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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO 
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO 
SÃO MATEUS 
 
 
lll Feira Regional de Ciência e Tecnologia – Fercite 
Ciências Básicas Para o Desenvolvimento Sustentável 
 
 
 
O USO DE BIOFERTILIZANTES: UMA POSSÍVEL SOLUÇÃO PARA O ATUAL 
CENÁRIO 
 
 
ESTUDANTES 
CAMILA SCARAMUSSA 
MARIA LUIZA GONÇALVES ANDRADE 
NATHÁLY FOSCH DIAS 
 
 
 
 
PROFESSORAS ORIENTADORAS 
CAMILA COELHO DA SILVA 
GABRIELA CATARINA RUDIO MERLO 
 
 
JAGUARÉ, ESPÍRITO SANTO 
2022 
 
GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO 
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO 
SÃO MATEUS 
 
lll Feira Regional de Ciência e Tecnologia – Fercite 
Ciências Básicas Para o Desenvolvimento Sustentável 
 
1. Dados de identificação: 
Município: Jaguaré 
Escola: Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Irmã Tereza Altoé. 
2. Nível de Ensino: Fundamental séries finais 
3. Área de Conhecimento: Ciências da Natureza 
4. Componente Curricular: Ciências 
5. Título da Pesquisa: o uso de biofertilizantes: uma possível solução para o atual 
cenário 
6. Identificação dos Estudantes: 
Camila Scaramussa 
Maria Luiza Gonçalves Andrade 
Nathály Fosch dias 
 
7. Professoras Orientadoras: 
Camila Coelho da Silva 
Gabriela Catarina Rudio Merlo 
 
 
 
 
JAGUARÉ, ESPÍRITO SANTO 
2022 
RESUMO 
 
Atualmente um grande desafio para a agricultura é o desenvolvimento de sistemas de 
cultivo sustentáveis do solo, que produzam alimentos em grande quantidade e com 
qualidade suficiente, sem prejudicar os recursos do meio ambiente. O plantio 
sustentável se destaca pela busca de uma agricultura que tenha menores impactos 
ao ambiente e ao homem, propondo alternativas de plantio aos modelos 
convencionais. O uso de insumos à base de matéria-prima biológica pode ser uma 
alternativa ao modelo produtivo vigente, com o intuito de produzir em larga escala, 
mas mitigando os impactos ambientais negativos. Nesta perspectiva, o biofertilizante 
surge como uma alternativa ao agricultor, que poderá diminuir ou até substituir o uso 
de fertilizantes químicos. Os biofertilizantes agem de forma direta ou indireta sobre 
toda a planta cultivada ou em partes dela e fornecem nutrientes que são capazes de 
elevar sua capacidade produtiva, utilizando de microrganismos que, através de 
processos biológicos, são capazes de aumentar os nutrientes oferecidos à planta. 
Este estudo tem por objetivo conhecer a percepção de agricultores, pesquisadores e 
estudantes em relação à produção e ao uso dos biofertilizantes no Brasil. Conclui-se 
que há um grande interesse por parte de agricultores e pesquisadores na produção e 
uso de biofertilizantes, por acreditarem que os mesmos podem ter custos mais baixos 
e mitigar impactos ambientais. O estudo também aponta a necessidade de maior 
clareza no conceito de biofertilizante em relação aos demais insumos agrícolas 
orgânicos. 
 
Palavras-chave: Biofertilizante. Sustentabilidade. Agricultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Um grande desafio a ser enfrentado nas próximas décadas será suprir as demandas 
alimentares mitigando danos ambientais. O crescimento da população mundial 
associado com dietas alimentares a base de carnes e laticínios representam 
esgotamento dos recursos naturais. O uso em excesso de agroquímicos sintéticos 
resultou em impactos ambientais negativos em todo o mundo, causando infertilidade 
do solo, eutrofização das águas e perda de biodiversidade (Köhler e Triebskorn 2013; 
Chagnon et al. 2014; Hallmann, et al. 2014; FAO, 2015). Por essa razão, um desafio 
da atual sociedade é criar sistemas de cultivo mais eficientes e aumentar a demanda 
da produção agrícola através de tecnologias capazes de diminuir tanto a quantidade 
de produtos químicos como os impactos ambientais. (Tilman et al., 2002; Foley et al., 
2011). Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU, 2017), a 
população mundial que atualmente ultrapassa 7,5 bilhões de pessoas, provavelmente 
ultrapassará 9,5 bilhões em 2050. Corroborando com essa estimativa, um relatório da 
Food and Agriculture Organization (FAO, 2019) estima que para alimentar esse 
número populacional, a produção de alimentos deve aumentar em cerca de 70%. 
Segundo este mesmo relatório da FAO, a produção alimentícia deve crescer em torno 
de 70%, no entanto, a previsão de pessoas desnutridas de 1 para 9, deve permanecer. 
Atualmente, a população humana da Terra já possui dois bilhões de pessoas acima 
da sua capacidade natural de carga (Erisman et al., 2008). Há uma grande contradição 
no uso excessivo de fertilizantes químicos, porque se de um lado eles garantem uma 
maior produtividade das culturas, por outro eles causam impactos ambientais 
negativos, como o excesso de nitrogênio no solo e nos corpos hídricos, atacando os 
serviços ecossistêmicos, reduzindo dessa forma, a biodiversidade (Lewis et al., 2011). 
A resistência de bactérias aos antibióticos humanos também está sendo associada ao 
excesso de nitrogênio na alimentação (Singer et al., 2016). Biofertilizantes são 
considerados uma alternativa amigável, econômica e sustentável em relação aos 
fertilizantes sintéticos, uma vez que eles podem aumentar a produção agrícola 
causando menos poluição ambiental (Kawalekar, 2013). Biofertilizantes contém 
microrganismos vivos ou compostos naturais que são derivados de organismos como 
algas, fungos e bactérias que melhoram as propriedades do solo, restaurando sua 
fertilidade e estimulando o crescimento da planta (Abdel-Raouf et al. 2012). Em várias 
pesquisas os biofertilizantes são amplamente testados como forma de acelerar os 
processos de fornecimento de nutrientes que devem ser incorporados pelas plantas. 
Por meio 17 da fixação de nitrogênio e disponibilização de fosfatos, eles melhoram a 
fertilidade do solo (Mazid e Khan, 2015). Os biofertilizantes tem como finalidade a 
utilização dos recursos biológicos que estão disponíveis naturalmente no solo para 
aumentar o rendimento das culturas. Para conhecer a percepção de agricultores, 
pesquisadores e estudantes em relação à produção e ao uso dos biofertilizantes no 
Brasil, optou-se pelo método de pesquisa quantitativo. A pesquisa quantitativa, tanto 
na coleta quanto no tratamento das informações, prioriza a mensuração, através de 
estatísticas, de forma que se evite deturpações, tanto na análise quanto na 
interpretação, possibilitando uma maior margem de segurança em seus resultados 
(Diehl, 2004). Uma das técnicas conhecidas e utilizadas para trabalhar com este tipo 
de dados é o método de Survey. A pesquisa de Survey pode ser descrita como aquela 
que obtém dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de um 
determinado grupo de pessoas, que representam uma população-alvo, normalmente 
utilizando um questionário como método de pesquisa (Pinsonneault e Kraemer, 1993). 
Comumente, está associada às pesquisas sociais e seus resultados são apresentados 
através de gráficos e tabelas (Hyman, 1967). 
 
OBJETIVOS 
 
• Formar conhecimentos básicos, teóricos e práticos sobre importância, 
produção e uso de adubos orgânicos nos solos. 
• Proporcionar subsídios para o entendimento do processo de decomposição da 
matéria orgânica e mineralização de nutrientes. 
• Capacitar o aluno fazer recomendações de uso de adubos orgânicos com 
propósito de suprir as necessidades nutricionais das plantas e evitar 
degradação ambiental. 
 
JUSTIFICATIVA 
Os biofertilizantes são resultados da decomposição de compostos orgânicos que 
possui microrganismos vivos. Podem ser preparados através da digestão anaeróbia 
(sem a presença de gás oxigênio) ou aeróbia (com a presença de gás oxigênio) de 
materiais orgânicos e minerais, visando maior disponibilidade de nutrientes para a 
produção vegetal (MARROCOS, et al., 2012). 
 
Os fertilizantes orgânicos proporcionamàs plantas grande quantidade de nutrientes, 
promovendo melhoria na adubação do solo e controle de doenças. Isso ocorre por 
que o biofertilizante é uma mistura de microrganismos vivos que colonizam a 
rizosfera e/ou o interior da planta e promovem crescimento, por aumentar o 
fornecimento de nutrientes necessários. Assim, a planta nutrida torna-se tolerante ao 
ataque de fitopatógenos (VESSEY,2003) 
 
A escassez de fertilizantes tornou-se mais grave após o início da guerra entre Rússia 
e Ucrânia, que levaram a sanções econômicas à Rússia, afetando a importação 
desses insumos. 
 
Diante disso, uma possível solução está em pauta: o uso dos biofertilizantes como 
alternativa aos adubos químicos. 
 
A aplicação de bioinsumos tem sido considerada uma alternativa plausível para 
amenizar os riscos de uma possível falta de fertilizantes NPK (nitrogênio, fósforo e 
potássio). 
 
Dessa forma, a possibilidade de produção de biofertilizantes utilizando bioinsumos da 
própria propriedade tornou-se uma forma interessante para diminuir custos na 
aquisição de adubos químicos e na melhor destinação dos dejetos animais. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O experimento foi realizado na propriedade rural de Marino Coelho da Silva, em 
Jaguaré, ES, no período de março a junho de 2022. O bioinsumo utilizado foi o esterco 
de galinha obtido da granja Berger, localizada em Santa Maria de Jetibá, ES. 
A unidade experimental foi formada por um recipiente de 10 L onde foram colocados 
400 g de esterco de galinha, 3 L de água e 40 ml de melaço. 
Esses ingredientes foram pesados e medidos separadamente e depois misturados 
em um balde de 10 litros, e colocados a céu aberto por 20 dias para completar o 
processo de decomposição. 
 
 
FIGURA 1: esterco de galinha 
 
FIGURA 2: melaço de cana 
Depois de pesar 400 gramas de esterco de galinha e 40 gramas de melaço de cana, 
esses ingredientes foram adicionados em 3 litros de água. É aconselhável mexer de 
1 a 2 vezes por dia. 
 
FIGURA 3: mistura entre água, esterco de galinha e o melaço. 
 
 
 
FIGURA 4: ingredientes do biofertilizantes sendo misturados 
 
Após o período de decomposição, os biofertilizantes podem ser utilizados com uma 
diluição de uma parte do biofertilizante para dez partes de água. É importante salientar 
que esse biofertilizante utiliza resíduos animais, então orienta-se não aplicar sobre os 
alimentos que serão consumidos crus. Pode ser utilizado no solo, mas deve ter o 
cuidado ao aplicá-lo. 
 
FIGURA 6: aplicação do biofertilizante em plantas de pimentão 
O biofertilizante pode ficar num recipiente aberto e só ser coado quando for utilizado. 
Aconselha-se que após fazer a diluição de dez partes de água para cada parte de 
biofertilizante, utilizá-lo com auxílio de um regador para aplicação do produto. 
 
 
DISCUSSÃO 
 
A utilização de biofertilizantes confere uma maior resistência aos patógenos, pois 
favorece uma maior riqueza de microorganismos totais, como fungos, bactérias e 
actinomicetos. Além disso, promove melhor disponibilidade de nutrientes para as 
raízes (SILVA et. al). Dessa forma, pode ser uma forma sustentável, pois ameniza os 
impactos ambientais ao diminuir o uso de adubos químicos, diminui a emissão de 
poluentes provocados pelo transporte de insumos agrícolas, confere também 
menores custos ao produtor e além disso, fornece uma melhor destinação aos rejeitos 
animais. 
 
CONCLUSÃO 
 
O uso de biofertilizantes pode ser considerada uma maneira sustentável aos 
agricultores que queiram melhorar a qualidade de suas plantas e do solo, reduzindo 
os custos de produção e dando uma melhor destinação aos rejeitos animais. Porém, 
é preciso fazer uma avaliação criteriosa das necessidades nutricionais das plantas e 
se introduza elementos que favoreçam a produtividade agrícola e a biodiversidade 
agroecológica. Para isso, pode ser necessário a adoção de outras técnicas de manejo 
para complementar o processo de nutrição das plantas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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pragas e doenças. 7 ed. Francisco Beltrão: GRAFIT, 1999. 153 p. 
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Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.6, n.1, p.45-50, 2002. 
MARROCOS, S. T. P., JUNIOR, J. N., GRANGEIRO, L C., AMBROSIO, M. M. Q., 
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MARTINS, S. P. Caracterização dos frutos de maracujá-amarelo (Passiflora 
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biofertilizante bovino. 2000. 38 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em 
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PB 
MEDEIROS, M. B.; WANDERLEY, P. A.; WANDERLEY, M. J. A. Biofertilizantes 
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C., SILVA, A.M. S. L., MATOS, A. N. B., Comunicado técnico 130: Preparo e Uso 
de Biofertilizantes Líquidos. . ISSN 1808-9984 Petrolina, PE Maio, 2007. Disponível 
em: Acesso em 17/06/2022. 
 
VESSEY, J. K. Plant growt promoting rhizobacteria as biofertilizers. Plant and 
Soil, v. 255, n. 2, p. 571- 586, 2003. 
 
 
 
 
 
http://www.cpatsa.embrapa.br/

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