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FISIOPATOLOGIA E DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE DOENÇAS RENAIS Juliane Flávia Cançado Viana Brasília, 14 de setembro de 2015 Tópicos Anatomia renal Fisiologia renal Fatores de risco para o desenvolvimento de insuficiencia renal Formação da urina Patologias Testes laboratoriais para avaliação da função renal Anatomia e fisiologia renal Anatomia e fisiologia renal Glicose Na+ HCO3 - Cl- CO2 Proteínas Forças de Starling - Transportadores Ânions e cátions Ác. Úrico Creatinina Função dos rins 1. Regulação do equilíbrio hidroeletrolítico e osmolaridade dos líquidos corporais; 2. Regulação do equilíbrio ácido-básico; 3. Regulação da pressão arterial; 4. Síntese de hormônios, metabolismo e excreção; 5. Excreção de produtos de degradação metabólica e substâncias químicas estranhas; 6. Gliconeogênese. Funções renais secundárias: os rins são locais de ação da aldosterona, catabolismo da insulina, glucagon e aldosterona. Formação da urina A formação da urina nos rins envolve quatro processos básicos: 1 - Fluxo Sanguíneo Renal 2- Filtração Glomerular 3 - Reabsorção Tubular: túbulos capilares peritubulares. túbulos renais 4- Secreção Tubular Patologias: Insuficiência renal aguda Deterioração rápida da função renal em horas ou dias Incapacidade do rim de manter o equilíbrio hidroeletrolítico e eliminar os resíduos nitrogenados. Rápida elevação da creatinina sérica ( da filtração glomerular) volume urinário (oligúria) Náuseas, vômitos, alterações da consciência (uréia) Insuficiência pré-renal Hemorragias, desidratação severa e insuficiência cardíaca Túbulos e glomérulos não sofrem alterações Medicamentos: AINES e inibidores da ECA. Outros medicamentos: contrastes radiológicos, ciclosporina, anfotericina B, adrenalina e dopamina. Sinais e sintomas: fadiga, hipotensão e câimbras musculares, hipercalemia, hipocalcemia, hiperfosfatemia Patologias: Insuficiência renal aguda Insuficiência intra-renal Isquêmica, tóxica ou imune Decorrente de infecções urinárias graves, patologias inflamatórias (nefrites) e toxicidade por medicamentos Alteração do parênquima renal e necrose celular Patologias: Insuficiência renal aguda Processo inflamatório que pode ser reversível ou não Sinais e sintomas: edema, hipertensão e hematúria (com ou sem cilindros hemáticos). [creatinina] [ureia] Síndrome nefrítica ou glomerulonefrite difusa aguda Insuficiência pós-renal Decorrente de patologias obstrutivas como a litíase urinária Rabdomiólise Medicamentos: aciclovir, metotrexato, sulfonamidas Prevenção: hidratação do paciente Patologias: Insuficiência renal aguda Deterioração gradual progressiva e irreversível da função renal; Pode ser decorrente de uma lesão aguda; Pode ter origem na hipertensão arterial, no diabetes, nas glomerulopatias e nas doenças císticas renais Nefropatia analgésica devido ao uso prolongado ou abusivo de medicamentos Carcinoma de Células Renais (CCR): o é o principal tipo de tumor primário que acomete o rim. Diagnótico laboratorial: hematúria Patologias: Insuficiência renal crônica Síndrome nefrótica: caracterizada por proteinúria grave, hipoalbuminemia (albumina < 3g/dl), hiperlipidemia, lipidúria, edema e lesão glomerular Diabetes insipidus nefrogênica: resistência total ou parcial dos túbulos de responder ao ADH; poliúria. Comum em pacientes que usam lítio Síndrome hemolítico urêmica: formação de microtrombos que vão alterar a taxa de filtração glomerular. Ocorre em pacientes com anemia hemolítica, trombocitopenia e IRA. Patologias: Insuficiência renal crônica Determinação da função renal Urinálise Informações rápidas e de baixo custo Diagnóstico e evolução do tratamento da doença renal ou trato urinário Doenças metabólicas ou sistêmicas não relacionadas com os rins Avaliação macroscópica: avaliação da amostra, testes físicos e químicos Avaliação microscópica: exame do sedimento (células) e pesquisa de microrganismos Determinação da função renal Fatores que influenciam a composição da urina Dieta Estado nutricional Metabolismo Atividade física Função renal e endócrina Aspecto Presença de turvação: pode indicar ou não um estado patológico; presença de muco e precipitação de cristais amorfos (como os fosfatos e uratos) - límpida - opaca - leitosa - levemente turvada - turvada - fortemente turva Determinação da função renal Odor • Normal: “sui generis” : presença de ácidos aromáticos voláteis. • Fétido, pútrido: processo infeccioso • Cetônico: alteração no metabolismo de carboidratos • Amoniacal: demora na realização do exame, cistite. • Inodora: poliúria. Determinação da função renal Volume • Volume normal médio diário: 1200 mL a 1500 mL • Urina noturna: geralmente não excede 400 mL • Oligúria < 600 mL/24h - Causa pré-renal, renal e pós-renal. • Poliúria > 2000 mL/24h - Causa pré-renal e renal. • Anúria ≤ 50 mL/24h - Colapso renal. Determinação da função renal Cor Amarelo-claro ou incolor: é mais comum em diabetes mellitus, insuficiência renal avançada, elevado consumo de líquidos, medicação diurética e consumo de álcool. Alaranjada ou avermelhada: É comum em presença de hematúria, hemoglobinúria e em icterícias hemolíticas. Determinação da função renal Cor Marrom-escuro ou enegrecida: ocorre no carcinoma de bexiga e no uso de metildopa, levodopa, metronidazol, argirol e salicilatos. Esbranquiçada ou branco leitosa: está presente principalmente em enfermidades purulentas do trato urinário. Determinação da função renal Densidade • Indica a concentração de sólidos totais dissolvidos na urina. • Bom indicador do estado de hidratação. VR: 1,010 a 1,030 g/mL Determinação da função renal Densidade urinária aumentada: diabetes pancreático, nefropatia obstrutiva, estados febris, desidratação, terapia com diuréticos, hipoproteinemia entre outros. Densidade urinária diminuída: alcoolismo agudo, anemia falciforme, fase inicial e final da insuficiência renal crônica e tuberculose renal. Determinação da função renal pH Alterações metabólicas podem interferir no pH da urina Primeira urina da manha – pH ácido (5,0 a 6,0) pH alcalino é encontrado após as refeições. Amostras aleatórias – pH 4,5 a 9,0. Determinação da função renal pH pH ácido acidose metabólica (diabetes), acidose respiratória, dieta protéica, fenilcetonúria, intoxicação por álcool metílico, intoxicação pelo salicilato, medicações acidificantes (cloreto de amônio) acidose tubular renal, aldosteronismo primário, deficiência potássica, diuréticos que inibem a anidrase carbônica, infecções urinárias provocadas por bactérias que desdobram a uréia em amônia, a demora na análise da urina não refrigerada pela ação de bactérias Determinação da função renal pH básico Glicose V.R.: 0,0 mg/dL Limiar renal (Reabsorção tubular) – 160 a 180 mg/dL Síndrome de Fanconi e nefropatiatubular avançada (enfermidades do túbulo proximal) absorção. Teste da fita reagente e teste químico Interferentes: peróxidos, detergentes, oxidantes fortes, ácido ascórbico, ácido 5 hidroxiindolacético, ácido homogentísico, aspirina e levodopa. Determinação da função renal Creatinina Útil no diagnóstico de IR. • azotemia: IR pré e pós renal (aumentada) • aumento da ingestão de carnes vermelhas • presença de doença muscular (gigantismo e acromegalia) V.R.: 0,4 a 1,3 mg/dL Determinação da função renal Não é um método sensível pois é preciso que ocorra uma disfunção de 50 a 75 % da função renal para que esse creatinina tenha um alto valor. Proteinúria Aumento da permeabilidade da membrana glomerular e diminuição da reabsorção tubular Deve-se observar se é isolada ou acompanhada de hematúria, poliúria Valores de referência em adulto: 150 mg/dia de proteína, sendo apenas de 5 a 15 mg de albumina Determinação da função renal Hematúria Número anormal de células sanguíneas na urina Se associada a outros fatores como cilindros, proteinúria e células, pode indicar reação adversa a medicamentos Determinação da função renal Infecções do trato urinário, cálculo renal, tumor do trato urinário, rim policísistico e glomerulonefrite pós – estreptocócica. V.R.: ausentes Hemoglobinúria Presença de hemoglobina na urina hemólise Síndrome urêmica hemolítica, púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), hemoglobinúria paroxística noturna, reações transfusionais hemolíticas, hemólise por toxinas bacterianas (septicemia), veneno de cobra ou aranha, malária, queimaduras severas e exercícios extenuantes Determinação da função renal V.R.: ausentes Urobilinogênio • Pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina. • Pode ocorrer devido a hepatopatias e distúrbios hemolíticos (anemia hemolítica). • V.R.: ≤ 1mg/dL Mioglobinúria • Liberação de mioglobina na urina • Associada à destruição aguda de células musculares (rabdomiólise) • V.R.: ≤ 1mg/dL Determinação da função renal Bilirrubina • Pacientes portadores de doenças hepatocelular ou icterícia obstrutiva pelo seu extravasamento para a circulação. • Interferentes: pacientes que recebem altas doses de cloropromazina e metabólitos de drogas como a fenazopiridina • V.R.: ausentes Determinação da função renal Compostos cetônicos Distúrbios no metabolismo dos carboidratos e lipídeos faz com que ocorra excessiva formação de compostos cetônicos Diabetes mellitus, inanição, fome, dietas, febres, após exercícios excessivos e exposição ao frio intenso. V.R.: ausentes Determinação da função renal Nitrito Prova indireta para o diagnóstico precoce de bacteriúria Escherichia coli, Enterobacter, Citrobacter, Klebsiella e Proteus. Infecções da bexiga (cistite), da pielonefrite, na avaliação da terapia com antibióticos, na monitoração de pacientes com alto risco de infecção do trato urinário e na seleção de amostras para a cultura de urina Interferentes: ácido ascórbico, urobilinogênio e pH baixo, fenazopiridina V.R.: ausentes Determinação da função renal Leucócitos Diagnóstico de processos infecciosos do trato urinário; Glomerulonefrite aguda, pielonefrite, cistite, uretrite, tumores e cálculos renais V.R.: ausentes Determinação da função renal Sendimentoscopia Critérios para as quantidades encontradas • Ausente: quando o elemento não é encontrado no sedimento. • Presente: quando o elemento é encontrado no sedimento. • Raro: quando é observado até 3 estruturas por campo. • Algum: quando for encontrado de 4 a 10 estruturas por campo. • Numeroso: quando for encontrada mais de 11 estruturas por campo. • Maciça: quando não for possível contar o tanto de estruturas encontradas por campo. Determinação da função renal Sendimentoscopia Determinação da função renal Sendimentoscopia Células epiteliais Descamação normal do epitélio Lesão epitelial por processos inflamatórios ou doenças renais Células escamosas + comuns Revestimento da vagina e uretra Células Transicionais ou caudadas < Pessoas normais > Carcinoma renal ou procedimentos de instrumentação Células dos túbulos renais +++ isquemia aguda ou doença tubular renal síndrome nefrótica, diabetes mellitus avançada, lúpus eritematoso. Determinação da função renal Sendimentoscopia Leucocitúria (Piúria) + 4 células/campo glomerulonefrite, infecções do trato urogenital, inflamações diversas, pielonefrite, cistite, prostatite, uretrite, lúpus eritematoso Determinação da função renal Eritrócitos Pequeno número na urina +++ hematúria glomerulonefrites, pielonefrites, cistites, cálculos,tumores e traumas Cilindúria • Formações cilíndricas moldadas na luz do túbulos renal distal e no ducto coletor devido uma maior acidez urinária nestes locais. • Principal componente dos cilindros é a proteína de Tamm- Horsfall, mucoproteína secretada pelas células tubulares. • Pode levar a obstrução da luz dos tubulos renais. • Hialinos, hemáticos, leucocitários, bacterianos, graxos e de células epiteliais V.R.: ≤ 1750 hilinos/Ml Determinação da função renal Sendimentoscopia OBRIGADA! Juliane.viana@gmail.com
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