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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 1 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................... 3 FOSSAS SÉPTICAS E SUMIDOUROS.......................................................... 4 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 HISTÓRICO ................................................................................................ 4 CONCEITO ................................................................................................. 5 DEFINIÇÃO ................................................................................................. 5 FUNCIONAMENTO ..................................................................................... 5 AFLUENTES A UMA FOSSA SÉPTICA .............................................. 6 DIMENSIONAMENTO ............................................................................. 6 EFICIÊNCIA DAS FOSSAS SÉPTICAS ......................................................... 9 SUMIDOUROS ........................................................................................... 9 Teste para determinação de absorção de um solo ................................ 11 SISTEMA COLETOR DE ESGOTOS SANITÁRIOS .................................... 14 Introdução ................................................................................................. 14 Partes Constitutivas de um Sistema Convencional de Esgotos. .......... 14 Localização dos Coletores em Relação ao Sistema Viário. .................. 16 Localização dos Interceptores ................................................................... 17 Vias Sanitárias ou Marginais. .................................................................... 17 Vazões de Dimensionamento do Sistema Coletor ............................... 18 VELOCIDADE NOS COLETORES ........................................................... 19 Declividades dos Coletores ....................................................................... 20 Traçado dos Coletores .............................................................................. 21 Numeração dos Coletores. ........................................................................ 25 POÇO DE VISITA. ........................................................................................ 25 Disposição Construtiva .............................................................................. 25 Terminal de Limpeza ( TL ) ....................................................................... 29 Características básicas dos poços de visita .............................................. 29 Profundidade dos Coletores. ..................................................................... 33 2 2 Determinação da Profundidade Mínima dos Coletores ............................. 35 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA .................................................................. 36 3 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 4 FOSSAS SÉPTICAS E SUMIDOUROS INTRODUÇÃO A ausência, total ou parcial, de serviços públicos de esgotos nas áreas urbanas, suburbanas e rurais exige a implantação de algum meio de disposição dos esgotos locais, com o objetivo de evitar a contaminação do solo e da água. Em sua maioria, estas regiões são também desprovidas de sistemas de abastecimento de água e utilizam poços como fonte de suprimento de água, razão pela qual se exige extremo cuidado para não ocorrer a contaminação da água do subsolo, utilizada para consumo. A defasagem na implantação dos serviços públicos, em relação ao crescimento populacional, principalmente nos países em desenvolvimento, permite prever que as soluções individuais para o destino dos esgotos serão ampla e permanentemente adotadas. A fossa séptica é uma solução técnica e econômica para dispor os esgotos de residências isoladas. HISTÓRICO As fossas sépticas evoluíram a partir das fossas Mouras. Em 1860, Jean Louis Mouras construiu um tanque de alvenaria, para o qual encaminhou, antes de destiná-los a um sumidouro, os esgotos de uma habitação, na cidade de Vesoul, na França. Este tanque aberto, 12 anos mais tarde, não apresentava acumulada a quantidade de sólidos para lá endereçada, em função da redução apresentada no efluente líquido do tanque, em termos de teor de sólidos. Essa fossa foi patenteada em 1881. 5 5 CONCEITO Fossa séptica é um dispositivo de tratamento de esgotos destinado a receber a contribuição de um ou mais domicílios, dando aos esgotos um grau de tratamento compatível com a sua simplicidade e custo. DEFINIÇÃO Fossas sépticas são câmaras construídas em alvenaria de tijolos ou pré- moldadas em concreto, e destinadas a reter os despejos por um período de tempo especificamente estabelecido, de forma a permitir a sedimentação dos sólidos e a retenção do material graxo (gorduras e óleos) contidos nos esgotos, transformando-os, bioquimicamente, em substâncias mais simples e estáveis. FUNCIONAMENTO Em uma fossa séptica ocorrem os seguintes fenômenos: Retenção dos esgotos - o esgoto é retido na fossa por um período de tempo racionalmente estabelecido, que pode variar de 12 a 24 horas, dependendo das contribuições afluentes. (Tabela 1). Sedimentação e flotação - 60 a 70% dos sólidos em suspensão nos esgotos sedimentam- se formando o “lodo”. Óleos, graxas e gorduras ficam flutuando formando a “escuma”. Digestão anaeróbia - ambos, lodo e escuma são atacados por bactérias anaeróbias, provocando a destruição, total ou parcial, da matéria orgânica e de organismos patogênicos. Redução de volume - do fenômeno anterior, digestão anaeróbia, resultam gases, líquidos e acentuada redução de volume dos sólidos retidos e digeridos, que adquirem características estáveis capazes de permitir que o 6 6 efluente líquido das fossas sépticas possa ser disposto em melhores condições de segurança. Tabela 1 - Período de detenção ( T) e m função da vazão afluente ( NC ) AFLUENTES A UMA FOSSA SÉPTICA A fossa séptica pode receber todos os despejos domésticos de cozinhas, lavanderias domiciliares, lavatórios, vasos sanitários, bidês, banheiras, chuveiros, mictórios, ralos de pisos. É conveniente a insta1ação de dispositivos retentores de óleos, gorduras e graxas (caixas de gordura) evitando o aporte de quantidades expressivas desses materiais nas fossas. DIMENSIONAMENTO O volume útil de uma fossa séptica é calculado da seguinte forma: TA = período de armazenamento do lodo, (período entre limpezas consecutivas da fossa), ( considerado TA = 300 dias ); R2 =coeficiente de redução de volume do lodo em processo de digestão (R2 = 0,50); TD = tempo de digestão do lodo, ( considerado TD = 50 dias ). Substituindo os termos, na fórmula obtém-se: 7 7 V = V1 + V2 + V3 V = (N C T ) + (0, 25 300 N L) + (0, 50 50 N L) V = N C T +100 N L V = N (C T +100 L) A profundidade útil mínima é 1,00m e nas fossas prismáticas retangulares L 2B, em que L é o comprimento e B é a largura da fossa. 8 8 Figura 1 - Detalhes executivos de uma fossa séptica prismática retangular de câmara única 9 9 EFICIÊNCIA DAS FOSSAS SÉPTICAS A remoção de DBO varia de 30 a 60%, conforme a ABNT. Os sólidos em suspensão podem ser reduzidos até 60%. SUMIDOUROS Os sumidouros ou poços absorventes recebem os efluentes das fossas sépticas. Têm, portanto, vida útil longa, devido a facilidade de infiltração do líquido praticamente isento dos sólidos causadores da colmatação do solo. Consistem em escavações cilíndricas, tendo as paredes protegidas por pedras, tijolos, madeira ou por anéis de concreto perfurados. O material utilizado na proteção não deve ser rejuntado, para permitir fácil infiltração do líquido no terreno. A cobertura dos sumidouros deverá ser de lajes de concreto armado, dotadas de abertura de inspeção, cuja dimensão será no mínimo de 0,60m, com tampão de fechamento hermético. As dimensões do sumidouro serão determinadas em função das características de absorção do solo. Vários processos podem ser utilizados para o reconhecimento das características de absorção do solo, todos eles, é verdade, sujeitos à limitações. O mais comum é o de estimar a permeabilidade em termos da textura do solo, isto é, das proporções de areia, silte e argila existentes. Outro método de se conhecer a permeabilidade do solo é a cor do mesmo. Solos que, em corte, se apresentam com colorações entre o marrom e o avermelhado, indicam que existem condições favoráveis de oxidação e que há movimento de água e de ar em seu seio. Ao contrário, solos acinzentados nas camadas superficiais e escuros e matizados nas camadas inferiores significam falta de aeração ou movimentos restritos de ar e de água. 10 10 Os processos até aqui mencionados podem auxiliar na escolha do terreno para disposição dos efluentes de uma fossa séptica, mas são, entretanto, de valor limitado. O mais aconselhável é recorrer a um ensaio de infiltração, de modo a se estimar a capacidade de absorção do solo, feito da seguinte maneira: Em três pontos do terreno que vai ser utilizado para disposição do efluente líquido da fossa séptica utiliza-se o método da abertura de covas, que consiste em: Proceder à abertura de uma vala cujo fundo vai coincidir com o plano útil de absorção; No fundo de cada vala abrir um buraco cúbico de 30cm x 30cm x 30cm, retirando a terra solta e colocando 5cm de brita nº 1, bem limpa. Em seguida manter o buraco cheio de água durante 4 horas, adicionando água, à proporção que ocorre infiltração no terreno, com a finalidade de que o terreno fique em condições semelhantes aos de época de grandes chuvas; No dia seguinte encher o buraco com água, aguardando que a mesma escoe completamente; Encher novamente a cavidade com água, até a altura de 15cm, marcando o tempo que o nível da mesma baixa 1cm. Quando o tempo for inferior a 3 minutos, deve-se refazer esta etapa do ensaio por 5 vezes. O intervalo de tempo verificado para o último teste Deve ser adotado como o real. Com o tempo determinado poderá ser obtida, na curva que se segue, a capacidade de absorção em litros/m2/dia. Para sumidouros, fazer o teste em diferentes profundidades e adotar o menor coeficiente de infiltração. 11 11 Figura 2 – Curva da Capacidade de absorção de um solo Teste para determinação de absorção de um solo Na impossibilidade de se realizar ensaio de infiltração, poderão ser adotados os valores da tabela abaixo. Tabela 3 - Tem p o de Penetração em Função do Tipo de Solo Descrição do Solo Tempo de Penetração Areia grossa limpa 13 segundos a 1 minuto Cinza, carvão 30 segundos a 1 minuto Cascalhos e argila com poros não cheios 13 segundos a 45 segundos Areia fina 2 minutos a 5 minutos Areia com argila 5 minutos a 10 minutos Argila com um pouco de areia 30 minutos a 60 minutos Argila compacta ou rocha decomposta 2 horas a 5 horas O diâmetro dos sumidouros varia de 1,5m a 1,8m. Como segurança, a área do fundo não deve ser considerada pois o fundo logo ficará colmatado pelos sedimentos eventualmente contidos nos efluentes das fossas sépticas. A área das paredes necessária para que haja a infiltração poderá ser determinada pela expressão: CURVA DE ABSORÇÃO DO SOLO 2 0 1 5 1 0 5 0 0 2 5 4 0 50 7 5 100 LITROS POR m 2 POR DIA 1 25 1 50 1 75 2 00 M I N U T O S V A L A D E F IL T R A Ç Ã O V A L A D E IN F IL T R A Ç Ã O 12 12 Assim é determinada a profundidade ( P ) necessária. O fundo do sumidouro deve estar no mínimo a l,50m do nível do lençol freático. A distância mínima, entre sumidouros e poços rasos (cisternas ), deve ser de 15m. Deve-se reservar terreno para futuras ampliações. 13 13 Figura 3 – Detalhes construtivos dos sumidouros Figura 4- Esquema da Existência de dois Sumidouros. 14 14 SISTEMA COLETOR DE ESGOTOS SANITÁRIOS Introdução Em 1778, Joseph Bramah patenteou o vaso sanitário. Em 1847, 69 anos depois, não havendo outro meio mais prático para dispor as águas imundas, os ingleses adotaram o transporte daquelas águas em canalizações para o afastamento dos dejetos. Criou-se assim o sistema de esgotamento com transporte hídrico. Com essa opção a água passou a ter uma dualidade de usos; água limpa para o consumo e água suja para o afastamento das imundícies. Na Europa foi autorizado o lançamento dessas águas servidas nas galerias de água pluvial, criando-se assim o sistema unitário que prevalece ainda em Paris, (os esgotos sanitários e as águas pluviais escoam pela mesma canalização). Em 1879, o engenheiro George Waring Jr. concebeu o primeiro sistema coletor de esgotos sanitários do tipo separador, para a cidade de Memphis Tennessee, após a epidemia de cólera que assolou aquela cidade. Partes Constitutivas de um Sistema Convencional de Esgotos. Ramal predial – trecho compreendido entre o limite do lote e o coletor público. Coletor secundário – canalização de menor diâmetro que recebe os esgotos das residências, t ransportando- os para os coletores troncos ou principais. Coletores troncos – canalizações do sistema coletor que recebem as contribuições dos coletores secundários, t ransportando- as para os interceptores. Os diâmetros são usualmente maiores que os dos coletores secundários. Interceptores – desenvolvem- se ao longo dos fundos de vale, margeando cursos d’ água ou canais. Os interceptores são responsáveis 15 15 pelo transporte dos esgotos de sua sub- bacia, evitando que os mesmos sejam lançados nos corpos de água. Em virtude das maiores vazões t ransportadas, os diâmetros são usualmente maiores que os dos coletores troncos. Emissári o – canalização que liga a extremidade final da rede à Estação de Tratamento, quando houver, e/ ou ao local de lançamento. Os emissários não recebem contribuições ao longo de seu percurso. Elevatória – quando as profundidades das tubulações se tornam demasiadamente elevadas, quer devido à baixa declividade do terreno, quer devido à necessidadede se t ranspor uma elevação, torna- se necessário bombear os esgotos para um nível mais elevado. A partir desse ponto, os esgotos podem voltar a fluir por gravidade. As unidades que efetuam o bombeamento dos esgotos são denominadas elevatórias, e as tubulações que t ransportam o esgoto bombeado são denominadas l inhas de recalque. Estação de Tratamento dos Esgotos ( ETE ) – A finalidade das estações de t ratamento de esgotos é a de remover os poluentes dos esgotos, os quais poderiam causar uma deterioração da qualidade dos corpos d’ água. O tratamento dos esgotos tem sido negligenciado em nosso meio, mas deve- se ter em mente que o sistema de esgotamento sanitário só pode ser considerado completo se incluir a etapa de t ratamento. Disposição Final – Após o tratamento, os esgotos são lançados em um corpo d’ água receptor ou, eventualmente aplicados no solo. Em ambos os casos, há que se levar em conta os poluentes eventualmente ainda presentes nos esgotos tratados, especialmente os organismos patogênicos e metais pesados. Poços de visita – os poços de visita são estruturas complementares do sistema de esgotamento. A sua finalidade é permitir a inspeção e limpeza da rede. 16 16 Localização dos Coletores em Relação ao Sistema Viário. Os coletores devem ser assentados, de preferência, do lado da rua no qual ficam os terrenos mais baixos. A existência de estruturas ou canalizações de serviços públicos, tais como: galerias de águas pluviais, redes de água, adutoras, cabos elétricos, e telefônicos pode, entretanto, determinar o deslocamento dos coletores de esgotos para posições mais convenientes. Para ruas com largura superior a 18,00 m, deverão ser executados dois coletores ( um de cada lado ) de modo a viabilizar o atendimento dos domicílios de ambos os lados com profundidades convenientes. Figura 5 – Localização das redes coletoras 17 17 Localização dos Interceptores Os interceptores podem ser localizados: Em vias sanitárias ou avenidas marginais; Em fundos de vale tratados. Figura 6 – Localização de interceptores em fundos e vale canalizado Vias Sanitárias ou Marginais. Os esgotos fluem por gravidade. Assim, os interceptores situam-se nos pontos mais baixos, ou seja, nos fundos de vale, correndo paralelo aos córregos de cada bacia. Sua construção tem sido tradicionalmente feita em conjunto com as obras de canalização dos cursos d’água e com a implantação das vias sanitárias ou marginais. Apresenta como vantagens a possibilidade de se realizar obras conjuntas e a redução nos custos de implantação. Fundos de Vale Tratados. A implantação de vias sanitárias não deve ser encarada como a única forma de se executar interceptores de esgotos. Existem soluções ainda mais econômicas para a implantação dos mesmos, que não exigem que se executem obras em concreto ou mesmo abertura de vias públicas ao longo dos corpos d’água naturais. A 18 18 preservação das margens do curso d’água com áreas verdes ou matas ciliares é uma forma bastante atrativa de tratamento de fundo de vale. As principais vantagens são a preservação natural do curso d’água, evitando-se o artificialismo do concreto; a independência da canalização, a qual muitas vezes demora a ser implantada devido a seu elevado custo; o tratamento dos fundos de vale com criação de áreas verdes ao longo dos córregos, introduzindo concepções de maior qualidade estética, paisagística e econômica. Figura 7- Localização de interceptores sem fundos de vale tratados Vazões de Dimensionamento do Sistema Coletor A rede coletora é dimensionada considerando a vazão Em que 0,80 é o coeficiente de retorno, uma vez que uma parcela da água utilizada não retorna sob a forma de esgotos. Os demais parâmetros são idênticos aos utilizados no dimensionamento da rede distribuidora de água. A rede coletora de esgotos transporta também uma parcela de água que passa do subsolo para os coletores - vazão de infiltração. 19 19 A vazão específica de dimensionamento dos coletores é dada por: L = o comprimento total da rede; qesg = expressa em litros/segundo/metro. qi= é a vazão de infiltração é considerada de 0,0002 a 0,0008 l/s/m. qesp= ( qesg + qi ) expressa em 1/s/m, em que qesp é a vazão de dimensionamento dos coletores. Os coletores são dimensionados como condutos livres, funcionando por gravidade e por meio das fórmulas de: Darcy, Flamant, Ganguillet – Kutter, ou de Manning. Os coletores são considerados com vazão a 1/2 seção, os interceptores com vazão a 2/3 de seção, e os emissários com vazão a 3/4 de seção. VELOCIDADE NOS COLETORES Quanto maior for a velocidade, melhores serão as condições de arrastamento da matéria sólida e a não ocorrência de depósitos nas canalizações. Entretanto as velocidades excessivas podem provocar desgastes nas paredes das tubulações pelo efeito da abrasão. A NBR – 9649 indica como limite de velocidade 5,0 m/s. Tradicionalmente são aceitas as seguintes velocidades máximas: ferro fundido 6 , 0 m/ s manilhas cerâmicas e PVC 5 , 0 m/ s concreto 4 , 0 m/ s; fibrocimento 3 , 0 m/ s 20 20 A velocidade mínima, de forma a assegurar a auto- limpeza, é considerada 0,60 m/s. A velocidade crítica é dada por: Declividades dos Coletores As declividades mínimas dos coletores são estabelecidas conforme o diâmetro e são mostradas na tabela a seguir. Tabela 4 - Declividades mínimas, conforme os diâmetros: 21 21 Traçado dos Coletores O traçado dos coletores é feito de acordo com o traçado urbanístico e a topografia da cidade, ou da bacia que está sendo esgotada. Uma bacia de drenagem é caracterizada pela existência de um “espigão”, “linha de cumeada” ou “divisor de água” e os respectivos fundos de vale para os quais os esgotos convergem. São mostrados, a seguir, diversos tipos de traçados de coletores públicos, de acordo com a topografia da cidade. Figura 8 – Tipo 1 de Traçados e Coletores 22 22 Figura 9 – Tipo 2 de Traçados de Coletores 23 23 Figura 10 – Tipo 3 de Traçado de Coletores 24 24 ) Figura 11 – Partes construtivas do Sistema Convencional 25 25 Numeração dos Coletores. Os coletores são numerados de forma seqüencial e em ordem crescente, de acordo com o sentido do escoamento. Exemplo: 10 – 4 ; em que o primeiro número ( 10 ) corresponde à numeração do coletor e o segundo número (4) corresponde ao número do trecho. Pode-se adotar ainda a numeração alfa- numérica. Exemplo A- 4 ; em que ( A ) corresponde ao coletor e ( 4 ) ao trecho. Pode-se, no caso de existirem várias sub-bacias de drenagem, adotar- se o seguinte esquema de numeração CP15 – 7; em que: CP = Capim Puba, indicando a sub-bacia de drenagem; 15 é o número do coletor e 7 é o número do trecho. POÇO DE VISITA. Definição Poço de visita é uma câmara visitável através de uma abertura existente na sua parte superior, ao nível do terreno, destinado a permitir a reunião de dois ou mais trechos consecutivos e a execução dos trabalhos de manutenção nos trechos a ele ligados. Disposição Construtiva Um poço de visita convencional possui dois compartimentos distintos que são a chaminé e o balão, construídos de tal forma a permitir fácil entrada e saída do operador e espaço suficiente para este operador executar as manobras necessárias à operação e manutenção. O balão é o compartimento principal. Pode ter seção circular, quadradaou retangular. No balão se realizam todas as manobras internas, manuais ou mecânicas, na manutenção de cada trecho. No seu piso encontram-se moldadas calhas de concordância entre as canalizações de entrada e de saída. A chaminé, pescoço ou tubo de descida consiste no conduto de ligação entre o balão e o exterior. 26 26 Convencionalmente é iniciado num furo excêntrico feito na laje de cobertura do balão e termina na superfície do terreno. O movimento de entrada e saída dos operadores é feito com o uso de uma escada, de ligas metálicas inoxidáveis, do tipo marinheiro, afixada de degrau em degrau nas paredes do poço. Opcionalmente podem ser usadas escadas móveis, o que conduz a maior economia. Figura 12 - Detalhamento do fundo do poço No desenho ao lado, observa- se as calhas de fundo do poço; as quais são dispostas de forma a orientar o fluxo dos esgotos desde a entrada até a saída, evitando o turbilhonamento e retenção de materiais em suspensão. As arestas superiores deverão estar niveladas com a geratriz superior do trecho de saída. Figura 13 – Detalhamento de graus do PV. . Tabela 5 – Dimensões Mínimas para Chaminé e Balão de Poço de Visita. 27 27 Quando os coletores são implantados nas ruas o tampão deve ser em ferro fundido, com capacidade de 4 toneladas, para não ser danificado pela passagem de veículos pesados. Quando a rede coletora é executada no passeio o tampão pode ser feito em concreto armado. Situações em que se empregam os poços de visita. Os poços de visita ( PV ) são empregados nas seguintes situações: Nas cabeceiras das redes, ou ponto de início dos coletores, podendo ser substituídos por um Terminal de Limpeza ( TL ), nesta situação; Nas mudanças de materiais; Nas alterações de diâmetros; Nas mudanças de direção dos coletores; Nos encontros de coletores; Nas mudanças de declividades; Em posições intermediárias de coletores de grande extensão. A distância entre dois PVs consecutivos não deve exceder: 100 metros para canalizações até 150 mm; 120m para canalizações de 200 a 600 mm; 28 28 150m para canalizações > 600 mm. Figura 14 – Modelo de tampão de fº fº para poço de visaita 29 29 Terminal de Limpeza ( TL ) O Terminal de Limpeza é recomendado para ser colocado na cabeceira das redes por serem mais baratos que o PV. Figura 5 – Detalhe do terminal de Limpeza TL Características básicas dos poços de visita Os poços de visita podem ser feitos com anéis pré-moldados de concreto. São os mais comuns, principalmente para tubulações de saída de até 400 mm de diâmetro. São rapidamente montados, daí a vantagem de sua utilização. Possuem seção circular. Podem ser feitos, ainda, em concreto moldado no local, para canalizações de diâmetro superior a 400 mm. 30 30 Normalmente, apenas o balão é moldado no local. A chaminé sempre pode ser feita com o uso de tubos pré-moldados. As seções quase sempre são quadradas ou retangulares. É recomendável a construção de uma chaminé com altura mínima de 0,30m, para facilitar a construção e a reposição da pavimentação das ruas. Poços de alvenaria de tijolos só são feitos, quando não existem condições de se obter ou confeccionar peças pré-moldadas no local da obra. As paredes terão espessuras mínimas de uma vez, rejuntadas e revestidas com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, com adição de impermeabilizantes. Figura 16 – Poço de Visita em anéis pré moldados. 31 31 Figura 17 – Peça de transição em concreto armado Devido à demora para ser executado, retardando a liberação da rua para o trânsito, raramente o poço é feito com o emprego de tijolos. No caso de um ou mais trechos de coletores chegarem ao poço de visita, acima do nível do fundo, são necessários cuidados especiais, nesta ligação, a fim de que haja operacionalidade do poço, sem constrangimento do operário que entrar em seu interior. Para desníveis inferiores a 0,50m admite-se queda livre ( QL ). Para desníveis a partir de 0,50m é necessário a instalação de tubos de queda ( TQ ). 32 32 Figura 18 – Detalhe da Chegada do coletor PV Os tubos de queda consistem numa derivação constituída de uma junção invertida, associada a uma curva de 45o,conectada a um tubo vertical, cuja extremidade inferior é dotada de uma curva de 90o que direciona o fluxo para o PV. Para diâmetros superiores a 350mm, adota-se outro dispositivo denominado poço de queda, o qual é constituído de poços geminados, sendo a 33 33 passagem do primeiro para o segundo poço feita através de um orifício ou vertedouro convenientemente dimensionado para comportar a vazão. Profundidade dos Coletores. Profundidade mínima: está relacionada com a possibilidade de esgotamento de todos os compartimentos sanitários existentes na residência, situados a uma certa distância da frente do lote e em cota inferior à da via pública. Está também relacionada à proteção da canalização contra a ação das cargas externas. O limite da profundidade mínima é freqüentemente estabelecido em 1,00m. Quando as condições de traçado ou de topografia impuserem profundidades inferiores ao mínimo recomendado, devem ser tomadas precauções especiais, tais como proteção contra a ação de cargas acidentais, ou emprego de tubos mais resistentes. Figura 19 – Profundidade mais conveniente 34 34 Profundidade máxima: deve-se ter em conta no projeto, não ultrapassar profundidades acima de 4,50m. Profundidades mais convenientes: os valores médios deverão estar em torno de 1,50 a 2,50m. Profundidades elevadas: quando o terreno possui uma baixa declividade, é preponderantemente plano ou mesmo possui uma declividade contrária à declividade da tubulação, esta tende a se aprofundar com relação ao nível do terreno. Em alguns casos, quando estas profundidades se tornam muito elevadas, torna-se necessário a utilização de uma estação elevatória de esgotos. São os seguintes os inconvenientes das valas profundas: Maior efeito da carga permanente ( terra de recobrimento da tubulação ); Ligações dos coletores mais onerosas; Aumento do custo de construção da rede coletora; Necessidade de escoramento das valas para impedir desmoronamentos e acidentes fatais; 35 35 Determinação da Profundidade Mínima dos Coletores A profundidade mínima deve ser estabelecida de modo a viabilizar a ligação de pelo menos 80% dos domicílios de uma rua. Figura 20 – Posição do Coletor em perfil 36 36 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA BARROS , Raphael Tobias de Vasconcelos et al . Manual de saneamento e proteção ambiental para os municípios , 2. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; UFMG, 1995. BRANCO, Samuel Murgel & ROCHA , Aristides Almeida . Poluição, proteção e usos múltiplos de represas . 3a edição. São Paulo: CETESB, 1977. CRESPO, Patrício Gallegos . Sistema de esgotos. 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