns do mercado interno ou, até mesmo, da concorrência internacional. Nesse sentido, entendemos que: “ A empresa que exporta adquire vantagens em relação aos concorren-tes internos, pois diversifica mercados, aproveita melhor sua capaci-dade instalada, aprimora a qualidade do produto vendido, incorpora tecnologia, aumenta sua rentabilidade e reduz custos operacionais. A atividade de exportar pressupõe uma boa postura profissional, conhecimento das normas e versatilidade (BRASIL, 2016, on-line). U N ID A D E 2 40 Analisando a definição anterior, compreendemos que a exportação é um processo que pode ajudar as empresas nacionais a se estabilizarem financeiramente e ama- durecer sua atuação no mercado interno. Nesse contexto, algumas das vantagens listadas sobre a atividade exportadora, segundo Brasil (2011, p. 11-12), são: 1. Aumento na produtividade – exportar implica à empresa aumentar a escala de produção, isso pode ser feito ao utilizar a “capacidade ociosa da empresa e/ou pelo aperfeiçoamento de seus processos produtivos. A empresa poderá, assim, diminuir o custo de seus produtos, tornando-os mais competitivos, e aumentando sua margem de lucros”. 2. Diminui a carga tributária – “a empresa pode compensar o recolhi- mento dos impostos internos por meio da exportação”. 3. Reduz a dependência de vendas internas – ao diversificar os mercados atendidos (interno e externo), a empresa ganha mais segurança diante de possíveis oscilações na demanda interna. 4. Aumenta a capacidade de inovar – as empresas que exportam acabam sendo mais inovadoras que as que não exportam, utilizam “novos proces- sos de fabricação, adotam programas de qualidade e desenvolvem novos produtos com maior frequência”. 5. Melhora a captação de recursos financeiros – “mecanismos financei- ros no Brasil, como o Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) e o Adiantamento sobre Cambiais de Exportação (ACE), possibilitam às em- presas exportadoras o recebimento da receita de exportação antes mesmo do início do processo produtivo, utilizando taxas de juros internacionais, normalmente, mais baixas do que as aplicadas no mercado interno”. 6. Aperfeiçoa seus colaboradores – empresas exportadoras “destacam-se na área de recursos humanos, pois costumam oferecer melhores salários e oportunidades de treinamento a seus funcionários”. 7. Aperfeiçoa seus processos industriais e comerciais – apresentam maior qualidade e apresentação do produto, elaboram “contratos mais precisos” e adotam “novos processos gerenciais”, que acabam por oferecer “melhores condições de competição interna e externa”. 8. Melhora a imagem da empresa – pois uma “‘empresa exportadora’ é re- ferência importante nos contatos da empresa no Brasil e no exterior”, pois a sua imagem “associa-se à de mercados externos, em geral mais exigentes, com reflexos positivos para seus clientes e fornecedores”. U N IC ES U M A R 41 Assim, prezado(a) acadêmico(a), percebemos que as vantagens obtidas pelas empresas que exportam são muito importantes para o seu desenvolvimento, pois exigem que essas organizações estejam capacitadas para competir com empresas estrangeiras, e isso reflete, também, em suas operações no mercado interno. Além disso, empresas exportadoras também são muito importantes para o país, pois geram renda e empregos que acabam por promover o desenvolvimento da nação. As exportações podem ser classificadas em direta e indireta. Dessa forma, conheceremos um pouco mais de cada um desses processos. De acordo com Brasil (2011, p. 15): “ A exportação direta consiste na operação em que o produto ex-portado é faturado pelo próprio produtor ao importador. Esse tipo de operação exige da empresa conhecimento do processo de exportação em toda a sua extensão (pesquisa de mercado, contato com o importador, documentação de exportação, acor- dos comerciais internacionais, embalagem, transações bancárias específicas da exportação, transporte etc.). Já a exportação indireta é descrita por Brasil (2011, p. 15) como aquela: “ [...] realizada por meio de empresas estabelecidas no Brasil que ad-quirem produtos para exportá-los. Assim, a empresa que produz a mercadoria não cuida da comercialização externa do produto, do transporte para o país de destino, da localização de compradores ex- ternos, de pesquisas de mercados e da promoção externa do produto. A exportação indireta, normalmente, é utilizada por micro e pequenas em- presas que ainda estão iniciando suas negociações no mercado internacional. Já as empresas que atuam comprando os produtos nacionais e negociando, entregando no exterior, são classificadas da seguinte forma, segundo Brasil (2011, p. 15-16): “ a) trading companies (a venda da mercadoria pela empresa produ-tora para uma trading que atua no mercado interno é equiparada a uma operação de exportação, em termos fiscais). As trading compa- nies foram constituídas pelo Decreto Lei nº 1.248, de 1972; U N ID A D E 2 42 b) empresas comerciais exclusivamente exportadoras; c) empresas comerciais que operam no mercado interno e externo; d) outros estabelecimentos de empresa produtoras. No caso, a venda a esse tipo de empresa é considerada equivalente a uma exportação direta, assegurando os mesmos benefícios fiscais (IPI e ICMS); e e) consórcios de exportação. Trata-se de associações de empresas que conjugam esforços e/ou estabelecem divisão interna de trabalho com vistas à redução de custos, ao aumento da oferta de produtos destinados ao mercado externo e à ampliação das exportações. Os consórcios podem ser formados por empresas que ofereçam pro- dutos complementares ou mesmo concorrentes. Conhecendo melhor os tipos de exportações e os tipos de empresa que atuam nessa operação, devemos ressaltar que, para as empresas que se interessam em exportar e participar do mercado internacional, é necessário, além de um bom planejamento estratégico, um estudo criterioso dos processos de exportação, e elas precisam estar preparadas em todos os aspectos administrativos dessa operação. É necessária a utili- zação de um plano de exportação. Nesse sentido, Ludovico (2018a, p. 19) discorre que: “ Devemos salientar que um plano de exportação deve ser preparado para um período mínimo de dois anos, devendo-se, inicialmente, planejar a implantação de um Departamento de Exportação, com escolha adequada de pessoal especializado, preferencialmente com curso universitário na área de Comércio Exterior, ou com perfeito domínio e entrosamento nas distintas áreas que abrangem todo o processo, sem nunca esquecer que, por se tratar de uma área muito dinâmica, as reciclagens tornam-se obrigatórias. Diante do exposto, analisaremos, na figura a seguir, quais são os pontos mais importantes na elaboração de um plano de exportação. U N IC ESU M A R 43 As empresas que pretendem exportar precisam de um planejamento estratégico que foque no mercado internacional. É preciso entender que as participações no mercado externo não devem ser vistas como esporádicas. Por meio desse pensa- mento, os estudiosos da área apontam que existem quatro tipos de empresas que seguem a mesma postura antes de se tornarem, de fato, exportadoras. A seguir, conheceremos essas quatro classificações que, segundo Brasil (2011, p. 13), são: “ Empresa não interessadas – mesmo que exista algum “interesse por parte de clientes estabelecidos no exterior, a empresa prefere vender exclusivamente no mercado interno”. 1 Estudar o mercado externo em busca de possibilidades reais de negócios. Analisar qual a melhor estratégia de vendas para cada mercado. Compreender a legislação dos países com os quais haverá uma negociação. Organizar a parte administrativa necessária e estar atento ao controle de qualidade. Conhecimento técnico dos incentivos oferecidos pelo governo. Calcular o preço de exportação, levando em consideração a concorrência. Os produtos devem ser despachados de acordo com as amostras enviadas e deve-se utilizar a linguagem comercial adequada ao produto e mercado de destino. Ao divulgar seu produto, a propaganda deve estar alinhada ao mercado no qual seu produto será vendido, para que haja sucesso nessa operação é necessário que se avalie os usos e costumes de cada região. Cumprir todos os prazos acordados durante a etapa de negociação. 2 3 4 5 6 7 8 9 Figura 1 - Pontos fundamentais do plano de exportação / Fonte: adaptado de Ludovico (2018a). U N ID A D E 2 44 Empresa com interesse parcial – alguns pedidos recebidos de clientes no exterior são atendidos, “mas não estabelece plano consistente de exportação”. Empresa exportadora de forma experimental – organização que vende apenas para países vizinhos, “pois os considera praticamente uma extensão do mercado interno, em razão da similaridade dos hábitos e das preferências dos consumidores, bem como das normas técnicas adotadas”. Empresa exportadora ativa – essa organização “modifica e adapta seus produtos para atender a mercados no exterior”. A exportação aca- ba fazendo “parte da estratégia, dos planos e do orçamento da empresa”. Percebemos que nem todas as empresas querem e estão dispostas a atuar no mercado internacional, existem diversos processos que devem ser analisados e incorporados à rotina de uma organização para que ela possa exportar. Entretanto, é importante que fique claro que, mesmo não atuando de forma ativa nas exportações, essas mudanças são benéficas e poderiam melhorar o desempenho, também, no mercado interno. E como anda o cenário do comércio exterior brasileiro? Você já parou para analisar como andam as exportações? Apesar do cenário adverso da eco- nomia global atual, a balança comercial brasileira registrou crescimento do volume das exportações. Acesse o link a seguir e fique por dentro! conecte-se Para as empresas que pretendem exportar de forma ativa, existem alguns aspectos importantes que devem ser levados em consideração, conforme veremos a seguir: “ a. [ao buscar o mercado internacional], as empresas não devem considerar a exportação como atividade esporádica, vinculada às flutuações do mercado interno. [Ou seja, parte] de sua produção deve ser sistematicamente destinada ao mercado externo; b. a empresa exportadora precisa [ter] condições de atender sem- pre [aos pedidos] dos seus clientes no exterior; https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6194 U N IC ES U M A R 45 c. a concorrência internacional é [formada por um número maior] de exportadores do que de importadores. No mundo, outros forne- cedores potenciais buscarão conquistar os mercados já ocupados pelas empresas brasileiras; d. [as empresas brasileiras] devem saber utilizar os mecanismos fiscais e financeiros [disponibilizados] pelo Governo, a fim de au- mentar o grau de competitividade de seus produtos; e e. [é importante que] todas as comunicações recebidas de impor- tadores externos [sejam] respondidas, mesmo que, em determina- do momento, o exportador não tenha interesse ou condições de atender aos pedidos recebidos. O bom diálogo com os importado- res, tanto efetivos como potenciais, prepara o campo para vendas futuras (BRASIL, 2011, p. 14). Considerando os aspectos apresentados, fica claro que a exportação é um processo que requer preparo e exige da empresa que exista comprometi- mento para que as transformações necessárias sejam feitas, e a organização alcance o patamar da concorrência internacional. Dessa forma, é necessário que os gestores fiquem atentos aos principais erros que podem acontecer nas exportações, os quais estão listadas na figura a seguir: ERROS COMUNS NA EXPORTAÇÃO 1 - Esquecer as diferenças culturais entre os países e não fazer uma pesquisa de mercado. 2 - Selecionar o parceiro comercial errado e elaborar um contrato comercial ou de representação que não leva em conta a legislação e as práticas comer- ciais do país que importará. 3 - Não conhecer as normas relacionadas à parte aduaneira e de defesa do consumidor do país importador. 4 - Emitir documentos errados e atrasar a entrega desses documentos ao importador. 5 - Falta de uma estrutura adequada para exportar e falta de prestadores de serviços adequados. Figura 2 - Erros comuns na exportação / Fonte: adaptado de Ludovico (2018a, p. 21). U N ID A D E 2 46 Conhecendo essas informações a respeito do processo de exportação e a sua im- portância, caro(a) aluno(a), você deve estar pensando que, por tamanha estrutura e pela quantidade de etapas e processos, a exportação só possa ser realizada por grandes empresas, mas não é bem assim. Hoje, contamos com órgãos, estruturas e diversos materiais de apoio para que toda a empresa que se interessa pelo mer- cado internacional possa se preparar e exportar seus produtos. Para saber mais sobre os principais processos e trâmites das exportações passo a passo, acesse o site e baixe o guia completo sobre o processo ex- portador brasileiro: conecte-se 2 CONCEITOS E ATRIBUTOS DA IMPORTAÇÃO Levando em consideração que, em uma economia globalizada, nenhum país consegue atender sozinho à demanda de sua população, chegou a hora de falar- mos sobre a importação, um processo tão importante quanto a exportação e que também precisa ser conhecido. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6195 U N IC ES U M A R 47 A importação acaba por ser responsável por suprir demandas que o país não consegue atender, bem como trazer bens de capital necessários para as indústrias e, ainda, ajuda na modernização econômica, pois estimula a competição no mer- cado (LUDOVICO, 2018b). Assim, Brasil ([2021], on-line) define que: “ A importação é o ingresso seguido de internalização de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Em termos legais, a mercadoria só é considerada importada após sua internalização no país, por meio da etapa de desembaraço aduaneiro e do recolhimento dos tributos exigidos em lei. O processo de importação pode ser divi- dido em três fases: administrativa, fiscal e cambial. Diante dessa definição, conheceremos melhor as três fases do processo de im- portação: ■ Fase administrativa: compreende processos e exigências de órgãos de governo para que a importação seja efetiva. Eles podem variar de acordo com o tipo de operação e de mercadoria, sendo conhecidos como licen- ciamento das importações. ■ Fase fiscal: é quando acontece o tratamento aduaneiro pelo despacho de importação, processo no qual é verificado se os dados apresentados pelo importador em relação às mercadorias importadas, aos documentos apresentados e à legislação específica são exatos, para que, assim, ocorra o desembaraço aduaneiro da mercadoria. Essa etapa ocorre em locais espe- cíficos assim que a mercadoria chega ao Brasil, incluindo o recolhimento dos tributos devidos na importação. Depois de concluídoo desembaraço aduaneiro, a mercadoria é considerada importada e pode ser liberada para o mercado interno. ■ Fase cambial: temos a operação de compra de moeda estrangeira desti- nada a realizar o pagamento das importações (quando há esse pagamen- to), é processada por entidade financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar em câmbio (BRASIL, [2021]). U N ID A D E 2 48 Conhecendo um pouco mais sobre os processos da importação, é importante que saibamos por quais motivos devemos importar. Seguiremos a perspectiva de quatro áreas, as quais veremos a seguir, de acordo com Ludovico (2018a). Produto Finanças Mercado Serviços diretos e indiretos Acessar novas tecnologias. No mercado interno esse item é escasso ou não existe. Pela qualidade superior do item. Por vaidade. Diante de uma calamidade pública. Para conhecer, ou aprimorar práticas de mecanismos e fontes de pagamentos internacionais. Para obter recursos e �nancia- mentos externos. Por resultados �nanceiros e por instrumento de garantia. Acessar preços de outros mercados ou concorrentes. Acessar às novas tendências do mercado. Ter contato com outras culturas. Para ter acesso a fusões, aquisições ou participações. Participar de feiras e eventos desse segmento de mercado. Ampliar e diversi�car os serviços que são atrelados ao produto. Por conta de novas empresas e aumento da oferta no mercado. Por novas tecnologias e serviços disponibilizados aos importadores. Por empresas que podem capacitar e colocar no mercado novos importadores e pro�ssionais quali�cados. Figura 3 - Principais motivos para importar / Fonte: adaptado de Ludovico (2018a, p. 111). Sabendo disso, é importante ter em mente, antes de fazer uma importação, qual produto será importado: esse produto é de qualidade? Além disso: não há produ- to nacional como esse? A empresa que decide importar precisa responder essas perguntas antes de fechar um negócio internacional. Quer conhecer mais sobre o processo de importação de produtos estrangei- ros? Conhecer os processos, as normas administrativas e os procedimentos aduaneiros? Acesse o link a seguir e conheça todos esses processos! conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6196 U N IC ES U M A R 49 Ao entender melhor os conceitos de exportação e importação, é possível com- preender a importância de realizar negócios no mercado internacional. Para que isso aconteça da melhor maneira possível para as empresas e para o país, existem diversos órgãos de apoio e processos que precisam ser utilizados. Entretanto, mesmo com todos os avanços obtidos até o momento, ainda existem empresas e gestores que não se deram conta de que a internacionalização é um instrumento muito importante para o desenvolvimento do país. Diante disso, Ludovico (2018a, p. 18) faz o seguinte apontamento: “ O problema reside em uma mudança de mentalidade que ainda não ocorreu. Excessiva burocracia, regras fiscais e tributárias, falta de infraestrutura adequada para que a logística seja aplicada de forma rápida e moderna com custos que não influenciem no preço final do produto exportado, educação empresarial, cultura internacio- nalizada pelos gestores, entre outros. A internacionalização precisa ser encarada como um processo complexo e que demanda preparo das empresas. Nesse intuito, Dias e Rodrigues (2012, p. 169) discorrem que: 3 INTERNACIONALIZAÇÃO COMO VANTAGEM COMPETITIVA U N ID A D E 2 50 “ As empresas que dedicam exclusivamente suas produções ao mer-cado interno sofrem e sofrerão fatalmente a concorrência das em-presas estrangeiras, dentro de seu próprio território, vindo a perder parte ou até mesmo a total participação desse mercado. Para que isso não aconteça, as empresas terão que se modernizar e se tornar competitivas, em escala internacional. Com as eliminações das bar- reiras tanto alfandegárias como não alfandegárias que protegiam nossas indústrias, a internacionalização vem a ser o caminho natural para que as empresas brasileiras se mantenham vivas e competitivas. Portanto, a internacionalização da empresa consiste em participar ativamente nos mercados externos. É possível compreender a necessidade da adoção de uma cultura exportadora para que o país prospere no mercado internacional e as empresas acreditem no potencial de seus produtos. Para isso, podemos apontar alguns dos impactos positivos que a internacionalização causa nas empresas segundo a Apex-Brasil ([2021]): 1. Aumentar o valor da marca por estar presente no mercado internacional. 2. Aumentar a capacidade de atendimento e resposta aos clientes globais. 3. Vantagem diante de concorrentes internos que ainda não são interna- cionalizados. 4. Maior proximidade com seus consumidores finais. 5. Reduzir riscos devido à diversificação de mercados. 6. Acessar fatores de produção mais baratos. 7. Economia de escala. Já os benefícios alcançados pela empresa por conta da internacionalização, ainda segundo a Apex-Brasil ([2021]), são: 1. Adquirir novos conhecimentos de mercado. 2. Elevar seu nível técnico. 3. Desenvolver novos produtos/serviços. 4. Aumentar a fonte de receitas do país de origem e exterior. 5. Maior controle sobre canais de distribuição e venda no mercado externo. U N IC ES U M A R 51 Perceba, caro(a) aluno(a), que a internacionalização de uma empresa traz muitas vantagens e possibilidades, mas, uma vez que a organização escolhe se internacionalizar, é preciso que se atente aos riscos desses processos, pois quanto mais se investe na internacionalização, mais expectativa de sucesso se cria, porém maior o risco que se corre. Você já parou para pensar se empresas como a Coca-Cola, o McDonald’s e a Toyota não tivessem expandido suas produções para o mercado internacional? Elas são exemplos de empresas globalizadas. pensando juntos Diante disso, devemos conhecer as principais estratégias para ingressar no mer- cado internacional, as quais, para Kotler (2003, p. 516), são: “ Exportação: que constitui a forma mais simples de participar do mercado internacional, pois as variáveis assumem seu menor nível. O risco sobre o investimento é muito pequeno, da mesma forma que o nível de serviço também será menor. Normalmente são empresas que apenas exportam para outro país, e não oferecem serviços de pós-venda, e que provavelmente não recebem informações de retor- no sobre as impressões do mercado sobre o produto. Pois, envia seu produto para empresas interessadas em vendê-lo ganhando assim distribuidores no país importador. Joint venture: também conhecidas como associações estratégicas entre empresas: podem assumir diversas configurações, podem acontecer através da simples licença de utilização de uma marca própria através da contratação de serviços terceirizados para a con- fecção do produto naquele mercado, segundo os requisitos da con- tratante. A joint venture normalmente tem um prazo determinado, onde as organizações envolvidas não param de operar nos mercados de origem, apenas criam uma empresa para atuar em determinado momento. Também ocorre a utilização das joint ventures para fazer a soma de competências com o intuito de lançar um novo produto, desenvolver um novo processo ou ainda pesquisar novos materiais ou tecnologias. As joint ventures também são utilizadas para com- U N ID A D E 2 52 partilhar investimentos comuns entre concorrentes, por exemplo quando acontece a criação de infraestrutura em áreas específicas de um país, como telefonia celular ou outros. Investimento direto: é a forma onde se corre o maior risco, mas de maior potencial de lucros e menor distância em relação ao cliente final. O investimento pode ser feito com a instalação de uma planta fabril completa, ou somente uma planta desenvolvida para executar processos de montagem de produtos, exportados do país de origem para o país de destino através de kits de componentes. Direta Indireta Exportação Joint venture Investimento direto Instalações de fabricação (subsidiárias)Instalações de montagens (CKD/ SKD/ IKD) Licenciamento Fabricação sob contrato Administração sob contrato Propriedade conjunta Nível de comprometimento, risco, controle, potencial de lucro e nível de serviço Figura 4 - Estratégias de internacionalização / Fonte: adaptada de Kotler (2003, p. 516). Dessa forma, caro(a) acadêmico(a), depois de conhecer as opções que as empresas têm para atuar no mercado internacional e os benefícios que alcançará, ao optar pela internacionalização, fica mais claro que esse é um caminho válido para per- manecer no mercado e alcançar novas margens de lucro, aumentando sua com- petitividade. Por isso, é de grande importância que saibamos identificar qual é a melhor opção diante dos cenários mercadológicos que surgem ao longo dos anos. Para ter mais informações a respeito da internacionalização e o apoio nessa jornada, acesse o link a seguir e conheça os programas de disponíveis. conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6197 U N IC ES U M A R 53 No último tópico desta unidade, falaremos sobre a gestão da cadeia de su- primentos global, como ela impacta as operações das empresas e qual é a sua importância para o mercado internacional. Para isso, começaremos relem- brando o conceito de gestão da cadeia de suprimentos que, para David (2016, p. 37-38), seria: “ A gestão da cadeia de suprimentos é um termo muito amplo; inclui funções de logística doméstica e internacional e envolve o gerenciamento das relações com fornecedores e clientes (do- mésticos e estrangeiros) e, em certo grau, das relações destes com seus próprios fornecedores e clientes. O gerenciamento lida com toda a cadeia de suprimentos, na tentativa de garantir o fluxo de mercadorias do primeiro fornecedor até o consumidor final, sem maiores incidentes. A gestão da cadeia de suprimentos inclui planejamento e gestão de todas as atividades relativas à compra e aprovisionamento, conversão e gerenciamento logístico. Igual- mente importante, também inclui a coordenação e colaboração com parceiros de distribuição, que podem ser fornecedores, in- termediários, prestadores de serviço terceirizados e clientes [...] 4 SUPPLY CHAIN: CADEIA DE SUPRIMENTOS GLOBAL U N ID A D E 2 54 Com o intenso movimento de globalização e da internacionalização das empresas, o mundo vive, hoje, conectado. Muitas organizações ficam de olho em melhorar seu desempenho para obter maiores lucros. Para isso, utilizam algumas estratégias e parcerias com fornecedores de outros países. Dessa forma, a gestão da cadeia de su- primentos global entra em foco, pois qualquer erro cometido em um processo que se desenrola no mercado internacional acaba onerando toda a cadeia de abastecimento, refletindo em um cliente insatisfeito. Diante disso, David (2016, p. 37) nos mostra que: “ Uma característica da gestão da cadeia de suprimentos é sua natureza essencialmente global; quase todas as empresas terceirizam um per-centual de sua produção no exterior ou vendem para clientes loca- lizados em outros países. Mesmo que a empresa não faça isso, seus fornecedores ou clientes o fazem. Em 2006, a Forbes publicou que o carro americano mais típico (o Mustang, da Ford) tinha 35% de seus componentes produzidos fora do país. Por sua vez, o Toyota Sienna, minivan japonesa vendida nos Estados Unidos, era feito com 90% de peças norte-americanas. Dessa forma, é possível compreender que, em uma economia globalizada, a gestão da cadeia de suprimentos é extremamente importante, e, para que ela funcione de forma adequada, é necessário que haja cooperação e informação. É necessário que se faça uma logística integrada e colaborativa, a fim de alcançar a proposta de agregar valor nas entregas ao cliente. Já parou para pensar como é o processo de abastecimento de uma indústria? Imagine se alguns componentes forem importados! Como serão realizados os processos para que o produto chegue até o consumidor? Esses são aspectos da gestão da cadeia de suprimentos global. pensando juntos Ou seja, pode-se dizer, de maneira simples, que a gestão da cadeia de suprimentos envolve e integra a gestão do negócio e tem por objetivo atender e entregar valor ao cliente final. Para isso, todos os processos — desde o pedido, passando pelo atendi- mento do fornecedor, transportes, compras, armazenagem, enfim, todas as partes envolvidas nesse processo — devem ser gerenciados para que agreguem valor. U N IC ES U M A R 55 Prezado(a) acadêmico(a), chegamos ao final de mais um capítulo. Espero que tenha aproveitado bem as informações desta unidade. Até breve! Qual a lição da pandemia Covid-19 para a cadeia de suprimentos global? Quando o coronavírus ainda estava restrito ao território chinês (janei- ro/2020), muitos, inclusive no Brasil, pensaram que o problema não cruza- ria as fronteiras internacionais, que seria controlado como ocorreu com o SARS, em 2003. Acesse o artigo completo no site: conecte-se CONSIDERAÇÕES FINAIS Encerramos a Unidade 2 do nosso material, na qual apresentamos o conceito de exportação, bem como suas vantagens e os processos que são de extrema impor- tância para o desenvolvimento das empresas e do país. Além de entender como e o porquê de exportar e os pontos que devem ser levados em consideração antes de enviar um produto para o mercado estrangeiro. Também, discorremos sobre os conceitos de importação, em que entendemos que esse processo também é necessário para que as empresas se mantenham atualizadas e não acabem perdendo espaço diante das empresas estrangeiras que tentam ganhar o mercado nacional brasileiro e para que o consumidor tenha sua demanda atendida com qualidade e da melhor maneira possível. Falamos a respeito da internacionalização das empresas ao apresentar quais as possibilidades das organizações atuarem no mercado externo, assim como pude- mos entender as vantagens que a organização que decide atuar no mercado interna- cional pode alcançar ao entender os processos que a internacionalização promove. Por último, também foi possível entendermos o papel da gestão da cadeia de suprimentos global e como ela impacta o dia a dia das empresas nacionais e internacionais, bem como o impacto nas entregas feitas ao consumidor. Dessa forma, é possível visualizar como ela pode ser utilizada pelas organizações para que se tenha mais competitividade perante a concorrência do mercado. Conhecendo esses conceitos, estamos prontos para entender melhor as ques- tões burocráticas ligadas ao comércio exterior e à logística internacional, que serão apresentadas no próximo capítulo deste livro. Espero que continue sua jornada do conhecimento. Até breve! https://administradores.com.br/artigos/qual-a-li%C3%A7%C3%A3o-da-pandemia-covid19-para-a-cadeia-de-suprimentos-global 56 na prática 1. Para Dias e Rodrigues (2012, p. 169), a “ exportação é a venda ou envio de produtos para fora do país, estado, cidade”. Exportar é uma opção para as empresas que que- rem aumentar seus lucros e expandir suas operações a fim de não ficarem reféns do mercado interno ou, até mesmo, da concorrência internacional. DIAS, R.; RODRIGUES, W. Comércio exterior: teoria e gestão. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Diante disso, analise as afirmações a seguir sobre as vantagens da exportação. I - Aumento da produtividade, aumento da carga tributária e aumento da capaci- dade de produção da empresa. II - Melhora a captação de recursos financeiros e melhora a imagem da empresa. III - Aperfeiçoa colaboradores e os processos industriais e comerciais da empresa. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 57 na prática 2. As exportações são muito importantes para o país, pois promovem seu desenvolvi- mento econômico, trazendo divisas internacionais e fazendo com que as empresas nacionais se atualizem para se manter competitivas. Assim, analise as asserções a seguir sobre as classificações da exportação. I - A exportaçãoé a maneira mais fácil de atuar no mercado internacional, pois o risco sobre o investimento feito é pequeno, assim como o nível de serviço também será menor. Porque II - O investimento pode ser feito com a instalação de uma planta fabril completa ou somente com uma planta desenvolvida para executar processos de montagem de produtos. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa para a I. b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa para a I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 3. A importação é o ingresso seguido de internalização de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Em termos legais, a mercadoria só é considerada importada após sua internalização no país, por meio da etapa de desembaraço aduaneiro e do recolhimento dos tributos exigidos em lei. O processo de importação pode ser dividido em três fases: administrativa, fiscal e cambial. Analisando esse conceito, discorra sobre as três fases da importação. 58 na prática 4. O processo de internacionalização de uma empresa pode trazer diversos benefícios, mas também é necessário que a gestão da empresa esteja atenta aos riscos do investimento. Para tanto, é necessário que se conheça as principais estratégias de ingresso no mercado internacional. Diante do exposto, aponte quais são as princi- pais estratégias e discorra sobre cada uma delas. 5. A gestão da cadeia de suprimentos é um termo muito amplo, inclui funções de logís- tica doméstica e internacional e envolve o gerenciamento das relações com forne- cedores e clientes (domésticos e estrangeiros) e, em certo grau, das relações destes com seus próprios fornecedores e clientes. Assim, analise as afirmações a seguir. I - Uma característica da gestão da cadeia de suprimentos é sua natureza essen- cialmente global. II - A gestão da cadeia de suprimentos compreende todos os esforços feitos para trazer o produto do cliente para a empresa, para que seja feita a destinação correta deste item. III - A gestão da cadeia de suprimentos inclui planejamento e gestão de todas as atividades relativas à compra e aprovisionamento, conversão e gerenciamento logístico. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 59 aprimore-se NOVE PASSOS PARA SUA EMPRESA IMPORTAR PRODUTOS A importação de produtos por empresas segue uma série de passos que passam desde a legalização da sua situação até os documentos que irão permitir a liberação da mercadoria no país. No entanto, também é preciso prestar atenção nas boas práticas, como o conhe- cimento mais detalhado dos fornecedores e a correta precificação do produto. Estes nove passos abaixo são relacionados a importações que ultrapassem US$ 3 mil. 1. Situação legalizada O primeiro passo para o empreendedor que deseja importar e exportar bens é cer- tificar-se de que sua empresa está devidamente constituída, legalizada e em con- dições essenciais para que ela realize a transação. Sendo assim, é preciso que o CNPJ da empresa esteja em situação regular e que esteja incluído no objeto social a atividade de importação e exportação. ■ Confira o Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral no site da Receita Federal 2. Habilitação no SISCOMEX (RADAR) O Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) é um instrumento informati- zado, por meio do qual é exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro. É uma ferramenta facilitadora, que permite a adoção de um fluxo único de informações, eliminando controles paralelos e diminuindo significativamente o volume de documentos envolvidos nas operações. O Siscomex promove a integração das atividades de todos os órgãos gestores do comércio exterior, inclusive o câmbio, permitindo o acompanhamento, orientação e controle das diversas etapas do processo exportador e importador. Uma vez a empresa constituída e legalizada, toda pessoa física ou jurídica deve http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CNPJ/cnpjreva/Cnpjreva_Solicitacao.asp http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CNPJ/cnpjreva/Cnpjreva_Solicitacao.asp http://www.portalsiscomex.gov.br/ 60 aprimore-se comparecer a uma unidade da Receita Federal a fim de providenciar sua habilitação para utilizar o Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), também conhe- cida como habilitação (ou senha) no Radar. Recomenda-se que você contrate um despachante aduaneiro, registrado e habi- litado no Siscomex, para acompanhar os processos legais de importação. ■ Saiba mais sobre o processo de habilitação no SISCOMEX 3. Procura por fornecedores estrangeiros Outro aspecto relevante é verificar se o fornecedor irá entregar seu bem devida- mente. Sendo assim, é essencial levantar dados de potenciais fornecedores com capacidade para atender sua demanda com qualidade. ■ Saiba como identificar fornecedores estrangeiros 4. Pedido de cotação e definição da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) Para conseguir definir o NCM, é necessário solicitar aos fornecedores escolhidos a cotação do produto e informações sobre pedido mínimo. O NCM possui 8 dígitos e está contido na Fatura Comercial (documento internacional emitido pelo exporta- dor que, no âmbito externo, equivale à Nota Fiscal). O Siscomex e a Receita Federal disponibilizam simuladores de tratamento tribu- tário e administrativo das importações, no qual você poderá conferir, por meio do NCM, as alíquotas dos impostos incidentes na sua importação, bem como os valores de frete, seguros, taxas administrativas e alfandegárias para estimar custos do pro- cesso e as exigências para o desembaraço do produto. 5. Elaboração da planilha de custos A planilha de custos permite ao empresário verificar a viabilidade econômica do negócio. O preço final para o mercado interno será obtido adicionando-se ao preço https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-como-se-habilitar-para-usar-o-siscomex,ed899e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-identificar-fornecedores-estrangeiros,fa60438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD https://siscomex.desenvolvimento.gov.br/tratamento/private/pages/consulta_tratamento.jsf http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/ 61 aprimore-se FOB (free on board, ou seja, livre a bordo, o preço do produto antes de embarcar) os seguintes custos: ■ Frete Internacional ■ Seguro de Transporte Internacional ■ Imposto de Importação ■ Imposto sobre Produtos Industrializados ■ PIS/PASEP ■ COFINS ■ Despesas Bancárias ■ Taxas Portuárias ■ Taxas de Armazenagem ■ ICMS ■ Despachante Aduaneiro ■ Frete Interno 6. Inspeção da fábrica do fornecedor Para maior segurança, é importante verificar a qualidade do processo de produção e a capacidade produtiva do fornecedor. Certificados, normas de segurança, condi- ções de maquinário, investimentos, entre outras informações se fazem necessárias para optar pelo fornecedor mais adequado para fechar negócio. 7. Negociação com o fornecedor e INCONTERMS Feito o contato e estabelecidas as condições de operação, o importador deve solici- tar ao exportador estrangeiro a remessa de um documento que formaliza o preço praticado na operação, condição de venda (INCOTERMS), a modalidade de paga- mento e o prazo de entrega da mercadoria, porque a qualquer época a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) pode solicitar do importador informações ou a docu- mentação pertinente. 62 aprimore-se 8. Licenciamento de Importação (LI) Há possibilidade do produto exigir Licenciamento de Importação ou não. Para sa- ber se a importação pretendida requer licenciamento, é necessário consultar o Si- mulador de TratamentoAdministrativo de Importação do sistema do SISCOMEX. Nele, você também poderá conferir quais órgãos do governo são responsáveis pela anuência. Em caso afirmativo, ele deverá ser emitido sob a anuência do órgão brasileiro competente para analisar o tipo de produto que será importado. Caso a importação não precise do LI, basta registrar a Declaração de Importação (DI). Além disso, o importador deve verificar se a operação pretendida está enqua- drada nos termos dos artigos 14 e 15 da Portaria Secex nº 23/2011, que disciplinam as situações em que há licenciamento automático e não automático (em ambas si- tuações, fez-se necessário registrar LI). Por fim, ressaltamos que uma LI pode ser composta por uma ou mais anuências. Acesse a página do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) que contém informações gerais sobre importação e verifique em qual situação o produto se enquadra. 9. Documentos que permitem a liberação da mercadoria Após o embarque, o exportador remete, de acordo com a modalidade de pa- gamento convencionada, os documentos que permitem ao importador liberar as mercadorias na alfândega brasileira. Dentre esses documentos destacam-se: ■ Conhecimento de embarque ■ Fatura comercial ■ Certificado de origem (quando o produto for objeto de acordos internacio- nais) ■ Certificado fitossanitário (quando exigido pela legislação brasileira). Fonte: Sebrae (2017, on-line). https://siscomex.desenvolvimento.gov.br/tratamento/private/pages/consulta_tratamento.jsf https://siscomex.desenvolvimento.gov.br/tratamento/private/pages/consulta_tratamento.jsf https://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/declaracao-de-importacao/registro-da-di/introducao http://portal.siscomex.gov.br/legislacao/biblioteca-de-arquivos/secex/portaria-no-23-de-14-de-julho-de-2011 http://www.mdic.gov.br/images/REPOSITORIO/secex/decex/CGIM/2017.02.20_Site-MDIC_Informaes-Gerais.pdf 63 eu recomendo! Manual Prático de Comércio Exterior Autor: German Segre Editora: Atlas Sinopse: este livro oferece uma visão abrangente do comércio internacional, expondo suas formas, envolvimento e implicações dentro do ambiente profissional e de aprendizado acadêmico. Os autores — professores, estudiosos e profissionais de áreas diversas do comércio exterior brasileiro — enfatizam conceitos básicos, adotando um critério que facilita o estudo da disciplina, principalmente, para o curso de comércio exterior. A obra aborda perspectiva, discernimento, compreensão e de- senvolvimento das habilidades necessárias à gestão por excelência. Além disso, esta edição foi atualizada de acordo com a Lei n. 12.815/2013, que regulamenta o funcionamento do setor Portuário no Brasil — Lei dos Portos. livro O Aprendendo a Exportar tem seu conteúdo voltado ao aprendizado dos procedimentos operacionais da exportação, com abordagem de di- versas áreas temáticas de interesse do exportador e características que possibilitam a usuários de diferentes níveis de conhecimento a obtenção de informações de acordo com o grau de interesse: conecte-se http://www.aprendendoaexportar.gov.br/ 3 ADUANA E COMÉRCIO EXTERIOR PROFESSORA Esp. Louise Nauck PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Território Aduaneiro • Despacho Aduaneiro e Canais de Parametrização • Regimes Aduaneiros Especiais. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Mostrar a definição de território aduaneiro e apresentar os principais recintos aduaneiros • Apresentar a definição de despacho aduaneiro, mostrar os principais processos utilizados pela Logística Internacional e compreender o processo de parametrização de cargas • Identificar os principais regimes aduaneiros utilizados no comércio exterior brasileiro. INTRODUÇÃO Bem-vindo(a) à Unidade 3 do nosso livro de Logística Internacional. Agora que estamos mais acostumados aos termos e significados de ex- portação e importação, é necessário que conheçamos os aspectos buro- cráticos relacionados ao comércio exterior. Dessa forma, conheceremos algumas definições relacionadas ao comércio exterior, como a de terri- tório aduaneiro, seus limites e suas funções, assim como os principais recintos aduaneiros utilizados para as operações do comércio exterior. Serão apresentados alguns dos processos administrativos e ferra- mentas de controle que permitem que as operações do comércio ex- terior brasileiro funcionem de forma adequada. Poderemos, também, conhecer melhor os processos de despacho aduaneiro e os canais de parametrização utilizados no desembaraço das mercadorias de impor- tação e exportação. Também, estudaremos os regimes aduaneiros espe- ciais que são aplicados às negociações do comércio exterior brasileiro e poderemos entender como cada um pode ser utilizado em busca de mais competitividade diante do mercado internacional. Esses conceitos, caro(a) aluno(a), são fundamentais para que as ope- rações de comércio exterior se realizem. Diante disso, é necessário que conheçamos, de forma mais aprofundada, quais ferramentas podem ser utilizadas e quais processos devem ser seguidos para que a operação da empresa que se aventura no mercado internacional possa ser realizada com sucesso. Aproveite bem esta unidade, as informações disponibili- zadas e procure saber ainda mais sobre esse tema que é tão importante para a competitividade das nossas empresas! U N ID A D E 3 66 1 TERRITÓRIO ADUANEIRO Prezado(a) acadêmico(a), agora que conhecemos as principais características dos processos de importação e exportação, precisamos nos aprofundar mais sobre os processos aduaneiros e as ferramentas utilizadas no comércio exterior brasileiro. Diante disso, é importante conhecermos a definição do território aduaneiro que Segre (2018, p. 41) nos apresenta como “todo o território nacional, estando dividido, para fins de jurisdição dos serviços aduaneiros, em ‘Zona Primária’ e ‘Zona Secundária’”. A aduana, também conhecida como alfândega, é controlada pelo Governo Federal e é responsável pelo controle de todos os produtos que entram e saem do país, assim como é responsável pela cobrança dos tributos gerados a essas mercadorias. Conheça a aduana brasileira no vídeo a seguir: conecte-se Dessa forma, podemos compreender que o território aduaneiro é composto por um único sistema aduaneiro vigente, ou seja, o território nacional (terra, mar e águas e o espaço aéreo) obedece apenas a um sistema aduaneiro. No Brasil, temos apenas uma exceção, que é a Zona Franca de Manaus, que tem regras aduaneiras diferenciadas das demais. O território aduaneiro é dividido de duas formas que, segundo o site Apren- dendo a Exportar (BRASIL, [2021a], on-line), são: https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6200 U N IC ES U M A R 67 “ A zona primária compreende: a área, terrestre ou aquática, con-tínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados; a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados; a área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados. A zona secundária corresponde: à parte restante do território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo. TERRITÓRIO ADUANEIRO ZONA PRIMÁRIA ZONA SECUNDÁRIA Pontos Alfandegados Aeroporto Alfandegados Pontos de Fronteira Alfandegados Terminais Alfandegados Águas Territoriais Espaço Aéreo Áreas Terrestres Figura 1 - Território aduaneiro / Fonte: Brasil ([2021a], on-line). Diante disso, sobre a zona primária, Segre (2018, p. 41) discorre que: “ A zona primária compreende as faixas internas de portos e aeroportos, recintos alfandegados e locais habilitados na fronteira terrestre, bem como outras áreas nas quais se efetuem operações de carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de passageiros, proce- dentes ou destinados ao exterior. Essa zona é demarcada pela autorida- de aduaneira local, ouvidor ou órgão ou empresa a que esteja vinculada a administração do porto, aeroporto ou estaçãode fronteira. Já sobre a zona secundária, Segre (2018, p.42) destaca que: “ Os recintos alfandegados na Zona Secundária são os entrepostos, de-pósitos, terminais ou outras unidades destinadas ao armazenamento de mercadorias importadas ou destinadas à exportação, que devam movimentar-se ou permanecer sob controle aduaneiro, incluindo-se também as dependências destinadas ao depósito de remessas postais internacionais sujeitas ao mesmo controle. U N ID A D E 3 68 Por meio das definições apresentadas, podemos identificar os principais re- cintos aduaneiros que, segundo Brasil ([2021b], on-line), são: ■ Aeroportos terminais de carga. ■ Aeroportos terminais de passa- geiros. ■ Portos. ■ Pontos de fronteira. ■ Portos secos. ■ CLIAs – Centros Logísticos e Industriais Aduaneiros. ■ REDEX – Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação. ■ Remessas internacionais. E, ainda, existem outros recintos adua- neiros segundo Brasil ([2021b, on-line]): ■ ACI – Área de Controle Inte- grado. ■ Bases militares. ■ Lojas francas. ■ Remessas expressas. ■ Silos e tanques. Figura 2 - Principais recintos aduaneiros / Fonte: Brasil ([2021b], on-line). Para saber quais são os recintos aduaneiros de sua região, consulte o site da Receita Federal pelo link a seguir: conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6201 U N IC ES U M A R 69 Após entender mais sobre o conceito de território aduaneiro e sobre as atribui- ções das zonas primárias e secundárias, o próximo passo é conhecer o conceito de despacho aduaneiro, que pode ser descrito como um processo fiscal obrigatório, no qual são desembaraçadas as mercadorias de importações e exportações e que é conduzido pela Receita Federal. O despacho aduaneiro engloba a conferência dos itens importados e expor- tados, ou seja, é feita a verificação do produto x e da documentação apresentada, a fim de averiguar se as informações estão corretas. Para que esse processo fun- cione, existem etapas e procedimentos padronizados que devem ser seguidos. Diante disso, caro(a) acadêmico(a), conheceremos melhor os processos de des- pacho aduaneiro e os canais de parametrização na importação e na exportação. 2 DESPACHO ADUANEIRO E CANAIS DE PARAMETRIZAÇÃO U N ID A D E 3 70 Despacho aduaneiro e parametrização na importação No site da Receita Federal (2014a, on-line), encontramos a seguinte definição: “ Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro. Diante disso, verifica-se que todos os produtos importados, de forma defini- tiva ou não, devem passar pelo processo de despacho de importação, que é realizado com base nas informações apresentadas à unidade aduaneira res- ponsável. De acordo com a Receita Federal (2014a, on-line): “ O despacho aduaneiro de importação é processado com base em declaração. A declaração de importação, regra geral, é processada no Siscomex, por meio de Declaração de Importação (DI), Decla- ração Única de Importação (Duimp) ou Declaração Simplificada de Importação (DSI eletrônica). No entanto, existem exceções, em razão da natureza da mercadoria, da operação e da qualidade do importador, em que o despacho de importação é processado sem registro no Siscomex por meio de Declaração Simplificada de Importação (DSI formulário). O despacho aduaneiro na importação pode ser realizado tanto na zona primá- ria como na zona secundária. Os procedimentos são iniciados na data em que o registro da declaração de importação é feito. Esse registro consiste em uma numeração da RFB, emitida pelo SIXCOMEX (RECEITA FEDERAL, 2014a). Dessa forma, por meio do cruzamento de informações, conhecido como parametrização, o Siscomex capta as DIs registradas e direciona para um dos quatro canais de conferência aduaneira (RECEITA FEDERAL, 2014b, on-line), que são: U N IC ES U M A R 71 “ Canal Verde: onde ocorre o desembaraço de forma automática da mer-cadoria, sendo dispensado a verificação documental e a avaliação física da mercadoria. Mas mesmo que a DI seja selecionada para canal verde, no Siscomex, poderá ser feita a conferência física ou documental, quando forem apontadas possibilidades de irregularidade na importação; Canal Amarelo: onde realiza-se o exame dos documentos, e se não forem encontradas irregularidades, acontece então o desembaraço aduaneiro, nesse caso também fica dispensada a verificação física da mercadoria. Caso a descrição da mercadoria esteja incompleta na DI, é necessário a verificação física dos itens para que seja feita a identificação de todos os itens e a correção da classificação fiscal ou da origem declarada. Dessa forma, pode-se condicionar a conclusão do exame documental à verificação física da mercadoria; Canal Vermelho: onde mercadoria só é desembaraçada depois da conferência dos documentos e da verificação física da mercadoria; Canal Cinza: onde os documentos devem ser conferidos, assim como a verificação física da mercadoria e a aplicação de procedi- mento especial de controle aduaneiro, para verificar indícios de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria (RECEITA FEDERAL, 2014b, on-line). CANAL VERDE Desembaraço automático. CANAL AMARELO Vistoria documental. CANAL VERMELHO Vistoria documental e física dos produtos. CANAL CINZA Vistoria documental e física dos produtos, mais a análise do valor aduaneiro. Quadro 1 – Canais de parametrização para importação / Fonte: a autora. No link a seguir, você encontra diversas informações sobre os tratamentos administrativos na importação, sobre legislação básica, sistemas e muitos outros! Confira: conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6202 U N ID A D E 3 72 Despacho aduaneiro e parametrização na exportação O despacho aduaneiro nas exportações também ocorre por meio do Siscomex. No site da Receita Federal (BRASIL, [2021c], on-line) encontramos a seguinte informação: “ Despacho de exportação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à merca-doria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao desembaraço aduaneiro da mercadoria e a sua saída para o exterior. Assim, ainda no site da Receita Federal (BRASIL, [2021d], on-line), encontramos as informações a seguir sobre o despacho aduaneiro de exportação: “ O despacho aduaneiro de exportação poderá ser processado com base em Declaração Única de Exportação (DU-E), formulada, por meio do Portal Único de Comércio Exterior, no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Portal SISCOMEX) [...]. A DU-E é um documento eletrônico que contém informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal e logística, que caracterizam a operação de exportação dos bens por ela amparados e definem o enquadramento dessa operação [...]. A DU-E servirá de base para o despacho aduaneiro de exportação [...], em substituição aos atuais Registro de Exportação (RE), De- claração de Exportação (DE) em suas versões na web e no Grande Porte e Declaração Simplificada de Exportação (DSE). U N IC ES U M A R 73 As informações constantes da DU-E servem de base para o controle aduaneiro e administrativo das operações de exportação, inclusi- ve realizados posteriormente ao embarque de exportação, e serão base para os dados estatísticos das exportações do Brasil (BRASIL, [2021d], on-line). Diante disso, verificamos que a parametrização de canais da exportação ocorre de forma parecida com a de importação, porém existem apenas três canais para con- ferência que, no site da Receita Federal (BRASIL, [2021e]), são descritos como: ■ Canal verde: o sistema realiza o desembaraço automático da declaração, não sendo obrigatória a conferência aduaneira. ■ Canal laranja: ocorre o procedimentoobrigatório — exame documental feito pela fiscalização aduaneira. ■ Canal vermelho: ocorrem os procedimentos obrigatórios — análise de documentos e verificação da mercadoria, feitos pela fiscalização aduaneira. CANAL VERDE Desembaraço automático. CANAL LARANJA Vistoria documental. CANAL VERMELHO Vistoria documental e física dos produtos. Quadro 2 - Canais de parametrização para exportação / Fonte: a autora. Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes online e aprenderá de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor. conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6203 U N ID A D E 3 74 Chegamos ao último tópico desta unidade, na qual pudemos conhecer os principais processos administrativos e as normas aduaneiras utilizadas no comércio exterior brasileiro. A partir disso, falaremos sobre os regimes aduaneiros especiais, que são de extrema importância para a competitividade brasileira no comércio internacio- nal. Assim, Brasil ([2021f], on-line) define que os regimes aduaneiros são “ Assim chamados por não se adequarem à regra geral do regime co-mum de importação e de exportação. Apresentam como característica comum a exceção à regra geral de aplicação de impostos exigidos na importação de bens estrangeiros ou na exportação de bens nacionais (regimes comuns de importação e de exportação), além da possibili- dade de tratamento diferenciado nos controles aduaneiros. São exemplos de Regimes Aduaneiros Especiais o Drawback, o Trân- sito Aduaneiro, a Exportação Temporária e o Entreposto Aduaneiro. Os regimes especiais são utilizados em operações de comércio exterior e po- dem trazer algumas vantagens em relação a benefícios fiscais, como isenção ou suspensão total ou parcial de tributos. Isso acontece pela necessidade de manter a competitividade entre certas regiões ou ramos da indústria nacional. Assim exposto, conheceremos melhor cada um desses regimes. De acordo com o site da Receita Federal (BRASIL, [2021g], on-line), tem-se: 3 REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS U N IC ES U M A R 75 O regime de admissão temporária é dividido em três tipos, segundo Brasil ([2021g]): ■ Admissão temporária com suspensão total do pagamen- to de tributos: é o regime que permite a importação de bens que permanecerão no País, du- rante prazo determinado, com suspensão total do pagamento dos tributos incidentes na importação. ■ Admissão temporária para utilização econômica: é o regime que per- mite a importação, por prazo estabelecido, de bens destinados à utilização econômica no País mediante o pagamento dos tributos federais incidentes na importação, proporcionalmente, ao tempo de sua permanência no território aduaneiro. ■ Admissão temporária para aperfeiçoamento ativo: é o regime que permi- te a entrada da mercadoria de forma temporária no país. Neste caso, ocorre a suspensão do pagamento dos tributos, dos itens importados ou desnacio- nalizados que serão utilizados em operações de aperfeiçoamento de ativo com destino à exportação. O Carnê ATA consiste em um documento em papel que garante a admissão temporária de mercadorias importadas no país, assim como garante a suspensão do pagamento das taxas e tributos de importação em determinado prazo esta- belecido para a permanência dos itens em território nacional. Esse documento aduaneiro tem valor jurídico e identifica os bens que serão beneficiados por esse regime durante a permanência no país (BRASIL, [2021g]). A exportação temporária permi- te o envio de mercadorias nacionais ou nacionalizadas com a suspensão dos pagamentos de tributos de exportação para itens que serão reimportados em determinado período e com a condi- ção de que estejam no mesmo estado de quando saíram do país. Esse regime também permite a volta de itens sem o Fonte: adaptada de Brasil ([2021g], on-line). Fonte: adaptada de Brasil ([2021g], on-line). U N ID A D E 3 76 pagamento dos impostos de importação, desde que os produtos voltem ao País no mesmo estado em que foram exportados (BRASIL, [2021g]). No Entreposto Industrial sob Controle Aduaneiro Informatizado (Re- cof) e no Entreposto Industrial sob Controle Informatizado do Sistema Público de Escrituração Digital (Recof-Sped), as empresas que importam po- dem utilizar o benefício da suspensão de tributos ao importarem itens que serão utilizados na industrialização de mercadorias que serão exportadas ou vendidas no mercado interno. Também, existe a possibilidade de que uma parte da mercadoria que utiliza esse regime seja enviada para consumo no estado em que foi importada ou onde foi realizado o processo de industrialização (BRASIL, [2021g]). No entreposto aduaneiro, na im- portação ou na exportação, os produ- tos podem ser armazenados em recintos alfandegados, podendo utilizar alguns benefícios, como a suspensão de impos- tos federais aplicados ao comércio exte- rior ou, também, benefícios ligados ao processo de exportação de mercadorias. Podem utilizar esse benefício os itens im- portados, desnacionalizados, nacionais e nacionalizados (BRASIL, [2021g]). O REPETRO é um regime tri- butário especial que visa apoiar as atividades de exploração, desenvol- vimento e produção de petróleo e de gás natural. Sobre esse regime adua- neiro especial, encontramos, no site da Receita Federal (2014c, on-line) as seguintes definições: Fonte: adaptada de Brasil ([2021g], on-line). Fonte: adaptada de Brasil ([2021g], on-line). “ a-) Repetro: é o regime aduaneiro especial que permite a importa-ção temporária de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural. Este regime se encerrará em 31/12/2020 (IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 1º; art. 23, § 1º); e U N IC ES U M A R 77 b-) Repetro-Sped: é o regime tributário especial e regime aduaneiro especial de utilização econômica de bens destinados às atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e de gás natural. Este regime estará vigente até 31/12/2040. Atualmente, encontramos essa divisão dentro do regime Repetro, o qual pode- mos considerar como uma atualização do regime, que passa a abranger novos pontos, além disso foi publicada a Lei nº 13.586, de 2017, responsável pela criação de dois novos regimes: Repetro-Sped Definitivo e Repetro-Industrialização (RECEITA FEDERAL, 2014c). No trânsito aduaneiro, a mercado- ria pode ser transportada, sob controle, dentro do território aduaneiro, utilizan- do o benefício da suspensão dos impos- tos cobrados. Esse processo é feito desde o local de origem até o local de destino, a partir do desembaraço feito na origem e que é finalizado com o recebimento no local de destino (BRASIL, [2021g]). Existem, ainda, outros regimes que são utilizados para o comércio exterior brasileiro e que conferem benefícios às empresas, no intuito de fomentar as opera- ções de exportação e importação e aumentar a competitividade das organizações brasileiras. Diante disso, no site da Receita Federal (BRASIL, [2021g], on-line), encontramos as seguintes definições: Depósito afiançado: é o regime em que é possível estocar mercadorias com a suspensão de impostos federais, do PIS/PASEP-Importação e do CO- FINS-Importação para itens que são importados e não têm cobertura cambial, sendo destinados ao reparo ou à manutenção de embarcações e aeronaves que pertençam a empresas que têm autorização para realizar transportes comer- ciais internacionais (BRASIL, [2021g]). Depósito alfandegado certificado: neste regime, são considerados exporta- dos, em todos os efeitos (fiscais, cambiais e creditícios), os itens nacionais deposi- tados em recintos alfandegados que forem vendidos para outros países e que, por conta do contrato firmado, têm sua entrega feita no território nacional à ordem do comprador (BRASIL, [2021g]). Fonte: adaptada de Brasil ([2021g], on-line). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13586.htm U N ID A D E 3 78 Depósito especial: neste regime, é permitidaa armazenagem de partes ou peças, componentes e materiais de reposição ou manutenção para veículos, maquinários, equipamentos, aparelhos e instrumentos nacionais e estrangeiros que foram nacio- nalizados ou não e que serão utilizados nas atividades definidas pelo regulamento aduaneiro, utilizando o benefício de suspensão de impostos federais, PIS/PASEP-Im- portação e COFINS-Importação (BRASIL, [2021g]). Depósito franco: nesse regime, é permitida a estocagem em recinto alfandega- do de mercadoria estrangeira visando ao atendimento do fluxo comercial de países vizinhos a países terceiros (BRASIL, [2021g]). Drawback: esse regime oferece suspensão ou eliminação de impostos de pro- dutos que são importados e utilizados na fabricação de itens que serão exportados. Esse regime serve como incentivo às exportações, reduzindo os custos da produção e possibilitando maior competitividade aos produtos nacionais perante o mercado internacional. Esse benefício é tão importante que, nos últimos anos, chegou a 29% do todo o benefício fiscal concedido pelo Governo Federal (BRASIL, [2021g]). Diante disso, conheceremos melhor cada uma das modalidades de drawback, que são: ■ Isenção: ocorre a isenção dos impostos que incidem sobre os produtos im- portados que serão utilizados na industrialização de itens que serão expor- tados, deve-se observar a quantidade e qualidade equivalentes à reposição de mercadorias importadas anteriormente em que ocorreu o pagamento de tributos (BRASIL, [2021g]). ■ Suspensão: ocorre a suspensão dos tributos incidentes na importação de mercadoria a ser utilizada na industrialização de produto que deve ser ex- portado (BRASIL, [2021g]). ■ Restituição: ocorre a restituição de impostos pagos na utilização de in- sumo importado para a confecção de produtos que serão exportados, esse tipo de drawback praticamente não é mais utilizado. Esse incentivo à exportação compreende, basicamente, as modalidades de isenção e suspensão (BRASIL, [2021g]). Loja franca: conhecido, também, como Duty Free, esse regime possibilita a abertura de pontos comerciais em portos e aeroportos alfandegados de zona primária para a realização de vendas de itens nacionais e importados sem que sejam cobrados os impostos, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira. A partir de 2012, está permitida a abertura de lojas francas nas fronteiras terrestres em cidades que ficam na fronteira do Brasil com outros países (BRASIL, [2021g]). U N IC ES U M A R 79 Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Es- trutura Portuária - REPORTO: neste regime, existe a permissão para importar máquinas, equipamentos, peças de reposição e outros bens, aplicando a suspensão do pagamento do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação quando esses itens são importados diretamente pelos beneficiários do regime, com destino ao ativo imobilizado da empresa e com o uso exclusivo na execução de serviços especificados no regulamento aduaneiro (BRASIL, [2021g]). Regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais Ainda, existem os regimes aduaneiros utilizados em locais específicos, criados para o atendimento de situações econômicas únicas, que ficam em polos regionais e que estão ligados a alguns setores do comércio exterior, os quais conheceremos a seguir. ■ Zona Franca de Manaus – ZFM É considerada uma área de livre comércio onde podem ser feitas as operações de importação e exportação utilizando-se de incentivos fiscais especiais. Ela foi criada com o objetivo de criar no interior da Amazônia, um centro comercial, agropecuário e industrial, com possibilidades econômicas que permitam seu desenvolvimento, por conta de fatores locais e da grande distância que se encontram os centros consumi- dores de seus produtos (BRASIL, 2008). ■ Áreas de Livre Comércio – ALC Essas áreas foram criadas no intuito de promover o desenvolvimento de cida- des que fazem fronteira com outros países, localizadas na Amazônia Ocidental, em Macapá e Santana, visando à integração dessas áreas ao restante do país por meio de benefícios fiscais parecidos com os da Zona Franca de Manaus, como, por exemplo, a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Essas áreas têm por objetivo principal a melhoria da fiscalização de entrada e saída de mercadorias, o fortalecimento do setor comercial, a abertura de novas empresas e a geração de emprego (SUFRAMA INVEST, [2021]). ■ Zona de Processamento de Exportação – ZPE Essas áreas são caracterizadas pelo livre comércio com o exterior e são destinadas U N ID A D E 3 80 à instalação de empresas voltadas para a produção de produtos a serem exportados para outros países, dessa forma, são consideradas zonas primárias para efeito de controle aduaneiro. As indústrias instaladas em ZPEs têm acesso a tratamentos tri- butário, cambial e administrativo específicos. Para o país, espera-se que tenham um impacto positivo sobre as exportações de bens e sobre a captação de investimentos estrangeiros diretos, o benefício de obter mais tecnologia para o parque industrial brasileiro, assim como o fomento e a geração de empregos e o desenvolvimento econômico e social da nação (BRASIL, 2020a). Prezado(a) acadêmico(a), finalizamos, aqui, mais uma unidade do nosso livro, o qual está cheio de informações importantes para enriquecer ainda mais a sua vida profissional. Espero que aproveite e nos vemos na próxima unidade! CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) acadêmico(a), chegamos ao final desta unidade. Nela, fomos apresenta- dos a diversos conceitos que são de suma importância para as operações de comér- cio exterior e que envolvem a logística em muitos aspectos, os quais as empresas de- vem conhecer a fim de aumentar a sua competitividade no mercado internacional. Pudemos entender melhor o conceito de território aduaneiro, sua jurisdição e competências, bem como os conceitos de zona primária e zona secundária. Além disso, conhecemos, também, os principais recintos alfandegados onde as operações de comércio exterior podem ser realizadas. Ainda neste capítulo, tivemos a oportunidade de conhecer melhor o conceito de despacho aduaneiro de importação e de exportação e a sua importância para as operações do comércio exterior brasileiro. Também, discorremos sobre o processo de canais de parametrização de importação e exportação, processo obrigatório para que as operações sejam realizadas. Na sequência, começamos a entender melhor o conceito de regimes aduaneiros especiais que podem ser utilizados de forma estratégica pelas empresas que se aven- turam no comércio exterior, tanto na importação quanto na exportação. O conhe- cimento sobre esses regimes é indispensável aos gestores da área para que possam buscar agilidade e competitividade no mercado. Diante disso, esperamos que essas informações sejam bem utilizadas por você, caro(a) aluno(a), de forma que possa agregar ainda mais em sua vida profissional. Pesquise, aprofunde-se nas ferramentas indicadas, elas são essenciais para os profis- sionais e empresas que desejam atuar no comércio exterior. Até breve! 81 na prática 1. Território aduaneiro é a definição utilizada para determinar um espaço em que existe autoridade em um país. Esse espaço pode ser uma faixa de terra, o espaço aéreo e as águas territoriais e pode ser dividido em duas zonas: primária e secun- dária. Assim, discorra sobre as zonas primária e secundária e cite exemplo de cada uma delas. 2. Toda empresa que decida por importar matérias-primas deve estar ciente dos pro- cedimentos para o desembaraço aduaneiro realizado pela Receita Federal brasileira. Diante disso, analise as afirmativas a seguir sobre o despacho de importação. I - Todas as mercadorias importadas, de forma definitiva ou não, devem passar pelo processo de despacho de importação. II - O despacho de importação pode ser feito apenas em recintos alfandegados de zona primária.III - Os canais de parametrização da importação são o verde, amarelo, vermelho e cinza. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. A parametrização é de responsabilidade da Receita Federal brasileira, é um processo presente tanto na importação como na exportação e tem por objetivo analisar se o que foi declarado na documentação está de acordo com as regras estabelecidas, bem como avaliar se o produto é condizente com o que foi colocado nos docu- mentos. Dessa forma, analise as afirmações a seguir sobre a parametrização de exportação. I - Na exportação, existem quatro canais de parametrização, que são o verde, amarelo, laranja e vermelho. II - Quando uma mercadoria é classificada no canal vermelho, ela passa por con- ferência documental e, também, física dos produtos. 82 na prática III - Os produtos classificados nos canais verde e laranja passam, obrigatoriamente, pela verificação documental. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. Os regimes aduaneiros especiais estão dispostos no Regulamento Aduaneiro Bra- sileiro e têm por objetivo trazer benefícios fiscais para as empresas que atuam com operações de comércio exterior. Analisando o trecho anterior, discorra sobre os benefícios apresentados pelos re- gimes aduaneiros especiais e cite alguns exemplos de regimes que podem ser uti- lizados pelas empresas brasileiras. 5. Este regime aduaneiro especial é conhecido por incentivar fiscalmente a operação de exportação das empresas brasileiras. Ele pode conceder a suspensão ou eliminação de alguns tributos de matérias-primas importadas que são utilizadas em produtos finais que serão exportados pelas empresas brasileiras. Analisando ao trecho anterior, o regime aduaneiro citado corresponde ao(à): a) Drawback. b) Admissão temporária. c) Exportação temporária. d) Zona Franca de Manaus. e) Depósito alfandegado certificado. 83 aprimore-se MUDANÇAS NA LEI DOS PORTOS TRARÃO MAIS DINAMISMO E COMPE- TITIVIDADE AO SETOR Nova legislação aperfeiçoa a MP 945/2020, editada em abril para garantir o funcio- namento dos portos durante a pandemia da Covid-19 Com o objetivo de conferir maior eficiência e dinamismo à gestão dos por- tos públicos no país, foi sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsona- ro, nesta terça-feira (25/8), o Projeto de Conversão em Lei da Medida Provisó- ria (MP) nº 945/2020, que traz importantes adaptações à Lei de Portos (Lei nº 12.815/2013). A MP 945 foi proposta pela Presidência da República em abril, criando me- didas especiais, com o objetivo de garantir durante a pandemia da Covid-19 o funcionamento dos portos – uma atividade considerada essencial. O processo teve apoio das equipes do Ministério da Infraestrutura e contou com a parceria da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI) do Mi- nistério da Economia, que ajudaram a desenhar o aperfeiçoamento das regras para o setor. O que muda A MP foi convertida hoje na Lei nº 14.047/2020. As adaptações trazidas pelo Par- lamento trarão mais flexibilidade na gestão dos portos públicos, favorecendo a racionalização do uso do espaço, a atração de investimentos, além de aumento da eficiência e expansão da capacidade de movimentação de cargas. Conheça as principais alterações: ■ Liberdade de preços – Mudanças na redação no art. 3º da Lei de Portos reforçam a lógica de liberdade de preço nas operações portuárias, repri- mindo práticas prejudiciais à competição e abuso do poder econômico. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Mpv/mpv945impressao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Mpv/mpv945impressao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L14047.htm 84 aprimore-se ■ Simplificação – Alterações importantes foram realizadas no sentido de simplificar e flexibilizar os contratos de arrendamentos de instalações por- tuárias, visando desburocratizar processos. Deixam de ser consideradas cláusulas essenciais dos contratos: reversão de bens; adoção de medidas de fiscalização aduaneira de mercadorias, veículos e pessoas; forma de fis- calização das instalações, dos equipamentos e dos métodos e práticas de execução das atividades, bem como a indicação dos órgãos ou entidades competentes para exercê-las. ■ ANTAQ – A norma esclarece a competência da Agência Nacional de Trans- portes Aquaviários (ANTAQ) em regulamentar outras formas de ocupação e exploração de áreas e instalações portuárias não previstas na legislação específica, o que lhe confere mais ferramentas para incentivar o uso de áreas ociosas nos portos. ■ Dispensa de licitação – Criou-se a possibilidade de dispensa de licitação quando for comprovado que há um único interessado na exploração da área, após a realização de um chamamento público pela autoridade por- tuária. Antes, para atender aos ritos legais de arrendamento portuário, era necessário percorrer todos os trâmites e controles necessários para a realização de licitação, processo que leva cerca de dois anos até a assina- tura de um contrato, mesmo quando não havia competição – algo relativa- mente frequente no setor, dado que mais de 60% da demanda por arren- damentos portuários são para movimentação de cargas de empresas com operação verticalizada. 85 aprimore-se ■ Uso temporário – A licitação não será obrigatória para o regime de ex- ploração de áreas denominado uso temporário, permitindo que interes- sados testem a viabilidade de movimentar cargas sem mercado consoli- dado por meio de contrato com prazo máximo de 48 meses. Na hipótese de haver mais de um interessado e não ser possível alocar a todos, a administração portuária promoverá processo seletivo simplificado para escolher o projeto que melhor atenda ao interesse público e do porto. Transcorrido o prazo de quatro anos, se a exploração da nova carga se mostrar viável, o governo realizará uma licitação padrão para o arrenda- mento. ■ Segurança jurídica – Os contratos firmados entre os concessionários do porto organizado, que exercem o papel de administração portuária pri- vada, e terceiros serão regidos pelas normas de direito privado, o que reforça a segurança jurídica e aumenta a atratividades das concessões. ■ Serviço essencial – O novo texto muda a legislação dos trabalhadores portuários e inclui a categoria como serviço essencial. Além disso, a es- calação diária de trabalhadores avulsos deverá ser realizada por meio eletrônico (aplicativo de celular), evitando as aglomerações geradas pela escalação presencial nos portos. Fonte: Brasil (2020b, on-line). 86 eu recomendo! Comércio Exterior: Teoria E Gestão Autor: Reinaldo Dias e Waldemar Rodrigues Editora: Elsevier Sinopse: este livro constitui um curso básico de comércio exte- rior, pois aborda, de forma integrada, aspectos que envolvem estudos relacionados com os negócios internacionais. Possibilita que diversas disciplinas o adotem simultânea e/ou sequencial- mente. Está dividido em três partes. A primeira parte trata da construção do sis- tema internacional de comércio. A segunda parte foca os procedimentos práticos do comércio exterior, envolvendo todos os procedimentos administrativos e as técnicas necessárias para seu ótimo desempenho. E a última parte estuda formas de manter e implementar as negociações internacionais. livro Interessado(a) em conhecer os dados, balanços e análises do comércio exterior brasileiro? Então, acesse o site da Receita Federal: Aduana e fique por dentro dos resultados das operações brasileiras: conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6204 4 LOGÍSTICA INTERNACIONAL PROFESSORA Esp. Louise Nauck PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Logística Internacional e o Co- mércio Exterior • Principais Modais de Transporte Utilizados no ComércioExterior • Seguro e Custos no Transporte Internacional • Incoterms 2020. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar os principais conceitos de Logística Internacional e como a sua utilização pode se dar de forma estratégica • Discorrer sobre os principais modais de transporte utilizados no comércio exterior • Identificar os principais tópicos relacionados ao frete e seguro internacionais, bem como os custos do transporte internacional • Descrever os Incoterms 2020 e a sua atuação perante as negociações internacionais. INTRODUÇÃO Seja bem-vindo(a) ao quarto capítulo do nosso livro de Logística In- ternacional. Até aqui, caro(a) aluno(a), tivemos a oportunidade de co- nhecer um pouco mais sobre as etapas do comércio internacional que nos mostraram como os acontecimentos globais moldaram o mercado internacional até chegarmos ao atual nível de trocas que hoje pode- mos observar. Dessa forma, chegou o momento de discorrermos sobre a logística internacional e os processos pertinentes ao seu escopo. As empresas podem utilizá-la como forma de se tornar um diferencial competitivo nos negócios do comércio exterior. Poderemos entender melhor os modais mais utilizados no comér- cio exterior, as suas vantagens e desvantagens, assim como poderemos aprender qual é o melhor momento para a sua utilização e como deve ser feita a escolha pelo melhor meio de transporte para cada operação. Nesta unidade, também, conheceremos os principais tópicos relacio- nados ao frete e ao seguro internacionais, e serão apresentados os prin- cipais custos relacionados ao transporte internacional, os quais devem ser levados em conta nas negociações do comércio exterior. Por fim, falaremos sobre os Incoterms, que são os Termos Interna- cionais do Comércio, e sobre qual é a sua relação com as negociações no comércio exterior, bem como os impactos que causam na logística internacional. Desta forma, caro(a) acadêmico(a), poderemos conhecer os prin- cipais tópicos relacionados à logística internacional e como a sua utilização nos negócios internacionais é relevante para o sucesso das operações do comércio exterior. Por isso, espero que você aproveite as informações deste capítulo para expandir sua visão em relação à logís- tica internacional. U N IC ES U M A R 89 1 LOGÍSTICA INTERNACIONAL E O COMÉRCIO EXTERIOR Agora que conhecemos os aspectos burocráticos ligados ao comércio exterior e que fazem parte, também, dos processos logísticos, é hora de discutirmos sobre a Logística Internacional e os seus principais tópicos. Veja, caro(a) aluno(a), com o avanço da globalização econômica, em que pude- mos observar o aumento de acordos e trocas internacionais, as empresas se viram diante da necessidade de se tornarem mais eficientes em busca de aumentar a sua competitividade no mercado internacional. Para isso, foi necessário que conceitos como o de gestão da cadeia de suprimentos e de logística internacional fizessem parte das operações e do dia a dia das organizações. Assim, David (2016, p. 38) discorre que: “ A gestão da cadeia de suprimentos é um termo muito amplo, inclui funções de logística doméstica e internacional e envolve o gerencia-mento das relações destes com seus próprios fornecedores e clientes. O gerenciamento lida com toda a cadeia de suprimentos, na tenta- tiva de garantir o fluxo de mercadorias do primeiro fornecedor até o consumidor final, sem maiores incidentes. U N ID A D E 4 90 Podemos perceber que a logística internacional é responsável por diversos processos que ligam empresas, fornecedores e clientes em várias partes do mundo, portanto sua gestão se torna extremamente importante. Dessa forma, David (2016, p. 38) nos apresenta que: “ A logística internacional atua de modo paralelo para fornece-dores e clientes estrangeiros. Ela inclui outras atividades, como liberação na alfândega, controle de documentos e embalagem internacional, porém sua principal função se concentra no mo- vimento físico das mercadorias: dos fornecedores para a empresa e da empresa para os clientes. O fato de as mercadorias estarem em território internacional faz que realizar essas atividades seja uma tarefa muito mais complexa. Ao compreender esses conceitos, fica mais fácil o entendimento sobre as ati- vidades que são específicas da logística internacional, pois a gestão dessas atividades deve ser feita de forma diferenciada em relação às atividades reali- zadas no mercado interno. Diante disso, existem alguns pontos que devem ser levados em consideração em relação às atividades da logística internacional, os quais são apresentados por David (2016, p. 39) a seguir: “ . Existem diferenças na infraestrutura da logística internacional, dessa forma, além das diferenças culturais e linguísticas entre os países, é necessário que os gestores estejam atentos aos desafios impostos pelas diferentes infraestruturas dos mercados. . Por conta da distância entre os mercados as decisões relaciona- das ao transporte são mais complicadas; além disso, é necessário que a empresa esteja atenta aos diferentes tipos de transportes e documentos para transportes que devem ser utilizados em cada operação. E ainda, devem levar em conta que o tempo de deslo- camento é bem maior do que o realizado no mercado interno. U N IC ES U M A R 91 . A quantidade de intermediários envolvidos nas operações interna- cionais é bem maior, existem instituições bancárias, seguradoras e fretadores, além dos governos dos países envolvidos na negociação, dessa forma, deve-se levar em conta as diferentes exigências buro- cráticas de cada um desses participantes. . Para que o transporte internacional seja bem executado é neces- sário que os gestores conheçam as mais diversas opções de embala- gens, a fim de diminuir os riscos e danos no envio das mercadorias. . O seguro internacional acaba sendo mais complexo visto que, em determinadas situações existe a possibilidade de uma dupla inter- pretação de sentido no que foi redigido no contrato. . As dificuldades no pagamento internacional também são maiores, pois existe um alto risco de inadimplência bem como a flutuação do câmbio que deve ser observada para que a empresa não acabe tendo prejuízo. . Por existirem diversos pontos de interseção e diversas trocas de responsabilidades, as operações no mercado internacional são bem mais complicadas. Além disso, existe muita burocracia nos proces- sos de alfândega. Nesse sentido, para que uma operação internacional aconteça, existem alguns ele- mentos que devem ser observados e dominados pelos responsáveis pela logística. São demonstrados por Giacomelli et al. (2018, p. 21) a seguir: “ Conhecimentos legais e tratados de comércio: A execução de uma operação de logística internacional envolverá uma complexi-dade burocrática e legal substancialmente maior que uma operação nacional. É usual a contratação de assessorias jurídicas ou consul- torias especialistas nos processos de importação e exportação [...] U N ID A D E 4 92 Estratégias de transportes intermodais: A operação normal- mente envolverá, pelo menos, dois diferentes modais de transporte. Dentro do país de origem, os transportes ferroviário e rodoviário são os mais comuns e costumam levar os itens até os portos ou aeroportos, de onde serão despachados via avião ou navios para o país de destino [...] Alternativas de securitização de transporte: Como as distâncias são mais extensas e normalmente cruzam diversos países ou zonas territoriais, a contratação do seguro também é um aspecto perten- cente ao escopo da logística internacional. A responsabilidade pelo seguro pode ser do comprador ou do vendedor, variando conforme contratação de Incoterm escolhida. Alternativas de armazenagem: O transporte internacional ou, até mesmo, um processo de produção com etapas em diferentes países. Os termos multimodalidade e intermodalidade são utilizados para nomear operações que utilizam mais de um modal de transporte na entrega de uma carga. Na intermodali-dade, faz-se a emissão de um documento para cada modal de transporte utilizado; já na multimodalidade, ocorre a emissão de apenas um documento de transporte que cobrirá todo o percurso da carga. conceituando Compreendendo melhor os processos realizados na logística internacional, per- cebemos, caro(a) aluno(a), que as empresas que empregam esforços para que suas operações internacionais sejam bem sucedidas utilizam a gestão da cadeia de suprimentos de forma integrada à logística internacional, pois esses processos são essenciais para que a operação aconteça desde o fornecedor de matéria-prima até o consumidor final, agregando valor aos produtos e serviços prestados. U N IC ES U M A R 93 Ao tratar de negociações internacionais, uma das partes mais importantes para que os negócios sejam satisfatórios para os envolvidos é o transporte. Nesse caso, sabemos que as operações de transporte internacionais exigem muita atenção por parte das empresas e devem ser efetuadas de forma estratégica, a fim de se obter o melhor resultado possível; e, para que isso aconteça, a escolha do modal de trans- porte é essencial. Diante disso, Giacomelli et al. (2018, p. 54-55) apontam que: “ Modais de transporte são os diferentes meios utilizados para realizar a transação de deslocamento de produtos. Para o transporte inter-nacional, os modais podem ser segmentados em quatro grandes categorias: Aquático ou aquaviário, Terrestre, Aéreo e Combinado. A escolha do melhor modal para cada operação é determinada pelo tipo de carga que será transportada, como os grãos, por exemplo, que são transportados a granel e em grandes quantidades e têm um baixo valor agregado, dessa forma, não precisam de condições diferenciadas que exijam um transporte de alto custo e desempenho. Outra forma pela qual se determina o modal de transporte é pelo acesso físico aos países envolvidos na negociação, ou seja, em países sem acesso ao mar, fica impossível a utilização de navios, por exemplo. No Quadro 1, é possível verificar os tipos de cargas compatíveis com cada modal de transporte, segundo Giacomelli et al. (2018, p. 58): 2 PRINCIPAIS MODAIS DE TRANSPORTE utilizados no comércio exterior U N ID A D E 4 94 Cargas Modais Carga geral - exemplos: veículos, maquinários industriais ou blocos de pedra, pneus soltos. Marítimo - ferroviário - rodoviário Carga a granel - exemplos: matérias-primas, como soja, cereais e feijão Marítimo - ferroviário - rodoviário Carga frigorificada - exemplos: frutas e legumes Marítimo - rodoviário - aéreo Carga perigosa: exemplos: gás natural, petróleo Marítimo - rodoviário - dutoviário Quadro 1 – Tipos de cargas e os modais para cada transporte / Fonte: Giacomelli et al. (2018, p. 58). Segre et al. (2018, p. 103) discorrem que: “ O transporte internacional pode ser realizado pelos meios aéreo, marítimo e terrestre, ou pela combinação dos mesmos em uma mes-ma remessa que denominamos Multimodalidade. Cada um possui custos e características operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos. Os critérios para escolha de modais devem sempre levar em consi- deração aspectos de custos, por um lado, e características de servi- ços por outro. Em geral, quanto maior o desempenho em serviços, maior tende a ser o custo do mesmo. Diante disso, podemos visualizar, na Figura 1, um comparativo entre os custos e a eficiência de cada modal. Percebemos, na figura 1, que o modal aéreo é o mais rápido; depois, temos o mo- dal rodoviário, ferroviário e o aquaviário, porém cada ope- ração precisa ser ajustada ao tipo de mercadoria, ao acesso aos países em negociação e ao prazo de entrega, dentre outras características que devem ser analisadas antes da escolha do modal que será utilizado. Custo Tempo Aéreo expresso Aéreo Rodoviário Ferroviário Aquaviário Figura 1 - Custo x eficiência nos transportes Fonte: Segre et al. (2018, p. 103). U N IC ES U M A R 95 Dessa forma, sabemos que os modais hoje utilizados no Brasil são: o ferro- viário, aquaviário, rodoviário, dutoviário, aéreo e, mais recentemente, podemos destacar o modal infoviário. Porém, para a logística internacional e o comércio exterior brasileiro, destacaremos os três modais mais utilizados: o transporte marítimo, o transporte aéreo e o transporte rodoviário. Cada modal oferece uma série de vantagens e desvantagens, as quais veremos a seguir. O conceito de modal infoviário é recente e ganhou destaque com o aumento da utilização da internet, ou seja, trata-se do canal pelo qual são transportadas as informações. No ce- nário atual, existem diversas organizações que trabalham gerando, armazenando e distri- buindo informações. conceituando Transporte marítimo Quando pensamos em comércio internacional, normalmente, lembramos de navios. O transporte marítimo foi o precursor das trocas internacionais, e sua importância é muito grande. Dessa forma, foram criadas diversas normas e pro- cessos que devem ser analisados para que as operações internacionais aconteçam. Diante disso, Ludovico (2018, p. 180) aponta que: “ O transporte marítimo internacional, como elemento fundamental do comércio mundial, é uma atividade econômica regida por uma extensa gama de normas e princípios internacionalmente aceitos. Segundo esses princípios gerais, cada país procura adequar às suas necessidades uma estrutura compatível com seus objetivos. Assim, David (2016, p. 271) destaca que: “ A indústria de transporte marítimo desempenha um papel funda-mental na realização do comércio mundial. Há mais de 50 mil navios mercantes que operam no mundo, registrados em mais de 150 países e operados por mais de um milhão de trabalhadores marítimos de praticamente todas as nacionalidades. As operações dos navios mer- cantes geram uma receita estimada anual de mais de US$ 380 bilhões U N ID A D E 4 96 em mercadorias na economia global e transportam mais de 7,7 bilhões de toneladas de cargas.1 Principalmente porque transporta todas as cargas pesadas, a indústria de transporte marítimo é responsável pelo transporte de 90% do comércio do mundo quando medido pelo peso. A grande utilização do transporte marítimo no comércio exterior se dá pelo fato de que esse tipo de transporte oferece certa flexibilidade em relação aos tipos de cargas que podem ser transportados e, principalmente, pela grande capacidade que tem em relação ao volume transportado. Dentre suas principais vantagens, Giacomelli et al. (2018, p. 55) destacam: “os navios possuem uma grande adap- tabilidade de carga, levando grãos, alimentos, eletrônicos e diversos outros tipos, gerando grandes economias de escala, o que permite drásticas reduções de custo”. Por outro lado, nem sempre é possível utilizar esse tipo de transporte devido a restrições, como a falta de acesso a determinados países pelo mar e, também, pela falta de uma condição portuária apropriada para o recebimento de navios, ou, ainda, por questões relacionadas à demora dos processos realizados nos porto, o que faz com que as empresas utilizem outros modais (GIACOMELLI et al., 2018). Composição do frete marítimo O documento que tem maior importância nas operações marítimas é o conheci- mento de embarque — em inglês, Bill of Lading (BL) —, que serve como um reci- bo de entrega da carga para o transportador, também, como contrato de transpor- te entre o contratante e a companhia marítima escolhida e, por fim, serve como título de propriedade de mercadoria, o qual pode ser negociado e transferido. Além disso, ao utilizar o transporte marítimo, é necessário que a empresa que opte por esse serviço conheça a composição da tarifa do frete marítimo, que tem por base alguns itens, conforme Ludovico (2018, p. 182) nos mostra: “ Frete básico: tarifa aplicada sobre o peso (toneladas) ou cubagem (metro cúbico) ou contêiner. Bunker surcharge (sobretaxa de com-bustível): percentual sobre o frete básico. Taxas adicionais opcionais: congestionamento;porto secundário; travessia de canal (Panamá, Suez); volumes pesados; volumes extra- longos; desvalorização da Moeda do Frete no Destino; outras taxas de acordo com as características do embarque. U N IC ES U M A R 97 Existe, também, o AFRMM – Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante, que é um percentual sobre o frete e é um “instrumento de ação políti- co-governamental que destina-se a atender aos encargos da intervenção da União no apoio ao desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras” (BRASIL, [2021a]). A base do cálculo do AFRMM é feita por meio do valor de remuneração do transporte aquaviário, em que se aplicam as alíquotas a seguir, segundo Brasil ([2021a], on-line): “25% na navegação de longo curso; 10% na navegação de ca- botagem; 40% na navegação fluvial e lacustre, quando do transporte de granéis líquidos nas regiões Norte e Nordeste”. Os portos são importantes instalações para a logística. De acordo com da- dos da ANTAQ, existem, hoje, no Brasil, 175 instalações portuárias de cargas, que incluem portos, terminais marítimos e instalações aquaviárias. Saiba mais acessando o link a seguir: conecte-se Por meio desses apontamentos, podemos compreender que o transporte maríti- mo é fundamental para o desenvolvimento do comércio internacional e que as empresas que pretendem atuar em mercados estrangeiros precisam conhecer as práticas e regras atribuídas a esse meio de transporte. Transporte aéreo O transporte aéreo é muito importante para o comércio exterior. Apesar de não oferecer uma grande capacidade de volumes transportados, esse modal é cada vez mais utilizado por empresas que procuram por mobilidade e rapidez na entrega de suas mercadorias, visto que é um dos meios de transporte mais seguro. Diante disso, David (2016, p. 303) discorre que “ A escala e o escopo do transporte de carga aérea internacional têm crescido ao longo das últimas quatro décadas, impulsionados pela globalização e crescentes expectativas de empresários e consumido- https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6205 U N ID A D E 4 98 res em todo o mundo. Hoje, embora o frete aéreo possa representar apenas 1% do comércio mundial em peso, ele é responsável por aproximadamente 40% do comércio mundial por valor. A demanda pelo frete aéreo também está altamente correlacionada com o PIB mundial, e mais de 75% da carga aérea do mundo é realizada por companhias aéreas não norte-americanas. A opção pelo frete aéreo é definida pela natureza da demanda e pelo tipo de mercadoria. Esse tipo de transporte é mais utilizado para produtos de alto va- lor agregado, com volumes menores ou perecíveis. Esse modal também é van- tajoso quando a demanda é imprevisível, pouco frequente, excede a oferta local ou é sazonal. As empresas também utilizam esse modo de transporte quando existem mais riscos de que a carga seja avariada ou roubada (DAVID, 2016). Diante disso, Ludovico (2018, p. 218) discorre sobre as principais caracterís- ticas do transporte aéreo: ■ É rápido: pois é um transporte seguro para itens que precisam ser entre- gues com urgência. ■ É seguro: pois a taxa de ocorrência de sinistros é muito baixa. ■ É flexível: pois ocorrem as trocas de aeronaves em certos pontos da via- gem (hubs). ■ É limitado: em relação às dimensões da carga/portas da aeronave. ■ Tem um alto custo: se comparado a outros modais. Composição do frete aéreo Para David (2016), a definição das tarifas cobradas para as cargas aéreas interna- cionais é bem mais simples do que a de uma carga marítima. O cálculo do frete aé- reo é feito em cima de dois pontos: peso e volume. Para chegar ao custo de frete de uma mercadoria, as companhias aéreas podem fazer o cálculo de duas maneiras: “ [...] a primeira baseia-se no peso real do carregamento; a segunda, no volume-peso, cálculo baseado no volume da carga. O volume--peso de um carregamento também é chamado peso dimensional. A companhia aérea cobra o valor mais alto entre o volume-peso e o peso real da carga (DAVID, 2016, p. 318). U N IC ES U M A R 99 O principal documento utilizado no modal aéreo é o AWB – Air Waybill, que é composto por três vias originais e não é negociável. Por meio das informações anteriores, percebemos que esse meio de transporte é mais utilizado em operações em que as cargas são pequenas e têm um alto valor agregado. Por isso, os gestores precisam conhecer muito bem os detalhes de suas operações antes de escolher o modal mais apropriado. Transporte rodoviário Chegamos ao modal mais utilizado no Brasil: o transporte rodoviário, que tem suas vantagens e desvantagens, conforme veremos a seguir. De acordo com Ludovico (2018, p. 223), “ A principal característica desse tipo de transporte é a simplicidade de funcionamento. Entre os armazéns do exportador e do importador, a mercadoria sofre apenas duas operações: o embarque, nas instalações do exportador, e a descarga, nas instalações do importador. Com isso, as possibilidades de riscos com manuseio diminuem sensivelmente e há redução de custos com a simplificação de embalagens. Já David (2016, p. 330) discorre que: “ No âmbito mundial, o transporte feito por caminhões ainda é domina-do por uma miscelânea de regras e regulamentações domésticas, que exercem grande influência no modo como a indústria se organiza. Há limites em relação ao número de eixos que um caminhão pode ter, ao peso que ele pode carregar por eixo, ao seu peso total, à sua largura e ao seu comprimento. Além disso, há exigências quanto ao equipamento obrigatório, ao treinamento do motorista e ao número de horas conse- cutivas que esse profissional pode dirigir. Todas essas exigências geram frotas de caminhões ligeiramente diferentes, dependendo do país. Diante dessas definições, começamos a entender a importância desse meio de transporte, bem como os detalhes que devem ser levados em consideração na escolha desse modal. U N ID A D E 4 100 O transporte rodoviário, no Brasil, também é muito utilizado nas negociações internacionais com os países vizinhos. Para que essas operações ocorram da melhor maneira, é necessário que as transportadoras obtenham credenciamentos e registros nos países de origem para, depois, so- licitar as autorizações aos países em que desejam operar (LUDOVICO, 2018). Sobre as vantagens desse modal, podemos destacar a possibilidade de realizar a entrega por- ta a porta, maior flexibilidade no planejamento de cargas e entregas e o custo mais baixo em re- lação ao modal aéreo. Já as suas desvantagens são a capacidade reduzida para carregamento, que prejudica o ganho de escala, além da limitação relacionada à infraestrutura logística de cada país, assim como as diferente regras e restrições observadas em cada país (DAVID, 2016). Os principais documentos utilizados no transporte rodoviário são o Conhecimento de Transporte Internacional por Rodovia (CRT) — que funciona como contrato de transporte terrestre, recibo de entrega da carga e título de crédito — e o Manifesto Internacional de Car- ga – Declaração de Trânsito Aduaneiro (MIC- -DTA) — que serve para amparar as cargas em trânsito aduaneiro na entrada, na saída ou na passagem pelo território nacional, em acordo internacional e na legislação específica (BRA- SIL, [2021b]). Ao conhecer melhor os modais disponíveis, as empresas podem escolher o que mais se adequa às suas operações, por isso, é imprescindível que os gestores procurem conhecer as particularida- des de cada modal, bem como os mecanismos de apoio e a regulamentação de cada um deles. U N IC ES U M A R 101 Em qualquer operação comercial, é necessário que haja uma forma de deixar as empresas mais seguras em relação a determinados riscos. Nas operações internacionais, isso é ainda mais importante devido ao grande número de participantes e processos envolvidos nessas negociações. Diante disso, Dias e Rodrigues (2012, p. 223) definem que: “ [...] o seguroé uma operação entre duas partes, segurado e segurador, coordenada por uma terceira parte, a corretora, de forma que a parte segurada, que aderiu a este propósito, possa resguardar seus bens dos riscos que porventura venham a ocorrer com a mercadoria e ser in- denizada pela seguradora por quaisquer danos que esses bens possam sofrer. O objetivo do seguro é dar à carga proteção contra danos ou perdas, ou seja, repor um dano causado pela ocorrência de um sinistro, pois, se um embarque não segurado sofrer um sinistro, a empresa terá de arcar com os custos envolvidos e a perda poderá, dependendo da situação, significar até uma ameaça para a sobrevivência da empresa. Assim, o seguro engloba operações realizadas entre duas partes, o segurado e o segurador, e é coordenado por uma terceira parte, chamada de corretor, que reali- za o serviço em troca do pagamento do “prêmio”. A seguradora, então, emite uma apólice em que assume os riscos por possíveis avarias ou perdas da mercadoria durante seu transporte (SEGRE et al., 2018). 3 SEGURO E CUSTOS NO TRANSPORTE INTERNACIONAL U N ID A D E 4 102 Dessa forma, Segre et al.(2018) definem que: ■ Para que se realize uma operação de seguro no comércio exterior, é ne- cessário que ocorra uma operação de compra e venda de mercadoria e a utilização de transporte internacional para a mesma. ■ Também, deve-se, no momento da negociação, ser determinado quem deverá se responsabilizar pela e custear a contratação do seguro, o que, normalmente, define-se conforme a modalidade ou o Incoterm escolhido pelas partes. ■ O cálculo do prêmio é feito por meio do percentual sobre o valor dos produtos e definido de acordo com o transporte, natureza da carga, em- balagem, quantidade de manuseios, perecibilidade, destino, distância, período de cobertura, entre outros. Dessa forma, caro(a) acadêmico(a), é de suma importância que as empresas, ao negociarem com parceiros internacionais, fiquem atentas aos processo relaciona- das ao seguro internacional, visto que muitas variáveis, como os tipos de produtos, as embalagens utilizadas, o mercado de origem e destino e o modal que será uti- lizado, acabam interferindo completamente no valor do seguro e nas condições que serão acordadas entre as partes. Custos no transporte internacional O transporte é o principal componente do sistema logístico. Sua importância pode ser medida por meio de, pelo menos, três indicadores financeiros: custos, fatura- mento e lucro. Dessa forma, Segre et al. (2018, p. 103) discorrem que o transporte: “ Representa, em média, 60% dos custos logísticos, 3,5% do fatura-mento e, em alguns casos, mais que o dobro do lucro. Além disso, o transporte tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confia- bilidade e a segurança dos produtos. Os custos logísticos envolvidos nas operações internacionais devem ser muito bem estudados e avaliados pelas empresas, pois, caso não sejam contabilizados corre- tamente, eles podem acabar tornando inviáveis as negociações (CAXITO, 2019). Assim, conheceremos alguns dos custos envolvidos na logística internacional. U N IC ES U M A R 103 Quando falamos em custos nas operações realizadas no mercado interna- cional, devemos ter em mente as políticas protecionistas, principalmente, re- lacionadas às tarifas e aos tributos impostos às operações de importação, e os custos operacionais, relacionados ao transporte, à armazenagem e a outros fatores utilizados para que o transporte das mercadorias aconteça (GIACOMELLI et al., 2018). Diante disso, podemos verificar os principais custos atrelados às opera- ções de importação e de exportação. Segundo Giacomelli et al. (2018, p. 60), na exportação, tem-se: “ . Aluguel de contêiner: Os contêineres são embalagens reutilizá-veis, muito utilizados no comércio internacional, pois mantêm a carga segura e são mais flexíveis na escolha da carga que será trans- portada. Os contêineres geralmente não são da empresa exporta- dora, e sim de empresas especializadas em transporte. . Carregamento: Essa é a operação no momento em que as merca- dorias são colocadas nos navios. Este processo é realizado por em- presas ou funcionários do porto, sendo esse serviço cobrado à parte. . Desembaraço aduaneiro na exportação: Onde são realizados os procedimentos legais que objetivam a regularização da carga. Neste ponto estão incluídas as taxas de nacionalização da mercadoria e os impostos locais. . Despesas portuárias e aeroportuárias: Englobam as taxas e custos cobrados nos portos e aeroportos tanto do país importador como exportador. Algumas das despesas são: taxa de manuseio, despesas de armazenagem no período em que a mercadoria aguardava o de- sembaraço aduaneiro, e em alguns casos seguros para os produtos. . Seguro de Carga: Esse custo vai depender do Incoterm utilizado na negociação, porém normalmente acaba sendo pago pelo vende- dor, pelo menos até a carga estar no navio ou avião. . Transporte interno: Que é o custo do transporte das mercadorias da fábrica até o local de embarque para o país de destino. No Brasil, dependendo da região a operação de envio de grãos para outros países acaba sendo mais vantajosa do que o envio da mercadoria para portos nacionais. U N ID A D E 4 104 Na importação, os custos envolvidos são considerados mais burocráticos, pois os custos operacionais acabam sendo pagos pelo país exportador. Os principais, segundo Giacomelli et al. (2018, p. 61), são: “ . Frete: Que dependendo do Incoterm negociado, pode ficar por conta do importador.. Impostos Federais: Como por exemplo - O Imposto de Im- portação (II), imposto sobre produtos Industrializados (IPI), PIS e Cofins, que podem encarecer o produto em cerca de 20%. . Impostos Estaduais: Como o ICMS (Imposto sobre circula- ção de mercadorias e serviços) que varia de 12% a 20% do valor aduaneiro. . Armazenagem: Ao chegar em um porto ou aeroporto nacional, a mercadoria aguarda o desembaraço aduaneiro, e esse tempo em que fica armazenada aguardando o processo é cobrado uma taxa do importador. . Desembaraço aduaneiro na importação: Os produtos im- portados também precisam ser regularizados e este serviço pode ser realizado por um despachante aduaneiro, que cobrará por este serviço. Ao conhecer os custos envolvidos nas operações internacionais, os quais estão relacionados aos tratamentos administrativos, e com a definição do Incoterm que designa quais os custos e responsabilidades de cada parte, os gestores precisam conhecer o processo de formação de preços seja na exportação, seja na importação, pois é necessário identificar se o produto em questão será competitivo no mercado ou se há a necessidade de alteração na estratégia utilizada (CAXITO, 2019). Diante disso, percebemos que os diversos custos das operações de comér- cio exterior são bem expressivos, portanto cabe às empresas que participam do comércio internacional estarem atentas aos detalhes de cada operação. Ao negociar uma importação ou exportação, os gestores precisam levar em consideração todos esses custos para que as organizações alcancem o tão desejado diferencial competitivo. U N IC ES U M A R 105 Os Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS) são utilizados nas negocia- ções internacionais e servem para padronizar as operações. Em geral, pode-se dizer que os Incoterms são regras internacionais que definem de quem é a responsabilida- de do pagamento do frete, o local de entrega, entre outros pontos muito importantes para o comércio internacional. Diante disso, Segre et al. (2018, p. 59) nos mostra que: “ Os INCOTERMS tratam-se de regras internacionais para a inter-pretação dos termos comerciais fixados pela Câmara do Comércio Internacional (CCI) [...] A CCI instituiu, em 1936, os INCOTERMS que inicialmente fo- ram empregados nos transportes marítimos e terrestres e a partir de 1976, nos transportes aéreos. Mais dois termos foram criados em 1980com o aparecimento do sistema intermodal de transporte que utiliza o processo de unitização de carga . Em 2010, uma nova versão dos INCOTERMS foi instituída contendo onze termos e no Brasil autorizada pela Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) [...] Esses termos são revisados de forma periódica pela CCI (International Chamber of Commerce), dessa forma, a atualização mais recente passou a ser utilizada, no Brasil, em outubro de 2019 e é conhecida como INCOTERMS 2020. Segre et al. (2018, p. 59) discorrem que: 4 INCOTERMS 2020 U N ID A D E 4 106 “ Uma operação de comércio exterior com base nos Incoterms re-duz a possibilidade de interpretações controversas e de prejuízos a uma das partes envolvidas. A importância dos Incoterms reside na determinação precisa do momento da transferência de obrigações, ou seja, do momento em que o exportador é considerado isento de responsabilidades legais sobre o produto exportado. Os Incoterms não definem questões relacionadas à legislação de pontos que não são considerados pelos termos e à forma de pagamento das operações, mas, se- gundo Segre et al. (2018, p. 59), eles regulam os seguintes itens: ■ A distribuição dos documentos. ■ As condições de entrega da mercadoria. ■ A distribuição dos custos da operação. ■ A distribuição dos riscos da operação. Você sabia que os Incoterms não são de uso obrigatório pelas empresas que decidem realizar operações internacionais? Ainda assim, eles são utilizados em quase todas as ne- gociações internacionais! pensando juntos Diante disso, a partir de agora, apresentaremos cada um dos onze Incoterms 2020 e as suas atribuições nas negociações de comércio exterior segundo Brasil ([2021c]). EXW – Ex Works – Na Origem (inserir o local de entrega) O Incoterm Ex Works é considerado o mais simples e o que mais beneficia o exportador, visto que a entrega dos produtos deve ser feita no local em que foi produzido, deixando sob responsabilidade do comprador contratar e pa- gar o transporte e o seguro. Dessa forma, os custos são todos do comprador (BRASIL, [2021c]). ■ O EXW é o termo que exige menor responsabilidade do vendedor, dei- xando-a para o comprador. ■ O termo EX deve ser sempre seguido pela indicação de onde a mercadoria deve ser entregue, por exemplo: ex-fábrica. ■ Modais de transporte utilizados no EXW: todos os modais. U N IC ES U M A R 107 FCA – Free Carrier – Livre no Transportador (inserir local de entrega) O exportador entrega suas obrigações, encerrando sua responsabilidade ao entre- gar os produtos desembaraçados para a exportação para o transportador ou para outra pessoa indicada pelo importador, no local por este escolhido, no país de origem. É possível a utilização de transporte próprio tanto do comprador quanto do vendedor em partes do deslocamento (BRASIL, [2021c]). ■ Modais de transporte utilizados no FCA: todos os modais. FAS – Free Alongside Ship – Livre ao Lado do Navio (inserir o porto de embarque) No Incoterm FAS, o exportador entrega sua obrigação a partir do momento em que os produtos são colocados, desembaraçados para exportação, ao lado do costado do navio transportador que foi indicado pelo comprador. Também pode ser no cais ou em embarcações utilizadas para carregamento da mercadoria, no porto de embarque nomeado pelo comprador (BRASIL, [2021c]). ■ Modais de transporte utilizados no FAS: apenas o modal aquaviário. FOB – Free On Board – Livre a Bordo (inserir o porto de embarque) Um dos Incoterms mais utilizados. Nele, o exportador entrega suas obrigações e tem finalizada a sua responsabilidade no momento em que os produtos são desembaraçados para a exportação e entregues, já prontos, a bordo do navio no porto de embarque, que é indicado pelo importador, no período que foi acordado entre as partes (BRASIL, [2021c]). ■ Modais de transporte utilizados no FOB: apenas o modal aquaviário. CPT – Carriage Paid To – Transporte Pago Até (inserir o local de destino) O exportador entrega suas obrigações, encerrando sua responsabilidade, ao entregar os produtos desembaraçados para a exportação para o transportador ou para outra pessoa indicada pelo importador, no local por este escolhido no país de origem. É possível a utilização de transporte próprio tanto do comprador quanto do vendedor em partes do deslocamento. Além disso, o exportador também contrata e paga o U N ID A D E 4 108 frete e os custos para entregar a mercadoria no destino acordado (BRASIL, [2021c]). ■ Modais de transporte utilizados no CPT: todos os modais. CIP – Carriage And Insurance Paid To – Transporte e Seguro Pagos Até (local de destino nomeado) No CIP, o exportador entrega suas obrigações, encerrando sua responsabilidade, ao entregar os produtos desembaraçados para a exportação para o transportador ou para outra pessoa indicada pelo importador, no local por este escolhido no país de origem. É possível a utilização de transporte próprio tanto do compra- dor quanto do vendedor em partes do deslocamento. Além disso, o exportador também contrata e paga o frete, os custos e o seguro para entregar a mercadoria no destino acordado (BRASIL, [2021c]). ■ Modais de transporte utilizados no CPT: todos os modais. CFR – Cost And Freight – Custo e Frete (porto de destino nomeado) Neste Incoterm, o exportador entrega suas obrigações e tem finalizada sua res- ponsabilidade no momento em que os produtos são desembaraçados para a ex- portação e entregues, já prontos, a bordo do navio, no porto de embarque que é indicado pelo importador, no período que foi acordado entre as partes. Além disso, o exportador também contrata e paga o frete e os custos para entregar a mercadoria no porto de destino acordado (BRASIL, [2021c]). ■ Modais de transporte utilizados no CFR: apenas o modal aquaviário. CIF – Cost Insurance And Freight – Custo, Seguro e Frete (porto de destino nomeado) Neste INCOTERM, o exportador entrega suas obrigações e tem finalizada sua responsabilidade no momento em que os produtos são desembaraçados para a exportação e entregues, já prontos, a bordo do navio, no porto de embarque que é indicados pelo importador, no período que foi acordado entre as partes. Além disso, o exportador também contrata e paga o frete, os custos e o seguro para entregar a mercadoria no porto de destino acordado (BRASIL, [2021c]). ■ Modais de transporte utilizados no CIF: apenas o modal aquaviário. U N IC ES U M A R 109 DAP – Delivered At Place – Entregue No Local (local de destino nomeado) No INCOTERM DAP, o exportador entrega suas obrigações, encerrando a responsa- bilidade da operação, ao colocar os produtos à disposição do importador, dentro do período acordado, no local indicado no país de destino, prontos para serem descar- regados, mas não desembaraçados para importação. É possível a utilização de trans- porte próprio tanto do comprador quanto do vendedor em partes do deslocamento. ■ Modais de transporte utilizados no DAP: todos os modais. DPU – Delivered At Place Unloaded – Entregue no Local Desembarcado (local de destino nomeado) O Incoterm DPU substitui o DAT (Delivered at Terminal). Nele, o exportador entrega suas obrigações, encerrando a responsabilidade da operação, ao colocar os produtos à disposição do importador, dentro do período negociado, no local indicado no país de destino, já descarregados, mas não desembaraçados para importação. É possível a utilização de transporte próprio tanto do comprador quanto do vendedor em partes do deslocamento (BRASIL, [2021c]). Esse termo substitui o DAT, com a diferença de que o DAT determinava a “entrega” exclusivamente em terminais de carga, podendo o DPU ser utilizado em terminais ou qualquer outro local determinado, por exemplo, o armazém do comprador (BRASIL, [2021c]). ■ Modais de transporte utilizados no DPU: todos os modais. DDP – Delivered Duty Paid – Entregue Com Direitos Pagos (local de des- tino nomeado) No Incoterm DDP, o exportador entrega suas obrigações,encerrando a respon- sabilidade na negociação, ao disponibilizar os produtos ao comprador dentro do período acordado, no local escolhido no país importador, não descarregados do meio de transporte. Além disso, o exportador fica responsável pelo desemba- raço, assumindo os riscos e custos, inclusive impostos, taxas e outros encargos incidentes na importação. É possível a utilização de transporte próprio tanto do comprador quanto do vendedor em partes do deslocamento (BRASIL, [2021c]). Pelo fato do vendedor estrangeiro não dispor de condições legais para fazer o desembaraço para entrada de bens no País, esse termo não pode ser utilizado U N ID A D E 4 110 na importação brasileira, devendo ser escolhido o DPU ou DAP, no caso de pre- ferência por condição disciplinada pela ICC (BRASIL, [2021c]). ■ Modais de transporte utilizados no DPU: todos os modais. Apresentados os Incoterms, caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma uni- dade do nosso livro. Espero que, até aqui, tenha conseguido ampliar seus hori- zontes e entender um pouco mais sobre esse vasto universo do comércio exterior e da logística internacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) acadêmico(a), chegamos ao fim da quarta unidade do livro de Lo- gística Internacional. Nesta unidade, foi possível conhecer melhor o escopo da logística internacional e suas principais atividades, bem como pudemos observar como ela está envolvida e trabalha lado a lado com a gestão da cadeia de supri- mentos e que ambas fazem parte do dia a dia das empresas brasileiras. Além disso, discorremos sobre os elementos fundamentais que devem ser observados pelas empresas quando decidem por atuar em mercados estrangeiros. Neste capítulo, abordamos, também, os principais modais de transporte que são utilizados para o comércio exterior brasileiro, de forma que pudemos veri- ficar as vantagens e desvantagens atribuídas a cada um deles, bem como a sua importância para as operações internacionais e os pontos aos quais as empresas devem estar atentas no momento de definir qual é o melhor meio de transporte para suas operações. Também, pudemos conhecer um pouco mais sobre os seguros de carga in- ternacionais e a sua importância para as operações do comércio exterior, assim como apresentamos alguns dos custos relacionados às operações internacionais, que devem ser acompanhadas de perto pelos gestores das empresas, a fim de que as negociações sejam positivas para elas. Por fim, foram apresentados os Incoterms, que são os termos internacionais utilizados nas operações de comércio exterior e que definem as obrigações de cada uma das partes envolvidas. Dessa forma, caro(a) acadêmico(a), pudemos conhecer mais a fundo alguns dos temas mais importantes das operações inter- nacionais e que afetam diretamente a logística internacional, temas que devem ser acompanhados de perto pelas empresas em busca de vantagem competitiva. 111 na prática 1. Ao compreender melhor o conceito de logística internacional e as suas vertentes que estão relacionadas ao comércio exterior, podemos verificar que esse ramo da logística está entrelaçado com a gestão da cadeia de suprimentos. Diante disso, discorra sobre a ligação entre a logística internacional e a gestão da cadeia de suprimentos. 2. O transporte de mercadorias é uma das funções da logística que mais gera custos às empresas, dessa forma, todas as variáveis envolvidas nessa operação devem ser muito bem avaliadas pelas empresas. Assim, discorra sobre a importância do transporte nas operações internacionais e cite dois exemplos de custos que estão relacionados à exportação. 3. Durante nossos estudos, compreendemos que os modais de transporte são os diferentes meios utilizados para realizar a transação de deslocamento de produtos. E, no comércio exterior brasileiro, os mais utilizados são o aquaviário, o terrestre e o aéreo. Diante do exposto, analise as afirmações a seguir sobre os modais de transporte. I - O modal aquaviário é bastante utilizado no comércio internacional, embora só tenha ganhado destaque recentemente, com o aumento da utilização da internet. II - O modal aéreo é considerado um dos mais seguros, principalmente, no caso de itens de alto valor agregado e que precisam de urgência na entrega. III - O modal rodoviário, mesmo sendo prejudicado pela falta de infraestrutura, ainda é muito utilizado, principalmente, nas operações com países vizinhos. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II, III. 112 na prática 4. Os INCOTERMS são os termos internacionais utilizados para padronizar as opera- ções de importação e exportação. Eles definem, por exemplo, de quem é a respon- sabilidade de pagar os impostos e contratar o frete em uma negociação. Diante disso, analise o trecho a seguir: Optando por esse Incoterm, o exportador entrega suas obrigações e tem finalizada sua responsabilidade no momento em que os produtos são desembaraçados para a exportação e entregues, já prontos, a bordo do navio no porto de embarque, que é indicado pelo importador no período que foi acordado entre as partes. Considerando os textos apresentados, a definição anterior se refere ao INCOTERM: a) CPT. b) CIP. c) FOB. d) EXW. e) CIF. 5. A empresa GG resolveu exportar seus produtos e, em sua primeira negociação, acertou com o comprador de que a mercadoria seria entregue desembaraçada e pronta para a exportação, a bordo do navio no porto de embarque sugerido pelo importador. Além disso, a empresa GG também ficaria responsável pela contrata- ção e pagamento do frete, dos custos e do seguro para que a entrega fosse feita no porto já acordado. Analisando o caso anterior, assinale o Incoterm que melhor se encaixaria nessa operação. a) FOB. b) CIF. c) CPT. d) DPA. e) DPU. 113 aprimore-se AFRMM (ADICIONAL AO FRETE PARA RENOVAÇÃO DA MARINHA MERCANTE) O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) foi instituído pelo Decreto-lei nº 2.404/1987 e disciplinado pela Lei nº 10.893/2004. Com as alte- rações trazidas pelas Leis nº 12.599/2012 e 12.788/2013, a administração das ativi- dades relativas à cobrança, fiscalização, arrecadação, restituição e ressarcimento do AFRMM passou a ser de responsabilidade da Receita Federal do Brasil (RFB). Em 30 de maio de 2014, foi publicado o Decreto nº 8.257, de 29 de maio de 2014, regu- lamentando os dispositivos legais relativos ao exercício da competência pela RFB. O AFRMM destina-se a atender aos encargos da intervenção da União no apoio ao desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras, e constitui fonte básica do Fundo da Marinha Mercante (FMM). Fato Gerador O fato gerador do AFRMM é o início efetivo da operação de descarregamento da embarcação em porto brasileiro, a qual pode ser proveniente do exterior, em na- vegação de longo curso ou de portos brasileiros, em navegação de cabotagem ou em navegação fluvial e lacustre. 114 aprimore-se Alíquotas O AFRMM será calculado sobre a remuneração do transporte aquaviário, aplicando- -se as seguintes alíquotas: I - 25% (vinte e cinco por cento) na navegação de longo curso; II - 10% (dez por cento) na navegação de cabotagem; e III - 40% (quarenta por cento) na navegação fluvial e lacustre, quando do trans- porte de granéis líquidos nas regiões Norte e Nordeste. Sistema Mercante O Mercante é o Sistema de Controle da Arrecadação do Adicional ao frete para Re- novação da Marinha Mercante, por meio do qual as empresas de navegação, agên- cias marítimas e agentes de carga prestam informações necessárias ao controle aduaneiro de embarcações, cargas e unidades de carga no transporte aquaviário, na importação e na exportação, e ao controle da arrecadação do AFRMM. Fonte: Brasil ([2021d], on-line). 115 eu recomendo! Comércio internacional e legislação aduaneira – Esquematizado Autor: Roberto Caparroz e Pedro Lenza Editora: Saraiva Sinopse:os autores trazem importantes temas do comércio in- ternacional e da legislação aduaneira, como o mercantilismo, o sistema multilateral do comércio, organizações e organismos in- ternacionais relacionados ao comércio, processos de integração econômica, Mercosul, contratos internacionais, entre outros. A metodologia em- pregada na obra permite que o leitor tenha acesso à mais completa e atualizada teoria, exposta em linguagem clara e acessível, e acrescida de questões especial- mente selecionadas e comentadas em detalhe. livro A Intermodal South America é o maior evento das Américas direcio- nado para os setores de logística, intralogística, transporte de cargas e comércio exterior. Realizada há mais de 20 anos, a feira é considera- da uma plataforma de negócios que reúne, em três dias, os principais players do setor, com o objetivo de fomentar negócios e parcerias e dar suporte ao desenvolvimento e aprimoramento tecnológico dos segmentos que congrega. Para saber mais, acesse: conecte-se https://digital.intermodal.com.br/ 5 TÓPICOS ESPECIAIS EM LOGÍSTICA INTERNACIONAL PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Operador Logístico, Multimo- dalidade e Intermodalidade na Logística Internacional • A Importância da Embalagem na Logística Internacional • Principais Documentos na Logística Internacional. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Discorrer sobre os conceitos de multimodalidade e intermodalidade e apresentar as principais carac- terísticas dos operadores logísticos • Demonstrar a importância das embalagens nas operações inter- nacionais • Apresentar os principais documentos utilizados na logística internacional. PROFESSORA Esp. Louise Nauck INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), chegamos à última unidade do livro de Logística Internacional. Até o momento, tivemos contato com os principais tó- picos relacionados ao comércio internacional. Dessa forma, no final de nosso material, discorreremos sobre temas muito importantes e que devem ser acompanhados de perto pelas empresas que atuam no co- mércio internacional. Nesta unidade, apresentaremos as principais características dos operadores logísticos, bem como os conceito de multimodalidade e intermodalidade e a sua utilização no Brasil. Também, trataremos sobre as embalagens utilizadas no comércio internacional, apresentando suas características, funções e objetivos, abordando a sua correta utilização e a sua importância para as opera- ções logísticas. Além disso, discutiremos sobre as principais formas de unitização de mercadorias, com foco especial para os tipos de contêi- neres mais utilizados nas operações internacionais. Por fim, exibiremos os principais documentos utilizados nas ne- gociações de comércio exterior. As empresas devem estar atentas às exigências de seus respectivos mercados para que as operações possam ocorrer da melhor forma possível. Dessa forma, caro(a) aluno(a), apresentaremos a última unidade do livro de Logística Internacional. Espero que você possa se aprofundar ainda mais em cada um dos aspectos que foram abordados durante as cinco unidades deste material e que, além disso, busque sempre o co- nhecimento, seja em novas áreas, seja no aprofundamento de assuntos que já conhece. Assim, espero que aproveite ao máximo esta unidade de encerramento! U N ID A D E 5 118 1 OPERADOR LOGÍSTICO, MULTIMODALIDADE E INTERMODALIDADE na logística internacional Caro(a) aluno(a), a discussão sobre a terceirização de parte ou de todo o processo logístico de uma empresa não é recente, e, hoje, percebemos que muitas empresas já utilizam essa estratégia em seus negócios. Dessa forma, conversaremos sobre esse tema que sempre causa dúvidas aos gestores e às empresas. Caxito (2019, p. 241) conceitua que: “ Os operadores logísticos basicamente representam as empresas que cuidam, entre outros, da movimentação, da armazenagem, do trans-porte, do processamento de pedidos e do controle de estoques de seus clientes. Podem trabalhar para várias empresas, inclusive clien- tes concorrentes, mantendo acordos preestabelecidos e contratos de confidencialidade, na busca incessante pela sinergia operacional, que é gerenciada pelo operador. Em busca de competitividade para as operações, as empresas podem optar por terceirizar sua operação logística, isso porque existem diversos benefícios, que, segundo Caxito (2019), são: U N IC ES U M A R 119 Âmbito financeiro Âmbito comercial e operacional - A diminuição dos custos por meio de compartilhamento de equipa- mentos e mão de obra. - Maior aproveitamento de cargas e destinos (modelo fracionado). - A diminuição da quantidade de funcionários diretos. - Direcionamento ao cliente em seu negócio principal. - A diminuição de custos com avarias. - Melhor nível de serviço. - A possibilidade de ter um seguro com ampla cobertura. - Entrega padronizada do serviço ao cliente final. - A mudança de custos físicos para custos variáveis. - Maior integração com toda a cadeia de suprimentos, melhorando a rela- ção com os fornecedores e clientes. - A diminuição de ativos. - Maior capacidade de implementar mudanças e novos projetos. - A possibilidade da adoção ativa do conceito de logística integrada. - Maior capilaridade com a utilização das filiais do operador logístico (ex- pansão geográfica). - Diminuição nos níveis de estoque, com o processo obedecendo a um fluxo estabelecido. Quadro 1 - Vantagens da terceirização da operação logística Fonte: adaptado de Caxito (2019, p. 242). Se, por um lado, temos diversas vantagens com a terceirização dos serviços logís- ticos; por outro, existem alguns pontos que podem ser considerados desvantagens e que devem ser observados pelas empresas que decidem pela utilização dessas operações. Segundo Caxito (2019, p. 243), são: ■ falta de conhecimento do operador sobre a empresa e o produto; ■ maior dificuldade em identificar parceiros logísticos; ■ acreditar que os custos são mais importantes no curto prazo; ■ falta de entendimento em relação a importância do supply chain mana- gement e de integração com o operador logístico por parte da empresa cliente; U N ID A D E 5 120 ■ opção por um operador com conhecimento embrionário em determi- nado segmento; ■ dependência excessiva no longo prazo e perda de conhecimento da com- plexidade operacional; ■ complexidade operacional e fase de implantação com prazos de aprendi- zagem do operador sobre o produto do cliente. Com o aumento das operações internacionais, também, houve um aumento de operadores logísticos habilitados a oferecer serviços relacionados à importação e exportação de produtos, requisitados, principalmente, por pequenas e médias empresas. Dessa forma, Brasil ([2021], on-line) aponta que: “ O operador logístico Internacional, oferece logística integrada, re-colhendo o produto a ser exportado pelo pequeno empresário e entregando para o seu cliente no exterior, assumindo todas as res- ponsabilidades aduaneiras com relação à custódia de mercadoria, emissão de documentos, despacho aduaneiro, transporte interno e transporte internacional, deixando o empresário livre para cuidar de seu negócio, sem se preocupar com a tramitação burocrática. Sabendo disso, caro(a) aluno(a), compreendemos que as empresas que optam pela parceria com os operadores logísticos devem observar atentamente os pon- tos positivos e negativos, em busca de minimizar possíveis problemas futuros. Transporte Intermodal Com a grande quantidade de operações e informações que as empresas preci- sam dominar para atuar no comércio internacional, existe uma complexidade ainda maior quando o assunto é a escolha do melhor modal de transporte para cada situação. Pensando nisso, as empresas também podem optar pela combinação de di- versos modais, como acontece no transporte intermodal. Dessa forma, no site da ANTT ([2021], on-line), encontramos a seguinte definição: U N IC ES U M A R 121 “ [...] transporte intermodal,é uma modalidade que utiliza mais de um meio de transporte para levar a carga até o destino final. Ou seja, ela pode sair da fábrica de caminhão e depois seguir em uma embarcação até o ponto de venda ou local de armazenamento, por exemplo. Também é comum combinar transporte rodoviário com aéreo, especialmente quando se fala em exportação. Cada operação determina como se dará o transporte intermodal e quando ele é mais vantajoso ou necessário, em razão da localidade ou da estra- tégia logística adotada por cada empresa. A utilização de um transporte intermodal é muito vantajosa, principalmente, em locais de difícil acesso, que impossibilitem o transporte de mercadorias por determinados modais, ou quando a utilização de mais de um modal se torna mais lucrativa para a operação. Dentre as principais vantagens desse meio de transporte, segundo a ANTT ([2021]), tem-se: ■ Diminuição dos custos nas operações. ■ Aumento da segurança no transporte. ■ Menor movimentação nas rodovias. ■ Diminuição na emissão de poluentes. ■ Menor consumo de energia. ■ Possibilidade de horários alternativos para transporte da carga (fim de semana, à noite). O transporte intermodal pode ser uma estratégia vantajosa para as empresas que atuam no mercado internacional, pois existe uma melhora na entrega dos processos logísticos, porém precisa ser muito bem estruturado em relação aos prazos e às responsabilidades de cada parte envolvida, para que não aconteçam problemas na entrega. Transporte Multimodal O transporte multimodal também é muito mencionado em operações do comércio internacional, isso porque oferece diversas facilidades às empresas. Brasil (1998 apud MAIA, 2014, on-line) nos apresenta o conceito desse tipo de transporte: U N ID A D E 5 122 “ Art. 2º - Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal. Conhecendo o conceito de transporte multimodal, Brasil (1988 apud MAIA, 2014, on-line) também nos traz informações em relação às funções e operações realizadas por um operador de transporte multimodal. “ Art. 3º - O Transporte Multimodal de Cargas compreende, além do transporte em si, os serviços de coleta, unitização desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário, bem como a realização dos serviços correlatos que forem contra- tados entre a origem e o destino, inclusive os de consolidação e desconsolidação documental de cargas. São muitas as operações que podem ser realizadas pelo OTM (Operador de Transporte Multimodal), dessa forma, as empresas que precisam desses serviços, mas não conseguem realizá-lo por conta própria podem recorrer aos operadores. Os benefícios da parceria e utilização dos serviços com os operadores de trans- porte multimodal são vários, dentre eles, podemos destacar: ■ A capacidade total da matriz de transporte é utilizada de forma mais produtiva. ■ São utilizadas as combinações de modais de transporte mais eficientes energeticamente. ■ Maior utilização da tecnologia de informação com melhores resultados. ■ A infraestrutura para as atividades de apoio, tais como armazenagem e manuseio são melhor aproveitadas. ■ A responsabilidade pelas mercadorias, diante do cliente, da origem até o destino, é de apenas uma empresa, o OTM. U N IC ES U M A R 123 Você, caro(a) aluno(a), deve estar se perguntando: qual seria, então, a dife- rença entre o transporte intermodal e o transporte multimodal? A diferença é muito pequena, mas muda toda a operação. No transporte intermodal, em cada meio de transporte contratado, emite-se um documento próprio, que cobre apenas o trajeto pelo qual será responsável. Dessa forma, cria-se uma divisão de responsabilidades entre as empresas que farão o transporte. Já no transporte multimodal, a responsabilidade pela carga (do vendedor até o cliente) é do operador de transporte multimodal (OTM). Ele deverá emitir o documento que cobrirá todo o caminho do transporte da carga (ANTT, [2021]). Apesar dos benefícios e da clara vantagem obtida com a utilização da operação multimodal, no Brasil, as empresas ainda enfrentam diversos obs- táculos que dificultam a escolha por esse tipo de operação. No site do Tri- bunal de Contas da União, encontramos a seguinte explanação: “ TCU fez auditoria para avaliar os obstáculos ao desenvolvimen-to da integração multimodal de transportes no Brasil. Apesar de o Ministério de Infraestrutura ter avançado em termos de governança, algumas fragilidades no plano nacional de Logís- tica e nos planos setoriais foram encontradas, o que prejudica a integração dos modos de transporte. O tribunal verificou ainda excesso de burocracia, o que de- sincentiva o uso integrado dos modos de transportes. Há exi- gência excessiva de preenchimento de documentos e sistemas por aqueles que realizam transporte de cargas (SECOM TCU, 2020, on-line). Assim, na figura a seguir, podemos observar os principais problemas en- frentados pelas empresas ao tentarem utilizar a operação multimodal. U N ID A D E 5 124 Burocracia no transporte multimodal obs: Comprovante de entrega com mais de um trasportador deve ser o canhoto do CTe e não da NFe, uma vez que a entrega �nal será de responsabilidade de outro transportador 1 3 5 6 7 Necessidade de preenchimento de múltiplos sistemas e documentos para o produto sair da fábrica e transportadora. Indústria Emissão NFe Exigência recebimentos de xml de NFe Exigência apresentação CTe Rodoviário Posto de �scalização Terminal Pontuário Origem Terminal Pontuário Destino 4 Preenchimento de mais sistemasMercante Siscomex Porto sem papel Transporte Rodoviário Origem Documentação enviados por avião para destino Terminal Rodoviário Destino Exigência documentação física Envio documentos para subcontratado/motorista Exigência rotas no SVM do transportador rodoviário Comprovante de entrega (canhoto) encaminhado para transportadora por avião Emissão CTe Conhecimento de Transporte eletrônico Multimodal (CTe) Serviço Vinculado ao Multimodal (SVM) Falta de padronização Di�culdade discalização Manifesto de Documentos Fiscais (MDFe) Documento criado para o rodoviário, onde o transportador de Cabotagem não preenche nenhuma informação adicional Simpli�ca o processos de �scalização Emissão SVM Emissão MDFe Transportadora multimodal 2 Fiscalização dos documentos emitidosNecessidade de circular com papel Figura 1 - Burocracia no transporte / Fonte: Secom TCU (2020, on-line). U N IC ES U M A R 125 Dessa forma, caro(a) aluno(a), observamos que são necessárias algumas ações por parte do poder público para que a operação multimodal possa ser utilizada em nosso país, garantindo mais agilidade e competitividade aos negócios realizados com o mercado internacional. 2 A IMPORTÂNCIA DA EMBALAGEM NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL Uma das questões mais importantes relacionadas ao transporte internacional é a embalagem a ser utilizada em uma determinada operação e que, normalmente, é de responsabilidade do exportador. A escolha da embalagem ideal para cada operação envolve a apresentação e as particularidades de cada mercadoria, além da segurança e certeza de que os produtos cheguem sem avarias ao comprador. Tudo isso afeta os custos da operação. Diante disso, a embalagem se torna um item de grande importância para a logística internacional. Para entendermos melhor o assunto, é preciso que saibamos quais os tipos de embalagens que podem ser utilizadas. David (2016, p. 357-358) aponta que existem três classificações: U N ID A D E 5 126 “ Embalagem primária é a direcionada ao consumidor, aquela que ele vê quando compra e manipula o produto.A embalagem secundária, no geral, agrupa vários bens de consumo, que são colocados em caixas de papelão, filme plástico ou plástico bolha. Isso é o que o varejista vê e manipula antesde os produtos serem colocados nas prateleiras. Em lojas de varejo com desconto, é possível que o consumidor veja esse tipo de embalagem. A terciária, ou embalagem de transporte, inclui todos os processos identificados para garantir ao comprador estrangeiro “a entrega se- gura e eficiente dos produtos em perfeitas condições”. A embalagem terciária para bens de consumo envolve as unidades de embalagem secundária de varejo. Para produtos industriais, por não haver, ge- ralmente, embalagem primária ou secundária, a terciária abrange todas as atividades relacionadas à embalagem no que diz respeito a proteger os produtos durante o embarque. Além disso, a embalagem pode ser classificada, também, de acordo com sua fun- ção, conforme David (2016, p. 358) nos demonstra: “ A função primária da embalagem nas operações de comércio in-ternacional é a proteção dos produtos, a fim de que não corram os riscos do embarque internacional marítimo ou aéreo. Ao utilizar a embalagem correta para a operação as empresas acabam aumentan- do os custos dos produtos, mas por outro lado os custos de perder parte da carga por causa da embalagem inadequada costumam ser muito maiores. A função secundária da embalagem é ajudar no manuseio da mer- cadoria durante o trânsito; além disso, uma embalagem identificada corretamente facilita a manipulação dos produtos por parte dos envolvidos na operação de transporte, ajudando a identificar os melhores métodos de manuseio, bem como quais equipamentos podem ser utilizados. Dessa forma, todos os apontamentos em rela- ção à manipulação e aos cuidados com a carga devem ser colocados de forma clara na embalagem. U N IC ES U M A R 127 A terceira função da embalagem que é muitas vezes esquecida ou ignorada – é que ela compõe a estratégia de serviços ao cliente de- finida pela empresa. Quando adquire algo, o consumidor quer re- ceber os produtos em boas condições de venda ou de uso; também espera desembalar facilmente os produtos sem que tenha que gas- tar mais tempo e dinheiro preparando-os para venda ou uso. Essa função acaba sendo a mais difícil de atingir em relação à função de proteger os produtos para o transporte e facilitar sua manipulação durante o trânsito. A embalagem precisa ser simples o suficiente para ser aberta sem a utilização de ferramentas e o emprego de muito esforço, porém, além disso ela precisa ser projetada para que possa ser aberta sem danificar os itens. Em grande parte dos casos, a embalagem que uma empresa utiliza reflete a imagem que ela quer passar a seus clientes. A questão da praticidade das embalagens vem tendo muito destaque. Você já percebeu a evolução ou inovação de alguma embalagem dos produtos que consome? pensando juntos Após conhecer melhor as classificações e funções das embalagens, agora, enten- deremos como elas funcionam nas operações internacionais, principalmente, as embalagens que têm como função a proteção e o manuseio dos produtos durante o transporte. No caso do modal aquaviário, por exemplo, existem algumas opções para o envio de mercadorias em navios, e, com exceção das cargas a granel, a maioria das mercadorias é unitizada, o que, de acordo com Brasil ([2021b], on-line), “ Corresponde à alocação de um conjunto de mercadorias em uma única unidade com dimensões padronizadas, o que facilita as ope-rações de armazenamento e movimentação da carga sob forma mecanizada. Não constitui propriamente uma embalagem, é um acessório para o deslocamento ou transporte de carga, não integran- do o produto ou o conjunto de produtos armazenados. U N ID A D E 5 128 A seguir, podemos conhecer as formas mais utilizadas de unitização: Também conhecido como amarração ou cintamento, consiste em envolver a carga por redes especiais (slings) ou cintas com alças adequadas à movimentação por alceamento. Consiste no uso de pallets de madeira ou estrados para suportar a carga, que são �xadas por meio de cintas, que permitem a movimentação através de garfos de empilhadeira. Consiste na utilização de um contêiner onde os produtos �cam acondicionados. O contêiner é um recipiente construído de material resistente e suporta o uso repetitivo, e tem como intuito o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, pois permite o fácil e correto carregamento e descarregamento no transporte por diversos equipamentos. Pré-lingagem Paletização Conteinerização e C P C PPPPP r a r n o ç c n o ç c PrPr Ta cin po alç alc PP T c p a a Figura 2 - Formas mais utilizadas de unitização / Fonte: adaptada de Brasil ([2021b]). Diante do grande volume de operações internacionais realizadas por navios, ca- ro(a) aluno(a), a principal embalagem de transporte utilizada no comércio in- ternacional é o contêiner, assim conheceremos um pouco mais sobre essa forma de unitização. Brasil ([2021c], on-line) define que “ O contêiner (do inglês container) ou contenedor consiste em um reci-piente (cofre de carga) que tem a finalidade de possibilitar o transpor-te em segurança de mercadorias de natureza variada, de modo invio- lável e rápido. A resistência é uma das principais características, pois são projetados para uso repetitivo e continuado. Fabricados com aço corten, uma liga muito mais resistente à corrosão que o aço comum, resistem às intempéries sem comprometer a sua estrutura e carga. U N IC ES U M A R 129 Diante disso, Ludovico (2018, p. 78) discorre que “ [...] a necessidade de reduzir custos de transporte e de manuseio e au-mentar a segurança e a rapidez nos intercâmbios comerciais faz sur-gir uma caixa padronizada, uma simples caixa que, por suas inegáveis virtudes, tornou-se a espinha dorsal do transporte internacional. Essa ideia recebeu o nome de contêiner. O contêiner foi criado com o intuito de facilitar a carga e descarga das mercadorias, pois garante o manuseio rápido, eficiente e bem menos oneroso que as cargas em geral. Por ser muito resistente e aguentar diversas situações de manuseio e avarias, acaba reduzindo os valores relacionados à embalagem e, também, diminui a neces- sidade da utilização de armazéns. Além disso, o contêiner não se confunde com a embalagem, dessa forma, seu peso ou volume externo não entram no valor calculado para o frete (LUDOVICO, 2018). A utilização do contêiner no comercio internacional aumenta a cada dia, isso porque gera economia nas despesas operacionais durante o transporte. Além disso, sua utilização permite diversas funções, destacadas por Ludovico (2018, p. 84): ■ Utilização como unidade de transporte combinado/multimodal. ■ Considerada um acessório de transporte que protege a carga e contribui no serviço porta a porta. ■ Pode ser facilmente empilhado, oferecendo segurança durante toda a operação. ■ Apresenta os menores custos de armazenamento, transporte, seguro e de embalagens. Você já viu o processo de estufagem de um contêiner? Se tem curiosidade em saber como as cargas são alocadas no interior do contêiner e sobre o processo até o embarque no navio, acesse o link: conecte-se Tipos de Contêineres Diante das definições apresentadas, a partir de agora, conheceremos os principais tipos de contêineres e suas funções conforme Ludovico (2018). https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6207 U N ID A D E 5 130 O contêiner de carga seca convencional; pode ter portas laterais para a utilização em ferrovias. Podem ser carregadas: cargas secas, granéis e carga úmida devidamente embalada. Carga seca (Dry) O contêiner de teto aberto do tipo convencional tem teto removível (lona). Podem ser carregadas: máquinas, bobinas, sacaria. Teto aberto (Open top) O contêiner aberto consiste em uma plataforma simples com colunas nos cantos e barras diagonais de reforço. Podem ser carregadas: chapas, tubos, per�s, vidros. Aberto Granel O contêiner a granel tem uma tampa para carregamento no teto e bocal para descarga no assoalho. Podem ser carregados: cereais e granulado. O contêiner refrigeradoé isolado e equipado com refrigeração. Podem ser carregados: alimentos (aves, carnes, sucos e frutas). Refrigerado (Reefer) O contêiner tanque é projetado para qualquer tipo de líquido, com revestimento especial para corrosivos. Podem ser carregados: óleos, sucos, produtos químicos. Tanques Figura 3 - Principais tipos de contêineres / Fonte: adaptada de Ludovico (2018). U N IC ES U M A R 131 Existem diversos modelos de contêineres utilizados, e o tamanho de cada um deles depende da carga que será armazenada, porém podemos destacar que os mais utilizados são os de carga seca (dry box), de 20 ou 40 pés de compri- mento (6,058 m ou 12,192 m), que se destinam ao transporte de mercadorias e carga seca. Rotulagem e marcação de volumes Ao embarcar uma mercadoria, é necessário que a empresa exportadora esteja atenta a outros procedimentos que são muito importantes: o de marcação dos volumes e o de rotulagem dos produtos. Diante disso, Brasil ([2021b], on-line) define que “ A rotulagem tem a função de transmitir a imagem da empre-sa, observando as regras de identificação do produto de acordo com a legislação do país importador. Sendo assim, você deve se informar acerca dessa legislação antes de criar os rótulos para o seu produto. Já em relação à marcação dos volumes, Brasil ([2021b], on-line) discorre que “ A marcação dos volumes, feita pelo próprio exportador, é a identificação das mercadorias e do lote a ser embarcado. Esse procedimento tem a função de individualizar as mercadorias, facilitando sua identificação por parte do importador e das au- toridades alfandegárias e fiscais, tanto no embarque quanto no desembarque. Assim, é importante conhecer alguns dos símbolos que são utilizados no co- mércio internacional para identificar mercadorias com características espe- ciais, conforme veremos na imagem a seguir. U N ID A D E 5 132 Frágil Sensível ao calor Sensível à umidade Não pode ser tombada Não admite uso de guincho Fragile Handle with care No heat No moist No wet This end uo This side up Handle with care No grapple Figura 4 - Símbolos de identificação de mercadorias / Fonte: Brasil ([2021b], on-line). Perceba, prezado(a) acadêmico(a), que, quando falamos em embalagens no co- mércio internacional, são necessários diversos cuidados em sua escolha, desde o ponto de vista comercial/marketing até o ponto de manuseio e proteção dos produtos. A importância da escolha correta da embalagem e de seu manuseio é muito grande, visto que podem gerar lucro ou prejuízo às empresas. Dessa forma, as organizações devem estar sempre atentas a esse tema. U N IC ES U M A R 133 Para que as operações de importação e exportação ocorram, existem diversos documentos que devem ser utilizados e que podem variar conforme as carac- terísticas dos produtos ou conforme a utilização de acordos comerciais entre os países envolvidos na negociação. Diante disso, Segre et al. (2018) nos apresentam os principais documentos utilizados na logística internacional. ■ Proforma invoice (fatura proforma): documento solicitado pelo im- portador. Sua emissão é feita pelo exportador, quem deverá providenciar a licença de importação bem como os outros documentos que forem necessários. A proforma é considerada como o modelo de contrato mais utilizado para formalizar e confirmar uma negociação, além disso, essa fatura não gera obrigações de pagamento para o importador. Deve ser emitida no idioma do país importador ou em inglês. ■ Commercial invoice (fatura comercial): consiste em documento inter- nacional que deve ser emitido pelo exportador. A invoice é considerada, no exterior, uma nota fiscal, que tem validade a partir do momento que a mercadoria sai do território nacional, sendo sua utilização essencial para o importador desembaraçar a mercadoria em seu país. ■ Packing list (romaneio de embarque): documento que deve ser emitido pelo exportador. É utilizado no desembaraço da mercadoria e, também, para orientar o importador em relação à chegada dos produtos no país de destino. Esse romaneio é considerado como uma simples relação que indica os volumes a serem embarcados e respectivos conteúdos. 3 PRINCIPAIS DOCUMENTOS NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL U N ID A D E 5 134 ■ Certificado de origem: é o documento que deve ser apresentado pelo exportador. É emitido pelos órgãos da agricultura, indústria e comércio do país e, também, por associações comerciais, centros e câmaras de comércio. É utilizado pelo importador para comprovar a origem da mercadoria e ha- bilitação à isenção ou redução do Imposto de Importação. Esses certificados são fornecidos por meio da apresentação de cópia da fatura comercial e documentos de análise solicitados em cada acordo internacional. ■ Conhecimento de embarque (B/L – AWB – TIF – CRT): esse docu- mento deve ser emitido pela transportadora que declara o recebimento da carga, as condições de transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao destinatário legal, no local de destino combinado, conferindo a posse das mercadorias. O conhecimento de embarque pode ser considerado um recibo de mercadorias, um contrato de entrega e um documento de pro- priedade, dessa forma, considerado como um título de crédito. Esse docu- mento recebe denominações de acordo com o meio de transporte utilizado. ■ Nota fiscal: esse é o documento que acompanha a mercadoria desde a saída do exportador até o desembaraço físico junto à Secretaria da Receita Fede- ral. O desembaraço é considerado o procedimento aduaneiro que libera o embarque da mercadoria para o exterior. ■ Certificado fitossanitário: é o documento que deve ser preparado de acordo com o modelo da Convenção Internacional de Proteção de Plantas e emitido de acordo com o que estabelecem as Diretrizes para a Elaboração e Emissão dos Certificados Fitossanitários do Cosave. ■ Certificado Sanitário Internacional: esse documento deve ser emitido por uma autoridade veterinária e deve constar que as carnes ou os produtos de origem animal cumprem com as condições internacionais vigentes no âmbito de higiene veterinária de produtos e/ou de sanidade animal. ■ Certificado zoosanitário internacional: esse documento deve ser emiti- do por uma autoridade veterinária do país exportador, atestando o perfeito estado de saúde do animal, ou animais, ou de materiais de multiplicação, assim como as medidas adotadas para evitar a transmissão de epizootias. Ao conhecer os principais documentos utilizados nas operações de importação e exportação, é válido ressaltar que esses documentos devem ser arquivados durante o prazo estabelecido por lei para que sejam apresentados em caso de fiscalização. U N IC ES U M A R 135 Quer saber mais sobre cada um desses documentos e, ainda, ter acesso a modelos para baixar e utilizar em sua operação? Então, acesse o site do Sebrae e aproveite! conecte-se Prezado(a) acadêmico(a), por meio dessas informações apresentadas, finaliza- mos, aqui, a quinta unidade do livro de Logística Internacional. Espero que tenha aproveitado e que ainda aproveite muito todas as informações que apresentamos ao longo das cinco unidades deste livro. Até breve! CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) aluno(a) concluímos, aqui, a última unidade do nosso livro de Logística Internacional. Nesta última unidade, pudemos aprender mais sobre os conceitos de operadores logísticos, entendemos melhor sua atuação e suas responsabilidades, assim como passamos a entender mais sobre os conceitos de intermodalidade e multimodalidade, bem como tivemos a oportunidade de conhecer melhor as vanta- gens que essas operações podem oferecer para as empresas, além de suas diferenças. Ainda, foi possível compreender a importância da embalagem para as ope- rações no comércio internacional, apresentamos suas características, funções e seus objetivos e discorremos sobre a sua correta utilização e importância para as operações logísticas. Também, pudemos conhecer mais sobre as principaisformas de unitização de mercadorias e focamos, em especial, nos tipos de con- têineres mais utilizados nas operações internacionais. Por fim, apresentamos os principais documentos utilizados nas negociações de comércio exterior e os pontos em que as empresas devem se atentar às exigên- cias dos mercados para o qual enviam seus produtos, a fim de que as operações possam ocorrer de forma vantajosa para ambos os lados. Assim, foi muito gratificante contribuir com o seu conhecimento ao longo de cada unidade deste material, unidades que foram desenvolvidas para o seu melhor aprendizado, abordando cada um dos pontos mais importantes relacionados à logís- tica internacional. Dessa forma, caro(a) aluno(a), espero que aproveite o conteúdo e as dicas presentes neste material e que ele possa enriquecer ainda mais a sua graduação! Abraço e até breve! https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6208 136 na prática 1. “As embalagens reúnem alguns elementos considerados necessários, tais como: ‘In- formações sobre composições nutricionais, prazos de validade, fabricante, serviço de apoio ao consumidor, agência reguladora e advertências sobre como acondicionar, manusear e manter em local apropriado, etc...’. No âmbito da Logística essas embalagens também trazem algumas características que facilitam a sua movimentação e estocagem”. OLIVEIRA, F. A importância das embalagens na Logística. Administradores.com, 11 jul. 2011. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/a-importancia- -das-embalagens-na-logistica. Acesso em: 22 fev. 2021. Analisando o trecho anterior, discorra sobre as três classificações das embalagens e suas funções. 2. O contêiner consiste em uma caixa metálica criada para dar mais agilidade e se- gurança para as operações de transporte, principalmente, quando pensamos nas operações do comércio internacional. Diante disso, cite quais são as principais fun- ções do contêiner. 3. A documentação em um operação de exportação ou importação pode variar de- pendo do mercado em que se atua, mas é de suma importância que as empresas estejam atentas às solicitações e necessidades de cada mercado. Dessa forma, co- nhecer os tipos de documentos necessários em cada operação é fundamental. Assim, analise as afirmações a seguir. I - O certificado de origem é utilizado pelo importador para comprovar a origem da mercadoria e habilitação à isenção ou redução do Imposto de Importação. II - O documento que acompanha a mercadoria desde a saída do exportador até o desembaraço físico junto à Secretaria da Receita Federal é o packing list. III - O conhecimento de embarque pode ser considerado um recibo de mercadorias, um contrato de entrega e um documento de propriedade. https://administradores.com.br/artigos/a-importancia-das-embalagens-na-logistica https://administradores.com.br/artigos/a-importancia-das-embalagens-na-logistica 137 na prática É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 4. As empresas que buscam competitividade no mercado internacional podem optar pela terceirização dos processos logísticos, e essa estratégia pode render diversos benefícios. Assim, analise as afirmações a seguir sobre os benefícios da terceirização logística. I - Causa o aumento dos níveis de estoque, com o processo obedecendo a um fluxo estabelecido. II - Possibilita a diminuição dos custos por meio de compartilhamento de equipa- mentos e mão de obra. III - Aumenta a capacidade de implementar mudanças e novos projetos e melhora o nível de serviço. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 138 na prática 5. A combinação de vários modais em uma operação e os conceitos de transporte inter e multimodal são essenciais para que as operações internacionais sejam bem- -sucedidas, dessa forma, a gestão da empresa deve estar atenta às diferenças e às mudanças relacionadas a esses termos. Diante do exposto, analise as afirmações a seguir sobre o transporte intermodal e o transporte multimodal. I - O transporte intermodal utiliza mais de um meio de transporte para levar a carga até o destino final e pode diminuir os custos da operação. II - Os transportes intermodal e multimodal são aqueles que operam com um único contrato e utilizam dois ou mais modais de transporte. III - O transporte multimodal é responsável apenas pela movimentação da carga, não sendo possível a realização de serviços relacionados à armazenagem e à movimentação. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 139 aprimore-se A UTILIZAÇÃO DO TRANSPORTE MULTIMODAL COMO MEIO DE REDUZIR CUSTOS LOGÍSTICOS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA ALIMENTÍCIA Com a crescente demanda mundial por produtos, cada vez mais empresas expor- tadoras buscam novas soluções para reduzir os custos logísticos (custos com trans- porte terrestre, custos com terminais de exportação, custos originados pela demora nas operações portuárias brasileiras). Uma das soluções que muitas empresas es- tão buscando, é a interação a partir do Transporte Multimodal. O Transporte Multimodal é realizado através de um único operador, o Operador de Transporte Multimodal (OTM). O Operador será responsável pela mercadoria du- rante todo seu trajeto, desde a origem até sua entrega no destino final. Nos casos das exportações, os Operadores serão responsáveis pelas mercadorias desde sua saída da indústria, até seu embarque nos navios. Com a situação precária de nossas rodovias e o aumento nos investimentos pri- vados em renovação da malha ferroviária, é possível hoje em dia buscar a interação entre esses modais, conseguindo uma redução de custo considerável para o ex- portador. Apesar da malha ferroviária brasileira ser deficiente em relação a alguns países, ano após ano é notável a busca por esse modal. Através de abordagem e tratativas pesquisadas por meio de revisão bibliográfica baseada em livros e publicações, foi realizado também um estudo de caso em uma empresa produtora e exportadora de miúdos suínos e bovinos, localizada em Quin- tana, região de Marília/SP, viabilizando a implantação do modal ferroviário junto ao rodoviário e ao marítimo, e também o redirecionamento das exportações que saem pelo porto de Santos para o porto de Paranaguá, visando principalmente à redução dos custos logísticos atuais. Após a apuração de todas as informações dentro da empresa e a realização do estudo de caso, foi possível chegar aos resultados esperados, ou seja, foi possível reduzir os custos logísticos atuais da empresa utilizando-se do transporte multimo- dal. A inclusão do transporte ferroviário, junto aos transportes rodoviários e maríti- mos, e a alteração das exportações do Porto de Santos para a Porto de Paranaguá impactaram em uma redução de 30,35% dos custos, de janeiro a setembro de 2014. 140 aprimore-se A multimodalidade permitiu também que fosse alterada a rota de escoamen- to de todos os contêineres exportados pela empresa. Desde o primeiro contêiner exportado, todas as exportações saíram pelo Porto de Santos. Como o processo logístico já estava adequado, o aparecimento de problemas e riscos com a operação era praticamente nulo. Acabou-se notando que essa segurança deixou a empresa acomodada na operação, e não se buscou uma solução durante todos os anos para uma redução dos custos, que só vinham aumentando ano a ano. O total redire- cionamento das exportações para Paranaguá passará por certa desconfiança por parte da Diretoria, por se tratar de uma operação totalmente nova e ousada, mas, as reduções conseguidas justificam essa mudança. Além disso, empresas do mesmo ramo alimentício já estão utilizando o porto de Paranaguá e o transporte ferroviário para movimentação de seus produtos. Apesar de o Brasil ser um país que prioriza o transporte rodoviário, onde altos in- vestimentossão feitos em rodovias e muitas obras ligadas as ferrovias estão paradas ou evoluindo lentamente, o modal ferroviário apresenta viabilidade no trecho pro- posto no trabalho. A operação é feita por uma empresa responsável, comprometida, e que vem realizando altos investimentos nesse tipo de transporte. Seguindo essa linha de investimentos no transporte ferroviário, vale investir em uma nova opera- ção logística, totalmente segurada contra qualquer tipo de dano, perda ou acidente, e que trará retornos financeiros já em curto prazo para a empresa, permitindo que essa economia seja convertida em investimentos em outras áreas da empresa. Fonte: adaptado de Airoldi (2014, p. 74). 141 eu recomendo! Além de servir como proteção, a embalagem pode ser o maior meio de divulgação do seu produto no exterior, por isso, as decisões sobre como ela deve ser e o que deve conter são fundamentais para as em- presas exportadoras. Quer saber mais sobre a importância da emba- lagem no mercado internacional? Então, acesse o link e baixe o estudo feito pela Apex Brasil em parceria com o Instituto de Embalagens: conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6209 142 conclusão geral conclusão geral 142 conclusão geral conclusão geral Prezado(a) aluno(a), chegamos ao fim desta jornada sobre o comércio exterior e lo- gística internacional. Entender sobre esses assuntos é de extrema importância, visto que todos somos impactados pelo comércio internacional e devemos estar atentos aos processos pertinentes às operações internacionais. Na Unidade 1, conhecemos os principais conceitos do comércio internacional e os efeitos causados pela globalização nas trocas internacionais, assim como pudemos conhecer a história e evolução da abertura do mercado brasileiro ao comércio exte- rior e como isso impactou e impacta o mercado interno. Na Unidade 2, pudemos entender melhor como funcionam os processos de impor- tação e exportação e como eles impactam as empresas nacionais, também tratamos sobre a internacionalização das empresas, além de podermos compreender melhor o papel da gestão da cadeia de suprimentos global e como ela impacta o dia a dia das empresas nacionais e internacionais. Já na Unidade 3, apresentamos o conceito de território aduaneiro, tratamos sobre o despacho aduaneiro de importação e de exportação, assim como o processo de canais de parametrização de cargas. Além disso, pudemos entender o conceito de regimes aduaneiros especiais e a sua importância para as negociações. Por fim, nas Unidades 4 e 5, entendemos melhor o escopo da logística internacional e as suas principais atividades, bem como apresentamos os principais modais de transporte de que são utilizados para o comércio exterior brasileiro. Além disso, discorremos sobre os Incoterms, sobre a importância da embalagem e os principais documentos utilizados na logística internacional. Chegamos ao fim da disciplina de Logística Internacional, e espero que esse conteúdo tenha colaborado na abertura de novos horizontes em sua vida pessoal e profissional. Grande abraço! referências 143 UNIDADE 1 BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. XII Conferência Ministerial da OMC (MC-12). 29 jun. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/politica-externa-co- mercial-e-economica/organizacoes-economicas-internacionais/xii-conferencia-ministe- rial-da-omc-mc-12. Acesso em: 2 mar. 2021. BRASIL. Barreiras Comerciais. Aprendendo a Exportar, [2021]. Disponível em: http:// www.aprendendoaexportar.gov.br/index.php/pesquisa-de-mercado/barreiras-comer- ciais. Acesso em: 24 fev. 2021. CNI. Confederação Nacional da Indústria. Manual sobre barreiras comerciais e aos investimentos. Brasília: CNI, 2017. Disponível em: www.apexbrasil.com.br/uploads/cli- que%20aqui.pdf. Acesso em: 2 mar. 2021. DAVID, P. A. Logística internacional. Tradução: Noveritis do Brasil. Revisão técnica: Elise- te Santos da Silva Zagheni. São Paulo: Cengage Learning, 2016. DIAS, R.; RODRIGUES, W. Comércio exterior: teoria e gestão. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. FOSCHETE, M. Relações Econômicas Internacionais. São Paulo: Aduaneiras, 1999. GIACOMELLI, G. et al. Logística internacional. Porto Alegre: SAGAH, 2018. HITT, M. A. Administração estratégica: competitividade e globalização: conceitos. São Paulo: Cengage, 2018. LUDOVICO, N. Como preparar uma empresa para o comércio exterior. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018a. LUDOVICO, N. Logística internacional: um enfoque em comércio exterior. 4. ed. São Pau- lo: Saraiva Educação, 2018b. SEGRE, G. et al. Manual prático de comércio exterior. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018. UNIDADE 2 APEX-BRASIL. Benefícios da Internacionalização no seu Negócio. [2021]. 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D. 2. Ocorrência de profundas transformações provocadas pela chamada terceira Revolu- ção Científico-tecnológica. Criação de um sistema de produção mundial, integrando um grande número de países e caracterizado pela produção das partes, componentes e serviços em escala mundial. Aumento de produtos globais, não produzidos integralmente em nenhum país em particular. Movimento acelerado da integração das economias nacionais à nova dinâmica do mercado global por meio, principalmente, da abertura comercial, com a queda das barreiras alfandegárias. Formação de grandes blocos econômicos regionais. 3. B. 4. As barreiras comerciais encontradas são: Barreiras tarifárias: que tratam de tarifas de importações e taxas diversas. Barreiras não tarifárias: que tratam de restrições quantitativas, licenciamento de im- portação, procedimentos alfandegários, valoração aduaneira arbitrária ou com valo- res fictícios, medidas antidumping, medidas compensatórias, subsídios, medidas de salvaguarda e medidas sanitárias e fitossanitárias. Dentre estas últimas, encontram- -se as barreiras técnicas, que são mecanismos utilizados com fins protecionistas. 5. D. UNIDADE 2 1. D. 2. C. 3. A fase administrativa compreende processos e exigências de órgãos do governo para que a importação seja efetiva. Eles podem variar de acordo com o tipo de operação e de mercadoria, sendo conhecidos como licenciamento das importações. gabarito 149 Na fase fiscal, ocorre o tratamento aduaneiro por meio do despacho de importação, que é o procedimento em que se verifica a exatidão dos dados declarados pelo im- portador em relação às mercadorias importadas, aos documentos apresentados e à legislação específica, para que assim ocorra o desembaraço aduaneiro da mercadoria. Na fase cambial, temos a operação de compra de moeda estrangeira destinada a realizar o pagamento das importações. 4. A exportação constitui a forma mais simples de participar do mercado internacional, pois as variáveis assumem seu menor nível. O risco sobre o investimento é muito pe- queno, da mesma forma que o nível de serviço também será menor. O joint venture, também conhecido como associações estratégicas entre empresas, pode assumir diversas configurações, pode acontecer por meio da simples licença de utilização de uma marca própria pela contratação de serviços terceirizados para a confecção do produto naquele mercado, segundo os requisitos da contratante. O investimento direto é a forma em que se corre o maior risco, mas de maior poten- cial de lucros, e menor distância em relação ao cliente final. O investimento pode ser feito com a instalação de uma planta fabril completa ou somente com uma planta desenvolvida para executar processos de montagem de produtos. 5. C. UNIDADE 3 1. A zona primária compreende as faixas internas de portos e aeroportos, recintos alfan- degados e locais habilitados na fronteira terrestre, bem como outras áreas nas quais se efetuam operações de carga e descarga de mercadorias ou embarque e desem- barque de passageiros procedentes do ou destinados ao exterior. Essa zona é demar- cada pela autoridade aduaneira local, ouvidor ou órgão, ou a empresa à qual esteja vinculada a administração do porto, aeroporto ou da estação de fronteira. Os recintos alfandegados na zona secundária são os entrepostos, depósitos, termi- nais ou outras unidades destinadas ao armazenamento de mercadorias importadas ou destinadas à exportação, que devem se movimentar ou permanecer sob controle aduaneiro, incluindo-se, também, as dependências destinadas ao depósito de re- messas postais internacionais sujeitas ao mesmo controle. gabarito 150 2. C. 3. B. 4. São assim chamados por não se adequarem à regra geral do regime comum de im- portação e de exportação. Apresentam, como característica comum, a exceção à regra geral de aplicação de impostos exigidos na importação de bens estrangeiros ou na ex- portação de bens nacionais (regimes comuns de importação e de exportação), além da possibilidade de tratamento diferenciado nos controles aduaneiros. São exemplos de regimes aduaneiros especiais o drawback, o trânsito aduaneiro, a exportação tem- porária e o entreposto. Os regimes especiais são utilizados em operações de comércio exterior e podem trazer algumas vantagens em relação aos benefícios fiscais, como isenção ou suspensão total ou parcial de tributos. 5. A. UNIDADE 4 1. A gestão da cadeia de suprimentos é um termo muito amplo, inclui funções de logís- tica doméstica e internacional e envolve o gerenciamento das relações dessas áreas com seus próprios fornecedores e clientes. O gerenciamento lida com toda a cadeia de suprimentos na tentativa de garantir o fluxo de mercadorias do primeiro fornece- dor até o consumidor final, sem maiores incidentes. A logística internacional atua de modo paralelo para fornecedores e clientes estrangeiros. Ela inclui outras atividades, como liberação na alfândega, controle de documentos e embalagem internacional, porém sua principal função se concentra no movimento físico das mercadorias: dos fornecedores para a empresa e da empresa para os clientes. O fato de as mercadorias estarem em território internacional faz com que realizaressas atividades seja uma tarefa muito mais complexa. 2. O transporte tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos. Os custos logísticos envolvidos nas operações internacionais devem ser muito bem es- tudados e avaliados pelas empresas, pois, caso não sejam contabilizados corretamente, eles podem acabar tornando inviáveis as negociações. Exemplos de custos envolvidos na exportação: aluguel de contêiner, carregamento, seguro de carga, entre outros. 3. D. 4. C. 5. B. gabarito 151 UNIDADE 5 1. A embalagem primária é a direcionada ao consumidor, aquela que ele vê quando compra e manipula o produto. A embalagem secundária, no geral, agrupa vários bens de consumo, que são coloca- dos em caixas de papelão, filme plástico ou plástico bolha. Isso é o que o varejista vê e manipula antes dos produtos serem colocados nas prateleiras. Em lojas de varejo com desconto, é possível que o consumidor veja esse tipo de embalagem. A terciária, ou embalagem de transporte, inclui todos os processos identificados para garantir ao comprador estrangeiro a entrega segura e eficiente dos produtos em per- feitas condições. A embalagem terciária para bens de consumo envolve as unidades de embalagem secundária de varejo. Para produtos industriais, por não haver, geral- mente, embalagem primária ou secundária, a terciária abrange todas as atividades relacionadas à embalagem no que diz respeito a proteger os produtos durante o embarque. 2. Ele pode ser utilizado como unidade de transporte combinado/multimodal. É considerado um acessório de transporte que protege a carga e contribui no serviço porta a porta. Por ser facilmente empilhado, oferece segurança durante toda a operação. Apresenta os menores custos de armazenamento, transporte, seguro e de embalagens. 3. D. 4. D. 5. A. anotações _ay7a7j8kkptz _7xvhbmkwvbnf COMÉRCIO INTERNACIONAL COMÉRCIO EXTERIOR ADUANA E COMÉRCIO EXTERIOR LOGÍSTICA INTERNACIONAL TÓPICOS ESPECIAIS EM LOGÍSTICA INTERNACIONAL conclusão geral _gjdgxs _hu4atbovdkj6 _n5o7bnc33agg _5qnnd6m3pmeh _fjx4fzbhv3dq _prnqbaeosge _6b51fc9h0xbx _mvdsfp74hv23 _1in7w0cfmqm _qajjd9316385 _lwp6apn9yn4b _cdelr737oq31 _dkrw2boltkfc _bmxh2ar9w13j _sri9lyuzlykd _59j1rvmre952 _4u55ovdyvnua _qbvxlzg9q7f0 _7b2h2o8xax0m _c9w6ezpnuv5k _2jbibpp2fa8d _uuqgk7uerbm7 _gjdgxs _nxqs5vvh5atm _mjth068lbnsq _60snksu2xiug _ynhtkla4pijt _hi1ynev55dz2 _GoBack _dw8sy89hdno3 _6hweea9bxzor Botão 4: Botão 5: Botão 6: Botão 7: Botão 8: Botão 9: Botão 1: Botão 2: Botão 3: