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Discipulado
Cristão
Dr Berndt D. Wolter
Introdução
Creio na
Bíblia! Tomo o seu
conteúdo, analiso,
comparo com
outras de suas
partes, confio
naquilo que Deus
quer dizer e decido
com honestidade
viver aquilo que o
Espírito Santo me
orientar fazer.
Creio
inquestionavelmente no poder das palavras escritas sobre Jesus e sei que são reais e
verdadeiras:
“Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no Seu nome, deu-lhes o poder de se
tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus.” Jo. 1:12-13.
Da mesma maneira as palavras reveladas por meio do apóstolo também são reais: 
2
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que
agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo
por mim.” Gl. 2:20.
Creio no desafio que Jesus fez para aqueles que querem segui-Lo de verdade:
“E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.” Mt. 10:38.
Conhecendo o elevado propósito que Jesus sonhou para aqueles que nEle cressem,
creio também no efeito final daquilo que o Salvador providenciou por meio de Sua obra
redentora: 
“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” Jo. 10:10.
Perguntas que devem estar martelando na mente do leitor: Por que o cristianismo
aqui e ali parece falhar nesta capacidade de transformar vidas? Por que milhares de
membros de igreja parecem nunca experimentar uma vida abundante? Por que ocorre que
membros de igreja que são considerados fiéis, não são capazes de viver como o Mestre
Jesus? O que acontece que somos mais influenciados pela cultura que nos rodeia do que
pelos princípios bíblicos? Por que adequamos a nossa vida cristã a uma versão
“socialmente aceitável”? Por que não ousamos viver o cristianismo nos termos em que a
Bíblia o propõe? Por que acontece que toda vez que alguém quer viver o cristianismo em
sua plenitude ele desvia por caminhos do fanatismo ao invés do caminho do serviço ao
próximo e do amor expresso em bons relacionamentos? Por que...
Um exemplo muito infeliz:
Deixe-me exemplificar: ao redor de 12% da população de Ruanda na África central
eram adventistas. Festejava-se, juntamente com outras denominações cristãs talvez o
maior sucesso missionário de toda a história humana. Um país inteiro evangelizado em
praticamente três décadas. 
O modelo e as ações empreendidas foram estudados por missiólogos do mundo
inteiro, procurando achar os padrões que levaram a um sucesso tão completo como esse.
De repente, na década de 90 um conflito étnico toma proporções horrendas
envolvendo todo país. Aqueles que haviam aprendido a amar Jesus e decidiram pelo
batismo seguir o Mestre, trocam os valores do Mestre pela fúria dos rancores tribais. 
A maioria hutu, em sua maioria cristã, quer resolver os problemas econômicos e
sociais, numa simplificação ignorante colocando os Tutsis como a raiz de todos os males.
Um confronto sangrento começa... não há números exatos, mas no fim dos conflitos,
entre 1 e 2 milhões de pessoas foram mortas numa matança impiedosa. 
Membros da mesma igreja, que adoravam ao mesmo Jesus, se voltam uns contra
os outros e os valores do evangelho e as palavras do Salvador não os puderam conter.
Meu Deus, o que aconteceu ali? Será que a libertação prometida pelo Redentor (cf.
Jo. 8:32) perdeu o poder? A cultura local subjugou o poder de Deus? Eu me nego a crer
assim!!! Me nego a unir a minha voz à de alguns missiólogos que afirmam que a cultura
tem maior poder do que o evangelho!!!
O que este episódio sórdido quer dizer? Que mensagem ele nos deixa? É assim
mesmo? Religião conforme com o mundo e seus valores e não com a palavra de Deus?
Outro exemplo sórdido:
O exemplo da guerra civil americana no século XIX. A guerra da Secessão ocorreu
entre 1861 e 1865 nos Estados Unidos e confrontou os estados confederados do sul
latifundiários, aristocratas e defensores da escravatura e os estados do norte,
industrializados e onde a escravidão era fortemente questionada.
Dois grupos de cristãos “os do norte” contra “os do sul” levantam armas uns contra
os outros. O pior foi despertado dentro do coração dos cristãos de ambos os lados, e não
conseguiram mais viver como o Mestre havia ordenado... Os princípios do evangelho como
o amor ao próximo, a humildade, a mansidão, oferecer outro lado, não tiveram efeito
sobre as decisões feitas então. Nem o apelo do apóstolo Paulo para o momento quando
há confronto entre irmãos:
“O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis
antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?” 1 Co. 6:7
Nem o mandamento “não matarás”, a lei de Deus (cf. Ex. 20) em toda sua força,
foi eficaz para conter a fúria do confronto bélico de então. Os valores do evangelho não
foram consultados para a tomada de decisões e o resultado sangrento deu glória
unicamente ao inimigo: ao redor de um milhão de americanos foram mortos dos dois
lados. Ninguém ganhou, só o diabo!!!
Irmãos de fé colocaram de lado o alto chamado de ‘em tudo dar glórias a Deus’,
deixaram também de cooperar com Deus no conflito entre o bem e o mal. 
“Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso me alegro a vosso respeito; e quero
que sejais sábios para o bem e símplices para o mal. E o Deus da paz, em breve, esmagará
debaixo de vossos pés a Satanás. A Graça de nosso Senhor Jesus seja convosco.” 1 Co. 16:7
Um exemplo que atinge a mim e a você:
Os exemplos que vimos até aqui parecem estar longe em espaço e tempo. Esse
terceiro exemplo chega muito mais perto de mim e de você. Aqui descrevo o que se
mescla em sua e em minha vida a cada dia, aqui no Brasil, com a mesma eficácia satânica
que os exemplos anteriores.
Uma verdade: o centro de nossa vida é Jesus e precisamos prestar atenção para
não nos tornarmos religiosos na prática diária .
Os ensinos Adventistas penetram mais fundo e em muito mais áreas da vida do que
os ensinos de qualquer outra religião sobre a face da terra – cristã ou não-cristã. Não teria
dificuldades de afirmar que os ensinos adventistas tocam todas as áreas da vida do ser
humano, com detalhes específicos para o nosso tempo – o tempo do fim.
Mas cada área destinada para a bênção do ser humano tem uma versão filosófica
sutil que tenta competir com os preceitos de Deus para este tempo. 
Tabela 1
Quando o converso não permite o trabalho do Espírito Santo – quer por distração,
desinteresse, fraqueza, por ignorância ou por falta do foco correto – Deus e o nosso
relacionamento com Ele é tirado da cena de nossa vida e os conceitos e filosofias que nos
cercam tomam espaço onde Deus gostaria de estar. Em outras palavras: não existe
espaço vazio! Se não preenchemos o espaço com Deus – Seus conceitos, práticas e as
atitudes de coração por Ele desejadas, Satanás ocupará este espaço com aquilo que a
nossa cultura nos oferece.
4
Como o quadro acima mostra, o cristianismo bíblico (que é o cristianismo desejado
por Deus para este tempo do fim) é atropelado pelas filosofias que o envolvem
descaracterizando-o quase que completamente. 
Os preceitos bíblicos poluídos pelas filosofias do mundo são vividos pela igreja por
meio de um acordo mudo, marcado fortemente pelas ênfases sócio econômicas e culturais
que marcam aquela sociedade. Ninguém ousa repreender o irmão, pois todos estão
imersos na mesma situação cultural e os olhos não estão abertos para o desvio que se
infiltra.
Em outras palavras a comunidade de fé acaba entendendo os preceitos bíblicos por
meio das lentes de sua cultura, formando uma tradição que concorda com elementos que
a Palavra basicamente condena.
Um exemplo clássico, o último do quadro acima: Se alguém nos bate em uma face,
a Bíblia nos diz que devemos oferecer a outra (cf. Mt. 5:39). Nossa cultura instrui que
devemos bater de volta. Temos racionalizações como: “eu não sou capachoé algo que
acontece por si mesmo ou por acaso. Intencionalidade é necessária, comprometimento e
envolvimento imprescindíveis.
O discipulado não pode ter a sua ênfase primeira na igreja e suas necessidades
institucionais de crescimento. Se o olhar se voltar para os números e relatórios da
organização chamada igreja, o processo de discipulado torna-se simultaneamente o
processo de institucionalização assassino da espontaneidade e genuinidade discutidas
anteriormente. Se isto ocorre, o discípulo não sente que o interesse está centralizado em
seu desenvolvimento e no desejo de vê-lo incorporado na igreja e no reino de Deus, ele se
sente usado, como ele se sente usado em qualquer outra organização interesseira que ele
conheça.
O discipulado não pode ser apenas um programa oferecido pela igreja. No entanto
pode ser um programa na igreja local, se esta resistir à tentação de friamente
institucionalizar o processo e mantiver o frescor dos relacionamentos espontâneos – um
discípulo mais experiente auxiliando no crescimento de um discípulo mais novo na fé.
O discipulado precisa ser um processo de crescimento. O discípulo passa por
algumas fases no processo de descoberta de Deus pela Palavra e pela prática: encontro
com Deus, fortalecimento do relacionamento, batismo, crescimento em Cristo,
comprometimento com Deus e Sua causa, treinamento para melhor servir segundo seus
dons, aprofundamento no conhecimento de Deus e do serviço, serviço experimental e
prático e exercício de seu ministério pessoal. 
Enquanto o discípulo aprende por meio de um processo, o discipulador se dedica a
esta pessoa como se fosse um filho, conduzindo-o por um processo de amizade e alvos
26
claros para a maturação em Cristo. O alvo e medida da maturidade traduzida em bom
relacionamento com Deus, consigo mesmo e com o próximo e serviço desinteressado.
Discipulado é o processo de instruir, inspirar, capacitar, equipar e treinar pessoas
no caminho da salvação em Jesus. Este processo atinge os dois lados, o discípulo e o
discipulador. Ambos entram em um processo que acelera o seu desenvolvimento, do
discípulo em sua perspectiva e necessidade de crescimento, bem como do discipulador
que no momento em que se encontra em seu desenvolvimento precisa desta experiência
para que se aproxime desta medida da estatura de Cristo. 
Em todas as dimensões da vida é o mesmo: há momentos em que alguém cuida de
nós; num próximo momento passamos cuidar de nós mesmos e num momento posterior
passarmos a cuidar de nós e de outros. Parece que a vida nos ensina para cada vez mais
servirmos e cuidarmos de outros – é o mesmo com o discipulado. 
O discipulado atinge sempre os dois lados envolvidos no processo – discípulo e
discipulador, assim como os pais aprendem muito ao ensinarem os filhos. 
O discipulado verdadeiro mantém o mesmo frescor e espontaneidade de um
relacionamento pai e filho. Este relacionamento manifesta interesse genuíno no
desenvolvimento para a salvação. Não há desnível no relacionamento – do tipo “eu sei e
você não sabe,” e não há glórias humanas nem aplauso, pois quem aplaudiria um
relacionamento por ser genuíno? O aplauso vem depois quando o pai olha para trás e vê
os resultados de seu empenho e sacrifício. O filho olha para trás e vê duas coisas:
gratidão por que alguém o acompanhou em sua jornada, guiando os passos trôpegos até
que conseguisse andar por si e vê um modelo digno a ser seguido naquele que o guiou. 
Qualquer organização que lide com seres humanos e que queira fazê-lo com
excelência, ordem e decência (cf. 1 Co. 14:40) precisa criar estímulo, espaço e estrutura
para que sejam as pessoas a ela ligadas sejam treinadas, capacitadas e motivadas,
principalmente quando esta é a missão principal desta organização. 
No caso da organização chamada igreja, a igreja precisa entender a sua natureza
primeira: igreja são as pessoas que a compõe e não uma instituição como pessoa
jurídica. Compreendendo esta natureza, a igreja deve criar espaço, estímulos e estrutura
para que aqueles que a compõe sejam discipuladores e discípulos.
O presente livro pretende principalmente instrumentalizar os líderes da igreja
capacitando-os para tanto organizar a igreja para um discipulado eficaz, bem como para
tornar os membros mais maduros em líderes servidores, capacitadores, em suma
discipuladores. 
Qualquer conceito de discipulado precisa sempre ser analisado à luz da
compreensão da Revelação de Deus e da natureza do ser humano e da igreja. Sem
entender estas dimensões corremos o risco de tratar do assunto com superficialidade.
Podermos cair na tentação de ir do extremo de tratar a igreja como uma empresa e os
seus membros como meros funcionários ou ao outro extremo de nos vermos apenas como
uma fraternidade informal e sem organização unificada para o avanço. 
A Natureza do Ser Humano
Ser humano completo, integral
O que é Ser Humano? Qual a sua natureza? É adequado discipular ou treinar uma
pessoa? Será que o desenvolvimento de pessoas faz parte da missão da igreja?
Aqui não podemos entrar em todas as dimensões do ser humano. Durante toda
história filósofos, psicólogos, antropólogos, sociólogos, etc. têm tentado defini-lo e há
conhecimento vasto à disposição, que não queremos abordar aqui. Por isso abordaremos
apenas alguns pontos que contribuirão para a compreensão melhor do assunto aqui
tratado.
O ser humano é uma obra de arte dinâmica e em constante movimento. Deus criou
o ser humano e o fez como um ser em constante desenvolvimento e transformação. Certo
filósofo grego disse: “não é possível uma pessoa tomar banho duas vezes em um rio!
Primeiro, por que a água do rio não será mais a mesma e segundo, por que o ser humano
não será mais o mesmo.”
Uma compreensão de um ser humano estático, mecânico procede de outras fileiras
filosóficas. A idéia de que o ser humano é o que é, como se algo determinasse que assim
ele é, sem possibilidades de mudar, não pertence à compreensão bíblico cristã do ser
humano. 
Um raciocínio fatalista e determinista se instalou na igreja: “aquela pessoa tem fé,
eu não tenho!” Como se estivesse predestinado de maneira imutável o fato de uma
pessoa ter fé e outra não, uma ter coragem e outra ser medrosa, uma pessoa ser
amorosa e a outra não e ponto final. Como se não houvesse um processo de crescimento
que Deus está procedendo na vida de cada um que se entrega a Ele...
Não é assim e não pode ser assim. Cada pessoa deve se desenvolver e se tornar
aquilo que Deus a está chamando para ser. Veja os textos bíblicos que falam sobre
crescimento: II Pedro 3:17-18 “Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-
vos de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais
da vossa firmeza; antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo.” E este: I Pedro 2:1-3 “Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, e
fingimentos, e invejas, e toda a maledicência, desejai como meninos recém-nascidos, o
puro leite espiritual, a fim de por ele crescerdes para a salvação, se é que já provastes
que o Senhor é bom; sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é justo,
porque a vossa fé cresce muitíssimo e o amor de cada um de vós transborda de uns para
com os outros. 
O próprio incentivo da Bíblia para a santificação é um incentivo para o crescimento
constante que cada ser humano deve empreender em sua vida. Veja a ênfase de Hebreus
12:14 “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor...” O
ser humano foi feito para se desenvolver e crescer em tudo aquilo que ele puder e for
chamado e guiado por Deus para crescer.
Se o ser humano pode e deve crescer, se ele foi criado para se desenvolver
constantemente, como Deus mesmo ordenou: “crescei e multiplicai...!” (cf. Gn. 1:22),
qualquer manifestaçãocontrária não faz parte do plano de Deus.
Crescimento espiritual real, se expressa em frutos visíveis: em sabedoria de vida,
em relacionamentos equilibrados, em serviço de amor a Deus e ao próximo. Como são
estes frutos de uma vida em franco crescimento? Como posso produzi-los? Posso ver se
minha vida é eficaz por meio dos frutos que ela produz?
Os Frutos
“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós.” Jo. 15:4. Não podemos dar
frutos por nós mesmos. A não ser que estejamos ligados à videira, não haverá a seiva
vivificante para que o ramo dê frutos. 
28
Jesus insiste que o ramo, uma vez inserido na videira “dá muito fruto” Jo. 15:5.
Não há um “se” na construção da frase. A conclusão é simples: se você como ramo está
inserido na videira, você dará muito fruto. Se você não der fruto, é por que você como
ramo não está inserido na videira. A afirmação é clara: “sem Mim, nada podeis fazer!”
Para Jesus não existe membro de igreja inativo, existe discípulo ou não discípulo, ramo
inserido na videira ou ramo seco que será queimado (cf. Mt. 12:30).
Não sei se outros vêem o dar frutos e o conseqüente crescimento com a mesma
seriedade como é vista aqui. É este um assunto de salvação? Podemos ser salvos apenas
se dermos frutos? Sim e não! Como causa da salvação não! Como diagnóstico de que está
conectado à videira e conseqüentemente salvo, sim! Explico!
Jesus elabora um axioma teológico aqui. Não se trata de salvação pelas obras, mas
os frutos como um diagnóstico se o ramo está ou não inserido na videira, como
diagnóstico da existência da salvação. Estamos falando dos frutos de uma vida, não como
a causa da salvação, mas como diagnóstico da solda do ramo com a videira. Os frutos são
a evidência de que o enxerto pegou. 
É assunto de salvação? Claro!!! O crescimento qualitativo (salvação em Jesus
Cristo) como a única condição e como diagnóstico da própria salvação. Como poderíamos
diagnosticar a salvação? Existe um redentômetro? Medimos a salvação apenas num
caráter reto? E se este caráter reto for estático e não apresentar a dinâmica da salvação,
o movimento da santificação? E se este caráter não se importar em passar a sua salvação
para outros corações? 
Um caráter não é reto, por mais moral que ele seja, por mais correto que seja se
ele não se importar com outras pessoas para que recebam o mesmo Salvador que lhe
transformou este caráter em um caráter reto.
Que frutos são estes que daremos, uma vez inseridos na videira? Um enxerto da
vide, uma vez inserido na base da videira, produz uvas pois ambos, a base e o enxerto
são da mesma natureza. Um enxerto de maçã vai inevitavelmente produzir maçãs. Um
enxerto de um pecador em busca contínua de crescimento na salvação (cf. Fp. 2:12),
inserido sobre a base que é seu Mestre e doador da salvação: Jesus, precisa produzir
frutos desta mesma natureza. Este enxerto vai produzir os frutos que Jesus produziu: mais
pecadores em busca contínua de crescimento na salvação, inseridos na base que é Jesus,
doador desta salvação. 
O Crescimento de qualidade salvífica, precisa trazer consigo o crescimento de
quantidade salvífica. Que perigos estão correndo aqueles que não dão ‘muito fruto’?
Estão na igreja e o diagnóstico divino é: “vocês não estão inseridos na videira e serão
juntados e lançados no fogo!” Isto não é julgamento humano, é declaração divina!
Avaliando por este critério, quantos dos professos cristãos serão juntados e lançados no
fogo? 
Você percebe que Deus está interessado em sua inserção na videira, Ele se alegra
com os frutos como resultado de uma vara sorvendo a seiva divina uma vez inserida na
base.
Deus está altamente interessado na qualidade de vida cristã de uma pessoa, mas
está igualmente interessado na quantidade de pessoas com qualidade de vida cristã.
Apocalipse 14:6, a primeira das três mensagens angélicas apresenta o evangelho eterno,
deve ser pregado “aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua e
povo.” Não se trata aqui de quantidade? Mas a qualidade não deve ser negligenciada: o
Evangelho Eterno deve ser pregado – que no resultado final deve trazer qualidade no
caráter daqueles que o aceitam. 
Cada pessoa foi criada por Deus para que voltasse às Suas mãos de amor. Todos
que alguma vez pisaram sobre a face desta Terra, foram predestinados para passar a vida
eterna com o Pai. O Pai não economizou esforços para que Seus filhos encontrassem o
caminho da reconciliação. Se fosse possível Deus gostaria de ter todos juntos com Ele
durante a eternidade. Se apenas Seus filhos entendessem este plano...
A igreja é o instrumento que Deus utilizou e está utilizando para cumprir a Sua
vontade. Qual é a Sua vontade? “...não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que
venha a perecer um só destes pequeninos.” Mt. 18:14. Em outras palavras é vontade de
Deus que todos os Seus pequeninos se salvem! 
Quero ir mais além. Como Adventistas temos exaltado os mandamentos de Deus e
o Sábado, e fazemos bem pois é a Palavra revelada de Deus. Mas é tão vontade de Deus
em Sua Palavra revelada que todos quantos queiram sejam salvos. É também tão vontade
de Deus em Sua Palavra revelada que preguemos e levemos a Sua igreja a crescer em
número e em santidade.
Mateus 7:21 nos diz que “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino
dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Como ousamos
escolher satisfazer a vontade de Deus em um aspecto e o negligenciamos em outro?
Como podemos decidir guardar os Dez Mandamentos e negligenciar o mandamento de ser
e fazer discípulos?
Em João 15 Jesus aborda a maneira como os muitos frutos virão. A condição para
crescimento quantitativo é o qualitativo e em outros trechos descobriremos como o
quantitativo coopera com o qualitativo.
Fred H. Smith afirma que não há crescimento de igreja que excluam o crescimento
qualitativo ou o quantitativo.17 Quando a Bíblia fala de crescimento de igreja ela contempla
ambos os aspectos do crescimento.
A Natureza da Igreja
O que é a igreja? Qual a sua natureza? É adequado fazer treinamento na igreja?
Será que o treinamento de membros faz parte da missão da igreja?
A seguir um breve estudo sobre a natureza da igreja e as implicações que isto tem
sobre o treinamento.
Igreja na Bíblia
O termo igreja não aparece no Antigo Testamento (AT) na Bíblia em Português.18
No Novo Testamento (NT) a palavra utilizada no grego para Igreja é ekklesia que vem
da preposição ek = ‘para fora de’ e Kaleo = ‘chamar’.19 Chamar para fora seria o melhor
sentido para a palavra igreja, sentido este que daria muito material para estudo, por
exemplo: a igreja não foi chamada para ficar ocupada consigo mesma, mas para sair e
executar fora dela a missão que é o motivo de sua existência ou ainda a igreja foi enviada
para chamar um povo para fora de algum lugar ou atividade.
O termo geral ekklesia significa ‘chamar pessoas para um lugar público’ é
traduzido como igreja, reunião de crentes como em I Co 1:2; 12:28; II Co 1:1; Gl 1:2; I
Ts 1:1, bem como era para uma assembléia comum como em At 19:32, 39 e 41. 
30
A Septuaginta usa a palavra ekklesia como tradução do termo hebraico qâhâl
tendo significado de congregação, assembléia ou outro corpo organizado. No NT é
principalmente utilizado por Paulo.
Igreja: um Corpo Vivo
A igreja é considerada um órgão vivo, como um corpo. Não estamos falando aqui
do templo de adoração, estamos falando da soma e união de irmãos numa cidade, estado,
país, e no mundo. Esta coletividade forma um organismo espiritual complexo que a Bíblia
chama de igreja. Este organismo, em sua natureza humana pode adoecer e morrer. Pode
ser curado e levado à plena saúde20 quando há vontade coletiva. 
Estes irmãos em tempo de bonança estarão se reunindo em templos e casas de
oração de diferentes estilos e construções e estarão se organizando em estruturas
institucionais para melhor organizar-se para o cumprimento da missãoa ela confiada.
Esta mesma igreja, pode em tempos de perseguição existir de maneira diferente.
Pode se reunir na casa de alguém, debaixo de uma árvore, nos bosques ou nas
montanhas.
Este corpo vivo, do qual Cristo é a cabeça, tem uma natureza divino-humana.
Explico: a) Natureza divina: Aquilo que Deus faz é perfeito. Tudo o que é bom e
perfeito vem de Deus Tg. 1:17. As iniciativas e ações para a salvação vêm todas de Deus.
A segurança que vem de Sua imutabilidade (Ml. 3:6), a força que vem de Sua Palavra (Jo.
8:32) e do poder do Amor (Ct. 8:6), que é a maior tradução da pessoa de Deus (I Jo. 4:7-
8) e mais dezenas de coisas que sabemos e outras centenas e milhares de coisas que não
sabemos sobre bondade e grandiosidade de Deus. b) Natureza humana: é aquilo de
imperfeito, limitado e finito que fazemos e às vezes precisamos fazer para ter um mínimo
sentido de ordem. Criamos estruturas e leis para não sucumbirmos ao caos que é tão
típico onde há muita gente reunida e cada um tem os mesmos direitos.
A igreja não é invenção de homens, tanto que a Bíblia a chama de igreja de Deus (I
Ti. 3:15). A Bíblia insiste que não deixemos episunagǒgĕ (congregar-se, juntar-se) – note
que o termo vem de sinagoga: o chamado é para que não deixemos de “sinagogar” ou de
“igrejar”. 
Por que a igreja é tão importante? Por que simplesmente não ceder ao apelo de
alguns adesivos de carros: “Jesus sim, igreja não!”? Qual o plano de Deus com a igreja
que é tão importante para nós? Por que temos necessidade e dever de nos congregar?
Qual é a função da igreja?
O pano de fundo para a compreensão de todas as doutrinas, inclusive a da igreja, é
o Grande Conflito entre o bem e o mal. 
Estudaremos a natureza e função da igreja num escopo que leve em consideração
o conflito cósmico entre Jesus e Satanás. 
No contexto do tempo do fim, e da última pregação do evangelho eterno Ap. 14:7
diz que “é chegada a hora do Seu juízo...” O que é aqui? Deus julga ou está sendo
julgado? Será que a idéia do julgamento de Deus é estranha à Bíblia? Quem seria capaz
de julgar a Deus?
Rm. 3:4 – tirado de Sl. 51:4 nos afirma que vai haver um julgamento 
Deus está sendo julgado em Seu julgamento. O Juízo pré-advento está em pleno
andamento no santuário celestial desde 1844. Os mundos não caídos, os anjos caídos e
não caídos, bem como todo o nosso mundo, querem ver se em Deus se encontram
ambos: amor e justiça. 
Para cada pessoa em julgamento, Deus está sendo a Sua mais pura essência (Ele
não consegue deixar de ser amor), exercido em forma de graça e misericórdia para com a
situação que envolve aquela existência. Ao mesmo tempo e na mesma Pessoa divina, a
justiça se cumpre de maneira plena e perfeita (Sl. 89:14; 97:2). 
Como os anjos caídos e não caídos estão julgando a Deus? Como podem eles
conferir que Deus é o que Ele mesmo sempre afirmou de Si mesmo? Qual é o elemento
aferidor?
1) A vida de Jesus Cristo!
2) A Cruz sucedida da ressurreição!
3) A vida dos seguidores de Cristo!
Em Ef. 3:8-12 é mostrada toda responsabilidade da igreja diante dos poderes do
bem e do mal. Em Rm. 16:19-20 diz qual vai ser a conseqüência de não fazermos a
vontade de Deus. Em Mt. 7:21-23 Jesus declara toda a conseqüência de carregar o nome
de Cristão sem viver o poder de Jesus II Tm. 3:5. No pastorado o melhor que vão fazer é
“se introduzir pelas casas, levando cativas mulheres néscias, carregadas de pecados,
levadas de várias concupiscências, sempre aprendendo, mas nunca conseguindo chegar
ao pleno conhecimento da verdade...” II Tm. 3:6-7.
Como Jesus pode esmagar Satanás debaixo de nossos pés? Como Ele pode
reivindicar o seu caráter? Mt. 5:16 “...deixem vossa luz brilhar...” Para que? “...para que
vejam...”
No final, quando estivermos nos 1000 anos, nenhum dos fiéis súditos vai ficar com
dúvidas sobre o caráter de Deus. Todos vão entender que na vida de cada ser humano
desde o início deste mundo todas as chances foram oferecidas, e que cada um teve
oportunidades diversas para escolher ao lado de Deus (mesmo entre as nações pagãs). 
Com este entendimento de igreja, inserida no meio de um conflito, tendo que
cumprir um papel elevado, precisamos levar a igreja a viver uma vida em constante
santificação no ser e no fazer.
Santificação no Ser e no Fazer
A Igreja Adventista do Sétimo Dia escolheu em algum momento perseguir modelos
de piedade e santificação estabelecidos anteriormente em outros movimentos religiosos
na história. Esta piedade vem em grande parte do pietismo da Alemanha central,
transportada e vivida em diferentes cores e matizes (sem perder o cerne) e através do
puritanismo que se instalou na América do Norte. 
Nossos pioneiros viviam imersos neste ambiente e carregaram esta maneira de
viver a santificação para todos os cantos da terra. As orientações do Espírito da Revelação
mostraram um equilíbrio entre a santificação do ser e do fazer, na verdade, ali nem era
feito esta divisão que ora apresento. Não há crítica naquilo que os nossos pioneiros
fizeram, apenas naquilo que deixaram de enfatizar e a maneira como enfatizaram. 
Com o evangelho adventista tendo sido trazido por alemães vindos em grande
parte da geografia do pietismo alemão, e por americanos vindos da nova Inglaterra onde
o puritanismo tomou forma americana, marcaram o Adventismo brasileiro com sua
influência. 
Por isso procuramos resgatar aqui as duas formas de piedade, ou seja, de
expressão prática de nossa religião. 
a. Santificação no ser: se refere a uma reforma no caráter que se manifesta em
estilo de vida. 1) nos hábitos devocionais e relacionamento com Deus – de onde vem a
força para as demais coisas. 2) reforma nos relacionamentos – um cristão tem que ser um
especialista em bom relacionamento. 3) reforma nos desejos do coração que se mostram
no exterior por meio da simplicidade, humildade e serviço (vestuário, adereços e enfeites,
alimentação, aparência pessoal, moral). 
32
b. Santificação no fazer: pouco enfatizado por palavra e exemplo na instrução pré-
batismal, de novos conversos e mesmo na vida diária da igreja. Refere-se à reforma nas
disposições básicas do coração que levam à ação por Jesus Cristo. 1) abandono do medo.
2) aquisição da audácia e intrepidez típica da igreja primitiva. 3) coragem que sonha e
empreende coisas para o Reino de Deus, que só pode proceder de uma vontade
santificada. 4) Confiança em Deus de tal maneira que o justo viverá pela fé, agindo por
Deus e pelo Seu reino e deixando que Deus supra as nossas necessidade (Mt. 6:32; 1 Pe.
5:7). 
Segundo Tiago 2:26, a fé sem obras é morta. Na vida de Jesus vimos o exemplo de
uma fé viva, marcada pelo serviço desinteressado a outros e a Deus. Precisamos alinhar a
santificação no ser como no fazer para que a fé seja viva e completa. Jesus se refere à fé
completa, expressa em serviço e bom relacionamento, como Ele a praticou quando Ele
pergunta: “Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (cf.
Lc. 18:8). 
A Jornada Espiritual de cada Cristão
Não há como entendermos santificação, desenvolvimento da vida cristã e o que o
discipulado tem a ver com isto, se não entendermos o conceito da jornada espiritual que
todos estamos vivendo.
Cada cristão está em alguma fase de desenvolvimento. O jovem recém vindo do
mundo, precisa entender o evangelho em sua profundidade. O ancião que lidera a igreja
precisa entender a falibilidade humana e tratar as falhas das pessoas com misericórdia e
correção em amor. A mulher de um marido descrente tem que aprender como suportar as
contradições de sua situação e mesmo assim ser fiel. 
Como tudo na vida, também o desenvolvimento de um cristão se dá em fases. Uma
sucessão de eventos e influências marca a vida como um todo. 21 Abaixo comparamos as
fases sucessivas da vida com as fases que Clinton estabelece no desenvolvimento de um
líder.
Figura 6
Clinton estudou a
vida de 70 líderes e que
fasesestes líderes
passaram. Ele descobriu as seis fases acima. Entender a seqüência destas fases e
submeter-se com atitude positiva e consciente à direção de Deus permite com que este
processo seja o mais eficaz possível e seus efeitos os mais duradouros e profundos na
vida do cristão. 
As fases vão se sucedendo na vida das pessoas e elas precisam ser guiadas de uma
fase para a próxima. Quando negligenciamos certas lições de uma fase, passamos para a
outra, mas ficamos devendo estas lições. Não se pode fazer lição 5 e 6 sem ter feito 1, 2,
3 e 4. Quando insistimos em não cedermos aos apelos do Espírito para cumprirmos com
as lições de cada fase, enfrentamos crises desnecessárias e retardamos a passagem para
a próxima fase. 
Fases do Desenvolvimento da Espiritualidade
M. Scott Peck afirma que as pessoas se movem por quatro fases em sua jornada
espiritual. Ele afirma: “Assim como existem fases discerníveis no desenvolvimento físico e
psicológico do ser humano assim também há fases no crescimento espiritual.”22 Como
base para o raciocínio a seguir as fases são: Anomia, legalista, decepção e maturidade.
1) Anomia: fase em que a pessoa não quer saber de Deus ou tem uma percepção
vaga ou modística de Deus e da religião. O centro de sua vida continua sendo o EU.
Qualquer coisa que possa cooperar para a satisfação deste EU, pode ser aceita, mas não
toca e nem transforma o
EU.
Ao andar sem a Luz
em sua vida (cf. Sl.
119:105) tropeça na vida
machucando a si mesmo e
a outros. A culpa e o
pecado vão se acumulando
prejudicando o bom
funcionamento das
engrenagens da vida e dos
relacionamentos. Certo
cansaço vai se acumulando
pelo caos que vai se estabelecendo pelo rastro de feridas deixadas atrás de si. Aqui pode
começar uma transição.
O pecador percebe que tem algo de errado, mas não sabe o que é, e na maioria
dos casos nem quer saber. Até que Deus, por meio daquela constante e persistente ação
misteriosa que obra em nosso ser alcança o coração e fornece uma perspectiva. Em um
momento quase como de parto, em um choque entre o desespero e a esperança, Deus se
revela e aquilo que antes não fazia sentido agora se torna o mais profundo desejo do
coração. A boa semente caiu em solo bom.
2) Fase Legalista: A pessoa se rende a Deus e inicia sua jornada com Deus, num
relacionamento pessoal, bem como com Sua igreja – instrumento utilizado para
desenvolver os cristãos em sua caminhada espiritual.
A pessoa reconhece pelo estudo da Bíblia que foi criada por Deus e apenas
funciona bem se submeter-se às leis para as quais foi criada. O cansaço de uma vida sem
a ordem de Deus havia se manifestado com tamanha fúria e intensidade que o descanso
em Deus parece o início da própria eternidade e do céu. As leis e mandamentos do Senhor
são inscritas em seu coração e passam a ser o seu prazer.
Este contraste gritante tende a conduzir o converso por expectativas irreais a
respeito da natureza da igreja e do poder do pecado sobre o ser humano. Quando bem
preparados entendem a luta entre a natureza espiritual e a natureza carnal em seu
coração, mas tende a ficar num nível teórico. A percepção da realidade cristã se dá
apenas por meio da experiência guiada e calibrada pela Palavra. Aqui inicia uma nova
transição.
3) Fase da Decepção: Ao passar o tempo e experiências vão sendo feitas novas
percepções entram em vigor. Irmãos são observados e depois das primeiras experiências
com Deus, uma pergunta começa a dirigir a vida do crente: “como é a vida de um cristão
que vive há muito tempo com Deus?” ou outra: “deixa eu ver o efeito de viver a vida
cristã na vida de alguém que anda com Cristo há mais tempo... Será que eu quero isto
para minha vida?”
34
A decepção está aguardando. A trombada entre expectativas elevadas e a dura
realidade da falibilidade humana é inevitável. Não poucas vezes esta experiência capota a
fé de novos crentes. 
Pouco a pouco vai observando os defeitos dos irmãos, de líderes, da igreja e se a
pessoa tem uma visão um pouco mais ampla vê os defeitos da organização como um
todo. Como se isto não bastasse, se o crente for honesto consigo mesmo e não deixar se
ofuscar pelo perfeccionismo, vê suas próprias lutas e derrotas, e o castelo de sonhos cai.
A ilusão dá lugar ao real, a expectativa dá lugar ao fatual.
Nesta fase o crente se torna ácido, os seus olhos parece que se abrem para o
defeito. Alguns passam a não enxergar mais nada a não ser os defeitos. Não demora
muito a atitude de impotência para mudar o sistema, bem como a crítica se instalam
minando as forças espirituais que sustentavam a vida. As disciplinas espirituais são
negligenciadas. 
É nesta fase que alguns querem controlar e supervisionar para terem a percepção
que as coisas não estão fora de rumo – como se o seu rumo fosse melhor do que o rumo
que outros dão... Outros desistem de lutar nesta fase, quando percebem as sucessivas
derrotas que sofrem. 
Há uma tendência de se estagnar nesta fase que é cognominada de fase da areia
movediça. Muitos que caem nesta fase perdem o vigor espiritual e se permanecem na
igreja, ficam ali como membros e desistem de progredir em seu discipulado. 
Por ser uma fase na qual o crente não é cooperativo com a igreja, tende a se tornar
desagradável e acontece com pessoas que já estão um bom tempo na igreja muitos
negligenciam e ou descriminam, deixando-o marginalizado. O tecido social da igreja não
está preparado para pessoas assim e muitas vezes este tecido é preparado para não
aceitar a influência “deste tipo de gente”.
A situação piora por que o próprio crente que passa por esta fase e a torna visível
para outros (não esquecendo que todos passam por esta fase e nem todos a tornam
visível) se tornam céticos e cínicos e têm dificuldades de aceitar ajuda. 
Num pragmatismo doentio que se implantou em meio ao cristianismo “você é ou
não é” algo, ninguém permite o desenvolvimento de um processo. Tanto por parte da
igreja como por parte do crente que passa por esta fase há desconfianças. “A igreja não
muda” diz o crente decepcionado. “Ninguém consegue mudar alguém!” diz a igreja. 
É mandatória nesta fase a atenção pastoral, aproximação pessoal, baixar armas dos
dois lados e trazer o indivíduo para dentro da rede de afeto e atenção da igreja
novamente, explicando-lhe a fase pela qual está passando e que há possibilidades e
necessidade de crescimento. 
É necessário ajuda para entrar na próxima fase de transição.
4) Fase da Maturidade: Aqui o crente já passou pelas fases mais difíceis e
começa a desfrutar com equilíbrio e grandeza a sua vida com Deus. 
Nesta fase o cristão sabe que as coisas não são perfeitas, também não tenta usar a
lei como ferramenta para arrumar o que está errado, não precisa mais criticar, pois
percebe a falibilidade de tudo inclusive de si mesmo, aprende a se importar com as
pessoas e com Deus em sua vida.
É a fase do serviço maduro. O crente sabe servir e entende que faz bem para as
três partes: Deus, a si mesmo e ao próximo (cf. artigos complementares: Relacionamentos
Marcados pelo Amor). É a fase na qual conhece os seus dons e sabe utilizá-los. 
Suporta a falibilidade humana em suas diversas manifestações (incluindo a crítica
daqueles a quem está ajudando). Não é que este crente não se fira ou reaja fortemente
aos abusos que sofre ao tentar servir, pelo contrário, sabe se impor e colocar limites
mesmo estando ferido. 
Ele aprende a ver a imagem maior. Com os olhos fixos no grande conflito entre o
bem e o mal e a volta de Jesus tem motivos e motivação suficientes para seguir avante
em seu serviço a Deus e ao próximo. Não precisa de reconhecimento e muito menos
aplauso. Sabe lidar com a crítica e com o elogio sem perder a sua comunhão íntima com
Deus e com a sua igreja.
De forma nenhuma esta fase deve ser confundida com a fase de um “super-
cristão”, pois ainda e sempre está sujeito à queda e ao retrocesso
FenômenoCíclico
Parece que na experiência cristã não existe a linha de chegada. Aquele que está em
pé, cuide para que não caia, como diz Paulo (cf. 1 Co. 10:12). O processo de santificação
antes parece nos levar em forma espiral por estas fases de maneira circunstancial (cf.
figura abaixo). Aqueles que são mais proativos, estarão menos sujeitos aos solavancos e
guinadas na sucessão destas fases em repetição helicoidal.
Os altos e baixos não perdoam ninguém. As recaídas naqueles pontos que já
vencemos em Cristo parece ser nosso quinhão. 
Quando pensamos que estamos intocáveis pelas fases já vencidas, Deus
providencia experiências por meio das quais temos que renovadamente aprender a lidar
com estas “fases já vencidas”. 
Parece que todos temos que chegar à conclusão à qual Paulo foi conduzido em sua
experiência: “a minha graça te basta, por que o poder se aperfeiçoa na fraqueza!” (cf. 2
Co. 12:9).
Há cristãos que desanimam com a constante luta que não quer cessar. Novamente
evoco Paulo: “estou plenamente certo, de que Aquele que em vós começou a boa obra há
de concluí-la até o dia de Cristo Jesus...” (cf. Fl. 1:6). 
Não ouse desistir jamais, pois quando nosso Senhor chegar haveremos de ouvir as
palavras: “servo bom e fiel...” (cf. Mt.25:21) e haveremos de falar como Paulo: “combati o
bom combate, acabei a carreira, guardei a fé...” (cf. 2 Ti. 4:7).
Avanço ou retrocesso
Segundo estimativa de Jon Dybdall23 entre 35 e 40% dos membros da IASD estão
estagnados na fase 2 e outros 40% na fase 3. Apenas uns 20 a 25% conseguem alcançar
a fase de maturidade.
36
Segundo esta estimativa, boa parte da igreja estacionou em alguma fase do
desenvolvimento. É como se alguém estacionasse na adolescência, como diz a psicologia:
fixação na adolescência ou fixação na fase oral...
Como podemos avançar para a última pregação vigorosa do evangelho com esta
bagagem? Como acelerar o passo desta enorme embarcação chamada igreja, quando
aproximadamente 80% da tripulação está doente e incapacitada de trabalhar?
Um ministério como o de Jesus seria necessário. Ele gastou mais tempo curando do
que pregando e muito mais tempo ainda discipulando. Vinte e quatro horas por dia ele
investiu nos seus discípulos. Ele lhes ensinava os detalhes de seguir-Lhes os passos,
capacitando-os para fazerem a parte do trabalho que lhes coubesse e delegassem outra
parte para outros discípulos que eles iam fazendo ao longo da jornada, que eles por sua
vez capacitariam. 
Pessoas são chamadas para serem cristãs e em seu processo de desenvolvimento,
não sabem exatamente como ser cristãs no começo ou o que fazer para que o
desenvolvimento espiritual e pessoal ocorra de maneira mais efetiva. A maioria não sabe
como alcançar aquela vida que Jesus prometeu em João 10:10, “eu vim para que tenham
vida e a tenham em abundância!”
Do outro lado, cristãos mais maduros são chamados para desenvolverem aquilo que
já têm. Cristãos que conhecem Jesus a mais tempo são chamados a ajudarem aqueles
que estão dando os seus primeiros passos na fé. 
Não há bom momento para este chamado de Deus. Ele nunca vem em hora
conveniente – pois nós estamos sempre ocupados com outras coisas. Ninguém de fato
está preparado – então a desculpa: “eu não estou preparado!” não adianta para Deus,
pois Ele nos chama quando Ele acha que devemos dar passos adiante. 
Quando um cristão que já está na igreja há algum tempo se nega a atender ao
pedido de Deus de servir de mentor/ discipulador na vida de outro cristão, todo um
processo pára e a obra de Deus fica prejudicada. Avançar em confiança ao chamado de
Deus, é o que precisamos fazer. E ao sentir no meio da jornada que não temos provisão
suficiente, começamos a ler e estudar, a orar mais e nos aconselhar com os mais
experientes. Deus nos vai guiando e capacitando naquilo que falta ao longo do caminho.
Gosto de comparar este assunto quando inserido dentro do conflito entre o bem e o
mal da seguinte maneira: Vejo como que se Deus e o diabo estivessem em uma disputa e
quando o diabo precisa de ajuda de seus aliados humanos, ele os envolve com as suas
seduções e eles lhe obedecem, quando ele quer atacar ou destruir. Quando chega a vez
de Deus fazer os seus movimentos e Ele precisa contar com os Seus aliados, eles de
repente têm outros planos. “eu não quero, já fiz outros planos!” Dizem. Ou “eu não posso
agora, não é conveniente neste momento, mais tarde quem sabe!” E Deus fica
abandonado tendo que resolver situações complicadíssimas que Ele havia decidido nos
envolver.
As Duas Dimensões da Missão
A igreja tem uma missão corporativa a cumprir. O Reino de Deus precisa ser
divulgado e estabelecido pelo mundo afora. Há uma ordem dada por Jesus que precisa ser
cumprida por cada pessoa, bem como por Sua igreja aqui na Terra: “Indo, fazei
discípulos, batizando-os e ensinando-os todas as coisas que vos tenho ensinado.” Mt.
28:19-20.
Figura
Estamos falando de duas dimensões específicas aqui: 1) a dimensão pessoal que
se refere à realização pessoal do Cristão como tal, bem como o seu desenvolvimento; e 2)
a dimensão corporativa que se refere à função profética e proclamadora de cristãos em
coletividade, aquilo que chamamos como igreja.
Partimos do pressuposto de que tanto o indivíduo como a igreja como um todo
precisam ser capacitados e treinados. A igreja por se tratar de um corpo vivo sujeito a
constantes mudanças em um mundo ao seu redor que muda e precisa ser abordado em
sua dinâmica. O indivíduo por se realizar mais e experimentar o Evangelho e o próprio
Salvador com maior intensidade e profundidade quando está treinado e capacitado nas
diversas áreas que envolvem a fé Cristã. 
Ao irmos ensinando, batizando, indo pela vida com as pessoas, o cristão é chamado
a fazer outros discípulos. Aqueles que estão mais avançados no conhecimento do Senhor
devem ajudar aqueles que estão mais novos na fé a encontrarem plena realização, sentido
de vida em Jesus Cristo e gosto pelo serviço a Deus e ao próximo. 
Não há obra que seja mais importante do que esta para a igreja. Nada que a igreja
faça deve perder de vista o foco de fazer discípulos. 
Buscar os descrentes ensinar-lhes os fundamentos do evangelho e por meio da
liderança espiritual, que se expressa por meio do pastoreio, treinamento e envolvimento
prático, o discípulo recém-batizado precisa seguir aos próximos patamares do
desenvolvimento espiritual.
Aqui serão apresentadas cinco fases do discipulado como o entendemos. Durante
este discipulado ocorre o avanço da pessoa desde seu estado de separação de Deus, até à
maturidade em Jesus Cristo quando o crente vive o seu ministério e lidera outras pessoas
para exercerem o seu ministério.
38
Figura /?????
A igreja precisa ser
organizada para conduzir 
as pessoas por estas 
cinco fases (cf. fig. 04). O
ambiente precisa estar 
propício para que todos 
(ou pelo menos a 
maioria) queiram e possam progredir para os próximos passos. 
Fase Input Resultado Quando Observação
Mundo Estudo bíblico
Entusiasmo 
por Cristo e 
batismo
-
A pessoa no mundo, encontra 
Jesus e inicia a jornada c/ Cristo, 
p/meio do estudo da Bíblia. A 
pessoa é conduzida ao batismo.
Batismo
Pastoreio, 
amizade e 
ensino
Crescimento 
em Cristo e 
amor pela 
igreja
No 1°
ano de
igreja
A pessoa batizada enfrenta as lu-
tas relativas à sua decisão, preci-sa
de apoio pastoral/material. De-ve 
aprofundar seu conhecimento de 
Deus.
Membro 
integrado
Treinamento e
capacitação
Sentido e 
propósito de 
vida em 
Cristo
No 1°
ano de
igreja
Integrado na igreja o discípulo 
precisa descobrir p/quê Deus o 
criou, o propósito de sua vida. Aqui
cabe o teste de dons e 
capacitação.
Membro 
capacitado
Envolvimento 
prático serviço
Serviço 
como estilo 
de vida em 
Cristo
No 1°
ano de
igreja
Capacitado nas atividades de seu 
dom, o discípulo aprende a servir 
onde chamado, apesar de 
concentrar-se em seu(s) dom(ns).
Ministro Liderançaem 
um ministério
Maturidade 
em Cristo
Depois
do 1°
ano
Conhece o propósito de Deus para 
sua vida. Como ministro ele não é 
in-falível. Serve com alegria 
suportando as pressões/ oposições 
ligadas ao ministério sem perder o 
ânimo ou a fé.
Tabela 1
Aqui uma série de perguntas emerge que precisam ser respondidas com
honestidade, para que a igreja local possa ser o mais eficaz possível. 
A igreja tem uma estratégia que leva as pessoas que vão se unindo a ela de um
ponto ao outro em seu desenvolvimento espiritual? As estruturas que temos hoje
conduzem para este desenvolvimento espiritual fase a fase? Todos os membros da igreja
conhecem o processo de discipulado? Os membros sabem que depois do batismo existem
outras fases a percorrer? O ambiente da igreja está propício para a busca do crescimento?
O ministério na igreja local (pastor, anciãos, os diversos departamentos) está mais voltado
para um ministério de expansão ou de manutenção? 
Alguns Efeitos do Discipulado sobre o 
Discipulador e o Discípulo
Fase Discipulador Discípulo
Estrutura da Igreja Local:
Estruturar a igreja local de tal maneira que ela esteja saudável e que o ambiente
que ela ofereça seja propício para o desenvolvimento dos discípulos de Jesus é a tarefa
principal da igreja e do líder espiritual. 
Descobrir os caminhos que cada igreja local quer, gosta e precisa percorrer é tarefa
do líder. O líder espiritual precisa elaborar um plano estratégico, para que todos os
esforços de sua igreja conduzam para este alvo e a ela tenha um crescimento sustentável
e equilibrado. 
Este plano não pode ser copiado de outra igreja ou imposto por força de autoridade
sobre qualquer igreja. Precisa ser original e precisa ser discutido com a participação
voluntária de todos os interessados e participantes.24
Líderes de igreja carecem às vezes de instrumentos de discussão. Quando há
necessidade de implementar mudanças na igreja local, muitas vezes ficamos desajudados
e confusos com as críticas e forças contrárias. Uma ferramenta muito útil é o ciclo de
discussão apreciativa 4D.
Figura 3
O discipulado precisa ser incorporado na igreja por
meio de discussões positivas envolvendo cada membro da
igreja ou distrito produzindo uma visão comum. Aqui não
valem as receitas, que tanto usamos em nosso meio. Qualquer experiência que se
transporte de 1 para 1 de uma igreja para outra será muito limitado em seu alcance. Os
membros precisam apropriar-se deste plano e incorporá-lo em suas mentes e corações. 
Os elementos necessários para que tal plano seja bem sucedido e as pessoas sejam
conduzidas de fato pelas alamedas do discipulado em crescimento são: Clareza,
movimento, alinhamento e foco.25
1) Clareza: é a habilidade do processo ser comunicado e entendido por todas as
pessoas, quer sejam membros antigos ou recém batizados.
2) Movimento: é a seqüência de passos ou fases pelas quais as pessoas serão
movidas para áreas de comprometimento mais profundas (cf. fig. 2).
3) Alinhamento: é a organização e arranjo dos departamentos, ministérios e líderes
ao redor do mesmo processo de desenvolvimento no discipulado (veja a
necessidade do ciclo de discussões 4D).
4) Foco: é o compromisso de abandonar tudo que não coopere com o processo de
fazer discípulos e de conduzi-los pelas sendas do crescimento em Cristo. Isto
40
pode desafogar algumas atividades na igreja, que têm se multiplicado, causando
algumas vezes confusão, frustração e descontentamento.
Todos os membros de sua igreja conhecem o seu plano de discipulado? O ambiente
de sua igreja está propício para a busca do crescimento pessoal e corporativo? O que você
pode fazer para tornar a sua igreja aberta para o crescimento em Cristo? 
Uma estratégia, com respeito à vocação da igreja local, para que esta se torne
relevante, precisa ser construída com entendimento e envolvimento de todos.
Crie um plano de discipulado que sejam orientados por estes 4 elementos. 
Comprometimento pessoal com a IASD:
A igreja local não pode falhar em oferecer um modelo simples de discipulado, com
fases claras e orientando todos os departamentos e ministérios da igreja para auxiliarem
com um bom desempenho deste ciclo na vida de cada discípulo.
Mas como toda iniciativa requer um bom diagnóstico da realidade, como discutimos
acima, um bom ciclo de discussão e uma boa ação, o líder precisa conduzir a igreja a uma
boa reação. 
Criar um ambiente saudável, cooperativo e de relacionamentos abertos, propicia
uma boa resposta da igreja, quando ela é envolvida num projeto. 
O líder espiritual precisa desfrutar de uma boa reputação26 na igreja, de tal maneira
que a igreja se sinta atraída pelo plano. 
A seqüência ao lado (cf. figura 4) mostra como o desenvolvimento espiritual da
igreja pode ocorrer com maior eficácia possível. O diagnóstico foi feito de maneira
adequada, as ações empreendidas para fazer frente ao diagnóstico são as mais
apropriadas e a resposta dos envolvidos é a melhor. 
Pode, no entanto haver interrupção em qualquer ponto deste círculo. O Líder
prefere crer que não seja nem no diagnóstico, nem na ação empreendida. Ele tende a
achar problemas na reação dos envolvidos. 
Acha-se facilmente expressões como “falta de comprometimento”, “falta de
envolvimento”, “falta de motivação”. Creio particularmente na idéia de Wilkinson:27 “se o
aluno não aprendeu é por que de fato o professor não ensinou.” – se a igreja não seguiu
(não cresceu, não alcançou as suas visões, não desenvolveu um ciclo claro de discipulado,
etc.) o líder de fato não liderou. 
O que pode impedir então que pessoas sejam envolvidas no trabalho na causa de
Deus? O que poderia parecer uma boa ação que recebe uma má reação da igreja?
Individualidade
O pós-modernismo é criticado por alguns de seus aspectos, mas um acréscimo que
ele trouxe foi uma percepção mais detalhada do indivíduo. 
Ao tentarmos envolver pessoas no trabalho do Senhor, precisamos lembrar de que
iremos trabalhar em grupos menores com tarefas mais específicas. Precisamos entender o
que envolve e motiva as pessoas.
Uma maneira certa de errar é tentar envolver a igreja como um todo. As pessoas
são diferentes e têm propensões diferentes, têm personalidades e dons diferentes e são
motivadas e envolvidas de maneira diferente. 
Alguns dos pontos que veremos a seguir são: 1) a motivação e como pessoas são
motivadas, 2) a variedade de personalidades e como cada uma é motivada e 3) os
diversos dons e o seu envolvimento.
Motivação e Comprometimento
A teoria de discussões positivas “4D”, de planos e estratégias, tudo parece muito
bom e fácil no papel. Na prática o clamor dos líderes é sempre o mesmo: “como motivar a
igreja?”; “como arrancar a igreja da letargia do sabatismo?”28; “como envolver a igreja em
algo que ela mesma ficará contente e agradecida depois de ter sido envolvida?”
Este material tem como objetivo proporcionar instrumentos que visam facilitar a
prática da liderança e do envolvimento da igreja para sua maior eficácia, a realização de
seus membros e glorificação de Deus. Portanto a teoria é aqui apresentada para que
tenha efeito prático, por mais que o estudante terá que experimentar na prática os
conceitos aqui propostos, para adequá-los à realidade que irá enfrentar.
Comprometimento e integridade
Você sabia que temos a tendência de quebrar menos os compromissos que
fazemos com outros do que aqueles que fazemos conosco mesmos? Parece uma verdade
desconfortável, mas parece que é assim que funcionamos. Cremos que é mais fino
colocarmos os outros na frente, pois caso contrário poderíamos ser vistos como egoístas
ou desagradáveis.
É um processo psicológico que se dá como resultado de nossa cultura e tem como
efeito colateral o fato de que não achamos ser tão importante nos comprometermos e
mantermos os nossos compromissos pessoais. 
Pode haver certa má compreensão da afirmaçãode Jesus: “...amarás ao teu
próximo como a ti mesmo...” (cf. Mc. 12:31). O padrão proposto por Jesus é que você
precisa aprender a amar-se primeiro que então você estará apto amar o seu próximo. 
Mas é compreensível que nos comprometemos mais com outros que conosco
mesmos, pois a resposta e o controle estão fora de nós e podem ser mais facilmente
medidos e principalmente recebemos um feedback mais pronto. Imagine a pessoa que se
compromete a fazer coisas e sempre falha, logo será deixado de lado. Como não
gostamos desta rejeição social, a maioria das pessoas se esmera em cumprir com os
compromissos assumidos. 
Compromissos que fazemos conosco mesmos, por outro lado, têm apenas a
consciência própria como tribunal de contas. Facilmente entramos no vício da
procrastinação que mina rapidamente a inteireza (integridade) de nosso caráter.
Comprometimento e integridade estão intimamente ligados.
Integridade
O que é integridade? Como desenvolvê-la?
Ser íntegro é ser inteiro. É poder confiar em si mesmo e saber que a sua própria
palavra vai ser cumprida.
É aprender a não ser apenas em parte. Integridade se refere tanto ao aspecto de
inteireza, de ser completo em suas capacidades, funções e como comumente usado o
termo: inteireza moral. 
Trataremos o termo integridade como o elemento de convívio próprio sadio, que na
falta provoca uma ruptura interior, e a pessoa passa a ser uma coisa e fazer outra, ter
uma coisa e viver acima daquilo que tem, viver como se fosse outra pessoa e comportar-
se como tal.
42
Esta é a especialidade de atores. Dependendo do momento, com caras e gestos se
fazem passar por algo que nem de longe são... Vivem um papel com uma condição
financeira que na realidade não têm. 
Não é assim com cristãos e especialmente líderes espirituais. Se Deus precisasse de
atores para atuar em Sua obra, Ele os teria chamado para a liderança espiritual.
Querer ser o que outros são, ter o que os outros têm, invejar, tentar ser o que não
se é, é falta de integridade. O que você é e o que você finge ser repartem seu caráter ao
meio. 
O que você e fato tem e o que insistentemente deseja ter, faz você viver e existir
num patamar fora de sua real realidade e rasga o seu ser ao meio, deixando brechas que
são exploradas pelo inimigo produzindo resultados visíveis em pessoas sem integridade. 
Há pessoas que não conseguem viver pacificamente com a sua própria realidade e
querem viver a de outrem. Vivem angustiadas entre aquilo que gostariam de ser/ter/fazer
e aquilo que a sua realidade lhes oferece de fato.
Quando falo de integridade, falo de uma vida que é o que é. Sem fissuras, sem
pretensões, sem fingimentos, sem ilusões, sem desilusões, sem máscaras.
Sintomas de integridade: Quando você decide fazer algo, você o faz. Quando
percebe que está além daquilo que pode/consegue fazer ou ser ou ter, você não promete,
mas se empenha a crescer para alcançar o patamar que lhe foi exigido. Se prometer, paga
o preço e alcança aquilo por meios lícitos e honrosos. 
Sintomas da falta de integridade: constante atraso, desculpas, promessas não
cumpridas, desânimo, mentira... No fim, vida dupla e hipocrisia. 
Jesus não pode fazer nada para resolver o problema da hipocrisia. É só você que
tem que abandonar (cf. Sl. 32:1-2 – dolo em Hebraico: remiyah = falta de integridade,
falsidade).
Esta maneira que a nossa cultura nos impele a ser de colocar os outros primeiro de
maneira inconsciente, não é, para muitos nada mais e nada menos do que uma tática de
retardo, de auto-sabotagem, quando queremos validar a falta de integridade por uma
polidez inconsciente. 
Comprometimento Organizacional
Esse é um conceito que descreve o vínculo organizacional do indivíduo com uma
instituição. O vínculo pode ser estabelecido de várias formas. De acordo com Dela
Coleta(2003) o comprometimento pode ser descrito como o envolvimento com a
organização que incita a realizar um esforço considerável em prol da empresa, sendo este
afetado pela natureza do vínculo.
De acordo com Bastos (1993) o vinculo organizacional (Comprometimento) pode
ter 5 abordagens encontradas normalmente na Bibliografia:
1. Afetivo, também chamado atidudinal: o indivíduo se identifica com a
organização e com os objetivos dela e deseja manter-se como membro, de modo a
facilitar a consecução desses objetivos. O comprometimento afetivo é aquele
associado à idéia de lealdade, desejo de contribuir, sentimento de orgulho em
permanecer na organização. 
2. Calculativo ou instrumental: comprometimento como função das
recompensas e dos custos pessoais, vinculados à condição de ser ou não membro
da organização. O comprometimento seria fruto de um mecanismo psicossocial de
trocas e de expectativas entre o indivíduo e a organização, em aspectos como
salário, status e liberdade. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comprometimento_Afetivo
3. Sociológico: relação de autoridade e de subordinação. O comprometimento
do trabalhador se expressa no interesse em permanecer no atual emprego porque
percebe a legitimidade da relação autoridade/subordinação. Desta forma, os
indivíduos levam para o trabalho tanto uma orientação para seus papéis de
subordinados, quanto um conjunto de normas que envolvem os modos corretos de
dominação. 
4. Normativo: internalização de pressões normativas de comportamento. 
5. Comportamental: manutenção de determinadas condutas e de coerência
entre seu comportamento e as suas atitudes. O comprometimento “pode ser
equiparado com sentimentos de auto-responsabilidade por um determinado ato,
especialmente se eles são percebidos como livremente escolhidos, públicos e
irrevogáveis”. Desta forma, as pessoas tornam-se comprometidas a partir de suas
próprias ações, formando um círculo de auto-reforçamento no qual cada
comportamento gera novas atitudes que levam a comportamentos futuros, em
uma tentativa de manter a consistência. 
Mulller e Cols (2005) estudaram o comprometimento organizacional em
supermercados tentando descrever a correlação entre Comprometimento Organizacional e
o atingimento dos objetivos da empresa.
De acordo com Pinto Jr (2001),dentre os preditores de Desempenho as
caracteristicas do vinculo do individuo com a organização é um dos mais fortes. Sendo
assim, Comprometimento Organizacional é um dos preditores importantes de desempenho
organizacional. As características de personalidade não tem grande significado no
desempenho quando comparado com suporte material, suporte do chefe e
Compromentimento.
Motivação pelos olhos da ciência
Destacaremos alguns capítulos do livro de Edward Deci, Por que fazemos o que
fazemos29 um dos autores de maior destaque nesta área, mas que não dispensa outros
artigos científicos e livros publicados.30
Algumas perguntas precisam ser respondidas: é possível motivar alguém? É função
de o líder motivar a igreja para uma determinada tarefa, atividade ou para uma visão?
Quanto uma pessoa, por mais competente que seja, pode motivar outra pessoa que não
quer ser motivada? Que materiais ou instrumentos podem ser utilizados para uma
motivação não-manipuladora e não-controladora? Qual a diferença entre motivação
intrínseca e extrínseca? Motivação é o mesmo que condicionamento? O que motivação
tem a ver com treinamento e membros de igreja e com o ciclo de discipulado?
Motivação Intrínseca e Extrínseca: 
Obstáculos e soluções: 
Há alguns obstáculos típicos para a motivação da maioria das pessoas: 
1) falta de capacidade de fazer o que se está pedindo. Solução? “TEM”:
Treinamento, ensino, mentoreamento. 
44
2) falta de coragem de tentar. Aqui tem algum medo que precisa ser trabalhado.
Medo de errar (sentimentos perfeccionistas). Solução: Se levamos em consideração 1
João 4:18, que “no amor não há medo”, pessoas que têm medo precisam aprender a
amar e ser amadas.São pessoas que pensam (motivadas por sua experiência passada)
que se não fizerem tudo certo, correm o risco de serem rejeitadas. 
3) falta de liberdade. Solução? Quando as pessoas não se dispõe a se envolver em
uma atividade proposta por este motivo, é necessário diminuir o grau de controle e
fiscalização. Dar espaço e condições para as pessoas desenvolverem atividades com sua
iniciativa e criatividade apoiando e orientando suas iniciativas, é a melhor saída. Às vezes
estruturas têm que ser mudadas e líderes controladores têm que mudar de atitude ou às
vezes o líder tem que ser mudado por inibir a iniciativa e motivação de uma igreja inteira. 
4) falta de entender o projeto ou atividade. Solução: esclarecimento detalhado do
projeto ou atividade. Esclarecimento da distribuição das funções e como cada função vai
colaborar com o todo. Esclarecimento do cronograma de trabalho, datas limites, etc.. 
5) falta de confiança. Pode ocorrer de haver um clima de desconfiança ou de
inveja. Solução: confiança gera confiança. Trabalhar com pessoas desconfiadas de outros
ou de si mesmas precisa de um líder que mostre confiança. 
6) falta de criatividade. Geralmente ligado a ambientes controladores que
prescrevem todos os detalhes do processo. Solução: diminuir o controle, aumentar a
liberdade de ação, trabalhar com alvos finais deixando o caminho para alcançá-los para
cada um com sua criatividade.
Necessidades pessoais e motivação 
Abraham Maslow (1909 – 1970). Os degraus da pirâmide Maslow são:
Necessidades fisiológicas:
As necessidades fisiológicas são satisfeitas mediante comida, bebidas, sonho, refúgio, ar
fresco, uma temperatura apropriada, etc… Se todas as necessidades humanas deixam de
ser satisfeitas então as necessidades fisiológicas se transformam na prioridade mais alta.
Se oferecerem a um humano soluções para duas necessidades como a necessidade de
amor e o fome, é mais provável que o humano escolha primeiro a segunda necessidade,
(a de fome). Como resultado, todos os outros desejos e capacidades passam a um plano
secundário.
Necessidades de segurança:
Quando as necessidades fisiológicas são satisfeitas então o ser humano se volta para as
necessidades de segurança. A segurança se transforma no objetivo de principal prioridade
sobre outros. Uma sociedade tende a proporcionar esta segurança a seus membros.
Exemplos recentes dessa perda de segurança incluem a Somália e o Afeganistão. Às
vezes, a necessidade de segurança ultrapassa a necessidade de satisfação fácil das
necessidades fisiológicas, como passou, por exemplo, os residentes de Kosovo, que
escolheram deixar uma área insegura para buscar uma área segura, contando com o risco
de ter maiores dificuldades para obter comida. Em caso de perigo agudo a segurança
passa a frente das necessidades fisiológicas.
Necessidades de amor, Necessidades sociais:
Devemos ressaltar que não é possível fazer equivaler o sexo com o amor. Mesmo que o
amor pode se expressar como parte sexualmente, a sexualidade pode em momentos ser
considerada só na sua base fisiológica.
http://site.suamente.com.br/a-piramide-de-maslow/
Ver livro sobre motivação do Altair
Necessidades de estima, 
Necessidade de Ego:
Isto se refere à valorização de
um mesmo outorgado por outras 
pessoas.
Necessidades do ser, 
Necessidades de Auto-estima 
é a necessidade instintiva de um 
ser humano de fazer o máximo 
que pode dar de si, suas 
habilidades únicas. Maslow o 
descreve desta forma: “Um 
músico deve fazer música, um
pintor, pintar, um poeta, escrever, se quer estar em paz consigo mesmo. Um homem (ou 
mulher) deve ser o que pode chegar a ser. Enquanto as anteriores necessidades podem 
ser completamente satisfeitas, esta necessidade é uma força impelente contínua.
Motivação:
Maslow nos oferece vários códigos no âmbito da motivação. Se quisermos motivar 
às pessoas que temos a nosso ao redor devemos buscar que necessidades têm satisfeitas 
e tentar facilitar a consecução do degrau superior imediatamente.
Outro elemento que pode influenciar na motivação que uma pessoa tem está ligado
à sua personalidade e temperamento.
http://site.suamente.com.br/a-piramide-de-maslow/
1 Sermão “Temple 1” pregado em 28 de Agosto de 2009 pertencente à série de sermões intitulada “The
Temple” iniciada nesta data.
2 Estamos considerando 20.000 gotas por litro de água. O Maracanã tem forma oval sendo que a medida do
eixo maior é de 317 metros e a do menor 279m e sua altura no ponto mais alto é de 32m.
3 Barrett, David V. World Christian Encyclopedia. 1982. P ????
4 Ver citação com Jean Zukowski. http://answers.google.com/answers/threadview?id=320929
http://www.paradisecafediscussions.net/printthread.php?tid=1925
http://en.wikipedia.org/wiki/Adventism
5 Nenhuma destas tabelas corresponde com a realidade do que aconteceu. O Crescimento se dá menos
ordenado do que o ritmo descrito uniforme descrito nestas tabelas. Aliás o crescimento de igreja não se
submete a nenhum padrão pré estabelecido, como diz o apóstolo Paulo em I Co. 3:7 e 8: “Eu plantei; Apolo
regou; mas Deus deu o crescimento. De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas
Deus, que dá o crescimento.”
6 George, Carl F. How to Break Growth Barriers. Grand Rapids, MI: Baker Books House, 1993, p.18.
7 George, Carl F. How to Break Growth Barriers. Grand Rapids, MI: Baker Books House, 1993, p.18.
8 Apelo Urgente por Reavivamento e reforma, discipulado e evangelismo veja:
http://reavivamentoereforma.com/apelo-urgente-por-reavivamento-reforma-discipulado-e-evangelismo/
9 Veja: http://reavivamentoereforma.com/o-que-e-reavivamento-e-reforma-espirituais-pastor-alberto-r-
timm/
10 White, Ellen G. Atos dos apóstolos. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002, p. 12.
11 Deci, Edward. Por que fazemos o que fazemos. ????????
12 Estamos generalizando uma informação que é pertinente a regiões tanto na área da igreja mundial como
na área de nosso país e nossa divisão. Conforme a secularização e a pós modernização da sociedade vai
avançando em certa região, conforme o conforto produzido pela prosperidade vai avançando, menor vai se
tornando o zelo missionário nesta região.
13 Monteiro, Rafael Luiz. Discipulado: Caminho de renovação e Crescimento para a Igreja. Engenheiro
Coelho, SP: UNASPRESS, 2004, p.11-127.
14 Friberg, Barbara e Friberg, Timothy. Novo Testamento Grego Analítico. São Paulo: Sociedade Religiosa
Edições Vida Nova, 1987, p.105.
15 Rienecker, Fritz e Rogers, Cleon. Chave Lingüistica do Novo Testamento Grego. São Paulo: Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova, 1985, p.65.
16 Pós-cristianismo é a disposição geral de uma nação ou população que incomodada com a corrupção,
abuso de poder, hipocrisia e falta daquilo que basicamente o cristianismo se propôs a propagar, se volta
contra o cristianismo, considerando-o como origem de todos os males. A nação começa a combater o
cristianismo por não entender que há algum benefício nele. Como Jesus falou: “Se a luz que há em ti são
trevas, quão grandes trevas serão.” (cf. Mt. 6:23).
17 Smith, Fred H. La Dinámica del Iglecrecimiento. Miami FL: Editorial Caribe, 1993, p.22.
18 http://www.theopedia.com/Ecclesiology. Pesquisado em 10 de Fevereiro de 2008.
19 Ibid. 
20 Schwarz, Christian. Desenvolvimento Natural da Igreja. Curitiba – PR: Editora Evangélica Esperança,
1996, p. 25.
http://answers.google.com/answers/threadview?id=320929
http://reavivamentoereforma.com/o-que-e-reavivamento-e-reforma-espirituais-pastor-alberto-r-timm/
http://reavivamentoereforma.com/o-que-e-reavivamento-e-reforma-espirituais-pastor-alberto-r-timm/
http://reavivamentoereforma.com/apelo-urgente-por-reavivamento-reforma-discipulado-e-evangelismo/
http://en.wikipedia.org/wiki/Adventism
http://www.paradisecafediscussions.net/printthread.php?tid=1925
21 Clinton, J. Robert. The Making of a Leader. Colorado Springs, CO: Navpress, 1988, p. 44.
22 Peck, M. Scott. The Different Drum: Community making andPeace. New York: Touchstone Editions,
1987, p. 187.
23 Dybdall, Jon. Spiritual Formation. Anotações de sala de aulas no programa de D.Min. da Andrews para
pastores da Divisão Trans-Européia no Newbold College em Julho de 2002.
24 Malphurs, . Strategic Planning. 
25 Rainer, Thom S. & Geiger, Eric. Simple Church. Nashville, TN: B&H Publishing Group, 2006, p.68. 
26 O termo reputação não está sendo aplicado exclusivamente com o sentido moral com que geralmente o
termo está sitiado nos meios “igrejeiros”. O termo aqui é usado mais no sentido de ter ascendência sobre a
igreja. A igreja respeita e admira o seu líder, por que ele a conquistou. Se o líder está “queimado” na igreja,
dificilmente vai conseguir uma boa reação, mesmo frente a um bom diagnóstico e boa ação proposta. 
27 Wilkinson 
28 Sabatismo esta sendo utilizado aqui como a prática de ir apenas aos Sábados à igreja, sem
comprometimento com a causa Adventista que é ver o breve retorno de Jesus Cristo.
29 Deci, Edward L. Por que fazemos o que fazemos. São Paulo: Editora Negócios, 1998.
30 BERGAMINI C. W. Motivação. São Paulo, Atlas, 2ª ed.,1989.
CASTRO,A .P. de. Automotivação: como despertar esta energia e transmiti-la às pessoas. São Paulo,
Campus, 4ª Reimpressão,1996.
CHIAVENATO,I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro, Campus,1999.
HERING S. de Q. Motivação dos quadros operacionais para a qualidade sob o enfoque daliderança
situacional. Dissertação de Mestrado de, Engenharia de Produção- PPGEP, UFSC, 1996.
KONDO Y. Motivação Humana: um fator chave para o gerenciamento. São Paulo 3ª ed.,
Gente,1991.
LOPES J. D. P. Os estilos gerenciais e suas implicações na motivação dos funcionários: um estudo de
caso. Dissertação de mestrado, Engenharia de Produção- PPGEP, UFSC, 1999,
Florianópolis/SC.
MAHER, J. R. e PEIRSOL D. T. Coletânea de pesquisadores sobre Motivação., da IBM World Trade
Corporation, da Divisão de Registro de Informações da IBM,EUA, Teorias de Motivação. São Paulo,
Fundação Cenafor, 1988.
MASLOW A . H. Maslow no Gerenciamento. Rio de Janeiro, Qualitymark, 2000.
	Discipulado Cristão
	Dr Berndt D. Wolter
	Figura 2
	Igreja Primitiva
	Capítulo 2
	Bonsai ou Árvore Frondosa?
	Capítulo 3
	Nossa Maior Necessidade:
	Reavivamento e Reforma
	A Ordem de Jesus
	Jesus não tinha Plano “B”
	Cristianismo sem discipulado:
	Discipulado
	A Natureza do Ser Humano
	Os Frutos
	Igreja na Bíblia
	Igreja: um Corpo Vivo
	Santificação no Ser e no Fazer
	A Jornada Espiritual de cada Cristão
	Figura 6
	Fases do Desenvolvimento da Espiritualidade
	Fenômeno Cíclico
	Avanço ou retrocesso
	As Duas Dimensões da Missão
	Alguns Efeitos do Discipulado sobre o
	Estrutura da Igreja Local:
	Comprometimento pessoal com a IASD:
	Individualidade
	Motivação e Comprometimento
	Comprometimento e integridade
	Integridade
	Motivação pelos olhos da ciência
	Motivação Intrínseca e Extrínseca:
	Obstáculos e soluções:
	Necessidades pessoais e motivaçãode ninguém”
ou “comigo é assim, bateu levou” ou “sou ser humano e tenho fraquezas” ou ainda “não
levo desaforo para casa”. Desta maneira, influenciados pelas orientações da cultura que
nos cerca, decidimos suavemente contra o estilo de vida proposto pela Bíblia e
encontramos apoio e compreensão em qualquer pessoa de nossa cultura, por que todos
pensam assim. 
Outro exemplo: não é compreensível devolver o mal e a intriga que alguém
cometeu contra um cristão? Nossa resposta é rápida: “ninguém é de ferro” ou “se deixar,
fulano nunca aprende” ou “eu tenho que por um fim nisso”. A Bíblia diz que devemos
amar nossos inimigos e orar por eles (cf. Mt. 5:44) e devolver o mal com o bem (cf. Rm
12:19-21), se necessário devemos suportar o prejuízo (cf. 1 Co. 6:7).
O abandono suave e imperceptível dos princípios bíblicos vai corroendo a base da
espiritualidade e uma desconfiança de si mesmo se introduz na fé. Esse espírito de
desconfiança vai se instalando de maneira suave e imperceptível na coletividade da
comunidade de fé. Todos percebem que algo não está bem, mas ninguém sabe
exatamente o que está acontecendo. 
Sistemas eclesiásticos inteiros começam a organizar-se em sua prática ao redor de
valores que não procedem da Palavra. As filosofias e máximas do mundo as enredaram
em enganos sutis, mas planejados.
Há necessidade de trabalho planejado e intencional para uma volta à Palavra.
Orientar os crentes em Jesus que o céu ainda não é aqui e que ainda estamos instalados
em meio ao conflito entre o bem e o mal é a necessidade máxima. 
Orientá-los sobre a natureza do cristianismo do tempo do fim, que não é qualquer
tipo de ação religiosa que caracteriza esse cristianismo.
Esse trabalho está acontecendo em parte do púlpito, mas até ali existe algo
corroendo a eficácia. Pressupor que esse processo de aprofundamento espiritual acontece
apenas coletivamente, em um grande rebanho, é simplificar demasiadamente as coisas e
é subestimar as artimanhas do inimigo no conflito entre o bem e o mal. 
Deixe-me dar um exemplo: Em uma das igrejas que liderei surgiu uma crise. A
igreja, por falta de comprometimento dos membros estava capengando tanto espiritual
com institucionalmente. Nada funcionava mais. Tive que confrontá-la. 
Depois de um dolorido confronto, a igreja se reestruturou e irmãos se
comprometeram de novo. Comecei uma rodada de visitas espirituais e acabei percebendo
que boa parte dos irmãos ali sequer sabia o que era ser um adventista do sétimo dia. 
Dei estudos bíblicos doutrinário para irmãos e irmãs que estavam 20 anos na igreja.
A reação de uma irmã está muito viva em minha mente. Ela disse: “é isso que é ser
adventista? Por que ninguém fala mais sobre isso na igreja?”
Indignado, peguei meu laptop e mostrei todos os sermões que eu havia pregado
nos últimos dois anos. Mais uma surpresa dessa irmã: “o que está acontecendo que não
prestamos atenção naquilo que é dito nos sermões?”
Parece que o trabalho como o temos feito não está surtindo o efeito como outrora
surtia. Há diversas causa para isso, mas a principal é a pulverização da sociedade e
consequentemente da comunidade de fé. As pessoas estão muito mais tempo expostas a
mundos tão distintos, que a exposição rápida e fortuita de três horas de culto no sábado
de manhã, é como uma gota d’água no oceano.
Erosão espiritual
Da mesma maneira que o solo sofre erosão quando água passa muitas vezes no
mesmo lugar, abrindo valetas enormes, levando consigo a terra fértil, ocorre também a
erosão espiritual. 
Quem passa frequentemente pelo local de uma erosão, nem percebe como de
maneira quase imperceptível, o solo vai sendo levado e a fertilidade vai diminuindo pouco
a pouco até se tornar deserto. 
No extremo oriente havia mais de 6.500 espécies diferentes de arroz adaptadas às
diferentes realidades climáticas e de solo. Com o “melhoramento genético” as grandes
empresas substituíram essas milhares de espécies por 5 ou 6 muito mais produtivas. 
Ocorreu o que se chama de erosão genética. Perdeu-se toda uma variedade
genética que a natureza havia fornecido. A perda foi quase que imperceptível, mas agora
os agricultores lembram que o avô ou bisavô plantava essa e aquela espécie e estão
tentando recuperar. Erosão, perda de variedade, de fertilidade, destruição daquilo que
Deus fez...
Há um trabalho enorme para recuperar o que se perdeu, mas todos os que estão se
empenhando tem tido a paga justa de sua busca. 
Fico abismado como poucos sabem o que é espiritualidade e como ela se
desenvolve em nós. Por falta de o assunto ser trazido ao debate, muitos há que
enveredam por três dos seguintes caminhos:
1. O caminho da “nova espiritualidade” que é promovida pelo movimento
espiritualista da Nova Era, espiritualidade emocional, supersticiosa e vazia.
2. O caminho do desleixo espiritual, fazendo do cristianismo um evento semanal
quando muito, espiritualidade egoísta e sem comprometimento.
3. O caminho do fanatismo ou extremismo que é altamente comprometido (por
isso impressiona), mas utiliza ferramentas de manipulação, tirando textos fora
do contexto forçando a consciência de outros.
Como é a espiritualidade Adventista, para os cristãos que aguardam o breve
retorno de Jesus? 
Espiritualidade não é aquela piedade moralista que se concentra em aparências
exteriores e farsas socialmente impenetráveis. Também não é aquela superdependência
egoísta que exige que Deus faça tudo por nós. Não é a superstição que espera vibrações
sobrenaturais de Deus invadindo coisas e pessoas ao nosso comando. Também não é
intelectualismo bíblico, ou religião de cabeça e assentimento mental.
Espiritualidade também não é algo que temos ou não temos, é algo que
desenvolvemos. Crescemos nos mais diversos aspectos da espiritualidade.
6
Espiritualidade Adventista é o relacionamento honesto e sincero com o Senhor
Jesus que influencia os relacionamentos consigo mesmo e com o próximo (cf. Mc. 12:30-
31).
Crescendo nesse relacionamento virá inevitavelmente a entrega completa e
experiências mais profundas com Deus como Ele prometeu (cf. Jr. 29:13) e o
comprometimento necessário para permanecer nessa experiência.
Outro ponto inevitável, no entanto também crescente é a obediência. Não há
espiritualidade biblicamente sustentável se não houver a requisitada obediência. É verdade
que no início sabemos obedecer menos e com a experiência aprendemos a obedecer
melhor, sem perdermos a nossa personalidade e a nossa vontade. Obediência é a
submissão de uma vontade forte e sadia do ser humano à vontade de Deus.
O chamado para a guarda dos mandamentos recebeu um sabor legalista e os que
não os guardam, recebem repreensões sempre com sabor moralista. Tanto um quanto o
outro nunca funcionaram para a construção de uma espiritualidade sadia. Como podemos
falar da Lei de Deus sem ser moralistas ou legalistas?
Amar com Jesus amou é parte dessa espiritualidade que o crente precisa manter
em constante crescimento (cf. Jo. 13:34-35). Sabemos amar pouco no início de nossa
experiência cristã. Deus vai nos guiando por experiências e se admitirmos o trabalho de
Deus em nosso coração Ele desenvolve a nossa capacidade de amar. 
O mesmo acontece com a fé, a esperança, a humildade, a mansidão, o domínio
próprio, a capacidade de ser pacificados e de viver misericórdia, etc.
Em suma a espiritualidade como expressa na Bíblia para o tempo do fim, é a
santificação (cf. Rm. 6:22; 2 Ts. 2:13), se a qual ninguém verá a Deus (cf. Hb. 12:14). É o
desenvolvimento daquelas características invisíveis em nós (cf. 2Co. 4:18; Mt. 5:1-12; Gl.
5:20-22), nos tornando mais semelhantes a Jesus. 
Foco desfocado:
Se uma máquina fotográfica está com o foco no objeto certo, a foto vai sair com a
nitidez planejada. Na tentativa de defender aquilo que é sagrado nos empenhemos em
exaltar o periférico sobreJesus, de sobrepor o essencial ao derivado.
Figura 1
Quantas vezes vi pessoas se digladiando sobre se pode isso ou aquilo, tentando
amarrar o grau de espiritualidade a coisas exteriores, visíveis. 
Acontece mesmo com cristãos honestos e comprometidos. Trocam o foco da ênfase
e vivem uma religião distorcida, que além de não fazer bem para ele mesmo, afasta
outros de experimentarem um relacionamento comprometido com o Deus vivo.
Cristianismo à milanesa: parece uma coisa por fora e outra por dentro.
Capítulo 1
O Plano de Deus
Jesus criou a igreja para ser um movimento não um monumento! Ele a projetou
para ser um movimento multiplicador em dois sentidos: a) em poder espiritual no coração
que traduzisse a pessoa de Deus em e através de nós (cf. 1 Co. 2:2-5; 2 Co. 3:2-3) e b)
em número de pessoas com esse poder espiritual e presença geográfica da igreja de Deus
(cf. At. 2:47; 6:1; . 
Crescimento e expansão são elementos indispensáveis para a lógica que Deus
deseja. O Crescimento tanto interno quanto externo esperado por Deus, sempre foi muito
maior do que aquilo que o ser humano conseguiu entender e praticar. 
Nas palavras de Albert Barlett: "o maior defeito da raça humana é nossa inabilidade
de compreender a função exponencial." 
Dwight Nelson1 usa uma ilustração interessante para expressar o crescimento
exponencial. Vou adaptá-la à realidade brasileira. Imagine um estádio de futebol que não
deixe vazar água de seu interior. Imagine também que eu tivesse uma água mágica com a
propriedade de dobrar o seu volume a cada minuto. Continue imaginando eu soltando
uma gota desta água mágica no centro deste estádio. Em um minuto seriam duas gotas,
em mais um minuto seriam quatro e em três minutos já seriam oito gotas e assim por
diante 16, 32, 64, 128...
Quanto tempo seria necessário para encher um estádio como o Maracanã2 com
1.545.767m3 de volume interno? Em 41 minutos teríamos um nível de 2,26 metros de
água sobre o campo. 93% do estádio todo ainda estaria vazio. 
Quanto tempo será ainda necessário para encher o restante do estádio? Com mais
quase quatro minutos o estádio todo estaria cheio. Em quase quatro minutos, os faltantes
93% se encheriam! Impressionante, não é?
Aqui está o poder do raciocínio exponencial, quanto maior a quantidade existente,
mais rápido será o seu crescimento! Veja um gráfico desta realidade:
Figura 2
Assim funciona boa parte da natureza, como por exemplo: a multiplicação de
células depois da fecundação de um óvulo, a reprodução em cada espécie, se não
houvesse morte, o crescimento da população ocorreria de maneira exponencial, o
espalhamento de uma doença numa determinada área, se não for controlada, etc. 
8
A destruição da
natureza que estamos
promovendo por nossa
falta de consciência
ecológica também ocorre
de maneira exponencial...
Os resultados já estão
sendo colhidos...
Este é o
crescimento que Deus
gostaria que tivéssemos:
crescimento
exponencial! Um
seguidor de Cristo
tornando-se poderoso
nEle e ganhando outro;
estes dois crescendo no
poder do Espírito e
ganhando outros dois, os quatro resultantes ganhando mais quatro... 
ANO N° membros ANO N° membros ANO N° membros
1 1 11 1.024 21 1.048.576
2 2 12 2.048 22 2.097.152
3 4 13 4.096 23 4.194.304
4 8 14 8.192 24 8.388.608
5 16 15 16.384 25 16.777.216
6 32 16 32.768 26 33.554.432
7 64 17 65.536 27 67.108.864
8 128 18 131.072 28 134.217.728
9 256 19 262.144 29 268.435.456
10 512 20 524.288 30 536.870.912
Tabela 2
Aqui vai um desabafo de um coração desejoso de ir ao lar eterno e vai direcionado
a cada membro da igreja de Deus, inclusive é um alerta a mim mesmo enquanto escrevo
estas linhas: Não poderíamos crescer como Jesus o planejou?
Somos um movimento profético, não somos? Não é esta característica principal do
Adventismo? Nossa existência como igreja foi profetizada. Não surgimos por outro motivo
a não ser pela vontade de Deus para esta época. 
Fomos escolhidos para uma época especial para pregar uma mensagem especial.
Não que sejamos melhores do outros cristãos, mas temos um trabalho especial a fazer. Se
não fizermos este trabalho, não estamos sendo fiel ao chamado que Deus nos fez! 
Entendemos ainda que há pressa para a pregação do evangelho? Entendemos que
estamos no tempo do fim? Nosso Mestre, chamado de “Aquele que testifica estas coisas”
em Apocalipse 22:20, diz: “certamente cedo venho!” e a resposta de João foi “amém, vem
Senhor Jesus!” O próprio Diabo sabe que tem pouco tempo: “o Diabo... sabe que pouco
tempo lhe resta.” (cf. Ap. 12:12). 
Fomos chamados como movimento Adventista para restaurar as verdades da
revelação e ao mesmo tempo restaurar o senso de urgência perdido ao longo do
cristianismo. Precisamos entender o plano de Deus, a maneira como Ele quer crescimento
e os meios que Ele providenciou para que este crescimento ocorresse. Precisamos nos
organizar, no formato que for necessário para cumprir com este plano de Deus.
Igreja Primitiva
Dizem os historiadores que antes do final do primeiro século de nossa era, já
existiam ao redor de 1.000.000 de cristãos.3 Isto é, em 69 anos a igreja chegou a este
número fantástico. Por que? Pois os recém conversos eram chamados a conhecer a esse
Jesus e ser diferentes do mundo. O poder que vinha de uma vida entregue, capitulada aos
pés de Cristo, gerava esse crescimento exponencial. 
Dentro do plano de crescimento geométrico ou exponencial proposto e iniciado por
Jesus, a igreja primitiva estava dobrando o número de membros em média a cada 3 a 5
anos, sem levar em consideração o enorme número de mortes pelas perseguições no
primeiro século e pela baixa expectativa de vida de então. 
No quadro abaixo apenas uma imaginação matemática de um possível crescimento
a partir de 12 discípulos depois da cruz (ano 31 AD) até o final do primeiro século
seguindo o raciocínio de crescimento exponencial para 3,5 anos.
ANO N° membros ANO N° membros ANO N° membros
31 12 59 1.536 88 196.608
35 24 64 3.072 92 393.216
39 48 68 6.144 96 786.432
43 96 72 12.288 100 1.572.864
47 192 76 24.576
51 384 80 49.152
55 768 84 98.304
Tabela 3
É claro que eles viviam o que o Mestre lhes ensinara e assim tornaram-se muito
eficazes na proclamação das boas novas. Só no Pentecostes a igreja pulou de 12 para
3012 discípulos. Depois houve outras muitas conversões pelo trabalho da igreja de
Jerusalém. 
Se a igreja de Jerusalém tivesse estabelecido diversos ministérios, e tivesse saído
do conforto da realidade que conheciam, a igreja teria crescido muito mais ainda. 
Quando Paulo iniciou o seu ministério independente da igreja de Jerusalém, num
chamado feito direto de Deus a ele, a mesma igreja crescia entre os gentios enquanto a
igreja em Jerusalém crescia entre os judeus. Paulo pregava o evangelho e preparava os
novos conversos para que amadurecessem na fé e continuassem a proclamação no lugar
onde estavam.
O cerco de Jerusalém e a sua dissolução pouco antes do ano 70 levou os cristãos
definitivamente a se inserirem no trabalho para o mundo e o Evangelho passou a ser
proclamado mais intensivamente ainda.
Estamos brincando com números aqui, apenas para firmar o raciocínio de
crescimento exponencial. É claro que o crescimento não ocorreu como nos quadros aqui
apresentados.
Vem uma pergunta a nós: Como nós crescemos como movimento adventista no
passado? Podemos repetir ou restaurar tal crescimento?
Igreja Adventista Pioneira:
O movimento Millerita, do qual a igreja adventista acabou se desenvolvendo, tinha ao
redor de 100.000 seguidores nos 13-14 anos antes do grande desapontamento.4 Este
10
movimento extrapolou em muito o crescimento exponencial. Eles dobravam em média o
número de adeptos a cada 7 a 8 meses!!!
Se o movimento Millerita tivesse seguido o padrão de crescimento exponencial que
estamos estudando aqui, eles teriam atingido o número de 100.000 apenas 4 anos mais
tarde. Eles tiveram crescimentomais do que exponencial, eles precisaram de menos do que
um ano para dobrar o número de membros.
Abaixo, outro exercício sugestivo para entendermos o raciocínio exponencial.5 Neste
quadro representamos como poderia ser o desenvolvimento, se tivesse havido
crescimento exponencial. 
ANO N° membros ANO N° membros ANO N° membros
1831 1 1836 32 1841 1.024
1832 2 1837 64 1842 2.048
1833 4 1838 128 1843 4.096
1834 8 1839 256 1844 8.192
1835 16 1840 512
Tabela 4
Imagine cada discípulo de Cristo comprometido, treinado e realizado em satisfazer
o sonho de Deus: fazer discípulos. Qual seria o resultado? Crescimento exponencial! 
Especialistas em crescimento de igreja, depois de estudar centenas de igrejas, em
circunstâncias das mais variadas apresentam a seguinte avaliação do crescimento de uma
igreja no quadro abaixo.
Taxas de Crescimento Decenal – TCD
TCD Avaliação e observação 
25%
- Pobre. Crescimento líquido anual ao redor de 2,5%, o que é quase 
um decreto de morte para a igreja. Para algumas igrejas pode ser 
apenas uma questão de tempo para a morte.
50%
- Regular. Crescimento que apenas mantém a igreja no nível da 
sobrevivência – 5% ao ano. Neste nível a igreja ainda pode ser 
recuperada e pode voltar a crescer saudável.
100% - Bom. Crescimento bom da igreja. Ela dobra o número efetivo de 
seus membros a cada 10 anos com uma TCA de 8 a 12% ao ano. 
200%
- Muito bom. Aqui entramos num patamar de crescimento 
surpreendente. Geralmente ocorre em igrejas menores e recém 
fundadas. A igreja tem que se preparar para o grande número de 
novos conversos, para que sejam alimentados, treinados e assim se 
unam à pregação do evangelho.
300%
- Excelente. Dobrar o número de membros a cada 3 a 3,5 anos é um 
feito almejável. Estruturas de integração precisam ser criadas para 
que não haja abandono da fé. Todos os membros, principalmente os 
mais maduros, precisam se envolver em ministérios que apoiem e 
instruam os novos conversos, auxiliem no ministério evangelístico e 
pastoral.
500%
- Fora do comum. Aqui seria dobrar o número de membros em 2 
anos. Ocorre muito em plantios de novas igrejas quando feito de 
maneira correta. Também precisa de estruturas eficazes para o 
funcionamento da igreja voltado para um crescimento
Crescimento entre muito bom e excelente, e é claro, se possível fora do comum é o
que estou propondo aqui. Pelo menos um crescimento que expresse um cristianismo
vigoroso, saudável e urgente.
Também estou propondo que se não estamos experimentando um cristianismo
vigoroso, traduzido em crescimento saudável tanto espiritual como numérico, precisamos
ajustar a nossa maneira de ser igreja de volta à forma mais adventista possível e
abandonar qualquer elemento que roube este vigor.
A principal característica da conversão de uma pessoa não é apreciar a salvação de
tal maneira que fique desejosa de repartir o que ganhou com outra pessoa? Imagine se
isto acontecesse de fato: pessoas sendo ganhas para o reino de Deus, depois do batismo
sendo conduzidas para a maturidade espiritual e serviço vigoroso e finalmente cada
pessoa ganha se dedicasse a ganhar outras... Isto traria o desejado crescimento
exponencial e cumpriríamos o desejo do coração de Deus. Mas que crescimento estamos
de fato experimentando? É o crescimento espiritual e numérico que precisaríamos para
terminarmos a pregação do evangelho em nossa geração? É o crescimento de uma árvore
frondosa cheia de frutos?
Capítulo 2
Bonsai ou Árvore Frondosa?
Independentemente do tamanho da igreja e dos métodos que ela use, inúmeras
oportunidades para o seu crescimento estão diante dela sem serem notadas. Especialistas,
consultores de crescimento de igreja dizem em uma voz, que nunca viram uma igreja na
qual as oportunidades para crescimento (tanto espiritual como numérico) não tenham sido
maiores do que a vontade da igreja em vivê-las.6
Uma igreja é como um gramado recém-plantado. Se alguém fica em pé sobre as
sementes, os brotos de grama não têm chance. Dê-lhes água, luz e nutrientes e eles
crescerão naturalmente. Dê-lhes o ambiente que precisam e se desenvolverão
abundantemente.
Deus quer agir em Sua igreja de tal maneira que nem as portas do inferno
conseguirão prevalecer contra ela (cf. Mt. 16:18)! Para isto crescimento é necessário
(espiritual e numérico). Não há cristão comprometido que não entenda que a expansão do
reino de Deus aqui na terra por meio de Sua igreja é imprescindível. 
Mas algumas perguntas surgem neste cenário: “Será que estamos tão acostumados
a trabalhar com bonsais que perdemos de vista um crescimento contínuo e sem podas?” 7
Será que sempre que crescemos, temos que esbarrar nos limites que a institucionalização
nos impõe? Será que nós, líderes de igrejas, estamos sendo como uma dinastia de
jardineiros orientais que se especializaram em podar, tosar e cortar raízes e ramos de
nossas igrejas de tal maneira que as árvores a nós confiadas cresçam apenas até onde
podemos entender o crescimento? Será que na ânsia de fazer crescer a igreja como
12
instituição, ela está se tornando um instrumento de poda, que exclua o indivíduo, seu
chamado pessoal, sua paixão, seu sacrifício do processo? Será que o valor e a necessidade
de envolver o indivíduo tornou-se apenas um pensamento desejável? Será que
crescimento organizacional pode tornar-se tão importante que as pessoas que podem
produzi-lo podem ficar no meio do caminho? 
Provavelmente o problema da igreja local não é aquele irmão que se opõe ao
crescimento, nem de uma disputa de opiniões ou ainda de diferenças entre irmãos na
compreensão da teologia, mas a carência de uma visão adquirida pela igreja e um plano
passível de ser executado. Se este crescimento não está acontecendo nem o foco no
desenvolvimento do indivíduo, precisamos de uma visão e um plano para alcançá-la que
supere os obstáculos do ministério. 
Deus nos livre de na igreja local nós mesmos, com as nossas tradições e medos
estejamos sendo o principal obstáculo para que o crescimento da igreja venha vigoroso.
Permita Deus que a igreja possa ser igreja por causa do envolvimento e treinamento de
membros leigos. Abençoe Deus que sejamos igreja, por ser ali que eu descubro quem é
Deus, quem sou eu e como posso usar aquilo que sou para a exaltação de Deus. 
Deus nos guarde de nos acostumarmos com bonsais de tal maneira que nem
queiramos mais ver uma árvore grande e frondosa em toda sua pujança. O processo de
discipulado ordenado por Jesus, praticado e exemplificado em Seu ministério nos dá o
modelo como podemos deixar os bonsais e avançarmos para o crescimento e expansão
que o Seu coração deseja há muito.
A Realidade da Igreja Hoje
Num documento contundente apresentado em outubro de 2010, a liderança da
Igreja Adventista mundial reunida declarou:
“A taxa de crescimento da Igreja simplesmente não está acompanhando o crescimento da
população mundial. Uma avaliação honesta de nosso impacto evangelístico atual no mundo
leva à conclusão de que, a não ser que haja uma mudança dramática, não concluiremos a
comissão celestial nesta geração. A despeito de nossos melhores esforços, todos os nossos
planos, estratégias e recursos são incapazes de concluir a missão dada por Deus para Sua
glória na Terra.”8
Uma confissão honesta foi feita pelos líderes, que pela fragilidade humana nem
sempre o foco esteve concentrado nessa dimensão de crescimento espiritual e numérico
desejado por Deus. 
Como Alberto Timm explica, esses conceitos são “amplos, multifacetados e com
muitos desdobramentos.”9 Como apelo final o documento exalta 4 elementos:
1. Reavivamento
2. Reforma
3. Evangelismo
4. Discipulado
Abaixo daremos uma conceituação básica por parte da revelação, o que não exclui
estudo mais avançado:
Reavivamento:
“Arrependei-vos, arrependei-vos, era a mensagem proclamada por João Batista no deserto. A
mensagem de Cristo para o povo era: "Se vos não arrependerdes,todos de igual modo
perecereis." Lucas 13:5. E aos apóstolos foi ordenado pregar em toda parte que os homens
deveriam arrepender-se. O Senhor quer que Seus servos hoje em dia preguem a antiga
doutrina evangélica: tristeza pelo pecado, arrependimento e confissão. ... Deve-se trabalhar em
prol do pecador, perseverante, fervorosa e sabiamente, até que veja que é um transgressor da
lei de Deus, e manifeste arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.”
Manuscrito 111.
Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as
nossas necessidades. Importa haver diligente esforço para obter a bênção do Senhor, não
porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos carecidos de
preparo para recebê-la. Nosso Pai celeste está mais disposto a dar Seu Espírito Santo àqueles
que Lho peçam, do que pais terrenos o estão a dar boas dádivas a seus filhos. Cumpre-nos,
porém, mediante confissão, humilhação, arrependimento e fervorosa oração, cumprir as
condições estipuladas por Deus em Sua promessa para conceder-nos Sua bênção. Só podemos
esperar um reavivamento em resposta à oração. 1 ME, 121. 
Digo-vos que deve haver entre nós um reavivamento completo. Tem de haver um ministério
convertido. Precisa haver confissões, arrependimento e conversões. Muitos que estão pregando
a Palavra necessitam da graça transformadora de Cristo no coração. Não devem permitir que
coisa alguma os impeça de fazerem uma obra cabal e esmerada antes que seja para sempre
demasiado tarde. Carta 51, 1886. 
Satanás sabe disto, e antes que o alto clamor da terceira mensagem angélica seja ouvido, ele
suscitará um despertamento nessas corporações religiosas, a fim de que os que rejeitaram a
verdade pensem que Deus está com eles. PE, 261. 
Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal
avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O
inimigo das almas deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o tempo para tal movimento,
esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob
seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á
o que será considerado como grande interesse religioso. GC, 464-465.
Reforma:
Precisa haver um reavivamento e uma reforma, sob a ministração do Espírito Santo.
Reavivamento e reforma são duas coisas diversas. Reavivamento significa renovamento da vida
espiritual, um avivamento das faculdades da mente e do coração, uma ressurreição da morte
espiritual. Reforma significa uma reorganização, uma mudança nas ideias e teorias, hábitos e
práticas. A reforma não trará o bom fruto da justiça a menos que seja ligada com o
reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma devem efetuar a obra que lhes é designada,
e no realizá-la, precisam fundir-se. 1 ME, 128.
Agora e daqui por diante até ao fim do tempo, deve o povo de Deus ser mais fervoroso, mais
desperto, não confiando em sua própria sabedoria, mas na sabedoria de seu Líder. Devem pôr
de parte dias de jejum e oração. Pode não ser requerida a completa abstinência de alimento,
mas devem comer moderadamente, do alimento mais simples. CSRA, 188-189.
Acautelar-se Contra Questões Secundárias 
Deus não esqueceu o Seu povo, escolhendo um homem isolado aqui e outro ali, como os
únicos dignos de que lhes confie a verdade. Não dá a um homem luz contrária à estabelecida
fé do corpo de crentes. Em toda reforma, surgiram homens pretendendo isso. ... Ninguém
confie em si mesmo, como se Deus lhe houvesse conferido luz especial acima de seus irmãos.
2 TS, 103-104.
O Senhor pede o renovamento do positivo testemunho apresentado em anos passados. Ele
pede uma reforma da vida espiritual. As energias espirituais do Seu povo têm por muito tempo
estado entorpecidas, mas há de haver um ressurgimento da morte aparente. Pela oração e
confissão do pecado, precisamos preparar o caminho do Rei. 3 TS, 274-275.
14
O Sonho de Deus
Um reavivamento seguido de reforma tal que o poder da igreja primitiva seja
restabelecido, esse é o mais alto sonho de Deus para os cristãos em nosso tempo e para a
finalização da pregação do Evangelho Eterno em nossa geração.
Todavia isso apenas pode acontecer por meio do evangelismo e do discipulado. Por
quê? Pois no desenvolvimento espiritual de uma pessoa, há certo patamar que pode ser
alcançado com a prática de um cristianismo mais meditativo (assistir aos cultos, ler a
Bíblia e orar). Quando, no entanto, o crente quer ter uma experiência mais profunda com
Deus, ele precisa descobrir seu(s) dom(ns), se lançar no desconhecido, se dispor a servir
e correr os riscos de levar uma pessoa para Cristo pela senda do evangelismo e
discipulado. Ele precisa sair de sua área de conforto e partir para o desconhecido.
A área de conforto pertence a nós. Quando nos detemos ali, nós estamos no
controle. Ali nós mandamos e definimos o que, quando e como queremos a nossa vida.
Quando saímos da área de conforto e avançamos para a área do desconhecido, Ele passa
a ter o direito de mandar, definir o que, quando e como Ele quer que vivamos a ajamos.
Essa é a maneira mais efetiva de passarmos o controle e guia de nossa vida para as mãos
de Deus.
O crente entra na área do desconhecido quando ele sai para o campo missionário,
para qualquer uma das quatro dimensões da missão que o Espírito o chamar (cf. At. 1:8).
Pode ser chamado para:
 A dimensão Jerusalém – área perto de onde você vive; 
 A dimensão Judéia – sua região mais ampla; 
 A dimensão Samaria – o continente onde você vive;
 A dimensão Confins da Terra – campo missionário mundial. 
É quando nos dispomos a ampliar a experiência com Deus, servindo conforme o
nosso dom e o chamado que o Espírito nos fizer (cf. Is. 6:8) é que em oração e
fortalecimento na Palavra crescemos para patamares nunca sonhados pelo cristão passivo.
A promessa de Jesus começa a se realizar na vida do discípulo: “eu vim pra que tenham
vida e tenham vida em abundância!” (cf. Jo. 10:10).
E isso apenas pode acontecer se esse cristão que quer uma experiência mais
profunda for conduzido a ela por meio do discipulado. Ele precisa entender o chamado de
Deus, precisa treinamento prévio para o trabalho, precisa de estrutura espiritual para
enfrentar as lutas, oposições e sofrimentos ligados a uma vida mais eficaz para Deus. É
claro que ele pode aprender isso sozinho, mas o plano de Deus é que um cristão mais
experiente ensine, compartilhe, seja ponto de referência para os momentos difíceis.
Queremos deixar claro que não estamos propondo que a ação deve tomar o lugar
da meditação. Pelo contrário, sem o primeiro, o segundo não passa de ativismo vazio. 
Resultado que Deus quer nos dar:
Será que Deus quer nos dar os magros resultados espirituais e numérico que temos
conseguido com todo esforço humano e institucional? E quando falo isso, estou me
referindo à igreja aqui no Brasil onde temos experimentado crescimento significativo, não
às áreas estagnadas da igreja ao redor do mundo. Quando falo isso estou comparando
com o avanço exponencial que Deus planejou e espera de Sua igreja.
Creio honestamente que Deus quer dar para cada crente e em consequência para a
igreja as mais profundas experiências que nos encham do poder do Espírito. O que
poderia resultar dali? Qual seria o resultado se cada crente desse foco principal ao
relacionamento íntimo com Deus e colocasse a Deus em primeiro lugar em sua vida, como
diz o mandamento (cf. Ex. 20:3)? O que seria se cada crente vivesse no dia a dia a
coragem de negar-se a si mesmo, de tomar a Sua cruz e servir como e quando o Espírito
o guiasse a fazê-lo?
Que resultados surgiriam como dádiva de Deus? Uma explosão de poder espiritual
na igreja? Dobrar o número de discípulos a cada 3 anos? Será que estou falando de
utopia?Só porque não vimos isso acontecer recentemente? E se ousássemos crer? E se a
obra de Deus se tornasse de novo a prioridade principal da vida de cada membro – como
deveria ser entre os adventistas... E se experimentássemos andar pela fé e ousássemos
fazermos o que Jesus nos pediu? 
Apenas pelo fato de não termos visto este fenômeno recentemente, não quer dizer
que ele seja impossível de ocorrer. Basicamente depende apenas de nós, não é?
É difícil? OK. Vamos dar dois anos para que cada membro amadurecesse na fé e
ganhasse outra pessoa para Cristo, levando-a ao amadurecimento na fé. Ou mais, como
alguns querem 3,5 anos, o mesmo tempo que Jesus levou para recrutar, treinar e enviar
os Seus discípulos. Neste ritmo de 3,5 anos para cada discípulo fazer outro discípulo,
alcançaríamos a população mundial muito antes do que o calculado acima! Na verdade
estaríamos nos colocando a disposição do Espírito Santo para a Chuva Serôdia. piihj
O que estamos fazendo? Já estamos na 5ª ou 6ª geração de Adventistas e ainda
não fomos para o lar prometido... Será que a promessa e profecia de Jesus erraram
quando Ele disse: “E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em
testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”? Mt. 24:14. 
É claro que a volta de Jesus não depende exclusivamente de nós, senão a
eternidade nunca iniciaria... É um trabalho conjunto da humanidade com a divindade, são
esforços em que cada um faz a sua parte. Mas Deus também não fará sozinho. Ele decidiu
envolver o ser humano. Quando nos dispusermos a fazer tudo que está ao nosso alcance,
Deus fará tudo o que está fora de nosso alcance! 
É claro que Deus é soberano e Ele age onde e como quiser em Sua infinita
sabedoria. Podemos ver aqui e ali a Sua ação sem usar o ser humano, quando guia
indivíduos ou grupos inteiros para a salvação por Sua direta intervenção. Mas isto é
exceção! Deus escolheu nos envolver nesta obra, pois sabia como faria bem ao nosso
próprio crescimento como discípulos de Cristo, ajudar na salvação de outras pessoas.
Distraídos?
Por nossa vez, temos nos distraído com muitas coisas, algumas coisas muito santas
e outras até mundanas. O diabo tem feito o seu trabalho nos mantendo ocupados com
muita coisa, e com muita coisa boa. 
Onde está aquele foco que o povo de Deus deveria ter no tempo do fim, às portas
do início da eternidade? Onde está aquela visão clara do breve resgate do povo de Deus
das garras inimigas...?
As profecias bíblicas têm sido claras: o fim se aproxima (cf. Dn. 2, 7, 8 e 9; Ap. 2 e
3; Ap. 6 e 8:1; Ap. 12:12; Ap. 14:6-12; 22:20; etc.). Jesus vai voltar e nos levar para o lar
eterno com Ele, e isto ocorrerá muito em breve! 
Você ainda crê que uma igreja poderosa e servidora e a consequente breve volta de
Jesus é o maior desejo do coração de Deus? Você ainda crê que Jesus quer nos levar para
casa e terminar logo com este conflito? 
Se você crê nisto com todas as fibras de seu ser, isto traz implicações para a sua
vida! Implicações práticas que não podemos desconsiderar. 
No passado já tivemos que fazer mudanças drásticas em nossa vida de igreja,
mudanças estas que envolveram confrontos e lutas que se estendem até hoje.
16
Capítulo 3
Nossa Maior Necessidade:
Reavivamento e Reforma 
Em 1888 em Minneápolis estávamos precisando de uma reforma teológica na
igreja, para que o reavivamento e reforma na vida de cada crente pudesse ocorrer. A
nossa compreensão de Deus e a abordagem da pregação eram inadequados para os
elevados planos que Deus tinha para este movimento. Havia problemas e Deus não
abandonaria o movimento de Seu coração.10 Ele providenciou a compreensão necessária,
desatando assim as cadeias que naquele então nos seguravam em padrões de
crescimento muito aquém daquilo que Deus desejava. Veja os gráficos que mostram o
desatar dos nós em 1888.
Veja como a igreja reagiu em seu ânimo para multiplicar igrejas.
Ciente do pouco tempo que resta, não há dúvida que Deus precisava intervir ali
onde era necessário naquele momento da história do conflito entre o bem e o mal.
Será que há para o nosso tempo, algo que nos torne mais eficazes? Será que não
estamos precisando de uma nova intervenção de Deus na igreja como a de 1888? Ou será
que estamos fadados a ir diminuindo de relevância no mundo completamente
desajudados? Será que precisamos de outra reforma teológica?
Não creio que uma reforma teológica seria necessária e nem relevante neste
momento da história. Creio que nossa teologia está adequada e representa bem a verdade
presente, sendo, é claro, bem-vinda toda nova luz ou compreensão dela que ainda nos
falte. 
Ajustes de nossa compreensão teológica para o nosso tempo, como já o temos feito
regularmente através das publicações oficiais da igreja, trazem pequenos picos de ânimo
localizado, mas não uma reforma vasta e profunda que redunde em um crescimento
vigoroso. 
Sim precisamos ler e estudar o que já temos, pois ainda hoje o povo de Deus
perece por falta de conhecimento (cf. Os. 4:6). 
Mais do que em qualquer época precisamos de uma reforma missiológica!
Precisamos parar de negligenciar as verdades que já temos. Precisamos trabalhar melhor,
não necessariamente mais; trabalhar de maneira mais instruída, mais ousada e corajosa,
mais coordenada e menos negligente. 
Precisamos de iniciativas mais espontâneas, onde permitimos a direção do Espírito
Santo na vida de cada crente. Precisamos de mais espaço para que obreiros e membros
leigos possam usar a sua criatividade santificada. Precisamos valorizar as iniciativas onde
o Espírito as façam surgir. Precisamos sim recrutar e capacitar aqueles que se sentem
chamados pelo Espírito. 
O controle sobre cada iniciativa tem nos dado segurança e percepção daquilo que
está acontecendo em cada área da obra, mas tem matado iniciativas e a criatividade
espontânea do indivíduo.11
Temos uma profunda necessidade de liderança visionária que estabeleça visões
claras e saiba como liderar o povo para experiências de sucesso. Precisamos trabalhar
com liberdade mais ampla na utilização de métodos, conforme se mostram necessários em
cada situação específica. Precisamos trabalhar mais como igreja instruída e unida: leigos e
pastores. 
De nada adianta enfatizarmos mais a verdade, desenvolver sistemas que a
expressem em maiores minúcias, se não estivermos dispostos a viver e proclamar o que já
temos. Isto não é Adventista do Sétimo Dia (ASD)!
A igreja medieval se perdeu nos excessos da teologização. Estruturas teóricas
foram desenvolvidas como um fim em si mesmo. Estes excessos e ênfases
desmedidamente fora do foco da Grande Comissão levaram a desvios na conduta da
igreja, que absorta em debates teológicos na idade média, deixou de evangelizar os povos
que estavam prontos: o oriente médio, o norte da África e o restante do continente negro.
Ficaram ali onde já havia cristãos, preferiram o conforto do conhecido do que o desafio da
obediência.
Ao darem ênfase exagerada em uma área, negligenciaram a outra e deixaram um
vazio que foi preenchido com o islamismo... Para resolver as consequências da negligência
anterior, a igreja medieval decidiu atacar o islamismo com armas, causando feridas e valas
quase que intransponíveis até hoje.
Sempre que negligenciamos a clara ordem de Deus trazemos consequências que
ficam cada vez mais complexas de serem solucionadas.
Não estou aqui propondo o extremo contrário. Não estou propondo suprimir a
verdade para ressaltar a proclamação. Este erro nos levaria a sucatear nossa igreja e a
convidar toda espécie de desvio teológico e dissidências. 
Não há sabedoria em destruir uma coisa ao exaltar a outra, a não ser que seja
necessário como em 1888. A falta de conhecimento da obra libertadora mais ampla de
Jesus nos impedia a avançar naquele tempo. O legalismo nos amarrava e limitava a nossa
relevância no mundo e eficácia no trabalho de expandiro reino de Deus. Precisávamos de
uma guinada na compreensão e exercício de nossa identidade.
18
Hoje precisamos mais da verdade bíblica, sólida, e vigorosa do que em qualquer
tempo antes. Não podemos diluir, nem adocicar a mensagem que nos foi confiada, sob
pena de sermos encontrados infiéis diante de Deus. 
O legado que nos foi deixado, precisa ser conhecido e apresentado ao mundo. Não
precisamos da teologia da prosperidade, não precisamos de abordagens políticas, festivas,
mais fanáticas, mais emocionais ou mais humanistas. Precisamos da clara mensagem
bíblica, mensagem profética, mensagem salvífica de um Salvador que pagou o preço para
que estejamos livres e que vai em breve nos buscar. 
Creio, no entanto, que está na época de darmos a ênfase correta, de desafiarmos
aqueles que se chamam de adventistas para que assumam aquilo que é característico de
um adventista. 
Veja no quadro abaixo a proposta Adventista (ASD) equilibrada.
Adventista não é apenas aquele que tem a verdade, mas aquele que a proclama.
Concordar com a verdade ainda está longe de viver a verdade. Mero assentimento mental
à verdade está muito longe do ideal de Deus para o povo do tempo do fim. De qualquer
maneira “ter” a verdade é algo tão relativo...
Mesmo que alguém pudesse manter todos os elementos da verdade em sua mente,
ela ainda não seria verdade se não fosse vivida. Mas mesmo que a verdade fosse vivida,
ela ainda não seria verdade enquanto não fosse proclamada e encontrasse outros
corações. 
Figura 6
Exaltação do
conhecimento da
verdade em detrimento
de sua proclamação.
Não é adventismo por
mais verdade que seja o
conteúdo.
Figura 7
Exaltação da proclama-
ção em detrimento da
busca do conhecimento
da verdade. Não é
adventismo, pois
proclamar sem conheci-
mento não é a nossa
missão.
Figura 8
Equilíbrio sadio entre a
busca do conhecimento
da verdade e a sua
proclamação.
Este é o Adventismo
desejado por Deus no
tempo do fim. Para isto
fomos chamados.
As duas primeiras figuras acima mostram o potencial desequilíbrio entre “ter” a
verdade e proclamá-la e vice e versa. Neste momento que vivemos na história da igreja a
figura dois acima descreve melhor a realidade da igreja do que a primeira figura.12
A Mensagem
Adventista do Sétimo Dia é aquele, que como descrito em Apocalipse 14:6-12 tem o
Evangelho Eterno e o proclama em todos os detalhes e desafios que lhe são exigidos por
Deus neste texto. 
1. O Evangelho Eterno, precisa ser primeiro entendido em seus fundamentos para
depois sair e pregá-lo. Aqui dois extremos podem amarrar o discípulo de Cristo e torná-lo
impossibilitado para a pregação do evangelho. a) Há pessoas perfeccionistas que querem
primeiro estar completamente prontas e ter uma compreensão completa de todos os
detalhes da Bíblia, para apenas então iniciar a pregar. Há pessoas esperando a vida inteira
e não se acham preparadas. b) Pessoas que saem pregar o evangelho sem preparo
algum. São uma lástima as meias verdades e as inverdades que pregam servindo em
alguns casos de desvio para pessoas em busca sincera da verdade.
Há um processo de aprendizado insubstituível que ocorre com aquele que vai
ensinar o evangelho eterno para alguém. Ao ensinar o professor aprende. 
2. O Evangelho Eterno, em toda a sua extensão, proclamado com sensibilidade e ao
mesmo tempo vigor para as pessoas de nossa época de uma maneira que consigam
recebê-la: a) Um convite a adorar a Deus numa época bem específica em que Deus está
em pleno julgamento final e fazê-lo como é solicitado; b) Um aviso com duplo sentido:
não há mais confusão, a verdade desmascarou e destronou a confusão – não precisamos
mais necessariamente estar confusos pois há verdade abundante para todos e
subentendido está que não devemos mais estar em confusão, devemos aproveitar a
oportunidade criada por Deus. c) Uma advertência contundente complementando a
segunda mensagem que descreve todas as conseqüências para aqueles que não o
quiserem. 
Nós Adventistas não somos especiais por que somos mais salvos, por que somos
melhores que os outros cristãos, somos sim especiais, por que fomos chamados para
pregar uma mensagem especial, num tempo especial. Não é de qualquer maneira que
levaremos a mensagem de Deus para este tempo. 
Palavras transportam ideias e como as falamos, impressões. Palavras positivas,
afirmativas, motivadoras e restauradoras, faladas carregadas com o amor que vem de
Deus, são as que o povo quer e necessita. 
Como Paulo disse: “A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em
palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que
a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” 1 Co 2:4-5
Com este pensamento não deve surgir a idéia predominante de hoje, que devemos
dar uma diluição aguada da mensagem bíblica. Não! Não! E não! A mensagem não deve
ser diluída, nem adoçada, nem resumida. Pelo contrário, neste tempo do fim a mensagem
precisa ser vigorosa, clara, persuasiva, envolvente e precisamos dar a mensagem
completa. 
Uma boa parte das pessoas vai rápido para o “OU”. Há uma tendência no mundo
cristão de pregar OU com vigor OU com amor. OU se deixa clara a mensagem OU se
utiliza a sensibilidade para com as percepções espirituais de outros. 
Precisamos entrar na era do “E”. Pregar com vigor E intensidade E amor E
sensibilidade E sabedoria E restaurando E libertando E com emoção E com razão...
Precisamos pregar lei E graça, regra sobre regra E amor, doutrina E Jesus, prática de vida
cristã E profecia
Esta era do “E” exige mais preparo da mensagem bem como percepção e empatia
para com aquele que receberá a mensagem, sem jamais esquecer a profunda ligação que
o discípulo precisa ter com o Mestre e Deus da mensagem.
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A atitude E requer um cristianismo mais vigoroso, um comprometimento maior com
a Palavra e uma experiência mais viva com Deus. O discípulo precisa descobrir como Deus
quer usar a sua vida única de maneira única. 
Nesta maneira de ser discípulo, o estudo para fortalecimento da vida espiritual é
imprescindível, mas não apenas este estudo, mas também de como apresentar a
mensagem. 
Resumindo esta parte, nós apenas vamos dar aquilo que temos. Se nosso coração
está sintonizado em primeiro lugar com Deus e com o seu amor e em segundo com os
seres humanos que receberão a mensagem, a maneira de apresentar o mesmo conteúdo
será adaptada à necessidade e realidade dos ouvintes.
Para proclamarmos esta mensagem especial, temos que nos soltar das amarras de
uma institucionalização excessiva e restaurar a responsabilidade de cada discípulo.
Precisamos voltar para um cristianismo típico de um movimento leigo... Precisamos de um
exército de discípulos de Jesus, fazendo o que Jesus fazia: mais discípulos.
A Ordem de Jesus
Este assunto só pode ser tratado de maneira adequada se ancorada na
compreensão de Deus. Não temos outra fonte melhor de revelação confiável do que a
Bíblia. Construiremos o prédio de nossas idéias sobre o alicerce seguro desta revelação
sobre natural.
Um trabalho detalhado no embasamento bíblico foi feito por Rafael Luiz Monteiro
em 2004.13 Usaremos basicamente as compreensões ali trabalhadas. Aqui analisaremos
apenas a enunciação da grande comissão como apresentada em Mateus 28:18-20,
pensamentos estes imprescindíveis para a compreensão do raciocínio aqui desenvolvido.
A ordem de nosso Senhor Jesus é contundente: “indo, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
observar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (cf. Mt. 28:18-20). 
O verbo traduzido por ‘ide’ em nossas versões em português, no original grego é
poreutentes e ele está no particípio, aoristo, passivo depoente, nominativo.14 
É a mesma forma que estão os verbos ‘batizando’ e ‘ensinando’. O único verboque
está no imperativo, aoristo, ativo é ‘fazei discípulos’ – mateteusate.15 Em outras palavras a
única ordem do mandado evangélico de Jesus é “fazei discípulos.”
Na verdade todos os verbos desta ordem nas versões da Bíblia em português
deveriam estar no gerúndio a não ser o “fazei discípulos.” No original grego, apenas um
verbo está no imperativo. Uma tradução mais acurada do texto seria: “indo, ensinando,
batizando, fazei discípulos!”
A idéia aqui é ao ir ensinando, batizando, indo pela vida com as pessoas, o cristão é
chamado a fazer outros discípulos. Há uma ordem: um cristão discípulo de Jesus deve
fazer outro discípulo para Jesus. Não há verdadeiro discípulo em pleno conhecimento da
verdade que não faça outro discípulo, pois caso assim fosse, não seria obediente à última.
Aqueles que estão mais avançados no conhecimento do Senhor devem ajudar
aqueles que estão mais novos na fé a encontrarem plena realização, sentido de vida em
Jesus Cristo e gosto pelo serviço a Deus e ao próximo. Não há obra que seja mais
importante do que esta para a igreja. Nada que a igreja faça deve perder de vista o foco
de fazer discípulos. 
Jesus não tinha Plano “B”
Como Jesus poderia impactar o mundo em tão pouco tempo? Como poderia
implantar este crescimento exponencial? Ele escolheu uma maneira e colocou todos os
seus esforços nesta uma maneira que deveria levar à expansão exponencial de seu reino
aqui na terra: Ele escolheu discípulos. Doze improváveis homens o acompanharam
durante três anos e meio, sendo educados, inspirados e treinados pelo Mestre dos
mestres. Que risco Ele correu! E se este bando de incultos homens, infantes na fé não
tivessem feito o trabalho? O plano de salvação estaria fadado a ser esquecido depois da
Cruz...
Por que Jesus não investiu em outros métodos paralelos por segurança? Por que
Ele não tinha plano “A” e plano “B”? Por que se arriscou desta maneira? 
Na verdade não havia plano “B”. O único plano de multiplicação Jesus deixou bem
claro: “indo, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho,
e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho
mandado...” (cf. Mt. 28:18-20). Os discípulos não deveriam se dispersar em muitos outros
métodos e abordagens de expansão do Reino, mas deveriam se concentrar naquilo que o
Mestre escolheu como sendo o melhor e único plano, primeiro em Jerusalém, depois na
Judéia, na Samaria e até os confins da terra.
Na verdade o discipulado não é um método apenas, é o fim de todos os métodos, é
a ordem última de Jesus, é o objetivo que todos os métodos e atividades que fazemos
dentro e fora da igreja deveriam alcançar. 
Cristianismo sem discipulado:
Em algum momento da história o cristianismo se despediu do discipulado, dado
como mandamento por Jesus. Em poucas oportunidades ao longo da história um ou outro
movimento no cristianismo, se reconectou com o desejo do Mestre e é impressionante:
cada vez que algum movimento cristão se dedicou a fazer discípulos, sendo assim
obediente ao mandado do Mestre, o Reino de Deus foi expandido de maneira vigorosa. Ao
contrário quando estas iniciativas iam sendo institucionalizadas, elas iam perdendo seu
vigor novamente, pois iam caindo de volta no trilho medieval. 
Um exemplo típico foi o movimento metodista. Ele começou como uma tentativa de
reavivar a religião na Igreja da Inglaterra. Os jovens John e Charles Wesley se
organizavam em grupos na universidade de Oxford no século XVIII. Os grupos eram
pequenos o suficiente para que o processo de discipulado ocorresse, e ali oravam,
estudavam a Bíblia e tinham que prestar contas de seu desenvolvimento espiritual. Cada
discípulo era convidado, naquela época, como era costume, quase que compelido a
encontrar-se consigo mesmo e com o Mestre. A vida de cada integrante ia se tornando
mais eficaz no cumprimento do propósito de Deus. Como resultado final destas
descobertas e da experiência de uma vida abundante (cf. Jo. 10:10) o serviço e a
multiplicação era quase inevitável.
Pouco a pouco ao ir enfrentando a oposição, ao lutar para não se perder aquilo que
se havia conquistado, estes grupos iam se institucionalizando. Neste processo de proteger
aquilo que foi tão importante enquanto espontâneo e genuíno, os valores iniciais foram
sendo perdidos. Os aspectos de genuinidade e autenticidade sofreram erosão e o processo
todo foi sendo engessado em um formato que apenas aqueles que já participam
concordavam em aceitar. Na tentativa de proteger e controlar, para não ser
descaracterizado pela espontaneidade e iniciativa de cada grupo, o processo de
discipulado dos Wesleys foi igualmente descaracterizado pela institucionalização. Igrejas
22
foram sendo formadas e o processo de discipulado tão desejado por Deus e ordenado por
Jesus, caiu no mesmo formato romano.
O processo de discipulado que em um momento estava aberto para receber
aqueles que buscavam a Deus e fazia todo esforço para ser relevante para o
desenvolvimento destes sedentos, torna-se, num próximo momento um “comum acordo”
entre aqueles que mantêm o processo, e o processo se torna apenas relevante para
aqueles que já o receberam em outra época.
Na tentativa de atingir o máximo de pessoas com o processo, agora já em fase de
institucionalização, aquilo que era interativo e espontâneo, procura se organizar para tingir
muitas pessoas em salas grandes, em ambientes formais, com preleções para
aglomerações enormes. O foco do processo em calendários e programas toma conta e de
novo um movimento cai no trilho do sistema eclesiástico medieval.
Hoje, ao lado da Abadia de Westminster existe a Methodist Hall, que é tão ineficaz
para fazer o processo de crescimento espiritual na vida do individuo como o era a igreja
mãe.
Como pudemos como cristianismo em algum momento conceber a idéia de uma
religião sem discipulado? Como pudemos deixar isto acontecer? Como não prestamos
atenção quando milímetro a milímetro fomos sendo atraídos de volta para um sistema que
não funciona e nem agrada a Deus? Como pudemos nos afastar da clara ordem de Jesus?
Como pudemos instituir uma religião que adora e serve a Deus de uma maneira que não
inclui a Sua clara ordem: “fazei discípulos!” Como conseguimos escolher ser fiéis a uma
parte da revelação enquanto deixamos a ordem de Jesus desvanecer aos poucos? Como
permitimos institucionalizar o cristianismo em tal grau que não seja mais relevante nem
para a sociedade e nem para o indivíduo? 
Formatos de adoração, métodos de trabalho diversos e iniciativas de serviço a Deus
e ao próximo que não cumprem a ordem dada pelo Mestre não podem agradar o Seu
coração. Religião ritualista, amante da tradição, que explora a superstição, religião que
ressalta o uso de Deus e de Suas bênçãos como fim em si mesmas, que enfatiza os típicos
medos humanos levando as pessoas a uma dependência mórbida da igreja, é sempre
religião pagã. Religião que não consegue fazer a leitura da época em que está e não
elabora o evangelho para ser relevante para as pessoas desta época, se torna religião
irrelevante. 
O afastamento da prática do discipulado que o cristianismo sofreu em massa iniciou
com Constantino, imperador romano. Ele tirou o cristianismo do esconderijo e da
ilegalidade para fazer dele a religião oficial do império Romano. Construiu templos
frondosos, investiu os pastores de poder e riqueza, garantiu-lhes destaque social e
influência secular. Comprou o direito de, como imperador, elaborar uma religião que tinha
a sua cara. Entre as diversas barbáries sincretistas instituídas por Constantino, uma delas
foi organizar o cristianismo num formato pagão. Culto, organização, sacerdócio, estrutura
doutrinária, finanças, direito religioso, tudo recebeu um toque do império romano pagão.
Os séculos se passaram eaqueles elementos pagãos incorporados ao cristianismo
foram confirmados e desenvolvidos teologicamente por meio da igreja medieval. Por amor
ao poder e dinheiro a igreja tornou-se um império muito menos comprometido com os
ensinamentos e jeito de ser bíblicos do que com a manutenção de uma máquina de poder
secular. Tudo o que fazia e ensinava, a maneira como se estruturava tinha como objetivo
principal fortalecer e desenvolver este poderio secular. O aplauso dos poderes seculares
existentes corrompeu a igreja, tirou-a do foco de se submeter ao poder divino e
transformou-a no principal poder de então. A organização se tornou um fim em si mesmo
e desviou-se de atender ao mandado de Jesus. Poder e domínio tornaram se o intuito
primordial enquanto o amor e o serviço foram destronados.
Durante um longo período da idade das trevas, o processo libertador “conhecereis a
verdade e a verdade vos libertará!” foi interrompido (cf. Jo. 8:32). Este processo que atrai
as pessoas a Deus por meio da revelação que Ele mesmo faz de Si, tornando o discípulo
cada vez mais semelhante ao seu Mestre, foi substituído pelo ensino de superstições, que
ao contrário de produzirem libertação, geravam dependência mórbida do sistema igreja.
Até hoje há revolta nos países europeus pelos excessos cometidos naquele então,
revolta essa que foi chamada de pós-cristianismo.16 Até hoje, cada pessoa que clama falar
de Deus, tem que se desculpar pelos excessos que a igreja cometeu em nome de Deus.
Explicar que Deus e o próprio cristianismo não é aquilo que os homens fizeram dele é a
tarefa mais difícil do evangelista naquela área. 
Movimentos de reforma e de protesto motivados pelos excessos praticados pela
igreja surgiram com heroísmo e bravura na idade média. Alguns dos líderes destes
movimentos foram mortos e outros perseguidos, alguns por assuntos fundamentais como,
por exemplo, Martinho Lutero com a justificação pela fé e o princípio “sola scriptura”
outros por assuntos mais periféricos. Todos eles tinham uma obra a fazer que na verdade
nenhum deles conseguiu levar a cabo completamente: precisavam romper dramática e
completamente com o modelo de ser igreja da idade média – uma igreja sem discipulado.
Tentativas e experiências foram feitas para formar uma igreja mais eficaz para a expansão
do reino de Deus, mas nunca o discipulado como Jesus ordenou tornou-se o “modus
vivendi” da igreja como um todo.
O melhor que uma ou outra igreja conseguiu foi romper com itens teológico-
doutrinários. Algumas igrejas romperam mais, pois queriam se distanciar dos abusos e
distorções da idade média, outras romperam menos com os ensinos da igreja romana. 
O protestantismo se concentrou basicamente no debate teológico e na ruptura com
as propostas teológicas sincréticas do romanismo. Neste ponto a igreja adventista foi a
que mais se distanciou da estrutura de ensinos romana. Neste ponto é a igreja que mais
representa, até hoje, a proposta inicial do protestantismo.
A maioria das igrejas protestantes, hoje chamadas de evangélicas, no entanto, não
conseguiu romper com o modelo medieval de fato, nem na teologia mista de cristianismo
e paganismo, nem na prática diária da igreja local. Em maior ou menor grau, todas igrejas
estruturaram as suas atividades e formato de culto como a igreja pré protestante. 
As igrejas não conseguiram se organizar, na prática, de tal maneira que ao longo
do tempo, mantivessem as características de um movimento leigo que tem o foco no
desenvolvimento do crente até “a medida da estatura de Cristo” (cf. Ef. 4:10-16). Parece
que o “protesto” contra a estrutura medieval nunca se ergueu a tal ponto de as igrejas
voltarem às raízes daquilo que Cristo ordenou: “fazei discípulos!” 
Algumas igrejas conseguiram em seus inícios estabelecer um modelo muito mais
próximo daquilo que Jesus exigiu. Mas ao crescer em número de adeptos, ao se
internacionalizar, sempre se uniam à igreja aqueles que queriam a familiaridade de um
modelo de igreja já conhecido, mais próximo daquilo que estavam acostumados e caía-se
de volta no trilho e estilo medieval.
Estes movimentos expressaram preocupação e cuidado para que os ensinos bíblicos
não fossem contaminados, mas nunca expressaram preocupação com o formato de
funcionamento de uma igreja. Uma fresta foi deixada aberta, e aquilo que mais se queria
evitar mais acabou entrando sorrateiramente – a ineficácia e irrelevância da igreja local de
se conectar com a sociedade ao seu redor e ser relevante na proclamação do evangelho,
em seu tempo e espaço.
24
Em suma, não há contradição maior do que cristianismo sem discipulado. Seria a
mesma coisa que dizer “cair para cima” ou que a “água não é molhada”. Estamos no
momento, no último momento da história deste mundo e nos é oferecida a última
oportunidade para fazermos a diferença neste mundo. Jesus está esperando para poder
voltar e o mundo precisa ouvir a verdade, verdade para o nosso tempo, verdade
proclamada com vigor, genuinidade e espontaneidade. Para que isto ocorra, precisamos
de discípulos, não membros de igreja... Discípulos treinados, comprometidos em fazer
outros discípulos para o Mestre Jesus! 
A Obediência ao mandado de Jesus e o consequente comprometimento leigo com o
mesmo mandado trará para a igreja a saúde espiritual de cada indivíduo, a saúde
espiritual coletiva, bem como o crescimento numérico tão longamente esperado.
Discipulado
O que então é discipulado? É simplesmente o processo em que um cristão mais
maduro e comprometido toma uma pessoa em alguma fase de seu desenvolvimento
espiritual e a conduz para a próxima. Por exemplo, um cristão experiente acompanha uma
pessoa que não conhece Jesus e a conduz através das primeiras descobertas de Deus,
pelo lançamento do fundamento de sua fé, pelo batismo, pelos primeiros exageros e
decepções que experimenta, até ajudá-la a descobrir seus dons e como utilizá-los num
ministério de serviço para o avanço e a expansão do reino de Deus. 
Isto não acontece quando a igreja cultiva a mentalidade de membro. O
desenvolvimento do membro não acontece, e o foco vai se tornando o bem estar do
membro ao invés do avançamento do Reino de Deus. 
Veja algumas diferenças entre um membro de igreja e um discípulo de Cristo:
Membro Discípulo
Espera pães e peixes Vai pescar
Sua luta: crescer Sua luta: reproduzir
Espera acontecer Faz acontecer
Espera ser servido Ousa servir
Gosta de afago pastoral Gosta de treinamento pastoral
Entrega parte de seus rendimentos Entrega a vida e o que Deus pedir
Quer se sentir bem Quer fazer outros sentirem o poder
Tende a cair na rotina Vive uma vida de aventura espiritual
Espera que lhe dêem uma tarefa Busca tarefas e faz acontecer
Murmura e reclama Obedece, se necessário se sacrifica
Versículo preferido: Mt. 11:28 Versículo preferido: Mt. 11:29
É condicionado pelas circunstâncias É condicionado pela própria decisão
Reclama que ninguém o visita Se dispõe a visitar os que precisam
Está disposto a somar Está disposto a multiplicar
Visão: Os membros do século 21 
estão transtornados pelo mundo
Visão: Os discípulos do século 21 
transtornarão o mundo
É forte como soldado na trincheira É forte como soldado invasor
Cuida das estacas de sua tenda Amplia a área de sua tenda
Estabelece hábitos Rompe moldes
Sonha e exige uma igreja ideal Faz o seu melhor pela igreja real
Meta: ganhar o Céu Meta: ganhar outros para o Céu
Quando maduro, se torna discípulo Quando maduro, vive seu ministério
Assiste à pregação do Evangelho Prega e faz discípulos para Jesus
Gosta de campanhas Vive em campanhas
Espera um reavivamento É parte do reavivamento
Espera que a vida o trate bem Está preparado para a cruz
Palavra preferida: "Tomara!" Expressão preferida: "Eis-me aqui!"
É valioso É indispensável
Discipulado não é uma ação espasmódica de um momento ou período reduzido,
não é algo que se possa fazer sem envolvimento completo da vida, e não

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