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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
Nicoli Abrão Fasanella
Estratégias Acadêmicas para a Promoção da Saúde Mental 
dos Estudantes de Medicina
Mestrado em Educação nas profissões da saúde
Sorocaba
2022
 
Nicoli Abrão Fasanella 
 
 
 
 
Estratégias Acadêmicas para a Promoção da Saúde Mental dos Estudantes de 
Medicina 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à banca 
examinadora da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo, 
para defesa pública como exigência 
para obtenção do título de MESTRE 
do Programa de Pós-Graduação 
Educação nas Profissões da Saúde. 
Linha de Pesquisa: Educação em 
saúde, ambiente e qualidade de vida, 
sob a orientação do prof., dr. 
Fernando Antônio de Almeida e 
coorientação da Prof.ª Dr.ª Maria 
Valeria Pavan. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sorocaba 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
Prof.ª Dr.ª Paula Regina Peron 
Prof. Dr. Miguel Roberto Jorge 
Prof. Dr. Fernando Antônio de Almeida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À comunidade da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo 
pelo apoio permanente. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço ao meu orientador Fernando e à minha coorientadora Valéria 
por me incentivarem a buscar cada vez mais o meu desenvolvimento durante 
essa jornada acadêmica, tanto nos estudos quanto na carreira profissional. 
Agradeço muito pela ajuda, dedicação, orientação e amizade. Sou grata a todos 
os meus professores e colegas de turma do programa de mestrado, pois as 
nossas aulas trouxeram muita luz a algumas das semanas mais sombrias da 
pandemia de COVID-19. Agradeço muito ao apoio, paciência, ajuda e 
ensinamentos (especialmente os tecnológicos) do meu amor Felipe. Aos amigos 
e familiares, obrigada por suportarem as longas conversas sobre o tema e por 
vibrarem comigo durante essa conquista. Gabi, ter você próxima durante essa 
experiência foi um impulso de ânimo. Agradeço às alunas de graduação, agora 
colegas médicas, que investiram nesse tema e realizaram a pesquisa que deu 
origem ao meu mestrado. A todos vocês, muito obrigada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quem forma se forma e re-forma ao 
formar e quem é formado forma-se e 
forma ao ser formado.1 
RESUMO 
 
FASANELLA, NA. Estratégias Acadêmicas para a Promoção da Saúde 
Mental dos Estudantes de Medicina. 
 
Introdução: A saúde mental de um indivíduo diz respeito a toda a sua 
complexidade. Estudos apontam que um em cada cinco jovens apresenta 
sofrimento psíquico. As universidades podem utilizar diversas estratégias 
acadêmicas para contribuir com o bem-estar psíquico dos seus estudantes. 
Objetivos: Desenvolver e descrever estratégias acadêmicas curriculares de 
promoção de saúde mental para promover e proteger a saúde mental dos 
estudantes do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (FCMS da PUC-SP). Métodos: 
Trata-se de pesquisa exploratória associada a ações educativas, que utilizou 
análise detalhada da literatura e estudo prévio na instituição para identificar os 
principais motivos de sofrimento psíquico entre os estudantes do curso de 
medicina. Foram desenvolvidas diferentes intervenções de promoção de saúde 
mental, dentro da matriz curricular, com estudantes e professores nos anos de 
2020 e 2021. Resultados: Foram elaboradas diferentes estratégias educativas 
e materiais de educação em saúde mental, desenvolvidos vídeos e materiais de 
leitura disponíveis para acesso em ambiente virtual de aprendizado sobre os 
principais temas de saúde mental. Discussão: As ações propostas foram bem 
recebidas e divulgadas em parceria com a coordenação do curso, diretoria da 
FCMS da PUC-SP, professores e entidades estudantis. Promoveram o acesso 
facilitado a informações sobre a saúde mental e provocaram discussões entre 
todos os participantes da comunidade. Conclusões: O cuidado com a saúde 
mental está intimamente relacionado ao conhecimento e à educação em saúde 
e tem o potencial de estimular os debates sobre o tema e ampliar o acesso ao 
conhecimento das formas de cuidados. Estudos dessa natureza podem 
contribuir para promover a saúde mental e a formação de médicos com 
habilidades específicas visando o bem-estar de seus pacientes. 
 
Palavras-chave: educação em saúde; saúde do estudante; saúde mental; 
esgotamento do estudante; educação superior. 
ABSTRACT 
 
FASANELLA, NA. Academic Strategies for the Promotion of Mental Health 
in Medical Students. 
 
Introduction: 
Studies show that one in every five young people has psychological distress. 
Universities can use various academic strategies to contribute to their student's 
psychic well-being. Objectives: to develop and describe academic curricular 
strategies for mental health promotion to protect the mental health of medical 
students at the Faculty of Medical Sciences and Health at the Pontifical Catholic 
University of São Paulo (FCMS at PUC-SP). Methods: This is an exploratory 
research associated with educational activities, which used a detailed analysis of 
the literature and a previous study at the same institution designed to identify the 
main reasons for psychological distress among medical students. Different 
mental health promotion interventions were developed, within the curriculum, with 
students and teachers in the years 2020 and 2021. Results: Different mental 
health education materials were prepared, videos and educational reading 
materials were made available for access in a virtual learning environment 
platform on key mental health topics. Discussion: The proposed actions were 
well received and publicized in partnership with the course coordination, PUC-SP 
FCMS board, faculty as well as with the student entities. They promoted easy 
access to information on mental health and provoked discussions among all 
community participants. Conclusions: Mental health care is closely related to 
education and knowledge regarding health, it also has the potential to stimulate 
debates on the subject and expand access to knowledge regarding care variants. 
Studies of such nature can contribute to promoting mental health as well as 
training doctors with specific skill sets aimed at the well-being of their patients. 
 
Keywords: Health education; student health; mental health; student burnout; 
college education. 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 - Análise Bibliométrica da Prevalência de Transtornos Mentais ................... 44 
FIGURA 2 - Análise Bibliométrica das Estratégias de Promoção de Saúde Mental ..... 45 
 
LISTA DE QUADROS 
 
QUADRO 1 - Matriz horária do primeiro ano do curso de medicina da FMCS da PUC-
SP ............................................................................................................................................... 33 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABP Aprendizagem Baseada em Problemas 
APP Projeto de Assistência Psicológica 
APS Atenção Primária à Saúde 
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior 
COVID Coronavirus Desease 
CVV Centro de Valorização da Vida 
EUA Estados Unidos da América 
FCMS Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
GRAPEME Grupo de Apoio Psicopedagógico aos Estudante de 
Medicina e Enfermagem 
GT Grupo de Trabalho 
J-PUC Jornal da Pontifícia Universidade Católica 
OMS Organização Mundial da Saúde 
OPAS Organização Panamericana de Saúde 
PAC Programa de Acolhimento Comunitário 
PAS Prática de Atenção à Saúde 
PCP Primeiros Cuidados Psicológicos 
PPC Projeto Pedagógico Curricular 
PROCRC Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias 
PUCSP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
SNC Sistema Nervoso Central 
SUS Sistema Único de Saúde 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................16 
1.1 Saúde mental, universidade e estudante de medicina ............................ 16 
1.2 Epidemiologia dos transtornos mentais comuns ..................................... 17 
1.3 Saúde mental e a pandemia de COVID-19 ............................................. 20 
1.4 Barreiras ao cuidado em saúde metal ..................................................... 21 
1.5 Estratégias de cuidado à saúde mental dos estudantes ......................... 23 
1.6 Serviços de atendimento ao estudante de medicina no Brasil e no mundo
 ...................................................................................................................... 25 
1.7 Realidade local: dados do estudo na FCMS da PUC-SP ........................ 27 
1.8 Estudos orientados (mentoria) ................................................................ 29 
1.9 Justificativa da pesquisa ......................................................................... 30 
2. OBJETIVOS ............................................................................................... 31 
2.1 Objetivo geral .......................................................................................... 31 
2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 31 
3. PARTICIPANTES E MÉTODOS ................................................................ 32 
3.1 Natureza do trabalho ............................................................................... 32 
3.2 Características da população envolvida .................................................. 32 
3.3 Um resumo da estrutura curricular e do projeto pedagógico do curso de 
medicina da FCMS da PUC-SP .................................................................... 32 
3.4 Ações educativas de promoção de saúde mental ................................... 34 
3.4.1 Casos clínicos ................................................................................... 34 
3.4.2 Capacitação docente com foco nos mentores .................................. 34 
3.4.3 Aulas sobre o tema saúde mental..................................................... 34 
3.4.4 Divulgação das formas de acolhimento disponíveis na PUC-SP ...... 35 
3.4.5 Cultura e saúde mental ..................................................................... 35 
3.4.6 Materiais informativos ....................................................................... 35 
3.5 Revisão bibliográfica e análise bibliométrica ........................................... 35 
3.6 Aspectos éticos ....................................................................................... 36 
4. RESULTADOS .......................................................................................... 37 
4.1 AÇÕES EDUCATIVAS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL ............. 37 
4.1.1 Casos Clínicos .................................................................................. 37 
4.1.2 Mentoria ............................................................................................ 38 
4.1.3 Aulas ................................................................................................. 39 
4.1.4 Divulgação de formas de acolhimento disponíveis na PUC-SP ........ 40 
4.1.5 Cultura e Saúde Mental ................................................................ 40 
4.1.6 Material Informativo ...................................................................... 41 
4.2 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA .................................................................... 43 
5. DISCUSSÃO .............................................................................................. 46 
6. CONCLUSÃO ............................................................................................ 48 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 49 
ANEXO 1 Parecer consubstanciado do CEP ................................................ 58 
APÊNDICES ..................................................................................................... 64 
APÊNDICE 1 Caso clínico e material complementar para atividade de 
Habilidades. .................................................................................................. 64 
APÊNDICE 2 Caso clínico (problema) de Tutoria ...................................... 69 
APÊNDICE 3 Atividade com mentores e com alunos ................................ 78 
APENDICE 4 Aulas Sustentação teórica ................................................ 86 
APÊNDICE 5 Primeiros Cuidados Psicológicos ......................................... 95 
APÊNDICE 6 Protocolo PUC-SP ............................................................... 99 
APÊNDICE 7 Cultura e saúde mental: Cinedebate ................................. 106 
APÊNDICE 8 Material de apoio: Precisamos falar sobre saúde mental .. 112 
APÊNDICE 9 Material de apoio: Higiene do sono ................................... 121 
APÊNDICE 10 Material de apoio: A.C.A.L.M.E.-S.E. ............................... 124 
 
16 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 Saúde mental, universidade e estudante de medicina 
 
A saúde mental de um indivíduo diz respeito a toda a sua complexidade, uma 
associação dos fatores biológicos, psicológicos, culturais e sociais que, em conjunto, 
contribuem para o bem estar emocional.2 De acordo com a definição posta pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS), a boa saúde mental é -
estar no qual o indivíduo realiza suas próprias habilidades, pode lidar com o estresse 
normal da vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera e é capaz de contribuir 
para sua comunidade. 3 
Quando os fatores que compõe o indivíduo não estão em harmonia, sem 
corresponder às demandas daquele indivíduo em determinados momentos de sua 
vida, pode ocorrer um impacto no seu comportamento e desempenho em diversos 
aspectos do seu cotidiano, como, por exemplo, a vivência acadêmica.4 
A ausência de doença mental embora se relacione com a saúde mental, não é 
suficiente para a sua determinação. Ter uma boa saúde mental varia de acordo com 
a cultura, a idade, o ambiente em que o indivíduo está inserido, valores sociais e o 
seu momento de vida. Pode ser entendida como um estado de bem-estar que mantém 
o indivíduo funcional em todos os aspectos da sua vida, e permite que ele seja capaz 
de lidar com os estresses do cotidiano.5 
O desenvolvimento psíquico que os jovens adultos experimentam é grande, 
mas, para além do processo biológico envolvido aí, o contexto social pode sofrer 
grandes transformações, como, por exemplo, a necessidade de mudar de cidade, 
morar sozinho, novas expectativas e responsabilidades, preocupação com o 
desempenho acadêmico, o auto cuidado e a independência.6 
A saúde mental do universitário, independente do seu curso, é foco de alguns 
estudos. Identifica-se que a vida acadêmica pode ser um fator de risco e propiciar o 
desenvolvimento de sofrimento psíquico. Um estudo da Organização Mundial da 
Saúde (OMS) mostrou que um quinto dos estudantes universitários apresenta algum 
diagnóstico psiquiátrico e que, cerca de 80% destes jovens receberam os diagnósticos 
antes de se matricular na universidade, sendo que apenas 16% deles receberam 
algum tratamento.7 
17 
A vida universitária pode ser um fator estressor em diferentes áreas de estudos, 
como humanidades, engenharias e a própria medicina. Um estudo no Reino Unido, 
comparando estudantes universitários de diferentes áreas, estimou a prevalência de 
problemas de saúde mental e identificou que os estudantes de medicina foram os mais 
propensos a tentar o suicídio.8 
O investimento emocional e social que o estudante precisa fazer ao ingressar 
em um curso de medicina é alto. Com frequência, fatores como a duração do curso, o 
gasto financeiro, as dificuldades nos estudos, a complexidade e o volume das 
disciplinas e a solidão são reportados como fatores estressores, que repercutem 
negativamente na saúde mental.9 
Pela própria natureza da formação e do futuro profissional,os estudantes de 
medicina são mais cobrados em relação ao comprometimento, responsabilidade e 
desempenho nas tarefas acadêmicas.10 Habitualmente são envolvidos em longas 
horas de estudos, expostos a ambientes competitivos, distantes do ambiente ideal 
para aprendizagem e frequentemente privados de sono.11 Esses fatores, quando 
associados, podem levar a níveis elevados de estresse que influenciam 
negativamente a saúde física e mental.10,11 
 O cuidado em saúde mental é constituído de prevenção do adoecimento, do 
tratamento precoce, e do estímulo a manutenção de hábitos de vida saudáveis.5 Entre 
os estudantes de medicina, além da própria vida universitária como fator de risco a 
boa saúde mental, existem outros componentes que favorecem o adoecimento, como 
o abuso de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas12 e a manutenção de hábitos de 
sono pouco saudáveis.13 
Uma possível repercussão da falta de saúde mental é a exaustão emocional 
que pode atingir até metade dos estudantes de medicina em algum momento da sua 
formação, e é caracterizada também por um estado de despersonalização, 
caracterizada por insensibilidade emocional e falta de realização pessoal, que 
compromete o seu desenvolvimento pessoal e profissional, enquanto futuros 
profissionais da saúde.14 
 
1.2 Epidemiologia dos transtornos mentais comuns 
 
Os transtorno mentais comuns englobam os diferentes tipos de transtornos 
depressivos e ansiosos e são assim chamados, pois representam a maioria dos 
18 
diagnósticos de transtornos mentais entre a população mundial.15 O transtorno 
depressivo é caracterizado por estado de humor deprimido a maior parte do dia, quase 
todos os dias, com sensação de tristeza, angústia, perda de interesse pelas atividades 
antes prazerosas, alteração do sono e do apetite. Os transtornos de ansiedade 
possuem o medo e a ansiedade como sintomas chave, com preocupação 
antecipatória, insegurança e pensamentos catastróficos presentes a maior parte do 
dia, quase todos os dias, de forma persistente e progressiva. Ambos causam 
comprometimentos das funções do sujeito em mais de um aspecto da vida.16 
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevalência 
mundial de depressão na população entre 20 e 29 anos aproxima-se a 6% em 
mulheres, e 4% em homens.17 A ansiedade é o segundo transtorno mental mais 
comum e sua prevalência para a mesma faixa etária está em torno de 5% e 3% em 
mulheres e homens, respectivamente. No Brasil estima-se que 5,8% da população é 
acometida por depressão e 9,3% apresentam quadro de ansiedade.17 
A diferença entre a prevalência de ansiedade e depressão entre homens e 
mulheres começa a se intensificar na adolescência e possui relação com fatores 
epigenético, hormonais e ambientais, pois pessoas do sexo feminino são mais 
expostas a adversidades ao longo da vida, como abuso sexual, desigualdade 
estrutural entre sexos, violência doméstica e sobrecarga de trabalho, que 
proporcionam maior suscetibilidade para o sexo feminino.18,19 
Entre os estudantes de medicina, a prevalência global de ansiedade é de 
33,8%.10 No Brasil, os sintomas de depressão, ansiedade ou estresse podem estar 
presentes em 30 a 47% dos estudantes de medicina.20,21 Tais sintomas podem causar 
prejuízo à vida dos estudantes e de seus futuros pacientes, podem ser debilitantes e 
levar à piora do desempenho acadêmico e social.22 24 
Comparada à população geral, a prevalência de transtornos ansiosos e 
depressivos nos estudantes de medicina é, respectivamente, cinco e dez vezes 
maior.17,20 Estima-se que um em cada três estudantes de medicina no mundo tem 
algum transtorno de ansiedade.10 
Outro fator de risco para a saúde mental dos estudantes é o abuso de 
substâncias psicoativas, como as drogas ilícitas. Um estudo realizado entre os 
estudantes de medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (FCMS da PUC-SP) identificou que a aprovação 
sobre a experimentação de álcool, maconha, tranquilizantes e cigarro foi de 93%, 
19 
68,3%, 61% e 50,6%, respectivamente.25 Enquanto a desaprovação maior foi 
referente a experimentação de cocaína, crack e ecstasy, com 92,9%, 97,5% e 69%, 
respectivamente. As substâncias psicoativas mais utilizadas entre eles foram álcool, 
maconha e cigarro. O estudo conclui ainda que o número de alunos que experimentou 
álcool e tabaco supera o número dos que aprovam a experimentação dessas 
substâncias, além disso, a maioria dos alunos participantes aprova o uso da 
maconha.25 
Aproximadamente um terço dos estudantes de medicina no mundo faz uso de 
alguma droga ilícita, sendo a maioria composta por pessoas do sexo masculino e a 
maconha, a mais utilizada.26 No Brasil os dados são muito semelhantes, sendo o 
álcool e o tabaco as drogas lícitas mais utilizadas e, entre as drogas ilícitas, maconha 
e solventes foram os mais utilizados. Outro ponto de encontro entre a literatura 
mundial, nacional e a realidade da instituição deste estudo, foi o uso sem prescrição 
de psicofármacos, como ansiolíticos do tipo benzodiazepínicos.27 
A preocupação com a saúde mental dos estudantes universitários tem crescido 
nos últimos anos, com aumento de publicações sobre o assunto em todo o mundo. 
Segundo um estudo realizado com terapeutas de universidades dos EUA e do Reino 
Unido, a busca por ajuda tem crescido.9 Tais estudos apontam que um em cada cinco 
jovens dessas universidades, apresenta algum grau de sofrimento psíquico e 
preenche critérios diagnósticos para ao menos um transtorno mental.9,28 
No Canadá, um estudo com jovens estudantes de medicina observou que 26% 
deles já receberam o diagnóstico de algum transtorno mental, com maior prevalência 
relatada de transtornos ansiosos; 36% dos estudantes recebiam algum tipo de 
tratamento para a sua saúde mental no momento da pesquisa e mais de 80% deles, 
com ou sem diagnóstico psiquiátrico, relacionou os estudos e a alta demanda 
acadêmica, como pressão e competitividade, como fonte de estresse.29 
Na China, um estudo com estudantes de medicina concluiu que as taxas de 
prevalência de depressão e ansiedade era de 29% e 21%, respectivamente, indicando 
novamente índices altos, maiores que da população geral.30 E quando analisamos 
estudos realizados na Europa, mais de 70% dos universitários de um curso de 
medicina na Itália faziam uso de psicofármacos, medicamentos utilizados para 
tratamento de transtornos mentais e foi também evidenciada grande busca por 
medicamentos estimulantes do sistema nervoso central (SNC), para melhora do 
desempenho acadêmico.31 
20 
A autopercepção da necessidade de receber cuidado em saúde mental entre 
os estudantes de medicina é de 56%. É possível projetar a hipótese de que metade 
dos estudantes apresenta algum sofrimento psíquico. No entanto, ao menos um terço 
deles não inicia qualquer tipo de tratamento. Apesar da autopercepção da 
necessidade de buscar ajuda, apenas aqueles que recebem orientação direta para tal 
é que tem mais chance de se tratar, mostrando uma baixa procura espontânea ao 
cuidado de saúde mental.32 
 
1.3 Saúde mental e a pandemia de COVID-19 
 
Com início em fevereiro de 2020 no Brasil, a pandemia de COVID-19 impôs 
muitas mudanças na forma de viver, na interação social, nos estudos e na saúde 
mental da população.33 Com a evolução de uma doença grave e ameaçadora de vida 
como a causada pelo novo coronavírus, houve necessidade de adaptação dos 
estudos para a forma online, interrompendo atividades práticas e presenciais, e 
repercutindo na vida acadêmicas dos universitários.34 
O comprometimento da saúde mental foi observado por todo o mundo, com 
aumento dos níveis de estresse, piora dos quadros pré-existentes de depressão e 
ansiedade, aumento no número de novos diagnósticos, houve intensificação da 
vivência do luto, e prejuízo na qualidade de vida.35 
Embora a doença causada pelo novo coronavírus não é o único fator para o 
risco de suicídio, o isolamento social e o sofrimento psíquicocausados por ela podem 
aumentar o risco.36 A ideação suicida é um sintoma grave que pode surgir em alguns 
transtornos mentais. É potencialmente evitável e representa uma emergência, pois o 
indivíduo com intenso sofrimento mental e ideação suicida pode mesmo cometer algo 
contra si. Há uma tendência crescente em estratégias para prevenção do suicídio, 
inclusive no meio médico e acadêmico.37,38 
Entre os estudantes de medicina não foi diferente e eles experimentaram 
também a deterioração da sua saúde mental.39,40 O ensino remoto trouxe consigo 
alguns riscos, como piora da participação em aulas e do cinismo, ou seja, a indiferença 
ou o descaso com as atividades, muitas vezes relacionado ao estresse crônico, 
comprometendo o desenvolvimento acadêmico. Por outro lado, através do ensino por 
meio de ambientes virtuais foi possível diversificar as formas de disseminação de 
conteúdos e ampliar os conhecimentos sobre o tema saúde mental.41 
21 
 Após o início da pandemia o sofrimento psíquico foi maior do que costumava 
ser, com aumento da prevalência de transtornos mentais comuns, como ansiedade e 
depressão, particularmente em pessoas de 18 a 34 anos, mulheres e pessoas que 
vivem com crianças pequenas em suas casas. Medidas para reduzir os impactos da 
pandemia devem ser tomadas para todas as populações, mas aquelas mais 
vulneráveis precisam de maior atenção.42 
 O ensino remoto passou a ser uma alternativa para muitas escolas e 
instituições de ensino superior. Na PUC-SP foi elaborado um protocolo de mudança 
do ensino tradicional presencial para o ensino remoto emergencial rapidamente, 
utilizando um ambiente de aprendizagem virtual para realizar encontros durante a 
semana, com aulas sendo realizadas nos mesmos dias e horários e com os 
professores responsáveis por cada atividade, ou seja, aulas online de forma síncrona. 
Para aqueles que não possuíam condições de ter equipamento ou internet que 
suportassem tais encontros, a instituição realizou um levantamento e forneceu a esses 
estudantes os equipamentos necessários e acesso à internet para acompanhamento 
das aulas.43,44 
 No curso de medicina, a mudança para o ensino remoto trouxe um prejuízo 
específico que foi a falta de contato com os pacientes nos cenários de ensino, que na 
PUC-SP acontece desde o primeiro ano. A falta dessa experiência trouxe para os 
estudantes uma grande insegurança sobre a sua formação médica, além de uma 
dificuldade de adaptação. Houve também o desafio de transformar um currículo que 
utiliza metodologias ativas de aprendizagem para o ensino remoto.34 
 
1.4 Barreiras ao cuidado em saúde metal 
 
Os obstáculos mais comuns ao atendimento especializado para cuidado de 
saúde mental entre os estudantes parecem ser a falta de tempo, por carga horária 
acadêmica muito alta, dificuldade de acesso aos serviços e estigma, representado 
pelo medo de sofrer preconceitos, incluindo o próprio preconceito. A falta de cuidado 
e a demora na busca por ajuda pode colocar os estudantes em risco de sério 
adoecimento, de ideação suicida, de evasão estudantil e complicações do transtorno 
para aqueles que já têm um diagnóstico.32 
O estigma em saúde mental pode ser entendido como marca, presença de 
rótulos, banalização do sofrimento e segregação daqueles que sofrem de algum 
22 
transtorno mental. É uma forma de discriminação e preconceito extremamente danoso 
para a saúde mental de pessoas que já estão em sofrimento. O estigma é descrito 
como a maior barreira para o tratamento e a recuperação do sujeito e deve ser 
combatido em todas as suas manifestações. O estigma tem diferentes origens, 
familiares, sociais e culturais. Desdobra-se por falta de conhecimento, compreensão 
ou informação sobre os transtornos mentais e suas manifestações e, por isso, deve 
ser combatido com educação.45,46 
O impacto das diferentes formas de percepção da vivência acadêmica 
repercute também na autoeficácia e capacidade de gerenciar essa fase da vida. 
Quando tais impactos se tornam negativos, observa-se dificuldade de concentração, 
medo, insegurança, baixo rendimento acadêmico e até desistência e abandono do 
curso.47 
A vivência acadêmica pode ser uma barreira ao tratamento assim como um 
fator de risco para o adoecimento mental. Quando ocorre uma percepção negativa 
dessa fase da vida, podem surgir inseguranças sobre a escolha do curso e suas 
habilidades pessoais para a escolha da carreira. Neste cenário de percepção 
negativa, há também a deterioração da qualidade de vida ao longo do curso de 
medicina, com picos de maior sofrimento no final da graduação.48 
A desigualdade racial e econômica tem impacto negativo na saúde mental dos 
jovens, seja na probabilidade menor em receber um tratamento adequado, ou na 
eficácia do tratamento quando ele existir.49 O racismo é um grande obstáculo para 
uma boa saúde mental e também um risco para a formação médica inadequada para 
aqueles que o sofrem suas consequências, facilitando a marginalização das minorias 
raciais na prática médica.50 
A falta de psicoeducação, ou seja, educação em saúde mental compromete a 
capacidade de usar informações de saúde para reconhecer, gerenciar e prevenir 
transtornos de saúde mental e tomar decisões adequadas sobre busca de ajuda e 
apoio profissional, sendo considerada uma barreira ao cuidado em saúde mental, pois 
induz a um fraco reconhecimento das condições adversas da saúde mental (própria e 
de outros) e a falta de consciência das fontes de ajuda disponíveis.51 
Existem ainda barreiras relacionadas ao próprio atendimento e disponibilidade 
de profissionais especializados, além de outros fatores estruturais como custo, 
transporte e tempo de espera.51 Considerando a estrutura organizacional do sistema 
de atenção primária e especializada em saúde mental do Sistema Único de Saúde 
23 
(SUS), e considerando que no município de Sorocaba estes serviços são campo de 
estágio dos alunos do curso de medicina, na instituição de ensino do presente estudo 
há ainda a barreira de acesso ao atendimento gratuito do SUS pois os estudantes não 
poderiam ser atendidos por outros estudantes da mesma instituição. 
 
1.5 Estratégias de cuidado à saúde mental dos estudantes 
 
Embora o número de estudos sobre a saúde mental dos estudantes de 
medicina venha crescendo, já é de conhecimento mundial que esse grupo está em 
maior risco de sofrimento mental e adoece de forma crescente a cada ano que passa 
na sua graduação e os estudos sobre formas de cuidado destes estudantes e 
estratégias de promoção e proteção da sua saúde mental ainda são escassos.8 
Terapias medicamentosas ou comportamentais são importantes ferramentas 
no tratamento dos transtornos mentais, mas por vezes são insuficientes para resolver 
todos os sintomas, ou então são buscadas tardiamente, quando o sofrimento já está 
insuportável. Diminuir barreiras entre o estudante e o tratamento, reduzir estigma, 
incentivar a melhora da qualidade de sono e da qualidade de vida são estratégias que 
podem proteger a saúde mental de um indivíduo.28,52 
Um dos desafios para promover a saúde mental dos jovens universitários é 
diminuir o estigma. Construído socialmente como uma característica de vergonha ou 
desgraça, o estigma coloca esses universitários em maior desvantagem e, portanto, 
vulnerabilidade. Com medo das repercussões sociais que podem sofrer, acabam 
atrasando ou evitando a busca pela ajuda.53 
O sono tem relação direta com o desenvolvimento da saúde física e mental, 
sendo capaz de auxiliar na concentração, atenção, aprendizado, entre outros.28 A 
avaliação da qualidade do sono é complexa e envolve, entre outros fatores, a análise 
da quantidade de horas dormidas, cuja recomendação para jovens adultos é de 7 a 9 
horas por noite.54 
Outro fator importante para a promoção da saúde mental dos estudantes é a 
promoção de qualidade de vida. Ambientes com mais interação com a natureza, com 
espaços de convivência, oportunidades de atividades de lazer ou terapias alternativas 
de relaxamentosão fatores de proteção e ajudam a promover o bem estar psíquico.55 
Não existe consenso sobre quais ferramentas devem ser utilizadas para 
garantir a saúde mental, mas algumas são mais frequentemente inseridas nas 
24 
universidades e apresentam resultados positivos, como por exemplo a recomendação 
de atividade física regular, sono reparador de boa qualidade, atividades de lazer e 
convívio social e espiritualidade. Outras estratégias que podem contribuir com a 
elevação da autoestima, desenvolvimento de habilidades de vida diária, da confiança 
e autoeficácia podem também proteger a saúde mental.28 
A utilização de estratégias acadêmicas para promoção de saúde mental pode 
incluir o fornecimento de informações, estudos sobre os temas desde o início do curso, 
incentivo ao diálogo e espaço de conversa seguro sobre as maiores dificuldades 
vividas e orientação sobre onde e quais ajudas buscar. Os docentes podem contribuir 
muito nesse processo, portanto sua capacitação também pode estar implicada.56 
Para diminuir a vulnerabilidade dos graduandos é necessário adotar 
ferramentas para a detecção precoce de sintomas de transtornos mentais e ações 
acadêmicas de promoção da saúde mental.57 Além dos fatores individuais e 
socioculturais envolvidos no processo de saúde, alguns aspectos da vida universitária 
podem constituir fatores de risco ou proteção para a saúde dessa população e devem 
ser conhecidos.48 Uma estratégia utilizada para reduzir o estigma, e assim aumentar 
a busca por ajuda, é a educação em saúde, ou seja, disseminação de informações, 
propagação de conhecimento e ampliação das discussões sobre o tema.58 
Diferentes formas de ampliar o conhecimento dos estudantes sobre saúde 
mental, tratamento, acesso à saúde e formas de cuidado contribuem positivamente 
para a saúde mental dos estudantes podendo representar declínio no sofrimento 
psicológico, no esgotamento acadêmico e aumento nos níveis de satisfação com a 
vida.59 
A educação em saúde mental ajuda a estimular a maturidade emocional, 
ampliar a resiliência dos envolvidos, além de incentivar a busca por ajuda e as formas 
de autocuidado necessárias para promover a saúde mental. Diversos estudos 
apontam para o benefício de ampliar a educação para alunos e docentes, favorecendo 
aumento do reconhecimento dos transtornos mentais, da eficácia na busca por ajuda 
e na manutenção do bem estar.59 63 
Um estudo finlandês utilizou intervenções digitais para educação em saúde e 
avaliou como isso pode aumentar o bem-estar dos estudantes de medicina.64 As 
ações utilizadas incluíam palestras e material de autoaprendizagem online, cujo 
conteúdo principal era a vida acadêmica e habilidades adquiridas nesse contexto, 
gerenciamento de estresse, saúde mental positiva, problemas e distúrbios de saúde 
25 
mental. Os níveis de estresse dos alunos reduziram e suas atitudes em relação à 
procura de ajuda melhoraram após a intervenção a curto prazo.64 
Os enfrentamentos cognitivo, emocional e comportamental são essenciais para 
o bem-estar mental. Conhecer as principais formas de lidar, intensificá-las e incentivá-
las contribuem para a saúde mental dos estudantes de medicina. Embora as 
pesquisas ainda sejam limitadas sobre esse tema, foram identificados os seguintes 
fatores que influenciam o enfrentamento: busca de apoio, enfrentamento ativo, 
aceitação, fé/religião e esportes.65 Desta maneira, as próprias instituições de ensino 
passam a ter função importante de ensinar seus estudantes a lidar com o sofrimento.65 
Outra possibilidade de ampliar o cuidado em saúde mental, é a aplicação do 
Primeiro Cuidado Psicológico (PCP) elaborado pela Organização Mundial da Saúde e 
traduzido para o português pela Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil 
(OPAS), com apoio do Ministério da Saúde. Constitui-se uma ferramenta para oferecer 
assistência direta a indivíduos e comunidades em situações de crise, por pessoas 
leigas ou não, com o objetivo de reduzir o estresse causado, auxiliando indivíduos e 
comunidades respeitando sua cultura, sua dignidade e sua história.66 
Os PCPs podem ser prestados por pessoas sem qualquer formação na área 
de saúde mental. As situações que exigem que este tipo de cuidado seja prestado 
variam desde guerras, desastres naturais, ou pandemias, como a de Covid-19. 
Conhecer os PCPs e treinar essa habilidade pode ter efeitos benéficos na formação 
médica, na atitude e comportamento dos estudantes, contribuindo para a sua 
confiança no suporte a pessoas com problemas de saúde mental.66 68 
 
1.6 Serviços de atendimento ao estudante de medicina no Brasil e no mundo 
 
Algumas instituições de ensino superior têm desenvolvido serviços 
especializados de atendimento em saúde mental para os estudantes de medicina, 
movimento que acontece no Brasil e no mundo, como é o caso da Escola de Medicina 
Clínica da Universidade de Cambridge, da Universidade Estadual de Campinas 
(Unicamp), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), entre 
outras.69 72 
No caso da escola de Cambridge foi criado o Serviço de Saúde Mental para 
Estudantes Clínicos para fornecer informações especializadas para esse grupo 
vulnerável. Em estudo da avaliação da eficiência e eficácia deste serviço foi 
26 
identificado que os níveis de angústia, depressão, ansiedade e risco de suicídio foram 
significantemente reduzidos após a criação do serviço. O funcionamento dos 
participantes melhorou significantemente, eles se beneficiaram de informações 
oportunas, mostrando melhorias no bem-estar mental e no desempenho acadêmico.71 
Já o serviço da Unicamp, o Grupo de Apoio Psicopedagógico aos Estudante de 
Medicina e Enfermagem (GRAPEME) surgiu na década de 1990, e atualmente atende 
estudantes de graduação de medicina e fonoaudiologia, além dos residentes médicos 
e multiprofissionais que buscam atendimento na área de saúde mental. Além dos 
atendimentos psiquiátricos e da psicoterapia breve, o serviço também atua em 
conjunto com algumas disciplinas do curso com o objetivo de promover e proteger a 
saúde mental do estudante de medicina. A busca por atendimento foi crescente: no 
ano de 2015 o serviço recebeu 62 novos estudantes ou residentes, enquanto no ano 
de 2018 (último dado publicado) foram 174.69 
O grupo de assistência psicológica ao aluno da FMUSP foi desenvolvido em 
1986 e possui duas principais vertentes: atendimento em psiquiatria clínica e 
psicoterapia. O serviço encontra alguns desafios, como a dificuldade em encontrar 
equilíbrio entre as atividades assistenciais, científicas e institucionais. Um dos focos 
da sua criação era reduzir a taxa de suicídio entre os estudantes de medicina, que no 
ano de sua criação era cinco vezes maior do que a taxa do município, e alguns anos 
após sua criação, o serviço conseguiu equiparar as taxas, mostrando redução do 
número de suicídios entre os estudantes de medicina.72 
É possível observar que a maioria das escolas médicas brasileiras que 
possuem um serviço de atendimento psicológico é pública e temos pouca produção 
científica dentre as particulares.70 A PUC Minas possui o Projeto de Assistência 
Psicológica (APP), desenvolvido em 2002 com o objetivo de desenvolver atendimento 
psicológico entre os estudantes que apresentava algum tipo de sofrimento mental. 
Além disso, sua criação veio ao encontro às exigências de políticas de atendimento 
aos estudantes. O serviço conta com três estagiários bolsistas e um monitor voluntário 
do curso de psicologia, sob orientação de um professor e os atendimentos consistem 
em acolhimento que dura entre quatro e seis semanas.73 Questiona-se, neste serviço, 
se é papel da universidade prover um serviço de atendimento especializado 
permanente, o que poderia dificultar a responsabilização subjetiva do estudante frente 
a suas questões.73 
27 
O corpo docente das universidades, independente do curso, desempenha um 
papel importante no cuidado da sua comunidade e precisa estar bem-posicionado 
para conectar os alunos comos cuidados de saúde mental. Um estudo australiano 
avaliou como o nível de conhecimento dos funcionários e professores pode influenciar 
a orientação sobre cuidados e busca por ajuda em saúde mental.74 Os professores 
com níveis mais altos de conhecimento em depressão eram mais propensos a se 
sentir suficientemente informados para ajudar os alunos com problemas de saúde 
mental, representando maior cuidado e proteção aos seus estudantes.74 
Existem alguns modelos inovadores de estratégias para proteção da saúde 
mental dos estudantes, como o desenvolvimento de disciplinas não relacionadas com 
a área médica, como as aulas de artes.75 Um estudo realizado na King's College de 
Londres avaliou o impacto das aulas de artes na saúde mental.76 Foi possível 
identificar que os alunos puderam projetar suas próprias peças de arte e discutir 
questões de saúde mental de forma aberta e criativa e relataram sensação de bem-
estar.76 
Outra técnica que vem sendo utilizada como estratégia de cuidado de saúde 
mental é o mindfulness, técnica de meditação guiada que busca a atenção plena no 
presente.77 Os efeitos parecem positivos para docentes e discentes, com redução dos 
pensamentos ansiosos e distrativos e redução dos sintomas depressivos e 
relacionados ao estresse.77,78 
Novos estudos são necessários para completar o que nos falta de 
conhecimento sobre quais as estratégias mais adequadas e eficazes nesse cuidado 
e contribuir para o desenvolvimento de programas direcionados para melhorar a 
saúde mental e o bem estar de estudantes de medicina, contribuindo para a formação 
de médicos mais saudáveis e com maior probabilidade de promover o bem-estar de 
seus pacientes.79 
 
1.7 Realidade local: dados do estudo na Faculdade de Ciências Médicas e da 
Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
 
No contexto da FCMS da PUC SP, realizamos em 2019 um estudo para o qual 
foram convidados todos os estudantes do curso de medicina e avaliamos a saúde 
mental por meio do autorrelato de diagnósticos psiquiátricos, do uso de psicofármacos 
e dos fatores associados a esse uso. O estudo foi utilizado como base para a 
28 
elaboração personalizada das estratégias desta pesquisa de acordo com a saúde 
mental dos estudantes desta instituição. A seguir são apresentados os resultados que 
já foram publicados, considerando que ainda existem dados qualitativos sendo 
trabalhados para futura publicação e que também foram utilizados para esta 
pesquisa.80 
 Participaram da pesquisa 263 estudantes, o que corresponde a 41,7% dos 
estudantes do curso de medicina. Os estudantes participantes eram do primeiro ao 
sexto ano do curso e estavam igualmente distribuídos entre os anos. Entre os 
participantes, 66,5% eram do sexo feminino e a idade média foi de 22,9 anos. Em 
relação à orientação sexual, 83,7% se declararam heterossexuais, 7,6% 
homossexuais e 7,2% bissexuais. Em relação a cidade de origem, 91,3% dos 
participantes são provenientes de outros municípios, 35% possuem alguma bolsa de 
estudos ou financiamento estudantil e 75,7% possuem plano de saúde.80 
 Os resultados mostraram que 30,4% dos participantes faziam uso de algum 
psicofármaco durante a pesquisa, sendo os antidepressivos os mais utilizados, 
seguidos de ansiolíticos do tipo benzodiazepínicos. O estudo indicou que 25,5% dos 
estudantes que participaram da pesquisa referiam ter algum diagnóstico psiquiátrico, 
os mais mencionados foram transtornos ansiosos e depressão, mas também houve 
relato de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno obsessivo 
compulsivo e transtornos de personalidade. Entre os participantes, 28,9% reportaram 
usar alguma droga ilícita, sendo a maconha a mais citada, com 25,5%, o MDMA 
(metilenodioximetanfetamina) com 10,3%, os alucinógenos e os solventes inaláveis 
ambos com 3%.80 
Apenas 63,5% dos entrevistados referiram dormir entre seis e oito horas por 
noite, o recomendável para a idade média dos estudantes. Em relação a adesão ao 
tratamento, parte importante do planejamento terapêutico e que pode influenciar no 
prognóstico mais reservado quando não acontece da maneira adequada, 35,5% dos 
estudantes que usavam algum psicofármaco apresentavam pouca adesão ao 
tratamento. A chance de apresentar algum diagnóstico psiquiátrico ao longo da 
formação médica foi de 26,6% a cada ano do curso, mostrando possível relação entre 
a formação e o adoecimento mental. Foi possível observar que apesar da chance 
crescente, houve dois picos de diagnóstico e uso de psicofármacos ao longo do curso. 
No segundo ano, quando a felicidade do ingresso já não é tão intensa, há dificuldade 
de adaptação à vida longe da casa dos pais e crescem as demandas acadêmicas. 
29 
Outro pico foi no quinto e sexto anos, os anos de internato, com alta carga horária, 
aumento de responsabilidades e proximidade com o fim do curso.80 
 
1.8 Estudos orientados (mentoria) 
 
A atividade de mentoria tem como pilar do seu desenvolvimento o 
relacionamento especial que se constrói entre estudante e mentor. Com a evolução 
dessa relação, pode ser possível proporcionar melhor desenvolvimento e 
amadurecimento do estudante, maior sensação de satisfação com o curso e uma 
parceria no processo ensino-aprendizagem. A mentoria pode contribuir ainda para a 
formação da identidade profissional dos futuros médicos, influenciando em como 
ocorrerá o desenvolvimento da sua forma de pensar e agir, através do diálogo 
frequente sobre diversos temas em ambiente seguro e com escuta acolhedora.81 83 
 Na FCMS da PUC-SP, os estudos orientados, denominação formal da 
instituição para a atividade de mentoria, tiveram início em 2018, contemplando os três 
primeiros anos do curso, com encontros semanais, de duas horas de duração, com 
um mentor responsável por pequeno grupo de dez alunos, que idealmente será o 
mesmo durante os três anos. Durante a pandemia de COVID-19 tais encontros 
aconteceram de forma remota e, diferentemente das outras disciplinas, sem que 
houvesse gravação da atividade na plataforma virtual utilizada, garantindo, dessa 
forma, um espaço seguro e sigiloso. No início do ano todos os grupos criam um 
contrato de convivência, elaborado com os alunos, que dispõe sobre respeito, 
horários, sigilo, participação entre outros itens que surgem para cada grupo.81,83 
 Como não existe um cronograma de temas a serem discutidos, as demandas 
de cada grupo variam a cada encontro. Muitos motes das conversas eram 
desencadeados por eventos referentes à faculdade e acabavam sendo comuns a 
todos os grupos, como foram algumas discussões sobre uso de álcool e drogas, 
política e a escolha da profissão. As avaliações também foram temas comuns, 
acompanhado de conversa sobre ansiedade, competitividade e discussões sobre os 
formatos das avaliações na instituição.81 
 A mentoria é um ambiente muito propício para discussões sobre saúde mental 
dos estudantes de medicina, tendo em vista a sua flexibilidade de temas, sem pressão 
acadêmica conteudista e respeitando as demandas da vida dos futuros médicos. Para 
a construção desse espaço acolhedor, mentor e mentorados trabalham juntos e se 
30 
desenvolvem juntos. Na FCMS da PUC-SP, foi utilizado o máximo que o currículo e o 
projeto pedagógico do curso oferecem para a sua criação e desenvolvimento. Em 
cada pequeno grupo de mentoria ocorre o desenvolvimento de confiança e parceria 
moldados pelas relações e demandas subjetivas a cada um. 
 
1.9 Justificativa da pesquisa 
 
A saúde mental dos estudantes universitários dos cursos de medicina tem sido 
foco de estudos acerca da prevalência de transtornos mentais, seus fatores de risco 
e proteção. É possível identificar que o sofrimento psíquico repercute em diversos 
aspectos da vida dos indivíduos, entre eles, a vida acadêmica. O conhecimento sobre 
o estado de saúde e bem-estar dos estudantes pode direcionar as ações necessárias 
para a inserção de intervenções de promoção e prevenção de saúde mental. 
A elaboração de estratégias para promoçãoda saúde mental dos estudantes 
tem importância para a prática diária no universo estudantil, incita a reflexão sobre o 
tema, o combate ao estigma, incentiva a busca por tratamentos, protege a vida destes 
jovens e favorece a formação de médicos mais cuidadosos com seus futuros 
pacientes. 
Não há consenso na literatura sobre quais estratégias acadêmicas são mais 
indicadas e mais eficazes e muitos estudos sugerem que a escolha das ações 
depende do conhecimento que se tem sobre a saúde mental dos estudantes de cada 
instituição de ensino. Para este estudo foi utilizado o conhecimento adquirido através 
de pesquisa prévia sobre o tema, identificando quais os principais focos de sofrimento 
psíquico dentro da comunidade acadêmica e facilitando a escolha das ações e dos 
temas das intervenções.80 
 
31 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo geral 
 
Promover e proteger a saúde mental dos estudantes do curso de medicina da 
FCMS da PUC-SP por meio de estratégias curriculares e extracurriculares. 
 
2.2 Objetivos específicos 
 
2.2.1 Utilizar educação em saúde mental para sensibilizar e capacitar os 
docentes sobre o tema saúde mental dos estudantes, ampliando as ações curriculares 
de promoção do debate sobre saúde mental desde o início da graduação e 
contribuindo para a redução do estigma das doenças mentais; 
2.2.2 Contribuir para que a atividade de estudos orientados (mentoria) se 
consolide como local de escuta facilitadora para o acolhimento do sofrimento psíquico 
do estudante, contribuindo para o desenvolvimento cultural e social da comunidade 
acadêmica da FCMS da PUCSP e ampliando a integração docente-aluno; 
2.2.3 Sensibilizar as entidades estudantis a participar de projetos de 
psicoeducação e promoção de saúde mental; 
2.2.4 Contribuir com revisão da literatura científica sobre o tema através de 
análise bibliométrica. 
 
 
 
32 
3. PARTICIPANTES E MÉTODOS 
 
3.1 Natureza do trabalho 
 
Trata-se de pesquisa-ação, exploratória, associada à ações educativas que se 
baseou no conhecimento prévio dos dados de pesquisa sobre uso de psicofármacos 
por estudantes do curso de medicina da FCMS da PUC-SP e seus possíveis 
determinantes diagnósticos, coletados durante o ano de 2019.80 As intervenções 
foram adaptadas segundo as orientações dos órgãos responsáveis pela condução e 
orientação das atividades acadêmicas durante o período da pandemia do Covid-19, 
para que se mantivesse a segurança dos envolvidos, de acordo com o momento em 
que as atividades foram realizadas. 
 
3.2 A população envolvida 
 
A população envolvida foi constituída pelos alunos do primeiro ao sexto ano do 
curso de medicina da FCMS da PUC-SP (n=619) e professores do módulo de estudos 
orientados (mentores) dos três primeiros anos do curso (n=36) a partir do ano de 2020. 
 
3.3 Um resumo da estrutura curricular e do projeto pedagógico do curso de 
medicina da FCMS da PUC-SP 
 
Para que se entenda como foram aplicadas as estratégias educacionais de 
promoção e proteção à saúde mental dos estudantes, é importante apresentar, de 
forma resumida, a estrutura curricular prevista no projeto pedagógico do curso (PPC) 
de medicina da FCMS da PUC-SP.84 Um quadro típico da matriz horária de um dos 3 
primeiros anos do curso está mostrado no quadro 1. 
 Do primeiro ao terceiro ano o curso se organiza em módulos. Os módulos 
horizontais, que se estendem pelo eixo condutor de cada ano e utilizam: a 
Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) desenvolvida em duas sessões tutoriais 
por semana (tutoria), com três horas de duração cada sessão e 10 (dez) alunos por 
docente (tutor); as Sustentações Aplicadas (práticas de laboratório e aplicação de 
conceitos, com 25 alunos), oito horas semanais para o primeiro e segundo ano e 
quatro horas para o terceiro e as Sustentações Teóricas, uma hora semanal para toda 
a turma (110 alunos). Dois módulos verticais são eminentemente práticos, com 10 
33 
(dez) alunos por professor, estendem-se do primeiro ao terceiro ano, têm 
complexidade progressiva e retomada contínua dos conteúdos. São eles: Habilidades, 
que exercita o desenvolvimento de práticas semiológicas em um período de 4 horas 
para o primeiro e segundo ano e dois períodos de quatro horas por semana para o 
terceiro ano; Prática em Atenção à Saúde (PAS), realizado em grande parte na 
Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde (APS do SUS) com quatro 
horas de atividades, uma vez por semana. O terceiro módulo vertical, Estudos 
Orientados (ou Mentoria), tem por objetivo dar apoio pessoal ao aluno e estimular o 
desenvolvimento do profissionalismo, com duas horas semanais, 10 (dez) alunos por 
professor (mentor) e os grupos se formam no primeiro ano e continuam os mesmos 
até o terceiro ano. O módulo Estudos Eletivos, com duração de quatro semanas no 
segundo semestre, ocupa a grade horária dos módulos horizontais. 
 
QUADRO 1 - Matriz horária do primeiro ano do curso de medicina da FMCS da PUC-SP 
 
 
A partir do quarto ano o curso de medicina se desenvolve na forma de internato 
com os alunos passando em subgrupos (5 alunos) nas cinco áreas básicas da 
medicina (clínica médica, cirurgia, pediatria, tocoginecologia e saúde coletiva/saúde 
mental), que se repetem com complexidade progressiva a cada ano. O internato do 
quarto ano desenvolve-se predominantemente na APS do SUS e o quinto e sexto 
anos em ambulatórios de especialidades, enfermarias, centro cirúrgico, centro 
obstétrico e também na APS do SUS e unidades de pronto atendimento. 
 
34 
3.4 Ações educativas de promoção de saúde mental 
 
As ações e intervenções de promoção de saúde mental curriculares e 
extracurriculares foram escolhidas e elaboradas baseadas no conhecimento prévio 
sobre as maiores demandas de sofrimento psíquico na instituição, utilizando dados de 
pesquisa prévia, realizada em 2019, sobre o uso de psicofármacos entre os 
estudantes de medicina da instituição e seus possível determinantes.80 
 
3.4.1 Casos clínicos 
 
Foram criados casos clínicos (problemas) com as características da ABP para 
serem discutidos nas sessões de tutoria com foco nos temas de saúde mental 
comuns, como depressão e ansiedade, colocando o aluno como foco do estudo, 
respeitando os objetivos do PPC para cada ano e fornecendo o material de apoio 
necessário para os tutores. 
 
3.4.2 Capacitação docente com foco nos mentores 
 
Foram realizadas capacitações através de ações diretas informativas sobre 
identificação e abordagens iniciais ao aluno em sofrimento psíquico e fornecimento de 
material de apoio sobre os temas. As capacitações docentes, especificamente 
relacionadas aos mentores, buscaram promover a melhora da qualidade das funções 
de ensino e acolhimento, por meio de atualização profissional, dando oportunidade de 
aprofundamento e/ou aperfeiçoamento de seus conhecimentos sobre a temática da 
saúde mental, favorecendo a interação entre professor e aluno, mentor e mentorado. 
 
3.4.3 Aulas sobre o tema saúde mental 
 
Foram oferecidas sustentações teóricas para os estudantes dos primeiros anos 
do curso com o objetivo de ampliar os conhecimentos e diminuir o estigma quando se 
trata do tema sofrimento mental. A escolha dos temas das aulas seguiu o PPC e os 
módulos de cada eixo, além de respeitar as demandas encontradas no estudo sobre 
a saúde mental da nossa população. 
 
35 
3.4.4 Divulgação das formas de acolhimento disponíveis na PUC-SP 
 
Ampliação da divulgação das estratégias disponíveis na Universidade para 
acolhimento de pessoas da comunidade com dificuldades relacionas à saúde mental, 
consolidando o suporte fornecido pela instituição. Recepção e acolhimento dos novos 
estudantes com envolvimento dos veteranos. Parceria com outros profissionais e 
pesquisadores da instituição para ampliar a divulgação das práticas integrativas de 
cuidados em saúde. 
 
3.4.5 Cultura e saúde mental 
 
Através de parcerias com representações acadêmicas, como as Ligas 
Acadêmicas, Centro Acadêmico, Atlética e outrasentidades estudantis para promoção 
de diálogo sobre o tema, com divulgação de material informativo. 
 
3.4.6 Materiais informativos 
 
Elaboração de material escrito sobre os principais temas de saúde mental para 
leitura e consulta posterior, veículos de divulgação de conhecimento, que 
complementam as ações educativas e incentivam a discussão sobre os temas. 
Também foi elaborado material audiovisual com o mesmo propósito. 
 
3.5 Revisão bibliográfica e análise bibliométrica 
 
Com a finalidade de se obter um panorama sobre a produção científica do tema 
saúde mental dos estudantes de medicina e sobre as estratégias acadêmicas mais 
utilizadas para a sua promoção e proteção, foi realizada uma análise bibliométrica, 
técnica de medição e avaliação dos índices de produção e disseminação do 
conhecimento científico que pode ser de cunho quantitativo e/ou qualitativo. Tal 
análise é regida por três principais leis: a lei de Lotka, que mede a produtividade 
científica de autores; a lei de Bradford, que mede a produtividade de periódicos 
científicos; e as leis de Zipf, aplicadas neste estudo, que identificam e atribuem métrica 
(volume) à distribuição e frequência de palavras num texto.85 
 
36 
3.6 Aspectos éticos 
 
O projeto de pesquisa, o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) 
para os alunos e professores foram avaliados e aprovados pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo (CEP-FCMS-PUC-SP) e os procedimentos do estudo só foram 
iniciados após sua aprovação no CEP-FCMS-PUC-SP, identificado pelo CAAE: 
38786120.1.0000.5373 (ANEXO 1). 
 
37 
4. RESULTADOS 
 
4.1 Ações educativas de promoção de saúde mental 
 
Com dados prévios sobre a saúde mental dos estudantes de medicina da 
FCMS da PUC-SP foi possível identificar que os transtornos mais comuns relatados 
foram transtornos ansiosos (30,0%), depressão (22,8%), transtorno de déficit de 
atenção e hiperatividade (3,8%), transtorno obsessivo compulsivo (1,5%) e síndrome 
do pânico (5,3%).80 Utilizando esse conhecimento como fundamento nas escolhas dos 
temas, as ações educativas também contaram com a colaboração dos professores 
mentores, da coordenação do curso de medicina e de entidades estudantis, como o 
centro acadêmico e ligas acadêmicas para serem realizadas. 
Houve parceria com a Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias 
(PROCRC) da PUC-SP, através do Grupo de Trabalho de Saúde Comunitária, e 
também houve parceria com o Jornal da PUC (J.Puc) por meio do Grupo de Trabalho 
de Comunicações. Em todas as ações educativas, independente da sua categoria, 
foram apresentados alguns resultados encontrados na pesquisa anterior aos alunos e 
professores, do primeiro ao sexto ano, com o intuito de ampliar seus conhecimentos 
sobre o cenário em que estão inseridos. 
As ações educativas de intervenção foram realizadas entre os anos de 2020 e 
2022, e são descritas a seguir em detalhes. Para fins de maior organização e 
compreensão, as ações estão categorizadas conforme descritas em 
 casos clínicos; capacitação docente com foco nos mentores; aulas 
sobre o tema saúde mental; divulgação de formas de acolhimento disponíveis na 
PUC-SP; cultura e saúde mental e material informativo. Para cada categoria foi 
selecionado pelo menos um exemplo que a representa bem e são apresentados nos 
apêndices. 
 
4.1.1 Casos Clínicos 
 
4.1.1.1 Habilidades sobre Transtorno de Ansiedade (APENDICE 1) 
 
Caso clínico elaborado pelos pesquisadores para a disciplina de Habilidades 
do primeiro ano do curso de medicina, sobre o tema transtornos ansiosos. O caso 
contou com a participação de atores que simularam o caso de um jovem muito ansioso 
38 
que também apresentava crises de ansiedade. Os atores foram instruídos sobre a 
melhor maneira de realizar a simulação. Os professores de cada grupo de Habilidades 
receberam a orientação adequada e material de apoio. 
 
4.1.1.2 Tutoria sobre Transtorno de Ansiedade (APENDICE 2) 
 
Caso clínico elaborado pelos pesquisadores para as tutorias (ABP) do segundo 
ano do curso de medicina sobre transtorno de ansiedade. Os professores de cada 
grupo de tutoria receberam a orientação adequada e material de apoio, e os objetivos 
do caso contemplavam os objetivos do módulo, de acordo com o PPC. 
 
4.1.1.3 Saúde Coletiva III 
 
Casos clínicos elaborados pelos pesquisadores para a atividade do internato 
em saúde coletiva do sexto ano do curso de medicina, sobre os transtornos mentais 
mais comuns: depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno do 
estresse pós-traumático, dependência de substâncias psicoativas, transtornos de 
personalidade e transtornos alimentares. Os casos eram discutidos ao longo do 
estágio do internato. 
 
4.1.2 Mentoria 
 
4.1.2.1 Orientação aos Mentores (APENDICE 3) 
 
Reunião realizada com os docentes do módulo de estudos orientados do 
primeiro ano, a mentoria da FCMS da PUC-SP. Em uma roda de conversa, contando 
com a participação da psicóloga do Setor de Acolhimento Comunitário (PAC) 
Sorocaba, Shelley Arruda, foram apresentados os dados sobre saúde mental dos 
estudantes de medicina, sobre depressão e suicídio. Os professores receberam um 
material de apoio no momento da reunião. 
 
4.1.2.2 Saúde Mental e Mentoria 
 
Aula para todos os alunos do segundo ano, com a presença de todos os 
mentores, onde foram apresentados os dados sobre a saúde mental dos estudantes 
39 
de medicina da instituição, os principais riscos e os fatores de proteção. Foi fornecido 
o material de apoio e informados os caminhos para buscar ajuda na instituição e na 
rede de saúde do município. 
 
4.1.3 Aulas 
 
4.1.3.1 Recepção aos novos estudantes. 
 
Aula expositiva aos novos alunos do primeiro ano, realizada durante a semana 
de recepção, junto à psicóloga do PAC de Sorocaba, Shelley Arruda. Aconteceu 
durante os dois anos da pesquisa e já está incorporada à matriz curricular do curso. 
Nela são apresentadas informações pontuais e relevantes sobre a saúde mental, 
formas de cuidado e os caminhos para buscar ajuda na instituição e na rede de saúde 
do município. 
 
4.1.3.2 Sustentação Teórica (APENDICE 4) 
 
Aula dialogada com duração de 60 minutos sobre emoções básicas, 
transtornos fóbicos e ansiosos para os alunos do segundo e terceiro ano do curso de 
medicina. Além do conteúdo teórico sobre os temas, foram apresentados dados sobre 
a saúde mental dos estudantes de medicina, formas de cuidado e caminhos para 
buscar ajuda na instituição e na rede de saúde do município. As aulas aconteceram 
nos dois anos de pesquisa e já foi incorporada à matriz curricular do curso. 
 
4.1.3.3 Primeiro Cuidado Psicológico (APENDICE 5) 
 
Aula dialogada realizada com os alunos do sexto ano do curso de medicina 
sobre os primeiro cuidados psicológicos (PCP), abordagem inicial realizada a alguém 
em situação de crise, de intenso sofrimento psicológico, estratégia criada pela 
Organização Mundial da Saúde e utilizada também em situações de catástrofes 
naturais ou de conflitos armados.68 
 
4.1.3.4 Psicofobia e Estigma 
 
40 
Aula realizada pela Liga de Saúde Mental da FCMS da PUC-SP sobre 
psicofobia e estigma. O termo psicofobia faz referência ao medo exagerado, à aversão 
a pessoas que sofrem de algum transtorno mental. A atividade teve como objetivo 
reduzir o estigma diante de um diagnóstico psiquiátrico e incentivar a busca precoce 
por ajuda. 
 
4.1.4 Divulgação de formas de acolhimento disponíveis na PUC-SP 
 
4.1.4.1 Acolhimento Online Durante a Pandemia de Covid-19 
 
Projeto assistencial desenvolvido junto à PROCRC e ao GT de Saúde 
Comunitária. Buscando o acolhimento do sofrimento psíquico de toda a comunidade 
da PUC-SP, motivado predominantemente pela pandemia de COVID-19, divulgado 
pelo J.Puc e pelas coordenações de curso, o projeto fornecia acolhimento psicológico 
em grupo ou individual em razão de sofrimento mental. O projeto encerrou-se no início 
de2022, era aberto a toda a comunidade acadêmica que buscasse atendimento e 
também atendeu alunos e professores da FCMS da PUC-SP. 
 
4.1.4.2 Protocolo de Saúde Comunitária. (APENDICE 6) 
 
Divulgação de um protocolo de acolhimento ao aluno em crise, desenvolvido 
pelo GT de Saúde Comunitária da PUC-SP, em parceria com a PROCRC. O protocolo 
buscou direcionar os primeiros cuidados e o seguimento a um aluno em crise por 
intenso sofrimento psíquico, com o intuito de impedir suicídios e outras repercussões 
mais graves dentro de cada campus universitário. 
 
4.1.5 Cultura e Saúde Mental 
 
4.1.5.1 Cinedebate 
 
Debate sobre o filme As Vantagens de Ser Invisível, dirigido por Stephen 
Chbosky, foi conduzido em parceria com o Centro Acadêmico Vital Brasil e o Centro 
de Valorização à Vida (CVV). Durante o debate, utilizando o roteiro do longa-
metragem, foram abordados temas como depressão, dependência de substâncias, 
transtornos ansiosos, transtornos alimentares e suicídio. 
41 
 
 4.1.5.2 PUC Analisa: resiliência em tempos de isolamento social. 
 
Matéria realizada com texto e vídeo, em parceria com Prof. Dr. José Roberto 
Pretel Job, divulgada no J.Puc, sobre resiliência durante o período de distanciamento 
social na pandemia de COVID-19. Disponível em: https://j.pucsp.br/noticia/puc-
analisa-resiliencia-em-tempos-de-isolamento-social 
 
4.1.5.3 PUC-SP na Mídia: Síndrome de Burnout é doença ocupacional. 
 
Matéria realizada no Jornal Cruzeiro do Sul de Sorocaba e divulgada no J.Puc 
discorre sobre os critérios diagnósticos da Síndrome de Burnout, doença ocupacional 
caracterizada pelo sofrimento e esgotamento mental. No texto são apresentados os 
fatores de risco e de proteção. Disponível em: https://j.pucsp.br/noticia/puc-sp-na-
midia-sindrome-de-burnout-e-doenca-ocupacional 
 
4.1.6 Material Informativo 
 
4.1.6.1 Precisamos Falar Sobre Saúde Mental (APENDICE 8) 
 
Texto elaborado pelos pesquisadores, divulgado pelas plataformas Moodle e 
Microsoft Teams para a comunidade da FCMS da PUC-SP, composto de informações 
pontuais e relevantes sobre o combate ao estigma, sobre depressão, ansiedade, 
suicídio e abuso de substâncias psicoativas. Apresenta informações sobre a 
identificação precoce do sofrimento e caminhos para buscar ajuda na instituição e na 
rede de saúde do município. 
 
4.1.6.2 Higiene do Sono (APENDICE 9) 
 
Texto elaborado pelos pesquisadores, divulgado pelas plataformas Moodle e 
Microsoft Teams para a comunidade da FCMS da PUC-SP, composto de informações 
pontuais e relevantes sobre as regras de higiene do sono, facilitando mudanças 
comportamentais que prejudicam o sono e fornecendo informações sobre formas de 
melhorar a qualidade do sono. 
 
42 
4.1.6.3 A.C.A.L.M.E.-S.E. (APENDICE 10) 
 
Material e texto com arte elaborada pelos pesquisadores, divulgado pelas 
plataformas Moodle e Microsoft Teams para a comunidade da FCMS da PUC-SP, 
sobre técnica de relaxamento e redução da ansiedade, adaptada de Beck, Emery e 
Greenberg e elaborada por Bernard Rangé, professor de Psicoterapia Cognitivo-
Comportamental da UFRJ.86 
 
4.1.6.4 Todos Contra o Estigma 
 
Material audiovisual, publicado no YouTube, elaborado pelos pesquisadores, 
divulgado pelas plataformas Moodle e Microsoft Teams para a comunidade da FCMS 
da PUC-SP, sobre grandes personalidades da história que tiveram ou ainda têm 
algum transtorno mental, com intuito de reduzir o estigma e favorecer uma discussão 
sobre como a doença mental não define o indivíduo. Disponível em: 
https://youtu.be/24acso_jsf4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
4.2 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA 
 
Com a finalidade de se obter um panorama sobre a produção científica do tema 
saúde mental dos estudantes de medicina e as estratégias acadêmicas mais utilizadas 
para a sua promoção e proteção, foi realizada uma análise bibliométrica para 
mensurar a distribuição e frequência das palavras-chaves no acervo de periódicos da 
CAPES. Com a análise bibliométrica é possível estimar as frequências que algumas 
palavras aparecem em uma seleção de textos científicos. 
Uma maneira de utilizar os resultados dos dados bibliométricos é como 
indicadores da produção científica, podendo nos mostrar quais são os termos mais 
frequentes, e os menos frequentes. Conhecer esses dados pode ser útil na fase de 
planejamento das ações que merecem mais atenção em uma pesquisa científica. 
Através da avaliação da concentração de termos, ou seja, a avaliação de um pequeno 
grupo de palavras que ocorre muitas vezes ou um grande número de palavras que 
ocorre poucas vezes, podemos definir a frequência de ocorrência e contribuir para a 
escolha da produção de conteúdo e das ações realizadas na pesquisa. 
Foram realizadas duas análises bibliométricas, selecionando artigos científicos 
publicados em periódicos, revisados por pares, nos últimos 5 anos, disponíveis no 
Portal de Periódicos da CAPES. Posteriormente foi utilizado o aplicativo Mendeley 
para armazenamento das referências utilizadas e o aplicativo VOSViewer para a 
elaboração da análise com produção das FIGURAS 1 e 2. 
Para a primeira análise bibliométrica foram utilizados os te medical 
student , mental health university
a cinco mil artigos publicados utilizando esses termos no título ou no resumo. Para a 
análise bibliométrica é necessário selecionar no máximo 300 artigos, limite do 
aplicativo utilizado. Para isso foi utilizado o critério de relevância da própria plataforma 
de periódicos da CAPES, ou seja, aqueles mais citados e publicados em periódicos 
de maior impacto. Ao analisar a força de associação que ocorre entre os termos 
buscados nos artigos publicados, é possível identificar que as palavras maiores são 
aquelas citadas mais vezes, enquanto as menores, são citadas menos vezes. 
Este tipo de análise bibliométrica realizada pelo aplicativo VOSViewer separa 
o material analisado em clusters de acordo com relações de citação, cocitação, 
autoria, coautoria e acoplamento bibliográfico e mostra através de cores semelhantes 
e de linhas que unem os termos, a intensidade dessas relações. A alocação de um 
44 
termo em cada cluster depende de sua similaridade calculada pelo aplicativo: objetos 
com maior similaridade estarão em um mesmo cluster; objetos com menor 
similaridade estarão em clusters vizinhos; e objetos com pouca ou nenhuma 
similaridade estarão em clusters distantes, muitas vezes sem linhas os unindo. 
Na FIGURA 1 é possível observar as palavras mais citadas, aquelas sobre os 
maiores círculos, são anxiety
depression
 program . Na FIGURA 1 também é possível identificar linhas que unem 
alguns termos, mostrando a correlação entre eles, por citação no mesmo trabalho. 
Enquanto a prevalência dos transtornos mentais nos estudantes de medicina 
vem sendo estudada e tem se tornado uma preocupação comum a diversas 
instituições de ensino superior, ainda faltam estudos sobre o que fazer para proteger 
esses jovens e promover a sua saúde mental através da universidade, e não apesar 
dela. 
 
 
FIGURA 1 - Análise Bibliométrica da Prevalência de Transtornos Mentais 
45 
Para a segunda análise bibliométrica foram utilizando os seguintes termos na 
busca na mesma base de dados: medical student , mental health , intervention , 
undergraduate e education on health , e a busca resultou em 375 artigos, um 
número muito inferior ao encontrado na primeira análise, reforçando a hipótese de que 
a produção científica sobre as intervenções mais adequadas para a promoção da 
saúde mental dos estudantes de medicina ainda é pequena. Os critérios de busca 
foram os mesmos realizados na primeira análise, ou seja, artigos publicados em 
periódicos revisados por pares dos últimos 5 anos. A análise foi realizada de acordo 
com o aparecimento das palavras no título e no resumo, de tal forma que fosse 
possível avaliar a relação de associação. 
Na FIGURA 2 é possível observar que os termos mais citados nos artigos 
selecionados aparecem sobre os círculos maiores e a forma como eles se relacionamentre si são as linhas que os conectam coloridas. Foi possível identificar uma 
frequência alta do uso de termo educação em suas diferentes formas (education, 
health education, learning e curriculum), mostrando que um caminho para esse 
cuidado é através da educação em saúde mental. Em relação a outras estratégias que 
podem ser utilizadas, como mindfulness, psichology, prevention, ou simulation, são 
termos que aparecem em tamanho menor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 2 - Análise Bibliométrica das Estratégias de Promoção de Saúde Mental 
46 
5. DISCUSSÃO 
 
A implementação de ações curriculares de promoção de saúde mental através 
da educação em saúde e da criação de espaço seguro para compartilhamento e 
acolhimento do sofrimento psíquico têm um potencial de proteger os estudantes e 
ensiná-los sobre caminhos de cuidado, facilitando o acesso ao cuidado, quando for 
necessário um cuidado especializado, como psicoterapia e consultas médicas. 
Ainda não encontramos consenso sobre quais as melhores ações para proteger 
e promover a saúde mental dos estudantes de medicina. Em estudo realizado na 
Universidade de Harvard foi desenvolvido um passo-a-passo para facilitar educadores 
a reproduzirem o cuidado implementado na instituição.87 
Segundo o estudo, o primeiro passo (collaborate) é a construção de parcerias 
para que seja possível realizar uma pesquisa colaborativa entre as partes 
interessadas. Trata-se de um esforço para coletar dados e motivar a realização das 
intervenções. O segundo passo (measure) é a avaliação objetiva da saúde mental dos 
estudantes através de interrogatórios e instrumentos validados. Assim que os dados 
foram coletados, começa o terceiro passo (discuss) que busca a escolha das melhores 
intervenções para o perfil de estudantes em questão. Por exemplo, caso identifique 
maior prevalência de depressão, buscar ações sobre esse tema. Os resultados 
parecem melhores quando há a participação dos diferentes departamentos da 
faculdade. O quarto passo é a implementação (implement) das ações escolhidas para 
promover a saúde mental dos estudantes. Nesta etapa é importante o 
estabelecimento das expectativas por parte de cada departamento e a realização de 
um acordo de realização de um acompanhamento de pelo menos dois anos na 
pesquisa.87 
A escolha de quais ações devem ser implementadas cabe a cada instituição de 
acordo com a sua realidade local e os conhecimentos adquiridos em pesquisas 
anteriores. Apesar de não existir um consenso sobre quais são as melhores ações de 
promoção de saúde mental para proteger os estudantes de medicina, o estudo aponta 
quais ações são mais utilizadas: atividades sociais e comunitárias; atividades que 
buscam facilitar a evolução no curso e nas avaliações; workshops e seminários; 
conversas sobre o fenômeno do impostor; orientação de colegas e grupos de apoio; 
conscientização sobre recursos de saúde mental e ações para reduzir o estigma e 
ajudar os alunos a ter acesso a recursos de saúde.87 
47 
A utilização de diferentes estilos de abordagens, como aulas expositivas para 
grandes grupos, discussões de casos clínicos para grupos pequenos, simulação com 
atores, utilização de recursos de comunicação da instituição, como o jornal da 
universidade e divulgação de material instrucional através do ambiente virtual de 
aprendizagem pode facilitar o acesso e ampliar o debate sobre o tema.59,88,89 
Para que processo educativo aconteça, com potencial transformador do 
cuidado, é necessária a participação de ao menos três atores: os gestores, em nossa 
instituição representados pela coordenação de curso, direção da FCMS, Pró-Reitoria 
de Cultura e Relações Comunitárias e Reitoria; os profissionais da saúde, que neste 
estudo são representados por professores, especialmente mentores, que lidam 
diretamente com questões relativas ao sofrimento dos alunos dentro da universidade; 
e por último a população, que aqui é representada pelos alunos, os principais atores, 
pois é para eles que buscamos estratégias de promoção de saúde mental.90 
O processo de construção de ações educativas de promoção de saúde mental 
foi compartilhado por todos os atores envolvidos e buscou atender às principais 
demandas da população estudada, os alunos do curso de medicina. Para que as 
ações contemplassem diferentes assuntos, dentro da temática da saúde mental e 
também fosse capaz de acessar alunos com diferentes preferências de 
aprendizagem, foi importante compor um conjunto de ações diversas, adaptadas ao 
contexto da pandemia de COVID-19 e utilizar de forma significativa os meios digitais 
para a divulgação. 
A impossibilidade da realização de atividades presenciais durante parte do 
processo do estudo foi uma adaptação desafiadora, vivenciada por muitos 
educadores. A educação mediada pela internet ampliou as formas de aprendizado e 
de comunicação, difundindo conhecimento de formas diversas e acessíveis, além de 
propiciar que diferentes profissionais atuassem com esse propósito.91 
 
48 
6. CONCLUSÃO 
 
O presente estudo buscou realizar ações para promoção de saúde mental dos 
estudantes de medicina da FCMS da PUC-SP. Através dele foi possível realizar 
algumas ações curriculares e extracurriculares para promoção de saúde e formas de 
cuidado em saúde mental. Algumas ações se consolidaram na matriz curricular e 
aconteceram nos dois anos da pesquisa, com planejamento de continuar nos 
próximos anos. Houve suporte e apoio institucional por parte do corpo docente, 
discente e de suas instituições representativas. 
O público das ações foi de estudantes e docentes, especificamente os 
mentores, contribuindo para o aprimoramento da mentoria como local de escuta 
facilitadora e acolhedora. As ações escolhidas foram direcionadas pelos resultados 
encontrados no estudo realizado anteriormente às intervenções e tiveram como foco 
a educação em saúde mental, a redução do estigma, a apresentação dos caminhos 
de cuidado disponíveis na instituição e na rede de saúde do município. 
O estudo contribuiu para o desenvolvimento cultural e social da comunidade 
acadêmica da instituição e sensibilizou entidades estudantis a participar de projetos 
de psicoeducação e promoção de saúde mental dos estudantes, parte importante do 
processo de cuidado, como mostrou a revisão da literatura sobre o tema e a análise 
bibliométrica realizadas. 
Como um projeto piloto de cuidado da saúde mental dos estudantes de 
medicina através da educação em saúde, existe a proposta de manter as ações 
educativas sobre a saúde mental para os estudantes de medicina da instituição nos 
próximos anos, para que todas se consolidem e façam parte definitiva da matriz 
curricular, do currículo oculto e do currículo paralelo do curso. Serão necessários 
novos estudos futuros para investigar os impactos de tais ações e comparar o 
resultado com os dados prévios. 
 
 
 
49 
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58 
ANEXO 1 Parecer consubstanciado do CEP 
 
 
 
59 
FACULDADE DE CIÊNCIAS 
MÉDICAS E DA SAÚDE DA 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE 
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Continuação do Parecer: 4.335.194 
Endereço: Rua Joubert Wey, 290 
Bairro: Vergueiro CEP: 18.030-070 
UF: SP 
Telefone: 
Município: SOROCABA 
Fax: (15)3212-9896 (15)3212-9896 E-mail: cepfcms@pucsp.br 
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A saúde mental dos estudantes universitários do curso de medicina tem sido foco de estudos 
acerca da prevalência de transtornos mentais e seus 
fatores de risco. É possível identificar que o sofrimento psíquico repercute em diversos aspectos da 
vida das pessoas, entre eles, a vida acadêmica. 
Através da experiência e das informações obtidas em um trabalho de pesquisa desenvolvido em 2019 
com alunos do curso de medicina da PUC-SP, 
foi possível identificar o sofrimento psíquico dentro desta comunidade. 
A elaboração de estratégias para promoção da saúde mental dos estudantes tem importância para a 
prática diária no universo estudantil, incita a 
reflexão sobre o tema, combate ao estigma, incentiva a busca por tratamentos e protege a 
vida destes jovens. Não há consenso sobre quais 
estratégias acadêmicas devem ser adotadas, e o estudo irá contribuir com a elaboração e inserção de 
tais medidas. 
Objetivo da Pesquisa: 
Os autores informam que os objetivos são: 
Objetivo Primário: 
Promover e proteger a saúde mental dos estudantes do curso de medicina da FCMS da PUC-SP 
através de estratégias curriculares e 
extracurriculares e avaliar os impactos de tais 
estratégias. Objetivo Secundário: 
Sensibilizar e capacitar os docentes sobre o tema saúde mental dos estudantes; 
Contribuir para a mentoria se consolidar como local de escuta facilitadora para o acolhimento do 
sofrimento psíquico do estudante; 
Sensibilizar as entidades estudantis a participar de projetos de psicoeducação e promoção de 
saúde mental; 
Ampliar ações curriculares de promoção do debate e da busca por informações sobre saúde 
mental desde o início da graduação, estimulando e 
incorporando ações que facilitem a solução dos problemas relacionados à educação e exercício 
profissional na área da saúde; 
Contribuir para a redução do estigma das doenças mentais e melhora da qualidade de vida dos 
60 
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Continuação do Parecer: 4.335.194 
estudantes; 
Investigar os impactos das ações na saúde mental dos estudantes e na qualidade da vida 
acadêmica; Contribuir para o desenvolvimento cultural e social da PUC-SP, ampliando a integração 
docente-aluno. 
Avaliação dos Riscos e Benefícios: 
os autores informam que: 
Riscos: 
Há um pequeno risco dos participantes se sentirem desconfortáveis ao responderem o questionário 
e com as ações implementadas no estudo. 
Benefícios: 
Promover e proteger a saúde mental dos estudantes de medicina, e provocar discussões entre todos 
os participantes da comunidade de forma a melhorar a capacidade de entendimento e acolhimento dos 
professores e alunos, melhorar o grau de bem estar de todas na comunidade acadêmica. 
O material apresentado, na minha opinião, segue a colocação dos autores do projeto. O risco é muito 
baixo para os pesquisados, mas de grande beneficio para todos os estudantes. 
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: 
O projeto é muito interessante e útil para o desenvolvimento de ações afirmativas em relação a 
saúde mental dos alunos. O olhar de estudantes e docentes será um ganho importante para o tema 
estudado. 
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: 
Foram analisados os seguintes documentos: 
Outros 
C_Lattes_Clarissa_Garcia_Custodio.pdf 
TCLE / Termos de Assentimento / 
Justificativa de Ausência 
TCLE_Professores.pdf 
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S o l i c i t a ç ã o A s s i n a d a p e l o P e s q u i s a d o r R e s p o n s á v e l 
Car ta_ao_CEP_Estra teg ias_para_promocao_saude_mental_estudantes_de_medic ina
.pdf Outros C_Lattes_Maria_Valeria_Pavan.pdf 
Projeto Detalhado / Brochura Investigador 
Projeto_Detalhado_Nicoli_A_Fasanella.pdf TCLE / Termos de Assentimento / 
Justificativa de 
Ausência 
TCLE_Estudant
es.pdf 
Outros C_Lattes_Maria_Valeria_Pavan.pdf 
Informações Básicas do Projeto 
PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_1637261.pdf Outros 
Autorizacao_coordenacao_de_curso.pdf 
Outros C_Lattes_Julia_Santos_do_Cabo.pdf 
S o l i c i t a ç ã o A s s i n a d a p e l o P e s q u i s a d o r R e s p o n s á v e l 
Car ta_ao_CEP_Estra teg ias_para_promocao_saude_mental_estudantes_de_medic ina
.pdf TCLE / Termos de Assentimento / Justificativa de 
Ausência 
TCLE_Professor
es.pdf 
Outros 
C_Lattes_Julia_Santos_do_Cabo.pdf 
TCLE / Termos de Assentimento / 
Justificativa de Ausência 
TCLE_Estudantes.pdf 
Outros C_Lattes_Nicoli_Abrao_Fasanella.pdf 
Outros 
C_Lattes_Fernando_Antonio_de_Almeida.pdf 
Outros C_Lattes_Maria_Valeria_Pavan.pdf 
Folha de Rosto 
Folha_de_rosto.pdf Folha de 
Rosto Folha_de_rosto.pdf 
Outros 
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Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: 
Não há 
Considerações Finais a critério do CEP: 
ACATAR 
Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados: 
Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação 
Informações Básicas PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P 29/09/2020 Aceito do Projeto ROJETO_1637261.pdf 17:32:44 
Outros Autorizacao_coordenacao_de_curso.pdf 29/09/2020 Nicoli Abrão Aceito 
 17:31:57 Fasanella 
Solicitação Assinada Carta_ao_CEP_Estrategias_para_prom 27/09/2020 Fernando Antonio de Aceito 
pelo Pesquisador ocao_saude_mental_estudantes_de_me 18:47:57 Almeida 
Responsável dicina.pdf 
Folha de Rosto Folha_de_rosto.pdf 27/09/2020 Nicoli Abrão Aceito 
 09:35:59 Fasanella 
TCLE / Termos de TCLE_Estudantes.pdf 26/09/2020 Nicoli Abrão Aceito 
Assentimento / 18:07:46 Fasanella 
Justificativa de Ausência 
TCLE / Termos de TCLE_Professores.pdf 26/09/2020 Nicoli Abrão Aceito 
Assentimento / 18:07:18 Fasanella 
Justificativa de Ausência 
Projeto Detalhado/ Projeto_Detalhado_Nicoli_A_Fasanella. 26/09/2020 Nicoli Abrão Aceito 
Brochura pdf 18:06:16 Fasanella Investigador 
Outros C_Lattes_Julia_Santos_do_Cabo.pdf 26/09/2020 Fernando Antonio de Aceito 
 17:17:58 Almeida 
Outros C_Lattes_Clarissa_Garcia_Custodio.pdf 26/09/2020 Fernando Antonio de Aceito 
 17:17:25 Almeida 
Outros C_Lattes_Fernando_Antonio_de_Almeid 26/09/2020 Fernando Antonio de Aceito a.pdf 17:13:06 Almeida 
Outros C_Lattes_Maria_Valeria_Pavan.pdf 26/09/2020 Fernando Antonio de Aceito 
 17:12:51 Almeida 
Outros C_Lattes_Nicoli_Abrao_Fasanella.pdf 26/09/2020 Fernando Antonio de Aceito 
 17:12:33 Almeida 
63 
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Continuação do Parecer: 4.335.194 
Situação do Parecer: 
Aprovado 
Necessita Apreciação da CONEP: 
Não 
SOROCABA, 13 de Outubro de 2020 
Assinado por: 
Dirce Setsuko Tacahashi 
(Coordenador(a)) 
64 
APÊNDICES 
 
APÊNDICE 1 Caso clínico e material complementar para atividade de 
Habilidades. 
 
CASO CLÍNICO - HABILIDADES I- 
RETOMADA DAS ATIVIDADES PRÁTICAS 
ANAMNESE: 
Identificação: 
ALS, 28 anos, sexo feminino, estudante do curso de medicina, católica, 
branca, solteira, natural e procedente de São Paulo, morando em Sorocaba 
nos últimos 3 anos. 
Queixa e duração: irritabilidade há 5 meses e insônia há 4 meses 
História pregressa da moléstia atual: 
A paciente refere que ao iniciar o terceiro ano da faculdade em 2020, 
achou que seria um ano mais fácil uma vez que os ensinamentos mais 
básicos desenvolvidos nos 2 primeiros anos já haviam se encerrado e neste 
ano o aprendizado estaria mais voltado para a clínica, o que a deixava menos 
apreensiva. 
Sempre se preocupou muito com os estudos, procura nunca chegar 
atrasada às aulas e quando tem que faltar por algum motivo, fica aflita em 
inteirar-se da matéria que fora abordada. 
Por vezes é invadida por pensamentos de que não está aprendendo, teme em 
ficar de recuperação e está sempre preocupada com os próximos módulos. 
Quando teve início a pandemia e as aulas presenciais foram 
suspensas, ficou sem saber o que fazer, se voltava para a casa dos pais ou 
permanecia em Sorocaba. 
No início achou que ficando em Sorocaba estudaria mais, porém passadas as 
primeiras semanas foi sentindo uma irritabilidade, preocupação crescente, 
dificuldade de concentração com falta de memória, principalmente ao perceber 
que a situação da pandemia era muito mais séria do que ela pensava e que 
não havia previsão para seu término. 
Passou a ter dificuldade para dormir, acordando algumas horas antes 
do despertador tocar, já aflita com tudo que tinha para fazer. 
Às vezes passava longos períodos da noite acordada, sentindo-se 
prejudicada pela situação e por não vislumbrar um final para tudo isso. 
Voltou para a casa dos pais em São Paulo, mas isso fez com que 
entrasse em contato com a realidade financeira da família que já não era boa 
antes da pandemia e agora estava pior. Este fato a deixou mais apreensiva 
ainda, uma vez que sua faculdade é particular. 
65 
Com todas essas preocupações sua insônia foi se agravando e 
ultimamente acorda pela manhã já se sentindo cansada, não consegue 
concentrar-se nos estudos o que a deixa muito tensa. 
Resolveu então procurar um médico pois quem sabe uma 
medicação para dormir fizesse ela se sentir melhor! 
Interrogatório dos diversos aparelhos: 
 
Sintomas gerais: perdeu 2 kilos, embora não tenha modificado sua ingesta. 
Cefaleia, antes só no pré-menstruo, mas ultimamente está mais frequente. 
Quando está muito preocupada tem a impressão que o ar não entra nos 
pulmões, fazendo com que tenha que respirar mais fundo. 
Também tem sentido palpitações, acompanhadas de sensação de aperto no 
peito de média intensidade, principalmente quando fica muito nervosa, 
piorando também a falta de ar. Nestas ocasiões só melhora quando consegue 
respirar fundo e pausadamente. 
Nega sintomas digestivos. Não notou alteração nas fezes. 
Urina normalmente (5 vezes ao dia, em média). 
Menstruações normais com pouca cólica menstrual 
antecedentes pessoais: 
Refere ter boa saúde e não faz uso regular de nenhuma medicação a não ser 
anticoncecional. Nunca foi operada ou internada. 
Boas condições de moradia. Mora com a família em um apto e não divide 
o quarto com ninguém. 
Boa alimentação e faz caminhadas e academia. Está parada agora 
na quarentena. 
Antecedentes familiares: 
 
Mãe tem boa saúde, mas toma Citalopram. 
Pai faz tratamento de hipertensão arterial e gastrite. 
Tem um irmão com saúde. 
Hábitos e vícios: 
 
Não fuma, não bebe nem socialmente e nunca usou drogas 
ilícitas. Uso regular de preservativo. 
 
Material de apoio habilidades 
66 
Caso clínico transtornos de ansiedade 
 
Texto 1. 
O que são os transtornos ansiosos: 
São transtornos que compartilham características de medo e ansiedade 
excessivos que modificam o comportamento do sujeito. Medo é a resposta 
emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a 
antecipação de ameaça futura. Os transtornos ansiosos se diferenciam do medo 
ou da ansiedade normais, ou adaptativos por serem excessivos ou persistirem, 
com frequência induzidos por estresse. A ansiedade, a preocupação ou os 
sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do 
indivíduo. 
 
O que os pacientes sentem no transtorno de ansiedade generalizada: 
Pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga, tensão 
muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e comportamentos de 
cautela ou esquiva. Preocupação antecipatória, pensamentos catastróficos, 
alteração do sono e do apetite. O indivíduo considera difícil controlar a 
preocupação, e tem pelo menos um dos seguintes itens (com frequência mais 
de um ou até todos): 
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 
2. Fatigabilidade. 
3. Dificuldade em concentrar- mente. 
4. Irritabilidade. 
5. Tensão muscular. 
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono 
insatisfatório e inquieto). 
 
A crise de ansiedade na sua maior intensidade caracteriza um ataque de 
pânico, que pode acontecer isoladamente, ou com frequência e periodicidade 
(neste caso caracterizando a síndrome do pânico), e tem as seguintes 
características, podendo ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado 
ansioso. 
1. Palpitações, coração acelerado ou taquicardia. 
2. Sudorese. 
3. Tremores ou abalos. 
67 
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 
5. Sensações de asfixia. 
6. Dor ou desconforto torácico. 
7. Náusea ou desconforto abdominal. 
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio. 
9. Calafrios ou ondas de calor. 
10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento). 
11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação 
de estar distanciado de si mesmo). 
 
13. Medo de morrer. 
 
Em nenhum caso os sintomas se justificam pelo uso de substâncias psicoativas. 
 
Fonte: dsm v - manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais 5ª 
edição 
 
Texto 2. 
O que é ansiedade? 
O termo tem várias definições nos dicionários não técnicos: aflição, 
angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer 
contexto de perigo etc. 
Levando-se em conta o aspecto técnico, devemos entender ansiedade 
como um fenômeno que ora nos beneficia ora nos prejudica, dependendo das 
circunstâncias ou intensidade, podendo tornar-se patológica, isto é, prejudicial 
ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal). 
A ansiedade estimula o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, 
faz exatamente o contrário, impedindo reações. 
 
Os transtornos de ansiedade são doenças relacionadasao funcionamento 
do corpo e às experiências de vida. Pode-se sentir ansioso a maior parte do 
tempo sem nenhuma razão aparente; pode-se ter ansiedade às vezes, mas tão 
intensamente que a pessoa se sentirá imobilizada. A sensação de ansiedade 
pode ser tão desconfortável que, para evitá-la, as pessoas deixam de fazer 
coisas simples (como usar o elevador) por causa do desconforto que sentem. 
68 
Os transtornos da ansiedade têm sintomas muito mais intensos do que 
aquela ansiedade normal do dia a dia. Eles aparecem como: 
- Preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue 
relaxar); 
- Sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; 
- Preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho; 
- Medo extremo de algum objeto ou situação em particular; 
- Medo exagerado de ser humilhado publicamente; 
- Falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem 
independentemente da vontade; 
- Pavor depois de uma situação muito difícil. 
 
Fonte: biblioteca virtual em saúde ministério da saúde 
 
Sugestão de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=iic97zkxsbu 
 
Para saber mais sobre outros transtornos ansiosos: 
Castillo, ana regina gl, recondo, rogéria, asbahr, fernando r, & manfro, gisele g. 
(2000). Transtornos de ansiedade. Brazilian journal of psychiatry, 22(suppl. 2), 
20-23. Https://doi.org/10.1590/s1516-44462000000600006 
Disponível em: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1516-
44462000000600006 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
APÊNDICE 2 Caso clínico (problema) de Tutoria 
 
Apresentação de problema de Tutoria 2o Ano 
 
Eixo: MANUTENÇÃO DA ESPÉCIE 
 
Módulo: ( X ) Movimento, Sensações e Emoções 1o semestre 
 
CASO ATAQUE DE TIGRE-DENTES-DE-SABRE 
 
 
Imagem retirada do livro Psicofarmacologia: Bases neurocientíficas e 
aplicações práticas. Stahl, 2013 
 
Resumo (mesmo que da versão incompleta) 
 
Caso de jovem com quadro de transtorno de ansiedade generalizada (TAG), 
com vivência de muitas situações estressantes crônicas, com sua mãe 
acamada por paraplegia. Proporciona o estudo das emoções, da anatomia 
do SNC e periférico, das áreas relacionadas às emoções e ao movimento. É 
uma oportunidade para divulgar os serviços de acolhimento emocional da 
PUC-SP, diminuir o estigma sobre doenças mentais e aproximar os alunos 
70 
dessa temática que faz parte da realidade deles. Proporciona também a 
discussão sobre organização do SUS, atenção primária à saúde e 
importância da Visita Domiciliária nos cuidados. Instiga ainda a discussão 
sobre o papel da espiritualidade como fator de proteção. 
 
Texto do problema 
ça. Por 
isso, acredita-
sobrevivência. Enquanto pode ser normal ou até mesmo adaptativo ficar 
ansioso ao ser atacado por um tigre-dentes-de-sabre (ou algo equivalente), 
existem muitas circunstâncias em que a ansiedade não é adaptativa e constitui 
 Texto retirado do livro Psicofarmacologia: Bases 
neurocientíficas e aplicações práticas. Stahl, 2013. 
Ana Maria é uma estudante de enfermagem de vinte anos de idade que 
também trabalha com telemarketing para poder pagar seus estudos. Nunca foi 
atacada por um tigre-dente-de-sabre ou nada equivalente, mas nos últimos 
meses tem apresentado muito medo, preocupação com o futuro, muitas dores 
musculares, especialmente na região cervical de forma intermitente, e 
sensação de palpitação no peito. Refere que sente seus ombros rígidos e com 
frequência tem cefaleia, fraqueza nas pernas e tremores nas mãos, 
principalmente quando fica mais nervosa ou preocupada. 
A jovem não consegue relacionar suas dores a nenhuma lesão ou 
trauma que tenha sofrido. Ela relata que tem problemas para pegar no sono, 
com frequência acorda antes do seu despertador tocar e sente muito cansaço 
durante o dia, mesmo quando dormiu 8 horas à noite. Frequentemente, ela se 
sente inquieta ou nervosa, às vezes com medo. 
Ela afirma que está constantemente preocupada com seu desempenho 
na faculdade, sua família e com a saúde de sua mãe, que tem paraplegia e 
passa seus dias na cama ou na cadeira de rodas. Ela sofreu um atropelamento 
há muitos anos, quando estava em uma padaria que foi assaltada, correu para 
a rua para fugir e foi atropelada por uma moto. Não sabe se a condição de sua 
mãe será assim para sempre, hoje em dia ela não anda, não sente suas pernas 
e tem franqueza nos braços, apesar de conseguir movimentá-los. 
71 
Quando sua mãe recebe a visita da agente comunitária de saúde da 
unidade de saúde perto da sua casa, Ana Maria sempre a escuta dizer: 
além da ACS, a médica e a enfermeira também vão até a sua casa, e fica se 
 
Ana Maria também tem dificuldade em prestar atenção nas aulas e 
terminar os trabalhos da faculdade, e por este motivo foi abordada por sua 
professora, que orientou que a aluna buscasse ajuda em um dos serviços de 
acolhimento emocional da sua universidade. 
Chegou a conversar com uma amiga da faculdade sobre o que vem 
sentindo e ambas ficaram pensando: que problema é esse que afeta partes 
tão diferentes do corpo e tem comprometido tanto sua qualidade de vida? De 
onde surgem essas sensações tão desconfortáveis? Será que existe um 
remédio para isso? Será possível prevenir ou tratar de outra forma que não 
seja com medicamentos? Não gosto de tomar remédios. 
 
Objetivos do problema 
1- Compreender e identificar os componentes do sistema nervoso 
envolvidos no caso: córtex cerebral, amigdala, SN simpático, núcleo 
da base 
2- Reconhecer a localização de lesão medular da mãe de Ana Maria 
3- Reconhecer e diferenciar a ansiedade como emoção e como 
transtorno mental 
4- Identificar sinais e sintomas de um quadro de ansiedade generalizada 
5- Conhecer o exame físico neurológico 
6- Propor aspectos comportamentais protetores da saúde mental, como 
atividade física, lazer e psicoterapias 
7- Conhecer os serviços de acolhimento emocional da PUC-SP 
8- Conhecer a organização da atenção primária do SUS no atendimento 
domiciliar 
9- Compreender e identificar a principal classe medicamentosa utilizada 
para o tratamento de TAG 
10- Refletir sobre o papel da espiritualidade na saúde mental 
72 
 
Objetivos do módulo contemplados pelo problema (consultar abaixo os 
objetivos que constam do projeto pedagógico) 
1- Compreender e identificar os componentes dos sistemas nervoso 
(central e periférico) tegumentar e musculoesquelético com suas 
características anatômicas macro e microscópicas. 
2- Compreender e identificar as funções corticais superiores: linguagem, 
memória, inteligência e comportamento 
3- Compreender e identificar os aspectos psicoafetivos de uma vida 
saudável 
4- (Dentro de Habilidades) Interpretação dos sintomas e sinais gerais e 
específicos dos sistemas osteoarticular e neurológico além dos já 
aprendidos. 
5- (Dentro de PAS) identificar as ações de proteção específica na área e 
no serviço 
6- (Dentro de Teologia) Focar a experiência religiosa do homem, 
enquanto este último se confronta com os limites de sua existência e a 
busca do sentido 
 
Suporte ao tutor (texto, imagens ou fonte (s) que auxiliem o tutor no preparo e 
condução da tutoria) 
1 em cada 3 estudantes de medicina no mundo tem algum transtorno de 
ansiedade. 
Quek TT-C, et al. The Global Prevalence of Anxiety Among Medical 
Students: A Meta-Analysis. Int J Environ Res Public Health. 2019 
 
Diferenciamos ansiedade normal (emoção) do transtorno de ansiedade de 
acordo com a intensidade e a frequência dos sintomas (principalmente 
medo e preocupação antecipada) e quando há comprometimento de pelo 
menos um aspecto da vida (família, trabalho, amigos, estudos, sono...). A 
ela que nos protege do perigo, nos prepara para 
situações adversas e aquela que nos movimenta a buscar condições 
melhores para nossas vidas. Quando essa ansiedade se intensifica ou 
73 
aparece a maior parte do tempo e na maior parte dos dias, compromete o 
desempenho da pessoa em algum aspecto de sua vida, como dificuldade 
de trabalhar, estudar,desejo de permanecer isolado, alteração do sono e 
do apetite, grande preocupação com o futuro, pensamentos pessimistas 
ou catastróficos, causa sofrimento e pode causar sintomas físicos, como 
sensação de taquicardia, cefaleia, parestesia, dor precordial, tremores e 
sensação de falta de ar (dispneia suspirosa). 
O transtorno de ansiedade deve ser tratado precocemente e de forma 
multidisciplinar, garantindo melhora da qualidade de vida da pessoa e 
melhora do prognóstico. O tratamento consiste no uso de antidepressivos 
inibidores seletivos de recaptação de serotonina (primeira escolha), por 
período maior do que 6 meses contado a partir da remissão dos sintomas. 
O tempo de tratamento deverá ser avaliado a cada caso. Os ansiolíticos 
benzodiazepínicos só devem ser utilizados em situações de crises, 
eventualmente, de forma criteriosa. Além do tratamento medicamentoso, 
utiliza-se também a psicoterapia, atividade física regular e atividades de 
lazer. Já existem estudos sobre o papel da espiritualidade como protetora 
dos transtornos mentais e é possível ajudar a pessoa com ansiedade a 
resgatar a sua espiritualidade. Há ainda muito estigma sobre transtornos 
mentais, como a ansiedade, e muitas pessoas demoram a buscar ajuda 
por medo de serem rotuladas como pacientes psiquiátricos. A prevalência 
de transtornos ansiosos nos estudantes de medicina é 5 vezes maior do 
que na população geral e dos transtornos depressivos é 10 vezes maior 
do que na população geral. Atualmente há um projeto de pesquisa na 
FCMS da PUC-SP sobre esse tema e este problema é uma oportunidade 
para que os alunos e professores estudem e conversem sobre o assunto, 
contribuindo para a redução do estigma, identificação dos sintomas 
precocemente, o que pode favorecer a proteção da saúde mental de 
todos na comunidade. 
 
DSM-V: Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais 
Critérios Diagnósticos de TAG 
74 
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), 
ocorrendo na maioria dos dias 
por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais 
como desempenho escolar 
ou profissional). 
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) 
dos seguintes seis sintomas 
(com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos 
seis meses). 
Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 
2. Fatigabilidade. 
3. Dificuldade em concentrar- 
4. Irritabilidade. 
5. Tensão muscular. 
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou 
sono insatisfatório e 
inquieto). 
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento 
clinicamente significativo ou 
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância 
(p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). 
F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental 
(p. ex., ansiedade ou preocupação 
quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação 
negativa no transtorno 
de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no 
transtorno obsessivo- 
75 
compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade 
de separação, 
lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-
traumático, ganho de peso na 
anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, 
percepção de problemas 
na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no 
transtorno de ansiedade 
de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou 
transtorno delirante). 
 
Amígdala e neurobiologia do medo. Página 556 
Serotonina e ansiedade. Página 573 
Hiperatividade noradrenérgica na ansiedade. Página 576 
Psicofarmacologia: Bases neurocientíficas e aplicações práticas. Stahl, 
2013 
 
Lista de serviços de acolhimento emocional da PUC-SP: 
Acolhimento online a saúde mental para toda comunidade puquiana- 
https://www.pucsp.br/procrc/acolhimento-online-isolamento 
Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic (PUC-SP) 
atendimentopsicologico@pucsp.br 
Rodas de conversa online 
Instagram de divulgação: cuidandodevocenapandemia 
PAC - programa de apoio comunitário 
pacsorocaba@gmail.com 
 
Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_pessoa_lesao_medular
.pdf 
- Nível Neurológico da Lesão 
- Acompanhamento psicológico 
- Reabilitação 
76 
- Componente da atenção básica 
 
 
 
Oportunidade de aprendizagem e Referências (que serão orientação para o 
fechamento e para a avaliação somativa) 
 
Neurociência: Desvendando o Sistema Nervoso. Bear, Mark. 2017 
 
Quek TT-C, et al. The Global Prevalence of Anxiety Among Medical Students: 
A Meta-Analysis. Int J Environ Res Public Health. 2019 
 
Psicofarmacologia: Bases neurocientíficas e aplicações práticas. Stahl, 2013 
Ferreira FMPB, et col. Programas de promoção da saúde no ensino superior: 
revisão integrativa de literatura. Rev Bras Enferm. 2018 
 
Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_pessoa_lesa
o_medular.pdf 
 
 
 
Objetivos do Módulo MSE 
Compreender e identificar o papel fisiológico da(o)(s): 
 Componentes dos sistemas nervoso (central e periférico), tegumentar e 
musculoesquelético com suas características anatômicas macro e microscópicas. 
 Transporte através das membranas excitáveis e a sinalização bioelétrica, 
potencial de membrana e os mecanismos envolvidos no potencial de ação. 
 Relações anatômicas e biomecânicas do esqueleto, tendões, ligamentos, 
músculos e tegumento do corpo humano. 
 Principais vias de inervação e vascularização do sistema musculoesquelético 
e tegumentar. 
 Componentes dos órgãos dos sentidos com suas características anatômicas 
micro e macroscópicas. 
 Ritmos biológicos e integração neuroendócrina. 
 Exercício e condicionamento físico. 
Compreender e identificar o(a)(s): 
77 
 Regulação da postura e locomoção. 
 Funções corticais superiores: linguagem, memória, inteligência e comportamento. 
 Regulação da temperatura corporal. 
 Imagenologia do sistema musculo esquelético e nervoso. 
 Aspectos psico-afetivos de uma vida saudável
78 
APÊNDICE 3 Atividade com mentores e com alunos 
 
Intervenção Mentoria 
 
Tema: Saúde Mental 
Saúde Mental: 
A forma como cada indivíduo se relaciona com suas emoções e comportamentos, 
e os fatores biológicos, psicológicos, culturais e sociais que influenciam essa relação. 
Não é apenas sobre a ausência de uma doença, mas sobre o bem-estar emocional. 
 
Pesquisa sobre bem-estar dos professores: 
 
 
Realizada pelo Instituto Península (IP) com 3.800 professores em todo o país 
entre 20 de julho e 14 de agosto de 2020. 
 
 
Sinais de alerta para o sofrimento psíquico: 
Isolamento social 
Irritabilidade 
Alteração do sono 
Alteração de comportamento 
Impulsividade 
Agressividade 
79 
Sentimento de culpa 
Perda de interesse 
Mudança na aparência 
Preocupação com a morte 
Abuso de substâncias 
Alteração do apetite 
Problemas nos estudos 
Tentativa de suicídio prévia 
 
Como as pessoas descrevem as doenças mentais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação dos dados da faculdade: 
80 
 
 
 
 
81 
 
 
 
82 
 
 
83 
 
 
84 
 
 
85 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
86 
APENDICE 4 Aulas Sustentação teórica 
 
 
 
87 
 
 
 
 
88 
 
 
 
89 
 
 
 
90 
 
 
 
91 
 
 
 
 
92 
 
 
 
93 
 
 
 
94 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
95 
APÊNDICE 5Primeiros Cuidados Psicológicos 
 
 
 
 
96 
 
 
 
97 
 
 
 
 
98 
 
 
 
 
 
99 
APÊNDICE 6 Protocolo PUC-SP 
 
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DE SITUAÇÃO DE CRISE DE SAÚDE MENTAL 
 
GT Saúde Comunitária da PUC-SP 
Nicoli Abrão Fasanella 
Paula Peron 
Márcia Batista 
Ida Cardinalli 
Marisa Penna 
Pedro Aguerre 
 
100 
 
 
 OBSERVAÇÕES: 
 
101 
 
 
ANEXO 1: SINAIS PARA IDENTIFICAR SITUAÇÕES DE CRISE 
 
SOFRIMENTO PSÍQUICO 
Isolamento social, Irritabilidade, Faltas frequentes, Sonolência diurna, Alteração 
de comportamento, Baixo desempenho laboral ou acadêmico 
 
ANSIEDADE 
Sensação desagradável, inquietação interna, preocupação com o futuro, medo, 
pensamentos catastróficos, acompanhada de sensações corporais. Na crise de 
pânico, os ataques são súbitos, com sintomas muito intensos. 
 
DEPRESSÃO E COMPORTAMENTO SUICÍDA 
Tristeza, angústia; Mudança no comportamento como isolamento social; Abuso 
de substâncias; Prejuízo do desempenho escolar/social; Irritabilidade; 
Desfazer-se de objetos pessoais; Verbalizar desejo de morte ou suicídio. 
 
102 
 
 
 
 
 
AGITAÇÃO E AGRESSIVIDADE 
Estado de tensão, inquietação, hiperatividade manifestado por um estado 
psicomotor. Estado de violência dirigido a algo ou alguém. 
 
 
SURTO PSICÓTICO 
Ocorre um desvio de conduta que decorre de uma ruptura da realidade de 
forma temporal. Ocorrem alterações comportamentais que resultam de 
distúrbios ocasionais ou alucinações. Indivíduos em crise podem perder a 
noção da realidade e se comportarem de modo muito diferente do habitual. 
 rápidas oscilações de emoções e de humor, como medo, euforia, pânico 
e raiva; 
103 
 confusão mental, ansiedade, agressividade, 
 perda da noção de tempo e espaço; 
 dificuldade de comunicação; 
 comportamento catatônico; 
 isolamento social. 
 
 
ANEXO 2 MANEJO DA SITUAÇÃO COM SEGURANÇA 
- Disponibilização de equipe de segurança 
- Retirada de objetos que possam ser usados como instrumentos de agressão 
- Deixar a porta aberta, ter fácil acesso à saída 
- Redução de estímulos externos 
- Observação contínua de todos os envolvidos 
- Apresentar-se, bem como todos os presentes 
- Não dar as costas ao paciente 
- Falar calmamente e não elevar o tom de voz 
- Não ficar sozinho 
- Olhar diretamente para a pessoa 
- Evitar fazer anotações / olhar no celular 
- Colocar limites de maneira objetiva, mas acolhedora 
- Não fazer ameaças 
- Assegurar que todos estão lá para ajudá-lo 
- Estimular a conversa 
 
 
ANEXO 3 MANEJO DO PAC FORA DA CRISE 
- Atualizar cadastros dos alunos semestralmente, com contatos de familiares 
e/ou referências para situações de crise; 
104 
- Acompanhar evolução dos casos, verificando se pessoa se mantém em crise, 
com sintomas e fazendo tratamento; 
 
 
ANEXO 4 SERVIÇOS DE REFERÊNCIA PARA ENCAMINHAMENTO 
 
CAMPUS CONSOLAÇÃO, CAMPUS PERDIZES E UNIDADES COGEAE E 
VILA MARIANA 
- CAISM (Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental) da Vila Mariana 
- Pronto Socorro Municipal Dr. Álvaro de Dino Almeida (Barra Funda) 
OBSERVAÇÃO: CAPS PERDIZES RECEBE PACIENTES DO CAMPUS 
PERDIZES ATÉ ÀS 15:00 HORAS. (Casos leves ou moderados, de pessoas 
com condições de ir até o CAPS, sem risco iminente à vida) 
CAMPUS SANTANA 
- Hospital Mandaqui 
- Pronto-Socorro Municipal Dr. Lauro Ribas Braga (Santana) 
CAMPUS IPIRANGA 
- Hospital Municipal Doutor Arthur Ribeiro de Saboya 
- Pronto Socorro Augusto Gomes de Mattos 
CAMPUS SOROCABA 
- Pronto Atendimento Humberto Campos 
- Pronto Atendimento UPH Zona Leste 
UNIDADE DERDIC 
- CAISM (Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental) da Vila Mariana 
- Pronto Socorro Augusto Gomes de Mattos 
 
 
 
ANEXO 5 ATENDIMENTO DO SAMU 
Caso o SAMU caso não tenha previsão de atendimento, solicitar o recurso de 
avaliação dos profissionais da saúde, via serviço de atendimento com motos, 
explicar que não há nenhum profissional da saúde para avaliar as condições da 
pessoa, no local do chamado. Normalmente, é realizado pelo corpo técnico de 
105 
Enfermagem do Samu. Atende de forma mais rápida e conseguem dar uma 
posição sobre a necessidade ou não da presença do resgate. 
 
ANEXO 6 ACOLHIMENTO SOCIAL 
Ligar 156 no SEAS (Serviço Especializado de Abordagem Social - Secretaria Municipal 
de Assistência Social). Trata-se de uma rede de atendimento socioassistencial voltado 
à população adulta em situação de rua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
106 
APÊNDICE 7 Cultura e saúde mental: Cinedebate 
 
 
 
 
107 
 
 
 
108 
 
 
 
109 
 
 
 
110 
 
 
 
 
 
111 
 
 
 
 
 
 
 
 
112 
APÊNDICE 8 Material de apoio: Precisamos falar sobre saúde mental 
 
 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
 
Programa de Estudos Pós-Graduados Stricto Sensu 
Educação nas Profissões da Saúde 
 
 
 
 
 
PRECISAMOS FALAR SOBRE SAÚDE MENTAL 
 
 
 
 
Este material contém informações sobre os transtornos mentais mais comuns entre os 
estudantes universitários, e faz parte do projeto de pesquisa: Estratégias Acadêmicas para 
Promoção da Saúde Mental dos Estudantes de Medicina. 
 
 
 
Pesquisadora: Nicoli Abrão Fasanella 
Orientador: Prof. Dr. Fernando Antonio de Almeida 
Coorientadora: Profª Drª Maria Valeria Pavan 
Colaboração: Profª MS. Marcia Braga Cliquet 
 
113 
 
 
Sorocaba, 2021 
PRECISAMOS FALAR SOBRE SAÚDE MENTAL 
 
Como está a sua saúde mental? 
A forma como cada indivíduo tem suas emoções, comportamentos, fatores biológicos, 
psicológicos, culturais e sociais harmonizados pode nos dizer como anda a sua saúde mental. 
Não é apenas sobre a ausência de uma doença, mas sobre o bem estar emocional. 
 
Por que é importante identificar precocemente os transtornos mentais? 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 700 milhões de pessoas no mundo têm 
algum transtorno mental, só no Brasil são 50 milhões de pessoas doentes. A carga dos 
transtornos mentais continua crescendo, com impactos significativos sobre a saúde e as 
principais consequências sociais, de direitos humanos e econômicas em todos os países do 
mundo. 
 
Como combater o estigma associado aos transtornos mentais? 
Falar sobre saúde mental, propor conversas e acolher o sofrimento sem julgamentos contribui 
para o combate ao estigma. 
 
CONHECER PARA PODER AGIR 
Este material abordará os principais problemas relacionados à saúde mental, com informações 
sobre alguns transtornos mentais, o que fazer quando identificar o sofrimento e como pedir 
ajuda. 
 
1. PRECISAMOS FALAR SOBRE ANSIEDADE 
2. PRECISAMOS FALAR SOBRE DEPRESSÃO 
3. PRECISAMOS FALAR SOBRE SUICÍDIO 
4. PRECISAMOS FALAR SOBRE ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 
(links interativos que abrem ao clicar) 
 
 
 
114 
PRECISAMOS FALAR SOBRE ANSIEDADE 
De acordo com a OMS em 2018, o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com mais de 9% da 
população com algum transtorno ansioso incapacitante. 
 
Os principais sintomas de ansiedade são: 
Aflição, angústia, fadiga, perturbação do estado de espírito, medo da incerteza, antecipação de 
ameaças futuras, sensação de perigo iminente, irritabilidade, dificuldade de concentração, 
tensão muscular, perturbação do sono, e são sintomas que comprometem vários aspectos da 
vida (familiar, acadêmico, social) e geram grande sofrimento. 
 
O que fazer? 
Existe tratamento e conversar é o primeiro passo rumo a ele. Procure ajuda profissional, 
pratique exercícios físicos regularmente, garanta suas atividades de lazer no dia a dia e não 
apenas nas férias, tenha uma boa noite de sono. 
 
Onde buscar apoio? 
Serviços de acolhimento à saúde mental na nossa universidade: 
- Acolhimento online a saúde mental para toda comunidade puquiana- 
https://www.pucsp.br/procrc/acolhimento-online-isolamento 
- Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic (PUC-SP) 
atendimentopsicologico@pucsp.br 
- Rodas de conversa online 
Instagram de divulgação: cuidandodevocenapandemia 
- PAC - programa de apoio comunitário 
pacsorocaba@gmail.com 
Serviços disponíveispara toda a população pelo SUS: 
- (Unidade Básica de Saúde) UBS mais próxima de sua casa 
- (Centro de Apoio Psicossocial) CAPS mais próximo de você 
 
Para mais informações, acesse: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/224_ansiedade.html 
http://www.ans.gov.br/aans/noticias-ans/consumidor/6138-janeiro-branco-sinal-de-alerta-
para-a-saude-mental 
115 
PRECISAMOS FALAR SOBRE DEPRESSÃO 
De acordo com a OMS 7% da população mundial sofre de depressão, e a prevalência entre 
jovens com idade entre 18 a 25 anos é três vezes maior. No Brasil, a depressão é responsável 
por um quarto dos atendimentos de saúde mental. 
 
Os principais sintomas de depressão são: 
Tristeza, sentimento de vazio ou desesperança na maior parte do dia, quase todos os dias, choro 
fácil, diminuição do interesse ou prazer pelas atividades que antes eram prazerosas, alteração 
do apetite e do sono, agitação, inquietação ou sensação de estar mais lento, fadiga, sentimentos 
de inutilidade ou culpa excessiva, dificuldade de se concentrar, pensamentos de morte ou de 
suicídio. 
 
O que fazer? 
Existe tratamento e cura para depressão! Converse, procure ajuda profissional, faça o 
tratamento corretamente, se mantenho conectado com pessoas de confiança, pratique 
exercícios físicos regularmente, garanta suas atividades de lazer no dia a dia e não apenas nas 
férias, tenha uma boa noite de sono. 
 
Onde buscar apoio? 
Serviços de acolhimento à saúde mental na nossa universidade: 
- PAC - programa de apoio comunitário 
pacsorocaba@gmail.com 
- Acolhimento online a saúde mental para toda comunidade puquiana- 
https://www.pucsp.br/procrc/acolhimento-online-isolamento 
- Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic (PUC-SP) 
atendimentopsicologico@pucsp.br 
- Rodas de conversa online 
Instagram de divulgação: cuidandodevocenapandemia 
Serviços disponíveis para toda a população pelo SUS: 
- (Unidade Básica de Saúde) UBS mais próxima de sua casa 
- (Centro de Apoio Psicossocial) CAPS mais próximo de você 
 
Para mais informações, acesse: 
https://www.depressaosemtabu.com/ 
116 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/76depressao.html
https://www.paho.org/pt/topicos/depressao 
https://youtu.be/DzU63rT4L5Y 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
117 
PRECISAMOS FALAR SOBRE SUICÍDIO 
De acordo com a OMS, 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo a cada ano, é a segunda 
principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 a 29 anos. No Brasil, as taxas de 
suicídio cresceram nos últimos anos. 
 
Os principais sinais de alerta são: 
Tristeza, isolamento social, pensamentos de morte como alívio, desapego de objetos e 
não vale a pena viver, não aguento mais, eu 
queria sumir, não posso fazer mais nada, cansei da minha vida, eu quero morrer 
 
O que fazer? 
É possível prevenir e tratar! Converse, procure ajuda profissional, faça o tratamento 
corretamente, se mantenho conectado com pessoas de confiança, pratique exercícios físicos 
regularmente, garanta suas atividades de lazer no dia a dia e não apenas nas férias, tenha uma 
boa noite de sono. 
 
Onde buscar apoio? 
Serviços de acolhimento à saúde mental na nossa universidade: 
- PAC - programa de apoio comunitário 
pacsorocaba@gmail.com 
- Acolhimento online a saúde mental para toda comunidade puquiana- 
https://www.pucsp.br/procrc/acolhimento-online-isolamento 
- Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic (PUC-SP) 
atendimentopsicologico@pucsp.br 
- Rodas de conversa online 
Instagram de divulgação: cuidandodevocenapandemia 
Serviços disponíveis para toda a população pelo SUS: 
- (Unidade Básica de Saúde) UBS mais próxima de sua casa 
- (Centro de Apoio Psicossocial) CAPS mais próximo de você 
- (Centro de Valorização à Vida) CVV LIGUE 188 
 
 
Para mais informações, acesse: 
118 
https://www.paho.org/pt/topicos/suicidio
https://www.cvv.org.br/ 
http://www.conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/809-um-suicidio-ocorre-a-cada-40-
segundos-no-mundo-diz-organizacao-mundial-da-saude 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
119 
 
PRECISAMOS FALAR SOBRE ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 
De acordo com a OMS, cerca de 217 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos usaram alguma 
substância psicoativa pelo menos uma vez nos últimos 12 meses, o que correspondia a cerca de 
5.5% da população de todo o mundo nesta faixa etária. Em 2017, cerca de 35 milhões de pessoas 
sofriam de transtornos mental relacionados ao uso de substâncias. 
 
Os principais sinais do abuso de substâncias psicoativas são: 
Uso da substância é cada vez mais frequente, em quantidades progressivamente maiores, com 
esforços malsucedidos para reduzir ou controlar o uso, muito tempo é gasto para a obtenção 
das substâncias, há fissura ou um forte desejo do uso, ocorre fracasso em desempenhar papéis 
importantes no 
trabalho, na escola ou em casa, outras atividades não relacionadas ao uso são abandonadas. 
 
O que fazer? 
Existe tratamento e conversar é o primeiro passo rumo a ele. Procure ajuda profissional, 
pratique exercícios físicos regularmente, garanta suas atividades de lazer no dia a dia e não 
apenas nas férias, tenha uma boa noite de sono. 
 
Onde buscar apoio? 
Serviços de acolhimento à saúde mental na nossa universidade: 
- Acolhimento online a saúde mental para toda comunidade puquiana- 
https://www.pucsp.br/procrc/acolhimento-online-isolamento 
- Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic (PUC-SP) 
atendimentopsicologico@pucsp.br 
- Rodas de conversa online 
Instagram de divulgação: cuidandodevocenapandemia 
- PAC - programa de apoio comunitário 
pacsorocaba@gmail.com 
Serviços disponíveis para toda a população pelo SUS: 
- (Unidade Básica de Saúde) UBS mais próxima de sua casa 
- (Centro de Apoio Psicossocial) CAPS mais próximo de você 
 
120 
Para mais informações, acesse:
https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2009/mitos%20brochure_port.pdf 
http://saudeamanha.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2020/03/PJSSaudeAmanha_Texto0039_v02.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
121 
APÊNDICE 9 Material de apoio: Higiene do sono 
 
HIGIENE DO SONO 
Como anda o seu sono? Tem dormido pouco, com vários despertares à noite ou 
acordando muito cansado, como se o sono não fosse reparador? 
A falta de sono é um sinal de que sua saúde mental não está boa, e pode 
prejudicá-la ainda mais. Sua concentração e rendimento nos estudos também 
podem diminuir! 
Essas regras de higiene do sono podem te ajudar a dormir melhor: 
 
1. MANTENHA ROTINA. Mantenha horários relativamente constantes para 
dormir e acordar, assim condicionará o corpo a reconhecer o momento de 
começar a desligar sua mente, use despertador para te auxiliar! 
2. DURMA O NECESSÁRIO. Observe quantas horas são necessárias para 
se sentir bem durante o dia. Dormir a mais ou a menos, faz com que não fique 
bem. Recomenda-se entre 7 e 9 horas de sono por noite para jovens 
adultos*(HIRSHKOWITZ et al., 2015). 
3. COCHILOS DEVEM SER EVITADOS. Para os insones de plantão, os 
cochilos de dia atrapalham o sono da noite, entretanto, siestas habituais para 
aqueles que dormem bem, não atrapalham o sono. 
4. MENOS CAFEÍNA. Não tomar café, chá preto, chá mate, chá verde, 
chocolate ou qualquer bebida estimulante após as 17 horas. Evite o consumo 
em excesso durante o dia. 
5. BEBIDA ALCOÓLICA NÃO AJUDA. Embora pareçam ajudar a relaxar, 
perturbam a qualidade do sono. Pessoas que roncam devem evitá-las, pois pode 
haver piora do ronco e das pausas respiratórias, devido ao relaxamento 
provocado pelo álcool na musculatura respiratória. 
6. DIMINUA OS ESTÍMULOS. Exercícios físicos ajudam, mas devem ser 
evitados algumas horas antes de ir para a cama. A nicotina é estimulante, 
favorece a insônia e um sono não reparador. O uso de telas (celular, tablet, 
uso 3-4 horas antes de dormir. 
. 
 
122 
COMO SE PREPARAR PARA DORMIR: 
O SEU QUARTO: Se possível, Invista em uma cama e um colchão confortáveis, 
utilize cobertas adequadas para tentar se manter em uma temperatura 
agradável. Iluminação excessiva e/ou ruídos atrapalham osono. Organize seu 
quarto, para que lhe convide ao sono e EVITE trabalhar, estudar ou comer na 
cama. Utilize a cama para dormir ou namorar! 
 
O SEU CORPO: Relaxe o corpo e a mente de 60 a 90 minutos antes de ir para 
a cama. Nunca tentar resolver problemas antes de dormir ou desempenhe 
atividades que exijam alto nível de concentração imediatamente antes de deitar-
se. Leia livros ou veja filmes tranquilos, ou que já conhece para evitar que 
prendam muito a sua atenção! Procure fazer refeições mais leves à noite e vá 
para a cama quando sentir-se sonolento. 
 
LEMBRE-SE: Ir para a cama antes de sentir sono pode provocar ansiedade por 
não conseguir dormir e ir para a cama depois que adormeceu no sofá pode 
interromper o sono. 
 
JÁ NA CAMA: Se você não adormecer em 15-30 minutos, não adianta insistir. 
Você vai se irritar e o sono não vem. Levante, vá para outro cômodo, leia um 
livro monótono ou faça uma atividade monótona (NÃO pode prender a sua 
atenção!) e volte para a cama 
quando o sono voltar. Mesmo que você só volte à cama às 3 horas da manhã, 
depois de alguns dias fazendo este ritual (e não dormindo durante o dia!), o corpo 
estará cansado e a chance de você dormir será muito maior! Se você acordar no 
meio da noite e notar que não consegue mais adormecer após 15-20 minutos, 
repita o passo acima. 
 
BOM SONO! 
 
*HIRSHKOWITZ, M. et al. 
recommendations: Final report. Sleep Health, [s. l.], v. 1, n. 4, p. 233 243, 2015. 
Available at: https://doi.org/10.1016/j.sleh.2015.10.004 
 
123 
Material elaborado por Nicoli Abrão Fasanella, mestranda do Programa de 
Estudos Pós-Graduados Stricto Sensu Educação nas Profissões da Saúde da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2021, como parte do projeto de 
Estuda 
Orientador: Prof. Dr. Fernando Antonio de Almeida. Coorientadora Profª Drª 
Maria Valeria Pavan. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
124 
APÊNDICE 10 Material de apoio: A.C.A.L.M.E.-S.E. 
 
 
 
 
 
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