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Análise de textos literários_Poesia

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apresentação 
A PERGUNTA COM qual gostaríamos de começar essa apresentação já foi feita muitas vezes em muitos contextos diferentes, e as respostas sempre deixam margem para muita conversa: Você gosta de ler poesia? 
Esse questionamento é uma provocação, pois sabemos que, no mundo contemporâneo – em que a tecnologia e a rapidez da informação tomaram conta das nossas vidas –, o espaço para a poesia é cada vez mais restrito. No máximo vemos um ou dois versos citados em um perfil de rede social, não é mesmo? É uma pena, pois a poesia é um tipo de discurso muito especial, capaz de nos levar a vivenciar e compreender nossas emoções de modo muito profundo e elaborado. Diferentemente de uma narrativa, em que a atenção do leitor é exigida ao longo dos acontecimentos, a linguagem poética busca expressar uma emoção ou um sentimento, em vivências que,muitas vezes, temos dificuldade de identificar no emaranhado da vida. Se pensarmos bem, nós sequer somos capazes de dar nome 
a tudo o que sentimos no curso de um dia. 
Pois bem, o poeta é o sujeito capaz de colher da observação do mundo e da experiência humana aquilo que merece ganhar expressão em um poema. Ao elaborar a expressão de uma emoção ou de um sentimento humano, o poeta está nos presenteando com a compreensão de nós mesmos e, com isso, aperfeiçoando nossa sensibilidade para vivermos menos mecanicamente e de modo mais verdadeiro, a fim de que reconheçamos em nossas vivências aquilo que importa valorizar e preservar. Este livro foi composto a partir do interesse em demonstrar como a poesia é parte da nossa constituição como humanidade e como civilização. Nesse sentido, as análises aqui propostas destinam-se ao ensino de poesia como modo de expressão. Desde os gregos e romanos antigos, berços da nossa mentalidade ocidental, a poesia, ou o gênero lírico, como o chamamos na tradição clássica, representa uma força expressiva de muito valor na constituição das sensibilidades de um indivíduo ou de uma coletividade. 
Nesta obra, você vai acompanhar os modos de realização do gênero lírico desde a Antiguidade Clássica, sempre com exemplos comentados, analisados e interpretados, de modo que você possa compreender como a poesia atravessa os tempos e deixa a sua marca indelével no esclarecimento das emoções e dos sentimentos humanos. 
SILVANA OLIVEIRA
Sendo assim, no Capítulo 1, analisaremos os modos de realização do discurso lírico no mundo antigo e também as principais heranças que a poesia clássica deixou para a Modernidade. 
No Capítulo 2, daremos ênfase à comparação entre a poesia e a prosa, de forma que possamos analisar as diferenças entre esses dois discursos e também seus pontos de contato. 
No Capítulo 3, esclareceremos o quanto a poesia, ao se concretizar no formato de um poema, se configura como uso especial da linguagem, com modos e formas regulares convencionados como os mais eficazes para o efeito pretendido pelo poeta – e efetivado pelo seu texto. 
No Capítulo 4, faremos um exercício de “dissecação” e valorização das estratégias de composição de um texto poético, para 
que seja possível reconhecer algumas delas no processo de leitura de um poema – algo que nos auxiliará no exercício de compreen- 
são, análise e interpretação de textos poéticos. 
No Capítulo 5, apresentaremos – de modo intensivo – textos de importantes poetas da literatura brasileira, a fim de reconhecer características e temas relevantes nesses autores. Isso também o ajudará, leitor, a construir um repertório que poderá 
se expandir, a seu critério, ao longo dos seus estudos. 
No Capítulo 6, trataremos de textos de autores da literatura 
portuguesa e africana – alguns ainda não muito conhecidos no Brasil. Com base em suas obras, compararemos temas e modos 
de expressão entre poetas brasileiros, portugueses e africanos – e,com isso, poderemos observar os pontos de contato e de distanciamento entre eles.Esse livro se destina sobretudo à orientação e ao subsídio da 
aproximação do estudante de literatura ao universo da composição poética, bem como da análise de textos poéticos de diversas épocas e contextos históricos. No entanto, ele certamente servirá como suporte para o estudo de textos poéticos de qualquer leitor que se interesse pelo assunto. Nossa expectativa, com esta obra, é ir além das obrigações de estudo e potencializar a você, leitor, a experiência de contato direto com variados tipos de poemas, com poetas de diferentes identidades e com procedimentos que contribuam com a sua formação humana.
CAPÍTULO 1
Para iniciarmos os estudos sobre poesia, propomos encará-la como um gênero artístico antigo, que remonta ao mundo clássico – antes mesmo do advento da escrita formal como a conhecemos hoje. 
O primeiro pensador que falou sobre a poesia como gênero foi Platão (428? a.C.-348? a.C.), em uma época em que a separação entre os gêneros literários ainda não estava defnida como 
está hoje em dia. Ao referir-se à poesia, Platão estava falando de toda sorte de composição oral e escrita que não se encaixasse nos 
campos da flosofa e da política – composições que, na visão dele, não serviam para nada de efetivo na consolidação da República. 
O pensador tinha uma visão muito negativa da poesia, pois, para ele, as composições inventadas a partir do sentimento ou de in- 
tenções fccionais eram sem valor e representavam uma visão 
deturpada do que era o mundo ideal – quer dizer, o mundo das ideias verdadeiras. Para a flosofa, interessava mais a formação política da cidade e a refexão sobre o ser em relação ao contexto formador da mentalidade coletiva e, por esse viés, a poesia e o poeta não tinham maior relevância.
Quem redimiu a poesia como gênero e foi capaz de elucidar 
o seu lugar no mundo clássico foi Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.). 
O livro Da arte poética, de sua autoria, é uma reunião de textos teóricos escritos aproximadamente 500 anos antes de Cristo, nos 
quais o autor fala da tragédia e da épica clássicas. Nessa obra, encontramos uma visão diferente da de Platão, pois, para Aristóteles, 
a invenção poética, tanto nas composições trágicas quanto nas épicas, tinha uma função importante para os cidadãos. Essas 
composições seriam, na visão aristotélica, responsáveis pela consolidação das emoções e pela formação do pensamento civilizado. 
Com os escritos de Aristóteles, foi delineada a divisão entre os gêneros, organizada da seguinte forma: 
• Gênero dramático: Composto pelas tragédias, comédias e qualquer outra encenação teatral. 
• Gênero épico: Composto pelas grandes narrativas épicas, de fundo histórico, como a Ilíada e a Odisseia – nas quais são narradas, respectivamente, a Guerra de Troia e a viagem de retorno de Odisseu para a ilha de Ítaca. 
• Gênero lírico: Formado pelas composições acompanhadas de música em que havia expressão emocional, como em festivida- 
des comemorativas, nascimentos, funerais e celebrações cívicas. 
É válido mencionar que o caráter íntimo do lirismo só se manifestou na Modernidade. Em outras palavras, na Antiguidade, o lirismo associado às primeiras manifestações poéticas fazia parte da celebração de sentimentos coletivos.
Essa divisão dos gêneros literários obedece à perspectiva tradicional, visto que a produção literária moderna, principalmente aquela que aparece a partir do século XX, extrapola essa conceituação, ao misturar os gêneros em realizações composicionais variadas – por exemplo, em textos em que o gênero lírico aparece mesclado ao gênero narrativo, derivado do gênero épico. 
Neste capítulo, portanto, discutiremos os aspectos relacionados às origens do lirismo e às transformações dessa concepção 
até o mundo moderno. 
UmPontoUm 
A origem e o sentido do termo 
lirismo no Mundo Clássico 
Quando utilizamos o termo clássico, estamos nos referindo tanto à Antiguidade Clássica quanto ao Renascimento – que retoma, no 
fnal da Idade Média, os valores greco-romanos (Oliveira, 2009). 
Ainda assim, dentro dos estudos literários, clássico tem uma defnição mais complexa, que extrapola essa defnição. 
Tendo isso em vista, Tavares (citado porOliveira, 2009, p. 42) divide o termo da seguinte forma: 
• Em sentido específco ou restrito, o artista é considerado clássico quando adota os processos recomendados pela Escola Clássica, ou seja, segue os padrões elaborados pelos 
classicistas. Nesse sentido, destacamos autores como Camões, Bocage, entre outros. 
• Em sentido amplo, o autor é considerado clássico quando, pelas qualidades e pelo estilo vital de sua obra, torna-se modelo da arte que realiza, independentemente do tempo e do espaço, da época ou da escola literária a que se filia. 
Dada a defnição da palavra clássico no âmbito literário, agora nos voltaremos especifcamente para a poesia – começando pela explicação do termo lirismo. Massaud Moisés (1995), no seu Dicionário de termos literários, apresenta uma defnição de lírica nos seguintes termos: 
Lírica – Grego lyrikós, cantar ao som da lira 
Lira (instrumento musical de corda) 
A conotação do vocábulo “lírica” articula-se estreitamente à sua etimologia: no início, designava uma canção que se entoava ao som da lira. Assinalava, pois, a aliança espontânea entre a música e a poesia, ou entre a melodia e as palavras. Inaugurada pelos gregos já no século VII a.C., essa modalidade poética permaneceu até a Renascença, quando o primitivo signifcado – palavra cantada –, entrou em desuso. Entretanto, a mudança difcultou, em vez de facilitar, o trabalho dos críticos, que passaram a enfrentar mais uma perplexidade: como distinguir o texto poético voltado ao canto e o meramente verbal? Apenas no século XIX, com o empenho que os românticos puseram no
deslindamento dos problemas relacionados com o “eu”, é que 
novas luzes foram lançadas sobre a questão da lírica. […] O caráter emocional da poesia lírica explicaria o consórcio com a música: esta, porque fuida, meramente sonora, não vocativa, 
não signifcativa, parece traduzir de modo fagrante os contornos íntimos e difusos do poeta, infensos ao vocabulário comum. 
(Moisés, 1995, p. 305-310, grifo do original) 
Como afrma Moisés (1995), a lírica começou a ser desenvolvida ainda na Grécia Antiga. Sua prática era comum em ambientes festivos – de comemoração coletiva por vitórias alcançadas 
em batalhas ou êxitos familiares – e em eventos fúnebres para expressar os sentimentos de luto e de pesar. Na tradição romana, a prática da lírica seguiu os passos gregos. 
Com o passar dos séculos – e com o advento da escrita –,a prática de composições líricas afastou-se signifcativamente da 
música e do acompanhamento por instrumentos musicais, mas manteve a estrutura de ritmo que diferencia um texto lírico de 
um texto de outra natureza. 
Se pensarmos no verso metrifcado, nas rimas que relacionam os versos entre si e no ritmo necessário para a caracterização mais formal de um poema, temos elementos que remontam à origem musical do discurso lírico. Apresentamos, a seguir, um poema de Safo de Lesbos (630 a.C.-580 a.C.), cujas composições poéticas representam a matriz de um conjunto de poemas antigos considerados a origem da lírica antiga.
À amada 
Ventura, que iguala aos deuses, 
Em meu conceito, desfruta Quem, 
junto de ti sentada, 
As doces falas te escuta, 
Goza teu mago sorrir. 
Quando imagino em tal gosto 
É minha alma um labirinto; 
Expira-me a voz nos lábios; 
Nas veias um fogo sinto; 
Sinto os ouvidos zunir. 
Gelado suor me inunda; 
O corpo se me arrepia; 
Fogem-me as cores do rosto, 
Como ao vir da quadra fria 
Entra a folha a desmaiar. 
Respiro a custo, e já cuido 
Que se esvai a doce vida! 
Arrisquemo-nos a tudo… 
Contra uma angústia insofrida 
Tudo se deve tentar. 
(Safo, 2002)
Safo de Lesbos é conhecida assim por ter nascido e vivido na ilha grega de Lesbos, localizada no mar Egeu. Trata-se da 
primeira fgura feminina diretamente associada à poesia. Safo promovia encontros com senhoras da aristocracia e fazia desses momentos experiências de composição e declamação de poesia . Acredita-se que ela tenha recebido a admiração de homens e mulheres – daí a permanência do seu nome na cultura clássica, 
segundo os registros de Martinez (1997).
No poema À amada, confrma-se a referência genérica e corrente de que as composições de Safo de Lesbos faziam alusão ao amor erótico entre mulheres. Considerando que a autora da 
composição seria a própria Safo, o fato de a voz poética destacar o prazer vivido por aquele que desfrutar da companhia e do amor 
da destinatária do poema leva a crer que essa amada da composição foi inspirada na amada da autora. 
UMPONTODOIS 
Formas e temas da lírica clássica 
Agora, analisaremos rapidamente algumas modalidades formais de composição poética desenvolvidas na Antiguidade Clássica e, 
posteriormente, no Renascimento. Optamos por destacar a intenção e os temas mais comuns nessas composições. 
• Balada: É um tipo de composição – destinado ao canto – que se baseia na repetição. A mesma ideia ou frase é repetida no fnal de cada estrofe, formando o que chamamos de refrão, de modo 
a facilitar a memorização. Geralmente aparece em estrofes de oito versos e versos de oito sílabas. 
• Vilancete: Trata-se de uma composição que se inicia com um mote – ou motivo – que é desenvolvido ao longo do poema por meio de “voltas”/estrofes. 
• Elegia: É um tipo de composição pensada e produzida para circunstâncias de luto ou de caráter fúnebre, com teor melancólico e triste.
• Epigrama: Signifca, pela tradução literal, sobre-escrever. É uma composição poética curta que busca expressar um sentimento 
ou pensamento de forma engenhosa ou original, sempre com destaque para o sentido satírico ou festivo. 
• Madrigal: É um tipo de composição curta que expressa galanteio ou confssão de amor. Em sua forma clássica, apresenta-se em uma estrofe só, composta por seis ou dez versos. Poetas contemporâneos têm composto madrigais com total liberdade. 
• Ode: Trata-se de um cântico composto por estrofes simétricas, entoado ao som de música e do coro. Na Modernidade, a ode passou à categoria de poema que expressa os sentimentos mais elevados do eu lírico. Era comum em celebrações religiosas ou de vitórias em guerras e batalhas. 
Rondó português: É uma composição de matriz popular. 
• O rondó português é composto, preferencialmente, em redondilha maior (versos de sete sílabas) e estruturado em quadras 
(estrofes de quatro versos) ou oitavas (estrofes de oito versos). 
Os dois primeiros versos de uma estrofe são retomados adiante,em outra estrofe, criando o efeito de roda pelo elo entre as estrofes iniciadas pelos mesmos versos. Manuel Bandeira (1886- 
1968) se utilizou dessa forma clássica em seu famoso poema “Rondó dos cavalinhos”. 
A variedade de modalidades formais de composição poética listadas aqui demonstra o quanto a poesia pode ser expressa em diferentes formas. Algumas dessas modalidades 
entraram em completo desuso com o tempo – é o caso, por
exemplo, do vilancete e do epigrama. As outras modalidades 
ainda são praticadas – de modo atualizado –, como podemos observar no caso das baladas, cujo formato tradicional inspira composições musicais contemporâneas. 
O poema de forma clássica mais conhecida e recorrente na lírica moderna é o soneto. Muitos dos grandes poetas de variadas épocas praticaram o soneto como exercício de composição poética, como Francesco Petrarca, Luís Vaz de Camões, Manuel Bandeira e Vinicius de Moraes. Para alguns estudiosos, a origem dessa forma de poema é creditada a um poeta siciliano do século XII; para outros, a um trovador francês do século XIII. 
O soneto é usualmente composto por: 
• 14 versos distribuídos em dois quartetos (quatro versos) e dois tercetos (três versos); 
• versos isométricos, ou seja, que têm o mesmo número de sílabas em toda a sua extensão – geralmente decassílabos (10 sílabas métricas) ou alexandrinos (12 sílabas métricas); 
• rimas – nos quartetos, as rimas são ABAB, ABBA etc.; nos 
tercetos, as rimas são CDC, DCD, CDE etc.; 
• chave de ouro – nome dado ao último verso, que costuma ser o que resume em si a essência da ideia desenvolvida no poema todo (é a síntese do poema). 
A seguir, apresentamos um exemplode soneto clássico, composto por Luís Vaz de Camões (1542?-1580?), intitulado Sete anos de pastor Jacob servia. Observe que, por se tratar de um poema
sem um título isolado, usamos o primeiro verso como se fosse o título. Essa é a forma convencional para nos referirmos a um 
poema sem título. As letras A, B, C e D ao fnal de cada verso indicam a rima do verso e seu correspondente.
Sete anos de pastor Jacob servia 
Sete anos de pastor Jacob servia (A 1º verso)
Labão, pai de Raquel, serrana bela; (B 2º verso)
Mas não servia ao pai, servia a ela, ( B 3º verso )
E a ela só por prêmio pretendia. (A 4º verso ) 1QUARTETO
Os dias, na esperança de um só dia, (A 5º verso )
Passava, contentando-se com vê-la; (B 6º verso )
Porém o pai, usando de cautela, (B 7º verso )
Em lugar de Raquel lhe dava Lia. (A 8º verso) 2QUARTETO
Vendo o triste pastor que com enganos
( C 9º verso )
Lhe fora assi negada a sua pastora, (D 10º verso)
Como se a não tivera merecida; 
(E 11º verso)1TERCETO
Começa de servir outros sete anos,
 (C 12º verso)
Dizendo – Mais servira, se não fora 
(D 13º verso)
Para tão longo amor tão curta a vida.
(E 14º verso)2TERCETO
(Camões, 1963, p. 242) 
O poema de forma clássica mais conhecida e recorrente na lírica moderna é o soneto. 
Camões selecionou para o seu soneto um tema de origem bíblica: o amor de Jacob (Jacó) por Raquel.Assim, o poeta traz para o plano do amor universal a paciência e a perseverança do personagem bíblico, que
persiste trabalhando até fazer jus à união com aquela que é a senhora dos seus desejos. Podemos nos compadecer da pobre Lia, que substitui a irmã por ser a mais velha das duas, mas que não é desejada. No entanto, somos chamados pelo poeta a nos concentrarmos no destaque dado ao amor intenso e renitente de Jacó por Raquel, o que o motivará a trabalhar por mais sete anos a fm de recebê-la também como esposa. 
O soneto de Camões se realiza de forma clássica, obedecendo ao esquema métrico dos versos de dez sílabas poéticas (decassílabos) e ao esquema de rimas ABBA nos quartetos e CDE nos tercetos. O soneto se caracteriza pela forma precisa com que deve ser realizado. É comum que se considere que qualquer poeta bom de verdade deve ser capaz de compor um soneto na sua forma tradicional – é como se fazer o soneto representasse uma prova pela qual o poeta deve passar. É claro que isso não vale de forma absoluta para os tempos contemporâneos, em que as premissas do fazer poético formal são questionadas pelas variantes mais modernas da poesia.
umpontotrês 
Estudo de poemas líricos do Mundo Clássico
A poesia lírica clássica, a partir do momento em que se consolidou como realização formal, elegeu o soneto como forma recorrente e plural. 
Nesta seção, vamos analisar brevemente dois poemas de autores clássicos. O primeiro deles é o soneto “Quanto mais perto estou do dia extremo”, de Francesco Petrarca (1304-1374), poeta italiano considerado responsável pela fxação do soneto como forma lírica tradicional por excelência.
Quanto mais perto estou do dia extremo 
Quanto mais perto estou do dia extremo A 
Que o sofrimento humano torna breve, B 
Mais vejo o tempo andar veloz e leve B 
E o que dele esperar falaz e menos. A 
E a mim me digo: Pouco ainda andaremos A 
De amor falando, até que como neve B 
Se dissolva este encargo que a alma teve, B 
Duro e pesado, e a paz então veremos: A 
Pois que nele cairá essa esperança C 
Que nos fez delirar tão longamente D 
E o riso, e o pranto, e o medo, e também a ira; E
E veremos o quão frequentemente D 
Por coisas dúbias o ânimo se cansa C 
E que não raro é em vão que se suspira. E 
(Petrarca, 2005, p. 43)
Podemos perceber nesse texto de Petrarca a estrutura convencional do soneto, composta por quatro estrofes – dois quartetos e dois tercetos. A medida de cada verso contém 10 sílabas 
poéticas – algo tradicional na produção de sonetos. As rimas obedecem ao esquema ABBA ABBA CDE DCE. Quanto ao conteúdo, observe que o poema utiliza uma voz poética na primeira pessoa do singular (eu) e faz referência ao 
“dia extremo”, que podemos associar ao dia da morte. Isso se confrma na sequência, ainda na primeira estrofe, quando o eu poético afrma que quanto mais perto ele está desse dia extremo, 
mais rápido (veloz e leve) passa o tempo e menos se espera da vida. A consciência da passagem do tempo e da proximidade da 
morte mostram uma atitude de resignação em relação ao que resta para o homem em seus últimos périplos pela vida: falar de 
amor e aguardar que o fardo da vida se alivie. 
Nos tercetos, a consciência da morte e a aceitação de que ela trará alívio à alma revelam que o eu poético passa a esmiu- 
çar os movimentos e as paixões da vida, o que o leva ao delírio, a transitar entre o riso, o pranto, o medo e a ira – sentimentos vãos que não valem o sofrimento que causaram. 
Trata-se de um poema tradicional da lírica clássica. A visão do mundo apresentada nesse texto traz a carga lírica dessa tradição, ou seja, a postura de observar e avaliar friamente os sucessos e infortúnios da vida por meio de uma equação quase sempre descrente e sem paixão. A morte não é vista como castigo ou desfecho trágico: ela traz alívio e consciência em relação aos vãos desgastes das paixões mundanas. Essa postura do eu poético em
relação à vida e à morte representa uma tradição clássica que se manteve até o século XX em alguns poetas. 
A seguir, analisaremos um soneto de Camões muito popular, que aborda temas clássicos da tradição lírica
Amor é fogo que arde sem se ver 
Amor é fogo que arde sem se ver; A 
é ferida que dói, e não se sente; B 
é um contentamento descontente, B 
é dor que desatina sem doer. A 
É um não querer mais que bem querer; A 
é um andar solitário entre a gente; B 
é nunca contentar-se de contente; B 
é um cuidar que ganha em se perder. A 
É querer estar preso por vontade; C 
é servir a quem vence, o vencedor; D 
é ter com quem nos mata, lealdade. E 
Mas como causar pode seu favor D 
nos corações humanos amizade, C 
se tão contrário a si é o mesmo Amor D 
(Camões, 1963, p. 278)
A leitura do poema de Camões nos permite apontar semelhanças e diferenças em relação ao soneto de Petrarca. Ambos os sonetos são clássicos e apresentam uma estrutura formal muito semelhante, composta pelo mesmo número de sílabas poéticas em cada verso (decassílabos), além de a estrutura das estrofes ser a mesma (com a divisão em quartetos e tercetos). No entanto, há diferença no modo de tratamento do tema. Em Camões, não 
encontramos o “eu poético” na primeira pessoa do singular, o que representa uma diferença signifcativa em relação ao soneto de Petrarca, pois a voz poética no soneto de Camões coloca o tema em termos mais universais, uma vez que o sentimento expresso no texto não é a experiência apenas de um sujeito, mas uma condição a que toda a humanidade estaria sujeita. Outra diferença formal que merece destaque é o fato de as rimas das estrofes fnais – os dois tercetos – apresentarem o esquema CDC/DCD, o que, em termos de composição poética, pode ser considerado uma sofsticação de Camões. Ao tematizar o sentimento amoroso, Camões investe fortemente nas antíteses, ou seja, na contradição própria da experiência do amor. Já nas primeiras estrofes temos a oposição entre “fogo que arde sem se ver”; “ferida que dói, e não se sente” e“contentamento descontente”. A contradição do sentimento continua ainda com a reiteração pela oposição entre “não querer” e “bem querer”; estar “solitário” e “entre a gente”; e “ganhar” e “perder” ao mesmo tempo. O trecho “estar preso por vontade” ganha intensidade quando essa ideia se avoluma no verso seguinte, em que o poeta afrma que no amor o vencedor serve a quem vence, estabelecendo o paradoxo fundamental da experiência amorosa que levará à pergunta da última estrofe: “como causar pode seu favor / nos corações humanos amizade, / se tão contrário a si é o mesmo Amor?”. Essa pergunta, deixada aos leitoresde todas as épocas, atualiza o drama e o mistério amoroso, tornando esse um dos poemas mais recorrentes da lírica clássica e moderna. 
Primeiramente, a sensibilidade romântica passou a exigir mais liberdade de expressão em relação aos modelos clássicos. Assim, 
muitos poetas românticos começaram a praticar o verso irregular, sem métrica rígida ou esquemas formais de rima. É o caso da coletânea de poemas líricos do poeta português Almeida Garrett (1799-1854), intitulada Folhas caídas. Com a Modernidade, as demandas por liberdade formal se intensifcaram. Mesmo os espaços em branco na folha de papel 
começaram a ser valorizados e concebidos grafcamente para a composição do poema, passando a compor sentido expressivo. 
Os poetas da Modernidade se dedicaram à percepção de uma realidade mais complexa em relação à mentalidade clássica, o que 
resultou em uma dedicação à pesquisa estética da linguagem, de modo a se experimentar todas as formas possíveis de composição de um poema. Por vezes, a linguagem foi tratada de forma tão radical a ponto de eliminar a palavra escrita do poema. No entanto, nem todos os poetas seguiram o caminho da experimentação – inclusive muitos preferiram escrever seus poemas na forma tradicional, embora sem seguir estritamente as regras de versifcação clássica. Isso vigorou de tal maneira que, muitas vezes, na produção de um mesmo poeta podemos encontrar tanto poemas de forma livre quanto de forma fxa. Um exemplo típico dessa variedade composicional é o poeta brasileiro Vinicius de Moraes (1913-1980), modernista que escreveu vários poemas de forma livre, mas que cultivou intensamente o soneto, até hoje muito bem aceito pelo público leitor.
Soneto 
Aceitarás o amor como eu o encaro?… 
…Azul bem leve, um nimbo, suavemente 
Guarda-te a imagem, como um anteparo 
Contra estes móveis de banal presente. 
Tudo o que há de milhor e de mais raro 
Vive em teu corpo nu de adolescente, 
A perna assim jogada e o braço, o claro 
Olhar preso no meu, perdidamente. 
Não exijas mais nada. Não desejo 
Também mais nada, só te olhar, enquanto 
A realidade é simples, e isto apenas. 
Que grandeza… A evasão total do pejo 
Que nasce das imperfeições. O encanto 
Que nasce das adorações serenas. 
(Andrade, 1980)
O poema apresentado é de Mário de Andrade (1893-1945), outro exemplo de escritor modernista brasileiro que, apesar da escrita contestatória contra o academicismo e a tradição, também passeou pelo gênero soneto. 
Síntese 
Neste capítulo, introduzimos o estudo da lírica como gênero literário e, no desenvolvimento do tema, tratamos sobre as modalidades poéticas clássicas e suas formas e conteúdos. Vimos que a lírica surgiu na Antiguidade Clássica; o termo lírica equivale, em sentido amplo, ao que reconhecemos como poesia, ou seja, à expressão de sentimentos e emoções por meio da palavra. No mundo antigo, a lírica tinha forte relação com a música; atualmente, as manifestações poéticas ocorrem de inúmeras formas: por meio da palavra, da música, do cinema e das várias mídias associadas à internet. Além disso, fzemos a análise de uma das modalidades poéticas mais recorrentes na história da literatura: o soneto, cuja forma tradicional remonta à Idade Média. Ainda 
hoje, o soneto tem adeptos entre os maiores poetas da língua portuguesa – daí a importância dada a ele em nossos estudos. 
Indicações culturais 
MORAES, V. Poesia completa e prosa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. 
Nessa obra, você encontrará sonetos produzidos por Vinicius de Moraes – escritos em pleno modernismo brasileiro – quase nos mesmos moldes dos sonetos clássicos de Petrarca e Camões, como o intitulado “Soneto do maior amor”. 
GARRETT, A. Folhas caídas. Porto: Porto Ed., 1978. 
Esse livro reúne poemas inovadores de Almeida Garrett em relação ao tema e ao conteúdo. Aqui, o poeta inova ao utilizar tanto os versos em redondilha menor e maior – de forte apelo popular – quanto os versos de métrica irregular, 
não se prendendo ao modelo de verso clássico. O tema representa também uma novidade para a época, pois Garrett evoca o amor-paixão de cunho biográfco, que marcou os últimos anos de sua vida. Esse tratamento dado ao tema amoroso foge aos moldes tradicionais e revela aspectos erotizados da experiência. 
Atividades de autoavaliação 
1. Assinale a única alternativa correta em relação à importância do livro Da arte poética, de Aristóteles: 
a. A obra redimiu a poesia como gênero e foi capaz de elucidar o seu lugar no mundo clássico. 
b. A obra referendou a concordância de Aristóteles com Platão 
quanto à insignifcância da poesia. 
c. É um livro que compara textos trágicos da época com textos de 
flosofa e de religião. 
d. A obra revela a importância do mundo grego antigo em detrimento do mundo contemporâneo. 
2. Em relação à estrutura tradicional do soneto, assinale a alternativa correta: 
a. Deve conter quatro estrofes: três quartetos (estrofes de quatro 
versos) e um terceto (estrofe de três versos). 
b. Deve conter quatro estrofes: dois quartetos (estrofes de quatro 
versos) e dois tercetos (estrofes de três versos). 
c. Deve conter quatro estrofes: um quarteto (estrofe de quatro ver- 
sos) e três tercetos (estrofes de três versos). 
d. Deve conter cinco estrofes: três quartetos (estrofes de quatro 
versos) e dois tercetos (estrofes de três versos). 
3. Analise as sentenças a seguir sobre os sonetos camonianos e assinale (V) nas alternativas verdadeiras e (F) nas alternativas falsas: 
( ) Os sonetos camonianos mantêm o esquema métrico dos versos 
de dez sílabas poéticas (decassílabos).
( ) Os sonetos camonianos não obedecem ao esquema tradicional 
de rimas ABBA nos quartetos e ao esquema CDE nos tercetos. 
( ) Os sonetos camonianos obedecem ao esquema tradicional de 
rimas ABBA nos quartetos e ao esquema CDE nos tercetos. 
Os sonetos camonianos são compostos em versos livres e sem rimas regulares. 
Agora, marque a alternativa que corresponde à sequência correta: 
a. 
V, F, V, F. 
b. V, V, V, F. 
c. 
F, V, V, F. 
d. 
F, F, V, F. 
4. Um dos poetas da língua portuguesa que mais infuenciou as 
mudanças do tratamento da poesia no século XIX foi: 
a. William Shakespeare. 
b. Fernando Pessoa. 
c. Almeida Garrett. 
d. Vinicius de Moraes. 
5. Sobre “Amor é fogo que arde sem se ver”, de Camões, é correto afrmar que: 
a. trata-se de um soneto composto em redondilha maior (versos 
de sete sílabas). 
b. o tema amoroso é tratado com forte apelo erótico. 
c. o poeta idealiza a mulher, com descrições de perfeição física e moral. 
d. é um soneto de composição clássica, com versos decassílabos.
 Capítulo 2
NESTE CAPÍTULO, APROFUNDAREMOS 
usos da linguagem para a realização de textos em prosa e em verso, 
o que tornará possível a compreensão detalhada dos elementos formais na composição do verso poético. 
Geralmente, a prosa e a poesia são apresentadas pela teoria literária como opostas. Um dos principais motivos para se considerar isso diz respeito à estrutura de cada uma dessas modalidades, pois enquanto o texto poético, em geral, é composto em verso, o texto em prosa se organiza por meio de frases.
estabelecer as diferenças entre um texto em prosa e um texto em 
verso, e também dizer se cada um, a seu modo, pode ser considerado um texto poético. 
doispontoum 
Conceitos de poesia e de prosa 
Para a compreensão a respeito dos conceitos de prosa e de poesia, é muito importante a defnição, antes, dos conceitos de verso e 
de frase. A frase é uma estrutura diretamente associada à prosa. 
Trata-se de um enunciado completo, com sentido, que estrutura a organização do texto em prosa. É possível, por exemplo, uma 
frase composta de apenas uma palavra, desde que haja um sentido completo para essa palavra em determinado contexto discursivo. 
Veja o caso da expressão “Pare!”; temos aqui um exemplo de uma frase composta de apenas uma palavra com sentido imperativo. 
A frase pode se compor de verbo ou não; além disso pode ser afrmativa, negativa, interrogativa, exclamativa ou imperativa. 
E o verso? Como podemos diferenciá-lo da frase? 
O verso pode sercompreendido como cada linha que estrutura o poema. Não obedece à mesma organização da frase, 
pois atende mais às exigências formais do poema como estrutura artística. 
Para esmiuçar essas duas defnições, atente para os exemplos a seguir.
.Eu acho que a boiada vai bem, sêo Major. Não vão dar muito trabalho, porque estão bem gordos, e com preguiça de fazer desordem. (Guimarães Rosa, 1984, p. 9) 
O trecho em destaque é do escritor mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967), cujos textos fazem uso da linguagem do sertanejo de Minas Gerais. Nesse caso, temos um exemplo de texto 
em prosa: as frases se organizam em uma estrutura sintática que lhes dá um sentido completo e terminam com ponto fnal, para 
em seguida iniciar outra frase. A sequência das orações, organizadas sintaticamente, se confgura como parágrafos, que são a 
forma de realização do discurso em prosa. 
Perceba a diferença do caso a seguir. 
“Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, 
Soluçando nas trevas, entre as grades 
Do calabouço olhando imensidades, 
Mares, estrelas, tardes, natureza. “
(Cruz e Sousa, 1961, p. 88) 
O fragmento apresentado compõe parte do poema “Cárcere das almas”, de João da Cruz e Sousa (1861-1898). Como dito an- 
teriormente, o verso é o nome que damos a cada uma das linhas do fragmento citado. Assim, observe que temos aqui uma orga- 
nização textual muito diferente da frase. O objetivo do verso não é a expressão da linguagem corrente na comunicação prosaica: trata-se de uma organização formal que obedece a outras determinações de composição, como ritmo, rima, sonoridade e plasticidade. No próximo capítulo, analisaremos mais diretamente
essas noções de organização formal do poema. Para o que nos interessa aqui, é importante perceber que uma frase se diferencia 
fundamentalmente de um verso, e que é essa medida mais óbvia que usamos para diferenciar um texto em prosa de um texto em verso tradicional. No entanto, devemos nos 
O objetivo do verso não é lembrar que a poesia pode ser exa expressão da linguagem pressa tanto por meio de um texto corrente na comunicação em prosa quanto por meio de um 
prosaica: trata-se texto em verso, uma vez que essa de uma organização forma de arte é um elemento abs-formal que obedece a 
trato que poderá vir a compor o outras determinações Mtexto – como você verá na próxima seção. 
ritmo, rima, sonoridade e plasticidade. No próximo capítulo, analisaremos mais diretamente

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