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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
DISCIPLINA: INT5162 – ESTÁGIO SUPERVISIONADO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARNO GERMER NETTO 
BRUNA CAROLINE DE SOUZA 
DJEISA DÉBORA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTO E PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE 
UMA EMERGÊNCIA HOSPITALAR ACERCA DO CUIDADO AO IDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLORIANÓPOLIS 
2013
ARNO GERMER NETTO 
BRUNA CAROLINE DE SOUZA 
DJEISA DÉBORA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTO E PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE 
UMA EMERGÊNCIA HOSPITALAR ACERCA DO CUIDADO AO IDOSO 
 
Trabalho de conclusão de curso, apresentado à 
disciplina: Estágio Supervisionado II (INT5162) 
do Curso de Graduação em Enfermagem da 
Universidade Federal de Santa Catarina. 
 
 
Orientadora: Enf. Dra. Eliane Regina Pereira do 
Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2013 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, 
Principalmente agradecer pelo milagre da vida, que nos permitiu estar aqui e lutar 
dentro da nossa linda profissão para que mais vidas não só aconteçam, mas 
permaneçam, bem como pela força que nos concedeu durante esta jornada e também 
pelas oportunidades dispostas, que dia após dia foram nos tornando Enfermeiros. 
 
Aos pais e familiares, 
Antes de tudo por acreditar no nosso potencial e pela oportunidade de estarmos aqui, 
nos tornando protagonistas das nossas próprias vidas. Pela paciência e pelo carinho 
perante tantas dúvidas e questionamentos que nos atormentaram. Por nunca ter 
permitido que desistíssemos. Dedicamos nossas conquistas a vocês, mestres no amor 
e na dedicação, sem vocês não seríamos nada! 
 
À orientadora, 
Queremos agradecer por ter nos aceitado como orientandos e permanecer ao nosso 
lado, nos ensinando, nos incentivando e nos criticando sempre de maneira construtiva e 
amorosa. Mostrando-se sempre humana, falível e dedicada, afinal um bom professor só 
pode ensinar quando também está disposto a aprender. 
 
Às supervisoras, 
Às enfermeiras Ana Silvia Sincero dos Reis, Karla Gomes Sifroni, Mônica Motta Lino, 
Marisa da Silva Martins. 
Mestres na arte de cuidar, nos ensinaram cada uma da sua maneira a importância do 
ser enfermeiro e o seu árduo e responsável trabalho no cotidiano, indicando-nos sobre 
nossas falhas e principalmente nossos acertos. Somos gratos pela paciência, 
dedicação e confiabilidade, vocês deixaram suas marcas exclusivas em nossas vidas. 
 
Aos pacientes e familiares, 
5 
 
Muitos não se lembrarão de nós e onde nos encontramos, mas seremos eternamente 
gratos pela confiança e pelos ensinamentos, levaremos todos na memória. 
 
À Equipe de Enfermagem, 
Cada um com sua especificidade, completando partes de um todo. Agradecemos por 
nos permitir, ainda que brevemente, ter feito parte do grupo, nos acolhendo de maneira 
simples e espontânea, nos ensinando e aprendendo. Vocês são peças fundamentais 
para o cuidado humanizado, exemplos que levaremos para nossas vidas profissionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
NETTO, Arno Germer; SOUZA, Bruna Caroline; SOUZA, Djeisa Débora. 
Conhecimento e percepção dos profissionais de enfermagem de uma emergência 
hospitalar acerca do cuidado ao idoso. 2013. 86 f. Monografia (Trabalho de 
Conclusão de Curso) – Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de 
Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2013. 
 
 
RESUMO 
 
Trata-se do trabalho de conclusão de curso de graduação em enfermagem sobre o 
cuidado ao idoso em um serviço de emergência. Com o aumento da qualidade de vida, 
a demanda de idosos cresce substancialmente nos serviços de saúde, evidenciada de 
maneira mais acentuada nos atendimentos hospitalares de emergências e urgências. O 
estudo teve como questão norteadora “Qual o conhecimento e percepção dos 
profissionais de enfermagem de um serviço de emergência hospitalar sobre o cuidado 
ao idoso e o que sugerem para melhorar o cuidado?” e, como objetivo analisar o 
conhecimento e percepção dos profissionais de enfermagem de uma emergência 
hospitalar acerca do cuidado ao idoso. Utilizou-se o método descritivo com abordagem 
qualitativa com a participação de 15 profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos 
e auxiliares) de um hospital geral e público de Santa Catarina. A coleta de dados foi 
realizada no mês de Junho, por meio de entrevista semi-estruturada. Para a análise 
utilizou-se a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Os dados deram 
origem a quatro categorias e dez Ideias Centrais (IC). Como categorias surgiram: O 
processo de envelhecimento; Políticas públicas voltadas para o Idoso; Fragilidades no 
cuidado ao idoso e Sugestões para melhorar o cuidado ao idoso. Como IC relacionadas 
as categorias emergiram: um processo natural de mudanças físicas e fisiológicas; 
atitudes frente ao envelhecimento; a complexidade do envelhecimento ; conhecimento 
superficial sobre o estatuto do idoso; pouco conhecimento a respeito da Política 
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; quantitativo insuficiente de pessoal; ambiente 
inadequado para o atendimento ao idoso; melhorar o ambiente; agilidade no 
atendimento e encaminhamento do idoso; atendimento humanizado. Conclui-se que os 
profissionais de enfermagem possuem conhecimento sobre o processo de 
envelhecimento, porém necessitam de melhor entendimento sobre as leis que regem o 
atendimento a população idosa. Os agentes sociais (participantes) percebem 
7 
 
potencialidades e fragilidades no atendimento ao idoso no serviço de emergência 
hospitalar e apontam sugestões para melhorar a qualidade do atendimento. Os dados 
encontrados oferecem subsídios para melhorar o cuidado de enfermagem ao idoso na 
emergência e para um programa de capacitação dos profissionais de enfermagem com 
vista a maior qualidade do cuidado a essa clientela. Aponta-se como limitação do 
estudo a não inclusão de outros agentes sociais do serviço como os assistentes sociais, 
psicólogos e médicos uma vez que, poderiam contribuir com informações importantes 
para melhorar o cuidado ao idoso na emergência. 
 
Palavras-Chave: Emergência; Enfermagem geriátrica; Enfermagem gerontológica; 
Envelhecimento; Idoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
AC Ancoragem 
ACR Acolhimento com Classificação de Risco 
CNS Conselho Nacional de Saúde 
DSC Discurso do Sujeito Coletivo 
ECH Expressões Chaves 
ESF Equipe de Saúde da Família 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IC Ideia Central 
HU Hospital Universitário 
NHB Necessidades Humanas Básicas 
ONU Organização das Nações Unidas 
PE Processo de Enfermagem 
PNH Política Nacional de Humanização 
PNSI Política Nacional de Saúde do Idoso 
PNSPI Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem 
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
SEH Serviços de Emergência Hospitalar 
SUS Sistema Único de Saúde 
TCC Trabalho de Conclusão de Curso 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina 
UPA Unidades de Pronto Atendimento 
 
 
 
 
 
9 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10 
 
2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 14 
2.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 14 
2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 14 
 
3 APROXIMAÇÃO COM O TEMA ..................................................................................15 
3.1 Características do envelhecimento ...................................................................... 16 
3.2 Doenças frequentes nos idosos ........................................................................... 18 
3.3 Cuidado de enfermagem ao idoso ....................................................................... 21 
3.4 O serviço de emergência hospitalar ..................................................................... 24 
3.5 Cuidado de enfermagem ao idoso no serviço de emergência hospitalar ............. 27 
 
4 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 30 
4.1 Política Nacional do Idoso .................................................................................... 30 
4.2 Política Nacional de Saúde do Idoso ................................................................... 31 
4.3 Estatuto do Idoso ................................................................................................. 32 
4.4 Pacto pela Vida e Saúde do Idoso ....................................................................... 34 
4.5 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa ....................................................... 35 
 
5 METODOLOGIA .......................................................................................................... 38 
5.1 Tipo de estudo ..................................................................................................... 38 
5.2 Local do estudo .................................................................................................... 38 
5.3 Sujeitos sociais participantes do estudo .............................................................. 39 
5.4 Coleta dos Dados ................................................................................................. 40 
5.5 Organização, Análise e Interpretação dos Dados ................................................ 41 
5.6 Aspectos Éticos .................................................................................................... 42 
 
6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ..................................................................... 44 
 
7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................. 56 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 73 
 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 75 
 
APÊNDICE ..................................................................................................................... 80 
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............. 80 
APÊNDICE B – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS COM OS 
PROFISSIONAIS ....................................................................................................... 82 
 
ANEXOS ........................................................................................................................ 84 
ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA .................................................. 84 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A sociedade de modo geral tem assistido ao envelhecimento da população 
mundial, mais acentuado nas últimas décadas, principalmente pelos avanços da ciência 
e a melhoria das condições sanitárias (PROCHET; SILVA, 2008). Esta realidade é 
conhecida como transição demográfica, em que acontece uma mudança nos índices de 
mortalidade e natalidade elevados, pois as populações com predominância jovem 
diminuem seus índices e por consequência ocorre o aumento da proporção de pessoas 
idosas. No Brasil, essa mudança estatística, assim como na maioria dos países em 
desenvolvimento, vem ocorrendo muito mais rapidamente do que nos países 
desenvolvidos (MOIMAZ et al, 2009). 
As estatísticas mostram que a faixa etária com maior crescimento na maioria dos 
países em desenvolvimento, é a acima de 60 anos. No Brasil, as projeções indicam que 
a proporção de idosos passará de 8,6 % em 2000 para quase 15% em 2020. Em 
termos absolutos, em 2025, o Brasil será a sexta população de idosos no mundo, isto é, 
com mais de 32 milhões de pessoas acima de 60 anos. Além disso, a proporção de 
pessoas com mais de 80 anos também apresenta um aumento significativo (PAVARINI 
et al, 2005). 
Segundo dados do IBGE (2012) a quantidade de brasileiros com 60 anos ou 
mais cresceu 55% entre 2001 e 2011. Isso significa que a terceira idade passou de 15,5 
para 23,5 milhões de pessoas em dez anos, representando aproximadamente 12% da 
população total do Brasil, que possui cerca de 195 milhões de pessoas, sendo que em 
2001, o grupo das pessoas com 60 anos de idade ou mais era de 9% da população do 
País. 
As regiões Sudeste e Sul do Brasil são as duas regiões mais envelhecidas do 
país, ambas tinham, em 2010, 8,1% da população formada por idosos com 65 anos ou 
mais, enquanto a proporção de crianças menores de cinco anos era, respectivamente, 
de 6,5% e 6,4% (PORTAL BRASIL, 2011). 
Nos países desenvolvidos, o limite de idade entre o indivíduo adulto e idoso é de 
65 anos, já nos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil, esse limite diminui para 
11 
 
60 anos. Este é o critério pelo qual as instituições adotam para dar ao idoso atenção à 
saúde física, psicológica e social (FREITAS et al, 2006). 
Considerando a realidade local, o município de Florianópolis, segundo dados do 
Censo de 2010, vem aumentando consideravelmente sua população idosa. Dados 
estatísticos revelam que atualmente a população acima de 60 anos é de 48.423 e 
representa 11,4% dos habitantes do município (PREFEITURA MUNICIPAL DE 
FLORIANÓPOLIS, 2012). 
Conforme Sequeira (2007), a idade avançada traz maior fragilidade e por 
consequência mais doença, tanto física quanto psíquica; e a sociedade não parece 
estar preparada para dar uma resposta adequada aos inúmeros problemas que 
surgem. 
Para atender a necessidade da população de idosos em Florianópolis foi 
necessária a criação e implantação de estratégias em consonância com as Diretrizes da 
Política Nacional da Saúde do Idoso. Nesse sentido, o município planejou e implantou 
em 12 de Outubro de 2006, o Programa de Saúde do Idoso, denominado Capital do 
Idoso. Este programa surgiu com a principal função de promover, manter, e recuperar a 
saúde da pessoa idosa, reduzindo as comorbidades e mortes prematuras, preservando 
a autonomia e independência dessa população, resultando assim, em qualidade de vida 
para o idoso e sua família (PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS, 2012). 
Com o aumento da longevidade, aumentou a procura dos idosos pelos serviços 
de emergência. O idoso na unidade de emergência corresponde de 12% a 21% de 
todos os atendimentos e, esse número tende a aumentar. Os idosos, comparados com 
os jovens, procuram com maior frequência esse setor e com situações clínicas de maior 
nível de urgência no atendimento com grande probabilidade de retorno ao serviço e uso 
de ambulância, maior dispêndio com métodos complementares de diagnósticos e 
interconsultas com especialistas, maior tempo de permanência na unidade e maior 
possibilidade de internação hospitalar, além de evolução desfavorável mais frequente 
(FREITAS et al, 2006). 
Apesar da alta prevalência do idoso nas salas de emergência e do difícil manejo 
da doença e do paciente, atenção limitada tem sido dispensada à população 
geriátrica tanto do ponto de vista de cuidados especiais naquelas unidades, 
quanto de pesquisa e educação médica na área da geriatria (FREITAS et al, 
2006, p. 993). 
12 
 
O presente estudo foi implementado durante a oitava fase do Curso de 
Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na 
disciplina Estágio Supervisionado II e corresponde ao Trabalho de Conclusão de Curso 
(TCC). 
Justifica-se a escolha do local do estudo e do tema pelo fato de que a nossa 
primeira experiência com oatendimento de emergência e urgência como acadêmicos 
de enfermagem ocorreu na terceira fase curricular do Curso de Graduação em 
Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no Hospital 
Universitário (HU) Professor Polydoro Ernani de São Thiago durante a disciplina 
Fundamentos de Enfermagem naquela oportunidade nos chamou a atenção o 
dinamismo da unidade e o atendimento rápido oferecido aos usuários. A segunda 
vivência se deu na sétima fase da graduação, durante o estágio da disciplina Cuidado 
de Enfermagem ao Indivíduo Adulto em Condição Crítica de Saúde no Hospital 
Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes, onde nos deparamos 
novamente com o trabalho do enfermeiro num serviço de emergência reforçando o 
nosso interesse pela área. Nessas duas oportunidades observamos a grande procura 
por pessoas idosas a esse serviço e o tempo que estas permaneciam internadas no 
setor em questão, aliado o nosso pouco conhecimento sobre o cuidado ao idoso em 
especial no serviço de emergência. 
A escolha pelo serviço de emergência do HU se deve ao fato de ser um hospital 
escolha com condições de oferecer um maior aprendizado nessa última etapa da 
nossa formação enquanto acadêmicos do curso de graduação. A emergência do 
Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago recebe pacientes 
graves, encaminhados por outras instituições de saúde, Serviço de Atendimento Móvel 
de Urgência (SAMU), Corpo de Bombeiros, entre outros. É utilizado nesse serviço, 
atendendo a Política Nacional de Humanização (PNH), o Acolhimento com 
Classificação de Risco (ACR), estratégia criada pelo Ministério da Saúde, com vistas a 
ampliar o acesso e reduzir as filas e o tempo de espera para o atendimento (BRASIL, 
2004). Os pacientes, em conformidade com essa política, são atendidos por ordem de 
prioridade, ou seja, de gravidade da situação e não por ordem de chegada. A 
avaliação é realizada inicialmente pelo enfermeiro, que define, a partir de critérios pré-
13 
 
estabelecidos (protocolos assistenciais) a prioridade de atendimento. Os idosos são 
atendidos de acordo com uma política interna do Hospital, de maneira que os que 
possuem entre 60 e 64 anos, quando classificados na cor verde (pouco urgente), 
recebem prioridade no atendimento em relação aos pacientes triados na mesma cor, já 
os com 65 anos ou mais são classificados, no mínimo, na cor amarela (urgente). 
 O HU oferece atendimento público e gratuito, com serviço de emergência 24 
horas e atende em média, aproximadamente, 400 pacientes por dia (HOSPITAL 
UNIVERSITÁRIO PROFESSOR POLYDORO ERNANI DE SÃO THIAGO, 2012). 
A escolha desse hospital se deve a três motivos: pelo fato de ser referência no 
atendimento ao idoso (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR POLYDORO 
ERNANI DE SÃO THIAGO, 2012); por ser um hospital escola que oferece condições 
estruturais para a formação acadêmica; e por possuir profissionais acolhedores que nos 
receberam muito bem, entendendo nossa escolha pela área em questão. A escolha da 
área se deve, como já citado, por ser dinâmica, com diversos procedimentos técnicos e 
situações que oportunizam o enriquecimento do nosso aprendizado diário e por 
ventura, futuros profissionais de emergência. 
Frente ao exposto, o estudo teve como questionamentos: Qual o conhecimento 
dos profissionais de enfermagem de um serviço de emergência acerca do idoso, como 
percebem o cuidado prestado a essa clientela e o que sugerem para melhorar o 
cuidado? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo geral 
 
Analisar qual o conhecimento que os profissionais de enfermagem de um Serviço 
de Emergência hospitalar possuem acerca do idoso, e como percebem o cuidado de 
enfermagem prestado a essa clientela. 
 
2.2 Objetivos específicos 
 
 Identificar o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre o processo de 
envelhecimento. 
 Identificar o conhecimento dos profissionais sobre a política nacional de saúde da 
pessoa idosa e o estatuto do idoso. 
 Conhecer as potencialidades percebidas pelos profissionais de enfermagem de um 
serviço de emergência hospitalar no cuidado ao idoso. 
 Identificar as fragilidades relatadas pelos profissionais de enfermagem de um 
serviço de emergência hospitalar no cuidado ao idoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3 APROXIMAÇÃO COM O TEMA 
 
Os estudos brasileiros que avaliam o perfil da população idosa nos serviços de 
urgência e emergência são escassos e defasados, bem como pesquisas com o intuito 
de compreender melhor esta fase da vida e as complicações que podem ocorrer 
durante este percurso (BIF, 2011). 
Os estudos voltados para a saúde do idoso no Brasil, em grande parte, têm 
como eixo principal a promoção da qualidade de vida, e com ênfase para a Atenção 
Básica. Constatou-se, com a busca da literatura, em especial a nacional, que poucas 
investigações existem com enfoque aos pacientes idosos no atendimento em 
emergência hospitalar. Esse é um elemento preocupante a se considerar, afinal a 
demanda desse grupo etário nas urgências e emergências é grande e como refere Bif 
(2011) com tendência a crescer cada vez mais, fazendo-se necessário o 
desenvolvimento de pesquisas e estudos voltados ao atendimento dos idosos, para que 
se possa conhecer melhor esses usuários, além de desenvolver práticas que possam 
melhorar a assistência prestada a esses pacientes. 
Para o autor citado acima a população idosa de modo geral enfrenta algum tipo 
de enfermidade física ou psíquica, tanto pelo processo de envelhecer natural quanto 
pelos diversos tipos de interações com o meio onde este idoso está inserido. 
 Atualmente o idoso vem passando por uma mudança significativa de valores, 
onde a velhice já não é mais sinônimo de esperar a morte ou aquele simbolismo de ser 
apenas um avô inativo cuidando pacificamente dos seus netos. Nos dias atuais esse 
idoso é ativo e dinâmico, tem diversos afazeres e muitas vezes ainda trabalha, e é a 
partir desta visão que se identifica a necessidade de uma atenção e um cuidado 
distinto, que anteriormente não eram necessários. A criação do estatuto do idoso e das 
políticas e programas públicos de saúde, bem como as tecnologias avançadas por 
parte da medicina que asseguram uma assistência adequada, foram alternativas 
criadas para satisfazer as necessidades desta nova geração de idosos (BIF, 2011). 
É fato que os profissionais de saúde possuem pouco preparo na formação para 
atender o paciente idoso, pois grande parte das instituições de ensino ainda não se 
depararam com a importância do processo de transição demográfica e epidemiológica, 
tendo em vista suas consequências médico-sociais. Portanto vem crescendo a 
16 
 
necessidade e importância de recursos humanos e técnicos qualificados para enfrentar 
a demanda explosiva desse grupo populacional nas próximas décadas, fazendo-se 
indispensável a formulação de novas concepções de assistência à saúde da população 
idosa, respeitando suas características e peculiaridades, adequando modelos técnicos 
e assistenciais à realidade desta população (LOURENÇO et al, 2005 apud BIF, 2011). 
 
3.1 Características do envelhecimento 
 
Filósofos já tinham a preocupação no tema “envelhecimento”, tais como: Platão 
(427-347 a.C.) que considerava o envelhecimento como uma continuidade dos jovens e 
adultos; Hipócrates (460-377 a.C.) foi o primeiro a formular hipóteses médicas a 
respeito das causas do envelhecimento, considerando-o como fenômeno natural, físico 
e irreversível, em que a pessoa está predisposta à doenças devido à diminuição da sua 
resistência; Galeno (131-201) explicou o envelhecimento de acordo com o processo de 
desidratação do corpo, em que os ossos e órgãos se tornavam secos e débeis pelo que 
deixavam de funcionar; Paracelso (1493-1541) comparava a velhice à ferrugem, pelo 
que considera importante ter uma alimentação equilibrada para aumentaro tempo de 
vida. Em 1903, Elie Metchikoff propôs uma nova ciência, a Gerontologia (estudo 
científico dos idosos), no entanto esta apenas se desenvolveu de forma significativa 
após a II Guerra Mundial, em 1945, na América do Norte, com a criação da Society of 
Gerontology (SEQUEIRA, 2007). 
Cada país possui a responsabilidade de implementar políticas para o 
envelhecimento, com destaques nos seguintes princípios: estipulação da família, nas 
suas diversas formas e estruturas, como a unidade fundamental mantenedora e 
protetora dos idosos; preparação da população para o envelhecimento, assegurando 
assistência integral de ordem física, psicológica, cultural, religiosa/espiritual, econômica, 
de saúde, entre outros aspectos; aos idosos deve ser proporcionada a oportunidade de 
contribuição para o desenvolvimento dos seus países, participação ativa na formulação 
e implementação de políticas, incluindo aquelas a eles direcionadas; os órgãos 
governamentais, não governamentais e todos que têm responsabilidades com os 
idosos devem dispensar atenção especial aos grupos vulneráveis, particularmente aos 
mais pobres, mulheres e residentes em áreas rurais (RODRIGUES et al, 2007). 
17 
 
Para Sequeira (2007) o envelhecimento biológico é caracterizado pela 
diminuição da taxa metabólica, em consequência da redução das trocas energéticas do 
organismo. Há uma diminuição de regeneração da célula, o que leva ao 
envelhecimento dos tecidos. No envelhecimento biológico há mudanças inicialmente no 
aspecto exterior, como o aparecimento de cabelos brancos, lentificação progressiva dos 
movimentos, alteração do equilíbrio, diminuição da força muscular, diminuição da 
velocidade de reação e alterações emocionais e cognitivas. 
O sistema cardiovascular apresenta uma menor eficácia do coração, com o 
endurecimento e o estreitamento das artérias, o que implica em um menor rendimento 
cardíaco. O sistema renal mostra-se menos eficiente a eliminar as toxinas e outras 
substâncias, perde a capacidade de esvaziamento da bexiga, verificando-se uma 
diminuição da elasticidade e perda da massa renal (SEQUEIRA, 2007). 
Durante o envelhecimento, percebe-se ainda mudança no sistema respiratório 
com a perda da elasticidade e diminuição da capacidade ventilatória; no sistema 
gastrointestinal ocorre menor eficiência na absorção dos nutrientes, diminuição da 
eliminação e atrofia da mucosa gástrica; no sistema musculoesquelético está presente 
a redução da massa muscular e óssea, perda da elasticidade das articulações e perda 
da força muscular; e no sistema nervoso surge a degenerescência neurofibrilar de 
neurônios, acumulação de placas senis e perda de neurônios (SEQUEIRA, 2007). 
Sequeira (2007) ressalta que as alterações corporais do idoso têm repercussões 
psicológicas, como mudança de atitudes e comportamentos, uma vez que o 
envelhecimento é um processo dinâmico e complexo. Refere ainda o autor que, a 
sociedade, ora de forma explícita ora não, afasta os idosos do processo produtivo, 
dessa forma, devem ser criados projetos associados a prazer e bem-estar. A 
manutenção da atividade está relacionada ao envelhecimento bem sucedido, através 
da promoção do bem-estar e da funcionalidade do corpo, atingindo repercussões ao 
nível de satisfação pessoal e sentimentos de competências. 
 Para a grande maioria dos idosos, o envelhecimento normal apresenta 
alterações cognitivas que não interfere nas atividades diárias, uma vez que existem 
alguns fatores que contribuem para a manutenção do funcionamento face a um declínio 
cognitivo ligeiro, ou seja, amortizam parte desse declínio. Esses fatores estão 
18 
 
relacionados com a natureza gradual das alterações, o que permite a readaptação e 
preservação dos conhecimentos gerais do idoso, que facilitam a resolução dos 
problemas, a automatização de muitas tarefas, a manutenção do ambiente e rotinas 
familiares (SEQUEIRA, 2007). 
 Com relação ao envelhecimento no contexto social, os idosos são alvo de 
alterações de forma substancial ao nível dos papéis a desempenhar, no seio familiar, 
laboral e ocupacional, verificando-se uma possível diminuição de forma progressiva, de 
acordo com a idade (SEQUEIRA, 2007). 
 Ao longo da vida as redes sociais vão se alterando em função do contexto 
familiar, trabalho, participação na comunidade, etc. Com o envelhecimento, algumas 
pessoas significativas vão desaparecendo e então é necessário reorganizar as redes de 
apoio informal, a fim de manter a independência e a participação social, uma vez que 
as redes de apoio são essenciais para a saúde mental, satisfação com a vida e um 
ótimo envelhecimento (SEQUEIRA, 2007). 
 Sequeira (2007) afirma que as estimativas sobre o envelhecimento demográfico 
trazem desafios às famílias, já que têm um papel fundamental na assistência e 
manutenção do idoso no seu contexto habitual. É dever da sociedade em geral e das 
organizações contribuir para a dignidade do idoso para que a velhice seja vivida com 
bem-estar e que o idoso seja sinônimo de sabedoria/ conhecimento/ referência. 
 
3.2 Doenças frequentes nos idosos 
 
A população idosa apresenta alterações fisiológicas e patológicas que gera cada 
vez mais dependência. Desse modo, há necessidade de aprofundamento de conceitos, 
como níveis de prevenção, paliativismo, suporte e apoio social. É raro que conceitos 
específicos de gerontologia constem nos conteúdos de graduação, como síndromes 
geriátricas, reabilitação, fragilidade, independência (capacidade de executar tarefas 
sem ajuda) e autonomia (capacidade de autodeterminação) (MOTTA; AGUIAR, 2007). 
19 
 
As doenças presentes na população idosa são, em sua maioria, crônicas e 
múltiplas, pois perduram por vários anos, necessitam de tratamento farmacológico e 
acompanhamento de saúde contínuo. Os idosos geralmente possuem numerosas 
queixas, a vista disso se faz indispensável a reformulação nas práticas assistenciais 
médicas para que ocorra uma abordagem mais eficiente, integrada e com melhores 
resultados (BIF, 2011). 
Os problemas médicos mais comuns do idoso que procura um serviço de 
emergência são: traumas (geralmente quedas), doenças cardiovasculares (síndromes 
coronarianas agudas, insuficiência cardíaca congestiva descompensadas, arritmias) e 
neurológicas (ataque isquêmico transitório, acidente vascular encefálico, crises 
convulsivas), infecções (pneumonia, infecção do trato urinário) e abdome agudo. Os 
fatores de risco para evolução negativa são: idade, déficits funcionais, hospitalizações 
recentes, o fato de morar sozinho e a perda de suporte social. Já os fatores que 
contribuem para a dificuldade diagnóstica são a coleta de dados e exame físico, 
interação entre a doença aguda e os medicamentos habituais do paciente, além das 
alterações prévias nos exames laboratoriais ou de imagem, muitas vezes 
desconhecidas pelo paciente e acompanhante (FREITAS et al, 2006). 
Pesquisadores da longevidade humana explicam que o aumento da esperança 
de vida tem coincidido com uma concentração da longevidade média e a curva 
de sobrevivência está tomando uma forma cada vez mais retangular. Na 
prevalência de doenças crônicas são importantes dois fatores: as taxas de 
reabilitação e os índices de mortalidade. Assim, a relação com as intervenções 
no estado de saúde, que permitem retardar o surgimento de doenças e 
incapacidades, sobretudo aquelas que afetam as capacidades funcionais, são 
aspectos determinantes para que se produzam aproximações entre a 
morbidade, a esperança de vida e a mortalidade. O aumento da expectativa de 
vida deveria ser acompanhado de um aumento também na expectativa de 
saúde (PAVARINI et al, 2005, p. 399). 
Embora a maioria dos idosos apresente pelo menos uma doença crônica, é 
possível continuar vivendo com qualidade desde que estas doenças sejam controladas. 
Um dos cuidados ao idoso é a preservação da autonomia e manutenção da 
independência no maior grau possível.Através de avanços tecnológicos vê-se a 
possibilidade de viver a vida com doenças crônicas “controladas”, desde que medidas 
de tratamento e prevenção sejam introduzidas (PAVARINI et al, 2005). 
De acordo com Motta; Aguiar (2007), o envelhecimento saudável é entendido 
como a interação entre saúde física e mental, independência nas atividades de vida 
20 
 
diária (capacidade de vestir-se, tomar banho, fazer higiene, transferir-se, alimentar-se, 
ser continente), integração social, suporte familiar e independência econômica. 
Em decorrência do aumento da expectativa de vida há uma necessidade de 
mudança no modelo clínico-assistencial e na formação profissional (MOTTA; AGUIAR, 
2007). Os idosos são um grupo de pessoas que necessitam de uma atenção especial, 
pois possuem algumas especificações que divergem com o restante da população. 
Segundo a Política Nacional da Saúde do Idoso, a baixa disseminação do 
conhecimento na área de gerontogeriatria por parte dos profissionais de saúde tem 
contribuído para a ocorrência de certas dificuldades na abordagem médica do paciente 
idoso. As instituições de saúde devem estar preparadas para identificar esses 
indivíduos, de acordo com o seu grau de vulnerabilidade e dependência, assegurando-
lhes uma assistência diferenciada, contando com uma equipe multiprofissional e 
atendimento interdisciplinar (BIF, 2011). 
Quando se fala em internação do idoso, ainda que em casos mais graves, deve-
se estar atento para a possibilidade de recuperação e reabilitação durante todo o 
processo de hospitalização, evitando-se que as enfermarias não se transformem em 
locais de acomodação de pacientes idosos com problemas de saúde não resolvidos, 
aumentando o sofrimento do próprio idoso e os custos dos serviços de saúde 
envolvidos (BIF, 2011). 
 Espera-se que a hospitalização do idoso não tenha longa duração e que ele e 
sua família recebam orientações para o cuidado domiciliar. Contudo, há falta de preparo 
dos profissionais de saúde para exercer essa ação educativa, principalmente no 
momento da alta hospitalar, o que influencia também nas sucessivas internações 
submetidas aos idosos portadores de doenças crônicas (MEIRELES et al, 2010 apud 
ALMEIDA; AGUIAR, 2011). 
Os serviços gerais de saúde (hospital geral, emergência/pronto-socorro, UTI, 
ambulatório, unidade básica de saúde) nos dias atuais, têm atendido a uma demanda 
de clientela idosa que se aproxima a 50% de todo o atendimento de adultos. Segundo o 
Ministério da Saúde os custos dos atendimentos hospitalares com essa faixa etária 
específica giram em torno de 30%. Esse tipo de situação é reflexo de um atendimento 
ao idoso inadequado e ineficaz, com uma baixa existência de programas de prevenção 
21 
 
do envelhecimento patológico e serviços primários de promoção de saúde 
(GONÇALVES; ALVAREZ, 2004). 
O Ministério da Saúde lançou a portaria nº 702/GM, de 12 de Abril de 2002, 
sobre a organização e implantação da Rede Estadual de Assistência à Saúde do Idoso, 
cuja gestão ficou a cargo das Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios em 
gestão plena do Sistema Municipal de Saúde em conjunto com os Centros de 
Referência em Assistência à Saúde do Idoso normatizados pela portaria SAS nº 
249/2002 (BRASIL, 2002 apud GONÇALVES; ALVAREZ, 2004). Há, pois, um esforço 
iniciado nos estados visando às considerações estabelecidas: 
 O dever de assegurar ao idoso os direitos de cidadania, de defesa de sua 
dignidade, seu bem-estar e direito à vida; 
 O aumento da expectativa de vida que tem sido observado nos últimos 
anos e o declínio das taxas de fecundidade, o que tem levado a um 
crescente incremento proporcional da população idosa em relação ao total 
da população brasileira; 
 A necessidade de adotar medidas que fortaleçam o desenvolvimento de 
ações que visem ao incremento das diretrizes essenciais da Política 
Nacional do Idoso, como a promoção do envelhecimento saudável, a 
manutenção da capacidade funcional, a assistência às necessidades de 
saúde do idoso, a reabilitação da capacidade funcional comprometida, a 
capacitação de recursos humanos especializados e o apoio ao 
desenvolvimento de cuidados informais; 
 A necessidade de redução do número de internações e do tempo de 
permanência hospitalar, uma vez que a hospitalização do idoso é um fator 
de deterioração de sua independência funcional e autonomia, além de sua 
exposição aos riscos inerentes ao ambiente hospitalar; 
 A necessidade de estimular ações e iniciativas que visem à mudança do 
modelo assistencial à saúde do idoso, privilegiando a atenção integral ao 
idoso de forma mais humanizada, com ações de prevenção de agravos; 
promoção, proteção e recuperação de equipes multiprofissionais e 
interdisciplinares; 
 A implantação de números de leitos especializados e de modelos 
assistenciais extra-hospitalares na atenção à saúde do idoso constitui uma 
estratégia para a redução de hospitalizações de longa permanência; 
 A necessidade de se estabelecer mecanismos de avaliação, supervisão, 
acompanhamento e controle da assistência à saúde desse grupo 
populacional (BRASIL, 2002 apud GONÇALVES; ALVAREZ, 2004, p.66). 
 
3.3 Cuidado de enfermagem ao idoso 
 
Segundo Santos (2000), a Enfermagem Gerontológica ou Enfermagem 
Gerontogeriátrica é um ramo da Enfermagem em atual ascendência, principalmente 
pelo aumento da população idosa brasileira, esta fundamenta-se teoricamente na 
22 
 
filosofia do envelhecimento, na filosofia da Enfermagem e no contexto sócio-histórico da 
própria Enfermagem. Os objetivos dessa área específica da enfermagem focam no 
cuidado ao ser humano idoso, sua família e comunidade, considerando o 
envelhecimento uma das etapas do ciclo de vida. O processo de trabalho tem como 
finalidade o cuidado ao idoso, nos diversos níveis de assistência à saúde; como objeto 
o ser humano idoso e o processo de envelhecimento; como instrumental o 
conhecimento específico desta área do saber e como produto final, o idoso auto-
cuidando-se, caso esteja impossibilitado, sendo cuidado adequadamente por sua 
família, e sempre se priorizando um cuidado humanístico e digno até a sua morte. 
A Enfermagem Gerontológica destaca-se como processo específico pautada na 
compreensão de parâmetros físicos, emocionais e de ordem social, onde a equipe 
interdisciplinar mostra as especificidades de suas funções. É um processo educativo 
para todas as partes, objetivando os pacientes idosos. Assim conclui-se que a 
avaliação funcional da população idosa faz parte do cuidado de enfermagem, 
ressaltando a pessoa e as redes de apoio com os quais ela possa contar. É importante 
que a Enfermagem assista o idoso de maneira individualizada, levando sempre em 
consideração as suas limitações físicas, psíquicas e ambientais (CAMACHO, 2002). 
Ao abordar as competências e legislação que fundamentam a profissão 
atualmente, mais especificamente em Portugal, Vaz (2008), destaca que existem quatro 
áreas de atuação, que não se diferenciam muito da realidade brasileira, tais áreas são: 
prestação de cuidados, gestão, formação e investigação. 
A promoção da saúde pode ser definida como atividades que auxiliam as 
pessoas a manterem ou aumentarem o bem-estar e melhorarem a qualidade de vida. 
Para isto, evolve os esforços das pessoas para se manterem saudáveis na ausência de 
sintomas e não requererem a assistência de um membro da equipe de saúde 
(SMELTZER et al, 2009). 
Para o autor supracitado, a promoção da saúde é importante para os idosos 
assim como para as demais populações. Apesar de que a maioria pessoas com mais 
de 65 anos de idade tenham uma ou mais doenças crônicas e limitações, eles também 
possuem como grupo ganhos significativos. Ainda que essas doenças crônicas e 
limitantes não possam ser eliminadas, esses idosos podem beneficiar-se de atividades 
23 
 
capazes de ajudá-los a manter a independência e alcançar o nível de saúde cada vez 
mais excelente.Smeltzer et al (2009) acreditam que a enfermagem desempenha um papel vital 
na promoção da saúde. Em muitos casos, esses profissionais iniciaram programas de 
promoção da saúde e de triagem de saúde ou participaram com outros profissionais de 
saúde no desenvolvimento e prestação de serviço de bem-estar em diversos 
ambientes. Referem ainda que a enfermagem tem como uma de suas 
responsabilidades a de promover atividades que fomentam o bem-estar, a auto-
realização e a satisfação pessoal. Cada interação com os pacientes deve ser vista 
como uma oportunidade para promover comportamentos e atitudes de saúde positiva. 
 “Os valores negativos que são vigentes em nossa sociedade constituem o 
estereótipo do idoso, como um ser improdutivo, doente, inválido e ultrapassado, em 
fase final de sua vida, sem objetivos e esperanças” (BRUM; TOCANTINS; SILVA, 2005, 
p. 1020). 
 A partir do momento que a tecnologia é voltada para o diagnóstico e tratamento 
curativo e então para a manutenção e a preservação da vida e do bem estar, 
contribuindo para um cuidar que atenda as necessidades da pessoa idosa, e não para 
reversão da patologia e/ou situação clínica (sinais e sintomas), esta deve ser valorizada 
e necessária para a prática de enfermagem (BRUM; TOCANTINS; SILVA, 2005). 
Segundo Netto; Brito (2001), é necessário perceber que o idoso não necessita de 
cuidados só físicos, mas também de diálogo, amizade, carinho, estabelecendo assim 
uma relação de confiança, o que leva o cuidador a perceber precocemente as 
alterações que o mesmo possa apresentar. 
A pessoa que cuida do idoso, que participa de sua rotina, seja ela um profissional 
da saúde ou não, deve estar atenta a alguns aspectos, tais como: administração de 
medicamentos prescritos nas dosagens e horários corretos, alterações de 
comportamento que podem levar à depressão, alteração no apetite ou no peso, insônia 
ou mudança nos hábitos de dormir, fadiga e letargia, perda de concentração, falar sobre 
suicídio e morte, sentimento de perda de esperança, sentimento de culpa excessiva, 
irritabilidade, referência vaga e dores sem causa física aparente, choro excessivo, 
24 
 
alteração no hábito intestinal e aumento do uso de álcool (MORRIS, 1996 apud NETTO; 
BRITO, 2001). 
 De acordo com o estudo de Brum; Tocantins; Silva (2005), a assistência do 
enfermeiro que cuida de idosos hospitalizados sem expectativa de recuperação e 
quando a tecnologia já não se faz importante, é um cuidado de estar junto, 
proporcionando ao mesmo tempo conforto físico, bem-estar, apoio emocional visando o 
enfrentamento da situação vivida. Entretanto, este se faz presente quando a pessoa 
idosa comunica-se verbalmente ou através de gestos, ou seja, com aqueles idosos que 
não conseguem se comunicar de alguma forma os enfermeiros não estabelecem uma 
relação social, limitando-se provavelmente a assistência das necessidades físicas, 
como: higiene, curativos, prevenção de úlceras de decúbito, alimentação. 
 Na assistência de enfermagem, o cuidado deve ser desvinculado a idade 
cronológica e as necessidades físicas e não físicas devem possuir o mesmo valor, uma 
vez que chegará o momento em que não se terá expectativa de recuperação, 
entretanto, sempre necessitará de cuidados no decorrer de toda a sua vida, inclusive na 
sua terminalidade vital (BRUM; TOCANTINS; SILVA, 2005). 
 
3.4 O serviço de emergência hospitalar 
 
Gomes (1994) apud Almeida; Pires (2007), refere que a emergência hospitalar 
pode ser considerada como uma das áreas do hospital de maior complexidade de 
assistência e maior fluxo de atividades de profissionais e usuários. Os serviços de 
emergência contemporâneos possuem uma especificidade que os distingue de todos os 
outros serviços de saúde. Exigem uma assistência imediata, eficiente e integrada e 
amplo conhecimento técnico, habilidade profissional e o emprego de recursos 
tecnológicos. 
Uma unidade de emergência é permeada de condições complexas inerentes ao 
próprio ambiente e aos seres humanos - que cuidam e são cuidados - que 
experienciam e vivenciam as também complexas relações humanas no processo de 
cuidar/cuidado, em um sistema organizacional hospitalar (BAGGIO, CALLEGARO e 
ERDMANN, 2011). 
Segundo Bittencourt; Hortale (2009), a superlotação nos Serviços de Emergência 
 
25 
 
Hospitalar (SEH) é um fenômeno mundial, caracteriza- se por: todos os leitos do SEH 
ocupados; pacientes acamados nos corredores; tempo de espera para atendimento 
acima de uma hora; alta tensão na equipe assistencial; grande pressão para novos 
atendimentos. Indica, em última instância, baixo desempenho do sistema de saúde, 
como um todo e do hospital em particular, e induz à baixa qualidade assistencial. 
As emergências hospitalares vêm se formando, mais acentuadamente na última 
década, em locais onde a população em sua maioria procura por soluções rápidas para 
suas necessidades de saúde. Estes serviços são procurados por possuírem meios para 
uma avaliação médica mais ágil, bem como algumas facilidades que realizam mais 
efetivamente uma ação terapêutica. Também pode ser apontado como prioridade de 
procura, pela disponibilidade do serviço que funciona 24 horas por dia. Por tanto a 
população num geral tem acesso a um nível de resolutividade mais alto para seu 
problema imediato, onde a procura a este serviço terá como resultado, no mínimo, em 
uma avaliação de saúde, com a possibilidade de realização de exames diagnósticos, 
ainda que represente apenas uma solução paliativa para sua necessidade (LUDWIG; 
BONILHA, 2003). 
 O estudo qualitativo de Baggio, Callegaro e Erdmann (2011) que tinha como 
objetivo compreender as relações de “não-cuidado” de enfermagem dentro de um setor 
de emergência/urgência provenientes da capital e também de outras regiões 
interioranas do estado de Santa Catarina mostrou que os participantes do estudo 
demonstraram evidente descontentamento com os serviços de enfermagem prestados. 
A construção desse estudo revelou-se importante, pois permitiu a construção de uma 
definição para o termo “não-cuidado” de enfermagem, essa construção foi formulada a 
partir do relato dos indivíduos abordados, que destacaram a falta de informação um 
déficit importante no que diz respeito as atenção fornecida pelos profissionais. Estudos 
como esses, revelam a urgente necessidade de mais investimento técnico-científico, 
financeiro e recursos humanos nos serviços de emergência, bem como em todo o 
Sistema Único de Saúde. 
De acordo com Azevedo et al (2010) os serviços de urgência/emergência 
possuem como objetivo primordial diminuir as taxas de morbi-mortalidade e as sequelas 
incapacitantes, mas para isso se faz necessário garantir os elementos necessários para 
26 
 
um sistema de atenção de emergência considerando recursos humanos, infraestrutura, 
equipamentos e materiais, para que se possa assegurar uma assistência integral, com 
qualidade adequada e contínua a todos os pacientes. 
O crescimento excessivo de acidentes, a violência urbana e a insuficiente 
estruturação da rede de serviços de saúde são alguns dos fatores que têm contribuído 
decisivamente para a sobrecarga dos serviços hospitalares em urgência. O 
conhecimento desta realidade é de extrema importância, para se evidenciar a 
necessidade de reestruturação do atual sistema de saúde, na perspectiva de 
consolidação dos princípios do SUS (AZEVEDO et al, 2010). 
Sabendo da importância da área de Urgência e Emergência enquanto um dos 
pilares da assistência à saúde, o crescimento da demanda por serviços nestas áreas e 
a insuficiente estruturação da rede assistencial o Ministério da Saúde em parceria com 
as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, em 
novembro de 2002, editou a Portaria 2048/GM que dispõe sobre o regulamento técnico 
dos sistemas estaduais de urgências e emergências para estabelecer normas e critérios 
de funcionamento para o atendimentopré-hospitalar, atendimento pré-hospitalar móvel, 
atendimento hospitalar, transporte inter-hospitalar, e também a criação de Núcleos de 
Educação em Urgências e a proposição de grades curriculares para capacitação de 
recursos humanos nesta área. A Política Nacional de Atenção às Urgências foi 
instituída pela Portaria 1863/GM, de setembro de 2003, para garantir a organização dos 
sistemas regionalizados, a universalidade, equidade e integralidade no atendimento às 
urgências (AZEVEDO et al, 2010). 
Azevedo et al (2010) ressalta que apesar da demanda por atendimento nos 
serviços de urgência e emergência hospitalar ser crescente, ainda são primitivos os 
estudos de enfermagem específicos sobre a organização desses serviços, sendo uma 
importante área de atuação do enfermeiro, este que articula ações assistenciais e 
gerenciais relativas ao cuidado e à unidade no geral. 
Nos serviços hospitalares de atenção à urgência e emergência, a atuação do 
enfermeiro envolve especificidades e articulações indispensáveis à gerência do 
cuidado a pacientes com necessidades complexas, que requerem 
aprimoramento científico, manejo tecnológico e humanização extensiva aos 
familiares pelo impacto inesperado de uma situação que coloca em risco a vida 
de um ente querido. Esse conjunto de elementos justifica um olhar 
27 
 
pormenorizado para a organização desses serviços (AZEVEDO et al, 2010, p. 
737). 
 
3.5 Cuidado de enfermagem ao idoso no serviço de emergência hospitalar 
 
Para Bif (2011) o atendimento ao idoso em urgência e emergência deve ser 
prioritário, buscando atender todas as necessidades do paciente em questão, bem 
como utilizar-se de todas as ferramentas disponíveis para um cuidado integral e 
completo ao idoso gravemente enfermo, ainda que o quadro de saúde do mesmo venha 
a evoluir á óbito, é importante e indispensável respeitar o direito á vida, à dignidade e a 
saúde deste indivíduo, sem esquecer-se de respeitar também a sua vontade e/ou a 
vontade da sua família. 
Netto; Brito (2001) afirmaram que a prevalência de idosos nos serviços de 
emergência norte-americanos varia de 12% a 19,6% e estima-se que em 50 anos, um a 
cada cinco pacientes das emergências dos Estados Unidos tenha idade igual ou 
superior a 65 anos. Os mesmos acrescentam que a população idosa utilizou 36% de 
todos os transportes de ambulância aos serviços de emergência e foi responsável por 
43% de todas as admissões hospitalares (taxa de hospitalização quatro vezes maior). 
 A população idosa vem crescendo rapidamente no Brasil, por este motivo há 
uma preocupação quanto a obtenção de recursos, justificando o treinamento e a 
presença de profissionais habilitados ao atendimento especializado a idosos nos 
serviços de emergência (NETTO; BRITO, 2001). 
 Babb (1991) apud Netto; Britto (2001) definem que o envelhecimento é 
compreendido como um processo sequencial, individual, cumulativo, irreversível, 
universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os 
membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne incapaz de fazer frente ao 
estresse do meio ambiente e, portanto aumente sua possibilidade de morte. Com esta 
definição pode-se concluir que se o indivíduo idoso apresenta acumulações 
irreversíveis, ele se torna mais vulnerável às urgências (NETTO; BRITO, 2001). 
A emergência nos pacientes idosos requer um enfoque diferente em relação ao 
adulto mais jovem devido às múltiplas condições preexistentes de doenças 
crônicas, uso constante de medicamentos, situações sociais e econômicas, 
alterações fisiológicas associadas à idade e surgimento de doenças atípicas e 
não específicas que podem influenciar no evento agudo (BRADWAY, 1991 
apud NETTO; BRITO, 2001, p. 44). 
28 
 
 Dessa forma, a urgência no idoso, requer uma reflexão cuidadosa da 
interpretação dos sinais e sintomas, uma vez que seu estado de saúde pode se alterar 
constantemente, necessitando de avaliação contínua e assistência priorizada com o 
objetivo de evitar que a urgência evolua para uma crise emergencial (NETTO; BRITO, 
2001). 
 Segundo Vaz (2008), ao atender um idoso, em qualquer serviço de saúde, o 
enfermeiro deve apresentar uma visão que engloba vários aspectos que envolvem esse 
determinado grupo de indivíduos, tais como dimensões físicas, psicológicas, sociais e 
culturais. Em seu estudo, de caráter exploratório e descritivo, a mesma aplicou um 
questionário sobre uma população de 40 idosos atendidos no serviço de Urgência do 
Hospital Nossa Senhora do Rosário, em Lisboa, Portugal. Após a aplicação do 
questionário como instrumento de pesquisa, foi realizada uma análise quantitativa e 
qualitativa dos dados obtidos e teve como conclusão que a população de idosos 
representada pela amostra, demonstrou satisfação, em alto grau, em relação aos 
cuidados de enfermagem, destacando como pontos fortes, o respeito, o 
acompanhamento, a disponibilidade, a tolerância e o carinho oferecidos pelos 
profissionais, diferente da realidade brasileira encontrada na pesquisa de Baggio, 
Callegaro e Erdmann (2011) já mencionada nesse estudo 
A enfermagem vem contribuindo na abordagem do cuidado em aspectos do 
processo de envelhecimento e da senilidade. Em vista que na educação, a enfermagem 
se destaca pelo fato do cumprimento da Política Nacional do Idoso propiciar 
contribuição nas pesquisas científicas (RODRIGUES et al, 2007). 
 A enfermagem tem a oportunidade de conscientizar os idosos sobre seus direitos 
e informar a existência deste documento, sendo o enfermeiro um agente intermediador 
entre a legislação, o idoso e a sociedade. A enfermagem é fundamental na execução e 
cumprimento das leis direcionadas aos idosos, promovendo a inclusão social 
indiscriminada (sexo, cor, raça, religião, classe social) dos idosos e respeitando suas 
capacidades e limitações. O enfermeiro tem o dever de assistir o idoso com dignidade, 
igualdade e respeito, transmitindo e exigindo da sociedade igual atitude (RODRIGUES 
et al, 2007). 
29 
 
 O enfermeiro deve ter ciência dos fatores que interferem na saúde do idoso para 
que seja prestada uma assistência adequada. É importante que seja realizado um 
exame físico rápido e eficaz para que atenda suas necessidades mais urgentes. Após 
isto, o enfermeiro deve realizar um plano de cuidado embasado na sistematização da 
assistência de enfermagem. Cabe ao enfermeiro ser o motivador e coordenador de 
programas de reciclagem para a equipe, proporcionando a formação de um grupo 
preparado para oferecer uma assistência de enfermagem otimizada e de alto grau de 
excelência (NETTO; BRITO, 2001). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
4 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Utilizou-se como referencial teórico para essa pesquisa a Política Nacional do 
Idoso (Lei nº. 8.842 de 04/01/1994); Política Nacional de Saúde do Idoso (Portaria 
GM/MS nº. 1.395/1999); Estatuto do Idoso previsto na Lei nº. 10.741 de 01/10/2003; 
Pacto pela Vida e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (Portaria nº. 2.528 de 
19/10/2006). 
 
4.1 Política Nacional do Idoso 
 
A Política Nacional do Idoso (PNI) tem por objetivo garantir os direitos sociais do 
idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação 
efetiva na sociedade. Considera-se idoso a pessoa maior de sessenta anos de idade 
(BRASIL, 1994). 
A PNI traz que o a família do idoso, bem como a sociedade e o estado possuem 
a obrigação de assegurar a este todos os seus direitos como cidadão, com participação 
na comunidade, dignidade, bem estar e principalmente o direito à vida. Sendo que o 
processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de 
conhecimento e informação para todos (BRASIL, 1994). 
 O idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza e deve ser o principal 
agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta política 
(BRASIL,1994). Em conformidade com as diretrizes: 
I - viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do 
idoso, que proporcionem sua integração às demais gerações; 
II - participação do idoso, através de suas organizações representativas, na 
formulação, implementação e avaliação das políticas, planos, programas e 
projetos a serem desenvolvidos; 
III - priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em 
detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam 
condições que garantam sua própria sobrevivência; 
IV - descentralização político-administrativa; 
V - capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e 
gerontologia e na prestação de serviços; 
VI - implementação de sistema de informações que permita a divulgação da 
política, dos serviços oferecidos, dos planos, programas e projetos em cada 
nível de governo; 
VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de 
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais do 
envelhecimento; 
31 
 
VIII - priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados 
prestadores de serviços, quando desabrigados e sem família; 
IX - apoio a estudos e pesquisas sobre as questões relativas ao 
envelhecimento. 
Parágrafo único. É vedada a permanência de portadores de doenças que 
necessitem de assistência médica ou de enfermagem permanente em 
instituições asilares de caráter social (BRASIL, 1994, SEÇÃO II, ARTIGO 4º). 
 
A Política em questão também objetiva as ações governamentais para promover 
a saúde do idoso, garantindo ao idoso a assistência à saúde, nos diversos níveis de 
atendimento do Sistema Único de Saúde, bem como prevenir, promover, proteger e 
recuperar a saúde do idoso, mediante programas e medidas profiláticas. Os órgãos e 
entidades públicas também ficam responsáveis em adotar e aplicar normas de 
funcionamento às instituições geriátricas e similares, com fiscalização pelos gestores do 
Sistema Único de Saúde e elaborar normas de serviços geriátricos hospitalares, 
desenvolvendo formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos Estados, do 
Distrito Federal, e dos Municípios e entre os Centros de Referência em Geriatria e 
Gerontologia para treinamento de equipes interprofissionais (BRASIL, 1994). 
 No Art. 10 também é pronunciada a obrigatoriedade de incluir a Geriatria como 
especialidade clínica, para efeito de concursos públicos federais, estaduais, do Distrito 
Federal e municipais, e a necessidade de se realizar estudos para detectar o caráter 
epidemiológico de determinadas doenças do idoso, com vistas a prevenção, tratamento 
e reabilitação, criando serviços alternativos de saúde para o idoso (BRASIL, 1994). 
 
4.2 Política Nacional de Saúde do Idoso 
 
A Portaria Ministerial nº. 1.395 anunciou a Política Nacional de Saúde do Idoso 
(PNSI) no ano de 1999, que determinou que os órgãos e entidades do Ministério da 
Saúde relacionados ao idoso promovessem uma elaboração ou a readequação de 
planos, projetos e atividades na conformidade das diretrizes e responsabilidades nela 
estabelecidas (BRASIL, 1999). 
A presente Política fundamenta a ação do setor saúde na atenção integral à 
população idosa e àquela em processo de envelhecimento, na conformidade do que 
determinam a Lei Orgânica da Saúde – N.º 8.080/90 – e a Lei 8.842/94, que assegura 
32 
 
os direitos desta população específica, onde se destaca à “preservação da autonomia 
das pessoas na defesa de sua integridade física e moral” e a integralidade da 
assistência (BRASIL, 1999). 
A PNSI busca criar condições para que favoreçam a autonomia, a integração e a 
participação dos idosos na sociedade, assim consideradas as pessoas com 60 anos de 
idade ou mais, cabendo ao setor saúde prover o acesso dos idosos aos serviços e às 
ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde; e a inclusão da geriatria 
como especialidade clínica para realização de concursos públicos, além de promoção 
de estudos e pesquisas na área (BRASIL, 1999). 
A Política Nacional de Saúde do Idoso tem como propósito principal a promoção 
do envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade 
funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde dos que 
adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade funcional 
restringida, garantindo a estes permanência no meio em que vivem, exercendo de 
forma independente suas funções na sociedade (BRASIL, 1999). São definidas como 
diretrizes essenciais: a promoção do envelhecimento saudável, a manutenção da 
capacidade funcional, a assistência às necessidades de saúde do idoso, a reabilitação 
da capacidade funcional comprometida, a capacitação de recursos humanos 
especializados, o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais e o apoio a estudos 
e pesquisas (BRASIL, 1999). 
 
4.3 Estatuto do Idoso 
 
A lei nº. 10.741 de 2003 que dispõe sobre o Estatuto do Idoso refere que o idoso 
goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da 
proteção integral de que trata o estatuto, assegurando-lhe por lei ou outros meios, todas 
as oportunidades e facilidades, para a preservação de sua saúde física e mental e seu 
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social (BRASIL, 2003). 
O estatuto destina-se a regular os direitos assegurados às pessoas com idade 
igual ou superior a 60 anos; e instituí penas severas para quem desrespeitar ou 
abandonar cidadãos idosos. No que se refere à saúde o idoso tem direito a atendimento 
33 
 
preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS); à distribuição gratuita de próteses e 
órteses e a remédios, principalmente os de uso continuado (hipertensão, diabetes). 
Quando internado, em qualquer unidade de saúde, o idoso tem direito à acompanhante, 
pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende (BRASIL, 2003). 
Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, 
crueldade ou opressão. Para os casos de idosos submetidos a condições consideradas 
desumanas, privação de alimentação e de cuidados indispensáveis há previsão de 
penalidade. As instituições de atendimento a idosos responderão civil e criminalmente 
pelos atos praticados contra os idosos sob seus cuidados; ficarão sujeitos também às 
penalidades previstas em lei. As entidades governamentais estão sujeitas à 
advertência, afastamento provisório ou definitivo de seus dirigentes e ao fechamento de 
unidade ou interdição de programa (BRASIL, 2003). 
No Art. 15 do Estatuto do Idoso é assegurada a atenção integral à saúde do 
idoso, por intermédio do SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em 
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, 
proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam 
preferencialmente os idosos (BRASIL, 2003). 
Segue no Art. 16 que o idoso internado ou em observação é assegurado o direito 
a acompanhante em tempo integral, segundo o critério médico, onde caberá ao 
profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o 
acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito 
(BRASIL, 2003). 
Dispõe também no Art. 17 que caso a pessoa idosa esteja no domínio de suas 
faculdades mentais é assegurado a esta o direito de optar pelo tratamento de saúde, 
caso não esteja em condições de responder a esta opção, deverá ser feita: pelo 
curador, quando o idoso for interditado; pelos familiares, quando o idoso não tiver 
curador ou este não puder ser contactado em tempo hábil; pelo médico, quando ocorrer 
iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar; 
pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que 
deverá comunicar o fato ao Ministério Público (BRASIL, 2003). 
34 
 
E de grande relevância para o estudo em questãoo Art. 18, o qual cita que as 
instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às 
necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, 
assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda (BRASIL, 2003). 
 
4.4 Pacto pela Vida e Saúde do Idoso 
 
A Portaria/GM nº 399, publicada em 22/02/2006, apresenta as Diretrizes do 
Pacto pela Saúde, nas quais estão contempladas três dimensões: pela Vida, em Defesa 
do SUS e de Gestão. 
A Saúde do Idoso é umas das prioridades no Pacto pela Vida, e pela primeira 
vez na história das políticas públicas no Brasil, é mostrada a preocupação com a saúde 
da população idosa brasileira. Este documento é um compromisso assumido entre os 
gestores do SUS, em torno de prioridades que de fato apresentam impacto sobre a 
situação de saúde da população brasileira, como é o caso da atenção a saúde do 
idoso, que se tornou uma das prioridades do Pacto Pela Vida como consequência da 
dinâmica demográfica do país (BRASIL, 2010). 
É função das políticas de saúde contribuir para que mais pessoas alcancem 
idades avançadas com o melhor estado de saúde possível, sendo o 
envelhecimento ativo e saudável, o principal objetivo. Se considerarmos saúde 
de forma ampliada, torna-se necessária alguma mudança no contexto atual em 
direção à produção de um ambiente social e cultural mais favorável para 
população idosa (BRASIL, 2010, p. 12). 
As Políticas Públicas de Atenção ao Idoso possuem marcos legais e normativos 
que demarcam o caminho que a saúde do idoso vem percorrendo, explicitando a 
importância que o Pacto pela Vida delegou a população idosa. 
Com a crescente demanda da população envelhecida e em acordo com os 
direitos previstos na Constituição de 1988, em 1994 foi promulgada a Política Nacional 
do Idoso, através da Lei 8.842/94,regulamentada em 1996 pelo Decreto 1.948/96, que 
assegurou direitos sociais à pessoa idosa, criando condições para promover sua 
autonomia, integração e participação efetiva na sociedade e reafirmando o direito à 
saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS (BRASIL, 2010). 
A Portaria Ministerial nº 1.395/99 estabelece a Política Nacional de Saúde do 
Idoso no ano de 1999, na qual se determina que os órgãos do Ministério da Saúde 
35 
 
relacionados ao tema promovam a elaboração ou a adequação de planos, projetos e 
ações em conformidade com as diretrizes e responsabilidades nela estabelecidas 
(BRASIL, 2010). 
Em 2003, o Congresso Nacional aprova e o Presidente da República sanciona o 
Estatuto do Idoso, considerado uma das maiores conquistas sociais da população idosa 
no Brasil, ampliando a resposta do Estado e da sociedade às necessidades da 
população idosa (BRASIL, 2010). 
E em fevereiro de 2006, foi publicado, por meio da Portaria/ GM nº 399, o Pacto 
pela Saúde, no qual se inclui Pacto pela Vida, sendo que neste a Saúde do Idoso 
aparece como uma das seis prioridades pactuadas entre as três esferas de gestão, 
desencadeando ações de implementação de diretrizes norteadoras para reformulação 
da Política Nacional de Atenção à Saúde do Idoso (BRASIL, 2010). 
Em 19 de outubro de 2006, foi assinada a portaria nº 2.528 do Ministério da 
Saúde, que aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, representando, 
assim a atualização da antiga portaria (nº 1935/94), afirmando ser indispensável incluir 
a condição funcional ao serem formuladas políticas para a saúde da população idosa, 
considerando que existem pessoas idosas independentes e outras mais frágeis, sendo 
assim as ações devem ser baseadas de acordo com estas especificidades. Faz parte 
também das diretrizes dessa política a promoção do Envelhecimento Ativo e Saudável, 
de acordo com as recomendações da Organização das Nações Unidas, em 2002 
(BRASIL, 2010). 
Em 2009, por meio do Decreto nº 6.800, a Coordenação da Política Nacional do 
Idoso passa a ser de responsabilidade da Secretaria Especial dos Direitos Humanos 
(BRASIL, 2010). 
 
4.5 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) tem como principal 
finalidade recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos 
idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em 
consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. É alvo dessa 
36 
 
política todo cidadão e cidadã brasileiros com 60 anos ou mais de idade (BRASIL, 
2006). Devem ser considerados, segundo a PNSPI: 
 o contínuo e intenso processo de envelhecimento populacional brasileiro; 
 os inegáveis avanços políticos e técnicos no campo da gestão da saúde; 
 o conhecimento atual da Ciência; 
 o conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua 
condição de autonomia e independência que pela presença ou ausência de 
doença orgânica; 
 a necessidade de buscar a qualidade da atenção aos indivíduos idosos por 
meio de ações fundamentadas no paradigma da promoção da saúde; 
 o compromisso brasileiro com a Assembleia Mundial para o Envelhecimento 
de 2002, cujo Plano de Madri fundamenta-se em: (a) participação ativa dos 
idosos na sociedade, no desenvolvimento e na luta contra a pobreza; (b) 
fomento à saúde e bem-estar na velhice: promoção do envelhecimento 
saudável; e (c) criação de um entorno propício e favorável ao 
envelhecimento; e 
 escassez de recursos sócio-educativos e de saúde direcionados ao 
atendimento ao idoso (BRASIL, 2006, p. 3). 
 
É importante ressaltar que segundo a PNSPI (2006) existe a necessidade de 
enfrentamento de desafios como: a escassez de estruturas de cuidado intermediário ao 
idoso no SUS, ou seja, estruturas de suporte qualificado para idosos e seus familiares 
destinadas a promover intermediação segura entre a alta hospitalar e a ida para o 
domicílio; número insuficiente de serviços de cuidado domiciliar ao idoso frágil previsto 
no Estatuto do Idoso. Sendo a família, via de regra, a executora do cuidado ao idoso, 
evidencia-se a necessidade de se estabelecer um suporte qualificado e constante aos 
responsáveis por esses cuidados, tendo a atenção básica por meio da Estratégia 
Saúde da Família um papel fundamental; a escassez de equipes multiprofissionais e 
interdisciplinares com conhecimento em envelhecimento e saúde da pessoa idosa; e a 
implementação insuficiente ou mesmo a falta de implementação das Redes de 
Assistência à Saúde do Idoso. 
Firmo et al, 2003 apud Brasil, 2006 revela que o sistema de saúde brasileiro está 
atualmente organizado para atender à saúde materno-infantil e não tem considerado o 
envelhecimento da população como um fator preponderante; como consequência do 
aumento do número de idosos, o número de doenças e/ou condições crônicas irão 
aumentar e requerer mais serviços sociais e médicos por mais tempo. E isso já faz 
parte da realidade do sistema, uma vez que a população idosa, que atualmente 
representa aproximadamente 9% da população, consome mais de 26% dos recursos de 
37 
 
internação hospitalar no SUS (LIMA-COSTA et al, 2000 apud BRASIL, 2006). Sem falar 
na carência de profissionais qualificados para o cuidado ao idoso, em todos os níveis 
de atenção cada vez mais notáveis (BRASIL, 2006). 
As Diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa determinam: 
 promoção do envelhecimento ativo e saudável; 
 atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; 
 estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; 
 provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à 
saúde da pessoa idosa; 
 estímulo à participação e fortalecimento do controle social; 
 formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na 
área de saúde da pessoa idosa; 
 divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa 
Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; 
 promoção de cooperação nacional e internacional dasexperiências na 
atenção à saúde da pessoa idosa; e 
 apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL, 2006, p. 7). 
 
O cuidado realizado às pessoas idosas necessita acontecer de maneira global, 
interdisciplinar e multidimensional, considerando a interação entre os fatores físicos, 
psicológicos e sociais que podem influenciar na saúde dos idosos, lembrando também 
da importância do ambiente no qual este idoso está inserido. A abordagem a esta 
clientela precisa ser flexível e adaptável às necessidades específica, bem como a 
identificação da rede de apoio e suas necessidades, entrando como parte da avaliação 
sistemática, com o intuito de prevenir e detectar precocemente o cansaço dos 
cuidadores. As intervenções devem objetivar a promoção da autonomia e 
independência do idoso, estimulando sempre o auto-cuidado. Acima de tudo é 
primordial que todo profissional deve procurar promover a qualidade de vida da pessoa 
idosa, quando chamado a atendê-la. É importante viver muito, mas é fundamental viver 
bem (BRASIL, 2006). 
 
 
 
 
 
38 
 
5 METODOLOGIA 
 
Nesta etapa descrevem-se os procedimentos metodológicos utilizados em 
função do tema, do problema e dos objetivos. Minayo (2007) cita que este é um 
momento no qual o investigador deve estar atento para que haja coerência nas 
colocações. 
 
5.1 Tipo de estudo 
 
Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa. 
Um estudo é considerado exploratório quando tem a finalidade de esclarecer e 
proporcionar uma visão geral em dimensões mais ampliadas acerca de um determinado 
fato. Procura-se saber como este fato se manifesta, o que interfere no mesmo e como 
as variáveis se inter-relacionam (DYNIEWICZ, 2009). 
A pesquisa descritiva é uma classe da pesquisa não-experimental, esta tem 
como propósito observar, descrever, explorar, documentar e interpretar os aspectos de 
fatos e fenômenos (DYNIEWICZ, 2009; POLIT; BECK; HUNGLER, 2004). 
A pesquisa qualitativa enfatiza a compreensão da experiência humana como é 
vivida, coletando e analisando materiais narrativos e subjetivos. A coleta de 
informações e sua análise progridem juntas. Os resultados da pesquisa qualitativa são 
frequentemente baseados nas experiências da vida real de pessoas com conhecimento 
do fenômeno (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004). 
De acordo com Fontanella, Ricas; Turato (2008, p. 20): “A desnecessária 
representatividade estatística é um dos motivos pelos quais as amostras qualitativas 
são menores do que as necessárias nos estudos quantitativos”. 
 
5.2 Local do estudo 
 
A pesquisa foi desenvolvida na Unidade de Emergência do Hospital Universitário 
Professor Polydoro Ernani de São Thiago, vinculado a Universidade Federal de Santa 
39 
 
Catarina (UFSC). Trata-se de um hospital público, localizado no bairro Trindade, 
município de Florianópolis – Santa Catarina. 
O Serviço de Emergência Adulto localiza-se no térreo do referido hospital e 
atende em média, aproximadamente, 400 pacientes/ dia (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO 
PROFESSOR POLYDORO ERNANI DE SÃO THIAGO, 2012), principalmente em 
situações de emergência/urgência, com idade superior a 14a11m29d provenientes da 
região da grande Florianópolis. Dispõe de 13 leitos para internação, entretanto, devido 
a lotação diária no hospital e principalmente na emergência, muitos usuários internados 
ou em observação se encontram acomodados em macas, situadas no corredor no total 
de 13, ou ainda em poltronas, na sala de medicação. Permanecem em média neste 
serviço 26 usuários internados/dia. 
A equipe é formada por 22 Enfermeiros sendo que destes seis são residentes de 
enfermagem, 51 profissionais de enfermagem do nível médio, cinco da zeladoria e um 
do setor administrativo, quatro bolsistas que atuam na escrituração, oito médicos staffs 
e residentes de medicina, das especialidades médica e cirúrgica. A unidade recebe 
estudantes de graduação e especialização em Medicina, graduação em Enfermagem, 
residentes de diversas áreas da saúde, bem como estudantes de Enfermagem de nível 
médio. Possui também nutricionista, psicóloga e assistente social. 
O serviço de emergência, assim como todas as unidades de internação do 
hospital, adota como metodologia assistencial de enfermagem o Processo de 
Enfermagem (PE) com base no referencial teórico das Necessidades Humanas Básicas 
(NHB) de Wanda de Aguiar Horta. 
 
5.3 Sujeitos sociais participantes do estudo 
 
Cabe informar que de acordo com a metodologia de organização e análise de 
dados adotada neste estudo, os participantes devem ser nomeados como sujeitos 
sociais. Participaram como sujeitos sociais, enfermeiros, auxiliares e técnicos de 
enfermagem que atuam na Emergência do Hospital Universitário Professor Polydoro 
Ernani de São Thiago. Utilizou-se como critério de inclusão, ser profissional de 
enfermagem, atuar na Unidade de Emergência, contexto deste estudo, no período 
40 
 
mínimo de seis meses, estar em exercício pleno das funções no período de coleta de 
dados e aceitar a gravação das informações. 
Do total de 73 profissionais de enfermagem, participaram 15, quantitativo que se 
deu com a saturação das informações. A amostragem por saturação é geralmente 
utilizada em relatórios de investigações qualitativas em diferentes áreas, principalmente 
no campo da Saúde. Seu uso estabelece o tamanho final de uma amostra detectando a 
desnecessária captação de mais componentes uma vez que as informações obtidas 
apresentam, na avaliação do pesquisador, certa redundância ou repetição 
(FONTANELLA, RICAS e TURATO, 2008). 
 
5.4 Coleta dos Dados 
 
A coleta de dados ocorreu no mês de junho de 2013, após o consentimento da 
direção do Hospital e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos 
da UFSC (anexo A), além do consentimento da Diretoria de Enfermagem do Hospital, 
da Chefia do Serviço de Emergência Adulto e após a assinatura do Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos participantes (apêndice A). 
Como estratégia para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada 
(apêndice B). Esse tipo de entrevista é utilizado quando vários tópicos são 
contemplados na pesquisa e, é necessário que o sujeito social seja estimulado a falar 
livremente sobre todos os tópicos que constam do roteiro da entrevista (POLIT; BECK; 
HUNGLER, 2004). 
O convite para participação foi feito pessoalmente e de forma individual e na 
oportunidade os sujeitos sociais foram informados sobre os objetivos e a participação 
no estudo. Os dados foram coletados pelos autores deste trabalho. 
O roteiro de entrevista contemplou questões relativas à caracterização dos 
sujeitos sociais, ao conhecimento sobre o idoso, a percepção sobre o cuidado ao idoso 
no serviço de emergência e sugestões para melhorar o cuidado. As entrevistas foram 
realizadas em horário e local acordado entre os participantes e pesquisadores, tiveram 
a duração média de 20 minutos, foram gravadas após o consentimento e transcritas. 
 
41 
 
5.5 Organização, Análise e Interpretação dos Dados 
 
A organização, dos dados foi baseada no método do Discurso do Sujeito Coletivo 
(DSC). Trata-se de um método de organização e tabulação de dados qualitativos de 
natureza verbal, obtidos de depoimentos, artigos de jornal, cartas, papers e revistas 
especializadas (LEFEVRE; LEFREVE, 2006). 
O DSC corresponde a um discurso síntese, elaborado com recortes dos 
discursos de sentido semelhante utilizando-se a primeira pessoa do singular e visa 
expressar o pensamento de uma coletividade, como se esta fosse o emissor de um 
discurso, ou seja, é uma técnica de pesquisa qualitativa que une discursos de diversos 
sujeitos apresentando-os como partindo de apenas um sujeito (LEFEVRE; LEFREVE, 
2006). 
Mas sendo esse pensamento coletivo, configura-se também como uma variável 
quantitativa, na medida em que tem de expressar as opiniões compartilhadas por um 
quantitativode indivíduos, que configuram a coletividade pesquisada (LEFEVRE; 
LEFEVRE, 2006). 
Segundo Lefreve; Lefreve (2006), a aplicação da técnica do DSC a um grande 
número de pesquisas empíricas no campo da saúde e também fora dele (banco de 
DSCs) tem demonstrado sua eficácia para o processamento e expressão das opiniões 
coletivas. 
Na construção/aplicação do discurso do sujeito coletivo, utiliza-se as expressões 
mais usadas e as ideias mais frequentes que surgem no discurso de cada sujeito 
entrevistado (LEFEVRE; LEFEVRE, 2006). 
Quatro figuras metodológicas são propostas por Lefevre; Lefevre (2006) para 
estruturar o DSC, são elas: expressões chaves (ECHs), ideias centrais (ICs), a 
ancoragem (AC) e o DSC propriamente dito (LEFEVRE & LEFEVRE, 2006) e descritas 
a seguir: 
As ECHs são frases, trechos de fala ou escrita que realçam e destacam a 
essência do conteúdo dos discursos apresentados em torno de uma ideia central. 
A IC é expressão que descreve de maneira mais sucinta e precisa possível o 
sentido e tema do conjunto de ECHs, dando origem assim ao DSC. As ICs não são 
42 
 
interpretações, mas sim, descrições de um depoimento ou grupo de depoimentos, o 
que sugere a possibilidades de um mesmo discurso apresentar mais de uma IC. 
A AC é a base do depoimento. É o fundamento utilizado pelo sujeito para 
elaborar seu discurso, que pode ser uma expressão teórica, uma ideologia ou crença. 
O DSC é o resultado do emprego das figuras metodológicas anteriormente 
apresentadas. É um discurso síntese, redigido na primeira pessoa do singular, 
estruturado pelas ECH que tem a mesma IC ou AC; soma de pedaços isolados do 
discurso que forma um todo discursivo coerente. 
Neste estudo utilizaram-se três figuras metodológicas: ECH, IC e DSC. 
A seguir será apresentado como se deu o processo de organização dos dados 
de acordo com a metodologia do DSC. 
Primeiro Passo: agrupou-se todas as respostas referentes a cada tópico do roteiro da 
entrevista; 
Segundo Passo: destacou-se em itálico as expressões chaves (ECHs) dos 
agrupamentos das respostas/discursos individuais, relacionadas a cada tópico; 
Terceiro Passo: agrupou-se as ECHs referentes a cada tópico e identificou-se a Idéia 
Central (IC), extraída do conjunto das ECHs. 
Quarto Passo: consistiu da construção do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Essa 
construção constituiu-se das ECHs de mesmo sentido, sendo que para cada DSC e IC 
correspondente foi anunciado um tema correspondente ao conjunto de IC de um único 
DSC . 
A análise e interpretação dos dados tiveram como base a literatura referente aos 
temas e IC que emergiram nos discursos. 
 
5.6 Aspectos Éticos 
 
As questões éticas permearam todas as etapas do processo dessa investigação 
em conformidade com os princípios contidos na Resolução 196/96 do Conselho 
Nacional de Saúde (BRASIL, 1996) e pelos princípios do Código de Ética Profissional 
de Enfermagem (BRASIL, 2000). 
43 
 
A coleta dos dados foi realizada após a assinatura do TCLE sem que tenha sido 
utilizado qualquer tipo de coação. Foi garantido aos envolvidos o direito de participar ou 
não da pesquisa, bem como possível desistência em qualquer momento do estudo, 
sem qualquer prejuízo aos participantes. Visando preservar o anonimato dos 
participantes adotou-se para a identificação das entrevistas, a letra E seguido de uma 
ordem numérica (E1, E2...E15). Ao término da pesquisa (saída do campo) os 
acadêmicos apresentaram os resultados para os profissionais da emergência e 
entregaram uma cópia do relatório para o Centro de Educação e Pesquisa em 
Enfermagem (CEPEN) da Instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 
 
 Neste capítulo, apresentam-se inicialmente os resultados do estudo e em 
seguida os resultados com as discussões. Optou-se por essa forma de apresentação 
para que o leitor tenha o conhecimento na íntegra dos dados coletados uma vez que 
somente serão discutidos alguns dados, que serão apresentados na forma de artigo 
mais adiante. 
Os dados extraídos das entrevistas deram origem a quatro categorias: o 
processo de envelhecimento; os direitos do idoso; fragilidades no cuidado ao idoso e 
sugestões para melhorar o cuidado ao idoso. 
Os temas com as ICs, ECHs e os DSC correspondentes seguem abaixo: 
 
Categoria 1: O processo de envelhecimento 
IC1: Um processo natural de mudanças físicas e fisiológicas 
ECHs: 
“É um processo natural, porém, que passa por certas dificuldades [...] começa a perder 
algumas coisas, dificuldade pra locomoção, dificuldade de enxergar, ter que se adaptar 
a uma vida diferente por conta desse processo biológico”. (E2) 
“Percebo que a pessoa está envelhecendo por características como cabelos, pele, 
coisas assim, o jeito de andar e as próprias patologias que também vão acometendo”. 
(E4) 
“[...] começa a ter algumas dificuldades”. (E6) 
 “O processo de envelhecimento eu vejo como um processo natural da vida que vai 
trazendo alguns prejuízos físicos [...] envelhecimento das células que pode causar 
fragilidades musculares, ósseas e outras”. (E7) 
“[...] é um período da vida que vai tendo muitas mudanças, principalmente no corpo”. 
(E9) 
 “[...] tem o envelhecimento não só físico, mas também fisiológico”. (E10) 
 “[...] com o passar dos anos ele vai ficando mais debilitado, aí fica mais depressivo, 
menos comunicativo, dificuldade para se alimentar, para deambular”. (E12) 
DSC1: “Vejo o envelhecimento como uma fase natural da vida 
em que a pessoa passa a sofrer alguns prejuízos, tanto físicos 
45 
 
e fisiológicos quanto mentais. Com o passar dos anos ele vai 
ficando mais debilitado, aí fica mais depressivo, menos 
comunicativo. É um período da vida em que ocorrem muitas 
mudanças, principalmente no corpo, como dificuldade de 
locomoção, de audição e de visão. Uma pessoa idosa, na 
maioria das vezes, apresenta mudanças na coloração do 
cabelo e no aspecto da pele, fragilidade muscular e óssea, 
muda o jeito de andar e começam a aparecer as doenças. Ser 
idoso é ter que se adaptar a uma vida diferente”. (E2, E4, E6, 
E7, E9, E10, E12) 
 
IC2: Atitudes frente ao envelhecimento 
ECHs: 
“Algumas pessoas assumem sua situação de idoso e muitas vezes a gente vê que essa 
situação é positiva, que a pessoa fica mais tranquila, só que algumas outras não 
assumem esse papel [...] o idoso se sente um pouco mais depressivo, ele não aceita 
que antes ele conseguia fazer algumas atividades e hoje não mais”. (E6) 
“Vejo que psicologicamente vai depender da pessoa, como ela vive a vida dela”. (E7) 
“[...] acredito que deva ser difícil, a pessoa entender que está iniciando aquele 
processo, a aceitação de que está envelhecendo e vendo que começa a ter uma função 
diferente naquela sociedade, na família, acredito que deva ser um pouco complicado”. 
(E9) 
 “Para muitos é o fim da vida, para outros é mais uma fase da vida. [...] nem sempre é 
para se tornar pior, mas envelhecendo, questão de que às vezes fica mais lento, mas 
também vai adquirindo conhecimento pelo tempo”. (E10) 
DSC2: “Algumas pessoas assumem sua situação de idoso e 
muitas vezes a gente vê que essa situação é positiva, só que 
algumas outras não assumem daí o idoso se sente um pouco 
mais depressivo, ele não aceita que antes ele conseguia fazer 
algumas atividades e hoje não mais. Vejo que isso depende 
de cada pessoa, como ela vive a vida. Acredito que deve ser 
46 
 
difícil, a pessoa entender que está iniciando o processo de 
envelhecimento, a aceitação de que se está envelhecendo e 
vendo que começa a ter uma função diferente naquela 
sociedade, na família, deve ser um pouco complicado. Para 
muitos é o fim da vida, para outros é mais uma fase da vida. 
Envelhecer nem sempre é pra se tornar pior, às vezes fica 
mais lento, mas também vai adquirindo conhecimento pelo 
tempo, mais experiência”. (E6, E7, E9, E10) 
 
IC3: A complexidadedo envelhecimento 
ECHs: 
“O processo de envelhecimento, para mim, é uma coisa bem complexa”. (E1) 
“Eu penso que o processo de envelhecimento é o momento mais complicado e mais 
difícil na vida de uma pessoa, por tudo que afeta psicológico, físico, intelectual, parte 
motora... [...] Parece que assim é a lei da vida, é criança, adolescente, adulto, a idade 
que eu estou hoje [...] pensava que ele sabe que vai morrer; não, engano, ele não está 
preparado para morre. [...] Então o psicológico do idoso é a parte mais afetada”. (E11) 
“Eu vejo a vida como um ciclo e o envelhecimento para mim é o final do ciclo”. (E12) 
 “A gente passa por uma evolução ao longo da vida, e o idoso já está no final desse 
ciclo”. (E14) 
DSC3: “O processo de envelhecimento, para mim, é uma 
coisa bem complexa. O idoso é uma pessoa com uma 
debilidade maior. Eu penso que o processo de 
envelhecimento é o momento mais complicado e mais difícil 
na vida de uma pessoa, porque afeta o psicológico, físico e 
intelectual. Parece que assim é a lei da vida, criança, 
adolescente, adulto, eu vejo a vida como um ciclo, e o 
envelhecimento para mim é o final do ciclo. Eu pensava que 
ele sabe que vai morrer; não, engano, ele não está preparado 
para morrer. Então o psicológico do idoso é a parte mais 
afetada”. (E1, E11, E12 , E14) 
47 
 
Categoria 2: Políticas Públicas voltadas para o idoso 
IC1: Conhecimento superficial sobre o Estatuto do Idoso 
ECHs: 
“Conheço o estatuto, já dei uma lida bem boa nele e a gente não atende muita coisa 
que deveria ser cumprida”. (E1) 
“É dever da família cuidar do idoso, dever do estado, da comunidade, prestar 
assistência, tem direito a prioridade, eles tem estacionamento, no caixa do 
supermercado”. (E2) 
 “[...] é o direito aos cuidados integrais de saúde, bem estar e tal”. (E5) 
“Acima de 65 anos, tem direito a acompanhante”. (E9) 
“Já dei uma olhada no Estatuto do Idoso porque cai em concurso, mas não vejo aquela 
questão da integralidade do cuidado”. (E12) 
“Ele protege, dá respaldo para os idosos, até mesmo aqui no acolhimento eles têm 
prioridade de atendimento”. (E15) 
DSC1: “Conheço o estatuto, já dei uma lida bem boa nele 
porque cai em concurso, ele protege, dá respaldo para os 
idosos, até mesmo aqui no acolhimento eles têm prioridade 
de atendimento. O estatuto aborda várias coisas, como é 
dever da família cuidar do idoso, dever do estado, da 
comunidade, prestar assistência, o idoso tem direito a 
prioridade no estacionamento, no caixa do supermercado. 
Acima de 65 anos, tem direito a acompanhante. Porém a 
gente não atende muita coisa que deveria ser cumprida, como 
a questão da integralidade do cuidado”. (E1, E2, E5, E9, E12, 
E15) 
 
IC2: Pouco conhecimento a respeito da Política Nacional de Saúde da Pessoa 
Idosa 
ECHs: 
 “A gente ouve muito falar”. (E3) 
48 
 
“A gente acaba tendo essa visão de mais de dentro do hospital, que ele tem direito a 
sempre estar acompanhado”. (E6) 
“Sei é que ele tem preferências”. (E8) 
“Ele tem preferência no atendimento, começando pela classificação de risco”. (E8) 
“Aqui na emergência, sei que eles são classificados direto no amarelo, por serem 
idosos; tem direito a acompanhante”. (E10) 
“Eu sei que o idoso sempre vai ter o direito dele garantido no papel, nem sempre a 
realidade deles é real do que está escrito no papel [...] Entre a realidade e a política tem 
coisas muito distantes [...] a política não satisfaz totalmente o que o idoso precisa”. 
(E11) 
“Sei que eles têm um direito diferenciado [...] que eles têm direito a ter prioridade no 
atendimento, que existem programas específicos para eles, eles entram na campanha 
de vacinação”. (E14) 
DSC2: “A gente ouve muito falar e acaba tendo uma visão 
dessa Política mais dentro do hospital, que o idoso tem 
direito a sempre estar acompanhado. Sei é que ele tem 
preferências, têm direitos diferenciados, existem programas 
específicos para eles, eles entram na campanha de vacinação, 
enfim. Aqui na emergência, na classificação de risco eles são 
classificados direto no amarelo, por serem idosos. Porém, o 
idoso sempre vai ter o direito dele no papel, nem sempre 
garantido na realidade. Entre a realidade e a política tem muita 
distância. Penso que a política não satisfaz totalmente o que o 
idoso precisa”. (E3, E6, E8, E10, E11, E14) 
 
Categoria 3: Fragilidades no cuidado ao idoso 
IC1: Quantitativo insuficiente de pessoal 
ECHs: 
“[...] necessidade de pessoal [...] às vezes a gente tem oito, dez acamados, então, isso 
teoricamente se torna um paciente totalmente dependente”. (E5) 
“[...] tem uma sobrecarga bem grande de trabalho”. (E8) 
49 
 
“[...] Muitas vezes a falta de pessoal que daí já dificulta pra ti dar uma atenção maior, 
quando falta pessoal, dificulta”. (E9) 
“A gente percebe é que aumenta o número de internações de idosos”. (E10) 
“Às vezes há falta de profissionais e tudo prejudica, por ser mais corrido, a atenção a 
eles, se não tem um acompanhante, fica mais fragilizado o atendimento ao idoso”. 
(E13) 
“É uma tendência de ser acamado, dependente”. (E14) 
“[...] porque eles exigem um pouquinho mais de atenção”. (E15) 
“E acaba que a maioria dos idosos são debilitados, então acaba aumentando o serviço 
pelo fato de ser banho no leito, de mais troca de fraldas, nesse sentido assim, que 
sobrecarrega muito mais a nossa instituição, a nossa unidade”. (E15) 
DSC1: “Existe falta de pessoal para atender a demanda de 
pacientes idosos. Há um aumento do número de internações 
de idosos e é uma tendência de idoso ser debilitado, acamado 
e dependente, alguns necessitam que o banho seja no leito, 
troca de fralda, mudanças de decúbito. Isso tudo exige um 
pouco mais de atenção. A falta de funcionários faz com que 
alguns cuidados não sejam feitos. Se não tem um 
acompanhante, fica mais fragilizado o atendimento ao idoso. 
Existe uma sobrecarga bem grande de trabalho nessa 
unidade”. (E5, E8, E9, E10, E13, E14, E15) 
 
IC2: Ambiente inadequado para o atendimento ao idoso 
ECHs: 
“Eu acho que a emergência, ela não tomou uma postura ainda do quê que ela é”. (E1) 
“Os idosos não deveriam ser acolhidos, internados na emergência e são”. (E4) 
“Não tem um banheiro, ele vive entupido ou todo molhado que ele pode cair [...] aqui 
dentro da emergência não é um ambiente propício para o cuidado dele”. (E6) 
“Então o cuidado de enfermagem está deficiente em estrutura física, que acaba 
prejudicando a nossa assistência [...] está faltando estrutura física para o atendimento 
ao idoso”. (E8) 
50 
 
“É a falta de estrutura que prejudica [...] a nossa estrutura mesmo que atrapalha no 
cuidado”. (E9) 
“[...] falta de espaço, falta de estrutura pra atender todo mundo, mas o idoso acaba 
sendo mais prejudicado até pela limitação dele [...] as nossas condições não são tão 
boas pra eles, por exemplo, as macas que nem sempre são adequadas, como não tem 
piramidal numa maca [...] muitas vezes são altas demais, a gente não consegue baixar, 
não tem uma grade segura”. (E10) 
“[...] nem sempre tu vais conseguir dar um banho de leito numa maca [...] fazer uma 
mudança de decúbito numa maca, nem pensar, ele vai ficar sempre em dorsal. Na 
maca, enquanto estiver no corredor, não tem privacidade nenhuma [...] o cuidado no 
corredor, não porque a gente não quer, mas peca muito porque falta de condições [...] 
nem todas as macas erguem totalmente, alguns precisam manter um decúbito mais 
elevado por causa da falta de ar. Nem todas têm a lateral funcionando [...] não tem 
conforto nenhum no corredor”. (E11) 
“[...] o paciente fica aqui numa maca e tu não tens condições de fazer os cuidados de 
higiene e conforto nele, não tem como realizar mudança de decúbito [...] as macas são 
altas [...] às vezes é uma independência que ele tem em casa e que quando ele chega 
aqui ele perde e não recupera mais.” (E12) 
“[...] o ambiente para o idoso não é próprio”. (E13) 
“[...] estruturafísica às vezes fica um pouco a desejar [...] às vezes não é uma maca 
confortável, às vezes é um paciente acamado já há muito tempo com úlcera, que tem 
risco de queda [...]”. (E14) 
DSC2: “A emergência não tomou uma postura ainda do quê 
que ela é. Os idosos não deveriam ser acolhidos, internados 
na emergência e são. O ambiente para o idoso não é próprio. 
A estrutura física acaba prejudicando a nossa assistência. 
Falta espaço físico mais adequado. A gente tenta priorizar 
dentro da nossa rotina, dentro das nossas necessidades e da 
nossa estrutura o melhor pra ele, mas o idoso acaba sendo 
mais prejudicado pela limitação dele. O cuidado prestado no 
corredor não é adequado. Às vezes não é uma maca 
51 
 
confortável, não tem colchão piramidal, na maioria são altas 
demais com risco de queda, nem todas erguem totalmente, 
não tem uma grade segura, nem sempre se consegue dar um 
banho de leito numa maca, não tem condições de fazer os 
cuidados de higiene e conforto, nem pensar em fazer uma 
mudança de decúbito numa maca, além do que enquanto o 
paciente estiver no corredor o paciente não terá privacidade e 
conforto algum. Os banheiros também não são adequados 
para atender o idoso: vivem entupidos ou molhados e há um 
risco de queda. Tudo isso acaba dificultando a independência 
dele, que às vezes ele tinha em casa e que quando chega aqui 
ele perde”. (E1, E4, E6, E8, E9, E10, E11, E12, E13, E14) 
 
Categoria 4: Sugestões para melhorar o cuidado ao idoso 
IC1: Melhorar o ambiente 
ECHs: 
“[...] com macas adaptadas, com leitos depois bem adaptados pra eles [...] a gente 
precisa ter uma área pra assistir televisão pra ele dar uma oxigenada, uma espairecida”. 
(E1) 
“[...] levar um idoso para o banheiro numa cadeira de rodas, é difícil de entrar, não tem 
barra de apoio, não tem barra lateral como tem que ser adaptado pra idoso, barra 
lateral pra sentar, lugar pra sentar pra tomar banho”. (E2) 
“[...] falta um pouco na emergência é espaço físico mais adequado [...] questão de 
banheiro, quem não consegue deambular sozinho, para estar auxiliando, não tem nada 
pra auxiliar na parede, o corrimão. O banheiro é muito ruim, pra entrar com uma cadeira 
no banheiro”. (E3) 
“Maior quantidade de O²”. (E4) 
“Os banheiros também não são adequados para atender o idoso, não tem barra de 
segurança, não tem espaço se tu quer entrar com ele numa cadeira de rodas. As 
condições físicas são bem precárias. Não tem uma barra pra que ele possa ir no 
52 
 
banheiro, ter sua independência dentro do possível dele. Melhorar a estrutura física, 
melhorar as macas, melhorar o banheiro”. (E10) 
“[...] não tem é aquelas barras de segurança no banheiro”. (E11) 
“Uma sugestão mais em relação ao ambiente, que é o principal que tem que ser visto 
agora”. (E13) 
“Melhorar o ambiente, parte física aqui do hospital, banheiro com mais fácil acesso”. 
(E14) 
DSC1: “Penso que o principal que tem que ser visto agora é o 
ambiente. É preciso melhorar a estrutura física, com macas e 
leitos adaptados, presença de corrimão nas paredes, banheiro 
com mais fácil acesso, porque é difícil entrar com cadeira de 
roda, com barra de apoio, pois muitos deles precisam de 
segurança para ficar em pé, lugar para sentar na hora do 
banho, que seja adaptado da melhor forma para o idoso. É 
importante que tenha maior quantidade de saída de O², uma 
área para assistir televisão, para que o idoso possa dar uma 
oxigenada, uma espairecida As condições físicas aqui são 
bem precárias, a estrutura não ajuda, é preciso que haja 
espaço físico mais adequado”. (E1, E2, E3, E4, E10, E11, E13, 
E14) 
 
IC2: Agilidade no atendimento e encaminhamento do idoso 
ECHs: 
“[...] emergência não é pra ficar um idoso aqui muito tempo [...] a emergência é muita 
correria, muita “muvuca”, fica mais tumultuado assim. Eu acho que isso deveria ser 
agilizado. Muitos ficam até como se isso fosse uma casa de repouso”. (E3) 
“O ideal mesmo seria que o idoso fosse atendido aqui apenas na situação de urgência 
[...] esse lugar não é um lugar pra idoso. O atendimento de urgência tem que ser feito 
aqui, deve ser feito, aqui é o local adequado, só que depois disso ele tem que ser 
retirado daqui”. (E6) 
“[...] numa emergência que teoricamente seria o primeiro atendimento”. (E8) 
53 
 
“[...] agilidade no processo, não é de retirada, é de encaminhamento desse paciente e 
de resolução desse paciente”. (E11) 
“Eu acho que teria que partir da medicina, em ver a alta precoce; da avaliação melhor 
dos exames; da referência e contra-referência com unidade de saúde [...] orientação 
com o familiar, da importância de levar o seu familiar para casa, de manter o cuidado 
dele em casa porque é o ambiente que ele está acostumado [...] é difícil para a família 
manter o familiar nesses cuidados de paciente dependente, mas emergência também 
não é o lugar”. (E12) 
DSC2: Emergência não é pra ficar um idoso aqui muito tempo, 
teoricamente seria o primeiro atendimento, então deveria ser 
mais rápido, a emergência é muita correria. Eu acho que isso 
deveria ser agilizado. Muitos ficam até como se isso fosse 
uma casa de repouso. O ideal mesmo seria que o idoso fosse 
atendido aqui apenas na situação de urgência, atendimento 
de urgência tem que ser feito aqui, deve ser feito, aqui é o 
local adequado, só que depois disso ele tem que ser retirado 
daqui. Teria que partir da medicina, em ver a alta precoce; da 
avaliação melhor dos exames; da referência e contra-
referência com unidade de saúde, agilidade no processo, não 
é de retirada, é de encaminhamento desse paciente e de 
resolução. A questão de orientação com o familiar, da 
importância de levar o seu familiar para casa, de manter o 
cuidado dele em casa porque é o ambiente que ele está 
acostumado, é difícil para a família manter o familiar nesses 
cuidados de paciente dependente, mas emergência também 
não é o lugar. (E3, E6, E8, E11, E12) 
 
IC3: Atendimento humanizado 
ECHs: 
“Eu acho que o idoso merece um pouco mais de respeito”. (E1) 
54 
 
“Com certeza, da melhor forma possível. Com funcionários educados, com funcionários 
que saibam, que tenham preparo pra isso”. (E2) 
“Com paciência, com muito carinho, atenção e com respeito”. (E3) 
“Sempre chamando pelo nome [...] ser tratado como pessoa e não como objeto”. (E4) 
“Com respeito, com educação”. (E5) 
“Com todo respeito e valendo os meus direitos, de um acompanhante comigo, não só 
os direitos, mas o respeito em si, de me proteger, de cuidar da melhor forma possível 
[...] ser chamado pelo nome, e não chamar de vô e de vó”. (E6) 
“[...] atendido com paciência, com boa vontade, ser bem atendido [...] com certeza ser 
atendida com atenção, com respeito”. (E9) 
“Consideração, respeito, atenção, realmente que eu fosse cuidada”. (E11) 
“[...] tivesse paciência comigo [...] cuidado para puncionar, não ficasse me picando um 
monte, porque ninguém gosta disso. Não ficasse machucando na hora de tirar o 
curativo, cuidar, porque a pele é mais frágil, então cuidar na hora de tirar o curativo, 
fazer um curativo, fazer uma punção, ser mais delicado. Na hora do banho, não expor”. 
(E13) 
“Acho que com respeito, em primeiro lugar; devida atenção [...] sem tanta demora no 
atendimento, porque quem é idoso, por tem essas limitações e fragilidades é difícil ficar 
esperando [...] com respeito e máximo de agilidade que alguém conseguisse me 
atender”. (E14) 
“Queria que fosse uma pessoa atenciosa, que fosse calma, que me ouvisse, que 
tivesse paciência, porque a gente vai ficando mais lento com a idade”. (E15) 
DSC3: “Com certeza, da melhor forma possível. Ser atendido 
com boa vontade, por funcionários educados e preparados 
para atender o idoso, sabendo das suas dificuldades, que me 
ouvissem, que tivessem paciência porque a gente vai ficando 
mais lento com a idade, me tratassem com carinho, com 
respeito, com consideração e atenção. Ser tratado como 
pessoae não como objeto ser chamado pelo nome, não de vó 
ou vô. Queria que tivesse cuidado na hora de puncionar, não 
ficasse me picando um monte, porque ninguém gosta disso. 
55 
 
Não ficasse machucando na hora de tirar o curativo, cuidar, 
porque a pele é mais frágil e, na hora do banho não me expor. 
Queria que fizesse valer os meus direitos, que eu realmente 
fosse cuidado, com o máximo de agilidade que alguém 
conseguisse me atender. Porque o idoso merece um pouco 
mais de respeito. (E1, E2, E3, E4, E5, E6, E9, E11, E13, E14, 
E15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Esse capítulo será apresentado no formato de artigo, conforme disposto no Guia 
para Diagramação de Trabalhos Acadêmicos, da UFSC. Faz-se necessário lembrar que 
se utilizou apenas parte dos resultados apresentados no capítulo anterior para a 
confecção do artigo. Justifica-se esse fato pela quantidade de dados coletados e o 
tempo estipulado para a entrega do TCC. 
O artigo será apresentado de acordo com as instruções aos autores do periódico 
previamente escolhido, com algumas adaptações necessárias para atender as normas 
de apresentação gráfica dos resultados de um TCC da UFSC. 
 
Artigo: “Fragilidades no cuidado ao idoso em uma emergência hospitalar e 
estratégias para melhorar o atendimento”. 
 Este artigo é referente ao quarto objetivo específico do TCC e contemplou as 
Categorias 3 e 4 encontrados nos resultados. 
 
Fragilidades no cuidado ao idoso em uma emergência hospitalar e 
estratégias para melhorar o atendimento. 
 
RESUMO: O objetivo deste estudo foi analisar a percepção dos profissionais de 
enfermagem de uma emergência hospitalar sobre o cuidado ao idoso, bem como 
conhecer suas sugestões para melhorar o atendimento. Trata-se de uma pesquisa 
exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa, realizada na emergência de um 
hospital geral em Santa Catarina, com 15 profissionais de enfermagem. Os dados foram 
coletados no mês de junho de 2013, mediante entrevista semiestruturada. A 
organização e análise foram feitas com base no método do Discurso do Sujeito Coletivo 
(DSC). Dos dados analisados surgiram quatro DSC: estrutura física inadequada para o 
idoso; quantitativo insuficiente de pessoal; melhorar a estrutura física; agilidade no 
atendimento e no encaminhamento do idoso. Os resultados apontam que unidade de 
emergência apresenta condições estruturais desfavoráveis para a independência do 
idoso e para o atendimento a essa clientela e o quantitativo de profissionais de 
enfermagem está aquém do necessário para uma assistência adequada. Os 
participantes apontam como sugestões o menor tempo de permanência do idoso na 
Unidade, melhorar a estrutura física e o quantitativo de profissionais para o 
atendimento. 
 
 
Palavras-Chave: Emergência; Enfermagem geriátrica; Envelhecimento; Idoso. 
57 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Como consequência dos progressos da ciência e o avanço das condições 
sanitárias a população mundial vêm acompanhando o seu envelhecimento, mais 
intenso nos últimos anos (PROCHET; SILVA, 2008). Fenômeno este conhecido como 
transição demográfica, uma mudança nos índices de mortalidade e natalidade 
elevados, onde populações com predominância jovem diminuem seus índices 
ocorrendo um aumento da proporção de pessoas idosas, sendo que no Brasil, essa 
transição, assim como nos demais países em desenvolvimento, vem ocorrendo muito 
mais drasticamente do que nos países já desenvolvidos (MOIMAZ et al, 2009). 
Os altos índices de envelhecimento da população brasileira é uma resposta ao 
aumento da expectativa de vida, ocasionada pelos avanços da saúde, bem como à 
redução da taxa de natalidade. As mudanças dramáticas nas estruturas e nos papéis 
da família, assim como nos padrões de trabalho e na migração também proporcionaram 
um impacto na pirâmide demográfica do país (PORTAL DO ENVELHECIMENTO, 
2010). 
De acordo com Freitas et al (2006), devido o aumento da longevidade, aumentou 
a procura de idosos aos serviços de emergência. O idoso na unidade de emergência 
corresponde de 12% a 21% de todos os atendimentos e, esse número tende a 
aumentar. Esta clientela procura com mais assiduidade esse serviço, na maioria das 
situações com alto nível de urgência no atendimento e com grande possibilidade de 
retorno ao setor. Necessitam frequentemente de maior tempo de permanência na 
unidade e com grandes chances de internação hospitalar, além de muitas vezes 
evoluírem desfavoravelmente o quadro clínico (FREITAS et al, 2006). O 
envelhecimento traz maior fragilidade e como resultado diversas patologias, tanto de 
ordem física quanto psíquica; e a sociedade não se mostra capaz de dar uma resposta 
apropriada aos inúmeros problemas que surgem (SEQUEIRA, 2007). 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa expõe que o sistema de saúde 
brasileiro está atualmente sistematizado para atender à saúde materno-infantil e não 
tem julgado o envelhecimento populacional como um elemento importante, mesmo que 
58 
 
a consequência do aumento do número de idosos é que eventualmente estes 
apresentarão um maior número de doenças e/ou condições crônicas que requerem 
mais serviços sociais e médicos e por mais tempo (FIRMO et al, 2003 apud BRASIL, 
2006). 
Ressaltando que a saúde do idoso é umas das prioridades no Pacto pela Vida, 
onde ineditamente na história das políticas públicas no Brasil, é apresentada a 
preocupação com a saúde da população idosa brasileira. Sendo este um documento 
que é um compromisso assumido entre os gestores do SUS, visto as prioridades que de 
fato apresentam impacto sobre a situação de saúde no Brasil, como é o caso da 
atenção a saúde do idoso, que se transformou em um dos focos preferenciais do Pacto 
Pela Vida devido as taxas demográficas do país (BRASIL, 2010). 
Diante disso, e entendendo que a procura por idosos aos serviços de 
emergência é um fato constante e crescente, e que estes possuem necessidades 
específicas diante de suas condições físicas, psicológicas e sociais, sentiu-se a 
necessidade de realizar uma pesquisa para responder ao seguinte questionamento: 
Como os profissionais de enfermagem de um serviço de emergência hospitalar 
percebem o cuidado prestado ao idoso e o que sugerem para melhorar o atendimento? 
Para responder esses questionamentos os objetivos foram: conhecer a percepção dos 
profissionais de enfermagem de um serviço de emergência sobre os cuidados ao idoso 
e suas sugestões para melhoria destes. 
 
METODOLOGIA 
 
Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa 
desenvolvido na unidade de emergência adulto de um hospital geral e público situado 
na região sul do Brasil. Trata-se de um hospital com 270 leitos, referência no 
atendimento ao idoso. São atendidos na emergência uma média de 400 pacientes/ dia 
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR POLYDORO ERNANI DE SÃO THIAGO, 
2012). 
Participaram desta pesquisa 15 profissionais de enfermagem atuam na 
emergência do referido hospital. Esse quantitativo se deu com a saturação dos dados. 
59 
 
Adotou-se como critérios de inclusão dos participantes ser profissional de enfermagem, 
atuar na Unidade de Emergência, contexto deste estudo, no mínimo há seis meses, 
estar em exercício pleno das funções no período de coleta de dados e aceitar a 
gravação das informações. 
A coleta de dados ocorreu no mês de junho de 2013, após aprovação do Comitê 
de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, 
(Parecer Nº 318.756/2013) e assinatura do Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido (TCLE) pelos participantes, seguindo as recomendações da Resolução 
196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 1996). Para garantir o anonimato dos 
participantes esses foram identificados com a letra E (Entrevistado) seguido pelo 
número correspondente da entrevista, exemplo: E1, E2,...E15). 
Para a coleta de dadosfoi utilizada a entrevista semiestruturada. O roteiro de 
entrevista contemplou questões relativas a caracterização dos participantes, percepção 
sobre o cuidado ao idoso e sugestões para melhorar o cuidado . As entrevistas foram 
gravadas com o consentimento dos entrevistados e, em seguida, transcritas. 
Para o tratamento dos dados utilizou-se três das quatro figuras metodológicas do 
Discurso do Sujeito Coletivo (DSC): Expressões Chaves (ECH), trechos extraídos dos 
discursos individuais que retratam a essência do conteúdo dos discursos; as Idéias 
Centrais (IC) são expressões que nomeiam, de maneira mais sintética possível o(s) 
sentido(s) presente(s) no conjunto homogêneo de ECHs, e o DSC que corresponde a 
um discurso síntese, elaborado com recortes dos discursos individuais e de sentido 
semelhante utilizando-se a primeira pessoa do singular. Nesse sentido, o DSC é 
composto por ECHs que têm a mesma IC (LEFEVRE e LEFEVRE, 2006). 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Quanto às características dos 15 profissionais que participaram do estudo seis 
são enfermeiros, oito técnicos de enfermagem e um auxiliar de enfermagem. Destes, 12 
são mulheres. A idade variou de 25 a 41 anos, com um tempo de atuação nessa 
emergência de um a sete anos. Em relação à formação profissional, dos seis 
enfermeiros, cinco são especialistas (Terapia Intensiva; Emergência Pré-hospitalar; 
60 
 
Saúde Pública; Urgência, Emergência e APH; Administração Hospitalar) e, destes, dois 
também tem o título de mestre (Ciências da Saúde e Psicologia Aplicada). Dos nove 
profissionais de nível médio, um é graduado em enfermagem e possui especialização 
em Gestão em Saúde Pública. 
Os relatos deram origem a duas categorias, quatro IC e quatro DSC 
representados por DSC1, DSC2, DSC3 e DSC4. 
 
Categoria: Fragilidades no cuidado ao idoso 
IC: Ambiente inadequado para o atendimento ao idoso 
DSC 1: “A emergência não tomou uma postura ainda do que ela é. Os 
idosos não deveriam ser acolhidos, internados na emergência e são. O 
ambiente para o idoso não é próprio. A estrutura física acaba prejudicando 
a nossa assistência. Falta espaço físico mais adequado. A gente tenta 
priorizar dentro da nossa rotina, dentro das nossas necessidades e da 
nossa estrutura o melhor pra ele, mas o idoso acaba sendo mais 
prejudicado pela limitação dele. O cuidado prestado no corredor não é 
adequado. Às vezes não é uma maca confortável, não tem colchão 
piramidal, na maioria são altas demais com risco de queda, nem todas 
erguem totalmente, não tem uma grade segura, nem sempre se consegue 
dar um banho de leito numa maca, não tem condições de fazer os 
cuidados de higiene e conforto, nem pensar em fazer uma mudança de 
decúbito numa maca, além do que enquanto o paciente estiver no 
corredor o paciente não terá privacidade e conforto algum. Os banheiros 
também não são adequados para atender o idoso: vivem entupidos ou 
molhados e há um risco de queda. Tudo isso acaba dificultando a 
independência dele, que às vezes ele tinha em casa e que quando chega 
aqui ele perde”. (E1, E4, E6, E8, E9, E10, E11, E12, E13, E14) 
 
 O DSC 1 retrata que a unidade de Emergência, contexto deste estudo, não 
possui ambiente adequado para o atendimento da pessoa idosa. Os profissionais citam 
aspectos que consideram negativos e que, por consequência, dificultam a assistência a 
61 
 
esse idoso. É demonstrado que a estrutura física inadequada pode ter como 
consequência uma dependência parcial ou total do idoso, pois sem os recursos físicos 
para auxiliar esse paciente a se locomover, por exemplo, acaba comprometendo o seu 
desempenho nas atividades do cotidiano, necessitando constantemente de auxílio da 
equipe de enfermagem. 
 Conforme Coelho Filho (2000), a estruturação de serviços e de programas de 
saúde no Brasil tem sido voltada principalmente para problemas materno-infantis, cujas 
características são diferentes daquelas apresentadas pela população idosa. Desse 
modo, há necessidade de se reformular os serviços de saúde, a fim de atender a 
demanda do novo perfil epidemiológico do país. De acordo com Silva et al (2009), o 
idoso possui sua singularidade e especificidade, o que requer a necessidade de uma 
atenção especializada e diferenciada, como capacitações dos trabalhadores da 
enfermagem, por meio de programas específicos para o cuidado ao idoso. O cuidado 
do idoso para Coelho Filho (2000) é abrangente, inclui diferentes níveis de atenção e 
espaços institucionais, incluindo unidades de internamento, hospital-dia e centros para 
cuidado prolongado. 
 No Estatuto do Idoso, no 48º artigo consta que as entidades de atendimento são 
responsáveis pela manutenção das próprias unidades, observadas as normas de 
planejamento e execução emanadas do órgão competente da Política Nacional do 
Idoso. As entidades governamentais e não-governamentais de assistência ao idoso 
ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância 
Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho 
Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, tendo essas que observar se está sendo 
cumprido os requisitos, como de oferecer instalações físicas em condições adequadas 
de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança (BRASIL, 2003). 
Serbim; Gonçalves; Paskulin (2013) referem que enfermeiros e demais 
profissionais da saúde devem identificar os recursos utilizados pelos idosos a fim de 
planejar ações de cuidado. No contexto de atenção aos idosos em serviços de 
emergência hospitalar, deve-se estar atento para o perfil de saúde e socioeconômico 
dos idosos que utilizam esse serviço, quais são suas demandas de apoio e quem os 
mesmos poderão ter de referência quando necessitam de apoio. 
62 
 
 Contempla ainda o Estatuto do Idoso, no 50º artigo algumas das obrigações das 
entidades de atendimento como: observar os direitos dos idosos; fornecer vestuário 
adequado se for instituição pública, e alimentação suficiente; oferecer instalações 
físicas em condições adequadas de habitabilidade; oferecer atendimento personalizado; 
diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares; proporcionar cuidados à 
saúde, conforme a necessidade do idoso; propiciar assistência religiosa àqueles que 
desejarem, de acordo com suas crenças; manter arquivo de anotações onde constem 
data e circunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, 
endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e 
suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a 
individualização do atendimento; comunicar ao Ministério Público, para as providências 
cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte dos familiares e manter 
no quadro de pessoal profissionais com formação específica (BRASIL, 2003). Redante 
et al (2005), afirmam a importância de políticas e ações tanto para idosos dependentes 
quanto independentes, para tanto, deve-se ter uma preocupação com ambiente e 
assistência adequados a fim de que a evolução da dependência pode modificar-se ou 
até ser prevenida. 
 Quanto a segurança/proteção, todo indivíduo deve estar livre de perigo,de lesão 
física, dano do sistema imunológico, deve ter preservação contra perdas e proteção a 
sua segurança. Esse cuidado deve ser acentuado na população idosa, uma vez que 
estes são mais vulneráveis a lesões físicas e imunológicas, devido à diminuição da 
reserva funcional, caracterizada pelo processo de envelhecimento que pode ser 
agravada e acelerada pela presença de múltiplas doenças crônico-degenerativas 
(GUEDES, 2009). 
 No DSC 1 consta o perigo de quedas dos idosos. As quedas podem ser 
causadas por alterações fisiológicas do processo de envelhecimento, como: doenças, 
efeito de alguma medicação e o meio-ambiente inadequado às condições físicas dos 
idosos. Este incidente é causa crescente de lesões, custos de tratamentoe morte. O 
idoso ao possuir lesões na pele, possui uma maior gravidade do que em jovens, 
podendo gerar maior período de internação e reabilitação, imobilidade, incapacidades, 
dependência posterior e até mesmo a morte. O déficit visual e auditivo está relacionado 
63 
 
à dificuldade de enxergar os obstáculos e ouvir a aproximação de pessoas. No 
ambiente hospitalar, a queda representa fator negativo à qualidade de assistência, por 
isso, deve-se atentar para possibilidades de quedas em idosos desde sua admissão, 
utilizando medidas de prevenção de quedas, como: presença de corrimão, leitos 
apropriados, boa iluminação e, pisos antiderrapantes (GUEDES et al, 2009). 
 Tomasini (2005) afirma que o planejamento do ambiente em função das 
necessidades dos usuários vem ganhando grande destaque na construção civil, 
principalmente quando se pensa em idoso, uma vez que o processo de envelhecimento 
modifica as relações do indivíduo com o seu ambiente. 
 Lehr (1999) expõe que a partir do momento que há diminuição do preparo físico, 
o meio ambiente determina o comportamento dos indivíduos, esse pode contribuir para 
a dependência e a restrição do espaço de vida (o que levaria a uma diminuição do 
preparo físico e mental) ou pode ser favorável e adaptável, estimulando atividades e 
aumentando as competências existentes. 
 
IC : Quantitativo insuficiente de pessoal 
DSC 2: “Existe falta de pessoal para atender a demanda de pacientes 
idosos. Há um aumento do número de internações de idosos e é uma 
tendência de idoso ser debilitado, acamado e dependente, alguns 
necessitam que o banho seja no leito, troca de fralda, mudanças de 
decúbito. Isso tudo exige um pouco mais de atenção. A falta de 
funcionários faz com que alguns cuidados não sejam feitos. Se não tem 
um acompanhante, fica mais fragilizado o atendimento ao idoso. Existe 
uma sobrecarga bem grande de trabalho, nessa unidade”. (E5, E8, E9, 
E10, E13, E14, E15). 
 
No discurso, evidenciam-se basicamente quatro aspectos, levando-se em 
consideração o tema em questão. O primeiro aspecto é a insatisfação dos sujeitos 
sociais quanto ao quantitativo de profissionais de enfermagem disponíveis no setor para 
o cuidado ao idoso. Julga-se que quando ocorre falta de funcionários no setor, este 
deve ser administrado da melhor maneira possível, pelo enfermeiro, utilizando-se do 
64 
 
SCP (Sistema de Classificação de Pacientes). É importante que se registre que não 
estamos, com essa recomendação, nos posicionando a favor ou contra o que está 
apresentado no DSC quanto a insuficiência de profissionais de enfermagem para o 
cuidado ao idoso e sim analisando o que está posto. 
Segundo Brasil (2004), no artigo 4, consta que deve-se disponibilizar 9,4 horas 
de Enfermagem, por cliente, na assistência semi-intensiva e ao cliente crônico com 
idade superior a 60 anos, sem acompanhante, classificado pelo SCP com demanda de 
assistência intermediária ou semi-intensiva deverá ser acrescido de 0,5 às horas de 
Enfermagem. Sendo que o artigo 6, da mesma resolução, apresenta que é atribuição 
do enfermeiro, registrar ausência ao serviço de profissionais de enfermagem e a 
classificação dos pacientes, conforme o SCP, subsidiando assim o quadro de 
funcionários da unidade (BRASIL, 2004). 
De acordo com Urbanetto et al (2012), a identificação do grau de dependência 
relacionado com o cuidado de enfermagem, utilizando-se do Sistema de Classificação 
de Pacientes (SCP) é de grande importância para o planejamento da assistência de 
enfermagem ao paciente e para o dimensionamento de recursos humanos. 
Considerando-se a dependência dos pacientes para a disposição dos profissionais no 
setor, estima-se que o cuidado de enfermagem possa acontecer de modo integral, pois 
quanto se direciona o quantitativo correto de profissionais para os fluxos existentes nos 
serviços facilita o atendimento, de forma benéfica tanto para os pacientes quanto para 
os profissionais. 
O segundo e o terceiro aspecto que merece ser ressaltado do DSC 2 é que os 
sujeitos sociais percebem que os pacientes idosos, geralmente, internam com um grau 
de dependência elevado e que isso dificulta o atendimento, levando em consideração 
que as internações de pessoas idosas têm tem aumentado e o quantitativo de 
profissionais se mantém. Ou seja, mais idosos internando e cada idoso, com grau 
elevado de dependência, gerando como consequência uma sobrecarga de atividades 
dos profissionais, comprometendo a realização dos cuidados. 
Nesse DSC também se verifica fortemente a ligação da imagem do idoso a um 
quadro clinico de dependência. Segundo Busto, Pinto e Marcon (2007), nossa 
sociedade vê a pessoa idosa como um ser humano decadente e dependente, que vive 
65 
 
à mercê de casas de repouso, hospitais e outras instituições. E que tal visão pode 
determinar uma prática de cuidado baseada no “fazer por”, retirando dos idosos o 
direito de exercer sua autonomia, contribuindo ainda mais para a perda da mesma. A 
dependência pode limitar o exercício da autonomia. Não significa que o idoso viverá 
dependente permanentemente, pois a dependência é um processo dinâmico, cuja 
evolução pode se modificar e até mesmo prevenir ou ser reduzida com um ambiente e 
uma rotina de cuidados adequados. 
Há casos em que o cuidador percebe toda pessoa idosa como sendo confusa, 
doente ou que não contribui em nada para a sociedade, tal pensamento prejudica o 
desenvolvimento de uma relação de cuidado. É preciso, então, que o profissional 
repense suas ideias, buscando eliminar preconceitos, bem como buscar conhecimento 
e entender os significados do cuidado aos idosos. É importante que cada profissional 
que atende pacientes idosos apresente competência, conhecimento das alterações do 
envelhecimento (BUSTO; PINTO; MARCON, 2007). 
 O bem-estar na velhice, ou a saúde, num sentido mais amplo, passa a ser visto 
como o resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do 
idoso, sem necessariamente significar a ausência de problemas em todas as 
dimensões. Assim, a classificação do grau de dependência dos idosos hospitalizados 
torna-se uma prioridade por possibilitar a previsão de vários aspectos relacionados ao 
processo de trabalho da assistência de enfermagem, principalmente no tocante à 
prescrição de cuidados individualizados à clientela (SALES; SANTOS, 2007). 
O quarto aspecto evidente no DSC 2, é que a presença de um acompanhante, 
durante a internação do idoso é de grande relevância, levando em conta o quanto um 
acompanhante pode auxiliar nos cuidados, como aparece na expressão “se não tem um 
acompanhante, fica mais fragilizado o atendimento ao idoso” . Percebe-se uma visão 
distorcida do papel da família no hospital ou seja os familiares são vistos como 
responsáveis também pelo cuidado ao seu familiar idoso mesmo estando esse em uma 
instituição de saúde, substituindo o papel do profissional como cuidador e não para 
transmitir segurança e conforto ao idoso com a sua presença. Lembrando que é 
assegurado no artigo 16 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741), que a pessoa idosa 
internada ou em observação tem o direito a um acompanhante, devendo o órgão de 
66 
 
saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo 
integral (BRASIL, 2003). 
 
Categoria: Sugestões para melhorar o cuidado ao idoso 
IC : Melhorar o ambiente 
DSC 3: “Penso que o principal que tem que ser visto agora é o ambiente. 
É preciso melhorar a estrutura física, com macas e leitos adaptados, 
presença de corrimão nas paredes, banheiro com mais fácil acesso, 
porque é difícil entrar com cadeira de roda, com barra de apoio, pois 
muitos deles precisam de segurança para ficar em pé, lugar para sentar 
na hora do banho, que seja adaptado da melhor forma para o idoso. É 
importante que tenha maior quantidade de saída de O², uma área para 
assistir televisão, para que o idoso possa dar uma oxigenada,uma 
espairecida As condições físicas aqui são bem precárias, a estrutura não 
ajuda, é preciso que haja espaço físico mais adequado”. (E1, E2, E3, E4, 
E10, E11, E13, E14) 
 
 Percebe-se neste DSC que os agentes sociais mostram-se preocupados com a 
estrutura física da Emergência e apresentam sugestões para que esse ambiente se 
torne adequado a atender a pessoa idosa. 
Há um grande déficit de estudos brasileiros que avaliam o perfil dos idosos nas 
urgências e emergências. Na grande maioria das vezes, os estudos voltados para a 
saúde do idoso no Brasil visam a promoção da qualidade de vida deste indivíduo com 
ênfase na Atenção Básica e com menos abordagens aos pacientes idosos 
institucionalizados ou internados em ambientes hospitalares. Esse é um fator 
preocupante, uma vez que é crescente o número e a permanência desse grupo nas 
urgências e emergências. Dessa forma, é necessário que haja o desenvolvimento de 
pesquisas e estudos voltados ao atendimento dos idosos, com a finalidade de conhecer 
melhor esses usuários do Sistema de Saúde, bem como desenvolver práticas que 
melhorem a assistência prestada a esses pacientes (BIF, 2011). 
67 
 
De acordo com a autora supracitada, há pouca literatura específica quanto a 
estrutura física adequada para o idoso no ambiente hospitalar. Em 22 de Setembro de 
1989 foi criada a Portaria nº. 810, com o objetivo de estabelecer normas e padrões para 
o funcionamento de casas de repouso, clínicas geriátricas e outras instituições 
destinadas ao atendimento de idosos em todo o território nacional (BRASIL, 1989), 
entretanto, esta foi revogada pela Portaria nº 1.868/GM de 11 de Outubro de 2005 
(BRASIL, 2005). 
 Após a revogação da Portaria nº. 810 não houve a criação de outra lei tão 
específica que elaborasse normas e padrões para o funcionamento de ambiente 
hospitalares para o atendimento de idosos no Brasil. Houve a criação de resoluções e 
atualizações dessas que trataram de forma genérica as diversas instituições que a 
pessoa idosa utiliza, exemplo disso é a resolução da RDC 50 que não estabelece uma 
tipologia de edifícios de saúde, dessa forma, trata genericamente posto de saúde, 
centro de saúde, hospital, e outros como edifícios de estabelecimentos assistenciais de 
saúde (EAS), os quais devem se adequar as peculiaridades epidemiológicas, 
populacionais e geográficas da região que estão inseridos (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002). 
 
IC: Agilidade no atendimento e encaminhamento do idoso 
DSC 4: A unidade de Emergência não é pra ficar um idoso aqui muito 
tempo, teoricamente seria o primeiro atendimento, então deveria ser mais 
rápido, a emergência é muita correria. Eu acho que isso deveria ser 
agilizado. Muitos ficam tanto tempo, como se a emergência fosse uma 
casa de repouso. O ideal mesmo seria que o idoso fosse atendido aqui 
apenas na situação de urgência, atendimento de urgência tem que ser 
feito aqui, deve ser feito, aqui é o local adequado, só que depois disso ele 
tem que ser retirado daqui. Teria que partir da medicina, em ver a alta 
precoce; avaliação melhor dos exames; ver a referência e contra-
referência com unidade de saúde, agilidade no processo, não é de 
retirada, é de encaminhamento desse paciente e de resolução. A questão 
de orientação com o familiar, da importância de levar o seu familiar para 
68 
 
casa, de manter o cuidado dele em casa porque é o ambiente que ele 
está acostumado, é difícil para a família manter o familiar nesses cuidados 
de paciente dependente, mas emergência também não é o lugar. (E3, E6, 
E8, E11, E12). 
 
O DSC 4 denota que os profissionais avaliam o setor de emergência como local 
inapropriado para longa permanência de idosos e fazem uma critica ao atendimento, o 
qual deveria ser mais rápido e mais resolutivo, no sentido de que, ao estabilizar o 
paciente idoso de seu quadro clinico de emergência, o encaminhamento adequado logo 
deveria ser feito, garantindo o atendimento do idoso quer seja no setor de internação, 
casa de repouso, atendimento ambulatorial ou até mesmo juntamente com a unidade 
local de saúde próximo a residência do paciente, respeitando assim as diretrizes da 
referência e contra-referência. 
Conforme Sales; Santos (2007), a alta taxa de doenças crônico-degenerativas, 
sendo que muitas vezes, o idoso possui mais de uma dessas doenças, aliado a perda 
de sua autonomia para o auto cuidado são motivos responsáveis pela justificam a 
necessidade de maior permanência em ambiente hospitalar e pela perda de autonomia 
dos pacientes idosos. Muitas vezes, dentro do hospital, o grau de dependência é um 
indicador para definir a evolução do paciente, podendo subsidiar um atendimento 
diferenciado, o que poderá incluir a indicação de internação hospitalar de longa 
permanência, terapia ambulatorial ou assistência domiciliar. 
Segundo o que consta no ABC do Sistema Único de Saúde (1990), entende-se 
por sistema de referência e contra-referência o processo que busca garantir a 
assistência integral à saúde da população. Referência é o encaminhamento de um 
paciente atendido em um estabelecimento de saúde para outro estabelecimento de 
maior complexidade, que deverá ser realizado após a verificar-se a incapacidade 
resolutiva. O encaminhamento deve ser realizado com todas as informações 
necessárias ao atendimento do paciente e, através de agendamento prévio, deve-se 
garantir ao paciente, por meio de pré-agendamento, o atendimento na unidade para o 
qual foi encaminhado. 
69 
 
No que se refere a contra-referência é o ato de encaminhamento do paciente ao 
estabelecimento de origem após ter se resolvido o motivo que levaram o paciente a 
referência. A contra-referência também deve ser feita com o encaminhamento do 
paciente acompanhado pelas informações necessárias ao seguimento ou 
acompanhamento do paciente no estabelecimento de origem, onde juntamente com 
seus familiares, será atendido nas suas necessidades básicas de saúde. Para que este 
sistema funcione é de extrema importância que ocorra uma boa articulação entre as 
unidades local e regional, a começar por um estabelecimento do comando e 
coordenação únicos em cada nível, onde cada unidade dentro do sistema possua 
definição clara das suas atribuições, sempre de acordo com os princípios de 
regionalização e hierarquização (ABC DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, 1990). 
 Outro aspecto presente nesse DSC é a participação dos familiares no cuidado a 
este idoso no seu ambiente domiciliar, a necessidade de orientação do familiar cuidador 
e a consciência de que o lar é o melhor lugar para se acolher o idoso. 
Para Camarano; Kanso (2010) apesar de a legislação brasileira estabelecer que 
o cuidado dos membros dependentes, neste caso o idoso, deva ser responsabilidade 
das famílias, atualmente isso vem se tornando uma raridade, graças a diminuição da 
fecundidade, da redução no número de casamentos e da crescente participação da 
mulher, tradicional cuidadora, no mercado de trabalho. Estes fatores acabam fazendo 
com que o Estado e o mercado privado tenham que dividir com a família as 
responsabilidades no cuidado com a população idosa. Frente a isso, surge uma 
alternativa de cuidados não-familiares existentes que seriam às instituições de longa 
permanência para idosos (ILPIs), podendo ser públicas ou privadas. Mas hoje a 
residência em instituições ainda não é uma prática comum na sociedade brasileira. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A análise da percepção dos profissionais de enfermagem acerca do cuidado ao 
idoso evidenciou que os mesmos reconhecem diversas fragilidades no atendimento ao 
idoso no serviço de emergência hospitalar, haja vista os relatos de que o quantitativo de 
profissionais de enfermagem é ineficaz e compromete o cuidado, bem como a estrutura 
70 
 
física não adaptada para a população idosa, dificulta as ações de enfermagem e limita 
a independência do idoso dentro de seus potenciais.Os resultados obtidos também denotam que os profissionais de enfermagem 
propõem sugestões para melhorar o cuidado ao idoso, porém algumas ações fogem 
das suas governabilidades, como a adaptação da estrutura física e o encaminhamento 
correto e ágil desse idoso após o quadro emergencial estar estabilizado. 
Com o estudo pode-se inferir que o crescimento da população idosa na realidade 
local não acompanha as condições estruturais desta emergência hospitalar em especial 
no que se refere ao ambiente físico necessário para atender a demanda e 
necessidades de pacientes idosos. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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73 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Com o aumento significativo da população acima de 60 anos no Brasil, começa-
se a perceber a necessidade de uma reestruturação dos atendimentos hospitalares, 
com espaços físicos adaptados e mão de obra qualificada, principalmente por parte da 
equipe de enfermagem, que passa o maior período dos atendimentos ao lado do 
paciente. 
 A transição demográfica mundial, onde a população idosa é crescente, se dá 
pelo aumento da qualidade de vida. As emergências hospitalares já contam com alto 
número de idosos, que requerem mais tempo e dedicação por parte dos profissionais 
devido os altos graus de dependência. Portanto se percebeu a necessidade de abordar 
tal temática, podendo-se identificar o conhecimento e as fragilidades do atendimento ao 
idoso numa emergência hospitalar, para que o cuidado de enfermagem seja realizado 
sempre com excelência e segurança, com base na literatura e nas políticas públicas 
que garantem a atenção específica ao idoso. 
 No que se refere ao conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre o 
envelhecimento, constatou-se que estes compreendem o envelhecimento como um 
processo fisiológico e natural, que pode estar associado ao estilo de vida de cada ser, 
mas também ficou explicito a interpretação que os mesmos fazem dessa etapa vida, 
sendo vista como a última, na sua maioria debilitante e complexa, onde alguns idosos 
aceitam suas condições e outros o fazem com mais relutância. 
 Sobre as questões legais que permeiam os direitos e deveres do idoso, 
constatamos baixo ou nulo conhecimento por parte dos profissionais, que relataram 
terem tido pouco contato tanto com a Política Nacional de Saúde a Pessoa Idosa 
quanto com o Estatuto do Idoso. Ficou mais evidente o direito a acompanhante e 
preferência nos atendimentos. 
 O cuidado ao idoso é percebido por suas fragilidades no serviço de emergência, 
onde os profissionais de enfermagem ressaltam os problemas com a estrutura física e a 
falta de pessoal, visto a dependência alta por parte dos idosos. Frente a estes 
problemas, surgiram sugestões, que visam auxiliar o atendimento, porém as ideias 
74 
 
apresentadas fogem da governabilidade dos próprios profissionais, onde é proposto a 
adaptação da estrutura física e o encaminhamento rápido e correto do idoso. 
 Por fim quando os profissionais se colocamno lugar do paciente idoso internado 
num serviço de emergência é verificada a necessidade de um atendimento 
humanizado, onde eles vislumbrem a necessidade de se fazer valer os direitos 
específicos e de um cuidado realizado com paciência, respeito e dignidade. 
Chegando ao fim deste estudo faz-se necessário destacar a grande experiência 
adquirida na busca do conhecimento e da ampliação deste por meio da pesquisa de 
campo. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) possibilitou a compreensão de uma 
nova realidade da população mundial, onde a teoria ainda se encontra distante da 
realidade. Mas com as descobertas mostradas nos resultados muitas ações poderão se 
tornar efetivas. É necessário que a Enfermagem esteja preparada para atender um 
novo público, desafiando as dificuldades do dia-a-dia e criando soluções criativas que 
tornem o cuidado seguro e eficiente. 
Aponta-se como limitações deste estudo a não elaboração de um outro artigo 
com os demais DSC apresentados nos resultados do TCC, porém não discutidos com 
a literatura. 
Espera-se que os resultados encontrados neste estudo contribuam com 
subsídios para as mudanças que se fazem necessárias na emergência para o 
atendimento ao idoso e que estimulem outros estudantes e profissionais em especial da 
enfermagem, a também pesquisarem sobre esse tema ainda pouco explorado na 
realidade nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABC DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Documento elaborado por técnicos da União, 
dos Estados e dos Municípios, em discussão no Ministério da Saúde (versão de 18 de 
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80 
 
APÊNDICE 
 
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM 
CURSO DE GRADUAÇAO EM ENFERMAGEM 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
 Assinando este documento, eu, 
_____________________________________________________ estou dando meu 
consentimento para participar da pesquisa intitulada Conhecimento e percepção dos 
profissionais de enfermagem de uma emergência hospitalar acerca do cuidado ao 
idoso, conduzida pelos acadêmicos da 8ª Fase do Curso de Graduação em 
Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Arno Germer Netto, Bruna 
Caroline de Souza e Djeisa Débora de Souza, orientados pela Professora Enfª Dra. 
Eliane Regina Pereira do Nascimento. 
Compreendo que participarei de uma pesquisa que irá focalizar o conhecimento 
e a percepção dos trabalhadores de enfermagem do Serviço de Emergência Adulto 
sobre o cuidado ao idoso. 
Estou ciente de que as informações que eu der poderão ser gravadas e 
transcritas, mas que o meu nome não aparecerá em qualquer registro e que serão 
utilizados nomes fictícios. Após a transcrição os pesquisadores entregarão uma cópia 
para aprovação do documento escrito que deverá ser por mim assinado. Estou ciente 
também de que caso não aceite a gravação da entrevista, esta poderá ser anotada pelo 
pesquisador que após o termino procederá a leitura para confirmação do que foi 
relatado ou ajustes que se fizerem necessários e assinatura. 
81 
 
Minha participação é voluntária e poderei me negar a participar da mesma, sem 
que isto acarrete em qualquer efeito negativo a mim. Também estou ciente de que 
poderei deixar de participar, em qualquer momento, se assim desejar ou de não 
responder algumas questões colocadas. 
Estou ciente de que os resultados dessa pesquisa serão do meu conhecimento, 
caso os solicite, e que os pesquisadores são as pessoas com quem devo entrar em 
contato, no caso de dúvidas sobre o estudo ou sobre o meu direito como participante. 
Ao assinar este termo estarei autorizando que as informações dadas também 
sejam utilizadas para divulgação desta pesquisa em publicações nacionais e 
internacionais. 
Caso concorde em participar, assinarei este documento, que terá duas vias, 
sendo que uma ficará com os pesquisadores e a outra, em meu poder. 
Quaisquer informações adicionais sobre a pesquisa, em qualquer momento, 
poderão ser obtidas através do telefone e/ou e-mail dos pesquisadores Arno Germer 
Netto (48) 96015283, arnogermernetto@hotmail.com; Bruna Caroline de Souza (47) 
99690386, bruniikaa@hotmail.com; Djeisa Débora de Souza (48) 963319949, 
djeisa_s@hotmail.com; ou ainda, da Profª Dra. Eliane Regina Pereira do Nascimento 
(48) 9105-1202. 
 
 
Data: ____/____/____ 
 
 
___________________________________ 
Assinatura do voluntário 
 
 
 
 
 
 
82 
 
APÊNDICE B – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS COM OS 
PROFISSIONAIS 
 
I-Caracterização dos Trabalhadores 
 
1- Idade: ___________________ 
 
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 
 
2- Profissão: 
( ) Auxiliar de enfermagem ( ) Técnico de enfermagem ( ) Enfermeiro 
 
3- Tempo de trabalho no Hospital: 
 ( ) mais de 6 meses ( ) entre 1 a 5 anos ( )há mais de 5 anos 
 
4- Tempo de trabalho nesta Emergência: 
( ) entre 6 meses e 1 ano ( ) entre 1 a 5 anos ( ) há mais de 5 anos 
 
5- Formação Profissional: 
( ) especialização na área de ................... Concluído ( ) Em andamento ( ) 
( ) mestrado em .................... Concluído ( ) Em andamento ( ) 
( ) doutorado em .................... Concluído ( ) Em andamento ( ) 
 
6- Você já trabalhou em outro Serviço de Emergência? 
( ) Sim ( ) Não Tempo que atuou: ___________________ 
 
II- Conhecimento sobre o idoso. 
 
7- Fale o que você sabe sobre o idoso e o processo de envelhecimento. 
 
8- Fale o que você sabe sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 
 
9- Fale o que você sabe sobre o Estatuto do Idoso. 
83 
 
 
III- Percepção sobre o cuidado ao idoso 
 
10- Como você vê o cuidado de enfermagem ao idoso neste serviço de emergência? 
 
a) Pontos positivos/potencialidades/fortalezas: 
 
 
 
b)Pontos negativos/dificuldades/fragilidades: 
 
 
11- Aponte sugestões para melhorar o cuidado ao idoso. 
 
12- Se você fosse idoso e hospitalizado, como gostaria de ser atendido? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
ANEXOS 
 
ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA 
85

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