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Artigo - OS TIPOS DE CONHECIMENTO

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OS TIPOS DE CONHECIMENTO
Daniel Pereira Monteiro[1: Graduando do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas - Universidade Federal do Piauí – Campus Ministro Petrônio Portella – Teresina/PI. E-mail: danielpm.pereira@hotmail.com]
RESUMO
As relações ser humano/mundo geralmente acarretam em alguma produção pelo primeiro. O conhecimento é um dos frutos dessa relação, e este pode apresentar-se de diversas formas, cada uma com seu caracteres e fins. Mito, conhecimento religioso, senso comum, ciência, filosofia e arte são diferentes maneiras de analisar, compreender e explicar o mundo. Tais formas de conhecimento podem divergir em traços, erroneamente qualificados, e serem conotadas em superior e inferior, todavia, todas as formas de conhecimento são válidas para seus fins.
Palavras-chave: Tipos de conhecimento, Mito, Conhecimento religioso, Senso comum, Ciência, Filosofia, Arte.
ABSTRACT
The relations human / world usually results in some production by the first. Knowledge is one of the results of this relation, and it can present itself in different ways, each with its own character and purposes. Myth, religious knowledge, common sense, science, philosophy and art are different ways to analyze, understand and explain the world. Such forms of knowledge may differ in features, erroneously qualified, and be connoted in superior and inferior, however, all forms of knowledge are valid for its purposes.
Keywords: Types of knowledge, Myth, Religious Knowledge, Common Sense, Science, Philosophy, Art..
INTRODUÇÃO
“O conhecimento é a relação que se estabelece entre o sujeito cognoscente e o objeto a ser conhecido. É também o conjunto de saberes acumulados e recebidos pela cultura.” (Cf. ARANHA & MARTINS, 2009, p. 109)
De acordo com Aranha & Martins(1992, p. 44) há muitos modos de se conhecer o mundo, que dependem da postura do sujeito frente ao objeto de conhecimento: o mito, o senso comum, a ciência, a filosofia e a arte.
O seguinte texto busca definir o que é cada tipo de conhecimento. Para isso são exploradas suas características de modo a elencar os traços específicos que os diferenciam.
MITO
O saber mítico é uma das mais antigas formas de conhecimento e está presente até os dias atuais. O mito busca explicar o mundo e as coisas de maneira narrativa, geralmente alegórica, e resulta de uma intuição compreensiva da realidade, fundada na emoção e afetividade. De acordo com Aranha & Martins (2009, p.27) o mito expressa o que desejamos ou tememos, como somos atraídos pelas coisas ou como delas nos afastamos.
O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. E um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas da ação humana. [...] (ARANHA & MARTINS, 1992, p. 55)
Coletivo, o mito “exalta” o grupo, e este deve ser preservado, visto que é mediante o grupo que o indivíduo se reconhece como tal. Sempre dogmático, o mito é apresentado como verdade incontestável e que não precisa ser provada, sua aceitação, acrítica, tem de ser através da fé e da crença não admitindo questionamentos. “Dentro dessa perspectiva de coletivismo é criado o tabu — a proibição — visto que a transgressão da norma, a não-obediência da regra afeta o transgressor e toda sua família ou comunidade.” (Cf. ARANHA & MARTINS, 1992, p. 56).
CONHECIMENTO RELIGIOSO
O saber mítico pode apresentar-se como conhecimento religioso, isto é, teológico, nesse contexto Trujillo (1974 apud LAKATOS & MARCONI, 2003, p. 77) o caracteriza como valorativo, inspiracional, sistemático, não verificável, infalível e exato. 
Tal conhecimento, segundo Lakatos & Marconi (2003, p. 78), apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas, por terem sido reveladas pelo sobrenatural e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis. É um conhecimento sistemático do mundo e suas evidências não são verificadas exigindo, assim como no mito propriamente dito, sempre uma atitude de fé perante um conhecimento revelado.
SENSO COMUM
O senso comum, também chamado de conhecimento popular, empírico ou vulgar, é o conhecimento das populações, adquirido ao logo do tempo pelas experiências e incorporado de maneira ametódica, assistemática e acrítica. 
O senso comum é a compreensão da realidade, constituída de um conjunto de opiniões, hábitos e formas de pensamento utilizadas diariamente. É o entendimento que emana das experiências cotidianas. É o saber acumulado pelas sociedades humanas. (Cf. LUCKESI & PASSOS, 1996, p. 36).
O conhecimento popular é caracterizado por Trujillo (1974 apud LAKATOS & MARCONI, 2003, p. 77) como valorativo, reflexivo, assistemático, verificável, falível e inexato. 
Conforme Lakatos & Marconi (2003, p.78) neste tipo de conhecimento os valores do sujeito impregnam o objeto conhecido, a reflexão esta limitada pela familiaridade com o objeto e não pode ser reduzida a uma formulação geral. Não há uma sistematização das ideias na procura de uma formulação geral, e o sujeito cognoscente se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
O conhecimento filosófico é aquele que busca compreender além do mundo sensível, ele parte do concreto material para o concreto supramaterial, do particular para o universal. Tal conhecimento, a filosofia, carrega como ferramenta a indagação/interrogação, o filosofar. Para Cervo e Bervian (p.10) “o filosofar é um interrogar, é um contínuo questionar a si mesmo e à realidade. [...] A filosofia é uma busca constante do sentido, de justificação, de possibilidades, de interpretação [...]. ”
A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de mais nada, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além da sua pura aparência. Assim, ela pode se voltar para qualquer objeto. (ARANHA & MARTINS, 1992, p. 61)
O conhecimento filosófico é valorativo, racional, sistemático, não verificável, infalível e exato, de acordo com Trujillo (1974 apud LAKATOS & MARCONI, 2003, p. 77). 
Para Lakatos & Marconi (2003, p. 77) o ponto de partida do conhecimento filosófico consiste em hipóteses, que não podem ser submetidas à observação e, assim, não podem ser confirmadas nem refutadas, assim, seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da observação (experimentação). Este conhecimento consiste num conjunto de enunciados logicamente correlacionados e suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de compreendê-la em sua totalidade. 
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
O conhecimento científico é um entendimento mais significativo e abrangente da realidade, tem como origem a natureza e seus funcionamentos e procura conhecer, além do fenômeno, suas causas e leis.
Segundo Aranha & Martins (2009, p. 343 – 344) o conhecimento científico, ciência, tem como características distintivas o caráter universal, unificador, objetivo e rigoroso de seus métodos e conclusões. Além carregar valores como imparcialidade, neutralidade e autonomia. 
O conhecimento científico é, segundo Trujillo (1974 apud LAKATOS & MARCONI, 2003, p. 77), real(factual), contingente, sistemático, verificável, falível e aproximadamente exato.
De acordo com Lakatos & Marconi (2003, p. 77) a ciência lida com ocorrências ou fatos, suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e é um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria). As afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Não é definitivo, absoluto ou final e por este motivo novo proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.ARTE
“A arte é um caso privilegiado de entendimento intuitivo do mundo, tanto para o artista que cria obras concretas e singulares quanto para o apreciador que se entrega a elas para penetrar-lhes o sentido.”(ARANHA & MARTINS, 2009, p.418).
O conhecimento por meio da arte transforma a experiência/mundo em objeto/conhecimento através do sentimento. O entendimento do mundo através do objeto se dá pela intuição, pelos sentidos que ao contatar o concreto falam ao sentimento e à imaginação, atribuindo significados.
O artista representa valores, sentimentos, culturas, épocas, fatos, ambientes, etc. na linguagem da arte e o leitor então a percebe e vislumbra o conhecimento, as informações, através da luz, cor, volume, peso, espaço, traços, imagens e composições da obra.
“Ao apreciar uma obra de arte os sentidos promovem uma percepção sensível e uma intuição, dessa forma o artista atribui significados ao mundo por meio de sua obra e espectador lê esses significados nela depositados.” (Cf. ARANHA & MARTINS, 2009, p.418).
CONCLUSÃO
Diante do mundo o ser humano em sua complexidade e diversidade encontra diversas maneiras de compreender e interpretar os diversos fenômenos. O mito e o conhecimento religioso apresentam-se como explicações envoltas de misticismo, o senso comum como prático, a filosofia busca a compreensão além do observável/sensível e a ciência visa uma compreensão fiel/real e mais exata e pura possível da natureza, seus fatos e fenômenos. Assim, qualquer um dos conhecimentos é útil, funcional e valioso, com suas verdades e caracteres.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria L. de A. & MARTINS, Maria H. P. O conhecimento In: Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992. p. 42 – 93.
ARANHA, Maria L. de A. & MARTINS, Maria H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2009.
CERVO, Amado L. & BERVIAN, Pedro A. O conhecimento e seus níveis. In: Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. p. 6 - 12.
LAKATOS, Eva M. & MARCONI, Marina de A. O conhecimento científico e outros tipos de conhecimento. In: Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. p. 75 – 80.
LUCKESI, Cipriano C. & PASSOS, Elizete S. Níveis do conhecimento e seus significados. In: Introdução à filosofia: aprendendo a pensar. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1996. P. 35 - 54.

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