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1 MINERAIS: UNIDADES CONSTITUINTES DAS ROCHAS Def.: Elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites, cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos, na Terra ou em corpos extraterrestres. A composição química e as propriedades cristalográficas bem definidas do mineral fazem com que ele seja único dentro do reino mineral e, assim, receba um nome característico. Minério – utilizado apenas quando o mineral ou rocha apresenta uma importância econômica. Mineralóides – substâncias sólidas amorfas (géis, vidros e carvões naturais). IISSOOMMOORRFFIISSMMOO XX PPOOLLIIMMOORRFFIISSMMOO POLIMORFISMO – essencialmente são minerais que têm a mesma composição química, mas estruturas cristalinas diferentes, tendo assim propriedades físicas e morfológicas diferentes. Ex.: Grafita (Hexagonal) e Diamante (Cúbica) ISOMORFISMO – são aqueles que possuem estrutura cristalina semelhante, mas composição química diferente. Ex.: Forsterita (Mg2SiO4) e Faialita (Fe2SiO4) - Ortorrômbico PSEUDOMORFISMO – quando uma espécie mineral assume a forma peculiar da outra espécie. Ex.: Sillimanita (Ortorrômbico) crescendo sobre a Cianita (Triclínico) CCLLAASSSSIIFFIICCAAÇÇÃÃOO SSIISSTTEEMMÁÁTTIICCAA DDOOSS MMIINNEERRAAIISS Dana (1813-1895) – teve papel fundamental na elaboração desta classificação: agrupados em conjuntos com características similares; usa-se o critério químico baseado na natureza do radical iônico do mineral. VANTAGENS: Propriedades físicas e morfológicas muito mais semelhantes; tendem a se formar por processos físico-químicos semelhantes e a ocorrer associados uns aos outros na natureza. LIGAÇÕES QUÍMICAS NO REINO MINERAL Os minerais apresentam composição química dentro de certos limites, o que permite, que se atribuam fórmulas químicas aos minerais. Os elementos químicos constituintes dos minerais estão unidos através de diferentes tipos de ligação, sendo as mais comuns às ligações iônicas, covalentes, metálicas e de Van der Waals. 2 Distribuição percentual dos elementos químicos na crosta Elementos Menores – Sr, Ba, Rb, Ni, Cr, V, Sc, Y, Zr, Nb Elementos Traços – Au, Pt, Ag CLASSIFICAÇÃO SISTEMÁTICA DOS MINERAIS a) Não silicatados (3%) Elementos nativos: minerais onde os elementos ocorrem sob forma não combinada. Exs: ouro (Au), prata (Ag), enxofre (S), diamante (C), cobre (Cu), Mercúrio (Hg). Sulfetos: resultam da combinação de metais com o enxofre (S-2). Exs: galena (PbS), pirita (FeS2) Óxidos: contém um metal em combinação com o oxigênio (O-2). Exs: hematita (Fe2O3), pirolusita (MnO2) Hidróxidos: óxidos minerais que contêm água ou hidroxila (OH-). Exs: goethita (FeO (OH)), gibbsita (Al (OH)3) Haletos: cloretos, fluoretos, brometos e iodetos. Exs: fluorita (CaF2), halita (Nacl) Carbonatos: minerais que incluem o radical (CO3)-2. Exs: calcita (CaCO3), dolomita (Ca, Mg)(CO3)2 Fosfatos: contém o radical PO4. Ex: apatita (Ca5 (F, Cl)(PO4)3) Sulfatos: contém o radical (SO4)-2 Exs: barita (BaSO4), gipsita (CaSO4 2H2O) b) Silicatos (97%) do volume da crosta continental Íon de Si+4 e quatro de O-2 – Estrutura tetraédrica* A estrutura de todos os silicatos consiste de uma unidade fundamental constituída de 4 átomos de oxigênio coordenados por um de silício , resultando em uma configuração tetraédrica. Elementos Maiores % O 46,6 Si 27,7 Al 8,0 Fe 5,0 Ca 3,6 Na 2,8 K 2,6 Mg 2,1 3 Importância: � abundante ocorrência em rochas; � minerais essenciais (quando formados por elementos maiores); � minerais formadores de rochas. DDEEFFIINNIIÇÇÕÕEESS “Cristalizado” – apresenta um arranjo atômico interno tridimensional, formado o retículo cristalino, gerado pela repetição de uma unidade atômica ou iônica fundamental que já apresenta as propriedades físico-químicas do mineral completo. A unidade que se repete é denominada de cela unitária (“tijolo”), que serve de base para a construção do retículo cristalino. A repetição ordenada dessa unidade nós dá a morfologia externa do cristal. Hábito Cristalino – sistema cristalino. É a forma geométrica externa natural do mineral, desenvolvida sempre que a cristalização ocorrer sob condições calmas e ideais. Clivagem – é a quebra sistemática da massa do mineral em planos preestabelecidos que reúnem as ligações químicas mais fracas oferecidas pela estrutura do mineral. Para estudarmos a cristalografia dos minerais, fazemos uso da simetria cristalográfica, através do uso de elementos abstratos (planos, eixos e centro) e suas respectivas operações de simetria (reflexão, rotação e inversão). Sistemas – Retículos de Bravais (1846) 4 SSIISSTTEEMMAASS CCRRIISSTTAALLOOGGRRÁÁFFIICCOOSS ORIGEM DOS MINERAIS � Minerais magmáticos são aqueles que resultam da cristalização do magma e constituem as rochas ígneas ou magmáticas. Ex.: diamante � Minerais metamórficos originam-se principalmente pela ação da temperatura, pressão litostática e pressão das fases voláteis sobre rochas magmáticas, sedimentares e também sobre outras rochas metamórficas. Ex.: granada � Minerais sublimados são aqueles formados diretamente da cristalização de um vapor, como também da interação entre vapores e destes com as rochas dos condutos por onde passam. Ex.: enxofre � Minerais pneumatolíticos são formados pela reação dos constituintes voláteis oriundos da cristalização magmática, desgaseificação do interior terrestre ou de reações metamórficas sobre as rochas adjacentes. Ex.: turmalina Minerais formados a partir de soluções originam-se pela deposição devido à evaporação, variações de temperatura, pressão, porosidade, pH e/ou Eh. � Evaporação do solvente: neste processo a precipitação ocorre quando a concentração ultrapassar o coeficiente de solubilidade pelo processo de evaporação, fato que ocorre principalmente em regiões quentes e secas, formando sulfatos (anidrita, gipsita), halogenetos (halita, silvita) � Perda de gás agindo como solvente: processo que ocorre quando uma solução contendo gases entra em contados com rochas provocando reação, a exemplo do que ocorre quando solução aquosa contendo dióxido de carbono entra em contato com rochas calcárias, caso em que o carbonato de cálcio é parcialmente dissolvido formando o bicarbonato de cálcio (CaH2(CO3)2), composto solúvel na solução. Ex.: caverna calcária � Diminuição da temperatura e/ou pressão: as soluções de origem profunda resultante de transformações metamórficas (desidratação, 5 descarbonatação, etc.) ou de cristalizações magmáticas normalmente contêm significativas quantidade de material dissolvido. Quando essas soluções esfriam ou a pressão diminui, formam-se minerais hidrotermais, depositados na forma de veios ou filões. Ex.: quartzo � Interação de soluções: o encontro de soluções aquosas com solutos diferentes, ao interagirem, pode formar composto insolúvel ou com coeficiente de solubilidade bem mais baixo, que se precipita. Como exemplo pode ser citado o encontro de uma solução com sulfato de cálcio (CaSO4) com outra contendo carbonato de bário (BaCO3), resultando na formação de um precipitado de barita (BaSO4). � Interação de gases com soluções: a passagem de gás por uma solução contendo íons pode gerar precipitados, a exemplo do que ocorre com a passagem de H2S (gás sulfídrico) por uma solução contendo cátions de Fe, Cu, Zn etc., formando sulfetos de ferro como pirita (FeS2), calcopirita (CuFeS2), esfalerita (ZnS), etc. � Ação de organismos sobre soluções: esse processo resulta da ação dos organismos vivos, animais ou vegetais, sobre as soluções. Dessa forma um grande número de seres marinhos (corais, crinóides, moluscos etc.) extraem o carbonato de cálcio das águas salgadas para formar suas conchas e partes duras de seuscorpos, resultando na formação de calcita (CaCO3) e, em menor quantidade, aragonita (CaCO3) e dolomita [MgCa(CO3)2]. IIDDEENNTTIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDEE MMIINNEERRAAIISS HÁBITO: forma geométrica externa, habitual, exibida pelos cristais dos minerais, que reflete a sua estrutura cristalina. Tipos de hábitos: laminar, colunar, tabular, micáceo, fibroso, prismático. CLIVAGEM: propriedade que alguns minerais apresentam de se partir segundo superfícies planas preferenciais que reúnem as ligações químicas mais fracas oferecidas pela estrutura do mineral. Minerais com clivagem: mica, gibsita (excelente), Galena, calcita ou feldspato (boa), Apatita (ruim); Mica (filossilicato) - 1 plano de clivagem – clivagem perpendicular ao eixo c (ligações de Van Der Waals) Quartzo – Hábito Prismático Mica (biotita) – Clivagem Planar 6 FRATURA: refere à superfície irregular e curva resultante da quebra do mineral. Obviamente é controlada pela estrutura atômica interna do mineral, podendo ser irregular ou conchoidal. - Conchoidal – quartzo (SiO2) - Granular – Magnetita (Fe3O4) - Fibrosa – Amianto DUREZA: resistência que o mineral oferece à penetração de uma ponta aguda que tentará riscar o mineral. Esta ponta poderá riscar ou não o mineral. Para a classificação utiliza-se a escala de Mohs, que utiliza como parâmetros à dureza de minerais comuns, variando de 1 até 10. Escala de Dureza de Mohs Mineral Padrão Dureza Padrão Secundário Talco Mg3SiO4(OH)2 1 Gipsita CaSO4.2H2O 2 São riscáveis pela unha (2,5) Calcita CaCO3 3 Fluorita CaF2 4 Apatita Ca5(PO4)3(F,Cl,OH) 5 Riscam a unha e são riscáveis pelo canivete (5,5) e pelo vidro (5,5) Ortoclásio KAlSi3O8 6 Quartzo SiO2 7 Topázio Al2SiO4(OH,F)2 8 Coríndon Al2O3 9 Diamante C 10 Riscam o vidro e a lâmina do canivete DENSIDADE RELATIVA: é o peso de um mineral comparado com o peso de um mesmo volume de água. A densidade da maioria dos minerais formadores de rocha oscila entre 2,5 e 3,3. BRILHO: É a intensidade de reflexão da luz incidente. Os minerais que refletem mais de 75% da luz exibem brilho metálico. Pode ser metálico, vítreo, resinoso, sedoso. COR: é um caráter importante na sua determinação. A cor depende da absorção da luz, restando uma fração transmitida e outra refletida. Vermelho (ex. cobre); amarelo (Ex. pirita, ouro, calcopirita); branco (Ex. galena, prata); preto (Ex. hematita). Galena - Brilho Metálico Topázio - Brilho Vítreo Amianto – Fratura Fibrosa 7 TRAÇO: é a cor reduzida a pó; traço deixado pelo mineral após riscar a superfície de uma placa de porcelana. Ex: hematita (vermelho), pirita (preto) e quartzo (branco). PROPRIEDADES ELÉTRICAS: muitos minerais são bons condutores de eletricidade, como é o caso dos elementos nativos (Cu, Au, Ag, etc.) e outros, são classificados como semicondutores (sulfetos). Alguns minerais são classificados como magnéticos, como é o caso da magnetita e a pirrotita, pois geram um campo magnético em sua volta com intensidade variável. GEMINAÇÃO: é a propriedade de certos cristais de se desenvolverem de maneira irregular. A geminação pode ser classificada como simples (dois cristais intercrescidos) ou múltipla (polissintética). TRANSPARÊNCIA: são os minerais que não absorvem ou absorvem pouco a luz. Os que absorvem a luz são considerados translúcidos e dificultam que as imagens sejam reconhecidas através deles. Estaurolita – geminação simples em cruz. Hematita – Traço Vermelho Magnetita (Fe3O4)
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