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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Rafaella de Almeida Sousa Avaliação de um Almanaque sobre Educação Sexual Dirigido aos Responsáveis, Professores e Estudantes do Ensino Básico. Programa de Pós-Graduação Educação nas Profissões da Saúde Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP SOROCABA - SP 2023 1 Rafaella de Almeida Sousa Avaliação de um Almanaque sobre Educação Sexual Dirigido aos Responsáveis, Professores e Estudantes do Ensino Básico. Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo como exigência para obtenção do título de Mestre Profissional em Educação nas Profissões da Saúde. Orientador Prof. Dr. Fernando Antônio de Almeida e coorientadora Profa. Dra. Maria Valéria Pavan SOROCABA-SP 2023 2 Ficha Catalográfica 3 Banca Examinadora _______________________________ Profa. Dra. Rosiane Mattar _______________________________ Profa. Dra. Suzana Guimarães Moraes _______________________________ Prof. Dr. Fernando Antonio de Almeida 4 AGRADECIMENTOS São muitas as pessoas que sou grata, mas primeiramente sou grata a Deus por tudo. Quero agradecer à minha família que me deu forças, suporte e me incentivaram a iniciar e concluir o mestrado, como meu pai Eurides, minha mãe Rosa Maria, meu companheiro Davi e minha filha Isis, que nasceu no meio do mestrado. Sou grata ao meu orientador Prof. Fernando Antonio de Almeida, muito querido, aceitando me orientar, me ajudando nos desafios com muita dedicação, competência e profissionalismo, fundamental para a construção desse trabalho. Grata também à minha coorientadora Profa. Maria Valéria Pavan que graças ao seu maravilhoso projeto inicial, pude ter a grande oportunidade de participar realizando minha contribuição com a continuação desse projeto. Meus agradecimentos aos estudantes de medicina que fizeram parte do projeto realizando um excelente trabalho de produção do almanaque Educação Sexual e me permitiram avaliá-lo. Nominalmente: Luiza Hercowitz Tagnin, Luiza Lista Bertonha, Rebeca da Silva Souza, Helena Baldini Niero, Clarissa Garcia Custódio, Felipe Leonardo. Meu agradecimento à Heloísa Helena Armênio, secretária do Programa de Pós-Graduação Educação nas Profissões da Saúde, pela atenção e paciência, para que meu trabalho tivesse êxito. A todos os professores que ministraram aula no mestrado e que puderam, de alguma forma, contribuir para minha formação profissional. Aos meus colegas da turma do segundo semestre de 2021, que de alguma forma fizeram parte da minha história de vida. À Escola Estadual, à diretora, à coordenadora, professores e funcionários que nos acolheram com tanto carinho e respeito e de todas as formas possibilitaram a realização do projeto de pesquisa na escola. Aos pais e professores que participaram da pesquisa, sem eles não haveria resultados. E a todos que não mencionei, mas de alguma forma fizeram parte da construção desse projeto, meu Muito Obrigada! 5 RESUMO Sousa, Rafaella de Almeida. Avaliação de um Almanaque sobre Educação Sexual Dirigido aos Responsáveis, Professores e Estudantes do Ensino Básico. Desde 2016 há um projeto de extensão da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (FCMS da PUC-SP), do qual participam estudantes de medicina em contato direto com alunos do ensino fundamental e médio de algumas escolas públicas de Sorocaba. Os principais objetivos do projeto de extensão são promover a educação sexual, prevenir a gravidez e prevenir as infecções sexualmente transmissíveis na adolescência. O projeto é realizado por meio de rodas de conversas, teatralização, atividades interativas e dinâmicas com os adolescentes, incluindo a apresentação de peças anatômicas da pelve masculina e feminina. Entre as ações educativas, os estudantes de medicina desenvolveram durante a pandemia de COVID-19, em 2020, uma cartilha que pode ser utilizada pelos estudantes do ensino básico e, em particular, pelos seus pais, no sentido de facilitar a comunicação entre eles no processo de promover a educação sexual. O Objetivo central do presente estudo foi conhecer a opinião dos professores e dos pais ou responsáveis pelos estudantes do ensino básico de uma escola pública sobre a cartilha de educação sexual dirigida às crianças, adolescentes, pais e professores e colher suas impressões e sugestões sobre a publicação, de forma a aperfeiçoá-la e adequá-la às necessidades da comunidade. Métodos: foi oferecida a cartilha de 18 páginas, em linguagem simples, que contém atividades recreativas educacionais, desenhos explicativos e interativos, história em quadrinhos, caça-palavras e informações técnicas. Os participantes foram estimulados a expressar suas impressões por meio de um questionário semiestruturado e aberto, emitindo suas opiniões gerais sobre a cartilha, sobre os termos utilizados, as figuras e os exemplos, se estavam adequados e fáceis de entender. Opinaram também sobre a idade mais adequada para apresentá-la aos estudantes, se consideram que a cartilha pode ajudar a aproximar os pais e os filhos na tarefa da educação sexual e se têm sugestões para melhorar o instrumento. Resultados: participaram da pesquisa 12 professores (10 mulheres e 2 homens) e 20 pais ou responsáveis (14 mães, 4 pais e 2 familiares responsáveis). A cartilha foi aprovada por todos os professores participantes, que fizeram comentários quanto à sua adequação e utilização e foi aprovada por 90% dos pais ou responsáveis, que fizeram comentários pertinentes e sugestões para a utilização e consideram (90%) que a cartilha é um instrumento útil para aproximar pais e filhos na tarefa da educação sexual. Conclusões: com pequenas adequações a cartilha pode ser utilizada na forma impressa ou virtual como estratégia educacional para professores e como instrumento facilitador para aproximar e auxiliar os pais na tarefa de educação sexual dos filhos. Palavras-chave: educação em saúde, educação sexual, adolescência, gravidez na adolescência, infecções sexualmente transmissíveis, abuso sexual na infância, ensino fundamental e médio. 6 ABSTRACT Sousa, Rafaella de Almeida. Evaluation of a Booklet on Sex Education Directed to Elementary and High-School Parents, Teachers, and Students. Since 2016, there has been an extension project by the Faculty of Medical and Health Sciences of the Pontifical Catholic University of São Paulo (FCMS da PUC- SP), in which medical students participate in direct contact with elementary and high school students from some public schools, from Sorocaba. The main objectives of the extension project are to promote sex education, prevent pregnancy and prevent sexually transmitted infections in adolescence. The project is carried out through conversation circles, dramatization, interactive and dynamic activities with adolescents, including the presentation of anatomical pieces of the male and female pelvis. Among the educational actions, medical students developed during the COVID-19 pandemic, in 2020, a booklet that can be used by elementary or high- school students and, in particular, by their parents, to facilitate communication between them in the process of promoting sex education. The main objective of the present study was to identify the opinion of teachers and parents or guardians of elementary school students in a public school about the sexual education booklet, and to collect their impressions and suggestions about the publication, in order to improve it and adapt it to the needs of the community. Methods: a simple language18-page booklet was offered to participants. It contains educational recreational activities, explanatory and interactive drawings, comics, word searches puzzles and technical information. Participants were encouraged to express their impressions through a semi-structured and open questionnaire, giving their general opinions about the booklet, about the terms used, the figures and examples, if they were adequate and easy to understand. They also gave their opinion on the most appropriate age to present it to students, if they consider that the booklet can help bring parents and children closer together in the task of sex education and if they have suggestions for improving the instrument. Results: 12 teachers (10 women and 2 men) and 20 parents or guardians (14 mothers, 4 fathers and 2 guardians) participated in the survey. The booklet was approved by all participating teachers, who commented on its suitability and use, and was approved by 90% of parents or guardians, who made relevant comments and suggestions for use. Parents or guardians considered (90%) that the booklet is a useful tool to bring parents and children closer together in the task of sex education. Conclusions: with minor adaptations, the booklet can be used in printed or virtual form as an educational strategy for teachers and as a facilitating instrument to approach and assist parents in the task of sex education for their children. Keywords: health education, sex education, adolescence, pregnancy in adolescence, sexual transmitted infections, sexual child abuse, primary and secondary education. 7 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida BNCC Base Nacional Comum Curricular CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior FCMS Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica MEC Ministério da Educação OMS Organização Mundial da Saúde PAISM Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais PeNSE Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar PIPEXT Plano de Incentivo a Projetos de Extensão PROEX Programa de Excelência Acadêmica PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido UEPG Universidade Estadual de Ponta Grossa UFSCar Universidade Federal de São Carlos UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 11 1.1. A Educação sexual emancipatória e a responsabilidade do Estado .... 11 1.2. Projeto de Extensão - Desenvolvimento de material educativo e realização de atividades sobre Educação Sexual em escolas públicas ..... 14 2. OBJETIVOS .......................................................................................... 17 2.1. Objetivo geral ........................................................................................17 2.2. Objetivos específicos ............................................................................17 3. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................18 4. RESULTADOS ........................................................................................20 4.1 Caracterização da escola onde foi realizada a avaliação ........................20 4.2 Caracterização dos participantes da pesquisa .......................................20 4.3 Avaliação da Cartilha ..............................................................................22 5. DISCUSSÃO ............................................................................................32 6. CONCLUSÕES ........................................................................................37 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................38 8. APÊNDICES ............................................................................................42 9. ANEXOS ..................................................................................................50 9 APRESENTAÇÃO PESSOAL Inicialmente irei me apresentar para que possam conhecer um pouco da minha história, formação e trajetória acadêmica. Desde pequena quis ser bióloga. Para ser mais exata, desde a quarta série que me lembre, época em que gravei um vídeo dizendo que queria ser paleontóloga. Mudei a área dentro da biologia e, na faculdade, me identifiquei com a área de microbiologia, em especial na área da saúde. Assim me graduei em Ciências Biológicas (Licenciatura) na UFSCar- Sorocaba, em seguida fiz uma especialização em “Produção e Uso de Tecnologias para Educação”, pois, reforçada pelas mudanças e a evolução das tecnologias aceleradas pandemia de COVID-19, achei importante estudar e estar apta nessa área de educação e tecnologia. Dando continuidade à minha formação acadêmica, estou fazendo esse mestrado profissional em Educação nas Profissões da Saúde (PUC-SP) e, ao mesmo tempo, uma especialização em Microbiologia, para que eu possa continuar meu desenvolvimento pessoal e profissional, tornando-me uma professora qualificada. Quando comecei o mestrado a ideia era trabalhar as duas áreas em conjunto e, preferencialmente, com alunos do ensino médio, em um tema que tenho interesse, a virologia. Mas no mestrado surgiu a oportunidade de trabalhar em um projeto da minha coorientadora Profa. Maria Valéria Pavan sobre educação sexual nas escolas. A proposta da Profa. Valéria chamou minha atenção e me interessou. À convite da Profa. Valéria, participei de algumas atividades com os estudantes de medicina que atuam na Escola Estadual Doutor Arthur Cyrillo Freire, vizinha à Unidade de Saúde Cerrado, em Sorocaba-SP, o que aumentou meu entusiasmo com o tema. Tenho muito prazer em participar do projeto que será explicado no decorrer do texto. Em meio ao mestrado e a especialização fiquei grávida, o que dificultou sobremaneira meu trabalho e desempenho pessoal, mas fui recompensada com a presença da Isis, que veio complementar minha vida com a maternidade. Como sou de Tatuí-SP, a aproximadamente 60 Km de Sorocaba, enfrentei as viagens a Sorocaba nos dias em que precisava estar presencialmente nas atividades do mestrado, inclusive na pesquisa de campo. Por conta da gravidez as viagens 10 começaram a ficar mais difíceis e, ainda pior, quando a pequena Isis nasceu. Isso nos obrigou a redimensionar o projeto, pois a ideia inicial era executá-lo em mais de uma escola. Entretanto, essas mudanças não trouxeram prejuízo e houve um retorno significativo que será mostrado a seguir. 11 1. INTRODUÇÃO A adolescência, período que se estende entre os 12 e 19 anos de idade, em que se encontra 14% da população brasileira, é marcada por grandes transformações físicas, hormonais e psicológicas, cercada por dúvidas e descobertas e inundada por conflitos internos, familiares e sociais. É, também, um período de reconhecimento da sexualidade e das mudanças que a adolescência projeta no seu corpo, deixando a infância para trás.1 A organização individual, que se seguirá aos rompimentos e construções proporcionadas por esse turbilhão de experiências chamada adolescência, dependerá de uma série de fatores protetores, como a família, os amigos, a escola e tudo que envolve o seu entorno.2 Para que meninas e meninos não tenham que enfrentar essa experiência desafiadora sozinhos, ou apenas na companhia de amigos da mesma idade, que também estão se descobrindo, é importante que os núcleos protetores e os próprios adolescentes estejam orientados e fortalecidos sobre as etapas a serem vencidas.3 Além de todas as mudanças próprias da idade, crianças e adolescentessofrem também com a violência a que são submetidas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de violência sexual (no mundo) pode variar de 9 a 20% contra as meninas e 3% a 8% contra os meninos menores de 18 anos.4 Embora o Brasil tenha avançado nos indicadores de saúde e bem-estar, entre os adolescentes ainda há muito o que se fazer, principalmente em relação aos riscos de mortalidade, violência doméstica e exclusão escolar.1 Com isso, sem uma orientação familiar e de outros núcleos formadores, como a escola, tornam-se mais vulneráveis e suscetíveis aos riscos a que estão submetidos. 1.1. A Educação sexual emancipatória e a responsabilidade do Estado A segunda metade do século XX foi marcada por mudanças nos conceitos relativos à educação e saúde, com novos rumos para a educação emancipatória e a valorização da promoção da saúde. Assim, como a repressão à manifestação 12 da sexualidade sempre esteve mais relacionada ao comportamento das mulheres, o reconhecimento da sexualidade como parte do desenvolvimento humano também está associado ao reconhecimento dos direitos das pessoas, mas, principalmente o direito das mulheres manifestarem e vivenciarem a sexualidade. No Brasil, em consonância com os movimentos internacionais, os movimentos pela liberdade sexual também estiveram associados à saída da mulher para o mercado de trabalho, ao desenvolvimento dos métodos contraceptivos e ao advento da AIDS. O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), criado em 1983, foi um marco das conquistas dos movimentos sociais femininos e dos movimentos sanitaristas, a partir do qual a saúde da mulher avançou para além da capacidade reprodutiva.5 Em 1996, seguindo as orientações e programas internacionais, o Brasil reconheceu a sexualidade como parte constituinte do indivíduo e a educação sexual como conhecimento a ser desenvolvido sob a responsabilidade do Estado. Para isso, incluiu, através das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, os conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de violência contra a criança e ao adolescente como temas transversais nos currículos escolares.6 Em 1998, o Ministério da Educação (MEC) atualizou os Parâmetros Curriculares Nacionais e nessa diretriz, a educação sexual (antes denominada Orientação Sexual), foi inserida como um tema transversal no Ensino Fundamental e Médio.7,8 O objetivo era que essa estratégia pudesse contribuir para que as crianças recebessem uma formação ampla sobre sexualidade, como forma de promoção à saúde; desenvolvimento da sexualidade “com prazer, saúde e responsabilidade”; prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, de abuso sexual e de gravidez indesejada.7-9 A educação sexual pressupõe que o adolescente assume seu corpo de forma livre, sem culpa, vergonha ou medo. Mas para isso, é essencial que a preocupação venha dos pais e educadores, que precisam ter consciência do seu próprio comportamento e o do outro, com respeito e sem preconceitos, para promover uma educação sexual sadia. A educação emancipatória presume o desdobramento de ações educativas, propiciando autonomia, responsabilidade, superando preconceitos e tabus.10 A dificuldade dos pais e professores está francamente associada à 13 repressão das manifestações naturais da sexualidade ditada pela educação religiosa. O reconhecimento das dificuldades e limitações da família e da escola em prover a educação sexual contextualizada e emancipatória é fundamental para promover essa mudança. A Base Nacional Comum Curricular11, documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da educação básica, explicita que estudantes, já no 8º ano do ensino fundamental, devem ser capazes de “analisar e explicar as transformações que ocorrem na puberdade, considerando a atuação dos hormônios sexuais e do sistema nervoso” [...]; discutir estratégias e métodos de prevenção e selecionar argumentos que evidenciem as múltiplas dimensões da sexualidade humana (biológica, sociocultural, afetiva e ética)”.11 A lei nº 14.164, de 10 de junho de 2021, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para acrescentar a prevenção da violência contra a mulher nos currículos da educação básica e instituir a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher.12 A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) teve seu início em 2009, destinou-se a avaliar o comportamento dos escolares, foi desenvolvida como uma ação do Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foi apoiada pelo MEC.13 Em sua última versão (2019), teve a amostragem muito representativa, de aproximadamente 188 mil estudantes entre 13 e 17 anos, de 4.361 escolas (públicas e privadas) em 1.288 municípios do território nacional.13 Segundo essa pesquisa, 35,4% do total de entrevistados teve relação sexual alguma vez (37,5% na rede pública e 23,1% na rede privada) e, desse percentual, 36,6% relataram que isso ocorreu antes dos 13 anos de idade.13 Entre escolares do sexo feminino que tiveram relação sexual, 7,9% engravidaram alguma vez na vida e, desse total, 8,4% são oriundas das escolas públicas e 2,8% das escolas privadas. Essa assimetria social é ainda maior nas 14 áreas mais vulneráveis. Na região Nordeste foram relatadas as maiores taxas de gravidez na adolescência, 10,9% das alunas, com 11,6% em escolas públicas e 2,3% em escolas privadas.13 A gravidez nessa idade provoca uma grande transformação na vida dos adolescentes e de suas famílias, particularmente da jovem mãe. As gestações em adolescentes estão mais sujeitas a complicações obstétricas (como ruptura prematura de membranas, transtorno hipertensivo na gravidez, edema e hemorragia no início da gestação) e, o recém-nascido, mais propenso à prematuridade, anomalias congênitas, necessidade de cuidados intensivos neonatais, entre outros.14,15 Em alguns casos, podem ainda ser encontrados problemas com relação às questões psicológicas, pois essas meninas podem sofrer com o abandono (seja por parte do seu companheiro, de seus familiares - podendo causar até a expulsão de casa - e mesmo dos próprios amigos), recusa ou omissão por parte dos parceiros, além da temida depressão pós-parto.14 Em muitos casos, a mãe adolescente acaba se vendo sozinha para cuidar do bebê (que pode exigir mais de sua atenção por ter a necessidade de cuidados especiais), entendendo que precisa abandonar os estudos para cuidar de seu filho.14 De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (2013), cerca de 75% das mães adolescentes estavam fora da escola.13 A grande dificuldade das mães adolescentes é conciliar a rotina escolar e familiar (da criação do filho), culminando muitas vezes com o abandono escolar para cuidar de seu filho, pois além das dificuldades pessoais, há falta de estrutura escolar para o adequado acolhimento e reconhecimento de necessidades específicas da gestante, da jovem mãe e da criança e até constrangimento provocado por colegas. 1.2. Projeto de Extensão - Desenvolvimento de material educativo e realização de atividades sobre educação sexual em escolas públicas Desde 2016, estudantes do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (FCMS da PUC-SP), campus Sorocaba-SP, têm trabalhado em um projeto de extensão, que tem como objetivo desenvolver parcerias com escolas públicas do município de Sorocaba para discutir educação sexual com alunos do ensino básico. 15 O projeto se organiza em oficinas educativas, desenvolvidas com os estudantes do ensino básico, seus pais ou responsáveis. Os estudantes do curso de medicina têm participado da construção e aplicação das atividadesdo projeto, seja como parte das atividades curriculares, como planos de trabalho de iniciação científica ou como atividades complementares.3,16 Em 2020, o projeto foi contemplado com auxílio financeiro do Plano de Incentivo a Projetos de Extensão (PIPEXT) da PUC-SP (solicitação Nº 13856.7) para que as atividades fossem realizadas em quatro escolas públicas do município de Sorocaba. Com o fechamento das escolas em função da pandemia da COVID-19 (Decreto Estadual Nº 64.881)17 e a migração das atividades escolares para a modalidade remota, as atividades propostas pelo projeto foram reformuladas para que continuassem sendo aplicadas, mesmo com o distanciamento social. Para isso, foi produzido material educativo que pudesse ser veiculado por meio dos canais de comunicação que estavam sendo utilizados para as atividades do ensino básico no Estado de São Paulo. Todo o material foi disponibilizado aos alunos à critério dos professores e mediadores das escolas, pelas plataformas digitais, entre elas Facebook, Google Classroom e WhatsApp.16 Como exemplo, foi produzido material educativo utilizado pelos professores do ensino fundamental e médio: um vídeo sobre o desenvolvimento do corpo humano, com foco nas alterações físicas da puberdade; uma aula sobre o comportamento das crianças durante o seu desenvolvimento, mostrando como as crianças respondem às diferentes fases do crescimento; um vídeo sobre as maneiras corretas de proteção contra a transmissão do vírus da COVID-19; uma história em quadrinhos, digital, sobre uma adolescente com suspeita de gravidez que decide ir pela primeira vez a uma consulta na Unidade Básica de Saúde.16 Entre 2020 e 2021, a partir de dados da literatura e da experiência do grupo de pesquisa, foi desenvolvido o almanaque sobre Educação Sexual, mantendo o propósito de levar informações seguras sobre desenvolvimento sexual, de maneira lúdica. Embora fizesse parte do planejamento submeter o material produzido para avaliação dos professores, pais e responsáveis e pelos próprios estudantes, antes da formatação final do almanaque, não foi possível em 2021, em decorrência da manutenção do ensino remoto nas escolas. 16 Com a reabertura das escolas públicas para os estudantes que quisessem voltar para o ensino presencial, seguindo as recomendações das autoridades sanitárias, foram sendo retomadas as atividades presenciais propostas pelo projeto de extensão, como as oficinas, o teatro, a apresentação das peças anatômicas para abordar a estrutura e funcionalidade dos órgãos sexuais e dos diferentes métodos anticoncepcionais. Em 2022, com o retorno às aulas presenciais, foi possível dar seguimento a esse projeto, que teve como objetivo conhecer a opinião das mães, pais, responsáveis e professores sobre o almanaque Educação Sexual, para que fossem feitos ajustes no material produzido, antes de serem utilizados regularmente com os estudantes. 17 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral Conhecer a opinião das mães, pais, responsáveis e professores sobre o almanaque de Educação Sexual proposto pelo grupo de pesquisa e extensão. 2.2. Objetivos Específicos: 2.2.1. Identificar as reações dos professores e dos responsáveis pelos estudantes à leitura do almanaque. 2.2.2. Registrar, discutir e entender as razões para as sugestões dos professores e dos pais dos estudantes em relação ao almanaque oferecido para o manuseio. 2.2.3. Implementar as mudanças sugeridas para o almanaque sobre educação sexual dirigida às crianças e adolescentes. 2.2.4. Envolver os familiares e os professores no processo de construção do material didático 2.2.5. Caracterizar a escola em que será realizada a avaliação do almanaque. 18 3. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo transversal, qualitativo e exploratório que procura identificar as reações dos participantes frente a um almanaque sobre educação sexual na adolescência, construído pelos estudantes de medicina participantes do projeto de extensão, sob a orientação da Profa. Maria Valéria Pavan (anexo 1). Os participantes do estudo foram os professores e os pais ou responsáveis pelos alunos do ensino fundamental e médio de uma escola pública pré-qualificada no município de Sorocaba-SP e que está incluída no projeto de extensão. Como estudo qualitativo o número de participantes não pode ser estipulado previamente e depende da saturação (repetição sistemática) das informações coletadas. Para isso, em uma reunião de pais e mestres, onde foi feita uma breve explicação sobre o projeto e sobre a abordagem que se pretendia utilizar com os adolescentes, foi explicado e realizado o processo de obtenção do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), antes da apresentação do almanaque e do questionário. Foi realizado um questionário com perguntas pré-estabelecidas, abertas, necessárias para registro dos dados pessoais e sobre as percepções sobre os diferentes aspectos do almanaque, se a aprovaram, se tinham restrições, se tinham sugestões para adequação (apêndice 1 - professores e apêndice 2 - pais ou responsáveis). No questionário enviado aos professores e aos pais e responsáveis, o termo utilizado para identificar o documento que seria analisado foi “cartilha”, mas, posteriormente, optou-se por identificá-lo como “almanaque”, em razão da sua natureza mais abrangente, da diversidade dos assuntos, das atividades propostas e da sua interatividade. Por isso, nas perguntas e respostas dos questionários é referenciado como "cartilha" e no texto de uma forma geral como "almanaque". O questionário foi enviado aos pais e professores de forma virtual pela plataforma do Google Forms, juntamente com o almanaque em PDF. A abordagem dos professores para a explicação da pesquisa e obtenção do TCLE foi feita nos horários de descanso ou fora do horário das atividades acadêmicas. A pesquisa foi realizada em uma Escola Estadual, urbana de uma região central do município de Sorocaba – SP. 19 O presente projeto de pesquisa só teve início após sua aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, CAAE: 58542922.7.0000.5373, (anexo 2). Como as perguntas são diretas e se pedia justificativas para as respostas, a análise dos dados foi feita na forma descritiva. 20 4. RESULTADOS 4.1 Caracterização da escola onde foi realizada a avaliação Em 2022, a Escola Estadual onde foi realizada a pesquisa contava com 26 professores, 244 alunos no ensino fundamental (anos finais) e 230 alunos no ensino médio. O índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) da Escola Estadual, nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, em relação às escolas estaduais e públicas, está acima do Ideb do Brasil e do estado de São Paulo e semelhante ao observado no município de Sorocaba. Entretanto, está bem acima das escolas das áreas periféricas do mesmo município (Tabela 1).18 O Ideb é calculado como a média dos resultados padronizados das provas de português e matemática, realizadas em cada escola pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), multiplicados pela taxa de aprovação do Censo Escolar e o valor máximo seria 10 (dez). O processo de avaliação é realizado periodicamente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Tabela 1. Resultados do índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb), 2021 Brasil Estado Município Escola* Anos finais (2021) Ensino médio (2019) Anos finais (2021) Ensino médio (2019) Anos finais (2021) Ensino médio (2019) Anos finais (2021) Ensino médio (2019) Total 5.1 4.2 5.5 4.6 5.5 4.6 Estadual 5.0 3.9 5.3 4.3 5,5 4.7 5.7 4.8 Privada 6.3 6.0 6.5 6.1 Pública 4.9 3.9 5.3 4.4 5,5 4.6 Fonte: INEP, 202218. * Escola onde foi realizada a pesquisa. 4.2 Caracterização dos participantesda pesquisa 4.2.1. Professores Dos 26 professores que exercem função no ensino fundamental (anos finais) e ensino médio, 12 (46%) responderam ao questionário. A maioria das participantes são mulheres, adultas, com média de idade próxima de 40 anos, 21 com atuação nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio e em quase todas as áreas de conhecimento (Tabela 2). Tabela 2. Caracterização dos professores participantes da pesquisa Parâmetros Resultados Gênero 10 mulheres cisgêneros 02 homens cisgêneros Idade (anos) 39,3 ± 8,4* (mínima=22 e máxima=49) Atuação (Etapa escolar) 07 professores nos anos finais do ensino fundamental ● 2 professores atuam no 6º ano ● 5 professores atuam no 7º ano ● 5 professores atuam no 8º ano ● 2 professores atuam no 9º ano 06 professores no ensino médio ● 3 professores atuam no 1º ano ● 2 professores atuam no 2º ano ● 2 professores atuam no 3º ano 01 professor atua nos dois ciclos ● 8º ano do ensino fundamental ● 1º ano do ensino médio 22 Atuação (Área de conhecimento) 02 professores de ciências 02 professores de matemática 01 professor de geografia 01 professor de história 01 professor de língua portuguesa 01 professor de língua inglesa 01 professor de biologia 01 professor de orientação de estudos 01 professor de ciências humanas 01 professor de itinerários formativos 01 professor de disciplina eletiva 01 professor de “todas as áreas” Fonte: próprios autores. * média ± desvio padrão da média 4.2.2. Pais e responsáveis pelos estudantes Vinte pais ou responsáveis aceitaram responder ao questionário, após serem convidados durante uma reunião regular na escola e a partir de convites das coordenadoras de cada uma das etapas escolares. Destes, 14 eram mães, cisgêneros, com média de idade de 40,4 ± 6,3 anos (mínima de 28 anos e máxima de 55 anos); 04 (quatro) eram pais, cisgêneros, média de idade dos pais de 38,5 ± 4,5 anos (mínima de 34 anos e máxima de 47 anos); 02 (dois) familiares responsáveis, cisgêneros, com 55 e 58 anos de idade. 4.3 Avaliação da Cartilha 4.3.1. Respostas dos professores ao questionário 23 Os 12 professores que responderam ao questionário consideraram a cartilha de forma geral “boa” e justificaram que a cartilha é “bastante simples e explicativa”, “achei a cartilha simples e explicativa”, “muito objetiva”, “totalmente útil”, que “traz informações de maneira lúdica para alunos do ensino básico”, “as ilustrações auxiliam na compreensão do assunto para o estudante”, “contém informações claras”, “linguagem clara e objetiva”, “ bem informativa”, com “imagens e texto que facilitam a compreensão”. As respostas dos professores para as perguntas mais específicas sobre a cartilha estão apresentadas no Quadro 1. Como pode ser observado, os professores reforçaram a boa impressão em relação à cartilha. De maneira geral, os professores consideraram o texto adequado para os pais, com informações claras e objetivas, mas fizeram sugestão de que poderia haver um glossário, para facilitar no esclarecimento dos termos complexos. Em relação à adequação para os alunos, consideraram mais adequadas para os estudantes do ensino fundamental. Para o ensino médio, sugeriram que o material seja usado para revisão de conteúdo. Os desenhos apresentados na cartilha foram avaliados como fáceis de entender, mas há uma observação de que o desenho dos órgãos sexuais, que aparecem já na primeira atividade, poderiam “impressionar”. Avaliaram que a cartilha pode ajudar pais e filhos a conversarem sobre educação sexual, sem causar vergonha ou constrangimento. Em relação a idade em que cartilha poderia ser trabalhada com os estudantes, dois professores responderam com 13 anos de idade, três professores responderam com 12 anos de idade, dois professores responderam com 11 anos de idade, um professor respondeu com 10 anos de idade, um professor respondeu com 09 anos de idade. Os 12 participantes responderam que não há pontos da cartilha que tenha deixado dúvidas aos professores que participaram da pesquisa. 24 Quadro 1. Respostas do Professores ao Questionário Perguntas/Respostas Observações dos participantes O texto está claro para os pais? 12 “Sim” Porque não há textos complexos e vai direto ao assunto principal. Incluir um glossário ao final da cartilha, ou no rodapé da folha, com o significado de termos [...], pois algumas palavras fazem parte do cotidiano, mas muitos não sabem seu significado, ou não sabem explicar o que é. Interessante. A linguagem é acessível ao público mencionado. Contém informações claras e palavras de fácil entendimento. Linguagem objetiva. Poderia explicar melhor a cartilha no início. O texto está claro para os estudantes? 11 “Sim” 01 “Não” Interessante. Não há textos complexos e vai direto ao assunto principal. Os termos são bem objetivos. A linguagem é acessível ao público mencionado. Os exemplos estão de acordo com a idade dos estudantes. Alguns já viram e gostaram. Os textos são bem objetivos. As atividades propostas na cartilha são adequadas para os estudantes do ensino fundamental? 11 “Sim” 01 “Não” A informação é o melhor caminho. As atividades estão mais adequadas para as crianças mais novas. Para os alunos de 8° e 9° anos, talvez seja interessante trocar algumas atividades, aumentando a dificuldade. Como material de apoio para algumas atividades. Bem lúdico. A escolha do passatempo é muito boa. Não, os pais não conversam com os filhos. Estão em acordo com a idade dos estudantes. Estão adequadas para a idade. Eles têm interesse nessas atividades. 25 As atividades propostas na cartilha são adequadas para os estudantes do ensino médio? 09 “Sim” 03 “Não” Talvez precise aumentar a complexidade, mas poderia ser usado em algumas atividades em sala de aula. Podem ser usadas em revisões de conteúdo. Poderia ser usado para revisão de conteúdo, mas aumentar a complexidade. Normalmente até adulto gosta de passatempo. Nessa fase talvez já não tenham interesse pelo passatempo. Podem ser usadas em apoio de atividades. Talvez no 1º ano do ensino médio. O conteúdo e forma se aplica mais ao [ensino] fundamental. Os desenhos apresentados na cartilha são fáceis de entender? 12 “Sim” Os desenhos são bem claros. Talvez não devesse começar pela imagem dos órgãos sexuais, para não impressionar já no primeiro momento. São bem claros. Estão muito claros. Você acha que a cartilha pode ajudar pais e filhos conversarem sobre educação sexual? Por exemplo, discutir juntos as figuras, o texto? 11 “Sim” 01 “Não” Acredito que é um mecanismo que pode ajudar na comunicação, uma vez que podem realizar as atividades juntos. Acredito que sim, mas isso iria depender da abertura da família em conversar sobre o assunto. Depende de cada situação. Penso que em algumas famílias, essa conversa poderá acontecer. Porém, ainda existe um tabu em relação a esse assunto. Então, para outros, será apenas na escola o local onde a conversa irá acontecer. A cartilha ajuda a ilustrar a maneira que os pais podem conversar com seus filhos. Os pais não conversam com os filhos. Os pais não interagem nessas questões com os filhos. A maioria não conversa com os filhos. Eles têm dificuldade para conversar com os filhos. 26 Tem algum ponto da cartilha que pode causar vergonha ou constrangimento e que você teria dificuldade em conversar com os estudantes ou pais? 09 “Sim” 03 “Não” Os estudantes ficariam rindo das cruzadinhas, mas seria tranquilo lidar com isso. Talvez não devesse começar pela imagem dos órgãos sexuais, para não impressionar já no primeiro momento. Na sua opinião, a partir de que idadeessa cartilha poderia ser trabalhada com os estudantes? Por quê? 09, 10, 11, 12 [anos], porque os mais velhos precisam de outras atividades, talvez games. 10 anos, porque a partir do 6° ano as crianças vão entrando na puberdade e começam a ter contato com outras [crianças] mais velhas, então seria importante já saberem sobre tais assunto. Eu acredito que a partir dos 12 anos, quando eles estão entrando na puberdade. 12 [anos], porque é muito interessante e eles precisam saber sobre o corpo e a relação sexual. 13 anos, porque é nessa idade que eles começam a conhecer o seu corpo. Você tem sugestões para a cartilha? Quais? A inclusão de um glossário. Adaptar as atividades propostas conforme a idade das crianças, ou ter mais de uma opção de atividades com menor e maior dificuldade. Notas de rodapé. 4.3.2. Respostas dos pais e responsáveis ao questionário Todos os participantes responderam a todas as perguntas e deixaram seus comentários e contribuições na maioria delas. Em relação à impressão geral sobre a cartilha, 17 participantes disseram ser “boa”, dois disseram ser “regular” e um responsável considerou “ruim”. 27 Entre os que consideraram a cartilha “boa”, a maioria deixou comentários curtos, como “os alunos precisam aprender sobre o assunto”, “a cartilha ajuda os alunos a aprenderem tudo sobre o assunto”, “é lúdica para a faixa etária”, de “fácil entendimento”, “importante”, “muito bom para o aprendizado em questão”, “ideal a maneira que abordaram o assunto”, “traz informações importantes”, “vai ajudar os pais a conversarem sobre o assunto”. As duas participantes que se identificaram como familiares responsáveis comentaram que “ajuda a orientar os filhos e netos” e “esclarece as dúvidas”. A mãe mais jovem, de 28 anos, considerou “bem ilustrativa”. Outras duas mães, também deixaram suas ponderações sobre educação sexual e expõem suas dificuldades e dúvidas sobre como fazê-la: É necessária a educação sexual dentro de casa e na escola. Estamos vivendo um momento delicado com a sexualidade dos filhos, por isso a importância de educá-los. Tratar desse assunto em casa é complicado, sempre que abordo não sei se estou fazendo da forma correta e sendo clara. A cartilha vai me ajudar a tratar o tema com meu filho de forma mais simples. Assim espero. Uma das mães participantes que considerou a cartilha “regular” justificou que a cartilha é “boa para discutir o assunto, mas muito cedo para a minha filha que tem 10 anos”. Outra, que é separada comentou: O assunto é muito importante e essencial para os jovens, mas não gostei da história em quadrinhos sobre a gravidez. Ela reproduz um comportamento machista de nossa sociedade de deixar a mulher lidar sozinha com todas as dificuldades da gestação. Se a cartilha é para educar que faça do jeito certo e mostre o jovem e a jovem enfrentando juntos os desafios da gestação na adolescência. Quero que quando meu filho leia a cartilha ele perceba a responsabilidade que é ser pai 28 e não que ele pode fugir e deixar tudo com a jovem e só aparecer quando se sentir confortável. A mãe que considerou o almanaque “ruim”, justificou que “no tempo certo as crianças vão aprender sobre sexualidade”. No Quadro 2 estão apresentadas as respostas para as perguntas mais específicas sobre a cartilha. Como pode ser observado, as respostas da maioria dos participantes reforçaram a boa avaliação da cartilha, com avaliação positiva sobre as atividades propostas, o texto, os exemplos e os desenhos utilizados. Também reforçaram que a cartilha pode ajudar os pais a conversarem com os filhos sobre educação sexual e não há pontos na cartilha que podem causar vergonha ou constrangimento. Em relação à idade em que cartilha poderia ser trabalhada com os filhos, um dos participantes respondeu aos 8 ou 9 anos de idade, um respondeu aos 09 a 10 anos de idade, quatro responderam aos 10 anos de idade, quatro responderam aos 11 anos de idade, quatro responderam aos 12 anos de idade, três responderam aos 13 anos de idade e um respondeu aos 16 anos de idade. A mediana foi de 12 anos, a média de 11,8 anos, a idade mínima de 8 anos e a máxima de 16 anos. 29 Quadro 2. Respostas das mães, pais e responsáveis Perguntas/Respostas Observações dos participantes Você acha que as palavras usadas no texto estão claras para seu(sua) filho(a)? 20 “Sim” Sim, porque eu acho que os meus filhos têm que aprender tudo. Lúdica para a faixa etária. Uma linguagem de fácil interpretação. Eu não li com meus filhos, mas achei as palavras claras. São de fácil compreensão. Na realidade não sei. fala o que vão aprender. A linguagem utilizada é clara e de uma maneira tranquila, não causa constrangimento. Sim pois são de fácil entendimento sem ser vulgar. Bem simples e objetiva. Fácil entendimento sem agressividade. Bem objetivo. Talvez claras demais. Bem fácil de entender. O texto é bem objetivo. É fácil ler. Os exemplos utilizados no texto são adequados para você? 20 “Sim” São de fácil compreensão. Dá para interagir com os filhos sim. A linguagem utilizada é clara e de uma maneira tranquila, não causa constrangimento. São de fácil entendimento sem ser vulgar. Bem exemplificado com a história de adolescentes. Bem claros. Consegui entender tudo. O texto é bem objetivo. Consegui entender bem. Fácil de entender Os exemplos utilizados no texto são adequados para seu(sua) filho(a)? 18 “Sim” Sim pois são de fácil entendimento sem ser vulgar. Bem exemplificado com a história de adolescentes. Porque ajuda a entender o assunto. Só não gostei do exemplo da história em quadrinhos. Acho que ele até vê o assunto na internet e na escola. Fatos reais. Bem reais e servem de orientação. Eles já sabem bastante, mas muita coisa é da internet e nem sabemos de onde vem. De maneira simples. Na realidade não sei. Dá para interagir com os filhos. Se eu entendi, eles também vão entender 30 02 “Não” No tempo certo as crianças vão aprender sobre sexualidade. Muito cedo para ela pensar em gravidez. Os desenhos apresentados na cartilha são fáceis de entender? 20 “Sim” As figuras estão em um tamanho ideal e bem claras. Suaves. São bem claros. São desenhos leves. Fica bem lúdico. São bem-feitos e bem simples. Não tenho dúvidas. Mostra exatamente o que vamos aprender. Bem simples. Você acha que a cartilha pode ajudar os pais a conversarem com os filhos sobre educação sexual? Por exemplo, discutir juntos as figuras, o texto? 18 “Sim” 02 ”Não” A cartilha dará abertura para uma conversa sobre sexualidade, e se surgir mais dúvidas podemos conversar a respeito. No tempo certo as crianças vão aprender sobre sexualidade. Torna mais fácil explicar sem ter que procurar palavras que causa[m] constrangimento. As figuras estão em um tamanho ideal e bem claro. Dá um começo para eles poderem perguntar. Introduz um assunto na conversa. Porque eles vão querer mostrar o material da escola. Acredito que sim, pois muitos pais não sabem como conversar sobre educação sexual com os filhos e a cartilha pode ser um ponto de partida. Facilita. Abre essa porta sobre o assunto. Pode ajudar a iniciar a conversa. Acho que os meus filhos têm que aprender tudo. Ajuda a quebrar o gelo, principalmente se a escola mandar como tarefa de casa. Mas depende de cada família. A Cartilha faz com que nós possamos entrar no assunto. Facilita para começar a conversa. Tem algum ponto da cartilha que pode causar vergonha ou constrangimento e que você teria dificuldade em conversar com seu(sua) filho(a)? 16 “Sim” As figuras de órgãos sexuais. Sempre difícil conversar sobre características do sexo oposto aos dos meus filhos, mas é necessário. A parte difícilé conversar. Muita gente vai achar que sim, mas vai ajudar. É difícil falar nesse assunto, mas é por isso mesmo que é bom. 31 04 “Não” Você tem sugestões para a cartilha? Quais sugestões? A cartilha está ótima, é claro que surgirão dúvidas, mas cabe aos pais tirá-las. A cartilha será um guia para uma conversa adequada. Colocar em todas as escolas. Colocar as figuras de órgãos sexuais mais no meio do livro. Avisar os pais pra gente se preparar, ou fazer uma para os pais lerem antes. Talvez ser [apresentado] em partes, para ir aos poucos. A historinha poderia ser uma parte. Separar a história que pode ser enviada pelo celular. Talvez alguns pais preferem que tenha para menina[s] e para meninos. Eu sugiro poder ser por partes, de acordo com a idade, para não assustar os pais e a conversa ir surgindo. Na sua opinião, a partir de que idade se deve mostrar essa cartilha aos estudantes? Por quê? 11 anos. 10 anos. 13 anos. 13 anos. 12 anos. 11 anos, quando os jovens entram para o ensino fundamental e começam a ter uma percepção diferente do ambiente escolar, com o convívio com os alunos mais velhos. 8 a 9 anos. Não sei. 16 anos. 13 anos, pois é nessa idade que remos entender de tudo. 12 anos. Meu filho entrou na adolescência muito cedo, minha opinião é aos 12 anos. 10 anos, pois é a idade onde começa a curiosidade sobre o sexo. 12 anos. 12 anos, pois esta idade é onde começam as dúvidas e curiosidade. 12 anos, pois elas já começam a perceber as diferenças. 9 ou 10 anos. 32 5. Discussão A avaliação do Almanaque Educação Sexual foi feita com a participação dos docentes, mães, pais e outros responsáveis pelos estudantes de uma escola urbana, da área central de um município de grande porte do estado de São Paulo, o município de Sorocaba. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da escola que participou da pesquisa, para os alunos dos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, levando-se em conta apenas as escolas estaduais e públicas, está acima do Ideb do Brasil e do estado de São Paulo, é semelhante à média do município de Sorocaba, entretanto, está bem acima das escolas das áreas periféricas do mesmo município.19 Nesse sentido, a análise realizada pelo QEdu (um portal de dados educacionais mantido pela Fundação Lemann), os dados de equidade em relação ao percentual de estudantes com aprendizado adequado mostram uma relação direta entre a taxa de aprendizado, o nível socioeconômico e a cor/raça, em que, as menores taxas de aprendizado estão entre os estudantes de baixo nível socioeconômico e da cor/raça preta.20 Os dados dos 12 docentes (46%) que responderam ao questionário e avaliaram o almanaque mostram que a amostra é semelhante aos docentes que atuam no país, em relação ao sexo e idade.21 A maioria dos docentes participantes da pesquisa são do sexo feminino e a média de idade de 39 anos. O Censo Escolar da Educação Básica 2022 mostra que no Brasil, nos anos finais do ensino fundamental, 66,1% dos professores são do sexo feminino e 33,9% do sexo masculino, com aumento da porcentagem de docentes do sexo masculino para 42,5% no ensino médio.21 Em relação à idade, nessas duas etapas da educação básica, as faixas etárias com maior concentração de docentes no Brasil são as de 40 a 49 anos e de 30 a 39 anos.21 Outro dado em comum entre os professores participantes do estudo e os dados do Censo Escolar da Educação Básica de 2022, é que a maioria dos professores lecionam em mais de uma turma, em diferentes anos do curso e tem atividades nas 33 diversas áreas de conhecimento, não se limitando os docentes de áreas mais específicas, como da área de ciências.21 Em relação às mães e pais que participaram da pesquisa, a idade variou bastante, de 22 a 49 anos. A média de 40 anos para as mães e 39 anos para os pais representa o esperado, considerando dados do IBGE que mostram que em 2010 as mulheres entre 20 e 29 anos representam 50% das mães dos recém- nascidos e esse número estava caindo, com aumento do número de novas mães com mais de 30 anos.22 Em relação aos dados da avaliação do Almanaque, na visão geral, os resultados da pesquisa mostram que os participantes consideraram a cartilha boa e fizeram muitos comentários e sugestões para contribuir com a construção do material. Como esperado, também houve posições contrárias, mas em proporção bem menor. Vários estudos têm ressaltado as dificuldades que os pais têm em discutir o tema educação sexual com seus filhos e a consequência natural é que os adolescentes procurem as informações sobre sexualidade em outras fontes, ao invés de conversarem com os pais. Nery e colaboradores23, em um estudo descritivo de abordagem qualitativa, entrevistaram 22 pais e identificaram que, além das dificuldades dos pais, quando os temas são abordados, são feitos de maneira superficial. Gonçalves e colaboradores10, em revisão da literatura, mostraram que os pais se sentem despreparados e tímidos para tratar de educação sexual com os filhos, além de considerarem que falar sobre o tema possa antecipar a prática sexual. O sexo oposto de pais e filhos é apontado como um fator que dificulta o diálogo entre eles, dificultado da comunicação.23,24 Nesse sentido, na avaliação do almanaque Educação Sexual pelos participantes, há repetidos relatos sobre essa dificuldade que os pais têm em tratar o tema com os filhos e veem com entusiasmo a disponibilidade do almanaque como um bom instrumento e uma oportunidade para aproximá-los dos filhos na discussão do tema. O almanaque poderá ser um facilitador, particularmente para motivar e iniciar o diálogo Nos dois grupos de participantes, predominou a opinião de que a idade adequada para se apresentar aos estudantes e trabalhar com o almanaque seria 34 11 anos ou mais. Mas, foi mais diversificada entre as mães, pais e responsáveis, com sugestões que variaram de 8 anos a 16 anos. As justificativas para aqueles que consideram idades superiores aos 11 anos foi o fato dos estudantes entrarem em contato com estudantes mais velhos quando vão para o 6º ano do ensino fundamental. Entre participantes que consideraram o almanaque adequado para os estudantes com 12 anos ou mais, a justificativa foi que eles entram na puberdade aos 12 anos e começam a conhecer o seu corpo e ter curiosidades a partir dessa idade. Neste sentido, os dados mais atuais da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019 registram que mais de um terço dos escolares com idade entre 13 e 17 anos de idade já tiveram relação sexual alguma vez. Destes, mais de um terço tiveram a primeira relação sexual com 13 anos de idade ou menos e essa proporção é ainda maior entre os estudantes da rede de ensino pública.13 Por estas razões, a família e a escola precisam ter a iniciativa de iniciar a educação sexual antes que os adolescentes iniciem a atividade sexual. Os dados do PeNSE mostram a importância de existirem políticas públicas que incluam a educação sexual como tema transversal ao longo de todo ensino fundamental, para que os docentes e responsáveis pelos estudantes sejam instrumentalizados para iniciar o processo de discussão com as crianças e adolescentes e estes possam fazer suas escolhas com conhecimento e proteção, desde a sua primeira relação. Lembrando que, para a maioria das meninas, as mudanças físicas e emocionais da criança para a adolescente se iniciam antes dos 11 anos de idade. Alguns estudos indicam que embora os adolescentes considerem a família e a escola fontes seguras para a discussão do tema educação sexual, sentem que os adultos não estão preparados para essa discussão.25,26 As pesquisas apontam também para a necessidade de usar métodos participativos no processo de ensino aprendizagem e a necessidade de ir além da abordagem dos temas de prevenção de infecçõessexualmente transmissíveis e da gravidez na adolescência.25,27 Há vários modelos de cartilhas e documentos educativos criados e disponíveis para auxiliar a apresentação e discussão do assunto educação sexual nas escolas, porém, nenhum é parecido com esse almanaque, dirigido aos estudantes e aos seus pais ou responsáveis, que possui atividades a serem 35 desenvolvidas e interatividade. O Ministério da Saúde publicou em 2009 a primeira edição e, depois, edições atualizadas da Caderneta de Saúde da Adolescente, uma para as adolescentes femininas e outra para os adolescentes masculinos.28,29 Essas cartilhas, além de estimular o conhecimento pessoal e do próprio corpo em transformação, são muito didáticas, abrangentes e abordam vários temas sobre a saúde dos adolescentes, inclusive sexualidade e educação sexual, mas omitem o assunto da identidade de gênero. O documento Orientação Técnica Internacional Sobre Educação em Sexualidade UNESCO30 e a Cartilha Educação Sexual31 fazem uma abordagem direcionada aos docentes, ancorada na literatura científica. A Cartilha de Educação em Sexualidade da UEPG-PROEX é direcionada aos adolescentes, com textos e ilustrações.32 Todos esses documentos estimulam a discussão do tema de forma técnica, abrangente e atual.28-32 Neste contexto, o presente Almanaque Educação Sexual pode se apresentar como uma alternativa mais lúdica e ativa para a discussão do tema, como apontado pelos participantes da pesquisa. Por fim, os participantes da avaliação foram estimulados a apresentar comentários e sugestões que pudessem ser incorporadas ao almanaque para aperfeiçoá-lo. Entre as sugestões apresentadas destacam-se: oferecer e estimular o uso do almanaque em todas as escolas; enviar o almanaque com antecedência aos pais para que eles se preparem para discutir com os filhos; apresentar o material do almanaque em partes e de acordo com a idade, para facilitar a tarefa dos pais; deslocar as figuras de órgãos sexuais do início para o meio do almanaque; incluir um glossário no documento. Oferecer e estimular o uso do almanaque em todas as escolas é um comentário que sugere que os pais tenham ficado satisfeitos com a forma e o conteúdo do almanaque e desejam que todos possam se beneficiar dele. A sugestão de deslocar as figuras de órgãos sexuais do início para o meio do almanaque, expressa a preocupação legítima de que o esquema anatômico dos órgãos sexuais masculino e feminino, apresentado no início do almanaque, possa causar algum espanto, constrangimento ou aversão ao documento. Entretanto, desde a produção do almanaque houve precaução de que as figuras com as representações anatômicas fossem desenhos neutros e técnicos e, por 36 isso, foram deliberadamente mantidos no início, para auxiliar os pais. Ressalte- se, que a preocupação veio de uma única participante. Da mesma forma, apesar de ser sugestão de professores, não foi atendida a sugestão de incluir um glossário com as palavras menos recorrentes no cotidiano, pois os pais disseram que não encontraram dificuldades com o vocabulário utilizado e foi entendido que, hoje, é muito simples procurar o significado de termos desconhecidos na internet e essa ação é uma estratégia para se aprofundar no conhecimento de forma ativa. A sugestão de apresentar o almanaque por partes ou antecipadamente aos pais, está perfeitamente no seu escopo e previsto nas diferentes formas de utilizá-lo. Assim, cada professor poderá escolher o conteúdo que pretende usar com os estudantes e pais, a cada vez que pretender utilizá-lo. 37 6. CONCLUSÕES A opinião dos professores, pais e responsáveis dos estudantes dos últimos anos do ensino fundamental e do ensino médio da escola pública estadual pesquisada, foi amplamente favorável ao Almanaque de Educação Sexual proposto pelo grupo de pesquisa e extensão da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, campus Sorocaba-SP. Com raras exceções, os participantes da pesquisa consideraram adequada a estrutura do almanaque, a linguagem, as figuras, as atividades e os exemplos presentes no almanaque. Quando discordaram expressaram as razões com clareza. Para os professores, o almanaque pode sim ajudar pais e filhos conversarem sobre educação sexual. Porém, a maioria comenta que os pais e responsáveis exercem pouco essa tarefa educativa que, quase sempre, é deixada para a escola. A quase totalidade dos pais e responsáveis pelos estudantes dessa escola pública estadual consideram que o almanaque poderá auxiliá-los na tarefa de discutir a educação sexual com os filhos, facilitando a aproximação e servindo como um roteiro adequado para essas conversas que, na opinião da maioria, são difíceis, permeadas por tabus e para as quais não se sentem preparados. Pais e professores têm opinião semelhante sobre a idade em que o instrumento deva ser apresentado às crianças e adolescentes, com onze anos ou mais. Muito sugerem fornecer as informações por partes, o que também é a opinião dos pesquisadores. Os professores e os pais ofereceram sugestões construtivas para o aperfeiçoamento do almanaque. Muitas foram incorporadas ao texto. 38 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- World Health Organization (WHO). Maternal, Newborn, Child and Adolescent Health and Ageing. Acesso 29/05/2023. 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Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Brasília, 2022. Acesso em 03/06/2023. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e- indicadores/ideb/resultados 20- QEdu. Equidade - percentual de estudantes com aprendizado adequado. 2021. Acesso em 03/06/2023. Disponível em: https://qedu.org.br/brasil 21- BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo Escolar da Educação Básica 2022: Resumo Técnico. Brasília, 2023. Acesso em 03/06/2023. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indic adores/resumo_tecnico_censo_escolar_2022.pdf 22- IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. Acesso em 03/06/2023. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/22827-censo- demografico-2022.html?edicao=35938&t=series-historicas 23- Nery IS, Feitosa JJDM, Sousa AFLD, Fernandes ACN. Abordagem da sexualidade no diálogo entre pais e adolescentes.; Acta Paul Enferm. 2015;28(3):287–92. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0194201500048 24- Savegnago SDO, Arpini DM. A abordagem do tema sexualidade no contexto familiar: o ponto de vista de mães de adolescentes. Psicol Cienc Prof. 2016;36(1):130–44. DOI: https://doi.org/10.1590/1982- 3703001252014 25- Furlanetto MF, Marin AH, Gonçalves TR. Acesso e qualidade da informação recebida sobre sexo e sexualidade na perspectiva adolescente. Estud Pesqui Psicol. 2019;19(3):644-64. Acesso em 04/06/2023. 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Educação sexual na percepção de pais e adolescentes: uma revisão sistemática. Rev Psicol Divers Saúde. 2022;11:e3981. https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.3981 27- Torres-Cortés B, Leiva L, Canenguez K, Olhaberry M, Méndez E. Shared Components of worldwide successful sexuality education interventions for adolescents: a systematic review of randomized trials. Int J Environ Res Public Health. 2023;20:4170. DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph20054170 28- BRASIL. Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde de Adolescente e Jovem. Caderneta de Saúde da Adolescente Brasília, 2013. Acesso em 04/06/2023. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_adolesce nte_feminina.pdf 29- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde de Adolescente e Jovem. Caderneta de Saúde do Adolescente. Brasília, 2014. Acesso em 04/06/2023. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_adolesce nte_masculino.pdf 30- UNESCO. Orientação técnica internacional sobre educação em sexualidade: uma abordagem baseada em evidências para escolas, professores e educadores em saúde. 2010. Acesso em 04/06/2023. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000183281_por 31- Dias CN, Fontana RT. EDUCAÇÃO SEXUAL. Santo Ângelo. EdiURI, 2020. Acesso em 04/06/2023. Disponível em: https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/571103/1/EDUCA%C3% 87%C3%83O%20SEXUAL.pdf 32- Araújo ACF, Pereira BLR, Pereira CM, Meijerink CI, Consul CC, Mueller EV, et al. Cartilha de Educação em Sexualidade. UEPG-PROEX, 2022. Acesso em 04/06/2023. 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Questionário Você é professor(a) de qual(is) série(s) do ensino fundamental? 1 ano ( ) 2 ano ( ) 3 ano ( ) 4 ano ( ) 5 ano ( ) 6 ano ( ) 7 ano ( ) 8 ano ( ) 9 ano ( ) Não tem aula no Ensino Fundamental ( ) Quais as disciplinas que leciona? ____________________________________ Você é professor(a) de qual(is) série(s) do ensino médio? 1 ano ( ) 2 ano ( ) 3 ano ( ) Não tenho aula no Ensino Médio ( ) Quais as disciplinas que leciona? ____________________________________ Qual a sua idade? ____________________________________ Qual seu sexo biológico? Masculino ( ) Feminino ( ) Qual seu gênero? Masculino ( ) Feminino ( ) Outro ( ) Qual a sua impressão geral sobre a cartilha? Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Nos ajude justificando a sua resposta. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 43 Na sua opinião, o texto está claro para os pais? Sim ( ) Não ( ) Nos ajude justificando a sua resposta. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Na sua opinião, o texto está claro para os estudantes? Sim ( ) Não ( ) Nos ajude justificando a sua resposta. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ As atividades propostas na cartilha são adequadas para os estudantes do ensino fundamental? Sim ( ) Não ( ) Nos ajude justificando a sua resposta. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ As atividades propostas na cartilha são adequadas para os estudantes do ensino médio? Sim ( ) Não ( ) Nos ajude justificando a sua resposta. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Os desenhos apresentados na cartilha são fáceis de entender? Sim ( ) Não ( ) Nos ajude justificando a sua resposta. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 44 Você acha que a cartilha pode ajudar pais e filhos conversarem sobre educação sexual? Por exemplo, discutirem juntos as figuras, o texto? Sim ( ) Não ( ) Nos ajude justificando a sua resposta. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Tem algum ponto da cartilha que causou dúvida e que você gostaria de receber explicação ou fazer algum comentário? Não, eu entendi tudo e não tenho dúvidas ( ) Sim, gostaria de esclarecer dúvida ou tenho comentário ( ) Se sim na resposta anterior, qual a dúvida? E em qual página e/ou figura se encontra? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Tem algum ponto da cartilha que pode causar vergonha ou constrangimento e que você teria dificuldade em conversar com os estudantes ou pais? Sim, há pontos que serão difíceis de conversar com os estudantes ( ) Sim, há pontos que causam dificuldades para conversar com os pais ( ) Não há pontos que causam dificuldade ( ) Se sim na resposta anterior, em qual página e/ou figura se encontra? Comentar _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Na sua opinião, a partir de que idade essa cartilha poderia ser trabalhada com os estudantes? Por quê? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Você tem sugestões para a cartilha? Quais? _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 45 Apêndice 2. Questionário e entrevista pré-estruturados aplicados aos pais ou responsáveis. Identificação de parentesco Mãe ( ) Pai ( ) Familiar responsável ( ) Responsável ( ) Sua Idade ____________________________________ Qual a sua impressão geral sobre a cartilha? Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Por quê? Nos ajude comentando a sua resposta acima: _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Você acha que as palavras usadas no texto estão claras para seu(sua) filho(a)? Sim ( ) Não ( ) Por quê? Nos ajude comentando sua resposta acima. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Os exemplos utilizados no texto são adequados para você? Sim ( ) Não ( ) Por quê? Nos ajude comentando sua resposta acima. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Os exemplos utilizados no texto são adequados para seu(sua) filho(a)? Sim ( ) Não ( ) 46 Por quê? Nos ajude comentando sua resposta acima. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Os desenhos apresentados na cartilha são fáceis de entender? Sim ( ) Não ( ) Por quê? Nos ajude comentando sua resposta acima. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Você acha que a cartilha pode ajudar os pais a conversarem com os filhos sobre educação sexual? Por exemplo, discutir juntos as figuras, o texto? Sim ( ) Não ( ) Por quê? Nos ajude comentando sua resposta acima. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Tem algum ponto da cartilha que causou dúvida e que você gostaria de explicação ou comentário? Não, eu entendi tudo e não tenho dúvidas ( ) Sim, gostaria de esclarecer dúvida ou tenho comentário ( ) Se sim na resposta anterior, qual a dúvida? E em qual página e/ou figura se encontra? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Tem algum ponto da cartilha que pode causar vergonha ou constrangimento e que você teria dificuldade em conversar com seu(sua) filho(a)? Não, eu acho que não tem pontos que causam dificuldades para os pais ( ) Sim, há pontosque serão difíceis de conversar com as(os) filhas(os) Se sim na resposta anterior, em qual página e/ou figura se encontra? Comentar. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 47 Na sua opinião, a partir de que idade se deve mostrar essa cartilha aos estudantes? Por quê? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Você tem sugestões para a cartilha? Quais sugestões? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 48 Apêndice 3. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Conselho Nacional de Saúde, Resolução 466/2012/Resolução 510/2016) Título do Projeto de Pesquisa: "Avaliação de uma cartilha de educação sexual dirigida aos pais e professores". Pesquisadores Responsáveis: Rafaella de Almeida Souza, Fernando Antonio de Almeida e Maria Valéria Pavan. Local onde será realizada a Pesquisa: Escola Estadual Doutor Arthur Cyrillo Freire. Rua Visconde do Rio Branco, 1087 - Vila Jardini, Sorocaba - SP, 18044-000. Os professores, os alunos do ensino fundamental e médio e os pais ou responsáveis pelos alunos estão sendo convidados a participar como voluntários da pesquisa acima especificada. O convite está sendo feito porque um grupo de pesquisadores que já vem trabalhando na escola produziu uma cartilha destinada à educação sexual dos adolescentes e agora queremos saber a avaliação da cartilha de todas as pessoas envolvidas nesse processo educativo, ou seja, os alunos, seus pais ou responsáveis e os professores. Por isso, todos estão sendo convidados. Para participar dessa avaliação você terá que concordar em ser voluntário e pode desistir de participar a qualquer tempo, sem necessidade de justificar sua decisão. Da mesma forma, deixar de participar da pesquisa não implicará em qualquer consequência para sua educação ou para a educação de seu filho na escola. A cartilha sobre educação sexual que será avaliada tem 18 páginas com atividades recreativas educacionais, desenhos explicativos e interativos, história em quadrinhos e informações úteis. Você será estimulado a nos dizer: suas impressões gerais sobre a cartilha; se os termos, palavras, figuras e exemplos utilizados na cartilha são adequados e fáceis de entender; qual idade mais adequada para apresentá-la; se considera que a cartilha pode ajudar a aproximar os pais e os filhos na tarefa de educação sexual e se você tem sugestões para contribuir para melhora do instrumento. Os riscos em participar da pesquisa são mínimos e envolvem principalmente possíveis constrangimentos de tratar de um assunto (educação sexual) ainda tão envolto em tabus e preconceitos. Por outro lado, participar da pesquisa pode trazer muitos benefícios, tais como criar a oportunidade dos pais e professores conversarem claramente com os filhos/alunos sobre o assunto difícil, mas agora apoiados pela cartilha, um instrumento técnico e científico. Esperamos também que a conversa entre pais e filhos e a educação aberta reduza o risco dos adolescentes contraírem doenças sexualmente transmissíveis, saberem como evitar a gravidez ainda tão jovem, saberem como se proteger de abuso sexual e terem uma adolescência mais saudável. Esse termo de consentimento deve ser assinado pelos professores e responsáveis antes que qualquer procedimento do estudo seja feito. Os alunos(as) também têm necessidade de assinar um outro Termo de Assentimento Livre e Esclarecido onde expressam sua concordância em participar do estudo. Este é um projeto de pesquisa analisado e aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) que é um órgão que protege o bem-estar dos participantes de pesquisas. O CEP é responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres 49 humanos, visando garantir a dignidade, os direitos, a segurança e o bem-estar dos participantes de pesquisas. Caso você tenha dúvidas ou perguntas sobre seus direitos como participante deste estudo ou se estiver insatisfeito com a maneira como o estudo está sendo realizado, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Ciência Médicas e da Saúde – localizado na Rua Joubert Wey, 290 – Vergueiro Sorocaba- SP – CEP 18030-070, sala 506, 5º andar do Prédio da Faculdade de Medicina. Contato (15) 3212-9896 – e-mail: cepfcms@pucsp.br, de segunda-feira a sexta-feira no horário das 8hs às 16hs. Os pesquisadores participantes do estudo são: Rafaella de Almeida Souza (celular 15- 99808-2606) Fernando Antonio de Almeida (celular 15-99694-4305) e Maria Valéria Pavan (celular 15-99694-4306). Todas as informações coletadas neste estudo serão confidenciais (seu nome jamais será divulgado). Somente o pesquisador e a equipe de pesquisa terão conhecimento de sua identidade e nos comprometemos a mantê-la em sigilo. Os dados coletados serão utilizados apenas para esta pesquisa. Caso concorde as conversas com os pesquisadores serão gravadas. Após ser apresentada e esclarecidas as informações da pesquisa, caso aceite participar como voluntário, você e o pesquisador deverão rubricar todas as páginas e assinar ao final deste documento elaborado em duas vias, uma das quais fica com você para que tenha acesso a essas informações possa consultá-la sempre que necessário. Os participantes têm direito ao acesso aos resultados da pesquisa e estes serão informados a todos os participantes que tiverem interesse bem como à direção da escola. A participação na pesquisa não envolve custos, tampouco compensações financeiras. Concordância em participar: Eu, abaixo assinado, declaro que concordo em participar desse estudo como voluntário, que fui devidamente informado e esclarecido sobre os objetivos da pesquisa, que li ou foram lidos para mim, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação e esclareci todas as minhas dúvidas. Foi-me garantido que eu posso me recusar a participar e retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto me cause qualquer prejuízo, penalidade ou responsabilidade. Autorizo a divulgação dos dados obtidos neste estudo mantendo em sigilo minha identidade. Informo que recebi uma via deste documento com todas as páginas rubricadas e assinadas por mim e pelo Pesquisador Responsável. Nome do participante:_________________________________________________________ Assinatura: ________________________________________ Local/data:__________________ Nome do pesquisador:___________________________________________________________ Assinatura: ________________________________________ Local/data:__________________ Nome da testemunha (quando necessário):__________________________________________ Assinatura: ________________________________________ Local/data:__________________ E D U C A Ç Ã O S E X U A L Título: Educação Sexual Subtítulo Responsável : Profa . Dra . Maria Valéria Pavan Ponti f íc ia Universidade Catól ica de São Paulo (PUC-SP) , Sorocaba-SP. *E-mai l : mvpavan@pucsp.br Autores : Luisa Hercowitz Tagnin, Luiza Lista Bertonha, Rebeca da Si lva Sousa, Helena Boldrini Niero, Clarissa Garcia Custódio, Fel ipe Leonardo, Rafael la de Almeida Souza, Fernando Antonio de Almeida, Maria Valéria Pavan* Auxí l io f inanceiro do Plano de Incentivo a Projetos de Extensão (PIPEXT) da PUC-SP, Sol ic itação:13856 . Alunas bols istas : PIBIC-CEPE, PIBIC-CNPq, PIBIC Sem Fomento. Direitos de reprodução exclusivo aos autores . Projeto Gráf ico: Gabriela Fasanel la Este almanaque faz parte de um Projeto de Extensão da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontif ícia Universidade Católica de SãoPaulo. E D U C A Ç Ã O S E X U A L O Almanaque Educação Sexual foi especialmente construído para auxiliar crianças e adolescentes a entenderem o desenvolvimento do seu corpo e as mudanças f ísicas e emocionais que ocorrem ao longo dos anos. Também tem o objetivo de levar informações seguras sobre cuidados com o corpo para que as crianças e adolescentes sejam respeitados e façam suas escolhas com segurança e amparo dos familiares, da escola e dos prof issionais de saúde. EDUCAcÃO sexual E D U C A Ç Ã O S E X U A L A n a t o m i a F e m i n i n a A n a t o m i a M a s c u l i n a P u b e r d a d e F e m i n i n a P u b e r d a d e M a s c u l i n a S e x u a l i d a d e G r a v i d e z n a A d o l e s c ê n c i a - u m a h i s t ó r i a e m q u a d r i n h o s I n f e c ç õ e s S e x u a l m e n t e T r a n s m i t í v e i s M é t o d o s C o n t r a c e p t i v o s D i r e i t o s S e x u a i s D i r e i t o s R e p r o d u t i v o s O s e u c o r p o é s e u ! S o l u ç õ e s 4 6 8 10 12 14 24 26 28 29 30 32 Conteúdo ANATOMIA FEMININA C l i t ó r i s C l i t ó r i s P e q u e n o s L á b i o s P e q u e n o s L á b i o s A b e r t u r a d a u r e t r aV e s t í b u l o Va g i n a Va g i n a U r e t r a R e t o B e x i g a C o l o d o Ú t e r o T r o m p a d e F a l ó p i o O v á r i o Ú t e r o â n u s â n u s G r a n d e s L á b i o s G r a n d e s L á b i o s 4 E D U C A Ç Ã O S E X U A L Palavras Cruzadas H o r i z o n t a i sV e r t i c a i s U R E T R A Ú T E R O V A G I N A P E Q U E N O S L Á B I O S C L I T Ó R I S B E X I G A G R A N D E S L Á B I O S T U B A U T E R I N A O V Á R I O Â N U S 5 ANATOMIA masculina â n u s R e t o B e x i g a D u c t o D e f e r e n t e U r e t r a P ê n i s V e s í c u l a S e m i n a l P r ó s t a t a E p i d í d i m o T e s t í c u l o S a c o E s c r o t a l 6 E D U C A Ç Ã O S E X U A L â n u s R e t o 7 caca Palavras As palavras deste caça palavras estão escondidas na horizontal, vertical e diagonal. v e s í c u l a s e m i n a l g l a n d e s a c o e s c r o t a l t e s t í c u l o u r e t r a â n u s e p i d í d i m o p ê n i s p r ó s t a t a b e x i g a d u c t o d e f e r e n t e D C L D B I I O F U M S E W F P T A E O T A O E D S B I C A O L V O T F G U A N C U D A A I M S F R H N C R E S W E C D A E E A U L D E S I P Y S T R E S E D R I E L D T E O E D A A O S H L D D A W T X Y S H A C Y L W O K O G I T C A E O T L F P E I T E E U S S T K I D A E A A H O L A L T T M E A R L S A E P E N I S U M O E G O E R I F S M E L T E G L S R T E E E L E A P O O U S E T W N I L O T A N R M A W A O N T E I O A E A D L G T E E Y A U E O L M T U O I O Y T L A T N D S G O E Y U D A D E O F G S C R W O U A E A R T T S E D A N E M S C T T I G A S T U G S I S P R F D G H D S L C H F E D H N Y T E C N I T T E S T I C U L O E F T A R T P O H A C N M E U E P A L T A T H E D U T I E I N S M A PUBERDADE FEMININA AS PRINCIPAIS MUDANCAS SÃO: A p a r e c i m e n t o d o B R O T O M A M Á R I O p e l o s n a r e g i ã o p u b i a n a c r e s c i m e n t o d a s m a m a s p e l o s c o r p o r a i s a p a r e c i m e n t o d e e s p i n h a s c r e s c i m e n t o a c e l e r a d o , c h a m a d o e s t i r ã o a l a r g a m e n t o d o s o s s o s d a b a c i a d e p ó s i t o d e g o r d u r a n a s n á d e g a s , c o x a s e q u a d r i s a p r i m e i r a m e n s t r u a ç ã o , c h a m a d a d e m e n a r c a 8 E D U C A Ç Ã O S E X U A L FEMININA caca Palavras As palavras deste caça palavras estão escondidas na horizontal, vertical e diagonal R T O S E A L P T P T O C R R C U S I N H E M W R P C N T S A O G O L E M N A C U T N A M I A P N T E O S H T I N A P U O I T A H E U G A E T R V Y S G P D I L U O E E D R T B E U A L R D H R T C R A M A N B L A O H M D T E I K C O S D N A T E L H R E N N F S A C N D N C S O H L T L D L I R E R H S A E N T E D B T E T I E F E R R T A L Â Ã W O A E A D O T E A O I I O R R O A O A I I E L N R R E E H D D E T S E S N O A T N R A A A N U H S D H O T B E H E W I I R C A W O W E F I W M H A E R A W A D N A E E S E P G C M A O H E N E S I Y C H B A T O T R U I C R O O F A A N procure as palavras destacadas na página ao lado 9 MASCULINA AS PRINCIPAIS MUDANCAS SÃO: a u m e n t o d o v o l u m e d o s t e s t í c u l o s c r e s c i m e n t o d o p ê n i s p e l o s n a r e g i ã o p u b i a n a o d o r c o r p o r a l c r e s c i m e n t o a c e l e r a d o , c h a m a d o e s t i r ã o m u d a n ç a d a v o z a p a r e c i m e n t o d e e s p i n h a s a u m e n t o d e m a s s a m u s c u l a r a p a r e c i m e n t o d e p e l o s e m t o d o o c o r p o e f a c e p r i m e i r a e j a c u l a ç ã o blá blá PUBERDADE 10 E D U C A Ç Ã O S E X U A L MASCULINA A puberdade maculina em geral tem início entre os 9 e 14 anos de idade, e seu primeiro sinal é o aumento do volume dos testículos. palavras cruzadas Escreva no diagrama as palavras destacadas na página ao lado respeitando os cruzamentos. 11 sexualidade o que é? na adolescencia A s e x u a l i d a d e é algo que desenvolvemos desde o nascimento e faz parte da nossa vida em todos o momentos. Sexualidade é muito mais que sexo. Ela envolve desejos e práticas relacionadas à satisfação, à afetividade, ao p r a z e r , aos sentimentos e ao exercício da l i b e r d a d e . É ter prazer ao acordar e espreguiçar-se na cama. Abrir a janela e sentir o sol ou o vento sobre a pele. É abraçar, acariciar, beijar carinhosamente as outras pessoas. Com as mudanças da p u b e r d a d e , é natural que surja a c u r i o s i d a d e com o próprio corpo. No começo pode ter estranhamento, que costuma ser seguido por aceitação e até orgulho. Nessa fase voce pode se sentir a t r a í d o por outras pessoas e queira começar a se r e l a c i o n a r . Por isso é importante que r e s p e i t e seu próprio corpo, seus limites e conheça as medidas de proteção. Lembre-se! Cada um escolhe quando, como e com quem quer se relacionar. Ultrapassar os limites do outro é desrespeitoso e, além disso, um crime. ¹Brasil, 200912 ^ E D U C A Ç Ã O S E X U A L criptograma Cada símbolo corresponde a uma letra do alfabeto. Para letras iguais, símbolos iguais. Abaixo estão as palavras destacadas no texto. Ω @ £ ∞ ¥ ∞ E ¥ × £ ¥ ∞ µ Ω ¥ ∞ ¥ ∞ £ × Ω £ ∞ ¥ ∞ £ ¥ ± ¥ £ @ £ ∞ ¥ ∞ £ ¥ A ≥ £ 13 gravidez na uma h istória em quadrinhos. . . adolescencia 14 ^ E D U C A Ç Ã O S E X U A L adolescencia 15 16 E D U C A Ç Ã O S E X U A L 17 18 E D U C A Ç Ã O S E X U A L 19 20 E D U C A Ç Ã O S E X U A L 21 História em quadrinhos desenvolvida por esse grupo de pesquisa. Custódio, 2020. DOI : https : //doi .org/ 10.25148/reas.e5501 .2021 quando devo ir quando pode ocorrer A gravidez pode ocorrer desde antes da primeira menstruação da menina (menarca) e a partir da primeira ejaculação do menino. Por isso, é sempre importante usar métodos contraceptivos desde a primeira relação sexual. 22 a gravidez? E D U C A Ç Ã O S E X U A L quando devo ir e se eu ou minha As principais indicações para consulta de adolescentes ao ginecologista são: Início da atividade sexual Suspeita de IST Suspeita de gravidez Abuso Sexual Queixas genitais ou mamárias Exames preventivos após os 18 anos Se você desconfiar que de uma gravidez, procure a unidade de saúde ( postinho) e faça o teste de gravidez. Caso o resultado de positivo, procureconversar com seu parceiro e com sua família ou um adulto de sua confiança. Procure o serviço de saúde para iniciar o pré-natal. O apoio familiar, do parceiro, da escola são muito importantes nesse momento, principalmente para que se possa prosseguir com seu planejamento de vida. No caso de estudantes, a escola, pela Lei Federal nº 6202/75, tem deveres com a adolescente grávida e no período pós- parto, como a reposição de provas, justif icativas de faltas, etc. O SUS assegura o direito ao atendimento pré-natal, ao parto e pós-parto para garantir sua saúde e de seu bebê. 23 parceira engravidar? ao ginecologista? Brasil, 2009 Brasil, 2022 infeccões sexualmente transmissíveis o que são? como me prevenir? O uso de preservativo é o principal meio de prevenção e não deve ser esquecido nunca. Higiêne e observação do próprio corpo são cuidados necessários. Vacinar-se contra o Papilomavírus Humano (HPV) é a medida mais ef icaz de se prevenir contra essa infecção. A vacina é distribuida gratuitamente pelo SUS para meninos e meninas. Se você perceber algum dos sinais citados acima, procure rapidamente o serviço de saúde e avise sua parceira sexual. 24 Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são infecções transmitidas através das relações sexuais (orais, vaginais ou anais) sem uso de preservativo. São causadas por vírus, bactérias, fungos e parasitas. Podem manifestar-se por meio de fer i das , bolhas , verrugas e corr imento anormal , mas algumas vezes não apresentam sintomas. Mesmo sem sintomas, podem evoluir para complicações graves como: infertilidade, câncer, problemas neurológicos, diminuição de imunidade e até morte. Se tratadas adequadamente, é possível controlá-las ou curá-las. E D U C A Ç Ã O S E X U A L infeccões sexualmente transmissíveis No jogo abaixo você irá descobrir quais são as principais IST. Cada número corresponde a uma letra do alfabeto. Para letras iguais, números iguais. Cada linha corrsponde a uma IST. criptograma 1 1 2 6 2 4 2 6 1 8 1 8 1 1 3 6 1 9 1 3 1 6 1 3 2 1 3 1 9 4 1 1 8 5 1 1 9 1 1 1 2 4 1 3 2 1 6 2 4 5 1 4 P 1 0 2 6 3 1 3 8 1 3 6 i 4 1 3 1 4 2 1 1 8 1 3 1 0 2 6 3 2 6 1 3 6 1 9 1 r 25 métodos contraceptivos o que são? dupla protecão! São formas, objetos, medicamentos e cirurgias utilizadas para evitar a gravidez. Podem ser divididos em: Métodos hormonais: Inibem a ovulação através de hormônios. Anticoncepcionais orais: existem pílulas combinadas, minipílula e pílula de emergência; Injetáveis: aplicados uma vez por mês ou a cada 3 mêses; Anel: inserido no canal vaginal, permanece por 3 semanas; Adesivo: colado na pele, cada adesivo permanece uma semana. Métodos de barreira: Impedem o encontro do espermatozóide com o óvulo. Camisinha: é o único método que protege contra IST! Existe masculina e feminina; Diafragma inserido no colo uterino antes da relação sexual. LARC (contracepcão reversível de longa duracão): Implante contraceptivo: inserido sob a pele do braço da mulher; DIU de cobre: inserido dentro do útero, modifica o ambiente; DIU hormonal: inserido dentro do útero, libera progesterona. É a proteção tanto contra IST quando contra a gravidez! Deve-se utilizar ao mesmo tempo, camisinha (masculina ou feminina) e algum outro método contraceptivo. 26 E D U C A Ç Ã O S E X U A L voce sabia que... relacione O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece métodos contraceptivos de graça? Ligue cada imagem e explicação com o método contraceptivo correspondente. Estes são os métodos contraceptivos fornecidos pelo SUS. 1. LARC A. Camisinha B. Pílula de emergência C. Injetável D. Pílula combinada E. Minipílula F. DIU G. Diafragma 2. Apenas progesterona Uso diário 3. Método de barreira Protege contra IST 4. Utilizado após relação sexual 6. Pode ser mensal ou trimestral 7. Estrogênio + progesterona 5. Método de barreira feminino 27 direitos sexuais o que são? São Direitos Humanos já reconhecidos em leis nacionais e documentos internacionais. Direitos Sexuais Direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência, discriminações, imposições, medo, vergonha, culpa e falsas crenças, e com respeito pleno pelo corpo do (a) parceiro (a). Direito de viver a sexualidade independentemente de estado civil, idade ou condição física. Direito de escolher o (a) parceiro (a) sexual. Direito de escolher se quer ou nao quer ter relação sexual. Direito de expressar livremente sua orientacão sexual: heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade, entre outras. Direito de ter relação sexual iindependente da reprodução. Direito ao sexo seguro para prevencão da gravidez indesejada e de DST/HIV/AIDS. Direito a serviços de saúde que garantam privacidade, sigilo e atendimento de qualidade sem discriminação. Direito à informacão e à educação sexual e reprodutiva. 28 Brasil, 2013 E D U C A Ç Ã O S E X U A L sexuais direitos reprodutivos CACA PALAVRAS Direito de decidir, de forma livre e responsável, se querem ou não ter filhos, quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas. Direito à informações, meios, métodos e técnicas para ter ou não ter filhos. Direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre de discrminação, imposição e violência. P R O C U R E A S P A L A V R A S D E S TA C A D A S N O T E X T O . C E S E X U A L I D A D E Y O A O N I L Y T A A E R S D M T T S H T N R D N H E G S R I A A L R T S M X E A U E S C O L H E R I L I E P D S E Z H C W S G W U L E T O G O E D A C B R Ú L R Y O R S O O C N I L S R I E A E Y T E V Ç F D E D H O W S O W P D M O T M E R N U C A A S E S B E E R E U E P T S C D T U S T N I Z O E G Ç I I T S N O E P E G O R R E E O E O H S T L E U H S G D D S F U T P H I E P A H T O A O E B A Y T E S N D E T I H D A H N L R R I A E R D O H E H T O V T N R E T L E P R L C R D E K G D D I R I I E L D G E R N E T E O C Ã E E F E I R E D O T A T T I N D V I V N A A A A T E O R I M K R N L E O R I E N T A Ç Ã O I I D Ã R R F H L Q U E R T C K T B T F O E C C E S H N D T I S 29 seu corpo é seu! ligue os pontos Ligue os pontos em ordem numérica e descubra os locais do seu corpo que outras pessoas não podem tocar! 30 1. 1. 1. 1. 1. 1. .2 .2 .2 . 3 . 3 . 3 . 3 .2 .2 .2 Não! Atenção. E D U C A Ç Ã O S E X U A L labirinto Encontre o caminho que chega em cada lugar. Se alguém fez algo que você não gostou ou não se sentiu confortável, é importante contar para alguém que você conf ia! Por exemplo, sua mãe, pai ou responsável, um prof issional da UBS, professora ou algum adulto da escola. A B pai, mãe ou responsável UBS Escola C DE 31 T E S T Í C U L O S D R E P I N H A P Ê N I S V Z P E L O S E S T I R Ã O J A U L Ç Ã O M A S S A M U S C U L A R E P R T S M C M P O O A R T A L R M N B O M E S A R N DS E B A Â O A I A I R S A I C O A E A A S G I H U G R A N D E S L Á B I O S T U B A U T E R I N A V A G I N T E O C L Í O I S B E X I A U R E T R P E Q U N O S L A I S Â N U S O V Á R I O solucões 5 9 11 2513 7 h e r p e s g e n i t a l H P V g o n o r r é i a c l a m í d i a s í f i l i s t r i c o m o n i a s e H I V P u b e r d a d e a t r a í d o s e x u a l i d a d e r e s p e i t e c u r i o s i d a d e r e l a c i o n a r l i b e r d a d e p r a z e r Jogo criado com: https://www.geniol.com.br/ palavras/caca-palavras/criador/ Jogo criado com: https://www.educolorir.com/ crosswordgenerator.php 32 B E D I L V O G A R C SE L I S R S T A O L D A X C E S S A T E R L P E N I S R I F M G S E O R M A N E A T O U O A T U D E U C I DC I T T E S T I C U L O A P A E U D T I N A Jogo criado com: https://www.geniol.com.br/ palavras/caca-palavras/criador/ Jogo criado com: https://www.geniol.com.br/ palavras/caca-palavras/criador/ E D U C A Ç Ã O S E X U A L solucões 27 30 31 29 1 - F D I U 2 - E M i n i p í l u l a 3 - A C a m i s i n h a 4 - B P í l u l a d e e m e r g ê n c i a 5 - G d i a f r a g m a 6 - c i n j e t á v e l 7 - D P í l u l a C o m b i n a d a A C E 33 S E X U A L I D A D E I N S M E S C O L H E R I I P D H O Ú O C I Ç D E R S E T Ç S O F A A R R I O R D D I L Ã E F V I N O R I E N T A Ç Ã O Ã Q U E R 1. 1. 1. 1. 1. 1. .2 .2 .2 . 3 . 3 . 3 . 3 .2 .2 .2 informacões úteIs telefones referencias sites 100: Denúncia de violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes - Disque direitos humanos - SDH 1 36 : Ouvidoria geral SUS - Disque Saúde 1 80 : Atendimento Específ ico para Mulher - SPM 0800 1 1 1 6 1 6 : Disque Denúncias Trabalho Infantil SP 0800 722 6001 : Disque intoxicação - ANVISA 1 9 2 : SAMU/Ambulância 1 90 : Emergência e Polícia Militar 1 97 : Polícia Civil 1 93 : Bombeiros 1 3 2 : Viva Voz (informações sobre drogas) 1 8 8 : CVV (Centro de Valorização da Vida) www.adolescentes.org.br www.saude.gov.br www.juventude.gov.br Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Caderneta de Saúde da Adolescente. Brasília, 2009. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Caderneta de Saúde da Adolescente. Brasília, 2009. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Brasília, 2013. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (Inca). Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero. Rio de Janeiro, 2022. www.adolec.br www.aids.gov.br www.cvv.org.br ^ FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - FCMS-PUC/SP PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP Pesquisador: Título da Pesquisa: Instituição Proponente: Versão: CAAE: Avaliação de uma cartilha de educação sexual dirigida aos pais, professores e aos alunos do ensino básico. RAFAELLA DE ALMEIDA SOUSA Fundação São Paulo - Campus Sorocaba da PUC-SP Fac Ciencias Med e da 2 58542922.7.0000.5373 Área Temática: DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Número do Parecer: 5.503.478 DADOS DO PARECER Avaliação de uma cartilha de educação sexual dirigida aos pais, professores e aos alunos do ensino básico. Apresentação do Projeto: Objetivo Primário: Apresentar aos pais, aos professores e aos estudantes do ensino fundamental e ensino médio uma cartilha sobre educação sexual dirigida a crianças e adolescentes e colher suas impressões e sugestões sobre a publicação de forma a aperfeiçoá-la e adequá-la às necessidades da comunidade. Objetivo Secundário: 1. Identificar as possíveis reações dos pais, dos professores e estudantes à leitura da cartilha a ser apresentada. 2. Registrar, discutir e entender as razões para as sugestões dos pais, dos professores e dos estudantes em relação à cartilha oferecida para o manuseio. 3. Promover a interação familiar em torno do tema educação sexual, fornecendo inclusive um modelo facilitador da conversa e interação entre eles. Objetivo da Pesquisa: Financiamento PróprioPatrocinador Principal: 18.030-070 (15)3212-9896 E-mail: cepfcms@pucsp.br Endereço: Bairro: CEP: Telefone: Rua Joubert Wey, 290 - sala 506 - 5º andar do prédio da Faculdade Vergueiro UF: Município:SP SOROCABA Fax: (15)3212-9896 Página 01 de 03 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - FCMS-PUC/SP Continuação do Parecer: 5.503.478 4. Implementar as mudanças sugeridas para a cartilha sobre educação sexual dirigida às crianças e adolescentes. Os riscos são pequenos para os participantes, mas como se trata de uma cartilha de educação sexual poderá haver algum constrangimento entre os participantes. Os pesquisadores se comprometem a apresentar a cartilha de forma mais amigável possível para evitar algum constrangimento. Benefícios: A cartilha pretende facilitar a discussão sobre a educação sexual, evitando assim riscos de gravidez na adolescência, infecções sexualmente transmissíveis e os transtornos mentais relacionados a esses eventos. Avaliação dos Riscos e Benefícios: Relatado no primeiro parecer. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Corrigidos cronograma e questionarios. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Aprovado Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Acatar Considerações Finais a critério do CEP: Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados: Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação Informações Básicas do Projeto PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P ROJETO_1937801.pdf 21/06/2022 23:46:35 Aceito Declaração de concordância Carta_de_autorizacao_da_escola.pdf 21/06/2022 23:44:40 Fernando Antonio de Almeida Aceito Declaração de Pesquisadores Carta_de_encaminhamento_ao_CEP.pd f 21/06/2022 23:43:19 Fernando Antonio de Almeida Aceito TCLE / Termos de Assentimento / TALE_Avaliacao_da_Cartilha_de_Educa cao_Sexual_2022.pdf 21/06/2022 23:42:25 Fernando Antonio de Almeida Aceito 18.030-070 (15)3212-9896 E-mail: cepfcms@pucsp.br Endereço: Bairro: CEP: Telefone: Rua Joubert Wey, 290 - sala 506 - 5º andar do prédio da Faculdade Vergueiro UF: Município:SP SOROCABA Fax: (15)3212-9896 Página 02 de 03 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - FCMS-PUC/SP Continuação do Parecer: 5.503.478 SOROCABA, 01 de Julho de 2022 Dirce Setsuko Tacahashi (Coordenador(a)) Assinado por: Justificativa de Ausência TALE_Avaliacao_da_Cartilha_de_Educa cao_Sexual_2022.pdf 21/06/2022 23:42:25 Fernando Antonio de Almeida Aceito TCLE / Termos de Assentimento / Justificativa de Ausência TCLE_Avaliacao_da_Cartilha_de_Educa cao_Sexual_2022.pdf 21/06/2022 23:42:10 Fernando Antonio de Almeida Aceito Projeto Detalhado / Brochura Investigador Projeto_Mestrado_Avalicao_Cartilha_21 _06_22.pdf 21/06/2022 23:41:39 Fernando Antonio de Almeida Aceito Outros Curriculo_Lattes_Luisa_Hercowitz_Tagn in.pdf 06/05/2022 23:55:40 Fernando Antonio de Almeida Aceito Folha de Rosto Folha_de_Rosto_Avaliacao_Cartilha.pdf 27/04/2022 13:54:51 Fernando Antonio de Almeida Aceito Outros C_Lattes_Fernando_A_Almeida.pdf 27/04/2022 13:50:36 Fernando Antonio de Almeida Aceito Outros C_Lattes_Maria_Valeria_Pavan.pdf 27/04/2022 13:50:11 Fernando Antonio de Almeida Aceito Outros curriculo.pdf 27/04/2022 13:13:17 RAFAELLA DE ALMEIDA SOUSA Aceito Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não 18.030-070 (15)3212-9896 E-mail: cepfcms@pucsp.br Endereço: Bairro: CEP: Telefone: Rua Joubert Wey, 290 - sala 506 - 5º andar do prédio da Faculdade Vergueiro UF: Município:SP SOROCABA Fax: (15)3212-9896 Página 03 de 03 Dissertação_de_Mestrado_Rafaella_de_Almeida_Sousa_04-06-23_final[1].pdf Boneco_apostila_educação_sexual_2023_digital[1].pdf PB_PARECER_CONSUBSTANCIADO_CEP_5503478-APROVADO[1].pdf