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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
1 
 
 
 
1 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................... 3 
FOSSAS SÉPTICAS E SUMIDOUROS.......................................................... 4 
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
HISTÓRICO ................................................................................................ 4 
CONCEITO ................................................................................................. 5 
DEFINIÇÃO ................................................................................................. 5 
FUNCIONAMENTO ..................................................................................... 5 
AFLUENTES A UMA FOSSA SÉPTICA .............................................. 6 
DIMENSIONAMENTO ............................................................................. 6 
EFICIÊNCIA DAS FOSSAS SÉPTICAS ......................................................... 9 
SUMIDOUROS ........................................................................................... 9 
Teste para determinação de absorção de um solo ................................ 11 
SISTEMA COLETOR DE ESGOTOS SANITÁRIOS .................................... 14 
Introdução ................................................................................................. 14 
Partes Constitutivas de um Sistema Convencional de Esgotos. .......... 14 
Localização dos Coletores em Relação ao Sistema Viário. .................. 16 
Localização dos Interceptores ................................................................... 17 
Vias Sanitárias ou Marginais. .................................................................... 17 
Vazões de Dimensionamento do Sistema Coletor ............................... 18 
VELOCIDADE NOS COLETORES ........................................................... 19 
Declividades dos Coletores ....................................................................... 20 
Traçado dos Coletores .............................................................................. 21 
Numeração dos Coletores. ........................................................................ 25 
POÇO DE VISITA. ........................................................................................ 25 
Disposição Construtiva .............................................................................. 25 
Terminal de Limpeza ( TL ) ....................................................................... 29 
Características básicas dos poços de visita .............................................. 29 
Profundidade dos Coletores. ..................................................................... 33 
2 
 
 
 
2 
Determinação da Profundidade Mínima dos Coletores ............................. 35 
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA .................................................................. 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
3 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
4 
FOSSAS SÉPTICAS E SUMIDOUROS 
 
INTRODUÇÃO 
A ausência, total ou parcial, de serviços públicos de esgotos nas áreas 
urbanas, suburbanas e rurais exige a implantação de algum meio de disposição 
dos esgotos locais, com o objetivo de evitar a contaminação do solo e da 
água. Em sua maioria, estas regiões são também desprovidas de sistemas de 
abastecimento de água e utilizam poços como fonte de suprimento de água, 
razão pela qual se exige extremo cuidado para não ocorrer a contaminação da 
água do subsolo, utilizada para consumo. 
A defasagem na implantação dos serviços públicos, em relação ao 
crescimento populacional, principalmente nos países em desenvolvimento, 
permite prever que as soluções individuais para o destino dos esgotos serão 
ampla e permanentemente adotadas. 
A fossa séptica é uma solução técnica e econômica para dispor os esgotos 
de residências isoladas. 
 
HISTÓRICO 
As fossas sépticas evoluíram a partir das fossas Mouras. Em 1860, Jean 
Louis Mouras construiu um tanque de alvenaria, para o qual encaminhou, antes 
de destiná-los a um sumidouro, os esgotos de uma habitação, na cidade de 
Vesoul, na França. Este tanque aberto, 12 anos mais tarde, não apresentava 
acumulada a quantidade de sólidos para lá endereçada, em função da 
redução apresentada no efluente líquido do tanque, em termos de teor de 
sólidos. Essa fossa foi patenteada em 1881. 
 
 
5 
 
 
 
5 
CONCEITO 
Fossa séptica é um dispositivo de tratamento de esgotos destinado a 
receber a contribuição de um ou mais domicílios, dando aos esgotos um grau de 
tratamento compatível com a sua simplicidade e custo. 
 
DEFINIÇÃO 
 
Fossas sépticas são câmaras construídas em alvenaria de tijolos ou pré-
moldadas em concreto, e destinadas a reter os despejos por um período de 
tempo especificamente estabelecido, de forma a permitir a sedimentação dos 
sólidos e a retenção do material graxo (gorduras e óleos) contidos nos esgotos, 
transformando-os, bioquimicamente, em substâncias mais simples e estáveis. 
 
FUNCIONAMENTO 
 
Em uma fossa séptica ocorrem os seguintes fenômenos: 
Retenção dos esgotos - o esgoto é retido na fossa por um período de 
tempo racionalmente estabelecido, que pode variar de 12 a 24 horas, 
dependendo das contribuições afluentes. (Tabela 1). 
Sedimentação e flotação - 60 a 70% dos sólidos em suspensão nos 
esgotos sedimentam- se formando o “lodo”. Óleos, graxas e gorduras ficam 
flutuando formando a “escuma”. 
Digestão anaeróbia - ambos, lodo e escuma são atacados por bactérias 
anaeróbias, provocando a destruição, total ou parcial, da matéria orgânica e de 
organismos patogênicos. 
Redução de volume - do fenômeno anterior, digestão anaeróbia, resultam 
gases, líquidos e acentuada redução de volume dos sólidos retidos e 
digeridos, que adquirem características estáveis capazes de permitir que o 
6 
 
 
 
6 
efluente líquido das fossas sépticas possa ser disposto em melhores condições 
de segurança. 
Tabela 1 - Período de detenção ( T) e m função da vazão afluente ( NC ) 
 
AFLUENTES A UMA FOSSA SÉPTICA 
 
A fossa séptica pode receber todos os despejos domésticos de cozinhas, 
lavanderias domiciliares, lavatórios, vasos sanitários, bidês, banheiras, chuveiros, 
mictórios, ralos de pisos. É conveniente a insta1ação de dispositivos retentores de 
óleos, gorduras e graxas (caixas de gordura) evitando o aporte de quantidades 
expressivas desses materiais nas fossas. 
DIMENSIONAMENTO 
 
O volume útil de uma fossa séptica é calculado da seguinte forma: 
TA = período de armazenamento do lodo, (período entre limpezas 
consecutivas da fossa), ( considerado TA = 300 dias ); 
R2 =coeficiente de redução de volume do lodo em processo de 
digestão (R2 = 0,50); 
TD = tempo de digestão do lodo, ( considerado TD = 50 dias ). 
Substituindo os termos, na fórmula obtém-se: 
 
 
7 
 
 
 
7 
V = V1 + V2 + V3 
 V = (N  C T ) + (0, 25  300  N  L) + (0, 50  50  N  L) 
 V = N  C T +100  N  L 
 V = N  (C T +100  L) 
A profundidade útil mínima é  1,00m e nas fossas prismáticas 
retangulares L  2B, em que L é o comprimento e B é a largura da fossa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
8 
Figura 1 - Detalhes executivos de uma fossa séptica prismática retangular de câmara única 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
9 
EFICIÊNCIA DAS FOSSAS SÉPTICAS 
A remoção de DBO varia de 30 a 60%, conforme a ABNT. Os sólidos em 
suspensão podem ser reduzidos até 60%. 
 
SUMIDOUROS 
Os sumidouros ou poços absorventes recebem os efluentes das fossas 
sépticas. Têm, portanto, vida útil longa, devido a facilidade de infiltração do 
líquido praticamente isento dos sólidos causadores da colmatação do solo. 
Consistem em escavações cilíndricas, tendo as paredes protegidas por 
pedras, tijolos, madeira ou por anéis de concreto perfurados. O material utilizado 
na proteção não deve ser rejuntado, para permitir fácil infiltração do líquido no 
terreno. 
A cobertura dos sumidouros deverá ser de lajes de concreto armado, 
dotadas de abertura de inspeção, cuja dimensão será no mínimo de 0,60m, com 
tampão de fechamento hermético. 
As dimensões do sumidouro serão determinadas em função das 
características de absorção do solo. 
Vários processos podem ser utilizados para o reconhecimento das 
características de absorção do solo, todos eles, é verdade, sujeitos à limitações. 
O mais comum é o de estimar a permeabilidade em termos da textura do 
solo, isto é, das proporções de areia, silte e argila existentes. 
Outro método de se conhecer a permeabilidade do solo é a cor do 
mesmo. Solos que, em corte, se apresentam com colorações entre o marrom e 
o avermelhado, indicam que existem condições favoráveis de oxidação e que há 
movimento de água e de ar em seu seio. Ao contrário, solos acinzentados nas 
camadas superficiais e escuros e matizados nas camadas inferiores significam 
falta de aeração ou movimentos restritos de ar e de água. 
10 
 
 
 
10 
Os processos até aqui mencionados podem auxiliar na escolha do terreno 
para disposição dos efluentes de uma fossa séptica, mas são, entretanto, de 
valor limitado. 
O mais aconselhável é recorrer a um ensaio de infiltração, de modo a se 
estimar a capacidade de absorção do solo, feito da seguinte maneira: 
Em três pontos do terreno que vai ser utilizado para disposição do efluente 
líquido da fossa séptica utiliza-se o método da abertura de covas, que consiste em: 
Proceder à abertura de uma vala cujo fundo vai coincidir com o plano útil 
de absorção; 
No fundo de cada vala abrir um buraco cúbico de 30cm x 30cm x 30cm, 
retirando a terra solta e colocando 5cm de brita nº 1, bem limpa. Em seguida 
manter o buraco cheio de água durante 4 horas, adicionando água, à 
proporção que ocorre infiltração no terreno, com a finalidade de que o terreno 
fique em condições semelhantes aos de época de grandes chuvas; 
No dia seguinte encher o buraco com água, aguardando que a mesma 
escoe completamente; 
Encher novamente a cavidade com água, até a altura de 15cm, 
marcando o tempo que o nível da mesma baixa 1cm. Quando o tempo for 
inferior a 3 minutos, deve-se refazer esta etapa do ensaio por 5 vezes. O 
intervalo de tempo verificado para o último teste 
Deve ser adotado como o real. Com o tempo determinado poderá ser 
obtida, na curva que se segue, a capacidade de absorção em litros/m2/dia. 
Para sumidouros, fazer o teste em diferentes profundidades e adotar o menor 
coeficiente de infiltração. 
 
 
 
 
11 
 
 
 
11 
 
Figura 2 – Curva da Capacidade de absorção de um solo 
 
 
 
 
 
 
 
Teste para determinação de absorção de um solo 
Na impossibilidade de se realizar ensaio de infiltração, poderão ser 
adotados os valores da tabela abaixo. 
Tabela 3 - Tem p o de Penetração em Função do Tipo de Solo 
Descrição do Solo Tempo de Penetração 
Areia grossa limpa 13 segundos a 1 minuto 
Cinza, carvão 30 segundos a 1 minuto 
Cascalhos e argila com poros não cheios 13 segundos a 45 segundos 
Areia fina 2 minutos a 5 minutos 
Areia com argila 5 minutos a 10 minutos 
Argila com um pouco de areia 30 minutos a 60 minutos 
Argila compacta ou rocha decomposta 2 horas a 5 horas 
 
O diâmetro dos sumidouros varia de 1,5m a 1,8m. Como segurança, 
a área do fundo não deve ser considerada pois o fundo logo ficará 
colmatado pelos sedimentos eventualmente contidos nos efluentes das 
fossas sépticas. 
A área das paredes necessária para que haja a infiltração poderá ser 
determinada pela expressão: 
CURVA DE ABSORÇÃO 
DO SOLO 
2
0 
1
5 
1
0 
5 
0 
0 2
5 
4
0 50 
7
5 
100 
LITROS POR 
m 2 POR DIA 
1
25 
1
50 
1
75 
2
00 
M
 I
 N
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T
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12 
 
 
Assim é determinada a profundidade ( P ) necessária. O fundo do 
sumidouro deve estar no mínimo a l,50m do nível do lençol freático. A distância 
mínima, entre sumidouros e poços rasos (cisternas ), deve ser de 15m. 
Deve-se reservar terreno para futuras ampliações. 
13 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Detalhes construtivos dos sumidouros 
 
Figura 4- Esquema da Existência de dois Sumidouros. 
 
 
 
14 
 
 
 
14 
SISTEMA COLETOR DE ESGOTOS SANITÁRIOS 
Introdução 
Em 1778, Joseph Bramah patenteou o vaso sanitário. Em 1847, 69 anos 
depois, não havendo outro meio mais prático para dispor as águas imundas, 
os ingleses adotaram o transporte daquelas águas em canalizações para o 
afastamento dos dejetos. Criou-se assim o sistema de esgotamento com 
transporte hídrico. Com essa opção a água passou a ter uma dualidade de 
usos; água limpa para o consumo e água suja para o afastamento das 
imundícies. 
Na Europa foi autorizado o lançamento dessas águas servidas nas 
galerias de água pluvial, criando-se assim o sistema unitário que prevalece 
ainda em Paris, (os esgotos sanitários e as águas pluviais escoam pela mesma 
canalização). 
Em 1879, o engenheiro George Waring Jr. concebeu o primeiro sistema 
coletor de esgotos sanitários do tipo separador, para a cidade de Memphis 
Tennessee, após a epidemia de cólera que assolou aquela cidade. 
 
Partes Constitutivas de um Sistema Convencional de Esgotos. 
Ramal predial – trecho compreendido entre o limite do lote e o coletor 
público. 
Coletor secundário – canalização de menor diâmetro que recebe 
os esgotos das residências, t ransportando- os para os coletores troncos 
ou principais. 
Coletores troncos – canalizações do sistema coletor que recebem as 
contribuições dos coletores secundários, t ransportando- as para os 
interceptores. Os diâmetros são usualmente maiores que os dos 
coletores secundários. 
Interceptores – desenvolvem- se ao longo dos fundos de vale, 
margeando cursos d’ água ou canais. Os interceptores são responsáveis 
15 
 
 
 
15 
pelo transporte dos esgotos de sua sub- bacia, evitando que os 
mesmos sejam lançados nos corpos de água. Em virtude das maiores 
vazões t ransportadas, os diâmetros são usualmente maiores que os dos 
coletores troncos. 
Emissári o – canalização que liga a extremidade final da rede à Estação 
de Tratamento, quando houver, e/ ou ao local de lançamento. Os emissários 
não recebem contribuições ao longo de seu percurso. 
Elevatória – quando as profundidades das tubulações se tornam 
demasiadamente elevadas, quer devido à baixa declividade do terreno, quer 
devido à necessidadede se t ranspor uma elevação, torna- se necessário 
bombear os esgotos para um nível 
mais elevado. A partir desse ponto, os esgotos podem voltar a fluir 
por gravidade. As unidades que efetuam o bombeamento dos esgotos são 
denominadas elevatórias, e as tubulações que t ransportam o esgoto 
bombeado são denominadas l inhas de recalque. 
Estação de Tratamento dos Esgotos ( ETE ) – A finalidade das 
estações de t ratamento de esgotos é a de remover os poluentes dos esgotos, 
os quais poderiam causar uma deterioração da qualidade dos corpos d’ água. 
O tratamento dos esgotos tem sido negligenciado em nosso meio, mas 
deve- se ter em mente que o sistema de esgotamento sanitário só pode 
ser considerado completo se incluir a etapa de t ratamento. 
Disposição Final – Após o tratamento, os esgotos são lançados 
em um corpo d’ água receptor ou, eventualmente aplicados no solo. Em 
ambos os casos, há que se levar em conta os poluentes eventualmente ainda 
presentes nos esgotos tratados, especialmente os organismos patogênicos e 
metais pesados. 
Poços de visita – os poços de visita são estruturas complementares 
do sistema de esgotamento. A sua finalidade é permitir a inspeção e limpeza 
da rede. 
16 
 
 
 
16 
Localização dos Coletores em Relação ao Sistema Viário. 
Os coletores devem ser assentados, de preferência, do lado da rua no 
qual ficam os terrenos mais baixos. 
A existência de estruturas ou canalizações de serviços públicos, tais como: 
galerias de águas pluviais, redes de água, adutoras, cabos elétricos, e 
telefônicos pode, entretanto, determinar o deslocamento dos coletores de 
esgotos para posições mais convenientes. 
Para ruas com largura superior a 18,00 m, deverão ser executados dois 
coletores ( um de cada lado ) de modo a viabilizar o atendimento dos domicílios 
de ambos os lados com profundidades convenientes. 
Figura 5 – Localização das redes coletoras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
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Localização dos Interceptores 
Os interceptores podem ser localizados: 
Em vias sanitárias ou avenidas marginais; 
Em fundos de vale tratados. 
 
Figura 6 – Localização de interceptores em fundos e vale canalizado 
 
 
Vias Sanitárias ou Marginais. 
Os esgotos fluem por gravidade. Assim, os interceptores situam-se nos 
pontos mais baixos, ou seja, nos fundos de vale, correndo paralelo aos 
córregos de cada bacia. 
Sua construção tem sido tradicionalmente feita em conjunto com as 
obras de canalização dos cursos d’água e com a implantação das vias 
sanitárias ou marginais. Apresenta como vantagens a possibilidade de se 
realizar obras conjuntas e a redução nos custos de implantação. 
Fundos de Vale Tratados. 
A implantação de vias sanitárias não deve ser encarada como a única forma 
de se executar interceptores de esgotos. 
Existem soluções ainda mais econômicas para a implantação dos 
mesmos, que não exigem que se executem obras em concreto ou mesmo 
abertura de vias públicas ao longo dos corpos d’água naturais. A 
18 
 
 
 
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preservação das margens do curso d’água com áreas verdes ou matas ciliares 
é uma forma bastante atrativa de tratamento de fundo de vale. 
As principais vantagens são a preservação natural do curso d’água, 
evitando-se o artificialismo do concreto; a independência da canalização, a 
qual muitas vezes demora a ser implantada devido a seu elevado custo; o 
tratamento dos fundos de vale com criação de áreas verdes ao longo dos 
córregos, introduzindo concepções de maior qualidade estética, paisagística e 
econômica. 
Figura 7- Localização de interceptores sem fundos de vale tratados 
 
 
Vazões de Dimensionamento do Sistema Coletor 
 
A rede coletora é dimensionada considerando a vazão 
 
Em que 0,80 é o coeficiente de retorno, uma vez que uma parcela da 
água utilizada não retorna sob a forma de esgotos. Os demais parâmetros são 
idênticos aos utilizados no dimensionamento da rede distribuidora de água. 
A rede coletora de esgotos transporta também uma parcela de água que 
passa do subsolo para os coletores - vazão de infiltração. 
19 
 
 
 
19 
A vazão específica de dimensionamento dos coletores é dada por: 
 
L = o comprimento total da rede; 
qesg = expressa em litros/segundo/metro. 
qi= é a vazão de infiltração é considerada de 0,0002 a 0,0008 l/s/m. 
qesp= ( qesg + qi ) expressa em 1/s/m, em que qesp é a vazão de 
dimensionamento dos coletores. 
Os coletores são dimensionados como condutos livres, funcionando por 
gravidade e por meio das fórmulas de: Darcy, Flamant, Ganguillet – Kutter, ou 
de Manning. 
Os coletores são considerados com vazão a 1/2 seção, os interceptores 
com vazão a 2/3 de seção, e os emissários com vazão a 3/4 de seção. 
 
VELOCIDADE NOS COLETORES 
Quanto maior for a velocidade, melhores serão as condições de 
arrastamento da matéria sólida e a não ocorrência de depósitos nas 
canalizações. Entretanto as velocidades excessivas podem provocar 
desgastes nas paredes das tubulações pelo efeito da abrasão. 
A NBR – 9649 indica como limite de velocidade 5,0 m/s. 
Tradicionalmente são aceitas as seguintes velocidades máximas: 
 ferro fundido 6 , 0 m/ s 
 manilhas cerâmicas e PVC 5 , 0 m/ s 
 concreto 4 , 0 m/ s; 
 fibrocimento 3 , 0 m/ s 
 
20 
 
 
 
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A velocidade mínima, de forma a assegurar a auto- limpeza, é 
considerada 0,60 m/s. A velocidade crítica é dada por: 
 
 
Declividades dos Coletores 
 
As declividades mínimas dos coletores são estabelecidas conforme o 
diâmetro e são mostradas na tabela a seguir. 
Tabela 4 - Declividades mínimas, conforme os diâmetros: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Traçado dos Coletores 
O traçado dos coletores é feito de acordo com o traçado urbanístico e a 
topografia da cidade, ou da bacia que está sendo esgotada. Uma bacia de 
drenagem é caracterizada pela existência de um “espigão”, “linha de 
cumeada” ou “divisor de água” e os respectivos fundos de vale para os quais 
os esgotos convergem. São mostrados, a seguir, diversos tipos de traçados de 
coletores públicos, de acordo com a topografia da cidade. 
Figura 8 – Tipo 1 de Traçados e Coletores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 9 – Tipo 2 de Traçados de Coletores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 10 – Tipo 3 de Traçado de Coletores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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) 
 
 
Figura 11 – Partes construtivas do Sistema Convencional 
 
 
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Numeração dos Coletores. 
 
Os coletores são numerados de forma seqüencial e em ordem crescente, 
de acordo com o sentido do escoamento. Exemplo: 10 – 4 ; em que o primeiro 
número ( 10 ) corresponde à numeração do coletor e o segundo número (4) 
corresponde ao número do trecho. Pode-se adotar ainda a numeração alfa- 
numérica. Exemplo A- 4 ; em que ( A ) corresponde ao coletor e ( 4 ) ao trecho. 
Pode-se, no caso de existirem várias sub-bacias de drenagem, adotar-
se o seguinte esquema de numeração CP15 – 7; em que: CP = Capim Puba, 
indicando a sub-bacia de drenagem; 15 é o número do coletor e 7 é o número 
do trecho. 
POÇO DE VISITA. 
Definição 
Poço de visita é uma câmara visitável através de uma abertura existente 
na sua parte superior, ao nível do terreno, destinado a permitir a reunião de 
dois ou mais trechos consecutivos e a execução dos trabalhos de 
manutenção nos trechos a ele ligados. 
Disposição Construtiva 
Um poço de visita convencional possui dois compartimentos distintos 
que são a chaminé e o balão, construídos de tal forma a permitir fácil entrada 
e saída do operador e espaço suficiente para este operador executar as 
manobras necessárias à operação e manutenção. 
O balão é o compartimento principal. Pode ter seção circular, quadradaou retangular. No balão se realizam todas as manobras internas, manuais ou 
mecânicas, na manutenção de cada trecho. No seu piso encontram-se 
moldadas calhas de concordância entre as canalizações de entrada e de 
saída. 
A chaminé, pescoço ou tubo de descida consiste no conduto de ligação 
entre o balão e o exterior. 
26 
 
 
 
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Convencionalmente é iniciado num furo excêntrico feito na laje de 
cobertura do balão e termina na superfície do terreno. O movimento de 
entrada e saída dos operadores é feito com o uso de uma escada, de ligas 
metálicas inoxidáveis, do tipo marinheiro, afixada de degrau em degrau nas 
paredes do poço. Opcionalmente podem ser usadas escadas móveis, o que 
conduz a maior economia. 
Figura 12 - Detalhamento do fundo do poço 
 
No desenho ao lado, observa- se as calhas de fundo do poço; as quais 
são dispostas de forma a orientar o fluxo dos esgotos desde a entrada até a 
saída, evitando o turbilhonamento e retenção de materiais em suspensão. 
As arestas superiores deverão estar niveladas com a geratriz superior do 
trecho de saída. 
Figura 13 – Detalhamento de graus do PV. 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
Tabela 5 – Dimensões Mínimas para Chaminé e Balão de Poço de Visita. 
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27 
 
Quando os coletores são implantados nas ruas o tampão deve ser em ferro 
fundido, com capacidade de 4 toneladas, para não ser danificado pela passagem 
de veículos pesados. 
Quando a rede coletora é executada no passeio o tampão pode ser 
feito em concreto armado. 
Situações em que se empregam os poços de visita. 
Os poços de visita ( PV ) são empregados nas seguintes situações: 
Nas cabeceiras das redes, ou ponto de início dos coletores, podendo ser 
substituídos por um Terminal de Limpeza ( TL ), nesta situação; 
Nas mudanças de materiais; 
Nas alterações de diâmetros; 
Nas mudanças de direção dos coletores; 
Nos encontros de coletores; 
Nas mudanças de declividades; 
Em posições intermediárias de coletores de grande extensão. 
A distância entre dois PVs consecutivos não deve exceder: 
100 metros para canalizações até 150 mm; 
120m para canalizações de 200 a 600 mm; 
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150m para canalizações > 600 mm. 
Figura 14 – Modelo de tampão de fº fº para poço de visaita 
 
 
 
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Terminal de Limpeza ( TL ) 
 
O Terminal de Limpeza é recomendado para ser colocado na cabeceira das 
redes por serem mais baratos que o PV. 
Figura 5 – Detalhe do terminal de Limpeza TL 
 
Características básicas dos poços de visita 
Os poços de visita podem ser feitos com anéis pré-moldados de concreto. 
São os mais comuns, principalmente para tubulações de saída de até 400 mm 
de diâmetro. São rapidamente montados, daí a vantagem de sua utilização. 
Possuem seção circular. Podem ser feitos, ainda, em concreto moldado no local, 
para canalizações de diâmetro superior a 400 mm. 
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Normalmente, apenas o balão é moldado no local. A chaminé sempre 
pode ser feita com o uso de tubos pré-moldados. As seções quase sempre são 
quadradas ou retangulares. 
É recomendável a construção de uma chaminé com altura mínima de 0,30m, 
para facilitar a construção e a reposição da pavimentação das ruas. 
Poços de alvenaria de tijolos só são feitos, quando não existem 
condições de se obter ou confeccionar peças pré-moldadas no local da obra. As 
paredes terão espessuras mínimas de uma vez, rejuntadas e revestidas com 
argamassa de cimento e areia no traço 1:3, com adição de impermeabilizantes. 
Figura 16 – Poço de Visita em anéis pré moldados. 
 
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Figura 17 – Peça de transição em concreto armado 
 
Devido à demora para ser executado, retardando a liberação da rua para 
o trânsito, raramente o poço é feito com o emprego de tijolos. 
No caso de um ou mais trechos de coletores chegarem ao poço de visita, 
acima do nível do fundo, são necessários cuidados especiais, nesta ligação, a 
fim de que haja operacionalidade do poço, sem constrangimento do operário 
que entrar em seu interior. Para desníveis inferiores a 0,50m admite-se queda 
livre ( QL ). Para desníveis a partir de 0,50m é necessário a instalação de tubos 
de queda ( TQ ). 
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Figura 18 – Detalhe da Chegada do coletor PV 
 
 
Os tubos de queda consistem numa derivação constituída de uma junção 
invertida, associada a uma curva de 45o,conectada a um tubo vertical, cuja 
extremidade inferior é dotada de uma curva de 90o que direciona o fluxo para o 
PV. 
Para diâmetros superiores a 350mm, adota-se outro dispositivo 
denominado poço de queda, o qual é constituído de poços geminados, sendo a 
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passagem do primeiro para o segundo poço feita através de um orifício ou 
vertedouro convenientemente dimensionado para comportar a vazão. 
Profundidade dos Coletores. 
Profundidade mínima: está relacionada com a possibilidade de 
esgotamento de todos os compartimentos sanitários existentes na residência, 
situados a uma certa distância da frente do lote e em cota inferior à da via 
pública. Está também relacionada à proteção da canalização contra a ação das 
cargas externas. 
O limite da profundidade mínima é freqüentemente estabelecido em 1,00m. 
Quando as condições de traçado ou de topografia impuserem 
profundidades inferiores ao mínimo recomendado, devem ser tomadas 
precauções especiais, tais como proteção contra a ação de cargas acidentais, 
ou emprego de tubos mais resistentes. 
Figura 19 – Profundidade mais conveniente 
 
 
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Profundidade máxima: deve-se ter em conta no projeto, não ultrapassar 
profundidades acima de 4,50m. 
Profundidades mais convenientes: os valores médios deverão estar em 
torno de 1,50 a 2,50m. 
Profundidades elevadas: quando o terreno possui uma baixa declividade, 
é preponderantemente plano ou mesmo possui uma declividade contrária à 
declividade da tubulação, esta tende a se aprofundar com relação ao nível do 
terreno. Em alguns casos, quando estas profundidades se tornam muito 
elevadas, torna-se necessário a utilização de uma estação elevatória de esgotos. 
São os seguintes os inconvenientes das valas profundas: 
Maior efeito da carga permanente ( terra de recobrimento da tubulação ); 
Ligações dos coletores mais onerosas; 
Aumento do custo de construção da rede coletora; 
Necessidade de escoramento das valas para impedir desmoronamentos e 
acidentes fatais; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Determinação da Profundidade Mínima dos Coletores 
A profundidade mínima deve ser estabelecida de modo a viabilizar a ligação 
de pelo menos 80% dos domicílios de uma rua. 
 
 
 
Figura 20 – Posição do Coletor em perfil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA 
 
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saneamento e proteção ambiental para os municípios , 2. Belo 
Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; UFMG, 
1995. 
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proteção e usos múltiplos de represas . 3a edição. São Paulo: CETESB, 
1977. 
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Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; UFMG, 1997 . 
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Janeiro: ABES, 1997. 
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e tratamento de Água. São Paulo: CETESB, 1987. 
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Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da USP, 1999. 
VON SPERLING, Marcos. Princípios do tratamentobiológico de 
águas residuárias. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia 
Sanitária e Ambiental; UFMG, 1996.

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