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Genero Lírico

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1-Gênero Lírico
O Gênero Lírico nasceu de uma modalidade poética que era, no período medieval, cantada e executada ao som de instrumentos musicais como a lira, daí a origem da expressão ‘lírico’, a qual provém do latim ‘lyricu’.
A partir do momento em que o conteúdo do poema e a música se desligaram, o ritmo foi preservado através da metrificação dos versos, ou seja, do estabelecimento de uma medida para eles, contabilizada pela quantidade de sílabas poéticas.
Vocábulos, aliterações - repetições das mesmas letras, sílabas ou sons numa frase – e rimas são recursos, desde então, utilizados pelos autores de poesia  como um meio de conservar a musicalidade da poesia. Eles se esmeram em cultivar sons de alta qualidade, estruturados na forma de ritmos e melodias que se alternam sucessivamente.
Neste gênero há um elemento fundamental, sem o qual não se poderiam expressar as emoções mais subjetivas, as condições da alma, os pensamentos, os sentimentos profundos; trata-se do ‘eu-lírico’, uma entidade fictícia perfeitamente distinguível do autor concreto. Ele nada mais é que uma peça-chave do discurso poético. Mas, com certeza, está aí presente também a visão de mundo do poeta, daí sua intensa subjetividade.
Embora a lírica seja basicamente composta por poemas, não necessariamente esta forma literária como um todo se enquadra neste gênero, pois o que determina a inclusão nesta categoria são suas características. Se elas não estiverem presentes em uma determinada poesia, ela então não será considerada como integrante desta modalidade.
Ao longo do tempo, a lírica sofreu diversas modificações. Sem perder suas virtudes essenciais, ela passou a englobar novas inquietações de natureza social e questões de fundo filosófico. Hoje ela empreende inclusive um mergulho em si mesma, procurando compreender o ofício poético.
No quesito formal, prevalece até hoje, primordialmente, o soneto. Ele é estruturado por quatorze versos, dois quartetos – estrofes de quatro versos - e dois tercetos – estrofes de três versos -, todos estritamente rimados, decassílabos, ou seja, compostos por dez sílabas; ou alexandrinos, integrados por doze sílabas. Este termo tem sua origem na palavra italiana ‘sonetto’, que tem o sentido de ‘pequeno som’.
Há também outras formas. A canção sublinha a antiga interação entre a poética e a música; seu principal tema é o amor, e suas estrofes contêm uma quantidade harmoniosa de versos, desembocando em uma estrofe menor, conhecida como ofertório, na qual o autor empreende uma síntese do que já foi dito ou oferece a poesia a sua musa.
A elegia compreende poemas que expressam emoções pungentes e divagações de conteúdo moral, com o objetivo de contribuir para que os leitores transcendam as etapas dolorosas de suas existências. A ode, que tem o sentido de ‘canto’, engloba as produções líricas formais e veementes, que abordam questões as mais variadas.
A écloga, ou ‘seleção’, enfoca a poesia pastoril, comumente composta na forma de diálogos. O epitalâmio é predominante na literatura grega, e sua função é prestar homenagens aos recém-casados no instante da cerimônia.  A sátira tem como objetivo escarnecer das imperfeições humanas ou de certos acontecimentos. Há igualmente outras modalidades: balada, rondó, rondel, haicai, oitavas e sextilhas.
2- Primeiras manifestações do gênero lírico
. Por volta do século XV, houve a separação entre os versos e o acompanhamento musical, e o texto lírico passou ser feitos para ser lido silenciosamente, deixando de ser necessariamente cantado. É claro que essa íntima relação entre a lírica e a música não desapareceu por completo. Ainda hoje, muitos textos líricos são feitos para serem cantados ou se transformam em música. 
Quanto aos temas e usos da lírica, podemos dizer que ela nasceu com uma função religiosa, pois suas primeiras manifestações ocorrem com os hinos religiosos numa tradição popular. Na Antiguidade, a poesia cantada era associada aos principais atos da vida: cantigas de ninar, lamentos de pesar pela morte de alguém, cantos de pastores e hinos de vitória ou de adoração, cantigas de amor, manifestações de alegria ou tristeza, enfim todas as situações possíveis da vida eram expressas pela lírica. 
Durante dois séculos, a lírica será a manifestação privilegiada pelos gregos, associada à livre imaginação, em que a emoção supera a razão. Merecem destaque nessa época duas formas de manifestação lírica. A primeira, em que o poeta expressa seus sentimentos pessoais, e a segunda em que o poeta fala em nome de todos, de forma impessoal, dando uma voz comum à alma da multidão. 
Esses temas foram se multiplicando no decorrer dos tempos. Na modernidade, eles são os mais variados, numa manifestação mais livre de regras e ricamente criativa.
3-Diferenças entre os gêneros Lírico, Épico e Dramático
A literatura começou a existir no Brasil através da colonização europeia pelos portugueses. Até então, a literatura portuguesa, formada e influenciada pela literatura greco-romana, seguia a tradição da divisão padronizada dos gêneros literários, a qual se fundamentou nos dias de hoje por meio do filósofo Aristóteles. Esta separação facilita a identificação das características temáticas e estruturais das obras, sejam elas em prosa ou em verso. Logo, quanto ao conteúdo (tema) e à estrutura, podemos enquadrar as obras literárias nos gêneros literários seguintes:
• Épico: é a narrativa com temática histórica; são os feitos heroicos de um determinado povo. O narrador conta os fatos passados, apenas observando e relatando os feitos objetivamente, sem interferência, o que torna a narrativa mais objetiva.
• Dramático: é o gênero ligado diretamente à representação de um acontecimento por atores.
• Lírico: gênero essencialmente poético, que expõe a subjetividade do autor e diz ao leitor do estado emocional do “eu-lírico”.
4-As formas líricas
Tais formas poéticas, umas muito antigas, outras mais modernas, caracterizavam-se por apresentar um determinado número de versos, representadas por uma forma e ritmo específicos, geralmente fixos. Como forma de representá-las, vejamos os exemplos mais comuns:
 Soneto – De origem italiana, surgido no século XIII, é um poema composto por quatro estrofes, sendo as duas primeiras com quatro versos (quartetos) e as duas últimas com três (tercetos). Essa forma perpetuou-se por todos os estilos literários, atingindo a contemporaneidade.
 Elegia – Originado na Grécia, trata-se de um poema no qual a temática pauta-se pela morte ou outros acontecimentos tristes. 
Écloga – poema que retrata a vida bucólica, os acontecimentos ligados à vida pastoril.
Idílio – Retratado sob a forma de diálogos, também traduz a temática campesina.
 Ode -  É um poema originário da Grécia, exaltando valores nobres sob um tom entusiástico.
Hino – ode destinada à exaltação dos deuses da pátria.
Há que se ressaltar que, além do espírito subjetivo, principal componente da poesia lírica, ela ainda conta com a participação do “eu-lírico”, ou seja, a própria voz que fala no poema, expressa pelas emoções e pelo sentimentalismo, no qual o eu–poético não mantém nenhuma ligação com o artista (o poeta). 
5- Aspectos estruturais da poesia 
 Versificação:  É o conjunto de normas que ensinam  a fazer poemas belos e perfeitos segundo o  conceito dos antigos gregos. Para eles, beleza e perfeição são sinônimos de trabalhoso, detalhado, complexo e tudo aquilo que segue a um modelo, a um conjunto de normas. É, assim, a técnica ou a arte de fazer versos.
      Verso é cada uma das linhas que compõem um poema, possui número determinado de sílabas poéticas (métrica), agradável movimento rítmico (ritmo) e musicalidade (rima).
    
O conjunto de versos compõe uma estrofe, que pode ser:
 1. Monóstico: estrofe com um verso;
2. Dístico:  estrofe com dois versos;
3. Terceto:  estrofe com três versos;
4. Quarteto:  estrofe com quatro versos (ou quadra);
5. Quintilha: estrofe com cinco versos;
6. Sextilha: estrofe comseis versos;
7. Septilha: estrofe com sete versos;
8. Oitava: estrofe com oito versos;
9. Nona: estrofe com nove versos;
10. Décima: estrofe com dez versos.
Mais de dez versos: estrofe Irregular.
    
     O verso que se repete no início de todas as estrofes de um poema chama-se ANTECANTO e o que se repete no final, BORDÃO. O conjunto de versos repetidos no decorrer do poema chama-se ESTRIBILHO ou REFRÃO.
    
  Métrica é a medida ou quantidade de sílabas que um verso possui. A divisão e a contagem das sílabas métricas de um verso são chamadas de ESCANSÃO, que não é feita da mesma forma que a divisão e contagem de sílabas normais, pois, segundo a Versificação:
1) Separam-se e contam-se as sílabas de um verso até a última sílaba tônica desse verso.
Ex: Es|tou | dei|ta|do | so|bre| mi|nha| ma|la
      1      2         3    4    5      6     7     8     9      10 
2) Quando duas ou mais vogais se encontram no fim de uma palavra e começo de outra, e podem ser pronunciadas simultaneamente, unem-se numa só sílaba métrica.  Quando essas vogais são diferentes, o processo chama-se elisão e quando são vogais idênticas, crase.
Ex: E|la+es|ta|va|só (Elisão) e  fo|ge+e|gri|ta Crase)
        1      2     3    4    5                   1      2       3  
3) Geralmente, como acontece na divisão silábica normal, os elementos que formam um ditongo não podem ser separados e os elementos que formam um hiato devem ser separados na escansão de um verso. No entanto, se o poeta precisar separar os elementos de um ditongo (diérese) ou unir os de um hiato (sinérese), ele tem LICENÇA POÉTICA para que sua métrica dê certo. O mesmo acontece se ele precisar contar também até a última sílaba átona do verso.
     
Quanto à Métrica, um verso pode ser:
1. Monossílabo: verso com apenas uma sílaba;
2. Dissílabo: verso com duas sílabas;
3. Trissílabo: verso com três sílabas;
4. Tetrassílabo: verso com quatro sílabas;
5. Pentassílabo: verso com cinco sílabas, também chamado REDONDILHA MENOR;
6. Hexassílabo: verso com seis sílabas;
7. Heptassílabo: verso com sete sílabas, também chamado REDONDILHA MAIOR;
8. Octossílabo: verso com oito sílabas;
9. Eneassílabo:  verso com nove sílabas;
10. Decassílabo: verso com dez sílabas, também chamado de HEROICO;
11. Hendecassílabo: verso com onze sílabas;
12. Dodecassílabo: verso com doze sílabas, também chamado de ALEXANDRINO.
     Ritmo é o resultado da regular sucessão de sílabas tônicas e átonas de um  verso. Para os gregos, ele é um elemento melódico tão essencial para o  poema  quanto para a Música.
     O ritmo é binário ascendente quando há um som fraco seguido de um forte (fraco/FORTE): “A|nu|vem|guar|da+o|pran|to”
(Alphonsus de Guimaraens)
     O ritmo é binário descendente quando há um som forte seguido de um fraco (FORTE/fraco): “Te|nho|tan|ta|pe|na “ (Fernando Pessoa)
O ritmo é ternário ascendente quando há dois sons fracos seguidos de um forte (fraco/fraco/FORTE): “Tu|cho|ras|te+em|pre|sem|ça |da|mor|te”
(G. Dias)
O ritmo é ternário descendente quando há um som forte seguido de dois sons fracos (FORTE/fraco/fraco):
    “Fá|ti|ma|diz|que|não|to|ma|nem|pí|lu|la” (D.Pignatári)
     Os versos que não seguem as normas da Versificação quando à métrica e/ou ao ritmo são chamados de VERSOS LIVRES.
     
 Som ou RIMA também é para os antigos um elemento essencial para que um poema seja uma POESIA. A rima é a identidade e/ou semelhança sonora existente entre a palavra final de um verso com a palavra final de outro verso na estrofe. Foneticamente, uma rima pode ser perfeita - se houver identidade entre as terminações das palavras que rimam (neve/leve) – ou imperfeita, se houver apenas semelhança (estrela/vela). Morfologicamente, a rima é pobre quando as palavras que rimam pertencem à mesma classe gramatical (coração/oração), e rica quando as palavras que rimam pertencem a  classes gramaticais diferentes (arde/covarde).
      Quanto à posição na estrofe, as rimas podem ser classificadas como:
a) emparelhadas ou paralelas (aabb)     
    “Vagueio campos noturnos    a          
     Muros soturnos                a           
     Paredes de solidão             b            
     Sufocam minha canção.”           b              
     (Ferreira Gullar)                                                 
b) cruzadas ou alternadas (abab)
“Se o casamento durasse      a
Semanas, meses fatais          b
Talvez eu me balançasse        a
Mas toda a vida... é demais!”       b
(Afonso Celso)
c) opostas, intercaladas ou interpoladas (abba)
     “Não sei quem seja o autor     a
     Desta sentença de peso          b
     O beijo é um fósforo aceso      b
     Na palha seca do amor!”              a       
(B. Tigre)
d) continuadas: consiste na mesma rima por todo o poema.
e) misturadas: são as rimas que não seguem esquematização regular.
f) VERSOS BRANCOS: são os do poema sem rima.
     Fazem parte do estudo do som ou rimas as FIGURAS DE HARMONIA OU DE EFEITO SONORO: aliteração, assonância, onomatopéia, paronomásia, parequema e o eco ou rima coroada.
POEMAS DE FORMA FIXA
      Alguns poemas apresentam forma fixa, o que já indica a preocupação formal do poeta em relação à sua obra e, assim, que ele segue à risca as normas da Versificação no momento da sua elaboração. São eles:
. Soneto: poema formado por dois quartetos e dois tercetos, normalmente composto por versos decassílabos e de conteúdo lírico;
. Balada: poema formado por três oitavas e uma quadra;
. Rondel: poema formado por duas quadras e uma quintilha;
. Rondó: poema com estrofação uniforme de quadras;
. Vilanela: poema formado por uma quadra e vários tercetos.
      Assim, para os clássicos, a obediência às normas ou técnicas aqui expostas é um dos itens mais importantes na classificação de um POEMA como POESIA.

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