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Prof. Dr. Marcone Lima Sobreira Departamento de Cirurgia e Ortopedia Disciplina de Cirurgia Vascular e Endovascular FMB/UNESP SEM CONFLITO DE INTERESSE TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL EPIDEMIOLOGIA: • EUA: > 125000 casos/ano (1:1950) – Conn et al,1973; • França:253000 casos/ano (1:220) – Laroche et al, 1993; • 32000 gestações (Aaro et al, 1971): 52 casos (gestação) 341 casos (puerpério) • Von Ristow et al, 1979: 16% de TS; • HC Unesp: 51,5% de TS – Kobayasi et al, 1980. TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Lesão Lesão endotelialendotelial AlteraAlteraçção ão de fluxode fluxo HipercoagulabilidadeHipercoagulabilidade Lesão Lesão endotelialendotelial AlteraAlteraçção ão de fluxode fluxo HipercoagulabilidadeHipercoagulabilidade FATORES DE RISCO: Tríade de Virchow Etiopatogenia: • Estase sanguínea: VARIZES • Lesão de endotélio: Mecânicos CATETERISMO Químicos DROGAS • Hipercoagulabilidade: TROMBOFILIAS TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL SÍNDROME DE TROUSSEAU: • Tromboflebite migratória; • Estado de hipercoagulabilidade; • Sinaliza neoplasia subclínica: (Estômago,pâncreas,cólon e pulmão) TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL DOENÇA DE MONDOR: • Idiopática; • Tromboflebite em parede ântero-lateral do tórax; • Mais comum no sexo feminino; • Associada a trombofilias (déficit de PC, Ac anticardiolipina), traumas locais e neoplasias (rara) TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL SÍNDROME DE LEMIERRE (1936): • Tromboflebite séptica da v. jugular interna; • Complicação de infecção da orofaringe: Faringite em 87% (Chirinos e col,2002); • Fusobacterium necrophorum : anaeróbio gram negativo; • QC.: Dor de garganta, hiperestesia cervical, hiperemia (cordão),disfagia; • Complicação mais grave: disseminação (PULMÃO,FÍGADO E BAÇO); • Mortalidade 6,4% (Chirinos et al,2002); • Rara atualmente. TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Preditor de doenças arteriais: • TAO (Doença de Buerger); • Migratória e/ou recorrente; • Comprometer ambas as extremidades; • Pode preceder o aparecimento da doença; • Cupps e col, 1981: Primeiro sintoma – 25% TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Aspectos topográficos • MIE (56%) x MID (51%) - Luter e col, 1991; • MIE (50%) x MID (49%) - Gillet e col, 2001; • 3 VSM x 1 VSP (Gillet e col, 2001); TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL DIAGNÓSTICO: 1. Suspeita clínica; - Cordão endurecido, doloroso, hiperemiado; - Topografia de grandes troncos venosos; - Insuficiente? 2. Investigação ampla ?? TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL MAPEAMENTO DÚPLEX: • Não compressibilidade; • Visualização do trombo; • Fluxo parcial ou ausente; TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Thrombophlebitis of the long saphenous vein complicated by pulmonary embolism (Galloway et al. Br J Surg,1969); Tromboflebiti degli arti inferiori: diagnosi de comodo? (Nocera et al. Minerva cardioangiol, 1996). “An unexpectedly high rate of pulmonary embolism in patients with thrombophlebitis of the thigh” (Verlato et al. JVS, 1997) “Thromboses veineuses superficielles des membres inférieurs – Etude prospective portant sur 100 patiens” (Gillet et al. J des Maladies vasculaires,2001); 33% EP 32% TVP Preocupação TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL • Potencial preditivo de TVP : OR = 10,3; IC 95%: 2,0 – 51,6 (Weert H e col, 2006); • Fatores de risco para complicações TEV : >60 anos, TVP pregressa, repouso, TS bilateral, sexo masculino e infecção (Lutter e col, 1991); • Proximidade do SVP não aumenta o risco de complicações TEV (Bergqvist e col, 1986 e Skillman e col, 1990); • Potencial preditivo de EP : OR = 1,0; IC 95%: 0,07 – 15,o (Weert H e col, 2006); AUTORES Número de pacientes Frequência de TVP *Lutter e cols, 1991 53/186 28,5% * Barrelier e col, 1993 38/105 36,0% **Jorgensen e col,1993 10/44 22,7% **Gillet e col, 2001 32/100 32,0% **Sobreira e cols, 2003 13/60 21,67% *Estudos retrospectivos*Estudos retrospectivos **Estudos prospectivos**Estudos prospectivos Associada a Trombose venosa profunda (TVP) TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL AUTORES Número de pacientes Frequência de EP *Blumemberg e col, 1998 232 5.2% **Verlato e col, 1999 21 33.3% **Gillet e col, 2001 100 3.0% *Gillet e col, 2002 - 5.4% **Sobreira e cols, 2003 60 28,3% *Estudos retrospectivos*Estudos retrospectivos **Estudos prospectivos**Estudos prospectivos Associada a Embolia Pulmonar (EP) TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL 66 pacientes; Idade: 21 - 88 anos (média:52,9 anos); Distribuição segundo sexo: Botucatu, 2012 %% DiagnDiagnóósticossticos Distribuição segundo os diagnósticos Preditores Razão de chances (RC) Intervalo de confiança p Sexo 2,19 0,43 – 11,13 0,345 Idade 1,01 0,97 – 1,06 0,569 Trauma 0,86 0,06 – 11,89 0,913 Cirurgia prévia 3,88 0,66 – 22,67 0,133 Ausência de varizes 9,09 1,75 – 50,00 0,023 ACO 1,73 0,10 – 29,85 0,708 Fenômeno TE prévio 6,92 0,51 – 93,95 0,146 Fatores preditivos potenciais para TVP TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Preditores Razão de chances (RC) Intervalo de confiança p Sexo 2,52 0,65 – 9,79 0,183 Idade 0,97 0,93 – 1,01 0,126 Trauma 0,83 0,06 – 10,92 0,887 Cirurgia prévia 2,02 0,44 – 9,24 0,365 Varizes 0,77 0,21 – 2,79 0,688 ACO 1,56 0,11 – 21,73 0,741 TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Fatores preditivos potenciais para TVP Complicações tromboembólicas • TVP: • Presente em 10,7% dos casos. • Assintomática (contiguidade) • EP em apenas 01 caso. • EP: • Presente em 18,60% dos casos. • Sintomática em apenas 01 caso. Sinal inflamatório x Presença do trombo Extensão do sinal inflamatório x Proximidade do trombo ao sistema venoso profundo = 32 ocasiões Distribuição das trombofilias segundo sua ocorrência Distribuição segundo o tipo de trombofilia Trombofilia presente em 66,67% dos casos de TVP. Fator V de Leiden (FVL) foi a mais prevalente. Distribuição do diagnóstico de trombofilia segundo o diagnóstico de complicação TE - TVP Trombofilia presente em 77,78% dos casos de EP. Fator V de Leiden (FVL) foi a mais prevalente. Distribuição do diagnóstico de trombofilia segundo o diagnóstico de complicação TE - EP GILLET ET AL, 2001: • Amostra: 100 pacientes; • Follow-up de 6 – 24 meses ; • Recidiva de fenômenos TE:16,7% (VNV) e 16,4% (VV); • Não houve diferença entre veias varicosas e não varicosas; • Trombofilia: 19,8% (V. varicosas) 14,9% (V. não varicosas) TS NÃO É ACIDENTE EVOLUTIVO, MESMO EM VEIAS VARICOSAS TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL TRATAMENTO • Controverso: Escassez de estudos História natural desconhecida Variedade de opções terapêuticas Clínicas Cirúrgicas SUSPEITA CLÍNICA DE TVS TVS Preditor de arteriopatias e neoplasias Marcador de trombofilia Associação com TVP e/ou EP Marcador de recorrência de fenômenos TE Diagnóstico preciso e amplo? CHEST, 2004: 1. TS complicação de infusão: Gel diclofenaco (1B) Diclofenaco 75mg VO 2x/dia (2B) 2. TS espontâneas: Dose intermediária de HNF ou HBPM por mínimo de 4 semanas (2B) TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL CHEST, 2008: 1. HBPM ou HNF (dose profilática ou intermediária) > 4s (2B) 2. AINH não concomitante com anticoagulante (2B). 3. Clínico >>>> Cirúrgico (1B) 4. Se longe da JSF: AINH tópico ou VO (2C). TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL CHEST, 2012: 1. TVS > 5cm extesão: Fondaparinux ou HBPM – doses profiláticas (2B). 2. Se anticoagulação: Fondaparinux 2.5 mg /dia >>> HBPM dose profilática (2C). TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL TRATAMENTO CLÍNICO: 1. Deambulaçãoe Trendelemburg 2. Compressão elástica 3. Anti-inflamatórios não hormonais 4. Anticoagulação 5. Gel-spray à base de heparina. TRATAMENTO CIRÚGICO: 1. Ligadura de crossa 2. Ligadura de perfurantes 3. Retirada de trajetos venosos 4. Crossectomia 5. Safenectomias TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL COMPRESSÃO ELÁSTICA Antálgico + Antitrombótico + Pró-trombolítico; Belcaro et al, 1999 1. 562 pacientes: Veias varicosas; 2. Grupos: Anticoagulante (HNF, HBPM e ACO) e Cirurgia. Associados à compressão elástica; 3. Conclusão: a)Alívio sintomático: lento; b)Menor custo financeiro; c)Maior custo social. TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL AINH: Bergqvist et al, 1990 Amostra de 68 pacientes (espontâneas e por infusão); Grupo I – Hirudoid creme Grupo II – Piroxicam gel Grupo III – Placebo Conclusão: Não houve diferença significativa entre os grupos. TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL AINH: Becherucci et al, 2000 Amostra de 120 pacientes (infusão); Grupo I – Diclofenaco gel Grupo II – Diclofenaco oral 75mg VO 2x/dia Grupo III – Placebo Conclusão: Alívio sintomático em 48hs foi maior nos grupos I e II. Entre os grupos I e II não houve diferença. TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Titon JP et al, 1994: 1. Estudo multicêntrico e randomizado; 2. 117 pacientes; 3. Grupos: I – Nandroparina (dose fixa): 38 pacientes; II – Nandroparina (dose peso): 39 pacientes; III – Naproxeno (dose fixa): 40 pacientes. 4. Tratamento: 06 dias; 5. Resultados: a)D7 - Alívio sintomático > I e II (p < 0.01); b)2m – Persistência de sintomas < I e II (p = 0.07) c)Não houve diferença entre os grupos I e II. TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL STENOX, 2003 1. Estudo prospectivo, duplo cego e randomizado; 2. Amostra: 427 pacientes; 3. Grupos: I – Enoxaparina 40 mg SC 1x/dia (112) + CE II – Enoxaparina 1,5 mg/kg/dia SC (110) + CE III – Tenoxicam 20 mg VO ao dia (106) + CE IV – Meia elástica (99) 4. Tempo de tratamento: 08 a 12 dias TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL STENOX, 2003 TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL STENOX, 2003 TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL POST STUDY, 2010 N = 844 pacientes (> 5 cm de extensão) TVS isolada em 586 casos (69,4%) Complicações TEV = 25% casos TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL TEV pregressa, neoplasia, sexo masculino e veias não varicosas Preditor de risco para complicações TE Preditor de risco para complicações TE Ann Intern Med, 2010;152:218:224. Decousus et al, 2010 � N = 3002 pacientes (> 5 cm de extensão) � TVS isolada � Fondaparinux 2.5 mg/dia x placebo por 45 dias TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Fondaparinux 2.5mg/dia Menor incidência de complicações TE sintomáticas até 3 meses. Menor incidência de complicações TE sintomáticas até 3 meses. NEJM, 2010;363:1222-32. OPTIMEV � N =8254 pacientes. � TVS em 761 ocasiões (9,21%). � VNV (14%) x VV (86%) � TVP (11,8%) x EP (1,8%) � TVS: Não se mostrou preditor independente para neoplasia � TVS com comprometimento de croça = TVP J Mal Vasc 2010 Jul;35(4):242-9 TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Revisão sistemática (Di Nisio M e col, 2007): • N =2469 (24 estudos) • AINH = HBPM: 70% recorrência de TS � Dose e tempo de tratamento ? � Tratamentos tópicos e cirurgia: necessário mais estudos TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL Tromboflebite Tempo ideal: controverso Antes ou depois da fase aguda?? Literatura: heterogeneidade dos resultados Considerar:Local, extensão,gravidade do QC CONTROVERSO!! Trombofilia? TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL SUSPEITA CLÍNICA DE TVS Negativo TVP TVP + TVS TVS Alta Anticoagulação Veias não varicosas Veias varicosas US Vascular Vv. não varicosas Vv. varicosas Perna TVS Coxa Atingindo croças ou com SVP⊕ SVP – Compressão elástica Rep. Trendelemburg AINH 1/3 inferior Nova avaliação clínica em 1s ou se piora 1/3 superior Anticoagulação Troncos safenos Anticoagulação por tempo variável (7-10d) Após: tratamento cirúrgico Colaterais Cirurgia Pesquisa de comorbidades Neo Estável Evoluiu ou compromet. SVP Manut. Tto clínico Anticoagulação SUSPEITA CLÍNICA DE TVS CONCLUSÃO • A prevalência de TEV = alta. - Pesquisa sistemática de TVP - EP? - Tratamento direcionado e diferenciado. • Associação com trombofilia: alta Significado clinico? • Necessários + estudos – Epidemiológicos sobre TS. – Tratamentos (randomizados). TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU -- UNESPUNESP DISCIPLINA DE CIRURGIA VASCULAR E ENDOVASCULARDISCIPLINA DE CIRURGIA VASCULAR E ENDOVASCULAR
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