Prévia do material em texto
- 1 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 - 2 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. E-book A presente obra e evento foram financiados por: - 3 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 E-book Flávio Wachholz, João Cândido André da Silva Neto, Angélica Rodrigues Rocha, Rogério Ribeiro Marinho, Julien Marius Reis Thévenin Organizadores Embu das Artes - SP 2024 21 A 25 DE NOVEMBRO DE 2023 - 4 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. Comitê Científico Alexa Cultural Presidente Yvone Dias Avelino (PUC/SP) Vice-presidente Pedro Paulo Abreu Funari (UNICAMP) Membros Adailton da Silva (UFAM – Benjamin Constant/AM) Alfredo González-Ruibal (Universidade Complutense de Madrid - Espanha) Aldair Oliveira de Andrade (UFAM - Manaus/AM) Ana Paula Nunes Chaves (UDESC – Florianópolis/SC) Arlete Assumpção Monteiro (PUC/SP - São Paulo/SP) Barbara M. Arisi (UNILA – Foz do Iguaçu/PR) Benedicto Anselmo Domingos Vitoriano (Anhanguera – Osasco/SP) Carmen Sylvia de Alvarenga Junqueira (PUC/SP – São Paulo/SP) Claudio Carlan (UNIFAL – Alfenas/MG) Denia Roman Solano (Universidade da Costa Rica - Costa Rica) Débora Cristina Goulart (UNIFESP – Guarulhos/SP) Diana Sandra Tamburini (UNR – Rosário/Santa Fé – Argentina) Edgard de Assis Carvalho (PUC/SP – São Paulo/SP) Estevão Rafael Fernandes (UNIR – Porto Velho/RO) Evandro Luiz Guedin (UFAM – Itaquatiara/AM) Fábia Barbosa Ribeiro (UNILAB – São Francisco do Conde/BA) Fabiano de Souza Gontijo (UFPA – Belém/PA) Gilson Rambelli (UFS – São Cristóvão/SE) Graziele Acçolini (UFGD – Dourados/MS) Iraíldes Caldas Torres (UFAM – Manaus/AM) José Geraldo Costa Grillo (UNIFESP – Guarulhos/SP) Juan Álvaro Echeverri Restrepo (UNAL – Letícia/Amazonas – Colômbia) Júlio Cesar Machado de Paula (UFF – Niterói/RJ) Karel Henricus Langermans (USP/EcA - São paulo/SP) Kelly Ludkiewicz Alves (UFBA – Salvador/BA) Leandro Colling (UFBA – Salvador/BA) Lilian Marta Grisólio (UFG – Catalão/GO) Lucia Helena Vitalli Rangel (PUC/SP – São Paulo/SP) Luciane Soares da Silva (UENF – Campos de Goitacazes/RJ) Mabel M. Fernández (UNLPam – Santa Rosa/La Pampa – Argentina) Marilene Corrêa da Silva Freitas (UFAM – Manaus/AM) María Teresa Boschín (UNLu – Luján/Buenos Aires – Argentina) Marlon Borges Pestana (FURG – Universidade Federal do Rio Grande/RS) Michel Justamand (UNIFESP - Guarulhos/SP) Miguel Angelo Silva de Melo - (UPE - Recife/PE) Odenei de Souza Ribeiro (UFAM – Manaus/AM) Patricia Sposito Mechi (UNILA – Foz do Iguaçu/PR) Paulo Alves Junior (FMU – São Paulo/SP) Raquel dos Santos Funari (UNICAMP – Campinas/SP) Renata Senna Garrafoni (UFPR – Curitiba/PR) Renilda Aparecida Costa (UFAM – Manaus/AM) Roberta Ferreira Coelho de Andrade (UFAM - Manaus/AM) Sebastião Rocha de Sousa (UEA – Tabatinga/AM) Thereza Cristina Cardoso Menezes (UFRRJ – Rio de Janeiro/RJ) Vanderlei Elias Neri (UNICSUL – São Paulo/SP) Vera Lúcia Vieira (PUC – São Paulo/SP) Wanderson Fabio Melo (UFF – Rio das Ostras/RJ) - 5 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS CONSELHO EDITORIAL Presidente Henrique dos Santos Pereira Membros Antônio Carlos Witkoski Domingos Sávio Nunes de Lima Edleno Silva de Moura Elizabeth Ferreira Cartaxo Spartaco Astolfi Filho Valeria Augusta Cerqueira Medeiros Weigel COMITÊ EDITORIAL DA EDUA Louis Marmoz - Université de Versailles Antônio Cattani - UFRGS Alfredo Bosi - USP Arminda Mourão Botelho - Ufam Spartacus Astolfi - Ufam Boaventura Sousa Santos - Universidade de Coimbra Bernard Emery - Université Stendhal-Grenoble 3 Cesar Barreira - UFC Conceição Almeira - UFRN Edgard de Assis Carvalho - PUC/SP Gabriel Conh - USP Gerusa Ferreira - PUC/SP José Vicente Tavares - UFRGS José Paulo Netto - UFRJ Paulo Emílio - FGV/RJ Élide Rugai Bastos - Unicamp Renan Freitas Pinto - Ufam Renato Ortiz - Unicamp Rosa Ester Rossini - USP Renato Tribuzy - Ufam Reitor Sylvio Mário Puga Ferreira Vice-Reitora Therezinha de Jesus Pinto Fraxe Editor Sérgio Augusto Freire de Souza - 6 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. Comissão Organizadora Flávio Wachholz (UEA – Manaus/AM) – Coordenação Geral Hilcéa Santos Ferreira (Selper – São José dos Campos/SP) – Vice Coordenadora Rogerio Ribeiro Marinho (UFAM – Manaus/AM) – Coordenação Científica Julien Marius Reis Thevenin (UEA – Manaus/AM) – Coordenação Científica Angélica Rodrigues Rocha (UEA – Manaus/AM) – Site e Divulgação Joselisa Maria Chaves (UEFS – Feira de Santana/BA) – Organização e Premiação Neliane de Sousa Alves (UEA – Manaus/AM) – Trabalho de Campo Francisco Davy Braz Rabelo (UEA – Tefé/AM) – Organização Geral João Candido André da Silva Neto (UFAM – Manaus/AM) – Organização Geral João D’Anuzio Menezes de Azevedo Filho (UEA – Parintins/AM) – Organização Geral Rony Iglecio Leite de Andrade (UEA – Tabatinga/AM) – Organização Geral Katia Viana Cavalcante (UFAM – Manaus/AM) – Organização Geral Alrianne Silva de Sena (UEA – Manaus/AM) - Secretária Daniela Miyuki Seki (Selper – São José dos Campos/SP) - Secretária Samara Aquino Maia (UEA – Manaus/AM) - Logística Matheus de Vasconcelos Lima Leitão (UEA – Manaus/AM) – Arte e Impressão Comissão Científica Prof. Esp. Alfredo Rafael Cuello (UNLu – Argentina) Prof. Dr. Amom Chrystian de Oliveira Teixeira (UEG – Formosa/GO) Profa. Dra. Azucena Pérez Vega (UGTO – México) Prof. Dr. Bruno Zucherato (UFMT – Barra do Garças/MT) Prof. Dr. Edson Luís Piroli (UNESP – Ourinhos - SP) Prof. Dr. Ericson Hideki Hayakawa (Unioeste - Marechal Cândido Rondon/PR) Prof. Dr. Flávio Wachholz (UEA – Manaus/AM) Prof. Dr. Francisco Davy Braz Rabelo (UEA – Tefé/AM) Profa. Dra. Gisieli Kramer (UFSM – Santa Maria/RS) Prof. Dr. Jesús Rodrigo-Comino (UGR – Espanha) Prof. Dr. João Cândido André da Silva Neto (UFAM – Manaus/AM) Prof. Dr. João Danuzio Menezes de Azevedo Filho (UEA – Parintins/AM) Profa. Dra. Joselisa Maria Chaves (UEFS – Feira de Santana/BA) Prof. Dr. Julien Marius Reis Thevenin (UEA – Manaus/AM) Prof. Dr. Leônidas Luiz Volcato Descovi Filho (UFOPA – Santarém/PA) Prof. Me. Luis Waldyr Rodrigues Sadeck (UFPA – Ananindeua/PA) Profa. Dra. María Antonia García Cisnero (Geocuba – Cuba) Prof. Dr. María Cristina Serafini (UNLu – Argentina) Profa. Esp. Miriam Esther Antes (UNLu – Argentina) Profa. Dra. Neliane Sousa Alves (UEA – Manaus/AM) Prof. Dr. Oscar Buitrago-Bermudez (Univalle – Colômbia) Prof. Dr. Roberto Richardson Varas (UST – Chile) Prof. Dr. Rogério Ribeiro Marinho (UFAM – Manaus/AM) Prof. Dr. Rony Iglecio Leite de Andrade (UEA – Tabatinga/AM) Profa. Dra. Rosana Corazza (IFRS – Sertão/RS) Profa. Dra. Suzy Cristina Pedroza da Silva (UFAM – Manaus/AM) Prof. Dr. Waterloo Pereira Filho (UFSM – Santa Maria/RS) - 7 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1durante o desenvolvimento da atividade e é expresso por 93% dos alunos que afirmaram sentirem-se motivados a participarem da atividade, pois o conteúdo foi apresentado de maneira criativa, as regras eram claras e objetivas. Com relação ao fato do jogo ser desafiador, 55% dos alunos consideraram o jogo desafiador e insti- gava a competição e 45% acharam que não foi tão desafiador, pois conseguiram formar os pares de cartas muito rápido, sugerindo um maior número de cartas. Contudo, cerca de 90% dos alunos recomendam esse jogo para sala de aula e mais de 90% acreditam que não é necessário fazer ajustes nele. Mais de 80% dos alunos acham legal usar os jogos na sala de aula e a figura 09 evidencia que quase 90% dos alunos acredi- tam que é possível aprender jogando. - 198 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. Figura 09 - Resposta dos alunos à pergunta: você acha que é possível aprender jogando? Fonte: Levantamento de campo (2023) Essa percepção dos alunos de que os jogos não servem apenas para entreter é importante, pois des- contrói a ideia que o jogo está sendo usado pelo professor apenas para preencher o tempo, sem favorecer a aprendizagem. É nesse sentido que Breda (2018) salienta que é necessário aliar os jogos a uma sequ- ência didática, pois utilizar o jogo, aleatoriamente, sem nenhum critério, será pouco satisfatório. Sendo a utilização de jogos em sala de aula uma ferramenta valiosa para tornar o aprendizado mais envolvente e interativo. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Aliar a geotecnologia para produzir o material pedagógico, relacionando ao letramento cartográfico e a dinamicidade proporcionada pelo jogo que mobiliza as emoções, a competitividade e como reflexo disso favorece o engajamento dos alunos na aula. A utilização do jogo mostrou-se viável pedagogicamente, pois permitiu identificar alguns elementos da paisagem da cidade de Manaus sob diferentes pontos de vistas (visão vertical, visão oblíqua e visão frontal), treinando o olhar para identificar nas imagens de satélites, cores, padrões e texturas diferentes, buscando relacioná-las a locais de grande relevância na cidade de Manaus. A atenção e a curiosidade despertadas a partir do jogo contribuem para valorizar a participação efe- tiva dos alunos nas aulas. O conteúdo abordado durante o jogo pode e deve ser resgatado nas aulas pos- teriores, pois quanto mais uma informação se repete, mais fácil é ser lembrada. Ademais, o jogo não deve ser uma atividade isolada, deve compor uma sequência didática relacionada ao letramento cartográfico. 5. AGRADECIMENTOS O primeiro autor agradece a professora de geografia da escola por disponibilizar sua turma e o espaço para a realização da atividade. Os coautores agradecem a UEA pela concessão da Gratificação de Produtividade Acadêmica. 6. REFERÊNCIAS BLANCO, L.S.; PORTELLA, D.A.P.C; SORRENTINO, L.M.M. Geotecnologias e Escolas: desafios e perspectivas. Revista de Ensino de Geografia, v. 11, n. 21, p. 105-121, 2020. ISSN 2179-4510 BREDA, T. V. O uso de jogos no processo de ensino aprendizagem na geografia escolar. 2013, dissertação, (Mestrado em Ensino e História das Ciências da Terra), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013. - 199 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 BREDA, T. V. Jogos geográficos na sala de aula. 1. ed. Curitiba, Appris, 2018 CASTELAR, S. M. V., & VILHENA, J. Ensino de Geografia. São Paulo, Cengage Learning, 2011. CAVALCANTE, M. B. As geotecnologias no ensino da geografia no século XXI. Revista Saber Acadêmico, v. 12, n 011, p. 37-40, jun. 2011. SILVA, F. S; CARNEIRO, C. D. R. Geotecnologias como recurso didático no ensino de geografia: experiência com o Google Earth. Caminhos de Geografia, v. 41, n. 13, p. 329-342, mar. 2012. ISSN 1678-6343© by Alexa Cultural Direção Gladys Corcione Amaro Langermans Nathasha Amaro Langermans Editor Karel Langermans Capa Klanger Revisão Técnica Os organizadores Revisão de língua portuguesa Flávio Wachholz Editoração Eletrônica Alexa Cultural Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Merco- sul (13 : 2023 : Manaus, AM) - Anais do [...] / XIII Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul, 21-25 novembro 2023; organizadores Flávio Wachholz... [et al.]. – Embu das Artes, SP: Alexa Cul- tural, 2023. Formato: PDF - 339 pgs Inclui bibliografia ISBN 978-85-5467-374-1 1. Educação – Brasil – Congressos. 2. Geotecnologias. 3. Sensoriamento remoto. I. Wachholz, Flávio. II. Silva Neto, João Cândido André da. III. Ro- cha, Angélica Rodrigues. IV. Marinho, Rogério Ribeiro. V. Thévenin, Julien Marius Reis. VI. Título. CDD 370.981 Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422 Índice para Catálogo Sistemático Educação Geotecnologia Sensoriamento Remoto Todos os direitos reservados e amparados pela Lei 5.988/73 e Lei 9.610 É proibida a reprodução parcial ou integral sem a autorização das organizadores e/ou editora. A exatidão das informações, conceitos e opiniões é de exclusiva responsabilidade dos autores. Alexa Cultural Ltda Rua Henrique Franchini, 256 Embú das Artes/SP - CEP: 06844-140 alexa@alexacultural.com.br alexacultural@terra.com.br www.alexacultural.com.br www.alexaloja.com Editora da Universidade Federal do Amazonas Avenida Gal. Rodrigo Otávio Jordão Ramos, n. 6200 - Coroado I, Manaus/AM Campus Universitário Senador Arthur Virgilio Filho, Centro de Convivência – Setor Norte Fone: (92) 3305-4291 e 3305-4290 E-mail: ufam.editora@gmail.com J82a - 8 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. Prefácio As Jornadas de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul surgiram em 1997, na cidade de Camboriú em Santa Catarina/Brasil, constituindo-se em um marco para verificar a situação do ensino de sensoriamento remoto no âmbito do Mercosul e definição de recomendações, visando a incorporação desta tecnologia em todos os níveis educacionais e a obtenção da máxima participação de organizações ligadas ao assunto. As jornadas ocorreram no Brasil (1997, 2004, 2009, 2015, 2023), Argentina (1998, 2005, 2011, 2019), Chile (2000, 2017), Uruguai (2007) e Venezuela (2013), integrando além dos países pertencentes ao Mer- cosul, Colômbia, Equador, Cuba, Estados Unidos, México, Portugal, França e Itália. Na Jornada de 2019 (Buenos Aires/ Argentina), foi realizada a candidatura de Manaus/AM para sediar a XIII edição do evento. Entre as dificuldades enfrentadas, a pandemia da Covid-19 foi a mais desa- fiadora, sendo necessário todos os esforços para retomar os trabalhos e concluir a tarefa do qual havíamos nos comprometido. Nesse percurso, o apoio recebido da Associação de Especialistas Latino-Americanos em Sensoriamento Remoto - SELPER Brasil foi fundamental. Assim, Manaus – Capital do Estado do Amazonas e pertencente à região Amazônica -, recebeu ine- ditamente a Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul, em sua XIII Edição, entre 21 a 25 de novembro de 2023, em Manaus/AM com o tema “Por um Planeta mais conhecido: con- solidando as Geotecnologias na Educação”. A instituição sede do evento foi a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e contou com apoio, além da Selper Brasil, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O evento foi agraciado com os financiamentos: Programa de Apoio ao Desenvolvimen- to de Eventos (PADEV) da UEA, Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (PAREV) da Fapeam e Programa de Apoio a Eventos no País (PAEP) da Capes. A Jornada veio com o propósito de discutir singularidades do ensino de sensoriamento remoto em todos os níveis de educação. Um evento de menor porte, que reúne especialistas da área, professores e estudantes, consegue promover a integração e maior aproximação entre estes e contribuir com discus- sões profícuas sobre a temática. Cabe destacar as idealizadoras das Jornadas: as pesquisadoras Tânia Maria Sausen e Maria Cristina Serafini. Além de estar à frente da organização de diversas jornadas, sempre foram pessoas motivadoras e entusiastas, que fizeram despertar interesse em muitas pessoas pelos temas geotecnológicos. O evento contribuiu na geração de trocas de experiências entre estudantes e profissionais da área de Ciências Ambientais, Geografia e Educação em uma programação diversificada e integradora, poten- cializando o conhecimento do estado da arte das geotecnologias, a construção de material didático, a incorporação de novas tecnologias e desenvolvimento de políticas e capacitação para todos os níveis de educação. O tema “Por um Planeta mais conhecido: consolidando as Geotecnologias na Educação”, escolhido para XIII Jornada, estimulou a reflexão sobre diferentes aplicações das Geotecnologias e seu estado da arte, com trocas de experiências fundamentais para ampliação do seu uso, em ambiente escolar e pro- fissional. Desta forma, a disseminação do conhecimento sobre as Geotecnologias, por meio da Educação, propicia um melhor conhecimento sobre nosso planeta. As palestras, minicursos e trabalhos apresentados demonstraram um grande potencial do uso do sensoriamento remoto, principalmente na educação básica. No entanto, há diversos gargalos para a utili- zação do sensoriamento remoto como recurso didático em sala de aula, principalmente devido à falta de infraestrutura física, velocidade da internet e capacitação de docente. - 9 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 O E-book da XIII Jornada de Educação de Sensoriamento Remoto no âmbito do Mercosul traz traba- lhos completos que representam contribuições em cinco eixos temáticos: sensoriamento remoto no en- sino: nível básico, superior e pós-graduação; desenvolvimento de materiais didáticos no ensino; políticas institucionais e governamentais; programas de capacitação de professores; novos recursos tecnológicos para o ensino. Este conjunto de artigos traz pesquisas executadas no campo teórico e prático em escolas, institutos de pesquisas e universidades, além de espaços não-formais. Esses trabalhos serão de consulta acessível a internet e espera-se que sirva de inspiração para novas pesquisas; assim como propicie a consulta como metodologias de ensino que possam ser utilizadas em diferentes níveis da educação. Espera-se que a utilização do sensoriamento remoto seja cada vez mais efetiva na educação, para que nos possibilite conhecer de forma mais fidedigna o nosso planeta e que esse conhecimento se reverta em ações positivas sobre o espaço geográfico. Boa leitura! Prof. Dr. Flavio Wachholz Presidente da XIII Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul – 13 Jesram Universidade do Estado do Amazonas (UEA) - 10 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. Sumário PREFÁCIO - 8 - APRESENTAÇÃO - 16 - SENSORIAMENTO REMOTO NO ENSINO: NÍVEL BÁSICO, SUPERIOR E PÓS-GRADUAÇÃO A UTILIZAÇÃO DAS GEOTECNOLOGIAS COMO APORTE METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: EXPLORANDO NOVOS HORIZONTES DE APRENDIZAGEM Cássia Gabrielle Assunção Guimarães, Kaio dos Santos de Oliveira e Flávio Wachholz - 19 - CARTOGRAFIA SOCIAL NAS ESCOLAS DO CAMPODA AMAZÔNIA: UMA ABORDAGEM DESCOLONIAL PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA Andrea Barros de Oliveira, Mônica Fernandes Morais, Joice Patel Velho e Flávio Wachholz - 28 - LINGUAGEM CARTOGRÁFICA ASSOCIADA À LEITURA E A INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS DE SATÉLITE EM LIVROS DIDÁTICOS DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Deborah Pereira Linhares da Silva e Joiada Moreira da Silva Linhares - 38 - CONHECENDO MANAUS PELO GOOGLE EARTH: RELATO DE EXPERIÊNCIA Kelvyn Silva Nascimento, Marcela Vieira Pereira Mafra e Maria Genis Egas Soares - 48 - EXPLORANDO A MODIFICAÇÃO ANTRÓPICA DA PAISAGEM NO ENSINO DE GEOGRAFIA ATRAVÉS DO GOOGLE EARTH PRO Álisson Brito de Siqueira e Jairo Rodrigues Silva - 60 - SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO AO ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS: PROPOSTA DE ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Waldilene dos Santos Correa e Alex Mota dos Santos - 68 - USO DAS GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO SUPERIOR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Valdinéia Gusmão Silva, Bruna Suellen Oliveira Mota, Odaimys Socorro Ramos e Deorgia Tayane Mendes de Souza - 77 - - 11 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO NO MUNICÍPIO DE MANAUS-AM POR MEIO DE GEOTECNOLOGIAS Gladson Ewertom Lopes Santiago e Solange dos Santos Costa - 87 - O USO DO MAPEAMENTO DIGITAL EM IMAGENS DE SATÉLITE PARA A EVIDENCIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS: APLICAÇÃO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Ana Paula Damasceno Souza, Guilherme de Melo Ribeiro, Raquel Martin Louzada, Patricia Mota Rausch, Norka da Silva Albernaz Marcílio, Noelto da Cruz Teixeira - 96 - SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO À PRÁTICA DE CAMPO NO ENSINO DE HIDROGRAFIA E GEOMORFOLOGIA FLUVIAL: UMA ANÁLISE DO ARQUIPÉLAGO DE ANAVILHANAS (AMAZONAS- BRASIL) Jonathan Miller dos Santos Silva, Alan Kristian Nunes Machado, Kylner Brito Costa e Flávio Wachholz - 103 - IMAGENS DE ALTA RESOLUÇÃO ESPACIAL PARA O MONITORAMENTO DA PAISAGEM URBANA EM MANAUS (BRASIL) Cristiane Nunes Fernandes, Flávio Wachholz e Rogério Ribeiro Marinho - 113 - DINÂMICA HIDROMORFOLÓGICA DO LAGO DO ALEIXO E SUA TOPOFILIA (ELO LAGO E MORADORES) Daiane Cardoso Lopes Batista, Eva Rodrigues Ferreira e Matheus Braga do Nascimento - 122 - O USO DO SENSORIAMENTO REMOTO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Verônica Santos de Andrade, Wanderson Henryk Rodrigues de Almeida. Deorgia Tayane Mendes de Souza e Rosângela Leal Santos - 130 - IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE GEOTECNOLOGIAS NOS CURSOS DE AGRONOMIA DO NORDESTE BRASILEIRO Fernando Kaiam Oliveira Santos, Guilherme Borges Ribeiro, Joselisa Maria Chaves e Maria Clara de Figuerêdo Galiano - 139 - USO DO SENSORIAMENTO REMOTO NA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL: UMA CONTRIBUIÇÃO DE ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA Ana Paula dos Santos de Melo, Juliana Pereira Petronilio dos Santos, Deorgia Tayane Mendes de Souza e Rosângela Leal Santos - 147 - BREVE PANORAMA SOBRE O USO DAS GEOTECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO EM PUBLICAÇÕES NO SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO Roberta Pimenta Cunha dos Santos e Deorgia Tayane Mendes de Souza - 155 - - 12 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO PORTFÓLIO DIDÁTICO COM RECURSOS DE SENSORIAMENTO REMOTO NA CONTEMPORANEIDADE DE ESCOLAS BRASILEIRAS Gisieli Kramer, Waterloo Pereira Filho, Caroline Zimmermann Rodrigues e Missaela dos Santos Soares - 166 - UTILIZAÇÃO DE DADOS DE SENSORIAMENTO REMOTO NA ELABORAÇÃO DE CARTAS-IMAGENS E CROQUIS CARTOGRÁFICOS: EXPERIÊNCIAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA NO AMBIENTE ESCOLAR Sadraques da Silva, Francisco Davy Braz Rabelo e Alexsandra Vieira Moreira - 175 - SENSORIAMENTO REMOTO COMO RECURSO DE ENSINO PARA A APRENDIZAGEM GEOGRÁFICA Missaela dos Santos, Caroline Zimmermann Rodrigues, Gisieli Kramer, Rafael Zini Ouriques, Ademir de C.M. Peranzonin e Waterloo Pereira Filho - 183 - MANAUS VISTA DE MUITAS MANEIRAS: GEOTECNOLOGIAS NA ESCOLA A PARTIR DE JOGOS Alan Kristian Nunes Machado, Marcela Pereira Mafra e Flavio Wachholz - 192 - SENTINDO E ENTENDENDO O FENÔMENO DA FRIAGEM NA AMAZÔNIA BRASILEIRA Isabela Soares Colares, Larissa Cristina Cardoso dos Anjos, Geraldo Alves de Souza e Paulo Cézar Mendes - 200 - USO DAS IMAGENS TERMAIS DO LANDSAT-8 COMO RECURSO DIDÁTICO PARA AULA DE GEOGRAFIA Willer Hermeto Almeida Pinto, Dilcianny Peres Trindade, Thiago de Oliveira da Silva e Hugo Leonardo dos Santos Ferreira - 214 - POLÍTICAS INSTITUCIONAIS E GOVERNAMENTAIS CARACTERIZAÇÃO DO REGIME HIDROLÓGICO DO RIO SOLIMÕESAMAZONAS ATRAVÉS DA ALTIMETRIA ESPACIAL Jeane Ribeiro Rodrigues Assayag, Maria Elane Garcia Piedade, Tierre de Almeida dos Santos, João D’Anuzio Menezes de Azevedo Filho, Maria Glória Gonçalves de Melo e Joecila Santos da Silva - 226 - CARACTERIZAÇÃO DO REGIME HIDROLÓGICO DO RIO TAPAJÓS ATRAVÉS DA ALTIMETRIA ESPACIAL Andréa Barata Teixeira, Fernando Sérgio dos Santos Farias, Tierre de Almeida dos Santos, José Camilo Ramos de Souza, Rafael Jovito Souza e Joecila Santos da Silva - 234 - CARACTERIZAÇÃO DO REGIME HIDROLÓGICO DO RIO PURUS COM APLICAÇÃO DE ALTIMETRIA ESPACIAL Raimundo Walber Barros Ferreira, Marcio Fernando Prado de Oliveira, Tierre de Almeida dos Santos, Rafael Jovito Souza, João D’Anuzio Menezes de Azevedo Filho e Joecila Santos da Silva - 242 - - 13 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 ALTIMETRIA ESPACIAL COMO FERRAMENTA DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO NA BACIA DO RIO JAVARI Fernando Mucussete, Simone Barbosa de Oliveira, Tierre de Almeida dos Santos, Carlossandro Carvalho de Albuquerque, Iêda Hortêncio Batista e Joecila dos Santos da Silva - 251 - CARACTERIZAÇÃO HIDROLÓGICA DO RIO CAQUETÁ-JAPURÁ POR MEIO DA ALTIMETRIA ESPACIAL Fernando Sérgio dos Santos Farias, Andréa Barata Teixeira, Tierre de Almeida dos Santos, Rafael Jovito Souza, Joecila Santos da Silva e José Camilo Ramos de Souza - 260 - NOVOS RECURSOS TECNOLÓGICOS PARA O ENSINO GEOTECNOLOGIAS APLICADAS NO ENSINO: UMA PROPOSTA MULTIDISCIPLINAR APLICADA NO COLÉGIO MILITAR DE MANAUS Jônatas de Araújo Matos e Henrique Oliveira Lima - 268 - USO DO STREET VIEW E OUTRAS FERRAMENTAS DO GOOGLE EARTH PRO COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DOS BIOMAS BRASILEIROS Jaqueline Máximo Oliveira, Marcelinda Pacheco Nunes Pereira Gumiero, Anizabel Costa Duarte do Rego. Jairo Rodrigues Silva e Cecilia Félix Andrade Silva - 279 - IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM 3D NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ENGENHARIA CIVIL Rosângela Leal Santos, Kelly Cristina Ribeiro Marques Cardoso, Tayse Lima de Brito Guimarães, Felipe Oliveira Silva e Joselisa Maria Chaves - 293 - RESUMOS DE TRABALHOS PUBLICADOS EM REVISTAS CIENTÍFICAS REVISTA PRESENÇA GEOGRÁFICA DA TEORIA À PRÁTICA: O USO DE ESPECTRORADIOMETRIA PARA O ENSINO DE SENSORIAMENTO REMOTO Isadora Haddad, Elton Vicente Escobar Silva, Vandoir Bourscheidt, Cláudia Maria de Almeida, Aline Pontes Lopes e Luiz Eduardo O. C. Aragão - 308 - O PAPEL DO SENSORIAMENTO REMOTO COMO CATALISADOR DA PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NA CRIAÇÃO DE UM OBSERVATÓRIO DA FOZ DO AMAZONAS Valdenira Ferreira dos Santos, Laurent Polidori, Janaina Freitas Calado, Kerly Araújo Jardim, Orleno Marques da Silva Jr. e Cinthia Pereira de Oliveira - 310 - PROJETO GEOTECNOLOGIAS NA ESCOLA: ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Francisco Davy Braz Rabelo, Alexsandra Vieira Moreira, Sadraques da Silva e Alfredo da Silva Ferreira - 311 - - 48 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologiasna educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. CONHECENDO MANAUS PELO GOOGLE EARTH: RELATO DE EXPERIÊNCIA Kelvyn Silva Nascimento1 Marcela Vieira Pereira Mafra2 Maria Genis Egas Soares3 RESUMO O Google Earth é uma plataforma de análise geoespacial que utiliza imagens de satélites que permitem navegar virtualmente no mundo todo, podendo ser utilizado como recurso didático-pedagógico no ensino de Geografia para desenvolver diversas temáticas. O intuito desse trabalho é relatar a experiência do uso do Google Earth com estudantes do 6° ano da Escola Mu- nicipal Rosa Sverner, localizada na zona leste da cidade de Manaus (AM), desenvolvidas no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), no Subprojeto de Geografia. Os objetivos da sequência didática eram: desenvolver a noção espacial e a representação cartográfica fazendo uso das geotecnologias. A realização da atividade consistiu em quatro etapas: atividade diagnóstica através da construção de mapas mentais; aula expositiva dialogada apresentando o Google Earth e os elementos fundamentais do mapa; e, confecção de novos mapas do percurso casa-escola com o auxílio das imagens do percurso no Google Earth. A sequência didática mostrou-se viável, os alunos sentiram-se atraídos pela geotecnologia, ficaram engajados nas aulas, trabalharam de maneira colaborativa, atingindo os objetivos propostos. Palavras-chave: Geotecnologias; Recurso didático-pedagógico; Mapa. ABSTRACT Google Earth is a geospatial analysis platform that uses satellite images that allow you to virtually navigate the entire world and can be used as a didactic-pedagogical resource in Geography teaching to develop various themes. The objective of this work is to report the experience of using Google Earth with students of the 6th year of the Municipal School Rosa Sverner, located in the east zone of the city of Manaus (AM), developed within the scope of the Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), in the Geography Subproject. The objectives of the didactic sequence were to develop the spatial notion and cartographic representation making use of geotechnologies. The realization of the activity consisted of four stages: diagnostic activity through the construction of mental maps; dialoged expository class presenting Google Earth and the fundamental elements of the map; and, making new maps of the home-school route with the help of images of the route on Google Earth. The didactic sequence proved to be viable, the students were attracted by geotechnology, were engaged in the classes, worked collaboratively, reaching the proposed objectives. Keywords: Geotechnologies; Didactic-pedagogical resource; Map. 1. INTRODUÇÃO As geotecnologias consistem em um conjunto de tecnologias utilizadas para coletar, processar, analisar e disponibilizar informações com referências geográficas (ROSA, 2005). Essas tecnologias vêm se popularizando devido ao Sistema de Posicionamento Global (GPS) utilizado em diversos aplicativos de uso cotidiano das pes- soas, tais como: Waze GPS Maps, Uber, Google Maps, Google Earth, entre outros. Massa (2022) destaca que há mais de 250 aplicativos de entrega de refeição (delivery) somente no Brasil, e apenas na empresa Uber são mais de 30 milhões de usuários ativos no país. Essa presença das geotecnologias no dia-a-dia dos alunos favorece a abordagem desse conteúdo no âmbito da sala de aula e pode ser uma estratégia para despertar a atenção e o interesse dos estudantes pelas aulas de Geografia, pois os alunos tendem a serem atraídos pelas tecnologias. Desse modo, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência do uso do Google Earth com estudantes do 6° ano da Escola Municipal Rosa Sverner, localizada na zona leste da cidade de Manaus - AM, desenvolvidas no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), no Subprojeto de Geografia. 1 Graduando do curso de Geografia da Universidade do Estado do Amazonas. Bolsista do Subprojeto PIBID de Geografia da UEA/CAPES. Manaus, Brasil, E-mail: kelvyn.silva77@gmail.com, https://orcid.org/0009-0009-1318-667X 2 Professora Adjunta do Curso de Geografia da Universidade do Estado do Amazonas; Coordenadora do Subprojeto PIBID de Geografia da UEA/ CAPES. Manaus, Brasil, mvieira@uea.edu.br https://orcid.org/0000-0002-6345-0012 3 Professora da SEMED/Manaus. Supervisora no Subprojeto PIBID de Geografia da UEA/CAPES. Manaus, Brasil, genisegas@hotmail.com, https:// orcid.org/0009-0005-0879-4997 - 49 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa, levando em consideração que aborda a perspec- tiva e percepção dos estudantes em relação ao local em que vivem. A realização destas atividades consis- tiu-se em quatro etapas: atividade diagnóstica através da construção de mapas mentais; aula expositiva dialogada; confecção de mapas; e manipulação do programa Google Earth pelos estudantes. A atividade foi desenvolvida com duas turmas de alunos que cursam o 6º ano do Ensino Fundamen- tal II, em uma escola localizada na zona leste da cidade de Manaus, no bairro Jorge Teixeira, durante o mês de julho de 2023. Os objetivos da sequência didática eram: desenvolver a noção espacial e a representação cartográ- fica fazendo uso das geotecnologias. Esta proposta metodológica está em consonância com as habilidades EF06GE08 e EF06GE09, preconizadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e que constam na uni- dade temática formas de representação e pensamento espacial. O modo como os estudantes percebem o lugar que vivem deve ser o ponto de partida para o desen- volvimento da sua noção espacial, tendo suas habilidades estimuladas para ampliar este entendimento. Assim, os tipos de visão - Frontal, Oblíqua e Vertical - são algumas das primeiras habilidades que devem ser estimuladas nos estudantes para aguçar sua noção espacial. Sob o mesmo ponto de vista, Breda (2018) destaca que a visão de tipo vertical deve ser bastante trabalhada, pois ela é fundamental para o processo de abstração em relação à leitura e compreensão dos mapas. A autora ainda sugere o uso de fotografias e imagens de satélite como “[...] uma boa estratégia para trabalhar nos primeiros ciclos da educação, uma vez que representam espaços mais familiares dos alunos� (Breda, 2018, p. 56). Partindo disso, usou-se do Google Earth para desenvolver atividades que estimulem a abstração para o tipo de visão vertical utilizada nos mapas, reforçando também os elementos básicos que os mapas devem conter título, legenda, orientação, escala e fonte. Para tanto, as três primeiras etapas dessa atividade ocorreram em sala de aula utilizando a lousa, pincéis, um projetor de imagens e um laptop, dividindo este tempo entre aulas expositivas e processo de produção de mapas pelos alunos. A quarta e última etapa deste trabalho ocorreu no Centro de Tecnologias Educacionais (CTEs) da escola, que tem à disposição 5 computadores com acesso à internet, um aparelho de tv e uma lousa que pode ser utilizada. Na figura 01 é possível observar parte da estrutura disponibiliza- da no laboratório. Figura 01: Computadores do CTEs da escola de atuação Fonte: acervo pessoal (2023) Nos tópicos a seguir serão descritas cada uma das etapas realizadas, de modo a esclarecer os obje- tivos almejados e resultados alcançados nestas. - 50 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Primeira etapa Inicialmente, solicitou-se aos alunos que construíssem mapas mentais do percurso de casa até a escola,de modo que representassem o que Nogueira (2021) denomina cartograficidade do ser com seu lugar, uma representação que demonstra o grau de percepção sobre o lugar, as paisagens e os territórios. Essa atividade serviu como diagnóstico para analisar os lugares de vivência dos alunos e como eles perce- bem esses lugares. Ao mesmo tempo, a atividade propiciou identificar quais elementos cartográficos os alunos usariam no processo de elaboração do mapa mental. Nas figuras 02 e 03 são apresentados exemplos de mapas mentais produzidos, neles é possível per- ceber que os alunos representaram referenciais espaciais que são importantes para eles, como mercados, igrejas e inseriram símbolos representativos desses junto às imagens, mas sem fazer o uso de legenda. Ademais, nota-se que os elementos representados estão na visão frontal e a relação de proporcionalidade entre os objetos não foram levadas em consideração. Essas informações foram consideravelmente rele- vantes para planejar as demais etapas da sequência didática. Figura 02: Exemplo de primeiro mapa Figura 03: Exemplo de primeiro mapa produzido produzido pelos estudantes pelos estudantes Fonte: acervo pessoal (2023) 3.2 Segunda etapa A segunda etapa consistiu em uma aula expositiva apresentando os elementos fundamentais que um mapa deve conter, além dos três tipos de visões: de frente (vista frontal), do alto (vista oblíqua) e de cima para baixo (vista vertical). A abordagem desse conteúdo, de acordo com Breda (2018) é de extrema importância, pois colabora com a leitura e compreensão dos mapas. Nessa etapa, foi utilizado o Google Earth como recurso didático para possibilitar aos alunos a compreensão do espaço geográfico em diferen- tes escalas, explorando detalhadamente a área da escola sob diferentes pontos de vistas, possibilitando aos alunos compreenderem a importância das imagens de satélites. Essa atividade possibilitou aos alunos, observar o planeta do espaço, identificar locais de grande relevância da cidade que vivem na visão vertical e identificar como seria sua representação em um mapa. Na figura 04 há o registro da aula expositiva ministrada e na figura 05 pode-se observar a área da escola, a partir da qual os alunos fizeram o percurso até as suas casas. - 51 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 Figura 04: Aula expositiva sobre os Figura 03: área apresentada pelo Google Earth elementos dos mapas para guiar a elaboração dos mapas dos estudantes Fonte: acervo pessoal (2023) Disponível em: https://www.google.com.br/earth/ 3.3 Terceira etapa Nessa etapa o objetivo era desenvolver a noção espacial e a representação cartográfica. Para isso, utilizando o Google Earth e as aprendizagens construídas nas aulas anteriores sobre os elementos do mapa e os diferentes tipos de visão, solicitou-se aos alunos que fizessem um novo mapeamento do percurso da escola até suas casas. Os alunos deveriam comparar seus mapas mentais iniciais com as imagens do percurso no Google Earth, identificando quais elementos poderiam adicionar, retirar e/ou melhorar a sua representação. Os alunos mostraram-se bastante empolgados com a atividade proposta, estando focados nas ins- truções para a realização do mapeamento. Muitos estudantes quiseram ir à lousa marcar com o pincel onde localizava-se a sua casa (figura 06), alguns solicitavam que ampliasse ou reduzisse a imagem, pois não era possível observar a sua casa na área exposta na imagem do Google Earth. Figura 06: estudantes marcando com pincel o lugar de suas casas para mapeamento Fonte: acervo pessoal (2023) Durante o mapeamento a demanda dos estudantes por auxílio para sanar dúvidas foi intensa, com questões de diversos tipos que ajudaram a perceber sobre o seu entendimento e abstração em relação ao conteúdo abordado. - 52 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. A aluna 01 fez a seguinte observação: “eu fiz o meu mapa um pouco inclinado para o lado, então eu tenho que virar a minha rosa dos ventos para essa direção também, né?”. Por este relato observa-se a per- cepção de orientação, onde a estudante sabendo que ao fazer seu mapa inclinado em determinada pers- pectiva a Rosa dos Ventos deveria ser inclinada juntamente. Na figura 07, a seguir, é possível ver o mapa produzido, apresentando também elementos da legenda com boa simbologia para a leitura do mapa. Figura 07: Mapa produzido por estudante com auxílio do Google Earth Fonte: acervo pessoal (2023) A importância dos símbolos cartográficos para representar diversos locais ou fenômenos é compre- endida pelos alunos, como pode ser evidenciado pelo aluno 02 que destaca: “professor, aqui neste local é um restaurante [apontando para o local no mapa], eu posso fazer um garfo e uma faca para saber o que é?”. É perceptível por este relato notar a compreensão do educando sobre os elementos da legenda de um mapa, que podem ser representados por símbolos para melhor e mais simples identificação. Desse modo, - 53 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 assim como relatado pelo aluno 2, diversos outros estudantes fizeram perguntas semelhantes, entretanto, envolvendo elementos distintos, como uma seringa para identificar um hospital, uma pá para um material de construção, lápis para identificar a escola, entre outros. Na figura 08, temos uma produção com foco nos símbolos para indicar os locais reconhecidos, nela há título, rosa dos ventos e a legenda. Figura 08: Mapa produzido por estudante com auxílio do Google Earth Fonte: acervo pessoal (2023) O sentido de noção espacial está presente na fala da aluna 03 ao afirmar: “professor, eu estou fazen- do as ruas primeiro e depois eu vou preencher com as casas e as outras coisas, porque se eu fizer primeiro as ruas, vai ficar mais fácil de achar o caminho”. Percebe-se que, através de um elemento da imagem de satélite, a rua, a estudante se localizou e estipulou um meio de mapear sua rota até em casa. Durante essas produções apenas um aluno demonstrou dificuldade em realizar a atividade, afirman- do que não sabia desenhar e que não conseguiria desenvolver essa tarefa. Contudo, foi sugerido que ele fizesse o melhor que conseguisse, que o importante seria ele tentar desenvolver. Com isso, no decorrer das observações notou-se que mesmo alegando não saber como fazer, o aluno 04 construiu o mapa indi- cando os diversos elementos solicitados (figura 09). - 54 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. Figura 09: Mapa produzido por estudante com auxílio do Google Earth Fonte: acervo pessoal (2023) É importante destacar que o intuito desta atividade não é exigir obras de arte ou comparar qual foi o melhor mapa produzido, e sim desenvolver a noção espacial e o entendimento sobre as representações cartográficas, de acordo com desenvolvimento cognitivo do aluno e a série na qual estão cursando. Nas figuras 10 e 11, expostas a seguir, é possível notar a diferença entre o primeiro e o segundo mapa que um mesmo estudante confeccionou. Figura 10: Primeiro mapeamento Figura 11: Segundo mapeamento realizado pelo realizado pelo estudante estudante com auxílio do Google Earth Fonte: acervo pessoal (2023) Analisando as figuras 10 e11 é perceptível que no primeiro mapeamento o aluno já possuía noções de legenda, contudo, permanecia muito preso na visão frontal. No entanto, na segunda produção perce- - 55 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 be-se seu mapeamento na perspectiva de visão vertical. Do mesmo modo, observa-se nas figuras 12 e 13, onde é nítida a mudança de perspectiva em relação ao modo como o mapa foi produzido, com o estudante apresentando no segundo mapeamento elementos nítidos e fáceis de identificar pela legenda, além noção espacial apresentada. Figura 12: Primeiro mapeamento Figura 13: Segundo mapeamento realizado pelo realizado pelo estudante estudante com auxílio do Google Earth Fonte: acervo pessoal (2023) Semelhante a esses mapeamentos apresentados, houveram outros que demonstraram a compre- ensão dos estudantes em relação a atividade proposta. Assim, seguiu-se para a quarta etapa. 3.4 Quarta etapa: Conhecendo Manaus pelo Google Earth As atividades desta etapa foram planejadas para serem desenvolvidas no CTEs da escola com as turmas 1 e 2, onde os alunos manipulariam, de fato, o Google Earth. Assim, as etapas executadas an- teriormente não foram realizadas aleatoriamente, tinham o que é colocado por Libâneo (2006) como a intencionalidade do educador, de forma que todas as etapas fizeram parte de uma sequência didática objetivando familiarizar os estudantes com o tipo de visão que se pode observar nas imagens dispostas no Google Earth ou Google Maps, e os elementos que estes podem conter, como os símbolos dispostos para melhor identificação dos locais. A dinâmica proposta para a quarta etapa dessa atividade foi baseada no jogo online Geoguessr, que consiste em explorar localidades do planeta Terra, neste lhe são apresentadas algumas imagens de lugares específicos do mundo e o desafio do jogador é encontrar o local a que esta imagem pertence, nas imagens são dispostas dicas para auxiliar o jogador a encontrar o local apresentado, como bandeiras, algum ponto turístico ou características da cidade ou país, então, a partir destas “pistas” deve-se indicar pelo mapa di- gital o ponto exato da imagem indicada. O jogo estipula um tempo para se localizar e marcar a localização que deseja e, após isso, informa a distância do local que ele apresentou com a que foi indicada por quem joga, atribuindo, assim, uma pontuação. Baseado nisso e levando em consideração os recursos disponíveis, apresentados anteriormente, com o CTEs da escola contando com apenas 5 computadores que os alunos podem utilizar para desenvol- ver os trabalhos, a proposta desta etapa foi refletida para consistir em três pontos principais de organiza- ção, que eram: - 56 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. 1 - Formar 5 equipes (verificar quantos alunos estão presentes na aula para a distribuição dos gru- pos), cada equipe seria responsável por um computador; 2 - Acessar o Google Earth e localizar a cidade de Manaus; 3 - Solicitar que encontrem pontos específicos da cidade de Manaus sem utilizar a ferramenta de busca do Google Earth. Esta atividade foi desenvolvida em grupo, de forma que cada estudante seria responsável por mani- pular o computador para localizar um ponto diferente da cidade, porém, sem usar a ferramenta de busca, se baseando apenas nos pontos de referência que conhecem da cidade, assim, todos os membros das equipes utilizariam o programa e os colegas de equipe poderiam ajudar indicando a direção e informando em quais ferramentas clicar, ampliar ou distanciar o ponto de vista das imagens, sendo assim, um trabalho coletivo para a localização, contudo, apenas um dos estudantes pode manipular o Google Earth por vez. Então, foi estipulado o tempo de 5 minutos para encontrarem o local solicitado, caso não encontrassem nesse tempo, o papel do professor é indicar onde estes pontos estão. Os locais solicitados para a procura foram pontos turísticos da cidade de Manaus, sendo estes: 1) Musa (Museu da Amazônia); 2) Aeroporto Eduardo Gomes; 3) Porto de Manaus; 4) Teatro Amazonas; 5) Ponte Rio Negro (Ponte Jornalista Phelippe Daou); e o 6) Calçadão da Ponta Negra. A princípio estes locais parecem ser conhecidos de todos que moram na cidade, contudo, como alega Breda (2018), umas das vantagens da visualização orbital proporcionada pelo Google Earth é poder observar pontos da cidade que muitas vezes são desconhecidos ou de difícil acesso para alguns alunos - pensando nisso, mais a frente, apresentaremos um questionário que se refere ao conhecimento destes alunos com os locais visitados pelo globo digital. No entanto, como apontado por Cavalcante (2007), mesmo com o planejamento prévio há sempre a possibilidade de ocorrerem situações inesperadas durante as aulas, por conta disso, é preciso ser flexível caso haja necessidade. Com isso, apesar de toda a preparação para as atividades, devido problemas na internet (falta de conexão), a realização da atividade com a turma 1 não pôde ser realizada. Conseguiu-se conexão somente ao fim do primeiro tempo de aula e apenas para o laptop utilizado pelo docente, por conta disso, toda a proposta teve que ser alterada, afetando toda a prática planejada previamente. Em função do imprevisto, as atividades foram direcionadas para serem desenvolvidas no laptop que tinha acesso à internet. Assim, um aluno por vez manuseava o Google Earth, enquanto a imagem do laptop estava sendo projetada na lousa, de modo que os colegas ajudassem indicando as direções que deveriam ser seguidas, desse modo, buscou-se localizar os locais sem acessar a ferramenta de busca, apenas pela sua noção de localização, tentando identificar em qual área da cidade se encontravam os pontos. Por exemplo, para o porto de Manaus o critério utilizado pelos alunos foi procurar as margens do rio, assim como o Teatro Amazonas foi procurado na parte onde fica o Centro da cidade, informações estas que os estudantes já detinham. Nesta etapa alguns alunos apresentaram facilidade em lidar com o programa, assimilando facilmen- te os comandos e com uma boa noção espacial para localizar os pontos, enquanto outros tiveram mais dificuldades, sendo perceptível o seu primeiro contato com o computador, por conta disso, esses estudan- tes com mais dificuldades eram instruídos passo a passo em relação a forma de como manusear o Google Earth, de modo a sentirem-se estimulados a continuarem desenvolvendo esta habilidade. 3.5 Questionário aplicado após a realização da sequência didática O questionário elaborado e aplicado teve a intenção de verificar o conhecimento dos estudantes sobre a cidade de Manaus, de modo que consistia em apenas três perguntas. A questão 1, de múltipla es- colha, com alternativa sim ou não, e as questões 1.1 e 2 consistiam em marcar os locais solicitados para as respectivas perguntas, no quadro 1 são apresentadas as perguntas efetuadas no questionário. Ao entregar o questionário aos estudantes lhes foi dito que não necessitava colocar seus nomes, apenas suas idades e turma. A idade dos alunos participantes da pesquisa era de 12 e 13 anos. - 57 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 Quadro 01: Questionário aplicado após a realização da sequência didática QUESTIONÁRIO Sua idade:___________, sua turma: 6º ________. 1 - Você conhecia todos os lugares da cidade de Manaus que visitamos pelo Google Earth? SIM ( ) ........................... NÃO ( ) 1.1 Casonão, marque somente os locais que você NÃO conhecia: o Musa o Aeroporto o Porto de Manaus o Teatro Amazonas o Ponte do Rio Negro o Calçadão da Ponta negra 2 - Dos lugares da cidade de Manaus que visitamos pelo Google Earth, quais você já visitou pessoalmente? o Musa o Aeroporto o Porto de Manaus o Teatro Amazonas o Ponte do Rio Negro o Calçadão da Ponta negra Fonte: O autor (2023) Em decorrência dos imprevistos apresentados anteriormente em relação a falha na conexão de internet, somente a turma 2 respondeu o questionário, pelo motivo de somente esta ter realizado a ativi- dade neste dia. Deste modo, 23 alunos responderam ao questionário, no quadro 02, apresentado a seguir, podemos observar as respostas. - 58 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. Quadro 02: Respostas do questionário aplicado na semana de introdução às Geotecnologias QUESTIONÁRIO 1 - Você conhecia todos os lugares da cidade de Manaus que visitamos pelo Google Earth? SIM: 65,2% .............................................................NÃO: 34,8% 1.1 Caso não, marque somente os locais que você NÃO conhecia: o Musa – 60,9% o Aeroporto – 34,8% o Porto de Manaus – 30,4% o Teatro Amazonas – 21,7% o Ponte do Rio Negro – 21,7% o Calçadão da Ponta negra – 39,1% 2 - Dos lugares da cidade de Manaus que visitamos pelo Google Earth quais você já visitou pessoalmente? o Musa – 39,1% o Aeroporto – 43,5% o Porto de Manaus – 34,8% o Teatro Amazonas – 52,2% o Ponte do Rio Negro – 73,9% o Calçadão da Ponta negra � 60,9% Fonte: O autor (2023) A tabulação do questionário mostra que, por mais que os lugares indicados para a pesquisa sejam pontos turísticos da cidade que, em tese, são bem conhecidos da população local, 34,8% dos estudantes não conheciam todos os lugares apresentados, afirmando a relevância desta atividade, onde pode-se por meio de uma geotecnologia, dentro da sala de aula, observá-los. O Museu da Amazônia (Musa), mesmo ficando em um bairro próximo de onde foi realizada está pesquisa, não é conhecido por mais de 60% dos alunos. Cerca de 20% dos alunos apontaram não conhecer o Teatro Amazonas e a Ponte do Rio Negro. Inicialmente, ao analisar os dados, levantou-se a hipótese de os alunos terem entendido a pergunta de maneira equivocada e interpretado como não conhecer esses lo- cais pessoalmente. Contudo, ao verificar as respostas referentes a questão número 2, que pergunta sobre quais locais os estudantes já haviam visitado pessoalmente, apenas cerca de 50% dos alunos afirmaram ter visitado o teatro Amazonas e 70% terem visitado a Ponte Rio Negro. Portanto, mesmo o Teatro Amazonas e a Ponte Rio Negro sendo símbolos da cidade de Manaus, constata-se que uma grande parcela de alunos não os conhece. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A sequência didática desenvolvida mostrou-se viável pedagogicamente, pois uniu a cartograficida- de, a cartografia e as geotecnologias, despertando o interesse e a participação dos alunos nas atividades propostas, que tinha por base o aprender fazendo. Os mapas mentais dos percursos escola-casa serviram de base para, a partir deles, desenvolver estratégias de ensino que permitissem a compreensão da lingua- gem cartográfica, ampliando as ideias de localização, orientação, simbologia e representação espacial. Apesar das limitações em relação aos equipamentos para se utilizar no CTEs e do contratempo envolvendo o acesso à internet, o objetivo de introduzir os estudantes do 6º ano da Escola Municipal - 59 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 Rosa Sverner às geotecnologias para conhecer o seu bairro e a sua cidade foi alcançado. Por conta disto, salientamos que os professores devem trabalhar com as ferramentas que estão disponíveis para eles, pois raramente terão a seu dispor as condições ideais para desenvolverem suas aulas. Faz-se necessário a continuidade do uso das diversas geotecnologias em sala de aula, pois elas des- pertam o interesse dos alunos e favorecem a sua participação. Mas, para que seu uso seja eficaz é neces- sário um planejamento bem organizado que favoreça a interatividade e a familiaridade dos alunos com esse recurso. 5. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. BREDA, Thiara Vichiato. Jogos Geográficos em Sala de Aula. 1. ed. Curitiba: Appris Editora e Livraria Eireli – ME, 2018. CAVALCANTE, L. A. D. Plano de aula: concepções e práticas docentes. Monografia (Graduação em Pedagogia) - Faculdade de Ciências da Educação - FACE, do Centro Universitário de Brasília - UniCEUB. Brasília, 2007. Google Earth website. http://earth.google.com/, 2009. LIBANÊO. José Carlos. Prática Educativa, Pedagogia e Didática. In: Didática. Cortez editora. 2006. MASSA, R. M. O “Boom” das plataformas de Delivery no Brasil e suas consequências peculiares. Fundação Getúlio Vargas, 2022. Disponível em: . Acesso em: 28 de jul. de 2023. MORAES, V. de M; CASTELLAR, S. M. V. Metodologias ativas para o ensino de Geografia: um estudo centrado em jogos. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, Vol. 17, Nº 2, 422-436, 2018. NOGUEIRA, A.R.B. Geograficidades e cartograficidades: os mapas mentais e o ato de representar. Ciência Geográfica - Bauru - XXV - Vol. XXV - (5): Janeiro/Dezembro – 2021. Disponível em UBER. Uber gerou R$ 36 bilhões de valor para a economia brasileira em 2021. Brasil, 2022. Disponível em: . Acesso em: 29 de jul. de 2023. - 192 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. MANAUS VISTA DE MUITAS MANEIRAS: GEOTECNOLOGIAS NA ESCOLA A PARTIR DE JOGOS Alan Kristian Nunes Machado1 Marcela Pereira Mafra2 Flavio Wachholz3 RESUMO As geotecnologias são ferramentas que coletam, processam e analisam dados geoespaciais e favorecem a abordagem de diversos conteúdos, podendo ser utilizadas nas escolas como recursos pedagógicos para auxiliar na compreensão do espaço geográfico. Portanto, o objetivo desse artigo é analisar o uso das geotecnologias na produção de um jogo pedagógico que tem como finalidade identificar alguns elementos da paisagem da cidade de Manaus sob diferentes pontos de vistas (visão vertical, visão oblíqua e visão frontal) utilizando imagens de satélites e fotografias convencionais. A metodologia utilizada possui uma abordagem qualitativa de caráter explicativo. Foram realizadas pesquisa bibliográficas nos trabalhos correlacio- nados com a utilização dos jogos no processo de ensino e de aprendizagem, jogos geográficos e geotecnologias na educação. Posteriormente, as etapas da pesquisa foram: planejamento e construção do jogo aplicação do jogo com alunos; análise da viabilidade do uso do jogo. Os resultados apontam que o jogo é viável pedagogicamente, pois permitiu que os alunos identificassem alguns elementos da paisagem da cidade de Manaus sob diferentes pontos de vista, treinando o olhar para identificar nas imagens de satélites, cores, padrões e texturas diferentes, buscando relacioná-las a locais de grande relevância na cidade de Manaus. Palavras-chave: Geoprocessamento; Educação; Sensoriamento remoto; Jogo da memória ABSTRACT Geotechnologies are tools that collect, process and analyze geospatial data and favor the approach of differentcontents, and can be used in schools as pedagogical resources to help in the understanding of geographic space. Therefore, the objective of this article is to analyze the use of geotechnologies in the production of a pedagogical game that aims to identify some elements of the landscape of the city of Manaus from different points of view (vertical view, oblique view and frontal view) using satellite images and conventional photographs. The methodology used has a qualitative approach of an explanatory nature. Bibliographic research was carried out in works correlated with the use of games in the teaching-learning process, geographic games and geotechnologies in education. Subsequently, the research stages were: planning and construction of the game application of the game with students; analysis of the feasibility of using the game. The results point out that the game is pedagogically viable, as it allowed students to identify some elements of the landscape of the city of Manaus from different points of view, training their gaze to identify different colors, patterns and textures in satellite images, seeking to relate them to places of great relevance in the city of Manaus. Keywords: Geoprocessing; Education; Remote sensing; Memory game. 1. INTRODUÇÃO Desde o surgimento da informática, da aerofotogrametria e do sensoriamento remoto tornou-se possível obter, armazenar e representar informações geoespaciais, favorecendo a análise espacial de di- versos lugares através do geoprocessamento. Esse processamento de dados georreferenciados tem se popularizado em vários setores, inclusive no âmbito educacional, pois favorece a análise da dinâmica es- pacial do mundo real e vivido. A facilidade de acesso à internet e as tecnologias permitem que qualquer pessoa que possua um smartphone ou notebook tenha a possibilidade de visualizar e analisar imagens de satélites através de plataformas como o Google Earth. Sob esse mesmo ponto de vista, Silva (2012) destaca que há na internet diversos softwares gratuitos de tratamento e manipulação de imagens, mas que muitos desses softwares são complexos e de difícil manuseio e exigem uma capacitação do professor para o uso. Dessa forma, o 1 Voluntário do Subprojeto PIBID de Geografia da UEA/CAPES, UEA, Manaus, Brasil, alankristian111@gmail.com, https://orcid.org/0009-0006- 1296-5119 2 Professora Adjunta do Curso de Geografia da Universidade do Estado do Amazonas; Coordenadora do Subprojeto PIBID de Geografia da UEA/ CAPES. Manaus, Brasil, mvieira@uea.edu.br https://orcid.org/0000-0002-6345-0012 3 Professor Adjunto do Curso de Geografia da Universidade do Estado do Amazonas, UEA, Manaus, Brasil, fwachholz@uea.edu.br, https://orcid. org/0000-0003-1241-4844 - 193 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 referido autor aponta o Google Earth como um programa simples e de fácil compreensão, exigindo do professor apenas conhecimentos básicos sobre interpretação das imagens para que esse consiga trabalhar com seus alunos em sala. Aliado ao uso do Google Earth é possível utilizar as bases cartográficas disponibilizadas pelo IBGE e INPE que podem ser aplicadas no software QGIS que por sua vez processa dados geoespaciais, a partir das quais é possível construir mapas gratuitamente. O QGIS é um software de acesso livre, entretanto seu manuseio exige capacitação por meio do usuário, muitas das ferramentas existentes na plataforma estão em inglês e exigem conhecimentos cartográficos para a execução de algumas tarefas, entretanto atual- mente existem diversos tutoriais no Youtube que ensinam como utilizá-lo, podendo nele editar bases de mapas como o arruamento, hidrografia e limites de bairros e cidades, gerando dessa maneira, materiais pedagógicos que podem ser utilizados nas aulas de Geografia. Nesse sentido, as geotecnologias, por meio de softwares, podem auxiliar na compreensão do espa- ço geográfico, analisando as transformações das paisagens a partir da análise comparativa de diferentes imagens de satélites de diferentes épocas e diferentes escalas, dentre outras atividades que podem ser realizadas de acordo com os objetivos da aula e do conteúdo a ser abordado pelo professor. Blanco et. al. (2020) destacam que apesar da disponibilidade de softwares livres e de dados geo- gráficos, espaciais e estatísticos abertos ao público, as geotecnologias ainda encontram dificuldades de serem empregadas nas escolas e apontam como causa a falta de orçamento das escolas para compra de computadores com boa capacidade de armazenamento, a carência de conhecimento sobre o que são as geotecnologias e como empregá-las no processo pedagógico. Nesse sentido, utilizar as geotecnologias para produzir materiais que não demandem de computa- dores e acesso à internet pode ser uma estratégia para que os alunos tenham contato com os produtos do geoprocessamento. Portanto, buscou-se aliar as geotecnologias com o uso dos jogos, pois os produtos das geotecnologias são novidades no âmbito da sala de aula da Educação Básica, na maior parte das escolas, sendo os jogos grande mobilizadores de emoções positivas, tirando a tensão sobre o processo de aprendi- zado. Dado essas características, a utilização combinada desses dois recursos pedagógicos tende a tornar os conteúdos visão vertical, visão oblíqua, visão frontal e construção de mapas, mais atrativos, favorecen- do a captação da atenção do aluno durante o desenvolvimento da aula e propiciando o compartilhando de dúvidas durante a realização da atividade. O uso de jogos como um recurso para o processo de ensino e aprendizagem, torna-se um material atrativo, pois permite o despertar da curiosidade e instiga a vontade de aprender de forma prazerosa (BREDA, 2018). Ademais, combinado com outros recursos, como aulas, trabalhos de campo e leituras, o jogo pode ser mais uma alternativa, porque possibilita ao aluno, por meio de regras e métodos, construir por si mesmo a descoberta, o conhecimento e dinamizar a aula, pois o jogo é uma atividade que ocorre pelo prazer. Não é só o conteúdo ou habilidade inserida no jogo, mas também um instrumento de sociali- zação, trabalhando valores, como moral, respeito às regras e ao outro Portanto, o objetivo desse artigo é analisar o uso das geotecnologias na produção de um jogo pe- dagógico que tem como finalidade identificar alguns elementos da paisagem da cidade de Manaus sob diferentes pontos de vistas (visão vertical, visão oblíqua e visão frontal) utilizando imagens de satélites e fotografias convencionais. 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia utilizada possui uma abordagem qualitativa de caráter explicativo. Foram realizadas pesquisas bibliográficas nos trabalhos de Cavalcanti (2011), Silva (2012), Castellar e Vilhena (2011) e Breda (2013; 2018). Nos trabalhos de Cavalcanti (2011) e Silva (2012) buscou refletir sobre o uso das geotecno- logias como recursos didáticos no ensino de Geografia. Castellar e Vilhena (2011) discorrem sobre o fato do jogo auxiliar a pensar sobre o espaço em que se vive. Nos trabalhos de Breda (2013; 2018) é discutido - 194 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. acerca da importância da utilização de jogos geográficos com ênfase na alfabetização na perspectiva do letramento cartográfico. A pesquisa foi dividida em etapas, a saber: revisão bibliográfica; planejamento e construção do jogo; aplicação do jogo com alunos; e, análise da viabilidade do uso do jogo. O jogo proposto foi aplicado em uma turma do 6.º ano do Ensino Fundamental II, com 29 alunos, com idades compreendidas entre 10 e 12 anos. A escola faz parte da Secretaria Municipal de Educaçãodo município de Manaus/ Amazonas/ Brasil e está localizada no bairro Jorge Teixeira. 2.1 A construção do jogo O jogo da memória é um jogo tradicional formado por peças que apresentam uma figura em um dos lados, cada figura se repete em duas peças diferentes e os jogadores devem encontrar os pares. Uma adaptação desse jogo foi realizada, como mostram as figuras 1 e 2. Os jogadores devem encontrar um par de imagens do mesmo local, sendo uma obtida através de imagem de satélite que representa a visão ver- tical (figura 01) e a outra de uma fotografia representando a visão oblíqua ou frontal (figura 02). Portanto, o objetivo pedagógico do jogo é identificar alguns elementos da paisagem da cidade de Manaus sob diferentes pontos de vistas, enquanto a meta do jogo é conseguir o maior número de pares de cartas. Figura 01 - Carta Ponta Negra: visão vertical Figura 02 - Carta Ponta Negra: visão frontal Fonte: Os autores (2023) Fonte: Os autores (2023) As imagens foram obtidas através do Software QGIS, complemento Quick Map Services presente em “Web”, foram escolhidas as imagens por meio do Google Satélite ou ESRI Satélite, adicionadas no layout e formatadas no tamanho “carta” presente no software, cada imagem possui o norte geográfico e uma escala que varia devido à distância de cada ponto escolhido da cidade, as imagens de satélite foram exportadas como imagem como mostra a figura 3, todas as imagens possuem o mesmo verso (figura 04). - 195 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 Figura 03 - Arena da Amazônia Figura 04 - Design da parte de trás das cartas Fonte: Os autores (2023) Fonte: Os autores (2023) Foram selecionados dez pontos da cidade para compor o jogo: características próprias e de fácil compreensão visto numa perspectiva vertical: 1° Teatro Amazonas; 2° Catedral de Manaus; 3° Arena da Amazônia; 4° Ponta Negra; 5° Encontro das Águas; 6° Aeroporto; 7° Porto de Manaus; 8° Vila Olímpica; 9° Centro cultural Povos da Amazônia e 10° Escola em que estudam. Os procedimentos para jogar estão sintetizados no quadro 01: Quadro 01 - Instruções do Jogo da Memória Número de participantes: de 3 a 5 pessoas por grupo Materiais: 20 cartas – 10 pares de jogos Objetivo do Jogo: Encontrar os pares de fotografias equivalentes a imagens de satélite. Como Jogar: • Embaralhar as peças; • Organizar as cartas com as imagens viradas para baixo; • Sortear a ordem de cada jogador; • O jogador na sua vez, vira 2 peças de modo com que os demais jogadores visualizem as imagens; • Quando conseguir identificar 1 par de cartas equivalentes, o jogador recolhe o par e joga novamente; • Quando o jogador não identificar 1 par de cartas equivalentes, deverá recolocá-las no local retirado com as imagens viradas para baixo; Fim do Jogo: O jogo finaliza quando todos os pares forem coletados. Ganha o Jogo o jogador que conseguir formar mais pares de cartas. Fonte: Os autores (2023) 2.2 Critérios para avaliação do jogo A avaliação do jogo ocorreu através da observação dos alunos durante a atividade e por meio da aplicação de um questionário aplicado após o desenvolvimento da atividade (quadro 02). - 196 - ISBN - 978-85-5467-374-1 XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. Quadro 02 - Perguntas realizadas aos alunos após o desenvolvimento do jogo em sala de aula 1. Você se sentiu motivado a participar do jogo? 2. O jogo possui regras claras e compreensíveis? 3. O jogo foi apresentado de maneira criativa, diferente? 4. O jogo é desafiador para você? 5. Você recomenda esse jogo para a sala de aula? 6. Você acha que o jogo precisa de ajustes? 7. Você teve dificuldade em identificar os pares de cartas? 8. Você acha legal usar jogos na aula? 9. Você acha que é possível aprender jogando? 10. Com relação ao tempo do jogo, você achou que foi rápido, demorou demais ou foi o suficiente? 11. Espaço livre para escrever o que quiser: 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O jogo “Manaus vista de várias maneiras” foi desenvolvido no âmbito de uma sequência didática. Pri- meiramente, foi ministrada uma aula expositiva dialogada com suporte de slides, cujo tema era “Analisando as paisagens através das geotecnologias”. Nessa aula foram abordados os conceitos de paisagem urbana e natural. Em seguida foi apresentado aos alunos o conceito de sensoriamento remoto, as diferentes maneiras de obter dados à distância, imagem de satélite, paisagens urbanas e naturais demonstradas por meio de imagens de satélite e a diferença entre as imagens de satélite e as imagens fotográficas (figuras 05 e 06). Utilizando a plataforma Google Earth localizamos locais significativos da cidade de Manaus, explo- rando a visão vertical e a visão horizontal. Com relação a visão vertical e visão obliqua, Breda (2018) des- taca que essas são fundamentais no processo de alfabetização cartográfica. Pois, o aluno está habituado a ver no cotidiano na visão frontal ou oblíqua e que dificilmente tem a possibilidade de ter a visão vertical. Portanto, o uso do google Earth permite ao aluno identificar a forma dos objetos a partir da visão vertical, sem precisar abstrair. As habilidades desenvolvidas nessas atividades favorecem a compreensão das lin- guagens dos mapas. A visualização de Manaus a partir de diferentes altitudes no Google Earth despertou a curiosidade dos alunos que solicitaram que alguns pontos turísticos da cidade conhecidos por eles e amplamente di- vulgados nos meios de comunicação fossem visualizados. No final da aula foram apresentadas algumas imagens de satélites presentes no jogo da memória (fi- gura 06 e 07), com o intuito de orientá-los sobre como deveriam proceder no jogo, unindo pares de cartas que apresentavam o mesmo local, mas visto de ângulos diferentes. Figura 05 – Aula Expositiva Figura 06 - Encontro das Águas na visão vertical e oblíqua Figura 07 - Alunos com o jogo da memória Fonte: Pesquisa de Campo (2023) Fonte: Pesquisa de Campo (2023) Fonte: Pesquisa de Campo (2023) - 197 -XIII JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NO ÂMBITO DO MERCOSUL Por um planeta mais conhecido: consolidando as geotecnologias na educação. Manaus, Amazonas/Brasil – 21 a 25 de novembro de 2023. ISBN - 978-85-5467-374-1 A última imagem projetada foi da escola e quando questionados de qual local se tratava, os alunos demoram para identificar que era a escola em que estavam, com o auxílio do professor que foi questionan- do sobre alguns elementos da imagem, eles foram percebendo alguns elementos próximos a escola como a praça, o campo, o telhado da casinha da praça e pôr fim a escola (figura 08). Esse momento foi de muita interação, pois trouxe a paisagem vivida pelos alunos. Figura 08 - Carta Imagem dos locais próximos à escola Fonte: Os autores (2023) 3.1 O jogo pedagógico O conteúdo abordado do jogo “Manaus vista de várias maneiras” é preconizado para o 5° ano, con- forme consta na habilidade EF05GEO8 que visa analisar transformações de paisagens nas cidades, compa- rando sequência de fotografias, fotografias aéreas e imagens de satélite de épocas diferentes. No entanto, essa temática é pouco abordada nas séries iniciais devido a formação generalista dos professores. Diante disso, quando o aluno cursa o Ensino Fundamental II, ele apresenta dificuldades em anali- sar as transformações de paisagens nas cidades, comparar sequência de fotografias, fotografias aéreas e imagens de satélite de épocas diferentes. Essa compreensão da leitura e compreensão de mapas perpassa pelo entendimento que os mapas são construídos a partir da visão vertical, obliqua e frontal. O jogo despertou a atenção, a curiosidade e o engajamento dos alunos na atividade, isso foi percep- tível